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DOENÇAS RENAIS Profª Drª Myrella Lira myrellacariryl@gmail.com Fisiopatologia A unidade funcional do rim é o néfron os néfrons não possuem capacidade regenerativa, apresentando declínio na sua função em casos de lesão, doenças ou envelhecimento. Principais funções do rim: Fisiopatologia • Excreção de produtos finais do metabolismo (úreia, creatinina, ácido úrico) Equilíbrio: • hidroeletrolítico (água, sódio, cloro, potássio, magnésio, cálcio e fósforo) • ácido básico (excreção de ácidos e reabsorção de bicarbonato) • Renina - angiotensina (controla a pressão sanguínea) •Eritropoetina (maturação dos eritrócitos) •Calcitriol (metabolismo ósseo) • 1,25 diidroxivitamina D Definição: A Insuficiência Renal Aguda (IRA) é caracterizada por uma redução súbita na taxa de filtração glomerular, resultando em desequilíbrio hidroeletrolítico e acúmulo de produtos nitrogenados. Insuficiência Renal Aguda (IRA) Etiologia: Insuficiência Renal Aguda (IRA) Pré-renal (perfusão renal inadequada) Desidratação grave(vomito, diarréia, febre), uso de diuréticos, insuficiência cardíaca, hemorragia. Renal (fatores intrínsecos) Exposição a droga tóxica, reação alérgica a drogas, glomerulonefrite progressiva, necrose tubular aguda isquêmica. Pós-renal (Obstrução) Hipertrofia prostática, câncer de bexiga ou próstata ou pélvico , cálculos ureterais e obstrução A decisão para iniciar a terapia nutricional é influenciada: • Estado nutricional do paciente • Doença subjacente • Grau de catabolismo Insuficiência Renal Aguda (IRA) Classificação da IRA Grupo 1 (leve) Grupo 2 (Moderado) Grupo 3 (Grave) • Pacientes não catabólicos, com aparecimento de nitrogênio uréico (TAU) < 5 g acima da ingestão diária de nitrogênio • IRA causada geralmente por nefrotoxinas • Maioria dos casos alimentação oral e o prognóstico de recuperação renal é excelente • Pacientes com moderado catabolismo e a TAU > 5 a 10 g por dia • IRA casada pós-operatório de grandes cirurgias • Terapia nutricional enteral e/ou parenteral e diálise • Pacientes com catabolismo alto e a TAU excede a ingestão de nitrogênio • IRA ocore devido a trauma severo, queimadura, sepse • Tratamento inclui Terapia nutricional parenteral e diálise - A mortalidade nesse grupo chega a 80% A terapia nutricional deve ser dirigida para minimizar o hipercatabolismo Recomendações nutricionais Terapia Nutricional na IRA Grau de catabolismo Leve Moderado Grave TAU < 5 g 5 a 10 g > 20 g Calorias 25 Kcal/Kg/dia 25 a 30 Kcal/Kg/dia 25 a 35 Kcal/Kg/dia Proteinas 0,5 a 0,8 g/kg/dia (AAE +AANE) 0,8 a 1,2 g/kg/dia (AAE +AANE) 1,5 a 2,5 g/kg/dia (AAE +AANE) Outros nutrientes Alimentos Glicose (50 -70%) Lipídios a 20% Glicose (50 -70%) Lipídios a 20% Via de administração Oral, Enteral e/ou parenteral Enteral e/ou parenteral Enteral e/ou parenteral Definição: A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma síndrome clínica que consiste na perda gradativa, progressiva e irreversível da função renal. Insuficiência Renal Crônica (IRC) Diagnóstico da DRC: Insuficiência Renal Crônica (IRC) TFG < 60 mL/min/1,73 m² por três meses consecutivos TFG ≥ 60 mL/min/1,73m² associada à presença de anormalidades anatômicas e funcionais no rim por mais de três meses consecutivos Fases da DRC: Insuficiência Renal Crônica (IRC) Fase Filtração glomerular (mL/min) Creatina Grau de IRC 0 ≥ 90 0,6 – 1,4 Grupo de risco para DRC Ausência de lesão renal 1 ≥ 90 0,6 – 1,4 Função renal normal Presença de lesão renal 2 60 - 89 1,5 – 2,0 IR leve ou funcional 3 30 - 59 2,1 – 6,0 IR moderada ou laboratorial 4 15 - 29 6,1 – 9,0 IR severa ou clínica 5 < 15 > 9,0 IR terminal ou pré-dialítica Principais Causas da IRC no Brasil Sociedade Brasileira de Nefrologia, censo 2017 Sinais Clínicos na IRC Neurológias Insônia, tremor, fadiga, cefaléia, demência, déficit de atenção, paranóia, confusão mental, coma, convulsões... Cardiovasculares Doença cardíaca isquêmica, hipertrofia ventricular, insuficiência cardíaca, hipertensão, arritmia, edema, aterosclerose... Dermatológicas Pele seca, prurido, pigmentação, sangramento e dificuldade de cicatrização Gastrointestinais Anorexia, náusea, vômito, soluço, estomatite, gastrite, sangramento, hálito urêmico. Musculoesqueleticas Osteodistrofia, osteomalácia, dores e fraturas, amiloidose, miopatia, fraqueza e cansaço. Hematológicas e imunológicas Anemia, disfunção linfocitária, imunodeficiência e inflamação. Endócrinas e metabólicas Dislipidemia, resistência à insulina, redução na secreção de insulina, intolerância à glicose, hipoalbuminemia, hiperparatireoidismo, retardo no crescimento, hipotermia, acidose metabólica, catabolismo protéico... • Tratamento conservador (pré-dialítica) Pacientes nas fases 1 a 4 da DRC • Tratamento dialítico (hemodiálise, diálise peritoneal) Pacientes na fase 5 da DRC • Transplante renal Tratamento da IRC Dietoterapia nas diferentes fases da IRC Objetivos da Terapia Nutricional: Dietoterapia na Fase Pré-dialítica Reduzir o acúmulo de compostos nitrogenados tóxicos (úreia, creatinina, ácido úrico) Prevenir ou minimizar distúrbios metabólicos (hiperpotassemia, hiperfosfatemia, acidose, resistencia insulínica, hiperparatireidismo secundário) Retardar o ritmo de progressão da IRC Prevenir desnutrição energética-protéica Restrição protéica ESTUDOS: • Diminuição da pressão intraglomerular • Redução do consumo de oxigênio em conseqüência de menor excreção de amônia e fosfatos • Diminuição dos lipídeos séricos • Redução na geração de produtos nitrogenados tóxicos e íons inorgânico – uremia • Prevenção e tratamento do hiperparatireoidismo secundário • Acidose metabólica • Intolerância à glicose • Hipercalemia Dietoterapia na Fase Pré-dialítica Quando iniciar a dieta hipoprotéica? Dietoterapia na Fase Pré-dialítica IRC discreta (TFG > 60 mL/min) -0,8 a 1 g/Kg/dia ingestão para indivíduos saudáveis - Controle: pressão arterial e dislipidemia IRC moderada (TFG 25 a 60 mL/min) -0,6 a 0,8 g/Kg/dia (50 a 60% de alto valor biológico) - Diabético (0,7 a 0,8 g /kg/dia) - Controle rigoroso da pressão arterial IRC avançada (TFG < 25 mL/min) - 0,6 g/kg/dia (50 a 60% de alto valor biológico) ou 0,3 g /kg/dia + suplementação com mistura de aminoácidos essenciais e cetoácidos Cetoácidos -- Análogos de AAE sem o N -- Disponibilidade de N Formação de compostos nitrogenados tóxicos Dieta muito restrita em proteínas com cetoácidos VANTAGENS DESAFIOS dos sintomas urêmicos N° de comprimidos 1 para 5 Kg Melhora a acidose metabólica Dificuldade de adesão Diminui a hiperfosfatemia Limita a variedade de alimentos Diminui a proteinúria Alto custo Risco de desnutrição • Indicação: paciente com TFG < 25 mL/min •Prescrição: 0,3 g /kg/dia (origem vegetal) + mistura de cetoácidos ANIMAL VEGETAL A quantidade total de proteína é mais importante que o tipo. DRC-DM, a substituição da proteína da carne bovina por frango ou proteína vegetal parece reduzir a proteinúria. A ingestão elevada de proteína (vegetal ou animal) parece acelerar a progressão da DRC. Dietas restritas em proteínas, à base de alimentos de origem vegetal, desde que bem implementadas, parecem não oferecer riscos nutricionais. Tipo de Proteína? aporte energético – poupa PTN Ingestão – Balanço nitrogenado (-) Dietoterapia na Fase Pré-dialítica Calorias • Peso normal 35 Kcal/kg PI/dia • Redução 25 a 30 Kcal/Kg PI/dia • Repleção 35 a 45 Kcal/Kg PI/dia • Obesos ou idosos acima de 60 anos ~ 30 Kcal/Kg PI/dia Dietoterapia na Fase Pré-dialítica Evitar prescrever menos de 25 Kcal/kg PI / dia - Garantir o balanço nitrogenado Dietoterapia na Fase Pré-dialítica Carboidratos 50 a 65% do VCT Lipídieos 25 a 35% do VCT (saturados < 10%, monoinsaturados 10 a 15%, poliinsaturados 10%) Sódio 1 a 3 g/dia (individualizado para PA e edema)Potássio 40 a 70 (mEq), individualizado Fósforo 800 mg/kg Cálcio 1000 a 1500 mg Líquidos Normalmente sem restrição Ferro > 10 a 18 mg Zinco 15 mg Potássio sérico: K sérico risco de morte • Hiperpotassemia tem início nos estágios mais avançados da IRC TFG < 15mL/min • TRATAMENTO: Dietoterapia na Fase Pré-dialítica - 1 ou 2 porções diárias de frutas e hortaliças com maior teor de K (> 5 meEq/porção) - 2 porções diárias de frutas e hortaliças com menor teor de K (< 5 meEq/porção) • Evitar alimentos fontes (Leguminosas, oleaginosas, cacau e derivados, frutas secas, molhos e sucos concentrados • Técnicas de preparo dos alimentos – cocção em água 60% do K Dietoterapia na Fase Pré-dialítica • Frutas de acordo com a quantidade de potássio - não precisa cozinhar Dietoterapia na Fase Pré-dialítica Dietoterapia na Fase Pré-dialítica • Consumo de hortaliças cruas Dietoterapia na Fase Pré-dialítica • Fósforo Quando iniciar o tratamento? • Hiperfosfatemia TFG < 20 A 25 mL/min • Controle dietético: nos estágios 3 e 4 da DRC ≤ 700 mg/dia • Evitar alimentos industrializados (queijos processados, biscoitos, alimentos semiprontos, pratos congelados, embutidos e outros) • Quelantes de fósforo Dietoterapia na Fase Pré-dialítica P Hiperparatireo- idismo Calcificação vascular Óbito por DCV • Consumo de sódio Dietoterapia na Fase Pré-dialítica • Risco Doenças Cardiovascular • Progressão da doença SÓDIO Controlar a ingestão de alimentos com teor elevado de sódio Alimentos processados e ultraprocessados: Embutidos em geral, temperos industrializados, macarrão e sopas instantâneas, molho de soja (shoyo), salgadinhos de pacote, etc. Incentivar o uso de temperos naturais Alho, gengibre, coentro, limão, pimenta, louro, cebola, hortelã, manjericão, orégano, cheiro verde, colorau, etc. Definição de diálise: Dietoterapia na Fase Dialítica Processo pelo qual se realiza a remoção de solutos urêmicos e eletrólitos, além do excesso de volume, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio hídrico e metabólico dos pacientes em IRC ou insuficiência renal aguda (IRA) • Indicação: Pacientes com IRC terminal, que apresentam sintomas de uremia e aqueles em que o tratamento conservador não foi capaz de manter a qualidade de vida. • Modalidades de diálise: - Hemodiálise (HD) - Diálise peritoneal (ambulatorial contínua –DPAC, automática –DPA) Dietoterapia na Fase Dialítica A Diálise remove substancias indesejáveis, mas não é capaz de restaurar as funções renais https://www.youtube.com/watch?v=UR9Qf36dnwI Dietoterapia na Fase Dialítica Hemodiálise Diálise peritoneal Frequência 3 vezes na semana em dias alternados Diariamente Duração da sessão 3,5 a 4 horas 4 a 8 horas Local da diálise Centro de diálise Domicílio Dialisador Artificial Membrana peritoneal Dialisato Água tratada, isenta de microrganismos e de compostos orgânicos tóxicos. Apresenta sódio, potássio, cálcio, bicarbonato, magnésio e cloro. Bolsas plásticas com líquido estéril. Apresenta glicose, sódio, potássio, cálcio, lactato, magnésio e cloro. Dietoterapia na Fase Dialítica Principais problemas nutricionais na diálise Hemodiálise Diálise Peritoneal Desnutrição energético-proteica (DEP) Desnutrição energético-proteica (DEP) Sobrepeso e Obesidade Hipoalbuminemia Obesidade Absorção de glicose (hiperglicemia, hipertrigliceridemia) • A prevalência de desnutrição energético-proteica é elevada nos pacientes submetidos à diálise: 23 a 76% •A desnutrição energético-proteica está altamente relacionada com a mortalidade nesta população. Perda de proteínas e aminoácidos para o dialisato Principais problemas nutricionais na diálise Hemodiálise Diálise Peritoneal Proteínas < 3 g/sessão 5 a 15 g/sessão Aminoácidos 10 a 12 g/sessão 3 g/sessão • Cuidado com retenção hídrica!!!! • Não utilizar o IMC isoladamente • Paciente em HD: a aferição do peso deve ser após a HD (peso seco) • Paciente em DP: deve-se descontar do peso corpóreo aferido o volume de líquido infundido na cavidade peritoneal • Monitorar estatura anualmente devido alterações ósseas • Aferir DC (tricipital, bicipital, subescapular e supra ilíaca) semestralmente • Aferir CB e CC semestralmente • Monitorar marcadores bioquímicos (albumina, pré-albumina, transferrina, creatinina, uréia, colesterol e paratormônio) Avaliação Nutricional na Diálise Objetivos da Terapia Nutricional: Dietoterapia na Fase Dialítica Prevenir ou melhorar a toxicidade urêmica e de outros distúrbios metabólicos influenciados pela nutrição Alcançar e manter um bom estado nutricional Recomendações de Proteínas: Dietoterapia na Fase Dialítica Hemodiálise Diálise Peritoneal Repleção g/kg/dia (50% AVB) 1,2 a 1,4 1,4 a 1,6 Manutenção g/kg/dia (50% AVB) 1,1 a 1,2 1,2 a 1,3 Recomendações de Calorias e Macronutrientes : Dietoterapia na Fase Dialítica < 60 ANOS 35 Kcal/ Kg de peso seco/dia > 60 ANOS 30 a 35 Kcal/ Kg de peso seco/dia CARBOIDRATOS 50 a 60% (DP 35% oral) GORDURA TOTAL 25 a 35% GORDURA SATURADA < 7% VET GORDURA POLI-INSATURADA Até 10% do VET GORDURA MONOINSATURADA Até 20% do VET REPLEÇÃO: • HD: 35 a 45 Kcal/ Kg de peso seco/dia • DP: 35 a 50 Kcal/ Kg de peso seco/dia Aumentar ingestão energética • Acrescentar óleo (soja, oliva, canola ou milho) nas preparações prontas; • Incentivar a ingestão de preparações com alta densidade energética; • Suplementos nutricionais específicos (HDmax®, Novasource Renal®, Dialy Care HP®). Dietoterapia na Fase Dialítica Recomendações de Sódio e líquidos: Dietoterapia na Fase Dialítica Hemodiálise Diálise Peritoneal Líquidos 500 ml+ volume urinário residual 24 h Frequentemente sem restrição, com exceção no edema. • Sódio/ Sal • Sódio 2000 a 2300 mg/dia • Sal 5 a 6 g/dia • GPID • 4 a 4,5% do peso seco Dicas para diminuir a sede Evitar sucos e refrigerantes adoçados; Tomar água bem gelada; Chupar pequenas pedras de gelo; Diminuir o tamanho dos copos e xícaras Hiperpotassemia (potássio sérico > 5,5 mEq/L) Condição frequente na HD e rara na DP. Atenção para evitar excessos na alimentação! Explicar para o paciente sobre a importância do manejo da ingestão de fontes alimentares. Recomendação: 40 a 70 mEq • Condição frequente na HD e DP Hiperfosfatemia ( fósforo sérico > 5,5 mg/dL) Osteodistrofia renal Coceiras em todo corpo Calcificação de coração, vasos sanguíneos e pulmão Aumento da mortalidade Multifatorial Necessidade protéica elevada Ingestão elevada de proteína Diálise inadequada/insuficiente Remodelação doenças ósseas Uso der análogos da vitamina D Intervenção nutricional • Controle da ingestão de proteína e de fósforo alimentar • Uso de quelantes de fósforo Hiperfosfatemia EVITAR • Outras carnes: sardinha, frutos do mar, miúdos (fígado, coração, moela, bucho), linguiça, salsicha e presunto, mortadela, salame, peito de peru; • Amendoim e preparações à base de amendoim (paçoca, pé-de-moleque, creme de amendoim), castanha de caju, nozes ou avelã; • Refrigerante à base de cola (Coca-Cola® e Pepsi-Cola®); • Cerveja; • Alimentos que contêm aditivos à base de fósforo. Hiperfosfatemia Relação Fósforo/Proteína Hiperfosfatemia Quelantes de Fósforo Hiperfosfatemia • Indicação: para DRC terminal, podendo estar ou não em diálise ou na fase pré-dialítica, considerando-se clearance de creatinina < 20 ml/min/1,73m² superfície corporal Transplante Renal • Terapia imunossupressora aumento de peso, DM, HAS, dislipidemia • Desnutrição energético protéica Principais problemas nutricionais no Transplante Renal Dietoterapia no Transplante Renal Nutriente Período imediato Período Tardio Energia 30 A 35 Kcal/kg/dia 25 a 30 kcal/kg/dia 20 a 25 kcal/kg/dia (excesso de peso) 35 a 45 kcal/kg/dia (desnutrição, estresse metabólico) Proteínas 1,3 a 1,5 g/kg/dia (50 a 75% AVB) 1,0 g/kg/dia (50 a 75% AVB) Lipídios 30 a 35% do VET ≤ 30% doVET (10% de gordura saturada, 10 a 15% monoinsaturada, 10% poli-insaturada, colesterol < 300 mg/dia Carboidratos 50 a 60% do VET Sódio 2.400 mg/dia < 2000 mg/dia (hipertensão, retenção hídrica ou oligúria) Potássio 25 a 75 mEq/dia (hiperpotassemia ou oligúria) Fósforo De acordo com os níveis séricos 800 mg/dia (rejeição do enxerto) Doença decorrente de dano glomerular, que acarreta perdas/alterações variáveis na seletividade da filtração e também, no ritmo de filtração glomerular. Doenças Glomerulares Síndrome Nefrítica • Definição: doença aguda, de base imunológica. Caracterizada pela inflamação das alças capilares do glomérulo de ambos os rins. • Causa: infecção por estreptococos desencadeada pelo antígeno beta hemolítico do grupo A. • Sinais clínicos: hematúria (sangue na urina), edema, hipertensão. • Doença mais comum em crianças Doenças Glomerulares Dietoterapia na Síndrome Nefrítica Calorias, carboidratos e lipídios Adequar as necessidades Proteínas Casos leves não precisa de restrição Casos severos 0,6 a 1,0g/kg/dia Sódio Restrição na fase de oligúria, edema e hipertensão 23 a 69 mg/kg/dia Potássio Restrição na fase de oligúria 29 a 87 mg/kg/dia Líquidos Restrição na fase inicial (hipervolemia e oligúria) 20 mL/kg/dia ou 400 mL + diurese de 24 h Síndrome Nefrótica • Definição: Doença renal caracterizada pelo aumento de permeabilidade da membrana basal glomerular, ocasionando proteinúria (> 3g/dia) e hipoalbuminemia; • Causas: Diabetes Mellitus, lúpus eritematoso sistêmico e amiloidose (> 95% casos); • Sinais e sintomas: edema, hiperlipidemia, distúrbios da coagulação e do metabolismo da vitamina D, do cálcio e de outros minerais, anemia. Doenças Glomerulares Fisiopatologia do edema Síndrome Nefrótica Proteinúria Hipoalbuminemia Pressão oncótica do plasma Volume intravascular Estímulos do sistema renina- angiotensina-aldosterona, sistema nervoso simpático, aumento da secreção de ADH, menor sensibilidade ao fator natriurético atrial Retenção de sal e água Fisiopatologia da alterações lipídicas Hipoalbuminemia Síntese protéica pelo fígado Aumento da síntese de LDL e VLDL Síndrome Nefrótica Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia Dietoterapia na Síndrome Nefrótica Calorias 30 a 35 kcal/kg/dia Proteínas 0,8 a 1,0 g/kg/dia (normoprotéica, sem insuficiência renal) 0,6 g/kg/dia (insuficiência renal – TFG < 60 mL/min) + suplementação 1 g de ptn para cada g de proteínuria Lípídios ≤ 30% do VET (10% de gordura saturada, 10 a 15% monoinsaturada, 10% poli-insaturada, colesterol < 300 mg/dia Carboidratos Normo ou levemente hiperglicídica (reduzir carboidratos simples e priorizar complexos Sódio ~3 g (restrição devido ao edema) Potássio Recomendação para hipocalemia ou hipercalemia É a formação de cálculos renais compostos de ácido úrico, urato, oxalato de cálcio, cistina ou xantina Nefrolitíase ou Litíase renal Tipos de pedras renais Pedra de Cálcio Pedra de Estruvita Pedra de Ácido úrico Pedra de cistina • Atinge ~ 12% da população mundial, de idade de 20 a 50 anos. Nefrolitíase ou Litíase renal Multifatorial -Supersaturação urinária - fatores dietéticos -Fatores genéticos -Distúrbios metabólicos Fatores dietéticos Nefrolitíase ou Litíase renal Cálcio 1.000 mg/dia A restrição não é recomendada Oxalato Evitar alimentos ricos em oxalato (espinafre, beterraba, cacau em pó, pimenta, macarrão com molho de tomate, nozes, amendoim torrado, biscoito de soja, quiabo. Fitato Atua como quelante de íons de cálcio , diminuindo a formação de cálculos de oxalato de cálcio. Fontes (leguminosas, nozes, arroz, milho, aveia, centeio, farinha de soja) Sódio ≤ 9 g/dia e reduzir consumo de alimentos industrializados, enlatados, conservas, embutidos, frios, temperos prontos, caldos concentrados. Fatores dietéticos Nefrolitíase ou Litíase renal Potássio Recomendado o consumo de alimentos ricos em potássio ( leguminosas, frutas e verduras) Vitamina C Recomendado o uso de alimentos fontes Proteína 0,8 a 1,2 g /kg/ dia (50% de AVB) Purinas Evitar alimentos fontes ( miúdos, vísceras, frutos do mar, sardinha, arenque, truta, bacalhau, ganso, peru, vitela, coelho, cabrito, carneiro, pato, carne bovina e porco) Frutose e sacarose O consumo elevado contribui para a formação de cálculos. Líquidos • 2,5 L de líquidos é um fator protetor para nefrolitíase • Recomendação: 30 mL/kg/dia ( 2100 a 2500 mL/dia) produzir 2 L de diurese Nefrolitíase ou Litíase renal Ingestão de líquidos Volume urinário Concentração dos promotores de cristalização Tipo de bebida? • Preferir água, sucos de frutas como limão, laranja ( teor de citrato), chás de frutas, flores ou ervas. • Cuidado!!! Chá preto e mate ( teor de oxalato), bebidas alcoólica (contém purinas), bebidas isotônicas (contém sal). Nefrolitíase ou Litíase renal Exercício • Sra. H. C.S. 55 anos, feminino, casada, advogada, natural da Paraíba. Refere ter hipertensão há 15 anos. Foi encaminhada pelo nefrologista à equipe de nutrição do Ambulatório de Nefrologia. Paciente relata que descobriu a DRC há 8 meses, e desde então vem fazendo acompanhamento médico com o nefrologista. • No período desta primeira consulta com o nutricionista a Sra. H.C.S. encontra-se com DRC estágio 4 (Taxa de filtração glomerular:19 mL/min/1,73 m²) Dados antropométricos: • Peso = 70 kg • Estatura = 1,74 m • IMC = 23,2 • Adequação da CMB = 91,2% • Adequação PCT = 94% • Circunferência da cintura = 94 cm Exercício Exames Bioquímicos: Fazer um aconselhamento dietético ou plano alimentar Bibliografia
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