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ARTES VISUAIS METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTES Graziela Zorzenon Débora Martins de Souza http://unar.info/ead2 METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTES Professora Graziela Zorzenon Débora Martins de Souza (reformulação) APRESENTAÇÃO A palavra metodologia significa aplicação de método de ensino; por sua vez, método, significa um conjunto de regras a serem seguidas. No estudo das artes, podemos nos deparar com dois tipos de professores: aqueles com grande habilidade artística, em que toda regra é proibida e a livre expressão é defendida como única forma de trabalho possível e aqueles presos em paradigmas considerados únicos, fonte de verdade, em que toda produção não enquadrada é descartada. Nosso principal objetivo é formarmos um terceiro professor: aquele que, como apreciador e produtor das artes, admite a importância da intuição e da inspiração e, como estudioso, conhece e domina as melhores formas e técnicas a serem utilizadas como ferramenta educacional em sala de aula, construindo o conhecimento juntamente com seus alunos, ajudando-os a desenvolver a técnica, aliada as suas principais aptidões, incentivando-os a vivenciar outras formas artísticas com as quais não tem afinidade e, por fim, tornando-os apreciadores e conhecedores das mais variadas formas artísticas possíveis. Professora Graziela Zorzenon PROGRAMA DA DISCIPLINA Metodologia de Ensino de Artes Ementa: A linguagem visual na Educação Básica. Preferências artístico-visuais em cada faixa – etária. Aspectos metodológicos do ensino das Artes Visuais na Educação Básica. Objetivos: Propiciar conhecimentos metodológicos para o trabalho com Artes Visuais; Estudar os PCNs. Conteúdos Programáticos Unidade 1 – Os conceitos: ensinar e aprender Unidade 2 – Dimensões presentes na construção das aprendizagens escolares. Unidade 3 – A organização do currículo por projeto de trabalho. Unidade 4 – Pressupostos iniciais. Unidade 5 – As quatro linguagens fundamentais e a formação docente. Unidade 6 – Ensinando artes plásticas. Unidade 7 – Ampliando o universo sensível. Unidade 8 – Conhecendo os percursos do ensino da arte: o aluno e a experiência artística. Unidade 9 – Ensinando a dança. Unidade 10 – Vivências no ensino da dança Unidade 11 – Ensinando música. Unidade 12- Vivência no ensino da música. Unidade 13 – Ensinando teatro. Unidade 14 – Vivenciando o teatro na escola. Unidade 15 – O ensino do desenho. Unidade 16 – Vivenciando a pintura. Unidade 17 – Vivenciando a pintura. Unidade 18 – A arte como objeto do conhecimento e de prazer. Unidade 19 – Metodologia do ensino da arte: Ana Mae Barbosa. Unidade 20 – O campo de atuação da Arte-Educação: vivência com o corpo Metodologia Adotamos para esta disciplina uma metodologia que alia a teoria à prática, propiciada por meio de atividades que permitam, a partir de exemplos, a reflexão sobre as relações homem e mulher na e com a sociedade. Avaliação No sistema EAD, a legislação determina que haja avaliação presencial, sem, entretanto, se caracterizar como a única forma possível e recomendada. Na avaliação presencial, todos os alunos estão na mesma condição, em horário e espaço pré-determinados. A avaliação terá caráter processual e, portanto, contínuo, sendo os seguintes instrumentos utilizados para a verificação da aprendizagem: 1) Trabalhos individuais ou a partir da interatividade síncrona e/ou assíncrona; 2) Provas realizadas presencialmente; 3) Estudos e trabalhos de pesquisa. As estratégias de recuperação incluirão: 1) Retomada eventual dos conteúdos abordados nas unidades, quando não satisfatoriamente dominados pelo aluno; 2) Elaboração de trabalhos com o objetivo de auxiliar a vivência dos conteúdos. Bibliografia Básica BARBOSA, A. M. A Imagem no ensino da arte. SP: Perspectiva, 2010. _____. Arte-educação no Brasil. SP: Perspectiva, 2010. SANS, P.T.C. Fundamentos para o ensino das artes plásticas. SP: Alínea, 2005. Bibliografia Complementar ARGAN, Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Ática 1991 BARBOSA, Ana Mãe. Ensino da Arte: Memória e História. São Paulo: Perspectiva, 2008 BRASIL. MINISTÈRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação fundamental: Brasília (DF), 2006. BUORO, A. B. O Olhar em construção: uma experiência de ensino e aprendizagem da arte na escola. SP: Cortez, 2000. FREIRE, Madalena. A paixão de Conhecer o Mundo. São Paulo: Paz e Terra, 1983. FUSARI, M. F R. E FERRAZ, M. H. Metodologia do ensino de arte. SP: Cortez, 2000. FUSARI, M. F. R; FERRAZ, M.H C. Arte na Educação Escolar. SP: Cortez, 1993. GOBRICH E.H. A história da Arte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993. HAIDT, R. C.C. Curso de Didática Geral. SP: Ática, 2003. ZABALA, A. A Prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: Art Méd, 2000. Unidade 01. Os Conceitos: ensinar e aprender. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Nesta unidade trabalharemos o conceito de ensinar e aprender e como se desenvolve essa relação no processo educativo. ESTUDANDO E REFLETINDO Antes de tratarmos das especificidades do ensino de história e das múltiplas referências que orientam o processo escolar, convém lembrarmos alguns conceitos fundamentais para o trabalho dos educadores. Ensino e aprendizagem é o processo pelo qual nos apropriamos ativamente do conteúdo da experiência humana, daquilo que o nosso grupo social conhece. David Ausubel (2002) analisa a perspectiva da aprendizagem significativa e infere que ela é um elemento que provém da comunicação com o mundo e se acumula sob a forma de uma riqueza de conteúdos cognitivos. É um processo de organização das informações e de integração do material à estrutura cognitiva, e pode ser diferenciada em aprendizagem mecânica (sem associações às estruturas cognitivas) e aprendizagem significativa (relação com conceitos disponíveis na estrutura cognitiva). Outra definição de aprendizagem: A aprendizagem é a apropriação do mundo, através do qual o sujeito adquire capacidades especializadas para pensar sobre várias coisas, pressupondo uma natureza social específica e um processo através do qual reelabora o saber existente através de um conhecimento imaginativo-criativo que construirá com o auxílio de mediadores, quer sejam instrumentais (materiais, informática, etc...) ou interpessoais, quer sejam do grupo de iguais e pessoas próximas, dentre estas os professores. Considerando a constituição de uma comunidade linguística, professores e alunos alternam-se nos papéis de ensinar e aprender, construindo coletivamente o conhecimento. Deste modo, aprendizagens significativas aceleram o desenvolvimento do ser humano, o que desafia a escola à avaliação do nível qualitativo das atividades que promove (MACIEL, 1995). MACIEL, A. M. R. O professor- cidadão em (trans) formação no exercício da docência. Um modelo conceitual unificador. Dissertação de Mestrado. Santa Maria, UFSM, 1995. É possível, então, concluir que o ensino e a aprendizagem serão resultados de relações sociais favoráveis ao processo de internalização e apropriação do conhecimento. O ensino, na medida em que promove relações interpessoais, desempenha o papel de indutor e facilitador da transição dos processos interpsicológicos para os processos intrapsicológicos. Isso significa que a aprendizagem significativa será possível quando for constituída de sentido pelo próprio indivíduo. Dada a essa natureza do processo de aprendizagem, um projeto educativo precisa considerar em suas bases estruturantes a aprendizagem e ensino como processos dinamizadores do devir, promovendo novas formas históricas de atividade e superando a educação como transmissão e reprodução dopassado no presente. Neste cenário de reinterpretação dos processos de aprendizagem e de ensino, a grande tarefa da escola contemporânea não consiste em ensinar fatos conhecidos aos seus alunos, mas ensiná-los a orientarem-se independentemente, através da informação científica ou de qualquer outra. Isto significa que a instituição escolar precisa ensinar seus alunos a pensarem, ou seja, promover condições efetivas para que se potencializem na escola os fundamentos do pensamento contemporâneo. De acordo com Fonseca (2007) ensinar e aprender História constitui um processo construtivo, dinâmico, aberto e reflexivo, o que exige do professor reflexão sobre a sua prática pedagógica e uma consciência de que ele é o mediador nesse processo de produção do conhecimento. Segundo Pimenta (2001), é necessário que as ações dos professores superem a visão dicotomizada entre o ensinar e o aprender, pois para que uma aprendizagem significativa ocorra é importante analisar a perspectiva da indissociabilidade entre esses dois conceitos. Isso significa que não haverá ensino quando não for possível constatar que ocorreu a aprendizagem. Essa autora nomina esse processo de ensinagem. Para Ela: Na história da didática houve época em que a importância do ensinar predominou sobre o aprender. Nessa perspectiva, a ênfase nos métodos, nos recursos e no professor como figura central do processo constituiu a base do conhecimento didático. Assim foi a didática Comeniana, que se pretendeu uma arte de ensinar tudo a todos, a didática Hebartiana, com a precisão dos passos formais definindo uma prescrição metodológica e, em tempos mais recentes, a crença no poder das tecnologias e das mídias como formas mais eficazes para a transmissão das informações (Pimenta, 2001, p. 93). Com base nos postulados de Pimenta, podemos inferir, então, que na sociedade contemporânea o trabalho do professor deverá ser sustentado por concepção teórica que não deixe espaços para o entendimento de ensino fracionado e desvinculado da realidade social. Sob pena de a escola produzir ensino incompatível com as demandas sociais. BUSCANDO CONHECIMENTO A pesquisadora Lana Mara de Castro Siman, no artigo intitulado “Representações e memórias sociais compartilhadas: desafios para os processos de ensino e aprendizagem da história” discorrem sobre a pesquisa realizada com crianças, numa sala de aula de história para crianças de 9 a 11 anos. Segundo essa autora: [...] Numa perspectiva construtivista da aprendizagem, considera-se que os denominados conhecimentos prévios desempenham um papel fundamental nos processos de aprendizagem (Aisenberg, 1994; Carretero, 1997;). Ou seja, na relação sujeito/objeto inerente a todo ato de conhecer, o quadro conceitual ou o marco assimilador do sujeito desempenha um papel fundamental na seleção, organização e na construção de sentidos das informações com as quais o sujeito entra em interação. Assim, as chamadas ideias prévias são de grande importância para determinar o que é aprendido e como é aprendido. Em história e em ciências sociais, em geral, entende-se por conhecimentos prévios um conjunto de ideias e modos de pensar ou raciocinar socialmente construídos. Aisenberg (1994, p. 141), ao referir-se aos conhecimentos infantis sobre o mundo social, diz: “el marco assimilador para significar los contenidos del área de estúdios sociales está constituido por un conjunto de teorías e nociones sobre el mundo social, que los niños construyeron en su propria historia de interacciones sociales”. Reveste-se, assim, de grande importância investigar em que medida esses conhecimentos prévios ou representações sociais influenciam na construção de novas aprendizagens e identidades. E, ainda, qual a influência que a educação histórica pode ter nesse processo? Argumentamos a favor da ideia de que a teoria das representações sociais, originária da tradição da psicologia social, mostra-se de grande utilidade para estudos a respeito dos conhecimentos prévios que os alunos possuem a respeito de temas relativos à história, auxiliando-nos na redefinição de nossas práticas pedagógicas. Para Jodelet (1998, p. 36), de quem tomamos o conceito de representações, essas são “uma forma de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, tendo uma visão prática e concorrendo para a construção de uma realidade comum a um conjunto social”. Desse ponto de vista, essa forma de conhecimento adquirido por meio dos processos sociais não é somente um produto de características inerentes à mente humana; também não é um simples reflexo de influências do meio ambiente. O conhecimento apresenta-se como uma construção, onde interagem o sujeito psíquico e o mundo exterior. Assim, as crianças e adolescentes não estão sujeitos a, simplesmente, absorver e refletir o conhecimento do mundo adulto, tal como um “espelho”. Entre o ato de internalizar as concepções e expô-las, há um processo onde os objetos são rearticulados, onde age a individualidade de cada um. Ao interagirem de diversas maneiras com o mundo social os sujeitos procuram encontrar e desenvolver uma identidade, incorporando e recriando objetos e símbolos, articulando, por meio das representações sociais, sua vida à realidade social. Ou seja, as representações depois de constituídas realizam um trabalho de mediação entre o indivíduo e a sociedade. Portanto, o sujeito constrói representações individuais que não são simples reflexo das representações sociais, mas fruto de processos de construção e reconstrução de símbolos socializados e internalizados. Como assinala Jovchelovitch (2000, p. 75), “A emergência de um eu em oposição ao mundo externo ocorre em relação estreita (ou ainda, como pré- condição) com as transformações mentais que permitem a representação das coisas e, portanto, o desenvolvimento do pensamento simbólico e da linguagem”. As representações surgem, assim, como a capacidade de dar às coisas uma “nova forma” por meio da atividade psíquica. Esta envolve uma mediação entre o sujeito e o objeto-mundo. Como o sujeito se insere numa comunidade concreta e simbólica, este não está condenado a simplesmente reproduzir esta realidade. Ao indivíduo cabe a tarefa de “elaborar a permanente tensão entre um mundo que já se encontra constituído e seus próprios esforços para ser um sujeito”.5 Nesse sentido, podemos dizer que o processo de construção da identidade se desenrola na relação entre o sujeito e o social, mediado pelas representações sociais. Ou seja, ao mesmo tempo em que este sujeito recria a realidade social e suas representações ele é também modificado em sua própria relação com o mundo. Dessa forma, os objetos presentes no meio social aparecem sob a forma de representação, recriados pelos sujeitos. Além disso, as representações sociais poderiam estar vinculadas tanto à circulação que ocorre entre os grupos sociais existentes, passando de um grupo social a outro, quanto às transformações sucessivas pelas quais essas passam durante os diferentes momentos que vivem os alunos em sua infância e adolescência. Deve- se, ainda, ressaltar o que se tem denominado de núcleo central das representações sociais. Para Abric (1994) e seus colaboradores, a estrutura das representações sociais se apresentaria hierarquizada, organizada em torno de um cerne mais estável e resistente, o seu núcleo central. Este núcleo, segundo Abric (op. cit) é “(...) constituído de um ou mais elementos que dão à representação o seu significado (...)”, estando no seu centro às normas, atitudes e estereótipos. Ainda, como nos lembrará de Seid, a ideia de núcleo central se relaciona com a de núcleo figurativo, resultado da objetivação discutida por Moscovici (1978), que é uma estrutura imagética e tem as características de pregnância, autonomia e estabilidade, entre outras. Esta perspectiva permitirá o estabelecimento de relações entre representações sociais e memória coletiva (Seid,1996). Tal como expressa Abric (1994, p. 32-33), O núcleo central é fortemente marcado pela memória coletiva do grupo e pelo sistema de normas ao qual este se refere. Ele constitui, portanto, a base comum, coletivamente partilhada das representações sociais. É por ele que se define a homogeneidade de um grupo social. Ele é estável, coerente, resistente à mudança, assegurando assim a uma segunda função, a da continuidade e da permanência da representação. Enfim, ele é de certa maneira relativamente independente do contexto social e material imediato no qual a representação é posta em evidência. Por meio do equipamento conceitual e metodológico da teoria das representações sociais, podemos tanto empreender estudos que identificam algumas representações sociais que estruturam o mundo coletivo, no qual as crianças se desenvolvem como verificar a existência ou não de um núcleo duro e, portanto, mais resistente a mudanças. De igual forma podemos identificar as representações sociais que podem se constituir em ancoragens (Farr & Moscovici, 1984, p. 30) 6 facilitadoras de novas aprendizagens. Como nos adverte Duveen (2000), esse aspecto é pouco explorado tanto pela perspectiva epistemológica a respeito da construção do conhecimento proposta por Piaget, quanto pela perspectiva de uma psicologia cognitiva social de Vygostky. Adverte-nos Duveen que se a teoria de Vygostky concebe a criança como “sujeito cultural”, nessa concepção a cultura é reduzida a um conjunto de signos que funcionam como instrumento cognitivo, excluindo, no entanto, “aquele sentido em que signos também expressam os valores de grupos sociais particulares” (Duveen, op. cit). Recomendamos a leitura deste artigo na íntegra. Para isso, acesse o endereço eletrônico http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v25n67/a07v2567.pdf. Unidade 02. Dimensões presentes na construção das aprendizagens escolares CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Conhecer os territórios que o professor precisa mobilizar para que sejam possíveis as condições e mediações para a efetivação da aprendizagem ESTUDANDO E REFLETINDO Para construir esse conceito tão fundamental para o trabalho do professor, é preciso que nos debrucemos sobre a análise das complexas dimensões presentes na construção das aprendizagens escolares. Isso vai exigir do professor reflexão sobre as transformações que ocorrem na sociedade e que implicam diretamente na escola, bem como domínio de conceitos no campo da produção do conhecimento. Observem atentamente o esquema a seguir: [...] são as relações humanas que formam a essência do objeto de conhecimento, pois este só existe por meio de seu uso social. Portanto, é a partir de um intenso processo de interação com o meio social e da mediação feita pelo outro que se dá a apropriação dos objetos culturais e o objeto de conhecimento ganha significado e sentido. (JACINTO; HOBOLD. P. 286, 2012) Fonte: file:///C:/Users/win/Downloads/3358‐ 9219‐2‐PB.pdf Notamos que o ensino ocorre somente na área de intersecção entre três grandes esferas de competências necessárias para o trabalho do professor: relações, conhecimento e projetos. Façamos uma breve incursão por estes conceitos: Relações: O bom professor deverá ter profundo conhecimento sobre a complexidade da teia de relações que se estabelecem no ambiente escolar e que também são definidoras de um eficiente processo de ensino. Para Tardif (2005, p. 49), “ensinar é agir na classe e na escola em função da aprendizagem e da socialização dos alunos, atuando sobre sua capacidade de aprender, Projetos Relações Conhecimento EN SI N O Epistemologia ou teoria do conhecimento é a crítica, estudo ou tratado do conhecimento da ciência, ou ainda, o estudo filosófico da origem, natureza e limites do conhecimento. Pode-se remeter a origem da "epistemologia" a Platão ao tratar o conhecimento como "crença verdadeira e justificada". O desafio da "epistemologia" é responder "o que é" e "como" alcançamos o conhecimento? Diante dessas questões da epistemologia surgem duas posições: Empirista: que diz que o conhecimento deve ser baseado na experiência, ou seja, no que for apreendido pelos sentidos. Como defensores desta posição temos Locke, Berkeley e Hume; e Racionalista: que prega que as fontes do conhecimento se encontram na razão, e não na experiência. Como defensores desta posição temos Leibniz e Descartes. A expressão "epistemologia" deriva das palavras gregas "episteme", que significa "ciência", e "Logia" que significa "estudo", podendo ser definida em sua etimologia como "o estudo da ciência" Fonte: http://www.euniverso.com.br/Oque/epistemologia.htm para educá-los e instruí-los com a ajuda de programas, métodos, livros, exercícios, normas etc”. Corroborando com a ideia da importância das relações no processo de aprendizagem, esse mesmo autor infere que: [...] a experiência vista como um processo de aprendizagem espontânea que permite ao trabalhador adquirir certezas quanto ao modo de controlar fatos e situações do trabalho que se repetem. [...] Mas também se pode compreender a experiência, não como um processo fundado na repetição de situações e sobre o controle progressivo dos fatos, mas sobre a intensidade e a significação de uma situação vivida por um indivíduo (TARDIF, 2005, p. 51). Para isso é muito importante, no seu processo de formação, se valer dos conceitos apreendidos em outras disciplinas como Sociologia da Educação e Psicologia da Educação. Conhecimento: Outra dimensão fundamental para o trabalho do educador é se apropriar dos conceitos no campo da episteme e entender o conhecimento como a capacidade que o indivíduo possui de assimilar, refletir e perceber o que acontece a sua volta. As diversas teorias do conhecimento defendem que a sua produção pode acontecer de diversas formas. Seja pela assimilação e reflexão do que foi apresentado ao indivíduo, ou pela sua própria percepção. O importante é que o professor tenha consciência que o conhecer é algo ao qual o ser humano está exposto. Cotidianamente conhecemos e reconhecemos diversos elementos. Estamos conhecendo a cada minuto que passa e os fenômenos também ocorrem com a mesma intensidade. Assim, cada momento vivido no ambiente escolar, será uma oportunidade para a produção do conhecimento. A escola e o professor devem proporcionar situações para que os saberes a serem ensinados sejam apreendidos pelos alunos e somem-se ao seu conhecimento prévio. Projetos: O trabalho com projetos tem se revelado um potencializador de processos significativos de ensino nos ambientes escolares. Segundo Martins (2006), de uma maneira geral, um projeto se caracteriza por duas premissas básicas: 1) Trabalho intencional e 2) Realização de uma produção. O seu desenvolvimento é marcado por três grandes etapas: 1) Identificação e formulação do problema; 2) Construção – desenvolvimento (atividades, aulas...) e 3) Apresentação dos resultados (avaliação). BUSCANDO CONHECIMENTO Leia no excerto abaixo como Amelia Hamze analisa a importância do trabalho com projetos escolares. Esse será o objeto de estudo da próxima unidade. [...] Em um projeto de trabalho os próprios educandos começam a participar do processo de criação, procurando respostas e buscando soluções. Nesse processo a etapa mais importante é o levantamento de dúvidas e a definição dos objetivos da aprendizagem. Na organização do currículo por projetos de trabalho há a busca de respostas adequadas e soluções acertadas, facilitando assim a tomada de decisões, que ocorre no delineamento do processo. Devemos definir primeiramente os problemas, para só depois escolher as disciplinas mais adequadas para se trabalhar e encontrar soluções. Trabalha-se através de conteúdos pré-definidos.De acordo com Fernando Hernández, há muitas maneiras de garantir a aprendizagem, e trabalhar com projeto é apenas uma das opções. “É bom e é necessário que os estudantes tenham aulas expositivas, participem de seminários, trabalhem em grupos e individualmente, ou seja, estudem em diferentes situações”, explica Hernández. Todo projeto precisa estar relacionado aos objetivos e conteúdos para não perder o sentido do que se quer alcançar. É necessário estabelecer limites e metas para a culminância do trabalho. Os projetos de trabalho aproximam a escola do aluno e se associam muito à pesquisa sobre o interesse do educando, à curiosidade e investigação dos fatos atuais. Há necessidade de que os docentes discutam a proposta de trabalho, enfatizando suas dúvidas, enaltecendo suas ideias e sugestões, para que dessa maneira, todos se envolvam no processo. O professor nunca estará sozinho, pois o projeto de trabalho é coletivo e se fundamenta em pesquisa. Tudo que se ensina através de um projeto, começa de um problema inicial. “Nem tudo pode ser ensinado mediante projetos, mas tudo pode ser ensinado como um projeto”. [...] Disponível em http://educador.brasilescola.com/gestao-educacional/fernando-hernandez.htm Unidade 03. A organização do currículo por projetos de trabalho CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Conhecer as etapas de um projeto de trabalho. Identificar na metodologia de projetos possibilidades efetivas para o ensino de História ESTUDANDO E REFLETINDO Ainda esse autor anuncia como etapas fundamentais para a realização de um projeto: Tema; Problemas (o que vão estudar); Justificativas (porque vão estudar); Objetivos (para quê); Metodologia de desenvolvimento (como); Cronograma (quando); Fontes (onde investigar); Recursos humanos (o que é necessário); Bibliografia (onde investigar); Avaliação (o que aprendemos). A prática de ensino por meio de projetos poderá possibilitar ao professor um diálogo permanente com diferentes saberes, a superação do reprodutivismo e uma proposição investigativa que promoverá a atitude reflexiva e questionadora. Nessa prática o aluno assume papel de protagonista, produtor, discute, participa e assim o professor estará proporcionando uma situação de ensino- aprendizagem sem dissociação entre um ou outro. O professor, por sua vez, investiga, aprende, orienta e sistematiza; estimula um ambiente de motivação e mobilização além de oferecer uma ambientação favorável para o trabalho sistematizado. O trabalho com projetos é uma possibilidade real e que é possível ser utilizada em todas as situações de aprendizagem. No entanto, é importante salientar que para a adoção dessa prática será necessário que o professor rompa com a concepção de “grade curricular” inflexível e estática, que durante muito tempo predominou e, em certa medida, ainda prevalece nos ambientes escolares. A ação docente, por meio de projetos de trabalho, exigirá uma concepção de currículo que contextualize, mobilize e articule a dimensão histórica da produção do conhecimento. A esse respeito, Santos (2008, p. 26) pondera sobre A ideia de um currículo em permanente elaboração, que necessita ser renegociado e reconceitualizado em conformidade com as interferências sociais e culturais às quais está submetido, nos conduzem à compreensão de que a composição curricular é resultado de conflitos sociais. Nessa perspectiva, é necessário trabalhar com a ideia de reconstrução do conhecimento do currículo, de se estabelecer uma diferenciação entre currículo escrito e currículo resultado da prática realizada e mediada pelas ações dos alunos e dos professores em sala de aula. O reconhecimento dessa diferenciação entre elaboração e prática curricular também não pode ser reduzida à perspectiva de que a dicotomização entre elas é inevitável e inconciliável. O desafio dos especialistas constitui-se exatamente em encontrar as mediações possíveis e necessárias para materializar o que se concebe e planeja como ação educativa. Disponível em http://revistaunar.com.br/cientifica/documentos/vol2_n2_2008/3_organi zacao_curricular.pdf Com base nesse postulado podemos inferir que o trabalho com projetos se apresenta como alternativa para as “mediações possíveis e necessárias” mencionadas por Santos. BUSCANDO CONHECIMENTO Na obra A organização do currículo por projetos de trabalho, Hérnandez e Ventura (1998. Págs. 68/72) indicam que, embora o trabalho com projetos tenham grande potencial para a promoção de um ensino reflexivo e contextualizado, que projeta os alunos da condição de expectadores para o lugar de protagonistas da produção do conhecimento, essa prática pode ser utilizada, em algumas situações, como mera reprodução de procedimentos. Leia abaixo como esses autores definem as diferentes percepções dos professores: (...) No entanto, essa forma de intervenção que se sintetiza na figura anterior não é homogênea entre o professorado. Produzem-se variações e diferenças. Isso foi constatado na avaliação externa sobre a inovação a qual já nos referimos. Segundo essas fontes se estabelecessem de maneira paralela e extrema as formas mais relevantes da atuação dos docentes, em diferentes situações de ensino e aprendizagem que formas observadas em sala de aula durante a realização dos projetos, poderiam encontrar uma série de diferenças. Essas são reflexos de como o professorado, apesar de incorporar critérios alternativos como organizadores de sua prática, têm dificuldades para adaptá-los a situações reais, outorgando aos projetos interpretações distintas. As razões dessas diferenças, numa coletividade que, em boa parte, compartilhou a mesma informação e passou por um processo de formação similar, podem ser múltiplas. Em nosso caso concreto, poderiam ser destacadas as seguintes: 1. A consciência de ser especialista numa área ou matéria, que leva a seguir uma ordem única na apresentação do projeto, sem levar em conta a diversidade de desenvolvimentos que pode adotar. 2. A necessidade de preparar o aluno para as exigências do Ensino Médio, que leva alguns professores a antecipar o tipo de docência que, supostamente, se encontrará mais tarde (...). 3. A dificuldade que implica refletir criticamente sobre os fundamentos da própria prática quando se está satisfeito com o modo de como se está realizando. Essas posições encontradas não devem ser contempladas de maneira radical, e sim são orientadoras das diferentes posturas existentes; trata-se simplesmente de reconhecer que uma determinada concepção de ensino implica um tipo de atitude profissional, atitude que o paralelismo a seguir pode ajudar a esclarecer. Portanto, podemos encontrar uma turma que utilize os projetos para tentar favorecer uma construção dos conhecimentos de maneira significativamente favorecedora da autonomia na aprendizagem. Mas também podemos encontrar turmas onde os projetos sejam simplesmente uma nova organização externa, um nome nove com o qual se denomine uma atitude profissional rotineira diante das relações de ensino e aprendizagem. Partindo da perspectiva geral de toda escola, os projetos geram um alto grau de autoconsciência e de significados nos alunos com respeito à sua própria aprendizagem, ainda que, num determinado período ou série. Possam estar desenvolvendo Projetos de uma forma menos intensa. Essa variedade, como dissemos, é um elemento de contraste e dinamiza a discussão psicopedagógica no centro, ainda que, em algumas ocasiões, também sirva de freio ou de forma de pressão de alguns docentes sobre outros. Unidade 4- Pressupostos Iniciais CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Compreender a importância de um planejamento de ensino. Nesta unidade, vamos falar sobre a importância do planejamento anual, destacando a importância do ensino das artes, baseadona Proposta Triangular, trazida para o Brasil pela educadora Ana Mae Barbosa. ESTUDANDO E REFLETINDO Antes de iniciar qualquer trabalho educacional é importante sabermos onde estamos e onde queremos chegar, depois disso, cabe ao professor definir qual será o melhor caminho a ser percorrido. É importante ficar claro que o melhor caminho não significa o caminho mais fácil, mas sim, aquele que mais contribuirá para a aprendizagem. Assim sendo, o primeiro passo do educador deve ser conhecer o planejamento da escola, desde a primeira até a última série. Muitas vezes, cometemos o erro de nos informar, somente, sobre as séries nas quais iremos trabalhar. Dessa forma, nunca se esqueça de que, para saber chegar a algum lugar, mesmo que eu saiba o melhor caminho, preciso saber onde estou. Algumas escolas permitem que os próprios professores montem seu planejamento anual, desde que, dentro dos padrões pré-determinados pelas Leis de Diretrizes e Bases –LDB. Essa forma de trabalho é muito boa, pois nos permite pesquisar e escolher caminhos, mas lembre-se de que, se professores trabalham em séries diferentes é fundamental que o planejamento seja feito em conjunto. A estudiosa Ana Mae Barbosa, uma das mais importantes no cenário do ensino das artes no Brasil, criou a “Proposta Triangular do Ensino da Arte”, considerando o fazer artístico, a apreciação e a contextualização das obras. Segundo ela, só dessa forma formaremos um público culturalmente capaz de compreender os reais valores artísticos, principalmente, quando falamos de artes plásticas; afinal quantas vezes levamos os alunos aos museus e saímos com a sensação de quem ninguém entendeu o valor das obras? Quantas vezes, em exposições de arte moderna, até professores de arte sentem-se na obrigação de apreciar, no entanto, também não reconhecem o valor? Como explicar para um aluno a obra de artistas como Marcel Duchamp de uma forma por meio da qual eles realmente entendam sua importância artística? É fundamental que o estudo das artes esteja muito além da simples criatividade e imaginação, aliás, essas formas de expressão devem estar presentes em todas as coisas que um indivíduo aprende, afinal não são a ciência e a matemática também muito criativas? BUSCANDO O CONHECIMENTO Para completarmos essa primeira unidade, é fundamental que todos tenham conhecimento do que dizem os PCNs, sobre o ensino das artes. Dessa maneira, antes de seguimos, faça a leitura do seguinte link: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf. Vale ressaltar que a leitura e conhecimento aprofundado dos PCNs são indispensáveis a qualquer docente, independente da área na qual atua. Leia o trecho a seguir – a apresentação da Arte para o Ensino Fundamental (PCNs), dizendo sobre o desenvolvimento do pensamento artístico que acontece por meio da vivência sensível e da reflexão sobre a produção artística ao longo da história. “A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação”. Aprender arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. Envolve, também, conhecer, apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas. O documento de Arte expõe uma compreensão do significado da arte na educação, explicitando conteúdos, objetivos e especificidades, tanto no que se refere ao ensino e à aprendizagem, quanto no que se refere à arte como manifestação humana.” Os Parâmetros Curriculares para Arte estrutura-se em duas partes: No primeiro momento temos o histórico da área do Ensino Fundamental, vinculando-se com o ensino da arte no Brasil, desse modo o professor poder conhecer a Arte de modo contextualizado, fazendo conexões com os momentos históricos, além de tomar conhecimento a respeito dos conceitos do mundo a Arte. O segundo momento busca discorrer sobre a Arte no Ensino Fundamental, sinalizando para as expressões e as linguagens visuais, a saber: Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. É possível encontrar nesse momento a abordagem relativa ao ensino e a aprendizagem no campo das artes para as quatro primeiras séries, indicando-se os objetivos, os conteúdos, os critérios de avaliação, as orientações didáticas e a bibliografia. Os dois momentos estão organizados de modo a sistematizar o ensino e a organização didática do ensino da Arte, fornecendo fundamentos para que os professores possam trabalhar com segurança e competência em qualquer proposta curricular. Esse material torna-se um referencial importante para o professor e a escola no que se refere à organização de sistematização das vivências artísticas e da produção do conhecimento na área de arte. Unidade 5- As Quatro Linguagens Fundamentais e a Formação Docente CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Trabalhar todas as modalidades artísticas. É importante ressaltarmos que um planejamento bem elaborado deve abordar as quatro principais modalidades artísticas: artes visuais, dança, música e teatro. ESTUDANDO E REFLETINDO “Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão” Paulo Freire Os PCNs são claros em relação à importância do estudo das quatro principais modalidades artísticas: dança, música, teatro e artes plásticas. Conforme se depreende no livro 6, pg. 38: No transcorrer do ensino fundamental, o aluno poderá desenvolver sua competência estética e artística nas diversas modalidades da área de Arte (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), tanto para produzir trabalhos pessoais e grupais quanto para que possa, progressivamente, apreciar, desfrutar, valorizar e julgar os bens artísticos de distintos povos e culturas produzidos ao longo da história e na contemporaneidade. Nesse sentido, o ensino de Arte deverá organizar-se de modo que, ao final do ensino fundamental, os alunos sejam capazes de: • Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas; • Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), experimentando-os e conhecendo-os de modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais; • Edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções; • Compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas, conhecendo respeitando e podendo observar as produções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo natural, identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos; • Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e curiosidade, exercitando a discussão, indagando, argumentando e apreciando arte de modo sensível; • Compreender e saber identificar aspectos da função e dos resultados do trabalho do artista, reconhecendo, em sua própria experiência de aprendiz, aspectos do processo percorrido pelo artista; • Buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, documentos, acervos nos espaços da escola e fora dela (livros, revistas, jornais, ilustrações, diapositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos (museus, galerias, centros de cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas, cinematecas), reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentesna história das diferentes culturas e etnias... BUSCANDO O CONHECIMENTO As Universidades Brasileiras que possuem curso de Artes, normalmente, habilitam o profissional em uma só modalidade; outras possuem cursos específicos como os de música e dança. Algumas escolas particulares possuem aulas específicas de música, teatro ou até mesmo dança como parte do currículo oficial. No entanto, a realidade é que as escolas públicas (em sua maioria) possuem em sua grade apenas uma matéria: Arte, com duas ou apenas uma aula semanal, e para isso, um único professor, e agora? A RESOLUÇÃO Nº 1, DE 16 DE JANEIRO DE 2009 aprova as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Artes Visuais. “Art. 1º O curso de graduação em Artes Visuais observará as Diretrizes Curriculares Nacionais contidas nesta Resolução e no Parecer CNE/CES nº 280/2007. Art. 2º A organização do curso de que trata esta Resolução e o Parecer indicado no artigo precedente se expressa através de seu projeto pedagógico, abrangendo o perfil do formando, as competências e habilidades, os componentes curriculares, o trabalho de curso, o projeto de iniciação científica, o estágio curricular supervisionado, as atividades complementares, o sistema de avaliação, além do regime acadêmico de oferta e de outros aspectos relevantes. Parágrafo único. O projeto pedagógico do curso, além da clara concepção do curso de graduação em Artes Visuais, com suas peculiaridades, sua matriz curricular e sua operacionalização, abrangerá, sem prejuízo de outros, os seguintes elementos estruturais: I - objetivos gerais do curso, contextualizados em relação às suas inserções institucional, política, geográfica e social; II - condições objetivas de oferta e a vocação do curso; III - cargas horárias das atividades formativas e da integralização do curso; IV - formas de realização da interdisciplinaridade; V - modos de integração entre teoria e prática; VI - formas de avaliação do ensino e da aprendizagem; VII - modos de integração entre graduação e pós-graduação, quando houver; VIII - incentivo à iniciação à pesquisa artística, científica e tecnológica, como necessária complementação à atividade de ensino; IX - concepção e composição das atividades de estágio curricular supervisionado, suas diferentes formas e condições de realização, observado o respectivo regulamento; X - concepção e composição das atividades complementares. Art. 3º O curso de graduação em Artes Visuais deve ensejar, como perfil do formando, capacitação para a produção, a pesquisa, a crítica e o ensino das Artes Visuais, visando ao desenvolvimento da percepção, da reflexão e do potencial criativo, dentro da especificidade do pensamento visual, de modo a privilegiar a apropriação do pensamento reflexivo, da sensibilidade artística, da utilização de técnicas e procedimentos tradicionais e experimentais e da sensibilidade estética através do conhecimento de estilos, tendências, obras e outras criações visuais, revelando habilidades e aptidões indispensáveis à atuação profissional na sociedade, nas dimensões artísticas, culturais, sociais, científicas e tecnológicas, inerentes à área das Artes Visuais”. É claro que cada indivíduo (especialmente os artistas) possui habilidades natas e, normalmente, são nessas que procuramos nos aprofundar. Cabe ao artista que se torna professor ao menos um conhecimento amplo de todas as práticas, afinal, mesmo não possuindo habilidade, um bom referencial teórico, aliado a atividades práticas não é suficiente, mas é, ao menos, fundamental para um trabalho. Cientes das condições de trabalho e diante de um planejamento que presa pelas quatro modalidades o que precisamos é encarar a realidade e colocar as mãos na massa, se não compreendo o teatro é nele que vou trabalhar, pesquisar e construir meu conhecimento juntamente com meus alunos. Se não entendo a música é nela que vou ampliar meus conhecimentos, aprendendo um instrumento musical, participando de um coral, assistindo concertos, enfim o que me falta é do que preciso, sei que muitos de vocês podem estar pensando “impossível”, para esses eu gostaria de dizer “bem vindos à realidade o professor de artes é artista até quando tenta ser professor” Unidade 6- Ensinando Artes Plásticas CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Conhecer o conteúdo ideal para se trabalhar com Artes Plásticas. ESTUDANDO E REFLETINDO Agora que já compreendemos a necessidade do estudo das quatro modalidades artísticas e estamos sabendo da importância da Proposta Triangular do Ensino das Artes, vamos trabalhar individualmente cada uma delas. Iniciaremos pelas artes plásticas, pois elas, com certeza, são as mais negligenciadas, quando falamos em sua metodologia de ensino, pois ainda possuem resquícios das antigas aulas de educação artística, em que estudos técnicos de ângulos e práticas de artesanato estavam incorporados ao seu conteúdo. Os blocos de conteúdos de Artes Visuais para o ensino fundamental de 9 anos segundo o PCN são: 1 - Expressão e comunicação na prática dos alunos em artes visuais • As artes visuais no fazer dos alunos: desenho, pintura, colagem, escultura, gravura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, histórias em quadrinhos, produções informatizadas. • Criação e construção de formas plásticas e visuais em espaços diversos (bidimensional e tridimensional). • Observação e análise das formas que produz e do processo pessoal nas suas correlações com as produções dos colegas. • Consideração dos elementos básicos da linguagem visual em suas articulações nas imagens produzidas (relações entre ponto, linha, plano, cor, textura, forma, volume, luz, ritmo, movimento, equilíbrio). • Reconhecimento e utilização dos elementos da linguagem visual representando, expressando e comunicando por imagens: desenho, pintura, gravura, modelagem, escultura, colagem, construção, fotografia, cinema, vídeo, televisão, informática, eletrografia. • Contato e reconhecimento das propriedades expressivas e construtivas dos materiais, suportes, instrumentos, procedimentos e técnicas na produção de formas visuais. • Experimentação, utilização e pesquisa de materiais e técnicas artísticas (pincéis, lápis, giz de cera, papéis, tintas, argila, goivas) e outros meios (máquinas fotográficas, vídeos, aparelhos de computação e de reprografia). • Seleção e tomada de decisões com relação a materiais, técnicas, instrumentos na construção das formas visuais. 2 - As artes visuais como objeto de apreciação significativa • Convivência com produções visuais (originais e reproduzidas) e suas concepções estéticas nas diferentes culturas (regional, nacional e internacional). • Identificação dos significados expressivos e comunicativos das formas visuais. • Contato sensível, reconhecimento e análise de formas visuais presentes na natureza e nas diversas culturas. • Reconhecimento e experimentação de leitura dos elementos básicos da linguagem visual, em suas articulações nas imagens apresentadas pelas diferentes culturas (relações entre ponto, linha, plano, cor, textura, forma, volume, luz, ritmo, movimento, equilíbrio). • Contato sensível, reconhecimento, observação e experimentação de leitura das formas visuais em diversos meios de comunicação da imagem: fotografia, cartaz, televisão, vídeo, histórias em quadrinhos, telas de computador, publicações, publicidade, desenho industrial, desenho animado. • Identificação e reconhecimento de algumas técnicas e procedimentos artísticos presentes nas obras visuais. • Fala, escrita e outros registros (gráfico, audiográfico, pictórico, sonoro, dramático, videográfico) sobre as questões trabalhadas na apreciação de imagens. 3 - As artes visuais como produto cultural e histórico• Observação, estudo e compreensão de diferentes obras de artes visuais, artistas e movimentos artísticos produzidos em diversas culturas (regional, nacional e internacional) e em diferentes tempos da história. • Reconhecimento da importância das artes visuais na sociedade e na vida dos indivíduos. • Identificação de produtores em artes visuais como agentes sociais de diferentes épocas e culturas: aspectos das vidas e alguns produtos artísticos. • Pesquisa e frequência junto das fontes vivas (artistas) e obras para reconhecimento e reflexão sobre a arte presente no entorno. • Contato frequente, leitura e discussão de textos simples, imagens e informações orais sobre artistas, suas biografias e suas produções. • Reconhecimento e valorização social da organização de sistemas para documentação, preservação e divulgação de bens culturais. • Frequência e utilização das fontes de informação e comunicação artística presentes nas culturas (museus, mostras, exposições, galerias, ateliês, oficinas). • Elaboração de registros pessoais para sistematização e assimilação das experiências com formas visuais, informantes, narradores e fontes de informação. BUSCANDO O CONHECIMENTO Agora que já conhecemos os principais itens a serem trabalhados, vamos ver como podemos utilizar isso de forma prática em sala de aula, afinal, a teoria é sempre clara, na prática, nem sempre. Nas aulas de artes, os alunos sempre partem de um pressuposto: desenhar; e só depois, pensam em outras práticas como pintura, escultura colagem etc. Quando analisamos desenhos livres passamos por diferentes momentos e percepções. É muito fácil analisarmos desenho de crianças de 2 a 6 anos. Alguns têm mais habilidades; outros não, mas a evolução dos traços dependendo da idade é bem visível. Abaixo dois exemplos realizados com crianças de 3 e 4 anos. No primeiro exemplo, apresento desenhos de um violão e um bandolim. Essa “experiência” foi feita com alunos de 3, 4 e oito anos. Iniciei a atividade, levando os dois instrumentos para sala de aula, cantamos uma música sobre cada um, depois, deixei que experimentassem a sonoridade, o peso e atinei para as diferenças físicas de formato e número de cordas. Em seguida, pedi para que cada um fizesse um desenho, veja o resultado do desenho de uma criança de 3 anos na imagem 1: Imagem 1 Nas imagens 2 e 3, observamos os desenhos de crianças de 4 e de 8 anos, respectivamente. Perceba, na imagem 2, como o traço está mais definido e os objetos começam a aparecer. É uma grande mudança em apenas 1 ano, diferença que diminui, quando comparamos a imagem 2 com a imagem 3. Imagem 2 ( arquivo pessoal) Imagem 3 (arquivo pessoal) Isso acontece, porque a evolução, que é muito clara e rápida em crianças de até 6 ou 7 anos, tende a desaparecer, quando falamos em crianças a partir dos 8 ou 9 anos. Normalmente, um desenho feito por um aluno aos 8 anos será o idêntico a um desenho feito por esse mesmo aluno aos 12 anos ou até mesmo por essa pessoa quando estiver adulta! Unidade 7- Ampliando o universo sensível CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Conhecer o conteúdo ideal para se trabalhar com Artes Plásticas e ampliar o universo sensível do aluno, contextualizando os objetos de arte. ESTUDANDO E REFLETINDO Os alunos do curso de artes visuais devem desenvolver o conhecimento estético na dimensão perceptiva, de modo a aprender a apreciar significativamente o objeto de arte. Esse aspecto requer que o aluno considere a obra de arte dentro do seu contexto histórico-cultural, entendendo os momentos do coletivo e a expressividade individual do artista. A expressividade não pode ser tomada longe da expressividade de um coletivo, das relações sociais que interferem na sua vida e na representação poética do artista. O ensino de arte, portanto, deve ser ampliado nessa perspectiva, onde as técnicas da produção não são aprendidas pelos alunos por si só, mas compreendidas dentro de fundamentos filosóficos da arte, da história e das relações sociais. A expressividade artística é fruto de todos esses elementos, a saber: 1. As artes visuais como produto cultural e histórico; 2. As artes visuais como objeto de apreciação significativa; 3. Expressão e comunicação na prática dos alunos em artes visuais. BUCANDO CONHECIMENTO Muitas vezes, os alunos assumem hábitos ao desenhar que nunca mais abandonam. Se pensarmos, por exemplo, no desenho de uma casa, a maioria das nossas crianças, ou até mesmo adultos, desenham um padrão de casinha com chaminé. Diante disso me responda: Quantas casas brasileiras possuem chaminé de fogão a lenha como a desenhada por eles? Esse é o mau hábito do desenho, a cópia aprendida e nunca mais esquecida. Imagem 4- desenho feito por um aluno de 8 anos (arquivo pessoal) Para curar maus hábitos e criar o próprio traço, a melhor opção é o desenho de observação. Perceba, na imagem 5, um desenho feito por um aluno de 10 anos; a folha de papel sulfite A4 foi dobrada ao meio e ele foi convidado a desenhar árvore simples. O mau hábito do desenho também faz com que crianças brasileiras desenhem macieiras, muito raras no Brasil, quando o normal seria desenharem laranjeiras. Num segundo momento, o mesmo aluno escolheu uma árvore do pátio da escola, sentou-se com prancheta e papel e desenhou olhando para mesma, vejam a diferença e percebam a evolução. Imagem 5 ( arquivo pessoal) Essa atividade muito simples é bastante eficaz e deve ser realizada com alunos a partir dos 10 anos, é nessa fase que eles sabem desenhar e tem maturidade para evoluir. No entanto, não são estimulados a isso e o resultado dessa negligencia são adultos desenhando casinhas com chaminé. Unidade 8- Conhecendo os percursos do ensino da arte: o aluno e a experiência artística CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Conhecer os percursos para o ensino de artes visuais, o aluno e a sua expressividade. ESTUDANDO E REFLETINDO O ensino de artes visuais tem como importância redimensionar a condição do sujeito enquanto sujeito crítico da sua produção artística e para isso deverá proporcionar vivências na expressividade artística de modo que possa alcançar não somente as técnicas procedimentais, mas, fundamentalmente, situar-se no mundo de modo sensível e crítico, fazendo da sua produção um acontecimento importante que o constituiu enquanto sujeito individual e coletivo. Para isso faz necessário compreender o objeto de arte dentro das expressividades e das linguagens, entendendo a materialidade das linguagens das artes visuais como ponto de partida para a sua produção e o seu reconhecimento no meio onde está. BUSCANDO CONHECIMENTO Na imagem 6, apresento uma colagem realizadas por um aluno de 9 anos. Num primeiro momento apresentei obras de Pablo Picasso, falei sobre sua importância histórica e da “revolução” causada pelas colagens cubistas. Num segundo momento convidei os alunos a colocarem em prática a técnica de Picasso. Esse é um modelo de trabalho que integra apreciação, contextualização e prática num mesmo conteúdo. Imagem 6 (arquivo pessoal ) Para concluirmos torna-se importante o domínio do assunto por parte do professor, permitindo que ele construa junto com os alunos a melhor maneira de aprendizagem. A teoria é fundamental para a contextualização, a prática nos liberta e nos permite criar, tornando nosso o objeto teórico significativo, depois disso o interesse pelo assunto torna a apreciação natural. Unidade 9- Ensinando a Dança CONHECENDO A PROPOSTADA UNIDADE Objetivos: Conhecer o conteúdo adequado para se trabalhar com a dança como prática educacional. A dança e a música são as primeiras manifestações artísticas que nos envolvem. Desde bebês, antes mesmo de andar, já somos atraídos involuntariamente pelos sons musicais e envolvidos por uma vontade nata de movimento, vontade essa que se não desenvolvida também deixa de fazer parte de nossa vida. Nessa Unidade, vamos aprender como utilizar a dança de forma pedagógica dentro da escola. ESTUDANDO E REFLETINDO Apesar de estar relacionada ao movimento físico e, dessa forma, diretamente ligada á educação física, o PCN admite a importância da dança como manifestação artística e nos pontua os principais itens a serem trabalhados, são eles: A Dança na Expressão e na Comunicação Humana • Reconhecimento dos diferentes tecidos que constituem o corpo (pele, músculos e ossos) e suas funções (proteção, movimento e estrutura). • Observação e análise das características corporais individuais: a forma, o volume e o peso. • Experimentação e pesquisa das diversas formas de locomoção, deslocamento e orientação no espaço (caminhos, direções e planos). • Experimentação na movimentação considerando as mudanças de velocidade, de tempo, de ritmo e o desenho do corpo no espaço. • Observação e experimentação das relações entre peso corporal e equilíbrio. • Reconhecimento dos apoios do corpo explorando-os nos planos (os próximos ao piso até a posição de pé). • Improvisação na dança, inventando, registrando e repetindo seqüências de movimentos criados. • Seleção dos gestos e movimentos observados em dança, imitando,recriando, mantendo suas características individuais. • Seleção e organização de movimentos para a criação de pequenas coreografias. • Reconhecimento e desenvolvimento da expressão em dança. A Dança Como Manifestação Coletiva • Reconhecimento e identificação das qualidades individuais de movimento, observando os outros alunos, aceitando a natureza e o desempenho motriz de cada um. • Improvisação e criação de seqüência de movimento com os outros alunos. • Reconhecimento e exploração de espaço em duplas ou outros tipos de formação em grupos. • Integração e comunicação com os outros por meio dos gestos e dos movimentos. • Criação de movimentos em duplas ou grupos opondo qualidades de movimentos (leve e pesado, rápido e lento, direto e sinuoso, alto e baixo). • Observação e reconhecimento dos movimentos dos corpos presentes no meio circundante, distinguindo as qualidades de movimento e as combinações das características individuais. BUSCANDO O CONHECIMENTO A dança é uma linguagem diferente. É forma divertida e eficaz de trabalharmos expressão corporal, concentração e desenvolvimento rítmico, obtendo uma consciência corporal absoluta. Através dela, adultos e crianças relacionam-se melhor com o corpo e com o espaço, conhecendo culturas próprias e de outros países. A dança assim como o desenho, tende a ser reprimida ao longo da vida escolar, sendo a principal causa, exatamente, a desmotivação e falta de uso. Um “jogo de empurra”, praticado entre professores de artes e de educação física deixa a dança na última posição das modalidades desenvolvidas pelas duas áreas. Dessa forma, a dança que está presente na vida das crianças, desde o nascimento, logo é deixada de lado. Um bom exemplo e confirmação do que digo, pode ser visto nas típicas quadrilhas de festas juninas. Trata-se de um dos poucos momentos, em que a dança na escola é vista como fundamental. Logo nas primeiras séries, aos 3 ou 4 anos, as crianças são convidadas a dançar e todas adoram participar. No entanto, ao longo da vida escolar, esse hábito vai sendo perdido, especialmente pelos meninos e, aos 10 anos, já é muito difícil encontrarmos pares para as meninas. Acredito ser importante ressaltar que a dança da quadrilha é feita de forma totalmente contrária ao bom hábito da educação, afinal ela tem como único objetivo uma apresentação numa festa típica, dessa forma ela não faz parte do cotidiano escolar e o aluno não tem o hábito nem o prazer de dançar vê-se colocado nessa situação de exposição, qual a primeira atitude dele? Esquivar-se. A dança deve fazer parte do dia-a-dia e deve ser utilizada em todas as suas formas, do Ballet de Repertório que o introduzirá também à música clássica, à Dança de Rua, ligada principalmente ao Hip Hop, de grande apreciação por parte dos jovens. Unidade 10- Vivências no ensino da dança CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Propiciar momentos para a vivência com a dança e a aplicação desses no processo e na organização do ensino. ESTUDANDO E REFLETINDO A Dança como Produto Cultural e Apreciação Estética • Reconhecimento e distinção das diversas modalidades de movimento e suas combinações como são apresentadas nos vários estilos de dança. • Identificação e reconhecimento da dança e suas concepções estéticas nas diversas culturas considerando as criações regionais, nacionais e internacionais. • Contextualização da produção em dança e compreensão desta como manifestação autêntica sintetizadora e representante de determinada cultura. • Identificação dos produtores em dança como agentes sociais em diferentes épocas e culturas. • Pesquisa e frequência às fontes de informação e comunicação presentes em sua localidade (livros, revistas, vídeos, filmes e outros tipos de registro em dança). • Pesquisa e frequência junto dos grupos de dança, manifestações culturais e espetáculos em geral. • Elaboração de registros pessoais para sistematização das experiências observadas e documentação consultada. BUSCANDO CONHECIMENTO As vivências com a dança Acessado na internet em 27/09/2014. https://www.google.com.br/search?q=VIVÊNCIA+COM+A+DANÇA&espv=2&biw=1280& bih=677&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=IbomVKL Observe as várias possibilidades de movimentos - na dança: Imagem 1 - Danças Circulares Imagem 2 – Dança Integrativa Imagem 3 - “Nossa vida é um dançar constante ao redor do centro” Unidade 11 - Ensinando a Música CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Estudar as melhores formas de utilização da música em sala de aula. Na unidade, vamos conhecer propostas educacionais de utilização da música em sala de aula e perceber que as aulas de música devem estar muito acima da simples interpretação das musiquinhas para a mamãe ou para o papai feitas nas datas comemorativas. Vamos aos estudos! ESTUDANDO E REFLETINDO A música faz parte da nossa vida, desde o início. Estudos apontam a influência da música no ser humano, ainda no ventre materno, quando ouvida pela mãe. De todas as formas artísticas, com certeza, a música é a mais presente delas. Bebês, crianças e adultos ouvem música, aparelhos de MP3, rádios nos carros, consultórios, elevadores enfim, em todos os lugares. Novamente utilizarei o PCN para nos apontar as principais formas de utilização da música na escola, são elas: 1. Comunicação e Expressão em Música: Interpretação, Improvisação e Composição • Interpretações de músicas existentes vivenciando um processo de expressão individual ou grupal, dentro e fora da escola. • Arranjos, improvisações e composições dos próprios alunos baseadas nos elementos da linguagem musical, em atividades que valorizem seus processos pessoais, conexões com a sua própria localidade e suas identidades culturais. • Experimentação e criação de técnicas relativas à interpretação, à improvisação e à composição. • Experimentação, seleção e utilização de instrumentos, materiais sonoros,equipamentos e tecnologias disponíveis em arranjos, composições e improvisações. • Observação e análise das estratégias pessoais e dos colegas em atividades de produção. • Seleção e tomada de decisões, em produções individuais e/ou grupais, com relação às idéias musicais, letra, técnicas, sonoridades, texturas, dinâmicas, forma, etc. • Utilização e elaboração de notações musicais em atividades de produção. • Percepção e identificação dos elementos da linguagem musical em atividades de produção, explicitando-os por meio da voz, do corpo, de materiais sonoros e de instrumentos disponíveis. • Utilização e criação de letras de canções, parlendas, raps, etc., como portadoras de elementos da linguagem musical. • Utilização do sistema modal/tonal na prática do canto a uma ou mais vozes. • Utilização progressiva da notação tradicional da música relacionada à percepção da linguagem musical. • Brincadeiras, jogos, danças, atividades diversas de movimento e suas articulações com os elementos da linguagem musical. • Traduções simbólicas de realidades interiores e emocionais por meio da música. BUSCANDO O CONHECIMENTO Muitos professores de artes sentem-se impedidos de trabalhar a música, por não dominarem um instrumento musical. É claro que esse domínio é importante, no entanto, a falta dele não é de forma alguma impedimento para que atividades musicais sejam desenvolvidas. Muitas pesquisas estão sendo feitas e, a cada dia, aumenta o número de materiais em livros, DVDs e CDs e disponíveis no mercado. Vou citar alguns trabalhos imprescindíveis para conhecimento do educador musical: - Paulo Tatit e Sandra Peres, juntos eles formam o grupo Palavra Cantada. Para aprofundamento dos estudos consulte o site http://www.palavracantada.com.br e veja as inúmeras possibilidades musicais apresentadas. - Barbatuques, grupo musical que oferece uma proposta pedagógica baseada nos sons produzidos pelo corpo, saiba mais em http://www.barbatuques.com.br - Livros, estudos e material didático produzido pela educadora musical Teca de Alencar Brito, umas das mais importantes do Brasil. - Livros e estudos do músico e professor Hans-Joachim Koellreutter. Unidade 12 - Vivência no ensino da música CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Propiciar vivências com a dança na escola, destacando pontos importantes para aprendizagem teórico-prática. ESTUDANDO E REFLETINDO Apreciação Significativa em Música: Escuta, Envolvimento e Compreensão da Linguagem Musical • Percepção e identificação dos elementos da linguagem musical (motivos, forma, estilos, gêneros, sonoridades, dinâmica, texturas, etc.) em atividades de apreciação, explicitando-os por meio da voz, do corpo, de materiais sonoros disponíveis, de notações ou de representações diversas. • Identificação de instrumentos e materiais sonoros associados a ideias musicais de arranjos e composições. • Percepção das conexões entre as notações e a linguagem musical. • Observação e discussão de estratégias pessoais e dos colegas em atividades de apreciação. • Apreciação e reflexão sobre músicas da produção, regional, nacional e internacional considerada do ponto de vista da diversidade, valorizando as participações em apresentações ao vivo. • Discussão e levantamento de critérios sobre a possibilidade de determinadas produções sonoras serem música. • Discussão da adequação na utilização da linguagem musical em suas combinações com outras linguagens na apreciação de canções, trilhas sonoras, jingles, músicas para dança, etc. • Discussão de características expressivas e da intencionalidade de compositores e intérpretes em atividades de apreciação musical. • Explicitação de reações sensoriais e emocionais em atividades de apreciação e associação dessas reações a aspectos da obra apreciada. BUSCANDO CONHECIMENTO A Música como Produto Cultural e Histórico: Música e Sons do Mundo • Movimentos musicais e obras de diferentes épocas e culturas, associados a outras linguagens artísticas no contexto histórico, social e geográfico, observados na sua diversidade. • Fontes de registro e preservação (partituras, discos, etc.) e recursos de acesso e divulgação da música disponível na classe, na escola, na comunidade e nos meios de comunicação (bibliotecas, midiatecas, etc.). • Músicos como agentes sociais: vidas, épocas e produções. • Transformações de técnicas, instrumentos, equipamentos e tecnologia na história da música. • A música e sua importância na sociedade e na vida dos indivíduos. • Os sons ambientais, naturais e outros, de diferentes épocas e lugares e sua influência na música e na vida das pessoas. • Músicas e apresentações musicais e artísticas das comunidades, regiões e País consideradas na diversidade cultural, em outras épocas e na contemporaneidade. • Pesquisa e frequência junto dos músicos e suas obras para reconhecimento e reflexão sobre a música presente no entorno. Unidade 13 - Ensinando o Teatro CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE “Todo teatro é necessariamente político, porque políticas são todas as atividades do homem, e o teatro é uma delas” Augusto Boal Objetivo: Apresentar propostas de utilização do teatro dentro da unidade escolar. ESTUDANDO E REFLETINDO O Brasil é o país das novelas. Nesta perspectiva, qualquer manifestação teatral logo está ligada às novelas. Até mesmo o ator profissional só é reconhecido como ator, quando consegue um papel numa delas. Na escola, o teatro está ligado diretamente às apresentações, afinal todos ao estudar teatro, têm como objetivo apresentar um espetáculo. Para o professor é importante a consciência de que uma eventual montagem e apresentação é somente o resultado final de um intenso processo de criação e estudo. A importância do teatro como objeto de estudo, capaz de humanizar, democratizar, estimular conhecimento, desenvolver habilidades múltiplas e integrar todas as áreas artísticas está claramente exposta nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) que enfatiza a importância de seu desenvolvimento. BUSCANDO CONHECIMENTO O Teatro como Expressão e Comunicação • Participação e desenvolvimento nos jogos de atenção, observação, improvisação, etc. • Reconhecimento e utilização dos elementos da linguagem dramática: espaço cênico, personagem e ação dramática. • Experimentação e articulação entre as expressões corporal, plástica e sonora. • Experimentação na improvisação a partir de estímulos diversos (temas, textos dramáticos, poéticos, jornalísticos, etc., objetos, máscaras, situações físicas, imagens e sons). • Experimentação na improvisação a partir do estabelecimento de regras para os jogos. • Pesquisa, elaboração e utilização de cenário, figurino, maquiagem, adereços, objetos de cena, iluminação e som. • Pesquisa, elaboração e utilização de máscaras, bonecos e de outros modos de apresentação teatral. • Seleção e organização dos objetos a serem usados no teatro e da participação de cada um na atividade. • Exploração das competências corporais e de criação dramática. • Reconhecimento, utilização da expressão e comunicação na criação teatral. O Teatro como Produção Coletiva • Reconhecimento e integração com os colegas na elaboração de cenas e na improvisação teatral. • Reconhecimento e exploração do espaço de encenação com os outros participantes do jogo teatral. • Interação ator-espectador na criação dramatizada. • Observação, apreciação e análise dos trabalhos em teatro realizados pelos outros grupos. • Compreensão dos significados expressivos corporais, textuais, visuais, sonoros da criação teatral. • Criação de textos e encenaçãocom o grupo. Unidade 14 - Vivenciando o teatro na escola CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Apresentar propostas de utilização do teatro dentro da unidade escolar, entendendo o teatro como produção cultural e objeto de apreciação estética; bem como conteúdos de valores, normas e atitudes. ESTUDANDO E REFLETINDO O Teatro como Produto Cultural e Apreciação Estética • Observação, apreciação e análise das diversas manifestações de teatro. As produções e as concepções estéticas. • Compreensão, apreciação e análise das diferentes manifestações dramatizadas da região. • Reconhecimento e compreensão das propriedades comunicativas e expressivas das diferentes formas dramatizadas (teatro em palco e em outros espaços, circo, teatro de bonecos, manifestações populares dramatizadas, etc.). • Identificação das manifestações e produtores em teatro nas diferentes culturas e épocas. • Pesquisa e leitura de textos dramáticos e de fatos da história do teatro. • Pesquisa e frequência junto aos grupos de teatro, de manifestação popular e aos espetáculos realizados em sua região. • Pesquisa e frequência às fontes de informação, documentação e comunicação presentes em sua região (livros, revistas, vídeos, filmes, fotografias ou qualquer outro tipo de registro em teatro). • Elaboração de registros pessoais para sistematização das experiências observadas e da documentação consultada. Conteúdos Relativos a Valores, Normas e Atitudes. • Prazer e empenho na apreciação e na construção de formas artísticas. • Interesse e respeito pela produção dos colegas e de outras pessoas. • Disposição e valorização para realizar produções artísticas, expressando e comunicando ideias, sentimentos e percepções. • Desenvolvimento de atitudes de autoconfiança nas tomadas de decisões em relação às produções pessoais. • Posicionamentos pessoais em relação a artistas, obras e meios de divulgação das artes. • Cooperação com os encaminhamentos propostos nas aulas de Arte. • Valorização das diferentes formas de manifestações artísticas como meio de acesso e compreensão das diversas culturas. • Identificação e valorização da arte local e nacional. • Atenção, valorização e respeito em relação a obras e monumentos do patrimônio cultural. • Reconhecimento da importância de frequentar instituições culturais onde obras artísticas estejam presentes. • Interesse pela História da Arte. • Valorização da atitude de fazer perguntas relativas à arte e às questões a ela relacionadas. • Valorização da capacidade lúdica, da flexibilidade, do espírito de investigação como aspectos importantes da experiência artística. • Autonomia na manifestação pessoal para fazer e apreciar a arte. • Formação de critérios para selecionar produções artísticas mediante o desenvolvimento de padrões de gosto pessoal. • Gosto por compartilhar experiências artísticas e estéticas e manifestação de opiniões, ideias e preferências sobre a arte. • Sensibilidade para reconhecer e criticar ações de manipulação contrárias à autonomia e ética humanas, veiculadas por manifestações artísticas. • Reconhecimento dos obstáculos e desacertos como aspectos integrantes do processo criador pessoal. • Atenção ao direito de liberdade de expressão e preservação da própria cultura. BUSCANDO CONHECIMENTO Um dos principais nomes do estudo do teatro como jogo teatral na sala de aula é o da americana Viola Spolin. A autora criou um sistema de fácil apreensão para o ensino do teatro na escola através da utilização de jogos teatrais. No Brasil, podemos destacar o ator Augusto Boal, como principal utilizador dessa metodologia essencial para trabalhar o teatro na escola. Fonte: http://www.spolin.com/violabio.html Unidade 15- O ensino do desenho CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Apresentar o conceito de desenho e a sua importância nas práticas educacionais para o desenvolvimento da criança. ESTUDANDO E REFLETINDO Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte, ao estabelecer o vínculo da arte com a educação, tecem algumas questões importantes para o avanço da pedagogia e da metodologia no ensino da arte: “Atualmente, professores de todos os cantos do mundo se preocupam em responder perguntas básicas que fundamentam sua atividade pedagógica: “Que tipo de conhecimento caracteriza a arte”?”, “Qual a função da arte na sociedade?”, “Qual a contribuição específica que a arte traz para a educação do ser humano?”, “Como as contribuições da arte podem ser significativas e vivas dentro da escola?” e “Como se aprende a criar, experimentar e entender a arte e qual a função do professor nesse processo?”. As tendências que se manifestaram no ensino de Arte a partir dessas perguntas geraram as condições para o estabelecimento de um quadro de referências conceituais solidamente fundamentados dentro do currículo escolar, focalizando a especificidade da área e definindo seus contornos com base nas características inerentes ao fenômeno artístico. A partir desse novo foco de atenção, desenvolveram-se muitas pesquisas, dentre as quais seres saltaram as que investigam o modo de aprender dos artistas. Tais trabalhos trouxeram dados importantes para as propostas pedagógicas, que consideram tanto os conteúdos a serem ensinados quanto os processos de aprendizagem dos alunos. As escolas brasileiras têm manifestado a influências e tendências, ocorridas ao longo da história do ensino de Arte em outras partes do mundo. (PCNs – Arte)” O modo de aprender do artista mostra como ele apreende o mundo sensível e o significa. O desenho, enquanto livre expressão, insere-se no processo de aprendizagem como material significativo que redimensiona o próprio saber do aluno, uma vez que o coloca na dimensão do pensar sobre o mundo, situando-o para além dele, tecendo ícones e símbolos, o que viabiliza a compreensão do mundo e de si. Nas aulas de artes visuais (Barbosa Mae Barbosa, 1975, p. 86-7), geralmente, o desenho segue sem qualquer orientação para os alunos, ficando solto, com temas banais. Os desenhos, muitas vezes, são previamente dados para colorir, deslocados de princípios e de procedimentos. As crianças de escolas públicas na maioria não têm padrões de desenho com diversidade e qualidade, fixando-se apenas nos modelos dos outdoors, televisão e embalagens dos produtos de bens consumíveis. Hoje em dia, as crianças de classe média e média alta têm acesso à internet, o que nem sempre garante a apreciação de imagens com teor artístico. A educação para a arte inicia-se na escola e prolonga-se pela vida toda. O curso de desenho deveria englobar, necessariamente, o conhecimento de arte, o desenho de observação, assim como incluir o design, TV e Vídeo. Desenho é linguagem, podemos afirmar que é a forma mais antiga de comunicar-se, antes mesmo das palavras. O ato de desenhar implica em prazer, significa a própria realização, desenvolve a criatividade e autoconfiança, facilita as sociabilidades. Qualquer criança ou jovem podem aprender a desenhar, pois, não é fruto do dom; pode ser aprendido e exercitado. O ato de desenhar implica na compreensão do mundo sensível, nos aspectos emocionais que isso requer, o objeto representado traz sempre um conteúdo emocional, embasado na história de vida e memória do sujeito. O desenho constitui-se na própria prática interpretativa, leva a pessoa a elaborar a si mesmo, isto é, o desenho elabora um repertório de expressões próprias, que com o tempo, podem levar a construção de um estilo. A percepção individual para o desenho vem com a prática e com a reflexão,
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