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O segundo Reinado é o período da história brasileira que compreende o período de comando de D. Pedro II. Logo após a renúncia de D. Pedro I o país passou por um período de regência até que Pedro de Alcantara tivesse idade para governar. No entanto, o governo regencial não foi bem visto pela população que queriam um verdadeiro líder, então os governantes fazem uma manobra que ficou conhecida como Golpe da Maioridade, que em 1840 tornou D. Pedro II com 14 anos apto a governar o país. O governo de D. Pedro II vai de 23 de julho de 1840 à 15 de novembro de 1889 com a proclamação da república. O segundo reinado foi caracterizado pela tentativa e estabilidade da política e economia, que estava em uma forte crise desde a saída de D. Pedro I. Nas ações econômicas, o governo de D. Pedro II ficou marcado pela recuperação do comercio internacional, principalmente com a produção do café em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A economia baseada no café trouxe grandes transformações para o país, as cidades cresceram para abrigar o aumento da mão-de-obra que vinha de várias partes do mundo, principalmente da África, nesse período o mercado negreiro se intensificou. Os latifúndios para produção de café foram aumentando, juntamente com a influência de seus donos, que chegavam a controlar cidades inteiras e ficaram conhecidos como Coronéis. Temos também uma expansão nas ferrovias e portos para escoar a enorme produção de café. No contexto político o país ficou dividido no dualismo entre o partido liberal e o partido conservador. As frentes de operações dos dois partidos eram muito intensas, e as disputas acabam prejudicando a tomada de decisões, pois os partidos não entravam em acordo. A solução encontrada por D. Pedro II foi uma política de revezamento, onde os dois partidos revezavam na liderança do gabinete ministerial, essa atitude diminuiu as tensões. Ao mesmo tempo das tensões o imperador acumulava poderes na sua mão, sendo o Poder Moderador que tinha autoridade para nomear e retirar cargos públicos. Assim o país ficou conhecido como um Parlamentarismo as avezas, o Brasil funcionava como uma monarquia parlamentarista na qual o imperador interferia na política sempre que fosse necessário para garantir seus interesses. Assim, se fosse eleito um primeiro-ministro que não lhe agradasse, ele o destituía, e se a Câmara tomasse medidas que não lhe agradassem, ela era dissolvida. O ano de 1870 foi muito importante para o fim do período monárquico no Brasil. O fim da guerra do Paraguai gerou uma crise financeira que colocou os maiores produtores de café do estado de São Paulo contra a coroa, nesse momento o império perdia seus maiores apoiadores. Outro fator importante no ano de 1870 foi a criação do Partido Republicano no Rio de Janeiro. O partido foi o responsável pelos principais movimentos contra a monarquia brasileira, criando vários conflitos dentro da câmara abalando o setor político. Nos anos seguintes foram criados outros partidos de pensamento republicano que queriam o fim do modelo monárquico. SEGUNDO REINADO E A CRISE DA MONARQUIA DEFINIÇÃO: GOVERNO DE D. PEDRO II: INÍCIO DO FIM DA MONARQUIA: Mas os dois maiores marcos do fim da monarquia foi o desentendimento com os grandes latifundiários logo após a abolição da escravidão e com os militares, os verdadeiros responsáveis pela república. O Brasil sofria forte pressão para a aprovação da abolição da escravidão, principalmente da Inglaterra sua maior parceira econômica. As pressões inglesas se deram logo após a revolução industrial pois o governo inglês buscava novos compradores para seus produtos, e o Brasil era um país que crescia muito rápido. O fim da escravidão geraria um grande crescimento de compradores. A Inglaterra também não via com bons olhos o comércio negreiro entre África e Brasil, pois o lucro era enorme e não iam para os cofres africanos. A partir daí foi criada em 1850 a Lei Eusébio de Queiroz, que proibia o comércio de escravos. Dentro do cenário político brasileiro, a discussão sobre a abolição tomou três frentes: os escravistas que eram contrários, os emancipacionistas que buscavam apenas a libertação jurídica e os abolicionistas que queriam a libertação e a concessão de direitos aos ex-escravos, com sua inserção na sociedade. Com o fim da Guerra do Paraguai, onde tiveram vários negros na linha de frente com a promessa de alforria, a discussão abolicionista começou a ganhar seus últimos dias com o grande apoio popular e a massiva propaganda contra a escravidão pela imprensa escrita. Uma série de leis começaram a entrar em vigor: a lei do ventre livre em setembro de 1871 previa que todos os filhos de escravas estariam livres a partir dessa data; em 1885 foi aprovada a lei do sexagenário previa a alforria dos escravos com mais de sessenta anos; por fim em 1888 foi aprovada a Lei Áurea que libertava todos os escravos no território brasileiro. A abolição representou a vitória dos abolicionistas. Com a derrota os escravistas, que eram compostos pelos grandes produtores do Brasil, decidiram romper com o império. Os republicanos aproveitaram esse abalo político para mostrar a fragilidade do modelo monárquico, reunindo apoiadores para uma reforma completa. Com os grandes produtores do seu lado, precisavam apenas do apoio popular. Foram buscar apoio com os militares, que eram amados pela população. Os militares brasileiros logo após o fim da Guerra do Paraguai retornaram ao brasil e foram aclamados como heróis pela população, no entanto eles alegaram total abandono por parte do governo. Pouco reconhecimento, o abandono de suas famílias durante o conflito, os salários não eram suficientes para a reconstrução de suas vidas e a falta de promoções, esses foram os motivos que deram início ao conflito entre as duas forças, colocando os militares a favor da república. Em 1888 D. Pedro II tentou uma conciliação entre republicanos e parlamento nomeando o visconde de Ouro Preto, que lançou diversas propostas de reforma política inspirada nos ideais republicanos. Visando a manutenção de seus privilégios, o parlamento foi totalmente contrário, e esse foi o estopim para os grupos republicanos levantarem bandeiras para a proclamação da república. Sem o apoio popular e das classes que detinha o poder no reino, os republicanos começaram a espalhar boatos que o governo estava planejando agir contra o exército, prendendo seus líderes. No dia 14 de novembro de 1888 os militares começaram a reunir seus homens, ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO: CRISE MILITAR E A QUEDA DA MONARQUIA: planejando o ataque ao parlamento. No dia seguinte, liderados por Marechal Deodoro da Fonseca, marcharam para o centro da cidade com o intuito de depor D, Pedro II. Com o apoio dos republicanos, Marechal Deodoro demitiu o conselho dos ministros e com um decreto proclamou a república. D. Pedro II não reagiu ao ataque apesar do apoio popular e da armada marítima, pois não queria ver uma guerra civil que mataria milhares de brasileiros. No dia 18 de novembro o Imperador partiu com sua família para a Europa. Caia assim a última monarquia na América. 01 - (Enem PPL 2017) O movimento abolicionista, que levou à libertação dos escravos pela Lei Aurea em 13 de maio de 1888, foi a primeira campanha de dimensões nacionais com participação popular. Nunca antes tantos brasileiros se haviam mobilizado de forma tão intensa por uma causa comum, nem mesmo durante a Guerra do Paraguai. Envolvendo todas as regiões e classes sociais, carregou multidões a comícios e manifestações públicas e mudou de forma dramática as relações políticas e sociais que até então vigoravam no país. GOMES, L. 1889. São Paulo: Globo, 2013 (adaptado). O movimento social citado teve como seu principal veículo de propagação o(a): A – Imprensa escrita. B – Oficialato militar. C – Corte palaciana. D– Clero católico. E- Câmara de representantes. 2 – (Enem 2015) QUESTÕES PARA TREINAR Essas imagens de D. Pedro II foram feitas no início dos anos de 1850, pouco mais de uma década após o Golpe da Maioridade. Considerando o contexto histórico em que foram produzidas e os elementos simbólicos destacados, essas imagens representavam um: A – Jovem maduro que agiria de forma irresponsável. B – Imperador adulto que governaria segundo as leis. C – Líder guerreiro que comandaria as vitórias militares. D – Soberano religioso que acataria a autoridade papal. E – Monarca absolutista que exerceria seu autoritarismo. 3 – (Enem 2014) Respeitar a diversidade de circunstâncias entre as pequenas sociedades locais que constituem uma mesma nacionalidade, tal deve ser a regra suprema das leis internas de cada Estado. As leis municipais seriam as cartas de cada povoação doadas pela assembleia provincial, alargadas conforme o seu desenvolvimento, alteradas segundo os conselhos da experiência. Então, administrar- se-ia de perto, governar-se-ia de longe, alvo a que jamais se atingirá de outra sorte. BASTOS, T. A província (1870). São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1937 (adaptado). O discurso do autor, no período do Segundo Reinado no Brasil, tinha como meta a implantação do: A – Regime monárquico representativo. B – Sistema educacional democrático. C – Modelo territorial federalista. D- Padrão político autoritário. E – Poder oligárquico regional. 4 – (Enem PPL 2014) Enquanto as rebeliões agitavam o país, as tendências políticas no centro dirigente iam se definindo. Apareciam em germe os dois grandes partidos imperiais — o Conservador e o Liberal. Os conservadores reuniam magistrados, burocratas, uma parte dos proprietários rurais, especialmente do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, e os grandes comerciantes, entre os quais muitos portugueses. Os liberais agrupavam a pequena classe média urbana, alguns padres e proprietários rurais de áreas menos tradicionais, sobretudo de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998. No texto, o autor compara a composição das forças políticas que atuaram no Segundo Reinado (1840-1889). Dois aspectos que caracterizam os partidos Conservador e Liberal estão indicados, respectivamente, em: A - Abolição da escravidão — Adoção do trabalho assalariado. B - Difusão da industrialização — Conservação do latifúndio monocultor. C - Promoção do protecionismo — Remoção das barreiras alfandegárias. D - Preservação do unitarismo — Ampliação da descentralização provincial. E - Implementação do republicanismo — Constituição da monarquia constitucional. 5 – (ENEM 2013) As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro II, procuram transmitir determinadas representações políticas acerca dos dois monarcas e seus contextos de atuação. A ideia que cada imagem evoca é, respectivamente: A - Habilidade militar – riqueza pessoal. B - Liderança popular – estabilidade política. C - Instabilidade econômica – herança europeia. D - Isolamento político – centralização do poder. E - Nacionalismo exacerbado – inovação administrativa. 1- A 2- B 3- C 4- D 5- B GABARITO:
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