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Aspectos Neurobiológicos (Introdução a Neurofisiologia) - Neurofisiologia

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2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 1 
 
FISIOLOGIA II 
AULA 1 e 2 – SISTEMA NERVOSO 
Aspectos Neurobiológicos
 INTRODUÇÃO 
Quando falamos da ação do sistema nervoso, 
podemos dizer que o ser humano possui duas vidas, a 
vida vegetativa ou visceral e a vida relacional. 
A vida vegetativa ou visceral se refere as funções 
biológicas mantenedoras da vitalidade, geralmente 
involuntárias, realizadas através do sistema nervoso 
autônomo (SNA), como: 
• Circulação sanguínea (transporte de substâncias); 
• Respiração (absorção/excreção); 
• Digestão (absorção/excreção); 
• Excreção urinária. 
A vida relacional se refere a funções de relação 
com o meio ambiente, fenômenos extrínsecos ao 
organismo, geralmente voluntários, realizadas através 
do sistema nervoso somático (SNS), como: 
• Somestesia: Função sensitiva, capacidade de 
interpretar informações a partir do meio. 
• Motricidade: Gerar movimentos através do controle 
da musculatura estriada esquelética. 
• Cognição: Capacidade de raciocínio, do juízo crítico, 
do pensamento e da memória abstrata. Ela é 
dependente da somestesia (funções sensori-
analíticas). 
 
A vida visceral e a vida relativa estão 
relacionadas, por exemplo, a reação de luta ou fuga, 
que é visceral, é uma reação somática. Além disso, a 
expressão emocional, é cognitivo com reação visceral. 
 
 SNA 
O sistema nervoso autônomo regula os 
processos fisiológicos de forma inconsciente, e é 
responsável pela inervação motora sobre a 
musculatura lisa, a musculatura estriada cardíaca e 
das glândulas exócrinas. É dividido em sistema 
simpático e parassimpático. 
As fibras simpáticas pré-ganglionares ficam 
localizadas na lateral da medula espinal entre T1 e L2. Já 
as fibras parassimpáticas pré-ganglionares têm sua 
origem no tronco encefálico (nervos cranianos III, VII, IX 
e X) e na parte sacral da medula espinal, de S2 a S4. 
Além de ter uma identidade topográfica, apresenta 
uma identidade neuroquímica tendo como principais 
neurotransmissores a acetilcolina (fibras colinérgicas) e 
a norepinefrina (fibras adrenérgicas). 
 
 
 
 
 
 SNS 
O sistema nervoso somático é responsável pela 
motricidade dos músculos esqueléticos, inervando o 
tecido muscular estriado esquelético. Dessa forma, a 
maioria dos movimentos comandados por ele são 
conscientes. 
 
 SNC 
O sistema nervoso central é composto por uma 
porção segmentar, que seria a medula espinal, e uma 
porção suprassegmentar, que seria o encéfalo. 
Os sistemas simpático e parassimpático 
possuem, cada um, em 2 conjuntos de corpos 
neuronais, um pré-ganglionar, situado do sistema 
nervoso central até os gânglios fora do SNC, e um 
pós-ganglionar, que vão dos gânglios aos órgãos 
efetores. 
Tudo que traz informação para o cérebro é 
sensitivo (aferente) e tudo que sai do cérebro para 
um comando externo é motor (eferente). 
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A medula espinal é protegida pela coluna 
vertebral, possui segmentos que correspondem a 
inervação sensitiva e motora, somática e visceral dos 
segmentos corporais, que estão do pescoço para baixo. 
Ela apresenta níveis cervicais, torácicos, lombares e 
sacros. 
Esse sistema segmentar está em continuidade com 
o início do sistema nervoso suprassegmentar. A medula 
espinal apresenta um H medular central de substância 
cinzenta, cercado por substância branca, essa continua 
para o tronco encefálico. 
 
 
 
O encéfalo fica localizado dentro da caixa 
craniana, está dividido em duas partes, a mais caudal 
chamada de tronco encefálico e a região centro-
encefálica. 
O tronco encefálico, também chamado de 
rombencéfalo, é formado por mesencéfalo, ponte e 
bulbo. Nele as massas de substância cinzenta estão 
dispostas de maneira irregular. Próximo a ele, temos o 
cerebelo, que está na região mais dorsal na altura da 
ponte. 
A região centro-encefálica é formada pelo 
diencéfalo, mais central, e os hemisférios cerebrais, 
chamados de telencéfalos. 
No diencéfalo, temos o hipotálamo, o qual 
apresenta funções endócrinas (secreção de fatores de 
liberação adenohipofisários e dos hormônios 
neurohipofisários) e viscerais (termorregulação, 
ingestão de líquidos, fome, saciedade e padrão de 
sono), além de orquestrar as reações autonômicas. 
Outra região do diencéfalo são os tálamos, 
grupamentos nucleares densos responsáveis por 
retransmitir as informações que recebem. Toda 
aferência sensorial passa pelos tálamos, com exceção da 
mais antiga, que é a função olfatória. Eles projetam as 
informações para o córtex cerebral ou do córtex para 
os gânglios da base e núcleos rombencefálicos. 
O telencéfalo, envolve o diencéfalo e é formado 
por dois hemisférios cerebrais, o direito e o esquerdo. 
São simétricos em termos anatômicos e assimétricos em 
termos funcionais. Basicamente, são formados por 
substância branca na região central, a qual é circundada 
por substância cinzenta. 
 
 
 
 
 
Sistema 
Nervoso 
Neuroeixo 
Suprassegmentar 
(Encéfalo) 
Telencéfalo 
Hemisférios 
cerebrais 
Lobos 
Giros, 
sulcos 
Córtex 
Centro 
branco 
medular 
Núcleos 
basais 
Diencéfalo 
Tálamos 
Hipotálamo 
Metatálamo, subtálamo e epitálamo 
Tronco 
Encefálico 
Mesencéfalo 
Ponte 
Bulbo 
Segmentar 
Medula 
Espinal 
Substância branca 
Substância cinzenta 
Periférico 
Raízes 
Cranianas 
Espinhais 
Plexos Troncos 
Nervos periféricos 
Cranianos 
Espinhais 
Receptores periféricos 
 
A substância cinzenta é composta por corpos 
celulares de neurônios e apresenta essa coloração 
devido aos ribossomos. Já a substância branca é 
composta por axônios mielinizados. 
 
A disposição axial do neuroeixo, demonstra a 
existência de uma hierarquia. Dessa forma, a região 
mais caudal é controlada pelas estruturas do 
troncoencefálico. 
 
Quanto mais próximo do tronco encefálico 
mais complexa a organização. 
 
 A divisão do sistema nervoso permite a criação 
de estações de processamento das informações 
somesteticas, motoras e cognitivas. 
 
 
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PARTES E FUNÇÕES DO SNC 
REGIÃO FUNÇÕES 
Medula Espinal 
Processamento das 
informações energéticas 
do pescoço para baixo, 
reflexos do circuito 
sensório motor e gerar o 
movimento final, tanto 
somático quanto 
autonômico. 
Bulbo 
Controle respiratório e 
cardiovascular. 
Cerebelo 
Movimento, 
aprendizagem do 
movimento e equilíbrio. 
Tálamos 
Aferências sensoriais e 
motoras, regulação da 
atividade cortical e 
impulsos visuais. 
Hipotálamo 
Controle autonômico e 
endócrino, e 
comportamentos 
primitivos. 
Córtex 
Percepção sensorial, 
cognição, aprendizagem 
e memória, movimentos 
voluntários e linguagem. 
 
 
 
 
 
 
 NEURÔNIOS 
A unidade funcional do sistema nervoso é uma 
célula excitável e polarizada, chamada de neurônio. 
Possui um corpo celular e um segmento eferente 
chamado de axônio, o qual prioriza a saída de 
informação do corpo e é onde ocorre a sinapse. Além 
dele, temos diversas projeções citoplasmáticas no corpo 
celular chamadas de dendritos. 
A sua região somática recebe o estímulo de outras 
células, que são integrados e processados através da 
membrana somática para se transformar em respostas 
por meio de potencial de ação, o qual é propagado a 
outros neurônios. 
Eles não estão restritos a um único tipo de 
mediador químico, dessa forma, um neurônicocolinérgico pode receber sinapses com mediadores 
gama ou glutamato. 
 
 
 
 
 
 
COMANDO SENSITIVO 
As células bioexcitáveis recebem a informação 
pela periferia, em seguida, ela ascende pela medula 
espinal, passa pelo tronco encefálico, fornece 
informação ao cerebelo, e atinge o diencéfalo, 
sendo projetado para a parte cortical. 
COMANDO MOTOR 
O impulso motor é gerado no córtex cerebral e 
atinge estruturas subcorticais, recebe a contribuição 
de gânglios da base, tálamos e cerebelo. 
 Os sinais aferentes são específicos, chegando 
nas mesmas regiões da região cortical. 
 
Estruturas neocorticais (novas) e estruturas 
arquiopaliocorticais (antigas). 
 
 
ORTODROMIA 
Sentido correto para disseminação da 
informação nervosa: Do soma ao telodendro 
(ramificação terminal do axônio). 
 
REDE DE SINAPSES 
Uma vez que o dado inicial é recolhido, a 
entrada de uma informação suscita uma solução, e 
através de uma unidade de processamento, no 
nosso caso o cérebro, há a organização da resposta 
necessária para gerar o movimento. 
Por exemplo, o estímulo é identificado por um 
receptor periférico sensitivo, em seguida, é 
codificado no neurônio pseudobipolar e é 
encaminhado para o neurônio motor para gerar 
uma resposta. 
Frequentemente, as vias neuronais são 
cruzadas, um neurônio inicia o estímulo do lado 
direito do corpo e é encaminhado para o hemisfério 
cerebral esquerdo.

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