AEP--legitima-defesa-continuacao-estrito-cumprimento-do-dever-legal-exercicio-regular-do-direito

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SUMÁRIO 
TEORIA DO CRIME ............................................................................................................................................. 2 
LEGÍTIMA DEFESA .......................................................................................................................................... 2 
espécies: legítima defesa recíproca ........................................................................................................... 2 
espécies: legítima defesa SUCESSIVA ........................................................................................................ 2 
espécies: legítima defesa PUTATIVA ......................................................................................................... 3 
excesso ...................................................................................................................................................... 4 
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL .................................................................................................. 5 
conceito ..................................................................................................................................................... 5 
CARACTERÍSTICAS ...................................................................................................................................... 5 
exercício regular de direito ............................................................................................................................ 7 
conceito ..................................................................................................................................................... 7 
CARACTERÍSTICAS ...................................................................................................................................... 7 
ESQUEMA DA TEORIA DO CRIME .................................................................................................................. 7 
Exercícios ........................................................................................................................................................... 9 
Gabarito ....................................................................................................................................................... 11 
 
 
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 TEORIA DO CRIME 
 
LEGÍTIMA DEFESA 
 
ESPÉCIES: LEGÍTIMA DEFESA RECÍPROCA 
 
MUITO IMPORTANTE 
 
A legítima defesa recíproca é aquela que ocorre quando os dois lados agem acobertados 
pela legítima defesa. 
 
DÚVIDA: O Direito Penal admite a legítima defesa recíproca? 
 
A resposta é NÃO. 
 
A legítima defesa tem como pressuposto a injusta agressão, dessa forma, não há como 
ambos os lados alegarem a excludente de ilicitude. 
 
Para facilitar a compreensão do tema, pense em uma briga entre duas crianças, 
certamente, uma delas deu início à confusão, não há como ambas alegarem a “legítima defesa”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÉCIES: LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA 
 
MUITO IMPORTANTE 
 
A legítima defesa sucessiva ocorre quando a vítima (“B”) de uma injusta agressão excede 
em sua legítima defesa. 
 
 
Injusta agressão 
Legítima defesa 
A B 
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Tendo em vista que a legítima defesa não autoriza o excesso, nessa situação, o Direito 
Penal permite, portanto, que “A” se defenda desse excesso. 
 
Para essa legítima defesa daquele que era, inicialmente, o agressor, dá-se o nome de 
legítima defesa sucessiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÉCIES: LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA 
 
A legítima defesa putativa é uma espécie de descriminante putativa, tema que será melhor 
abordado quando do estudo do erro de tipo. 
 
Porém, por se tratar de assunto recorrentemente cobrado nas provas de concurso público, 
faz-se necessário alguns esclarecimentos dessa espécie. 
 
O termo “putativa” no Direito Penal está associado a algo que não existe, ou seja, trata-se 
de uma falsa percepção da realidade por parte do agente. 
 
Dessa forma, a legítima defesa putativa ocorre quando o agente, acreditando estar 
sofrendo uma injusta agressão, pratica condutas que visam sua “defesa”. 
 
É importante ressaltar que o indivíduo que é surpreendido pela legítima defesa putativa 
de terceiro contra si, pode agir em legítima defesa real, já que aquela não deixa de ser uma 
injusta agressão. 
 
Injusta agressão 
Legítima defesa 
(excesso) 
A B 
Excesso 
Legítima defesa 
sucessiva 
A B 
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SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A” acreditando que seu desafeto, “B”, iria atirar contra si, saca 
sua arma e inicia o tiroteio. Posteriormente, descobre-se que “B” sequer estava armado e que, 
na realidade, iria apenas atender uma ligação telefônica, indo buscar o celular que estava 
guardado próximo à sua cintura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCESSO 
 
A legítima defesa não admite o excesso, assim, o agente deve cuidar que seu uso seja 
moderado, sob pena de responder, inclusive, criminalmente. 
 
Como dito anteriormente, o excesso deve ser analisado no caso concreto, levando em 
consideração todas as circunstâncias do contexto fático. 
 
A doutrina apresenta uma classificação do excesso: 1) intensivo e 2) extensivo. 
 
O excessivo intensivo está relacionado ao meio utilizado (instrumento). 
 
Por exemplo, a utilização de uma arma de fogo para rebater uma agressão verbal, nesse 
caso, o meio empregado na legítima defesa é desproporcional. 
 
Ao seu turno, o excesso extensivo ocorre quando o indivíduo, após conseguir cessar a 
injusta agressão por meio da legítima defesa, dá continuidade à repulsa, praticando, nesse 
segundo momento, uma conduta ilícita. 
 
Em outras palavras, no excesso extensivo, o ilícito encontra-se na duração dos atos de 
defesa, ou seja, o indivíduo continua a se “defender” mesmo quando cessada a injusta agressão. 
 
Por exemplo, “A”, portanto uma faca, tenta atacar “B”, que consegue imobilizá-lo. Contudo, 
“B”, aproveitando-se da situação, desfere algumas facadas em seu agressor. 
 
 
Legítima defesa 
putativa 
Legítima defesa 
(real) 
A B 
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ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL 
 
CONCEITO 
 
O estrito cumprimento do dever legal ocorre quando se pratica um ato para atender uma 
norma jurídica. 
 
É importante ressaltar que o Código Penal não trouxe um conceito legal dessa modalidade 
de exclusão da ilicitude. 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
MUITO IMPORTANTE 
 
Em regra, o estrito cumprimento do dever legal está associado à atuação dos agentes 
públicos, principalmente, na área policial e de fiscalização. 
 
Por exemplo, no desempenho de suas atividades profissionais, a autoridade policial tem 
o dever de praticar diversos atos que se amoldam a alguns tipos penais, como cumprimento de 
mandado de busca e apreensão (violação de domicílio) ou de um mandado de prisão 
(constrangimento ilegal). 
 
Nesse sentido, para não inviabilizar o desempenho das atividades inerentes ao cargo 
público, o Direito Penal criou uma hipótese de exclusão de ilicitude que autorizasse o agente 
público a praticar condutas típicas, porém, não ilícitas. 
 
 
EXCESSO 
INTENSIVO
Instrumento 
utilizado na 
legítima defesa
EXCESSO 
EXTENSIVO
Duração da 
defesa
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OBS: Há situações em que particulares também serão acobertados por essa modalidade 
de excludente de ilicitude, desde que submetidos a uma relação jurídica específica com o 
Estado. Por exemplo, o médico que é obrigado a informar ao Ministério da Saúde algumas 
doenças contagiosas do paciente(violação de segredo profissional). 
 
DÚVIDA: Caso um agente policial mate um suspeito que atirou contra aquele 
durante uma abordagem, será possível invocar a excludente de ilicitude do estrito 
cumprimento do dever legal? 
 
 A resposta é NÃO. 
 
Na situação acima, o agente policial estará protegido pela excludente de ilicitude da 
legítima defesa, já que sofreu uma injusta agressão. 
 
DICA: Em uma questão de concurso público, sempre que você se deparar com 
o tema “excludente de ilicitude” e o contexto envolver a atuação de um agente 
público, será hipótese de estrito cumprimento do dever legal. 
 
A exceção fica por conta do contexto fático em que ocorre uma morte, nesse 
caso, o agente público irá alegar a legítima defesa. 
 
 
 
ESTRITO 
CUMPRIMENTO 
DO DEVER LEGAL
Atuação do 
agente 
público
AGENTE 
PÚBLICO
Regra: estrito 
cumprimento 
do dever legal
Morte: 
legítima 
defesa
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EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO 
 
CONCEITO 
 
O exercício regular de direito é a excludente de ilicitude que ocorre quando um particular 
faz uso de uma faculdade que lhe é conferida pelo ordenamento jurídico. 
 
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Antigamente, era comum que os pais utilizassem de castigo 
físico para educar seus filhos. Nesses casos, os pais agiam albergados pela excludente de 
ilicitude do exercício regular de direito (educar os filhos). 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
MUITO IMPORTANTE 
 
Como dito acima, o exercício regular de direito está associado à fruição de um direito pelo 
particular. 
 
 
 
DÚVIDA: Os ofendículos são enquadrados em qual hipótese de exclusão da 
ilicitude? 
 
Os ofendículos são instrumentos utilizados para a proteção do patrimônio, tais como 
cercas eletrificadas ou arames farpados. 
 
A doutrina e jurisprudência não possuem um entendimento pacificado sobre o tema. 
Assim, uma corrente afirma se tratar de legítima defesa pré-ordenada e outra entende ser 
exercício regular de direito. 
 
ESQUEMA DA TEORIA DO CRIME 
 
ESTRITO 
CUMPRIMENTO 
DO DEVER LEGAL
Atuação de 
agente 
público
EXERCÍCIO 
REGULAR DE 
DIREITO
Atuação de 
particular
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CRIME
Fato típico
Conduta
Resultado
Nexo Causal
Tipicidade
Ilicitude
Estado de 
necessidade
Legítima defesa
Estrito 
cumprimento do 
dever legal
Exercício regular 
de direito
Culpabilidade
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 EXERCÍCIOS 
1. (VUNESP/2013 – PC-SP – Atendente de Necrotério) - “Espécie” de legítima defesa que a 
doutrina afirma ser inexistente, pois a situação fática não é reconhecida como legítima 
defesa e não exclui a ilicitude de ação: 
 
a) legítima defesa recíproca. 
b) legítima defesa própria. 
c) legítima defesa putativa. 
d) legítima defesa de terceiro. 
e) legítima defesa em proteção a quem consente com a agressão de terceiro a bem 
indisponível. 
 
2. (CESPE/2019 – PRF – Policial Rodoviário Federal) – Em decorrência de um homicídio 
doloso praticado com o uso de arma de fogo, policiais rodoviários federais foram 
comunicados de que o autor do delito se evadira por rodovia federal em um veículo cuja 
placa e características foram informadas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários 
federais em um ponto de bloqueio montado cerca de 200 km do local do delito e que os 
policiais acreditavam estar na rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao condutor 
do veículo, foi apreendida arma de fogo que estava em sua posse e que, supostamente, 
tinha sido utilizada no crime. Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte 
item. Quanto ao sujeito ativo da prisão, o flagrante narrado é classificado como 
obrigatório, hipótese em que a ação de prender e as eventuais consequências físicas dela 
advindas em razão do uso da força se encontram abrigadas pela excludente de ilicitude 
denominada exercício regular de direito. 
 
3. (CESPE/2018 – STJ – Analista Judiciário) – A respeito da culpabilidade, da ilicitude e de 
suas excludentes, julgue o item que se segue. Situação hipotética: Um policial, ao 
cumprir um mandado de condução coercitiva expedido pela autoridade judiciária 
competente, submeteu, embora temporariamente, um cidadão a situação de privação de 
liberdade. Assertiva: Nessa circunstância, a conduta do policial está abarcada por uma 
excludente de ilicitude representada pelo exercício regular de direito. 
 
4. (CESPE/2013 – Polícia Federal – Delegado Federal) – No que se refere às causas de 
exclusão de ilicitude e à prescrição, julgue o seguinte item. Considere que João, maior e 
capaz, após ser agredido fisicamente por um desconhecido, também maior e capaz, 
comece a bater, moderadamente, na cabeça do agressor com um guarda-chuva e continue 
desferindo nele vários golpes, mesmo estando o desconhecido desacordado. Nessa 
situação hipotética, João incorre em excesso intensivo. 
 
 
 
 
 
 
 
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COMENTÁRIO DA QUESTÃO 01: A assertiva é a letra A. 
 
A legítima defesa real tem como pressuposto a existência de uma injusta 
agressão. 
 
A legítima defesa recíproca ocorre quando ambas as partes alegam legítima 
defesa real, o que é impossível dado o pressuposto da injusta agressão, ou seja, ao 
menos um dos lados deve ter agido injustamente para que a outra faça uso da 
legítima defesa. 
 
 
COMENTÁRIO DA QUESTÃO 02: A assertiva está errada. 
 
O enunciado narra a atuação de um agente público que é obrigado a utilizar 
força física em sua atuação. 
 
Assim, a excludente de ilicitude associada à atuação do agente público é o 
estrito cumprimento do dever legal e não o exercício regular de direito. 
 
COMENTÁRIO DA QUESTÃO 03: A assertiva está errada. 
 
O enunciado narra a atuação de um agente público que é obrigado a utilizar 
força física em sua atuação. 
 
Assim, a excludente de ilicitude associada à atuação do agente público é o 
estrito cumprimento do dever legal e não o exercício regular de direito. 
 
COMENTÁRIO DA QUESTÃO 04: A assertiva está errada. 
 
O erro da questão está na classificação da espécie de excesso. 
 
O excesso intensivo está relacionado ao instrumento utilizado para a defesa, 
por exemplo, utilização de uma arma de fogo para repelir uma agressão verbal. 
 
Por outro lado, o enunciado apresenta uma situação em que o agente, mesmo 
após fazer cessar a agressão, continua a agir em sua “defesa”, hipótese de excesso 
extensivo. 
 
 
 
 
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GABARITO 
1. A 
2. Errado 
3. Errado 
4. Errado 
 
 
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