Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GEsTÃo eLiDErANÇA EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE Curso Gestão financeira dos pequenos negócios: os novos canais de crédito rANDAL GLAuBEr sANTos mEsQuiTA 5 FAsCÍCuLo Gestão financeira dos pequenos negócios: os novos canais de crédito rANDAL GLAuBEr sANTos mEsQuiTA 55555 FAsCÍCuLoFAsCÍCuLoFAsCÍCuLoFAsCÍCuLoFAsCÍCuLoFAsCÍCuLoFAsCÍCuLo Apresentação 1. Educação financeira – Inclusão e empreendedorismo 2. Gestão financeira nos pequenos negócios – Bancarização e desenvolvimento 3. Captação de crédito – Planejamento para saber o que fazer com o recurso 4. O digital está mudando a cultura e o comportamento financeiro Referências 67 68 71 74 78 79 sumário 67 A tecnologia vem mudando a relação en- tre cidadãos e o consumo em todas as áreas, inclusive a fi nanceira. Rapidamente surgem empresas com soluções on-line para melho- rar a forma com que nos comunicamos, com- pramos, vendemos, estudamos. É a inclusão digital. No ambiente das fi nanças, chamamos de “inclusão à bancarização digital”. De acordo com o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, 40% dos brasileiros que estão recebendo o auxí- lio emergencial não tinham conta em ban- co antes da pandemia, fato que acelerou o ritmo da bancarização no Brasil. O grande desafi o é manter esse novo cliente na base, tendo em vista que a primeira experiência não foi muito boa para muitos brasileiros que a cada dia publicam suas críticas aos aplicativos bancários. Considerando o universo do empreen- dedorismo no Brasil, os números não são muito diferentes. Grande parte dos pe- quenos e médios negócios têm enormes limitações no que diz respeito a gestão e controles fi nanceiros, tradicionais ou digi- tais. Costumamos dizer que quanto menor o negócio, menos informação técnica ele produz. Daí a grande difi culdade para aná- lise e tomada de decisões. Neste contexto, preparamos um fascí- culo com muitas dicas e orientações para desenvolver suas habilidades neste impor- tante e desafi ador mundo da gestão fi nan- ceira dos pequenos e médios negócios. APrEsENTAÇÃo FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE68 1 A educação fi nanceira para empre-endedores é essencial para a ad-ministração adequada das fi nan-ças da empresa e para o sucesso de um negócio. Por meio dela, é possível realizar a organização e o controle fi nanceiro para a melhor gestão quantitativa da empre- sa, como analisar custos, despesas e investi- mentos e as variações do capital. Uma empresa financeiramente sau- dável consegue otimizar seus recursos, evitando desperdícios e mantendo o ne- gócio funcionando. Além disso, é capaz de aprimorar processos, investir em cres- cimento e inovação e potencializar seus resultados. No entanto, isso pode ser um grande desafio quando o empreendedor não sabe como fazer. A educação fi nanceira abrange a com- preensão de diversos conceitos e ferramen- EDuCAÇÃo FiNANCEirA – iNCLusÃo E EmPrEENDEDorismo tas relacionados à gestão da empresa. Esse conhecimento ajudará o empreendedor a desenvolver a competência de analisar a saúde fi nanceira do negócio, permitindo tomar as melhores decisões. Trata-se do ponto de partida para gerenciar o dinheiro da melhor forma possível, maximizando os resultados empresariais. Existem diversas vantagens para o em- preendedor que investe na sua e na educa- ção fi nanceira da equipe. Vejamos algumas: • avaliar a necessidade de empréstimos; • controlar as despesas; • controlar o fl uxo de caixa; • verifi car a viabilidade de novos investimentos; • melhorar a precifi cação de produtos e serviços. EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 69 60 milhões era o número de brasileiros sem qualquer relação com soluções bancárias até fevereiro de 2020. Essa realidade foi fortemente modifi cada nos últimos meses, muito em função da pandemia de covid-19. Os dados são da Caixa Econômica Federal. SAIBA MAIS 1.1. A educação fi nanceira na gestão do negócio Existem diversos conceitos e ferramen- tas que podem auxiliar o empreendedor na gestão fi nanceira da empresa. Confi ra os principais: Estudar gestão e fi nanças O primeiro passo na educação fi nan- ceira do empreendedor é estudar alguns conceitos básicos de fi nanças. Dentre eles, destacam-se os demonstrativos gerenciais, que fornecem um panorama completo dos resultados do negócio. Por meio deles, o empreendedor acom- panha as movimentações fi nanceiras ocor- ridas internamente, as mudanças patri- moniais, os lucros ou os prejuízos obtidos, entres outras informações essenciais para a gestão do empreendimento. Balanço patrimonial Mostra a situação patrimonial da em- presa, ou seja, o conjunto de bens direitos e obrigações do negócio. Embora seja um relatório produzido pelo contador, é funda- mental que o empreendedor tenha habili- dade técnica para criticar/analisar o conte- údo elaborado. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) É um relatório que lista as receitas, as despesas e o lucro líquido de um determi- nado período e tem como objetivo avaliar o desempenho econômico do negócio. Demonstração do fl uxo de caixa Mostra as saídas e as entradas de di- nheiro, os saldos em caixa e em contas bancárias, entre outras operações. Esse controle é fundamental para verifi car a saú- de fi nanceira do negócio. Fazer um planejamento fi nanceiro Por meio do planejamento fi nanceiro, é possível gerenciar o setor fi nanceiro da em- presa, projetando as receitas e as despesas, identifi cando quanto se pretende faturar, gastar, investir e lucrar. Por outro lado, uma empresa sem planejamento fi nanceiro uti- liza o dinheiro que entra no seu caixa de forma inadequada, sem pensar nas conse- quências ou levar em conta a situação da empresa ou do mercado. O empreendedor precisa conhecer pro- fundamente o mercado no qual está inse- rido, suas possibilidades e necessidades. A partir disso, é possível traçar um panorama FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE70 de gastos e organizar um planejamento do quanto será necessário para abrir uma em- presa ou para mantê-la em funcionamento. Assim, o planejamento fi nanceiro en- volve questões como: • monitoramento de gastos e receitas; • orçamento da empresa; • gestão de fl uxo de caixa. Separar fi nanças pessoais e empresariais Esse é um erro clássico de quem não tem educação fi nanceira e que atrapalha extremamente a gestão da empresa. Em- bora possa parecer óbvio, muitos empre- endedores ainda misturam suas fi nanças pessoais e empresariais. Isso leva a um erro grave que pode comprometer o futuro do negócio ou até mesmo levá-lo à falência se perder o controle do caixa. Outro erro grave é o empreendedor deslumbrar-se com o volume de capital que gira nas contas empresariais e adotar um estilo de vida que não condiz com sua situação fi nanceira real. Ambos os casos se caracterizam por retiradas do caixa de montantes muito além da capacidade fi - nanceira do negócio. Para manter o planejamento e a saúde fi nanceira da empresa, o mais indicado é que o empreendedor determine um valor fi xo mensal para retirar como remunera- ção, ou seja, seu pro labore. Difi culdade com a gestão fi nanceira está entre os 3 principais motivos de insucesso no empreendedorismo brasileiro, segundo o Sebrae. Os outros dois motivos são a burocracia tributária e o desalinhamento entre sócios. SAIBA MAIS As fi ntechs, união das expressões Finanças e Tecnologia, chegam ao mercado fi nanceiro com propostas bem enxutas e produtos direcionados para necessidades de pequenos e médios empreendedores. SAIBA MAIS Controlar o fl uxo de caixa O fl uxo de caixa é um instrumento de gestão encarregado de registrar as movi- mentações de entradas e saídas de valores do empreendimento. As saídas correspondem aos gastos com insumos, salários e pagamentos de fornece- dores, entre outros tantos necessários para a empresa funcionar. As entradas consistem nos valores quechegam ao caixa da empre- sa, sendo provenientes de vendas de pro- dutos ou serviços, comercialização de ati- vos e recebimentos de dívidas, entre outros. Ter um capital de giro O capital de giro corresponde ao mon- tante necessário para a empresa se man- ter em pleno funcionamento. Esse recurso oferece maior segurança nos momentos de difi culdade fi nanceira ou de diminuição do faturamento. O empreendedor deve possuir uma reserva de recursos bem estruturada e de acordo com as necessidades da organi- zação. Esse valor servirá para manter as operações fi nanceiras em dia, até em situ- ações atípicas. É preciso tomar cuidado para não exa- gerar no montante separado para este ob- jetivo. Caso contrário, a organização pode- rá perder oportunidades de investimentos por não contar com recursos sufi cientes, já que estão todos dedicados ou direciona- dos para o capital de giro. EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 71 GEsTÃo FiNANCEirA Nos PEQuENos NEGÓCios – B ANCAriZAÇÃo E DEsENVoLVimENTo 2 ou digitais, que já vêm com saldo inteligente para gerenciar seus gastos em tempo real. Facilidade para pagar e receber Ter acesso aos serviços fi nanceiros tam- bém é essencial para simplifi car os paga- mentos e recebimentos do dia a dia. Em poucos cliques no internet banking, você consegue pagar qualquer boleto ou conta, além de enviar e receber dinheiro via DOC ou TED (transferências bancárias). Usan- do ferramentas digitais, as transferências podem ser gratuitas para outros bancos e o empreendedor ainda pode gerar boletos para fazer depósitos. Acesso ao crédito O acesso ao crédito é um dos grandes benefícios da bancarização, que permite às pessoas realizar seus projetos pessoais e profi ssionais. Com uma conta bancária, vem o acesso a empréstimos, linhas de cré- dito diferenciadas para empreendedores e fi nanciamentos imobiliários e automotivos. O ponto de atenção está no custo de manu- tenção das contas e o custo de transações que devem ser periodicamente verifi cadas. Processos de gestão organizados são tão importantes quanto uma boa ideia de negócio. Neste caso, consideramos que investimento em formação e soluções efi cientes de ges- tão fi nanceira farão muita diferença no êxito de projetos empreendedores. O processo de bancarização tem papel estratégico; afi nal, tanto quem vende como quem compra buscam soluções mais efi - cientes e seguras para melhorar suas rela- ções comerciais. Vamos aos detalhes positi- vos da bancarização para o empreendedor. Melhora no controle fi nanceiro A bancarização é um passo importan- te para melhorar o planejamento e o con- trole fi nanceiro seja das famílias, seja dos negócios. A simples digitalização das infor- mações já facilita o acompanhamento das entradas e saídas de recursos. Afi nal, é muito mais fácil checar seu saldo direto no celular e organizar as contas on- -line do que fi car contando dinheiro e anotar tudo em papel. Hoje, existem vários aplica- tivos (app) que ajudam a automatizar esse controle fi nanceiro em contas tradicionais FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE72 Oportunidades de poupar e investir O famoso hábito de “guardar dinheiro embaixo do colchão” é uma péssima ideia, porque faz você perder poder de compra além de não ser seguro. Ter melhores op- ções de investimento está diretamente re- lacionado com a bancarização. Teremos investidores mais atentos e preparados con- forme o cenário de bancarização avance. A tradicional poupança ainda ocupa fortemente a pauta de investimentos do brasileiro fi nanceiramente mal educado, mostrando que há vasto terreno a ser se- meado no campo dos investimentos. Apoio para empreender Para os empreendedores, incluindo o MEI (microempreendedor individual), a bancarização é uma grande oportunidade de profi ssionalizar a gestão fi nanceira e captar crédito para crescer. Além de contro- lar melhor o fl uxo de caixa da empresa com uma conta jurídica, o empreendedor pode emitir boletos de cobrança e acessar linhas de crédito exclusivas. Esses cinco pontos consolidados são um excelente começo para organizar a gestão fi nanceira do seu negócio. Uma ótima notícia é que existem ferramentas bem efi cientes com baixíssimo custo para utilização no controle de rotinas fi nancei- ras. Aplicativos e sistemas disponíveis para operações de todos os tamanhos e ativida- des estão cada vez mais acessíveis. Recentemente surgiram no mercado fi - nanceiro as ágeis e competitivas fi ntechs, que trazem propostas interessantes com soluções competitivas e customizadas, diante das já conhecidas soluções conser- vadoras e massifi cadas dos bancos de vare- jo tradicionais. Outro importante ponto de destaque é o baixo custo operacional dos produtos disponibilizados pelas fi ntechs, com tarifas baixíssimas, chegando até a zero em algumas situações. O Brasil é o país na América Latina que mais possui fi ntechs. Podemos destacar o GuiaBolso e o Conta Azul, que têm propos- tas interessantes para rotinas e controles fi nanceiros do dia a dia das pequenas e mé- dias empresas. Soluções para organização de cadastros de fornecedores e clientes, con- tas a pagar, contas a receber e fl uxo de caixa são encontradas de forma bem intuitiva. Para atender a soluções de internet banking, destacamos Nubank, Banco In- ter, Creditas e Rebel, que juntas são res- ponsáveis por mais de 70% das novas con- tas em 2020, tendo papel importantíssimo na bancarização e na inclusão digital em nosso país. Sucesso entre os empreende- dores mais jovens, as fi ntechs agora dedi- cam seus olhares a gerações mais maduras que também estavam na extensa lista dos brasileiros “sem bancos” e que durante a pandemia conheceram soluções digitais para administrar seus negócios mesmo es- tando em home off ice. Nubank, Banco Inter, Creditas e Rebel fazem parte do ranking Fintech100, estudo realizado pela consultoria KPMG que reúne as 100 maiores startups fi nanceiras em 29 países e acumulam 2,5 bilhões de consumidores pelo mundo. SAIBA MAIS EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 73 Ainda contemplando a gestão fi nan- ceira das organizações, há o tão polêmico e necessário crédito. No mundo moderno, não há economia sufi cientemente desen- volvida sem uma efi ciente política de cré- dito para empreendedores. Nesse quesito, os bancos tradicionais evoluíram muito. Atualmente o empreendedor brasileiro encontra taxas de juros bem competitivas em instituições fi nanceiras tradicionais, até porque houve intensa pressão da socieda- de organizada e signifi cativo subsídio esta- tal. Entretanto, a famosa e massacrante bu- rocracia no acesso à contratação de linhas créditos permanece uma das característi- cas que mais contribuem contra o relacio- namento com os bancos tradicionais. Convencer um banco tradicional que sua operação é confi ável e que o fi nan- ciamento será utilizado no negócio é uma jornada longa e cansativa. Por isso, muitas vezes, quando o recurso é fi nalmente li- berado, já é tarde demais para a empresa. Mais um ponto positivo para as fi ntechs, que, rapidamente e com pouquíssima bu- rocracia, conseguem atender a demandas de crédito para seus clientes. Importante enfatizar a contribuição dos bancos sociais, que, ao longo dos últimos anos, fomentam oportunidades e desen- volvimento local. Nosso exemplo mais exi- toso é o Instituto Banco Palmas, localiza- do na comunidade do Conjunto Palmeiras e que há mais de 20 anos desenvolve ações de conscientização na formação em Edu- cação Financeira e projetos de empreen- dedorismo local, disponibilizando micro- crédito e capacitação para a comunidade. O Instituto Banco Palmas vem investindo fortemente na sua versão digital, buscando manter-se competitivo sem abrir mão de seu propósito social. O Banco Palmas foi o primeiro Banco Comunitário de Desenvolvimento (BCD) do Brasil, há mais de 20 anos. Hoje são 113 BCDs, distribuídos por todas as regiões em 20 estadose 90 municípios. Nenhum arran- jo fi nanceiro no Brasil está tão conectado com os pobres quanto os BCDs. Presentes das ilhas ribeirinhas na Amazônia às peri- ferias do Rio Grande do Sul, passando por comunidades quilombolas, indígenas, as- sentamentos, vilas de pescadores, territó- rios rurais e urbanas. Em Fortaleza, o Banco Palmas atua na promoção de formação de empreendedores e na educação fi nanceira cidadã, buscando uma comunidade mais justa e igualitária. Observe que, seja por um banco tradi- cional, seja por uma fi ntech, ter uma ges- tão fi nanceira organizada é um pré-requisi- to fundamental para captação de crédito. Portanto, comece já a investir em organiza- ção e conhecimento para conseguir aces- sar soluções que permitam realizar seus objetivos empreendedores. E o que está por vir? Termo cada vez mais repetido no campo das fi nanças é “open banking”, que debate o empode- ramento de clientes na disponibilização de seus dados fi nanceiros e na movimenta- ção de seus recursos em qualquer tipo de plataforma não só pelo aplicativo ou site do banco, uma verdadeira revolução ban- cária pela tecnologia. FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE74 CAPTAÇÃo DE CrÉDiTo – PLANEJAmENTo PArA sABEr o QuE FAZEr Com o rECurso 3 Certamente boa parte dos em-preendedores que estão con-sumindo o conteúdo deste ma-terial já deve ter passado pelo árduo, e às vezes constrangedor, processo de análise e captação de crédito. Esse mo- mento pode marcar profundamente quem já o vivenciou. Existem diversos manuais, tutoriais, apostilas e checklists que se pro- põem a orientar o empreendedor a captar crédito com assertividade e rapidez. Mas a prática pode ser bem diferente. O primeiro passo para buscar uma li- nha de crédito é determinar a razão da sua necessidade de financiamento. A sua estratégia de crescimento deve estar bem relacionada à sua necessidade de capital, ou seja, quanto de dinheiro você precisa para seu negócio atingir o objeti- vo esperado. A defi nição da sua necessidade de capi- tal é um passo muito importante para sa- ber qual linha de crédito é aderente à sua estratégia. Para defi nir sua necessidade de capital, você precisa ter em mente que no seu planejamento deve haver 3 pilares de- fi nidos antes de se pensar qualquer estra- tégia de captação: • No que eu vou investir? Na jornada empreendedora, sempre haverá infi ni- tos projetos possíveis para serem rea- lizados, mas os recursos sempre serão limitados. É preciso ter bem claro qual o foco do projeto e qual o racional por trás dessa decisão. • Como eu vou fi nanciar esse projeto? Você avalia as alternativas de acesso a capital e seus trade-off s: o projeto será fi nanciado parte com capital próprio e parte com capital de terceiros? É impor- tante, por exemplo, comparar entre as opções de obter um novo sócio ou recor- rer a um banco/fi ntech. EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 75 • Como este negócio vai remunerar os meus shareholders? Precisa estar explícito no seu planejamento como sua geração futura de caixa será sufi ciente para remunerar sócios e credores da sua empresa. Duas métricas precisam ser analisadas: o VPL (Valor Presente Líqui- do) e a TIR (Taxa Interna de Retorno). Depois de defi nir o objetivo do projeto, faça um mapeamento dos bancos públi- cos, privados e fi ntechs do seu interesse e das linhas ofertadas. Dependendo do ta- manho, do perfi l do seu negócio (indústria, serviço, varejo, agrícola) e do objetivo do projeto, mais ou menos linhas de crédito estarão disponíveis. Ao mapear as instituições fi nanceiras, leve em conta que: • as linhas dos bancos regionais têm como requisito a operação na região local; • agências estaduais têm como requisito a operação dentro do próprio estado da agência. No mapeamento dos bancos, considere se ele atua com linhas de crédito relacio- nadas à sua estratégia de crescimento. Se sim, mapeie as linhas considerando setores atendidos, público-alvo, custo do fi nancia- mento, prazo de pagamento aceito, garan- tias requeridas, limite de crédito e o que pode ser fi nanciado. Após o mapeamento, observe que cada linha de crédito descreverá os juros co- brados (ou precisará ser consultada sobre Fica a Dica Você encontra detalhes sobre a operação do Banco Palmas no endereço: http://www.institutobancopalmas.org/ Fica a Dica Você encontra detalhes Fica a Dica É importante ressaltar que, para buscar investimento em bancos de desenvolvimento, é preciso mostrar que o projeto está conectado de alguma forma com o desenvolvimento econômico e social do País. Fica a Dica É importante ressaltar FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE76 Garantias A falta de garantias ou exigência de ga- rantias muito elevadas, como garantias reais, é uma das maiores difi culdades de empresas no processo de captação. Por isso, faça um levantamento detalhado das garantias que cada instituição requer/aceita. As fi ntechs têm levado grande vantagem nos quesitos garantia e custo do fi nanciamento. Quando o empreendedor ou a empresa não tem garantias reais, como imóveis ou bens penhorados, alguns bancos de de- senvolvimento podem aceitar um seguro- -garantia com uma seguradora ou fi ança bancária com outro banco com quem você tenha relacionamento. Além disso, pode-se fazer um mix que combine garantias reais e garantias fi nanceiras. Algumas empresas preferem buscar linhas de crédito por conta própria. Isso pode levar um pouco mais de tempo para obter êxito, porém é deixado um legado quanto à organização de informações e aos padrões de governança do negócio. Também é comum que o empreende- dor contrate uma consultoria ou advisor/ assessor para ajudá-lo com a estrutu- ração do projeto e acompanhar tudo de perto até a aprovação. Uma das vanta- gens é que o assessor proverá uma visão independente sobre as diversas opções disponíveis no mercado e qual melhor se adapta à sua necessidade. Se essa for sua decisão, contabilize esse custo no seu planejamento e considere que, ainda assim, existe o risco de o empréstimo não ser aprovado. Para minimizá-lo, sele- cione alguém que já tenha experiência com esse tipo de demanda e que possa conduzi- -lo e ensiná-lo ao longo do processo. eles). Eles costumam ser proporcionais ao faturamento da empresa e ao risco do ne- gócio: geralmente, os juros são mais altos para empresas com faturamento menor ou empresas que têm projetos de maior risco. Empresas pouco organizadas fi nanceira- mente também podem apresentar maior risco ao banco e, por isso, tendem a pagar um custo maior pelo fi nanciamento. Os contratos normalmente incluem as seguintes taxas de juros: TLP (taxa de lon- go prazo) ou Selic; Taxa de remuneração do banco; Taxa de risco de crédito (em caso de apoio direto); Taxa do agente fi nanceiro (em caso de apoio indireto); Taxas prefi xa- das; e Taxas pós-fi xadas. Prazo de pagamento Os prazos também dependem muito do perfi l do negócio e dos termos de fi nancia- mento. Podem ir de 6 meses a 20 anos, com ou sem períodos de carência para pagamen- to do principal. Avalie o cálculo de juros ao longo do tempo e garanta que cada detalhe se encaixe com seu planejamento fi nanceiro. • O prazo de pagamento de uma linha de crédito é, geralmente, de 5 a 10 anos, com um período de carência a depen- der da linha de crédito e do valor a ser fi nanciado e dos indicadores fi nancei- ros da empresa. • Ao considerar o prazo de pagamento, pen- se na possibilidade de projetos futuros da empresa e que você poderá precisar de crédito novamente para fi nanciá-los. • Pondere o custo e o prazo na hora de to- mar essa decisão tão importante. 77EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA Tenha a casa arrumada Chegou a hora de convencer os ban- cos de que sua empresa está pronta para receber o investimento. Existem relatórios e indicadores fi nanceiros (Dívida Líqui- da/EBITDA, Índice de Liquidez, Índicede Cobertura do Serviço da Dívida etc.) que todos os bancos analisam. Quanto mais limpa e organizada é sua contabilidade, menos tempo você perde e mais seguran- ça você passa. Monte seu pitch Esta é a parte em que você detalha seu planejamento, seus drivers de crescimento e justifi ca aquele investimento. Leve uma apresentação expositiva para fazer seu pitch. Ela deve incluir: história breve do negó- cio e histórico de crescimento; análise se- torial com perspectivas de crescimento do setor; vantagens competitivas da empresa; principais dados fi nanceiros; próximos pro- jetos e produtos que o banco oferece que você quer acessar para fi nanciar esses pro- jetos, explicando as garantias que você tem e as condições de pagamento melhores para você; e explicação de como o fi nancia- mento se encaixará no seu fl uxo de caixa, ou seja, como ele irá gerar valor e permitir que o investimento a ser feito remunere o banco de forma confortável. Em todo o seu storytelling, é preciso evidenciar para o banco as respostas da- quelas 3 perguntas apresentadas anterior- mente. No que você vai investir? Como vai fi nanciar esse projeto? Como este negócio vai remunerar você e seus sócios? Para ter confi ança em lhe conceder cré- dito, o banco vai querer garantir que você entende do seu negócio. Não traga um discurso determinista e de dependência; ao contrário, apresente o banco como um potencializador do seu negócio. Ou seja, demonstre que a parceria com o banco não é uma necessidade ou última opção, mas uma maneira de acelerar seu crescimento. Lembre-se de que bancos de desenvol- vimento apoiam empresas que podem pa- gar a dívida, mas que também tenham pro- jetos que gerem emprego e renda para o País. Mostrar o impacto do seu projeto para a sociedade é primordial. Mostre também o que pode ser interessante para o banco. Se isso abrange o potencial de vendas cru- zadas para ele, por exemplo (folha de pa- gamento, recebíveis, aplicações etc), insira essa fundamentação no seu pitch. Nesse contato, é importante ainda que o empreendedor esteja presente. Ele é a melhor pessoa para contar como che- garam até ali e para onde querem ir. Sua presença também mostra ao banco que há interesse genuíno, a ponto de o fundador tornar esse pitch uma prioridade em sua agenda. Mais importante ainda é ser ver- dadeiro e transparente. Falar com empreendedores que são experientes nesse processo, independen- temente do setor de atuação, vai ajudar muito. Prefi ra bancos ou instituições com os quais você já tenha contato, os que es- tão crescendo e aumentando a atuação no setor da sua empresa ou pesquise novas soluções que estão surgindo, pois podem ser mais acessíveis devido a políticas de penetração em novos mercados. É improvável que o crédito para sua em- presa seja aprovado na primeira tentativa, no banco de sua preferência e atendendo exatamente a todos os detalhes que você imaginava. O mais indicado é ter algumas opções e tranquilidade para negociar. Além disso, você pode complementar instituições públicas com bancos privados para fechar sua captação. Mesmo que um banco concorde com a operação dos seus sonhos, no futuro você pode precisar de mais crédito, talvez em um valor que um banco só não vá conseguir prover. Nes- se caso, faz diferença aplicar seu dinheiro em duas ou três instituições, participar de eventos, manter relacionamentos e refazer análises de limites. Fique atento aos bancos digitais e suas novidades. Em todo mercado, o aparecimen- to de novos players aquece a competitivida- de gerando sempre novas oportunidades. Fica a Dica Shareholders = sócios/acionistas Trade-off s = escolhas/trocas Fica a Dica Shareholders = sócios/acionistas FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE78 o DiGiTAL EsTá muDANDo A CuLTurA E o ComPorTAmENTo FiNANCEiro Fica a Dica Uma boa prática é fazer benchmarks com empresas do mesmo porte e setor que o seu negócio, entender quais bancos e linhas de crédito eles acessaram e como negociaram as condições de fi nanciamento. Fica a Dica Uma boa prática é fazer Drivers de crescimento = fator ou algo que possa mudar o curso da empresa Pitch = breve apresentação Storytelling = história/narrativa Benchmarks = referências, inspirações Players = concorrentes SAIBA MAIS 4 Para os brasileiros que já tinham uma cultura fi nanceira consolidada, as novidades são no campo da efi ciên-cia e da melhor conveniência. Um grande exemplo é a nova modalidade de paga- mento criada pelo Banco Central: o Pix. É um novo meio de pagamentos que facilitará a transferência de valores entre pessoas, o pagamento de contas e até reco- lhimento de impostos e taxas de serviços, entre outras possibilidades. Além de poder transferir dinheiro para outras pessoas, será possível fazer pagamentos a estabele- cimentos usando o Pix, por exemplo. A grande diferença é a rapidez e a dis- ponibilidade deste meio de pagamento: enquanto hoje existem restrições de dias, horários e quantias para enviar recursos fi nanceiros por TED e DOC e realizar paga- mentos de contas, o Pix permitirá que elas sejam realizadas a qualquer dia e horário. Como funciona hoje Hoje, existem as seguintes possibilida- des para enviar dinheiro para pessoas com contas em outras instituições: • TED (Transferência Eletrônica Disponível): o dinheiro enviado a outra instituição será creditado na conta de destino até as 17 horas daquele mesmo dia; não existe valor mínimo a ser transferido e valores superiores a R$ 5 mil podem ser enviados; • DOC (Documento de Ordem de Crédito): o dinheiro cai na conta de destino no dia seguinte, mas pode levar mais de um dia útil caso a transferência seja feita após as 22h; o valor máximo que pode ser trans- ferido por DOC é de R$ 4.999,99. • TED e DOC funcionam somente em dias úteis. Transferências feitas em fi ns de se- mana ou feriados nacionais são comple- tadas no dia útil seguinte, podendo levar dias para ser fi nalizada. Os pagamentos podem ser feitos por boletos ou presencialmente, usando o car- tão de débito. No caso do boleto, também existem restrições de dias para fazer o pa- gamento e de usos e, para quem o emite, existe um custo. O Pix será uma alternativa a esses meios de pagamento já existentes. Qual é a proposta do Pix O Pix funcionará 24 horas por dia, 7 dias da semana, em todos os dias do ano. As transações serão realizadas em segundos, quase em tempo real. Elas acontecerão sem intermediação de terceiro: o dinheiro sai de uma conta e vai diretamente para a conta de quem receberá os valores. É como acontecem hoje transferências entre contas de um mesmo banco, que são instantâneas, podem ser feitas a qualquer momento e são gratuitas. EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE: GESTÃO E LIDERANÇA 79 Essas transações, segundo o Banco Cen- tral, podem ser feitas: entre pessoas; entre pessoas e estabelecimentos comerciais; en- tre estabelecimentos; para entes governa- mentais, no caso de impostos e taxas. Para usar o Pix, será necessário que tan- to o pagador (quem envia o dinheiro) quan- to o recebedor (quem receberá os valores) tenham uma conta em banco, instituição de pagamento ou fi ntech. Essa conta não precisa ser necessariamente corrente. O Pix será obrigatoriamente gratuito para pessoas físicas, mas empresas pode- rão ser cobradas. Como fazer transações com o Pix O Banco Central regulamentou que as transações do Pix poderão ser feitas de di- ferentes formas: • Informando os dados bancários de quem vai receber o pagamento, como se faz uma TED e DOC hoje – nome completo, CPF, nú- mero da instituição, agência e conta; • Informando uma chave Pix, que o usuá- rio poderá adicionar a uma conta que já possui; essa chave pode ser o número de celular, e-mail, CPF ou CNPJ – será neces- sário informar somente um desses; • Ou também pela leitura de QR Codes, es- táticos ou dinâmicos. Transações usando as chaves Pix Na defi nição do Banco Central, as chavesPix são “apelidos” utilizados para identifi car a sua conta, que representam o endereço da sua conta no Pix. Poderão ser adiciona- dos quatro tipos de chave Pix a uma conta: CPF ou CNPJ, e-mail, número de telefone ce- lular ou a chamada chave aleatória. Pessoas físicas poderão registrar até cinco chaves Pix por conta da qual seja titular; pessoas jurídicas, até 20 chaves, também por conta. Não existe um limite de chaves que cada pessoa pode cadas- trar. Não é possível adicionar uma mesma chave em mais de uma conta. Por exemplo: se você adicionar seu CPF como chave do Pix em uma conta, não poderá adicioná-lo também em outra. Será necessário fazer a portabilidade de chaves para mudar o vín- culo para outra instituição. Transações com Pix via QR Code Neste caso, o usuário ou estabelecimen- to que receberá o valor apresentará um QR Code, que poderá ser lido por qualquer tipo de smartphone. Segundo o Banco Central, cada tipo de QR Code terá um uso diferente: • O QR Code estático poderá ser usado em múltiplas transações e permitirá que seja defi nido um valor para um produto ou de um valor pelo pagador. Ele poderá ser usado para transferências entre duas pessoas, por exemplo. • O QR Code dinâmico é mais adequado para pagamento de compras, já que po- derá apresentar informações diferentes a cada transação e permitirá que sejam incluídas informações adicionais sobre a transação. O empreendedor moderno precisa es- tar atento às informações que partem de diversas direções e tem o enorme desafi o de absorver principalmente o que estiver relacionado especifi camente a seu negócio e à sua cadeia de valor. Por isso, o investi- mento em ferramentas ágeis e controles é essencial para obter os resultados espera- dos, tendo em vista que os mercados estão cada vez mais dinâmicos e desafi adores. Utilizar a tecnologia de forma estratégica e efi ciente será um importante diferencial em sua jornada empreendedora. REFERÊNCIAS DORNELAS, J.C.A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001 GITMAN, L.J. Princípios de Administração Financeira. 10ª ed. São Paulo: Pearson, 2004 HOWORTH, C.; WESTHEAD, P. The Focus of Working Capital Management in UK Small Firmas. Management Accoun- ting Reserch, v. 14, n. 2, p. 94-111, 2003 IBGE. Demografi a das Empresas 2019. Estudos e Pesquisas: Informação Econômica. V. 6. Disponível em: http://www.ibge. gov.br. Acesso em: 2 de set. 2020. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W,; JAFFE, J. F. Administração Financeira – Corporate Finance. Tradução de Antonio Zorat- to Sanvicente. São Paulo: Atlas, 2000 SCHRICKEL , W. K. Análise de Crédito – Concessão e Gerên- cia de Empréstimos. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2007 NETO, A. A.; LIMA, F. G. Curso de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2009 Patrocínio Realização Correalização Apoio rANDAL GLAuBEr sANTos mEsQuiTA (autor) Tem graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Ceará (2003) e especialização em Controladoria pela Universidade Federal do Ceará (2008). É mestrando do curso de Mestrado Acadêmico em Administração da Universidade Estadual do Ceará, na área de concentração em pequenos e médios negócios, com a linha de pesquisa em Estratégia e Desempenho. É professor da graduação e pós-graduação da Faculdade CDL de Fortaleza e do Centro Universitário Unichristus. É sócio-proprietário da Result Varejo Consultoria, na qual desenvolve projetos de consultoria nas áreas contábil, tributária, custos e fi nanças. rAFAEL LimAVErDE (ilustrador) Nascido em Belém/PA, naturalizado cearense, formado em Artes Visuais pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE), é xilogravurista e ilustrador. Possui mais de 40 livros ilustrados em diversas editoras do país. É um dos organizadores do “Festival de Ilustração de Fortaleza”, evento que já está em sua quarta edição e é realizado dentro da Bienal do Livro do Ceará. Um ano de atividades e conteúdos para você criar ou impulsionar o seu negócio. webcontentsLives webinar podcasts programas de TV programas de rádio CONHEÇA MAIS EM SEMINARIOEMPREENDER.COM.BR 2020 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidente: João Dummar Neto Diretor Administrativo-Financeiro: André Avelino de Azevedo Gerente Geral: Marcos Tardin Gerente Editorial e de Projetos: Raymundo Netto Analistas de Projetos: Aurelino Freitas, Emanuela Fernandes e Fabrícia Góis | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE) Gerente Pedagógica: Viviane Pereira Coordenadora de Cursos: Marisa Ferreira Designer Educacional: Joel Bruno | CURSO GESTÃO E LIDERANÇA: EMPREENDER EM TEMPOS DE CRISE Coordenador Técnico: Nazareno Albuquerque Coordenadora Executiva: Valéria Xavier Coordenadora de Conteúdo: Flávia Chagas Coordenadora Editorial e Revisão: Daniela Nogueira Projeto Gráfico: Andrea Araújo Editores de Arte: Andrea Araújo e Welton Travassos Designer Gráfico: Welton Travassos Ilustrador: Rafael Limaverde Coordenadora de Marketing: Natercia Melo Designer (campanha): Jansen Lucas Webdesigner (campanha): Clemilson Souza Editora Criativa de Marketing: Renata Viana Analista de Marketing: Fernando Diego Sioli Todos os direitos desta edição reservados à: Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 fdr.org.br fundacao@fdr.org.br
Compartilhar