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METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTES

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Conteúdo:
METODOLOGIA 
DO ENSINO 
DE ARTES
Cléa Coitinho 
Escosteguy
Romualdo Corrêa
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
E74m Escosteguy, Cléa Coitinho.
 Metodologia do ensino de artes / Cléa Coitinho 
 Escosteguy, Romualdo Corrêa. – Porto Alegre : SAGAH, 
 2017.
 236 p. : il. ; 22,5 cm. 
 ISBN 978-85-9502-112-9
 1. Metodologia de ensino - Artes. I. Corrêa, Romualdo. 
 II. Título.
CDU 37.022:74
Revisão técnica:
Marcia Paul Waquil
Assistente Social (PUCRS)
Mestre em Educação (PUCRS)
Doutora em Educação (UFRGS)
Iniciais_Metodologia do ensino de artes.indd 2 11/07/2017 10:45:39
Compreensão das artes 
cênicas, plásticas, visuais, 
musicais e da dança
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Conhecer a história da arte e a trajetória de cada uma das expressões 
artísticas.
  Compreender as artes cênicas, musicais e da dança e sua história na 
contemporaneidade.
  Compreender as artes plásticas, visuais e literárias e sua história na 
contemporaneidade.
Introdução
A história da arte revela as variadas maneiras de se interpretar o mundo 
e o ser humano ao longo do tempo. Antropólogos, arqueólogos, his-
toriadores, filósofos, linguistas e outros tantos pesquisadores tentam, 
há muito tempo, desvendar as origens da humanidade. Portanto, neste 
capítulo, você vai participar de uma retrospectiva da história da arte e suas 
manifestações. Você também vai receber subsídios para compreender 
os diversos segmentos da arte: artes cênicas, plásticas, visuais, musicais, 
literárias e da dança.
A história da arte e a trajetória das expressões 
artísticas
A história da arte está relacionada à cultura dos mais variados povos exis-
tentes. Ela atravessa os tempos, criando e contando o passado e recriando o 
presente. A arte está presente à nossa volta, e, com ela, construímos a história 
de uma sociedade. Cada objeto artístico apresenta uma fi nalidade. Desde a 
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pré-história, o homem sempre criou elementos que o ajudassem a superar suas 
necessidades e a vencer desafi os.
Existem objetos do homem que representam seus sentimentos, algo que a 
utilidade pública muitas vezes não consegue questionar, somente considerando 
a sua beleza. Esses objetos são conhecidos como obras de arte. Elas fazem 
parte da cultura do povo e são capazes de ilustrar situações sociais ou não.
A arte pode ser definida como fruto da criação do homem e de seus valo-
res junto à sociedade. Dentro dela existem vários procedimentos e técnicas 
utilizadas para compor uma obra. Ela é uma necessidade que faz o homem se 
comunicar e refletir sobre as questões sociais e culturais dentro da sociedade.
O campo artístico nos revela os valores, costumes, crenças e modos de agir 
de um povo. Ao detectar um conjunto de evidências perceptíveis na obra, o 
intérprete da arte se esforça na tarefa de relacionar esses vestígios com algum 
traço do período em que foi concebida. A partir dessa ação, a arte passa a ser 
interpretada com um olhar histórico, que se empenha em decifrar aquilo que 
o artista disse com a obra.
Conhecendo a história da arte, você irá perceber que uma manifestação 
de clara evidência “artística” pode não ser encarada como tal pelo seu autor 
ou sociedade em que surge. Além disso, ao estabelecermos um olhar atento à 
manifestação artística de um único artista, podemos reconhecer que os seus 
trabalhos não só refletem o tempo em que viveu, mas também demonstram 
a sua relação particular, o diálogo singular que estabeleceu com seu tempo.
De acordo com o crítico de cinema Ricciotto Canudo, existem sete tipos 
de arte, que, no século XX, em 1923, foram regulamentados pelo Manifesto 
das Sete Artes (WIKIPÉDIA, 2017a). O objetivo do crítico era estabelecer 
uma ordem estética e comunicativa paras as principais artes existentes. Elas 
ficaram relacionadas da seguinte forma:
  1ª Arte – Música (som)
  2ª Arte – Dança/Coreografia (movimento)
  3ª Arte – Pintura (cor)
  4ª Arte – Escultura (volume)
  5ª Arte – Teatro (representação)
  6ª Arte – Literatura (palavra)
  7ª Arte – Cinema
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Anos mais tarde, foram adicionados mais quatro tipos de arte à lista:
  8ª Arte – Fotografia (imagem)
  9ª Arte – História em quadrinhos
  10ª Arte – Jogos de computador e de videogame
  11ª Arte – Arte digital
Cada uma das artes citadas e formalizadas no manifesto apresentam sua 
história, compreensão e particularidades, portanto é de suma importância que 
tenhamos uma visão de cada uma:
Música
A música existe e sempre existiu como produção cultural, pois, de acordo 
com estudos científi cos, desde que o ser humano começou a se organizar em 
tribos primitivas pela África, a música era parte integrante do cotidiano dessas 
pessoas. Acredita-se que a música tenha surgido há 50.000 anos, quando as 
primeiras manifestações foram feitas no continente africano, expandindo-se 
pelo mundo com o dispersar da raça humana pelo planeta. A música, ao ser 
produzida ou reproduzida, é infl uenciada diretamente pela organização socio-
cultural e econômica local, contando, ainda, com as características climáticas 
e o acesso tecnológico que envolvem toda a relação com a linguagem musical. 
A música possui a capacidade estética de traduzir os sentimentos, atitudes e 
valores culturais de um povo ou nação e é uma linguagem local e global. Na 
pré-história, o ser humano já produzia uma forma de música que lhe era essen-
cial, pois sua produção cultural constituía de utensílios para serem utilizados 
no dia a dia. Já na cultura egípcia, por volta de 4.000 anos a.C., alcançou-se 
um nível elevado de expressão musical, pois era um território que preservava 
a agricultura, e esse costume levava às cerimônias religiosas, durante as quais 
as pessoas batiam espécies de discos e paus uns contra os outros, utilizavam 
harpas, percussão, diferentes formas de fl autas e também cantavam.
A teoria musical só começou a ser elaborada no século V a.C., na Antigui-
dade Clássica, e a música renascentista ficou marcada pelo período do século 
XIV, durante o qual os artistas pretendiam compor uma música mais universal, 
buscando se distanciarem das práticas da Igreja. Havia um encantamento pela 
sonoridade polifônica, pela possibilidade de variação melódica.
Após, surge a Música Clássica e, neste momento, diversas novidades, como 
a orquestra, que toma forma e começa a ser valorizada. As composições para 
instrumentos, pela primeira vez na história da música, passam a ser mais 
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importantes do que as compostas para canto, surgindo a “música para piano”. 
A Figura 1 ilustra os maiores ícones da música clássica:
Figura 1. Os grandes compositores de música clássica.
Fonte: Wikipédia (2017b).
Os artistas na Figura 1, da esquerda para a direita, são:
  Topo – Antônio Vivaldi, Johann Sebastian Bach, George Frideric Handel, Wolfgang 
Amadeus Mozart, Ludwig van Beethoven.
  Segunda linha – Gioachino Rossini, Felix Mendelssohn, Frédéric Chopin, Richard 
Wagner, Giuseppe Verdi.
  Terceira linha – Johann Strauss II, Johannes Brahms, Georges Bizet, Pyotr Ilyich 
Tchaikovsky, Antonín Dvořák.
  Baixo – Edvard Grieg, Edward Elgar, Sergei Rachmaninoff, George Gershwin, Aram 
Khachaturian.
 Metodologia do ensino de artes 154
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Dança
Sem música, não há dança. Sem movimento corporal, também não. A dança, 
portanto, apenas ocorre quando o corpo executa movimentos a partir de um 
determinado ritmo, e isso acontece desde a Era Paleolítica.
Nessas eras, a dança estava diretamente relacionada à sobrevivência, pois 
os homens, vivendo em tribos isoladas e alimentando-se decaça, pesca, ve-
getais e frutos colhidos da natureza, criavam rituais em forma de dança que 
impediriam eventos naturais de prejudicar essas atividades.
As danças na Índia, por sua vez, têm origem na invocação do Shiva (deus 
da dança). Com suas danças e músicas, os hindus procuravam uma união com 
a natureza. Assim a dança de Shiva tinha por tema a atividade cósmica. Ela 
exprimia os eventos divinos. O ritmo da dança estava associado à criação 
contínua do mundo, à destruição de algumas formas para o nascimento de 
outras. Os vários estilos de dança, sempre relacionados a deuses, tinham o 
mesmo princípio, o de que “o corpo inteiro deve dançar”. É por isso que as 
danças indianas apresentam movimentos muito elaborados de pescoço, olhos, 
boca, mãos, ombros e pés.
A Idade Média, chamada de “idade das trevas” pelos humanistas do Renas-
cimento, foi um período contraditório para a dança. Nessa época, a Igreja se 
tornou autoridade constituída. Manifestações corporais foram proibidas, uma 
vez que a dança foi vinculada ao pecado. Os teatros foram fechados e eram 
usados apenas para manifestações e festas religiosas. A Igreja, porém, não 
conseguiu interferir nas danças populares dos camponeses, que continuaram a 
fazer suas festas nas épocas de semeadura e colheita e no início da primavera. 
Para não afrontar a Igreja, essas danças eram camufladas com a introdução de 
personagens como anjos e santos. Posteriormente, essas manifestações foram 
incorporadas às festas cristãs, com a introdução da dança dentro das igrejas. 
A partir do Renascimento, houve mudanças marcantes, como a renovação 
em muitos âmbitos da vida social e cultural, pois as cortes reais também se 
transformaram. Pela necessidade de ostentar suas riquezas, passaram a come-
morar, com grandes festas, datas como nascimento, casamento, aniversário 
etc. A dança se desenvolve particularmente em Florença, na Itália, no palácio 
da família Médici, onde, nas festas, eram apresentados espetáculos chamados 
de trionfi (triunfos), que simbolizavam riqueza e poder. 
Cabe ressaltar que, em 1500, no carnaval de Veneza, foi encenado um dos 
triunfos mais suntuosos, no qual os dançarinos usavam máscaras bordadas 
com fios de ouro e pedras preciosas, leques de plumas e mantos de seda ada-
mascada. Em 1581, o primeiro “balé da corte”, intitulado Le Ballet Comique 
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de la Reine (O Balé Cômico da Rainha – neste caso, o termo “cômico” deve 
ser entendido no sentido de “dramaturgia de uma comédia”), foi um grande 
espetáculo que durou seis horas, com participação de carros alegóricos e 
efeitos cênicos.
No século XVII, o balé é a modalidade que surgiu e marcou época, pois 
foi nesse século que Luís XIV criou uma companhia de dança, com vinte 
bailarinos, para a famosa Ópera de Paris. Os vestidos, compridos e pesados, 
impediam o virtuosismo de movimentos verticais. O sonho de voar de Ícaro, 
Leonardo da Vinci e Santos Dumont também são o sonho dos bailarinos 
dessa época. Os temas para o balé começam a exigir a ilusão do voo e, para 
isso, os cenógrafos utilizaram alavancas e roldanas para erguer os bailarinos.
No século XIX, o balé criava um mundo de ilusão, esboçando o ideal das 
concepções românticas. A fada, a feiticeira, o vampiro e outros seres imagi-
nários eram seus personagens. No século XX, anuncia-se como o tempo do 
progresso, das descobertas científicas, da rapidez, de expansão de fronteiras, 
da modernidade. Grandes transformações nas tradições e valores adotados 
até então marcam esse momento de início da era industrial. Nasce uma nova 
sociedade com outros anseios e necessidades.
Na fase modernista da história da dança, o que vai separar o clássico do 
moderno não é simplesmente a técnica, mas, também, o pensamento que 
norteou sua elaboração. Nos Estados Unidos e na Europa, apareceram novos 
modos de dançar bastante diferentes da tradição clássica em relação aos espaços 
utilizados, à concepção de dança e aos movimentos do corpo.
No momento de transição para a era contemporânea, nas décadas de 1940 
e 1950, alguns coreógrafos passam a questionar os modos de se construir a 
dança, criando uma verdadeira revolução na modernidade. Na fronteira entre 
a dança moderna e a contemporânea, está o coreógrafo e bailarino Merce 
Cunningham. Os pioneiros da dança moderna se dedicaram à construção 
das fundações de uma nova dança. Cunningham, chamado pelos críticos de 
precursor da dança contemporânea, posiciona-se contra a permanência de 
modelos acadêmicos na dança moderna.
Cunningham buscou novas fórmulas e, com seus parceiros – o compositor 
John Cage, uma das mais interessantes figuras do mundo da música contem-
porânea, e o artista plástico Robert Rauchenberg, um dos expoentes da pop 
art –, constrói uma nova estética para a dança, lançando os princípios da 
dança contemporânea. A dança contemporânea não impõe modelos rígidos; 
os corpos dos artistas não têm um padrão preestabelecido, bem com os tipos 
físicos. São gordos, magros, altos, baixos e de diferentes etnias. A maioria 
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desses trabalhos incorpora novos movimentos e não mais os movimentos 
convencionais do balé ou das técnicas de dança moderna.
Pintura
A pintura acompanha o ser humano por toda a sua história. Ainda que durante 
o período grego clássico ela não tenha se desenvolvido tanto quanto a escultura, 
a pintura foi uma das principais formas de representação dos povos medievais, 
do Renascimento até o século XX.
A pintura surgiu na pré-história quando os homens das cavernas faziam as 
pinturas rupestres. Arte rupestre, pintura rupestre ou, ainda, gravura rupestre 
são os nomes dados às mais antigas representações pictóricas conhecidas – 
com as mais antigas datadas do período Paleolítico Superior (40.000 a.C.) –, 
gravadas em abrigos ou cavernas, em suas paredes e tetos rochosos ou também 
em superfícies rochosas ao ar livre, mas em lugares protegidos.
No entanto, é a partir do século XIX, com o crescimento da técnica de 
reprodução de imagens, graças à Revolução Industrial, que a pintura de cavalete 
perde o espaço que tinha no mercado. Até então, a gravura era a única forma 
de reprodução de imagens, trabalho muitas vezes realizado por pintores. Com 
o surgimento da fotografia, porém, a função principal da pintura de cavalete, 
a representação de imagens, enfrenta uma competição difícil. Essa é, de certa 
maneira, a crise da imagem única e o apogeu de reprodução em massa.
Durante o século XX, a pintura de cavalete se mantém pela difusão das 
galerias de arte, mas a técnica da pintura continua a ser valorizada por vários 
tipos de designers, especialmente na publicidade.
Devido ao fato de grandes obras de arte – tais como a Mona Lisa e A Última 
Ceia – do renascentista Leonardo Da Vinci serem pinturas a óleo, a técnica 
é historicamente considerada uma das mais tradicionais das artes plásticas.
Escultura
Na pré-história, a escultura foi associada à magia e à religião. No período 
paleolítico, o objetivo era moldar animais e fi guras humanas, geralmente 
femininas. A escultura, como é conhecida atualmente, surgiu no Oriente 
Médio, e foi uma das últimas artes a serem desenvolvidas durante a Idade 
Média – talvez pelo apelo sensual. 
A Grécia Clássica é o berço ocidental da arte de esculpir, desde os seus pri-
meiros artefatos em mármore ou bronze a partir do século 10 a.C. até o apogeu 
da era de Péricles, com as esculturas da Acrópole de Atenas. Posteriormente, 
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os romanos aderiram à cultura clássica e continuaram a produzir esculturas 
até o fim do império, difundindo o trabalho em mármore por todo o império. 
As esculturas gregas se inspiraram na arte egípciaaté criar exclusivamente a 
sua própria arte, a qual foi bastante copiada – especialmente pelos romanos. A 
escultura romana herdou da escultura grega a sua perfeição, mas assumiu um 
caráter mais realista – em vez de idealista – das formas, além de ter contribuído 
com obras originais – consideradas as mais belas da Antiguidade.
Foi no Renascimento que a escultura se destacou, com a famosa estátua de 
Davi, de Michelangelo. Donatello e Verocchio foram outros mestres importantes 
do período. Entre os séculos XIX e XX, destacam-se os artistas Constantin 
Brancuse e August Rodin, dois mestres da escultura que influenciaram vários 
outros artistas.
No Brasil, o primeiro escultor brasileiro de que se tem notícia, porém, é 
Frei Agostinho de Jesus, o qual se acredita ser o autor da imagem de Nossa 
Senhora da Aparecida que foi encontrada por pescadores e fez surgir a devoção 
à então padroeira do Brasil.
A partir do início do século XX, a escultura passou a se ajustar às pro-
postas das vanguardas artísticas que emergiram na Europa, como o cubismo, 
o dadaísmo, o abstracionismo e o construtivismo. Além de Picasso, outros 
escultores, como Constantin Brancusi e Henry Moore, tornaram-se célebres 
dentro das vanguardas modernistas, que, até hoje, seguem influenciando a 
produção contemporânea de esculturas.
Teatro 
O teatro teve sua origem no século VI a.C., na Grécia, surgindo das festas 
dionisíacas realizadas em homenagem ao deus Dionísio, deus do vinho, do 
teatro e da fertilidade. Essas festas – que eram rituais sagrados, procissões e 
recitais que duravam dias seguidos – aconteciam uma vez por ano na primavera, 
períodos em que se fazia a colheita do vinho naquela região.
O teatro grego que hoje conhecemos surgiu, segundo historiadores, de um 
acontecimento surpresa: quando um participante desse ritual sagrado resolveu 
vestir uma máscara humana, ornada com cachos de uvas, subiu em seu tablado 
em praça pública e disse: “Eu sou Dionísio!”. Todos ficam espantados com 
a coragem desse ser humano de se colocar no lugar de um deus, ou melhor, 
fingir ser um deus. Esse acontecimento é o marco inicial da ação dramática.
Com o passar do tempo, as celebrações ao deus Dionísio ficaram cada vez 
mais elaboradas. Dessa forma, durante tais celebrações os gregos começaram 
a representar cenas da vida da própria divindade. Nessa época, todos os papéis 
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eram interpretados por homens, já que não era permitida a participação de 
mulheres nas representações.
Paralelos a esse acontecimento sociocultural, vão surgindo os prédios 
teatrais gregos – bem como as arquibancadas, que eram feitas de pedra –, e 
sua utilização pelos cidadãos gregos era democrática; todos podiam assistir 
com a mesma qualidade de visão as tragédias, comédias e sátiras.
Poucas manifestações teatrais parecem ter resistido nessa época. Apenas 
alguns artistas percorriam as cortes de reis e nobres, como malabaristas, 
trovadores (poetas que cantavam poemas ao som de instrumentos musicais), 
imitadores e jograis (intérpretes de poemas ou canções românticas, dramáticas 
ou sobre feitos heroicos).
Na China antiga, o budismo usava o teatro como forma de expressão 
religiosa. No Egito, um grande espetáculo popular contava a história da res-
surreição de Osíris e da morte de Hórus. Na Índia, acredita-se que o teatro 
tenha surgido com Brama.
 No Brasil, o teatro foi obra dos jesuítas, empenhados em catequizar os 
índios para o catolicismo e coibir os hábitos condenáveis dos colonizadores 
portugueses. O padre José de Anchieta (1534–1597), em quase uma dezena 
de autos inspirados na dramaturgia religiosa medieval e, sobretudo, em Gil 
Vicente, notabilizou-se nessa tarefa, de preocupação mais religiosa do que 
artística.
Já os fundamentos estéticos vivenciados no século XIX, entre público e 
artistas, no âmbito do teatro, foram desafiados e ampliados no século XX, 
expandindo-se em experiências e inovações teatrais. Naquele momento, o 
“naturalismo” cênico dominava as convenções teatrais, e, em seguida, no início 
do século XX, novos movimentos e experimentações artísticas começaram a 
surgir em oposição às regras dominantes.
Na era pós-moderna, uma dramaturgia que se assume fora do textocen-
trismo nasce com as experiências de criação coletiva privilegiada por inúmeras 
equipes artísticas. Macunaíma, espetáculo de Antunes Filho de 1978, pode ser 
considerado o marco instaurador da pós-modernidade no Brasil. Associando 
códigos da intertextualidade, da paródia, da ironia, do humor, ele soube pre-
encher o palco nu com signos impactantes e oferecer uma nova face ao ho mem 
brasileiro, assim como a instaurar um renovado padrão de teatralidade.
Literatura
Na origem, a literatura de todos os povos foi oral. Apesar de se originar 
etimologicamente da palavra “letra” (do latim, littera), a literatura surgiu nos 
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primórdios da humanidade, quando o homem ainda desconhecia a escrita e 
vivia em tribos nômades, à mercê das forças naturais que ele tentava entender 
pelos primeiros cultos religiosos. Lendas e canções eram transmitidas de 
forma oral por gerações. Com o advento da escrita, as paredes das cavernas 
começaram a receber pinturas e desenhos simbólicos que passaram a registrar 
a tradição oral. Mais tarde, surgiriam novas formas para armazenar essas 
informações, como as tabuletas, óstracos, papiros e pergaminhos. Dessa 
maneira, as primeiras obras literárias conhecidas são registros escritos de 
composições oriundas de remota tradição oral.
Certos tempos primários podem ser considerados os primeiros passos da 
literatura. Exemplos muitos antigos são o Poema de Gilgamesh, em sua versão 
de aproximadamente 2000 a.C., e o Livro dos Mortos, escrito em Papiro de 
Ani em aproximadamente 1250 a.C. 
O Egito, que detinha a intuição mística de um mundo sobrenatural, atiçou 
a imaginação dos gregos e dos romanos. Da cultura hebraica, a principal 
herança literária para o Ocidente veio de seus primeiros manuscritos, como 
o Antigo Testamento da Bíblia.
Muitos textos se expandiram por forma oral durante vários e vários séculos 
antes que fossem escritos, e esses são difíceis de datar.
A chamada literatura clássica, que engloba toda a produção greco-romana 
entre os séculos V a.C. e V d.C., influenciou toda a literatura do Ocidente. 
Todos os gêneros importantes de literatura – épica, lírica, tragédia, comédia, 
sátira, história, biografia e prosa narrativa – foram criados pelos gregos e pelos 
romanos, e as evoluções posteriores são, na maioria, extensões secundárias.
As primeiras manifestações da literatura brasileira foram fortemente mar-
cadas pelo modelo literário de Portugal, já que nossos primeiros escritores ou 
eram portugueses de nascimento ou brasileiros com formação universitária 
em Portugal.
Com o passar do tempo, surge a literatura moderna, que foi um movimento 
da literatura brasileira que surgiu em 1920 e se estendeu até meados de 1978. 
Dividido em três fases principais, a literatura moderna reúne características 
inconfundíveis, como a liberdade de expressão, contextualização e inclusão do 
cotidiano, linguagem coloquial e novas técnicas de escrita. Nesse novo estilo 
moderno, todas as normas e parâmetros da criação artística foram rompidos. 
Os autores do modernismo passam a valorizar o retrato da vida cotidiana. A 
vida burguesa sai do cenário artístico.
Quanto à escrita, os versos aparecem livres, sem as formas fixas de sonetos 
e versos. As frases curtas são mais valorizadas. A fragmentação do texto e 
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recortes também ganham espaço na literatura moderna. Muitos autores utilizam 
várias vozes narrativas nos seus textos. Os sinais de pontuação desaparecem.O pós-modernismo na literatura brasileira consiste num período em que os 
autores apresentam um amadurecimento, tanto na poesia quanto na prosa. O 
pós-modernismo atuou como uma intensificação dos traços da modernidade.
Cinema
A origem do cinema está associada à invenção do cinematógrafo, no século 
XIX, um aparelho capaz de capturar “imagens em movimento”. Um dos fe-
nômenos tecnológicos mais impressionantes de nossa história é a capacidade 
de captação (ou captura) da “imagem em movimento”, isto é, da apreensão 
de imagens dinâmicas da realidade. Essa capacidade de captação foi tornada 
possível a partir de 1889, com a criação do cinetoscópio – por William Dickson, 
assistente do cientista e inventor americano Thomas Edison. 
Esse invento e os modelos que o sucederam na década seguinte contribuíram 
para o desenvolvimento do cinema tal como compreendemos hoje, ou seja, 
a arte cinematográfica.
O cinema, portanto, teve origem no cinetoscópio, que não projetava as 
imagens em telões. O espectador do cinetoscópio tinha de observar, durante 
um tempo-limite de 15 minutos, as imagens no interior de uma câmara escura 
por meio de um orifício em que colocava um dos olhos. Nesse sentido, a 
experiência visual proporcionada pelo cinetoscópio não podia ser feita cole-
tivamente. Edison não chegou a patentear o invento, o que abriu portas para 
outros inventores, sobretudo da Europa, aperfeiçoarem o modelo.
No ano de 1892, o francês Léon Bouly conseguiu, a partir do cinetoscópio, 
desenvolver o cinematógrafo, um modelo que conseguia gravar e projetar a 
luz das imagens em movimento em tela, em quadros por segundo. Contudo, 
Bouly não possuía dinheiro para registrar a patente do invento. O cinemató-
grafo acabou sendo patenteado pelos irmãos Lumière, que passaram, a partir 
de 1895, a fazer várias produções cinematográficas de pequena capacidade e 
a exibi-las em sessões especiais para isso.
A primeira exibição de filme feito por Auguste e Louis Lumière ocorreu 
em 22 de março de 1895. O filme era intitulado “La Sortie de L’usine Lumière 
à Lyon” (A Saída da Fábrica Lumière em Lyon) e registrava a saída dos fun-
cionários do interior da empresa Lumière, na cidade de Lyon, na França. Foi 
ainda com os irmãos Lumière que começaram as primeiras “direções cênicas” 
para o cinema. O cinematógrafo logo passou a registrar não apenas cenas 
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do cotidiano, mas também cenas dramáticas, elaboradas com certo nível de 
teatralidade.
Entretanto, seria nas três primeiras décadas do século XX que o cinema 
afirmar-se-ia como arte. Isso ocorreu sobretudo pela ação de artistas inte-
ressados em teatro, mágicos (e ilusionistas) e todo tipo possível de efeito 
cênico. Um dos principais nomes dessa fase do cinema foi Georges Meliès, 
que dirigiu Viagem à Lua, em 1902, conseguindo, com esse filme, efeitos 
visuais verdadeiramente impressionantes para a época.
Os primeiros filmes gravados em terras brasileiras foram desenvolvidos 
no fim do século XIX, quando o Brasil ainda enfrentava problemas sérios em 
relação à energia elétrica, o que dificultava muito a produção dos filmes no 
país. Os filmes de ficção só começaram a surgir no Brasil no início do século 
XX. A partir de 1905, houve o que ficou conhecido como a “Belle Epoque” 
(Bela Época) do cinema nacional, marcado pelas produções inspiradas na ópera 
e no que se chamou de “cinema cantado”. Em 1930, foi edificado o primeiro 
estúdio de cinema do Brasil: a Cinédia, que produziu sátiras dos filmes de 
Hollywood, chanchadas e os primeiros filmes carnavalescos, que dominaram 
a produção cinematográfica nacional até a década de 1950. 
De qualquer forma, o que se vê hoje no cinema é um movimento no sentido 
de romper com o dispositivo que imperou ditatorialmente por mais de cem anos 
e buscar inspiração para mudanças no campo das artes visuais. Por outro lado, 
contraditoriamente, percebemos, no campo das artes visuais, um movimento 
inverso, no sentido de buscar formas e conteúdos do cinema, como a narração 
e o documentário, a projeção em sala escura, e assim por diante. Se o cinema 
e a arte contemporânea puderem se encontrar em algum lugar no meio do 
caminho para trocar experiências, talvez esse encontro seja produtivo para 
os dois no sentido de superar os atuais impasses.
Compreendendo as artes cênicas musicais e da 
dança na contemporaneidade
Barbosa (1978) defende que os novos métodos de ensino de Arte não são 
resultantes simplesmente da junção da Arte e da educação, muito menos da 
oposição entre elas, mas da sua interpenetração.
O professor é o instrumento principal para as transformações no ensino de 
arte – ele é o diferencial, o colaborador para a eficácia do bom aproveitamento 
dos conteúdos. Segundo Barbosa (1978, p. 50), “[...] sua tarefa é oferecer a 
comida que alimenta o aprendiz e também organizar pistas, trilhas instigantes 
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para descobertas de conhecimentos, pelos alunos e visitantes, alimentando-se 
também [...]”. Como tal, é necessário que ele entenda a importância do seu 
posicionamento e compromisso diante da questão, buscando, em parceria com 
as instituições de educação, possíveis soluções para a melhoria da qualidade 
do ensino.
São necessários conteúdos que favoreçam a compreensão da arte como 
cultura, do artista como ser social e dos alunos como produtores e apreciadores. 
Pensando nisso, o foco atual são conteúdos que valorizem as manifestações 
artísticas de povos e culturas de diferentes épocas e locais, incluindo a con-
temporaneidade e a arte brasileira e conteúdos que possam ser realizados com 
grau crescente de elaboração e aprofundamento.
Podemos compreender as artes cênicas, musicais e da dança como rela-
cionadas entre si, pois, na dramaturgia, é possível ver a dança e a música, em 
um espetáculo só, articuladas para uma aparição artística de muita qualidade 
e riqueza.
Sendo o corpo o eixo de toda e qualquer produção criativa na dança, 
a materialidade dos processos se organiza de modo subjetivo a partir das 
características próprias de cada indivíduo. Isso produz abordagens muito 
diferenciadas de acordo com cada visão de mundo que se instaura dramatur-
gicamente. Nesse sentido, destacam-se as palavras de Hércules (2010, p. 199), 
quando ela aborda que:
Em primeira instância, dramaturgia será entendida como composição de 
ações. Considerando-se que o ambiente onde estas ações se configuram 
é o da dança, torna-se imperativo o reconhecimento dos distintos modos 
como as instruções que constituem o movimento são, singularmente, 
implementadas por cada corpo. Assim sendo, a denominação dramaturgia 
da dança torna-se imprecisa, necessitando ser substituída por dramaturgia 
do corpo que dança.
Portanto, no interior das escolas, faz-se necessário outra compreensão em 
relação a esses segmentos artísticos, podendo, em muitos momentos, serem 
trabalhados de forma conjunta.
É preciso que, no ensino de dança como atuação pedagógica, tirem-se 
as sapatilhas para poder ver melhor os pés dos alunos, e que se flexibilizem 
os espaços para a atuação da dança. O primordial é reconhecer a expressão 
corporal de cada um, e o papel do educador é revelar a dança que se encontra 
em cada aluno como resultado de uma didática inovadora (MILLER, 2007).
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A história da dança na contemporaneidade parece aflorar e apontar per-
cursos artísticos e didáticos transgressores que fissuraram uma época – como 
Judith Dunn, que estimulava a produção de “espaços do nada”, em que o 
vazio pudesse ocorrer, proporcionando liberdade e empoderamento aos in-
divíduos. Ainda se faz urgente que esses tipos de pensamento/prática sejam 
inseridos de modo maiscontundente nos processos formativos em dança na 
contemporaneidade.
O teatro, por sua vez, é uma forma de manifestação artística no qual uma 
história real ou não é interpretada por meio de cenários, figurinos e represen-
tações de atores em um palco para uma plateia.
Reportando-nos ao cenário escolar, indagamos: como o teatro é concebido 
na escola atualmente? O que é possível visualizar? Dramatizações almejam 
ilustrar conteúdos? Uma brincadeira para tornar a aula mais agradável? Con-
comitantemente, são essas ideias que povoam o imaginário popular. Em outras 
palavras, é esse o estereótipo de teatro na escola que a sociedade tem em mente 
e vem divulgando. Sobretudo, o teatro “[..] na educação ainda é um espaço 
a ser conquistado [...]”, conforme ressalta Cunha (2009, p. 293). Reforçando 
essa opinião, ele relata:
Apesar de existirem educadores que acreditam na força que a arte de 
encenar tem para promover a aprendizagem e o desenvolvimento do 
aluno, ainda há um grande número de escolas que não aceitam e não 
valorizam a atividade teatral no processo educativo. Isso pode se dar 
devido a enorme carga transdisciplinar que permeia o teatro, o qual gera 
algo novo, causando, assim, o risco da descoberta (CUNHA, 2009, p. 293).
Assim, a necessidade de o teatro existir dentro da escola, abrindo um 
espaço que permita reconhecermos o seu ensino como um fim em si mesmo, e 
não de por ser instrumento para fins de outra natureza, é bastante necessário. 
Os olhos dos profissionais vinculados à escola devem estar focados nesse 
entendimento de práticas teatrais que estimulam e desenvolvem o caráter de 
produção coletiva dessa atividade artística na escola, que podem estimular o 
treinamento técnico e individualista das pessoas que a praticam. Para tanto, 
faz-se necessário que os professores ministrantes das aulas de teatro tenham 
amplo conhecimento e domínio das teorias e metodologias teatrais e sejam 
comprometidos com seu trabalho. Em outras palavras, o professor de teatro 
na escola, além de possuir conhecimento teatral, deve estar em permanente 
contato com as principais abordagens sobre o ensino do teatro para que essa 
prática pedagógica tenha objetivos claros e consistentes de aprendizagem.
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Em relação às artes musicais, a educação musical tem sido colocada como 
algo facultativo na escola. Há uma total desconsideração com o poder que 
a música exerce sobre as pessoas, bem como a influência que exerce sobre 
o desenvolvimento cultural e cognitivo das crianças e das pessoas em geral. 
Não há estudos que vinculem a situação de subdesenvolvimento de algumas 
áreas do país à baixa valoração dada à música brasileira, apontada como um 
dos fatores que mais contribui para a baixa estima que o Brasil possui em 
relação a si mesmo.
Um princípio bastante enfatizado no cenário da educação atual e, con-
sequentemente, no campo da educação musical contemporânea é a ideia de 
valorizar o contexto cultural do estudante, compreendendo, reconhecendo 
e utilizando o seu discurso musical como base para o processo de ensino e 
aprendizagem da música.
A mudança de mentalidade é um fator fundamental para que se avance 
em termos da música na escola, principalmente levando-se em consideração a 
qualidade desse ensino de música que se espera na educação básica para todos 
os estudantes. Essa mudança de mentalidade depende de argumentações e de 
orientações claras sobre como fazer essa inclusão da música, como respeitar o 
ensino da arte como um todo na escola, como elaborar editais que garantam 
a especificidade de cada linguagem artística, e assim por diante. O Conselho 
Nacional de Educação está atuando diretamente nessas questões referen-
tes à implementação da Lei nº 11769/2008, realizando audiências públicas 
nas diferentes regiões brasileiras com o objetivo de ouvir administradores, 
professores, profissionais da educação em geral e estudantes de licenciatura 
sobre os desafios e as ações necessárias para que a música passe a fazer parte 
do currículo.
O importante é que existe a intenção de conhecer melhor a situação da 
música na escola e encontrar soluções para os desafios vinculados a essa 
inclusão da música no currículo escolar. As mudanças desejadas acontecerão 
a partir das ações que envolvem as universidades formadoras; os profissionais 
da educação atuantes nas escolas brasileiras; os administradores escolares 
responsáveis pela reorganização curricular e pela contratação de profissionais 
para a escola; e a sociedade como um todo, que precisa também conhecer e 
opinar sobre as possíveis decisões curriculares.
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A música é, sem dúvida, uma presença ubíqua nas sociedades humanas, e as ten-
dências musicais estão claramente entre os atributos mais marcantes e distintivos 
do ser humano. A música também nos proporciona uma experiência que é diferente 
de qualquer outra, oferecendo-nos formas humanamente únicas de estarmos no 
mundo. No entanto, por mais notável e incontestável que esses fatos sobre a música 
possam ser, eles não estabelecem por si só uma necessidade para a educação musical, 
particularmente onde o tempo e os recursos são finitos e escassos (BOWMAN, 2002).
Compreendendo as artes plásticas, visuais e 
literárias na contemporaneidade
A relevância de se abordar a arte contemporânea na escola está na diversidade 
de experiências que ela apresenta, na relação com outras áreas, na proximidade 
da arte com a vida e sua constante mutabilidade, o que a torna um importante 
veículo para a produção de sentidos, dentre outros aspectos. Portanto, é possível 
trabalhar em consonância as artes plásticas, visuais e literárias por apresentarem 
tantas diferenças, mas, ao mesmo tempo, muitas afi nidades. Afi rma-se que 
as três trabalham com o visual, o concreto e a criatividade. 
Quando se pensa em artes visuais, logo vem à mente desenhos, pinturas, 
esculturas, tinta, entre outros milhares de recursos capazes de representar o 
mundo real ou o imaginário. No entanto, elas estão além do papel. O campo de 
atuação nas artes visuais é amplo. O teatro, o cinema, a música, a fotografia, 
a moda ou a arquitetura, por exemplo, também as representam.
A arte é o registro mais fiel da história da humanidade. É o retrato da 
contemporaneidade de cada época. Os conteúdos, por exemplo, estão co-
nectados à literatura, geografia, física, química, música, teatro, etc. Fazendo 
essas conexões, essas “teias”, tornam-se evidentes outros olhares e percepções 
estéticas diferenciadas.
A visualidade também tem impacto sobre a aprendizagem. A capacidade 
das crianças de sentir uma imagem está se tornando cada dia mais presente e 
influente. Não se pode mais dizer que a escola é o único lugar onde os alunos 
apreendem. Portanto, o educador deve ensinar os conhecimentos artísticos 
culturais do passado associado aos dias atuais.
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Atualmente se vive em um aparente estado de submersão no universo 
virtual, definido por um espaço multiplicado exponencialmente pela imagem, 
e que redefine, reiteradamente, a nossa relação com o mundo. Ao se estar sub-
merso no virtual, sofre-se uma espécie de escaneamento constante, como uma 
invasão desejada/não desejada, interna/externa, sendo que o mapa resultante 
desse esquadrinhamento interfere em todos os lugares, atuando diretamente 
nas escolhas que se faz e, consequentemente, nas ações de todos.
As artes plásticas, por sua vez, referem-se a expressões artísticas que 
utilizam técnicas de produção que manipulam materiais para construir formas 
e imagens que revelem uma nova concepção estética e a visão poética do 
artista plástico.
No interior das escolas, esse tipo de arte adota várias linguagens artísticas 
contemporâneaspara expressar emoções e valores estéticos. A multiplicidade 
como expressão do modo de conhecimento do homem contemporâneo con-
diz com as proposições artísticas atuais, com a educação em arte e com as 
tecnologias do século XXI.
Portanto, questionar, desacomodar, problematizar, instigar, estender cami-
nhos à reflexão... O ensino de Arte na contemporaneidade deve estar norteado 
nessas ações. A Arte também proporciona conhecimento e também nos leva 
à transformação, seja ela arte visual ou plástica.
Assista ao vídeo “Artes Plásticas e Comunicação na 
Contemporaneidade: Circuitos artísticos na era da 
mobilidade” do programa Sempre um papo, com 
a convidada Lúcia Santaella. Disponível no link ou 
código a seguir:
https://goo.gl/UEVXfw
A literatura, como a arte visual e a plástica, prescinde de significação; 
não pode ser contida, pois alcança o inatingível, o imensurável. A literatura 
é a arte da palavra e faz da palavra o seu principal objeto, concedendo-lhe 
outras possibilidades, retirando-a do seu lugar habitual e transpondo-a para 
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https://goo.gl/UEVXfw
um universo onde apenas homens e mulheres dotados de subjetividade podem 
percebê-la.
A arte, em geral, e a literatura, em particular, são atividades cujas grandezas 
residem nessa sublime “inutilidade”. A literatura é fruição, é mergulhar no 
prazer que a leitura pode oferecer. O prazer estético que a literatura propor-
ciona nos torna mais atentos àquilo que é impalpável, torna-nos sensíveis às 
dores do mundo.
“A literatura existe porque a vida não basta” – foi assim que o mestre 
Fernando Pessoa definiu a literatura. O que seria da vida se não houvesse os 
momentos de fuga que nos permitem abstrair e, assim, amenizar o dia a dia 
e suas inúmeras obrigações que preenchem de vazio nossos dias. Se, para 
Pessoa, escrever é esquecer, para o leitor, ler é esquecer, é permitir-se entrar 
em sintonia com a palavra, com o estado de fruição que só a arte nos permite 
experimentar. A vida não basta; para isso, existe a literatura, para preencher 
os vazios que a realidade não consegue perceber.
Ler, assim sendo, não é uma atitude passiva; não se reduz a uma simples 
decodificação de sinais gráficos, mas pressupõe uma atividade de reconstrução 
de sentidos. Ela não é um ato solitário porque envolve o diálogo com o inter-
locutor, que pode ser com diversos escritores. No momento em que fazemos 
o cruzamento de um texto com outro, que introduzimos questões, os interlo-
cutores se ampliam. Nesse sentido, a leitura é sempre escritura; são processos 
geminados. O texto literário apresenta sempre dupla escritura–leitura; ele é 
uma rede de conexões atravessada por várias formações discursivas. Leitura 
e escrita são processos que se completam e complementam.
É por meio da literatura que os alunos desenvolvem a imaginação, o há-
bito de leitura, o pensamento crítico e suas emoções. E, mesmo sabendo que 
o ensino de literatura não está tão presente nas escolas como deveria, deve ser 
tomando cuidado para não tornar monótona essa disciplina tão importante.
A arte literária é de fundamental importância para o desenvolvimento 
das pessoas – para nossa formação social –, contemplando os mais variados 
aspectos que vão desde a linguagem, passando pela sensibilidade, emoção até 
a criticidade e exercício de reflexão que são fundamentais para as diferentes 
aprendizagens. Pelas leituras, nos apropriamos de um vasto conhecimento 
sobre diferentes lugares e descobrimos um novo mundo de culturas e saberes, 
muitas vezes sem fisicamente sairmos do lugar.
Ler é um processo contínuo, pois envolve uma compreensão que não se 
esgota na decodificação da palavra escrita, mas que se antecipa e se alonga 
na inteligência do mundo. Para Orlandi (2003), a produção do sentido está 
no modo como a leitura se relaciona entre o dito e o compreendido. O ato de 
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ler implica, segundo Freire (1989), na percepção crítica, na interpretação, na 
reescrita e na reelaboração do que lemos.
1. O professor é o instrumento 
principal para as transformações 
no ensino de arte, pois:
a) como tal, é necessário que 
ele entenda a importância 
do seu posicionamento 
e busque um trabalho 
individual, mas pedagógico.
b) ele necessita trabalhar com 
conteúdos que favoreçam 
a compreensão da arte e 
se dedicar a transformar o 
aluno em um futuro artista.
c) ele passa a ser o diferencial, 
o colaborador para a eficácia 
do trabalho desenvolvido.
d) ele ressalta os materiais que 
são de suma importância 
para o desenvolvimento e 
construção de conhecimento.
e) ele oportuniza o crescimento 
do educando com aulas 
bem planejadas, levando 
em conta as habilidades 
artísticas do indivíduo.
2. A partir das leituras, como deve 
ser o ensino das artes cênicas 
no interior das escolas?
a) Com brincadeiras para tornar 
a aula mais agradável e menos 
cansativa, desenvolvendo a 
expressão oral e corporal.
b) As práticas teatrais devem 
estimular e desenvolver 
a produção coletiva 
dessa atividade artística 
na escola, fomentando a 
participação e a inclusão.
c) Trabalhos com dramatizações 
com o objetivo de ilustrar 
e reforçar conteúdos, 
pois tornam-se de mais 
fácil entendimento.
d) Com momentos de descontração 
e participação, focando as 
brincadeiras, mas sempre 
ressaltando o empenho do 
indivíduo que apresenta 
habilidades para o teatro.
e) As práticas devem sempre 
estimular a participação, 
principalmente se o aluno 
já realizar cursos de teatro 
fora do ambiente escolar.
3. Vê-se hoje os educandos submersos 
no universo virtual, definido 
por um espaço multiplicado 
exponencialmente pela imagem 
e que redefine a sua relação com 
o mundo e, consequentemente, 
com a escola. Sendo assim, qual 
o maior desafio do educador?
a) Estar atento à importância do seu 
posicionamento e compromisso 
diante dessa questão, buscando 
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novos conteúdos que venham 
ao encontro dessa febre virtual.
b) Buscar a qualificação para 
aprimorar sua prática e 
aprender um pouco mais 
sobre o universo virtual.
c) Estar sempre atento às 
inovações tecnológicas para 
aprimorar o trabalho.
d) Estar focado no conteúdo 
de seus alunos para que 
consiga atingir o seu plano.
e) Ter amplo conhecimento 
e domínio das teorias 
e metodologias e ser 
comprometido com seu 
trabalho, buscando sempre 
estar atualizado e ter objetivos 
claros de aprendizagem.
4. “A vida não basta e, por isso, 
existe a literatura, para preencher 
os vazios que a realidade não 
consegue perceber”. A partir dessa 
reflexão, escolha o conceito de arte 
literária mais completo. 
a) É a arte que trabalha 
com as palavras, mas não 
com a subjetividade.
b) É arte que nos torna mais 
atentos à gramática, isto é, 
de como escrever melhor.
c) É um ato solitário que o 
leitor é obrigado a realizar.
d) É desfrutar do que se lê; é 
imaginar e tornar o leitor mais 
sensível ao mundo real.
e) É somente o prazer estético; 
torna o indivíduo mais atento.
5. Levando em consideração os 
conhecimentos adquiridos até aqui, 
faça uma reflexão sobre o termo 
“contemporaneidade” e escolha 
a alternativa que mais combina 
com o foco do estudo. 
a) Contemporâneo faz referência à 
época presente, o tempo atual e 
ao indivíduo do nosso tempo.
b) É um período de tempo que 
se caracteriza pela realidade 
social, cultural e econômica 
vigente no mundo.
c) É o período histórico da 
civilização no qual a razão é 
crivo e filtro indispensável a todo 
entendimento. Compreende-se 
entre os séculos X e XIX.
d) Desencantamento em 
relação à ideia de um futuro 
garantido, certo, promovido 
pelas leis da história.
e) A contemporaneidade tem 
predomínio do instantâneo,da 
perda de fronteiras, gerando 
a ideia de que o mundo 
está cada vez menor.
 Metodologia do ensino de artes 170
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11769.
http://www9.fapa.com.br/mo-
http://www.revistas.usp/
https://pt.wikipedia/
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da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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