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ESQUEMA DE JUSTIÇA NA IDADE MÉDIA

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ESQUEMA DE JUSTIÇA NA IDADE MÉDIA
Inicialmente definir o período da Idade Média: Início Século V até Século XV, iniciando então com a queda do Império Romano do Ocidente e finalizando na transição pra idade moderna. Seguindo a história para entendermos a justiça naquele momento, na alta idade média as sociedades passam por processos de despovoamento, regressão urbana, e invasões bárbaras iniciadas durante a Antiguidade Tardia. Havendo alterações significativas nas estruturas políticas e sociais, a ruptura com a Antiguidade não foi completa e a maior parte dos novos reinos incorporaram o maior número possível de instituições romanas pré-existentes. O cristianismo disseminou-se pela Europa ocidental e assistiu-se a um surto de edificação de novos espaços monásticos. Durante a Baixa idade Média é visto na Europa um crescimento demográfico muito acentuado e um renascimento do comércio, à medida que inovações técnicas e agrícolas permitem uma maior produtividade de solos e colheitas. É durante este período que se iniciam e consolidam as duas estruturas sociais que dominam a Europa até ao Renascimento: o senhorialismo e o feudalismo. Ocorreram também as cruzadas.
Os dois últimos séculos da Baixa Idade Média ficaram marcados por várias guerras, adversidades e catástrofes. A população foi dizimada por sucessivas carestias e pestes; só a peste negra foi responsável pela morte de um terço da população europeia entre 1347 e 1350. O Grande Cisma do Ocidente no seio da Igreja teve consequências profundas na sociedade e foi um dos fatores que estiveram na origem de inúmeras guerras entre estados. Assistiu-se também a diversas guerras civis e revoltas populares dentro dos próprios reinos. O progresso cultural e tecnológico transformou por completo a sociedade europeia, concluindo a Idade Média e dando início à Idade Moderna.
Iniciando agora o que realmente nos interessa, A vida cultural foi dominada pela escolástica, uma filosofia que procurou unir a fé à razão, e pela fundação das primeiras universidades. A obra de Tomás de Aquino, a pintura de Giotto, a poesia de Dante e Chaucer, as viagens de Marco Polo e a edificação das imponentes catedrais góticas estão entre as mais destacadas façanhas deste período.
Visto tudo, podemos definir este como um período negro no tempo, com extremo protagonismo da igreja católica Romana. Assim, foi predominantemente exercido o direito romano na europa, porém não ainda codificado. Porém no caminhar surge no século XII o “decretum de graciano” (O Decreto de Graciano é uma obra de direito canónico que compila a totalidade das normas canónicas existentes desde os séculos anteriores, muitas delas contraditórias entre si.) e futuramente eram aplicadas legislações as novas cidade a partir do desejo dos senhores existindo os códigos de lubeck, teruel e cuenca.
Bem mas eu estou aqui para tratar de justiça, claro sempre ligado ao direito, mas pra falar dela não podemos deixar passar a inquisição. Este órgão criado para combater qualquer ideia que se mostrasse contraria a eclesiástica foi denominado tribunal do santo oficio da inquisição e assim identificava, julgava e condenava todos os suspeitos a praticar outras religiões. Além disso vigiava o comportamento moral dos fieis e censurava as produções culturais, por fim ainda resistindo as inovações. E assim os processos ocorriam por acusação, denúncia ou inquérito.
Bem, até agora não falei um dos pontos mais importantes quanto a justiça dessa época, o código de Justiniano. Esse estabeleceu leis eficazes e uma administração eficaz, agora mais centralizada e rigorosamente vigiada pelos setores burocráticos do palácio. Assim o reinado tem em seu êxito a total reorganização das leis. 
Mas ai é que tá, esse período marcado pela presença da igreja, influencia diretamente a concepção de justiça fazendo os filósofos da época acreditarem que a lei dos homens deveria obedecer a lei de deus, a lei natural, esta, presente na bíblia, como os 10 mandamentos. Sendo a mais sublime representação de justiça, sob pena de caso contrariado se tornar uma lei injusta, formando logo uma relação de hierarquia.
Assim nas palavras de Agostinho, a justiça é a virtude de dar a cada um o que é seu. 
Então como já vimos, As lições cristãs estão profundamente arraigadas em praticamente todos os assuntos, como as tradições, hábitos, costumes, crenças populares, moral, ética e, também, no Direito.
Porém, no contexto de inserção na Europa, o cristianismo adquiriu outra roupagem e mesclou-se com a metafísica de Platão, a ética de Aristóteles e a técnica dos romanos, entre muitos outros exemplos. Há de se falar, ademais, que neste tópico fala-se de justiça cristã.
	Nas palavras de Carlos Eduardo Bianca Bittar e Guiliherme de Assis Almeida: “Trata-se mais de pesquisar no bojo dos Evangelhos uma doutrina acerca da justiça, levando-se sobretudo em conta: (a) o julgamento de Jesus, como um fato humano de grande significado, uma vez que provocou verdadeira expansão de sua curta pregação (ele nunca escreveu uma palavra sequer do que pregou); (b) também, a doutrina de Justiça que incorpora, numa esperança e num anseio do advento da Justiça Divina; (c) a identificação da Boa Nova, a doutrina de Jesus, como ensinamentos nitidamente diversos dos contidos no Antigo Testamento. É isso porque, para essa doutrina: ‘Mas vós sois dele em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação e redenção.
Por fim Na Baixa Idade Média temos também o nascimento do sistema jurídico do common law. A expressão common law é utilizada desde o século XIII para designar o direito comum da Inglaterra, em oposição aos costumes locais e próprios de cada região. É um direito jurisprudencial elaborados por juízes reais e mantido graças à autoridade reconhecida aos precedentes judiciários. O direito inglês moderno é mais histórico que o direito dos países da Europa Continental, principalmente porque não houve ruptura entre o passado e o presente (como ocorreu com a Revolução Francesa de 1789). Os juristas ingleses do século XX invocam ainda leis e decisões judiciárias dos séculos XIII e XIV.
Para finalizar vou apresentar as Siete partidas: corpo normativo redigido no Reino de Castela, durante o reinado de Afonso X, com o objeto de conseguir certa uniformidade jurídica para o Reino. E assim ele apresenta mais 3 especies de justiça: 
JUSTIÇA ESPIRITUAL – atribuição a Deus do que lhe é devido pelo homem; prende-se com a salvação da alma.
 JUSTIÇA POLÍTICA – atribuição pela comunidade aos respectivos membros de quanto lhes cabe e por estes àquela; o trabalho efectuado em prol da comunidade.
 JUSTIÇA CONTENCIOSA - a que se aplica nos pleitos (litígios - dar às partes o que lhes é devido); ligado fundamentalmente aos litígios judiciais.
Fazendo então um resumo geral, vemos que O Direito na Idade Média foi concebido como função da Justiça, e essa fundamenta a vida em sociedade, convivência organizada, manutenção da comunidade política, povo enquanto grupo humano, união.
A perfeição identifica-se com a Justiça. A Justiça tem como elemento a habitualidade: o homem deve ser sempre justo; quem só esporadicamente tivesse vontade de a respeitar, não seria justo. JUSTIÇA: virtude, hábito bom orientado para a acção. A Justiça é a virtude de atribuir a cada um o que merece

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