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1 Gyovanna B. Porto. Q. Ribeiro Lima – 5° Período – Medicina UNIT - TUTORIA ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO 1 ABDOME AGUDO é uma condição intra-abdominal, não traumática, um termo que designa um conjunto de doenças que se manifesta de forma súbita ou progressiva, tendo a dor abdominal como sintoma principal, de intensidade variável. A dor abdominal é um mecanismo de proteção, de alarme, que permiti identificar uma doença abdominal ou sistêmica, que pode sarar espontaneamente, tornar-se crônica ou levar ao óbito. O ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO se caracteriza pela presença de sinais inflamatórios localizados (tumor doloroso palpável), dor abdominal difusa com rigidez da musculatura da parede, ou por sinais inflamatórios sistêmicos, que acompanham o sintoma de dor abdominal. APRESENTAÇÃO: dor abdominal súbita e inesperada, originada de um processo inflamatório e/ou infeccioso localizado na cavidade abdominal. Em algumas situações, o quadro apresenta-se com peritonite, sendo mandatório o manejo cirúrgico nesses casos. . O início do quadro geralmente é insidioso, com sintomas a princípio vagos (dor abdominal incaracterística, náuseas, anorexia, vômito, alteração do trânsito intestinal). A dor abdominal pode levar de uma a várias horas para atingir seu pico, ocasionalmente até dias, sendo inicialmente mal definida. Com o evoluir da doença, e com o acometimento do peritônio parietal adjacente ao órgão afetado, a dor torna- se bem localizada e piora progressivamente. É comum a presença de massas à palpação do abdome, resultantes da reação do peritônio à agressão, na tentativa de limitar o processo e preservar o restante da cavidade. Caso o peritônio não consiga bloquear o processo, e o tratamento adequado demore a ser instituído, observa-se evolução para peritonite disseminada. As principais causas são: apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite aguda e diverticulite aguda. Outras causas são listadas na tabela abaixo: 1 https://www.youtube.com/watch?v=LlS-63nxhYw Obstrução mecânica das vísceras ocas normais ou anatomicamente alteradas fenômenos inflamatórios na parede da víscera infecção franca e comprometimento da vascularização do órgão. https://www.youtube.com/watch?v=LlS-63nxhYw 2 Gyovanna B. Porto. Q. Ribeiro Lima – 5° Período – Medicina UNIT - TUTORIA EPIDEMIOLOGIA • Dor abdominal representa 6,5% de todas as idas à emergência; • Apendicite aguda é a causa mais comum de abdome agudo inflamatório cirúrgico e pode cursar com peritonite secundária. É mais comum no sexo masculino, na faixa etária entre 10 e 20 anos de idade. • Colecistite aguda é causa subjacente em 90% dos casos. Mais comum no sexo feminino, acometendo também adultos, jovens e idosos. • A pancreatite aguda, em 80% dos casos, correlaciona-se com colelitíase e uso de álcool, sendo a primeira a causa mais prevalente seguida da segunda. Comumente, quando relacionada ao álcool, reflete uma agudização de uma pancreatite crônica. • A diverticulite aguda é comumente encontrada em 4% dos indivíduos portadores de doença diverticular dos cólons, sendo mais comum naqueles maiores de 50 anos. 85% dos casos trata-se de quadros não complicados por abscesso, obstrução intestinal etc. FISIOPATOLOGIA Se baseia na extensão do processo inflamatório/infeccioso ao peritônio e às modificações do funcionamento do trânsito intestinal. • Quando o processo inflamatório e/ou infeccioso atinge o peritônio visceral, ocorre paralisia da musculatura lisa envolvida, gerando Íleo paralítico → Inervação pelas fibras autonômicas → Distensão e contração viscerais → Dor difusa e mal localizada. • Quando a inflamação se estende ao peritônio parietal ocorre contratura muscular abdominal localizada ou difusa → Inervação ocorre pelas fibras somáticas cerebroespinais → Dor localizada, contínua e intensa. Ao se instalar o processo de peritonite, a deterioração clínica do indivíduo pode ocorrer rapidamente e constitui-se um sinal de gravidade e mau prognóstico. A peritonite pode ser classificada da seguinte forma: o Fases iniciais → Transudativa e exsudativa: horas de evolução. Há ainda pouca atividade inflamatória com aumento da efusão peritoneal e quimiotaxia de células inflamatórias. o Fases tardias → Fibrinopurulenta e presença de abscesso: dias de evolução. Existe uma exuberante resposta inflamatória com formação de fibrina, aderências, pus, e, por fim, fibrose. CLÍNICA • Dor abdominal é o sintoma preponderante, podendo ser decorrente de um processo recente ou crônico agudizado. Costuma ser progressiva nos casos de apendicite, colecistite aguda, pancreatite aguda e diverticulite. • Quando a dor evolui com piora progressiva uma conduta cirúrgica é necessária na maioria das vezes. • É comum a dor exacerbada com movimentação, o que habitualmente indica peritonite. • Náuseas e vômitos podem ocorrer na evolução do AAI, podendo ser resultado do quadro álgico intenso ou até mesmo de estase intestinal secundária à irritação do peritônio visceral. • A febre é um sintoma comumente observado, podendo surgir já nas fases iniciais do processo, com temperaturas mais brandas, piorando com a evolução do quadro, sobretudo quando há processo supurativo instalado. • Obstipação comumente ocorre no AAI secundária à paralisia das alças intestinais. Entretanto, diarreia pode estar presente, sobretudo em casos de abscessos pélvicos. Disúria pode ocorrer nos casos de apendicite. 3 Gyovanna B. Porto. Q. Ribeiro Lima – 5° Período – Medicina UNIT - TUTORIA DIAGNÓSTICO É fundamentalmente clínico, baseados na anamnese e exame físico. ➢ Anamnese: Início da dor, tempo de evolução, características, fatores agravantes e atenuantes, sintomas associados, medicações usadas, cirurgias prévias. ➢ Exame físico completo ➢ Avaliação inicial: hemograma, sumário de urina, proteína C reativa, amilase, teste de gravidez. Quando não for suficiente, deve-se solicitar exames de imagem. ➢ Raio X do abdome em decúbito dorsal e ortostase ➢ USG do abdome. ➢ Se os exames de imagem ainda não forem suficientes, deve-se pedir: laparoscopia ou laparotomia diagnostica. TRATAMENTO 1. Analgesia; 2. Reposição volêmica; 3. Correção de distúrbios eletrolíticos; 4. Tratamento do íleo adinâmico → jejum, sonda nasogástrica nos casos de distensão gástrica e intestino delgado considerável ou vômitos incoercíveis; 5. Antibioticoterapia ou antibioticoprofilaxia; 6. Tratamento de falência orgânica se houver → internamento em UTI (mais comumente observado na pancreatite aguda grave). APENDICITE AGUDA2 É uma peritonite secundária. As fases da peritonite são: EPIDEMIOLOGIA • Maior incidência na faixa etária de 10 a 20 anos • Predominância no sexo masculino, podendo acometer qualquer faixa etária. • A urgência mais comum na gravidez • Nos países como África e Ásia, em decorrência de alimentação rica em resíduos vegetais, a incidência é significativamente menor. FATORES DE RISCO • Alimentação (não é comprovado) • Infecção 2 https://www.youtube.com/watch?v=iY5IYPJepV8&list=PLbXDjEsJetBN_hpEAv6misPN2qWa9KOF4&index=12 https://www.youtube.com/watch?v=DICiF1Y0C84&list=PLbXDjEsJetBN_hpEAv6misPN2qWa9KOF4&index=13 https://www.youtube.com/watch?v=GIjWiDGFZBw&list=PLbXDjEsJetBN_hpEAv6misPN2qWa9KOF4&index=14 https://www.youtube.com/watch?v=WBiTqDZDXuM&list=PLbXDjEsJetBN_hpEAv6misPN2qWa9KOF4&index=19 o Não complicadas: transudativa e exsudativa o Complicadas: fibrino-purulenta e abcessos. EVOLUÇÃO Transudativa → exsudativa: horas Exsudativa → fibrino-purulenta: 1 ou 2 dias Fibrino-purulenta → abcessos: 3 ou 4 dia https://www.youtube.com/watch?v=iY5IYPJepV8&list=PLbXDjEsJetBN_hpEAv6misPN2qWa9KOF4&index=12 https://www.youtube.com/watch?v=DICiF1Y0C84&list=PLbXDjEsJetBN_hpEAv6misPN2qWa9KOF4&index=13 https://www.youtube.com/watch?v=GIjWiDGFZBw&list=PLbXDjEsJetBN_hpEAv6misPN2qWa9KOF4&index=14https://www.youtube.com/watch?v=WBiTqDZDXuM&list=PLbXDjEsJetBN_hpEAv6misPN2qWa9KOF4&index=19 4 Gyovanna B. Porto. Q. Ribeiro Lima – 5° Período – Medicina UNIT - TUTORIA FISIOPATOLOGIA ➢ Mais comum (70%): obstrução do lúmen proximal do órgão, provocada por fecalito, parasitos, tumores ou corpo estranho, representa o fator desencadeante do processo, com consequente proliferação bacteriana. ➢ Menos comum (30%): o fator desencadeante pode ser a hiperplasia linfoide ou, então, um processo catarral. O processo infeccioso é iniciado no interior do apêndice, e a suplência sanguínea local é alterada pela atividade bacteriana na sua parede; na sequência, há distensão do lúmen pela formação de secreção purulenta. Gangrena e perfuração poderão ocorrer dentro das 24 h após o início do processo, levando a quadro de peritonite, localizada junto ao apêndice ou, então, difusa pelo extravasamento do conteúdo intestinal em peritônio livre, levando a situações de extrema gravidade. Localização retrocecal é mais comum. Retroperitoneal é mais raro. QUADRO CLÍNICO Dor abdominal vagamente localizada na região epigástrica ou periumbilical → anorexia, náuseas e vômitos → a dor migra para a região do quadrante inferior direito, na fossa ilíaca direita (ponto de Mc Burney). o Exceções: apêndice em localização anômala. Muitas vezes a dor se inicia diretamente na fossa ilíaca direita e outros sintomas são vagos e localizados no hipogástrico. Náuseas e vômitos podem não aparecer, assim como inapetência. A febre geralmente é baixa, nem existe ou, em casos complicados, atinge 38°C. Durante a gravidez, o útero, a medida que cresce, desloca o apêndice para cima e para o lado direito, levando-o próximo ao flanco direito. Isto faz com que a dor e sensibilidade não se iniciem pelo local habitual, no ponto de McBurney, e sim no flanco direito, fazendo com que os sintomas sejam confundidos com patologia hepática ou vesicular. EXAME FÍSICO CLÁSSICO o Abdome doloroso na região do QID o Comprometimento peritoneal como defesa à palpação (voluntária) o Rigidez abdominal (involuntária) o Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca à palpação profunda; o Sinal do psoas: dor à extensão da coxa – apendicite retroperitoneal e retrocecal. - Posição retrocecal: pode minimizar a sensibilidade dolorosa na parede anterior do abdome, referindo-a então à região do flanco direito. Quando é ascendente pode mimetizar colecistite aguda. o Sinal do obturador: dor à rotação interna da coxa – apendicite pélvica - Posição pélvica: sintomas urinários e retais. o Sinal de Rovsing: dor no QID quando se palpa o QIE. o Posições antálgicas quando houver flexão da coxa contra o quadril e bom estado geral. o Em grávidas: pode se manifestar no QSD ou periumbilical, decorrente do deslocamento do apêndice pelo útero grávido. o No idoso, pode haver evolução sem febre e sem leucocitose. o Sinal de lapiskin o Sinal de Leander Localiza-se na união do terço medial com o terço distal de uma linha imaginária que vai da espinha ilíaca ântero-supperior direita até a cicatriz umbilical 5 Gyovanna B. Porto. Q. Ribeiro Lima – 5° Período – Medicina UNIT - TUTORIA DIAGNÓSTICO ➢ Anamnese e exame físico: 95% de eficiência no sexo masculino; ➢ Hemograma: leucocitose moderada (10.000 a 20.000) associada à neutrofilia, com elevação de bastonetes e segmentados; aumento da velocidade de hemossedimentação (VHS); elevação da proteína C reativa; exame de urina ➢ Raio X: normal ou inconclusiva; ➢ Ultrassonografia: alta sensibilidade (75 a 90%); solicitada em casos de duvidas diagnosticas; dimensões > 6 mm; parede espessada > 2mm; apendicolito intra-luminal (hiperecogenicidade focal com sombra acústica posterior). 6 Gyovanna B. Porto. Q. Ribeiro Lima – 5° Período – Medicina UNIT - TUTORIA ➢ Tomografia: não opacificação do apêndice; diâmetro > 6 mm; sensibilidade de 90 a 100% e especificidade de 91 a 99%; solicitada quando a USG é inconclusiva ou quando o paciente é obeso; feita quando há suspeita de apendicite perfurada ou complicada. 7 Gyovanna B. Porto. Q. Ribeiro Lima – 5° Período – Medicina UNIT - TUTORIA TRATAMENTO • A apendicectomia é o tratamento padrão da apendicite complicada e não complicada; - Para a apendicite não complicada → apendicectomia dentro de 12 horas após o diagnóstico; • Antibioticoprofilaxia 1 hora antes da cirurgia para aqueles que serão abordados imediatamente e antibioticoterapia venosa para os que esperarão por tempo maior a cirurgia; • Pacientes instáveis com apendicite perfurada devem ser submetidos à cirurgia imediatamente; para os estáveis, antibioticoterapia inicial e drenagem percutânea de coleções localizadas com apendicectomia 6 a 8 semanas após pode ser uma alternativa; Pode ser por videolaparoscopia ou laparotomia; Estudos recentes analisaram o manejo com antibioticoterapia isolada em indivíduos com apendicite aguda não complicada, sugerindo que essa pode ser uma estratégia viável na possibilidade de seguimento dos pacientes, entretanto não existem evidências suficientes que indiquem seu uso rotineiro, uma vez que muitos desses pacientes necessitarão de abordagem cirúrgica na evolução do quadro. DIVERTICULITE AGUDA 3 A diverticulite aguda é comumente encontrada em 4% dos indivíduos portadores de doença diverticular dos cólons, sendo mais comum naqueles maiores de 50 anos. 85% dos casos são quadros não complicados por abcesso, obstrução intestinal etc. Na grade maioria dos casos, os divertículos de cólon são falsos, ou seja, são constituídos de mucosa e submucosa que herniam através da musculatura intestinal; além disso, são revestidos pela serosa. O termo diverticulose se refere à presença de divertículo sem sintomas. A doença diverticular está relacionada à divertículos com sintomas de forma complicada ou não. A doença diverticular pode ser classificada da seguinte forma: doença não complicada sintomática, doença sintomática recidivante e diverticulite. A diverticulite é caracterizada por processo inflamatório agudo. É a complicação mais frequente da doença diverticular. É classificada em estágios, chamada de classificação de Hinchey. São eles: ETIOPATOGENIA Os diverticulos quase sempre se loalizam entre as tênias colicas laterais e mesentéricas. O local mais comum é o cólon sigmóide, que está acometido em 95% dos casos. A diverticulite geralmente está assciada à forma hipertonica da doença diverticular, ou seja, cólon espático. O espessamento da parede é consequência da hipertrofia muscular, e sua contração muscular permanente origina o encurtamento do cólon. Fatores que causam isso: dieta, emocional e nervoso (aumento do estimulo mioenterico). O mecanismo se dá da seguinte forma: 3 https://www.youtube.com/watch?v=u3IK5NWrsK8&list=PLbXDjEsJetBN_hpEAv6misPN2qWa9KOF4&index=22 https://www.youtube.com/watch?v=GZieS7X193g Essa classificação auxilia nos achados visto pelo exame tomográfico e guia o tratamento. • I tratamento com antibiótico. • II tratamento com antibiótico e drenagem do abscesso. • III e IV tratamento cirúrgico. https://www.youtube.com/watch?v=u3IK5NWrsK8&list=PLbXDjEsJetBN_hpEAv6misPN2qWa9KOF4&index=22 https://www.youtube.com/watch?v=GZieS7X193g 8 Gyovanna B. Porto. Q. Ribeiro Lima – 5° Período – Medicina UNIT - TUTORIA Diverticulo obstruido por fezes endurecidas abrasão da mucosa do saco diverticular inflamação e proliferção da flora bacteriana local diminuição do fluxo venoso e isquemia localizada a infiltração bacteriana rompe a mucosa e se dissemina por toda a espessura da parede, podendo causar perfuração. ACHADOS CLÍNICOS • Dor abdominal comumente no QIE (fossa ilíaca esquerda – divertículo do sigmoide) ou região suprapubica. Pode ser referida para as costas, para o flanco esquerdo, região inguinal ou paratodo o abdome (peritonite generalizada). • Febre, anorexia. Dor em cólica ou continua. Taquicardia discreta. • Distensão abdominal com redução dos ruídos hidroaéreos. • Sinais de peritonite como dor à descompressão brusca e à percussão. • Massas em FIE podem ser palpáveis, habitualmente dolorosas • Toque retal costuma ser doloroso, podendo evidenciar massa pélvica, bem como o toque vaginal. • Parada de eliminação de gases e fezes, embora em alguns casos possa ocorrer diarreia. • Náuseas e vômitos. • Sintomas urinários: disúria, urgência miccional e nocturia, que resultam da proximidade da bexiga ao cólon sigmoide inflamado. Se houver fecaluria faz diagnostico de fistula colovesical. • Estágio 1: abscesso pericólico. Dor na FIE, podendo haver um plastrão palpável, com descompressão positiva e localizada. • Estágio 2: dor em região hipogástrica e plastrão maior. • Estágio 3 e 4: dor abdominal difusa com sinais clínicos de peritonite generalizada. • Ruídos aéreos diminuídos ou ausentes. DIAGNÓSTICO ➢ Anamnese e exame físico ➢ Raio x do abdome: pode demonstrar pneumoperitônio e/ou quadros obstrutivos. Pode também demonstrar enfisema de retroperitônio nos casos de perfuração do cólon e sinais de bloqueio de alça de delgado na FIE. ➢ Enema opaco e colonoscopia, na fase aguda, não são indicados, pois há risco de transformação em perfuração em peritônio livre. Quando usado, deve ser Baritado ou com meio de contraste iodado hidrossolúvel: presença de divertículos colônicos, fistulas, abcessos ou extravasamento do 9 Gyovanna B. Porto. Q. Ribeiro Lima – 5° Período – Medicina UNIT - TUTORIA meio de contraste, irritabilidade e espasticidade colônica segmentar (fenômeno dinâmico) e estreitamento colônico segmentar. ➢ Colonoscopia deve ser feita após resolução do quadro de diverticulite aguda para afastar neoplasias colorretais, sendo contraindicada nos casos de diverticulite perfurada. ➢ Tomografia computadorizada: é o exame de escolha, substituindo o enema opaco na maioria das vezes. Confirmação diagnostica e detecção de complicações. Contraste venoso e endoretal. Triplo contraste é padrão ouro. Espessamento da parede colônica e inflamação a gordura pericólica (não complicada); fistula; abcesso; peritonite; obstrução colônica; compressão do ureter; trombose séptica da veia porta. ➢ Laboratorial: leucocitose mais ou menos acentuada; urinálise pode conter leucocitúria e hematúria. ➢ USG: primeiro exame a ser empregado. Dor à compressão durante a visualização de um segmento colônico; espessamento hipoecogenico da parede; estreitamento ou obstrução completa da luz; região de hiperecogenicidade envolvendo o processo inflamatório; aparência de “alvo” no colo transverso; abscesso. 10 Gyovanna B. Porto. Q. Ribeiro Lima – 5° Período – Medicina UNIT - TUTORIA DIP4 É uma infecção do trato genital feminino superior. Na maior parte dos casos existe um quadro infeccioso, ascendente, que ao avançar para além do endocolo, pode ficar confinado apenas a um órgão 4 https://www.youtube.com/watch?v=5pttyYLjL_w https://www.youtube.com/watch?v=XkfIuPy6LmU https://www.youtube.com/watch?v=5pttyYLjL_w https://www.youtube.com/watch?v=XkfIuPy6LmU 11 Gyovanna B. Porto. Q. Ribeiro Lima – 5° Período – Medicina UNIT - TUTORIA (endometrite, salpingite, ooforite), às estruturas ligamentosas de suporte (parametrite) ou ter um envolvimento múltiplo em simultâneo. A DIP é uma inflamação aguda ou crônica que representa, muitas vezes, uma das complicações das doenças de transmissão sexual, nomeadamente as causadas por Chlamydia trachomatis e a Neisseria gonorrhoeae. Poderão estar em causa outros agentes como sejam os provenientes da flora vaginal endógena (aeróbica e anaeróbica como o Bacteroides fragilis), agentes associados à vaginose bacteriana (Gardnerella vaginalis, Mycoplasma hominis, etc.) e, ainda, o Mycobacterium tuberculosi ➢ Fatores de risco: idade entre 15-25 anos; nível socioeconômico; antecedentes ginecológicos e obstétricos; ➢ Quadro clinico: dor pélvica; corrimento vaginal; disúria e dispareunia; náusea e/ou vômitos; febre e arrepios; metrorragias; astenia. ➢ Etiopatogenia Via linfática: típica do pós-parto, pós-aborto e, por vezes, após aplicação de DIU. Ocasiona frequentemente uma celulite parametrial. Via hematogênica: rara, podendo ser uma das vias na tuberculose (TB) genital. Via ascendente: é a mais frequente, assim como a origem de endometrites, salpingites, salpingo-ooforites e peritonites. O intervalo de tempo entre a contaminação e o aparecimento dos sintomas vai geralmente de dois a quatro dias mas pode chegar a um mês. A radiografia simples pode sugerir a presença de coleções que se apresentam como opacidades na cavidade pélvica que elevam as alças abdominais com gás no interior. Quando de origem anexial esquerda, eleva a porção proximal do sigmóide. Quando de origem anexial direita, é preciso sempre lembrar o diagnóstico diferencial com apendicite aguda. A distensão gasosa de alças intestinais não é significativa nesses casos. No início do quadro, o exame ultra-sonográfico é pouco alterado, identificando-se apenas uma pequena quantidade de líquido livre no fundo-de-saco de Douglas e nas lojas ovarianas. As tubas uterinas, no caso de evolução da doença inflamatória pélvica para uma piossalpingite, apresentam-se dilatadas com líquido hipoecogenico com debris (ecos em suspensão) encontrados no seu interior. Os ovários podem estar discretamente aumentados, com vários folículos no seu interior (padrão policístico). Com a progressão da infecção, o miométrio e o endométrio podem mostrar-se mais ecogênicos à US, e, em alguns casos, há sinais de endometrite (espessamento e heterogeneidade do eco endometrial, com líquido livre na cavidade uterina). A doença pode progredir para o abscesso tubovariano, que se caracteriza ultrassonograficamente por imagem predominantemente cística heterogênea, com conteúdo preenchido por debris e septos. As margens da lesão são mal definidas e irregulares 12 Gyovanna B. Porto. Q. Ribeiro Lima – 5° Período – Medicina UNIT - TUTORIA ABDOME PERFURATIVO5 Trata-se de uma das causas mais frequentes de cirurgia abdominal de urgência. A dor tem início súbito, geralmente dramático, já começando de forma intensa, rapidamente atingindo seu pico. Os pacientes costumam precisar a hora exata do início do sintoma. O problema advém do extravasamento de secreção contida no trato gastrintestinal para a cavidade peritoneal, o que é traduzido por peritonite. A dor tipo somática vem da irritação química do peritônio, e, quanto menor o pH, maior a irritação. O exame clínico demonstra silêncio abdominal e rigidez muscular, detectada como "abdome em tábua". A temperatura é normal, e náuseas e vômito podem estar presentes. As perfurações costumam ser divididas em altas (gastroduodenal e delgado proximal) e baixas (delgado distai e cólon). • A principal causa é a ulcera péptica. • O tratamento é cirúrgico. 5 https://www.youtube.com/watch?v=z1dEYWXX9Nk https://www.youtube.com/watch?v=z1dEYWXX9Nk
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