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Crise de 99

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Transformando a economia brasileira com um novo regime de cambial
Trazendo um pouco do contexto internacional a que se antecede a crise de 99, mesmo antes de Fernando Henrique tomar posse, dificuldades no ambiente econômico internacional impuseram dificuldades para o Brasil. Em dezembro de 1994, o México, encontrava-se com um nível de reservas baixíssimo e em virtude disto foi obrigado a adotar taxas de câmbio flutuantes. A evolução desse quadro de dificuldades levou aquele país uma declaração de moratória unilateral, despertando no mercado internacional o temor de que outros países, por razões mais ou menos parecidas, tivessem que fazer o mesmo. Após a crise do México, certa desconfiança internacional passou a pairar sobre todos os países ditos emergentes. Inflação, câmbio, juros, balanço de pagamentos e etc.
Em março de 1995, o Brasil foi obrigado a estabelecer uma política de bandas cambiais (delimitação do Banco Central na cotação máxima e a cotação mínima para o câmbio, criando uma faixa em que é permitido a moeda flutuar) e a elevar juros de modo a conter o consumo. 
Em 1997, foi a vez de a Tailândia e a Malásia, seguidas por todo o sudeste Asiático, passarem por um processo de fuga de capitais e deflação de seus ativos financeiros. Em 1998, foi na Rússia: a quebra de um conjunto de bancos levou a uma enorme drenagem de capitais naquele país. Com isso, preocupações pairava sobre o Brasil, que, por sua vez, se comprometera várias vezes com promessas de ajustes fiscais rigorosos, mas não cumprira.
No dia 13 de janeiro de 1999, o presidente do Banco Central, Gustavo Franco, pede demissão, sendo substituído por Francisco Lopes. Este anuncia a criação de uma nova modalidade de controle cambial, denominada "banda diagonal endógena", que se refere a alteração do piso e do teto do câmbio. A expectativa do governo era que a alteração do teto da banda cambial permitisse que a saída de dólares, cessasse. No entanto, no mesmo dia o dólar atingiu o teto da banda, obrigando o governo a vender dólares para manter dentro do teto da banda. No dia seguinte, a situação se repete. Nestes dois dias, saíram US$2,8 Bilhões.
Além disso, o país enfrentava uma serie de medidas econômicas internas que contribuíam para deixar o cenário ainda mais pessimista.
Com a mudança do regime cambial para o sistema de flutuação cambial dentro de um regime de bandas cambiais (estratégia que não obteve o êxito esperado), forçou o Bacen a vender ainda mais reservas internacionais para segurar o dólar.
A ineficiência dessa estratégia foi desastrosa para o país. Em virtude das grandes pressões e ataques especulativos, o Bacen teve que ceder a desvalorização cambial. Isso provocou uma desvalorização cambial superior a 40% somente em janeiro de 99.
A crise cambial brasileira só começou a se resolver com a demissão de Francisco Lopes, sendo substituído por Arminio Fraga Neto em 2 de fevereiro de 1999, torna-se respeitado após conseguir estabilizar o câmbio no patamar de R$1,80, com a implementação do Tripé Macroeconômico. 
Frase de Armínio Fraga:
“O que se tem hoje é uma mudança que dá à taxa de câmbio uma função diferente da função que ela tinha antes. Antes o Governo dizia para a taxa de câmbio: ‘Você toma conta da inflação.’ e dizia para a taxa de juros: ‘Você toma conta do balanço de pagamentos.’, que é um regime de taxa de câmbio fixa. Hoje nós estamos escalando o time de forma diferente. Nós estamos dizendo para taxa de câmbio: ‘você toma conta do balanço de pagamentos’ e para taxa de juros: ‘você toma conta da inflação’. Agora, nada disso funciona sem uma boa política fiscal”
Obs. Dica para complementar essa parte do trabalho. Colocando o rosto ou caricatura do Arminio fraga ao final do texto, falando essa frase. 
O que é ataque especulativo?
Ataque especulativo é uma ação promovida por investidores estrangeiros no mercado de câmbio para provocar uma desvalorização significativa da moeda local, em relação a uma moeda de referência (como o dólar, por exemplo).
Ele ocorre quando há fuga em massa de capital estrangeiro do país a fim de lucrar com a desvalorização da moeda. O processo consiste em comprar e revender ativos para antecipar o valor de mercado lucrando no delay do seu ajuste natural.
OBS. Achei interessante colocar essa do que é ataque especulativo, como nota ao lado da explicação da crise de 99.

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