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Estudando_ Introdução à Filosofia Política _ 5

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01/11/2019 Estudando: Introdução à Filosofia Política | Prime Cursos
https://www.primecursos.com.br/openlesson/10223/104958/ 1/4
Estudando: Introdução à Filosofia Política
-- 2.2 - Maquiavel e os Médicis
Maquiavel
Muitos séculos depois, chegamos às ideias de um pensador do Renascimento, Maquiavel (1469-1527), que
conviveu com uma sociedade em meio à instabilidade política, às guerras, à presença da igreja nas disputas
hegemônicas. Participou, também, do desenvolvimento da cultura e da política de Florença, sob os comandos
de Lourenço de Médici, o Magnífico, e viu, inclusive, a sua queda, quando do governo de Piero de Médici
(sucessor de Lourenço). Este foi expulso pelo criador da República Florentina, o monge dominicano
Savonarola, também afastado do poder e queimado.
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A instabilidade do poderio religioso, que se alternava entre papas, e as alianças e discórdias com diversas
famílias, refletiu na política do estado florentino. A nova república, da qual o próprio Maquiavel foi secretário,
foi destituída pelos espanhóis, em 1512, colocando os Médicis novamente no poder. Fato curioso foi a visita,
em 1502, a César Bórgia, na Romagna, que resultou na “Descrição da maneira empregada pelo Duque
Valentino (César Bórgia) para matar Vitellozzo Vitelli, Oliverotto da Fermo, Signor Pagolo e o Duque de
Gravina, Orsini”. Aqui o filósofo descreve os assassinatos políticos requeridos pelo filho do Papa Alexandre VI
Bórgia.
Os banqueiros Médicis colocaram Florença a seu serviço pessoal, e, com suas riquezas, contribuíram para a
criação de grandes obras renascentistas, promovendo a arte, a literatura e a ciência. Atuaram na cidade:
Leonardo da Vinci, Michelangelo, Dante Alighieri, Brunelleschi e Maquiavel.
Figura 1. Palácio dos Médicis, em Florença
O principado dos Médicis teve início quando, em 1434, Cosimo Médici fez uma entrada triunfal em Florença,
mostrando que estava de volta à cidade após seu exílio em Veneza, em detrimento da acusação de tentar um
governo tirano. Maquiavel bem sabia que aqui começava o fim de umgoverno republicano. E foi o que se deu:
os Médicis bajulavam financeiramente a classe médica e se aliavam aos poderosos, construindo, assim, uma
verdadeira dinastia, que durou cerca de 300 anos, comandando a política, as artes e a religião.
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Figura 2. Estátua de Cosimo Médici, na Piazza della Signoria, em Florença
Em “O Príncipe”, vemos a simpatia de Maquiavel por monarcas fortes e determinados, que defendem seu
povo acima de tudo; assim, a Itália, no caso, seria poderosa e unificada, com um legítimo rei. E isso, percebe-
se pelos elogios dirigidos a César Bórgia. Este confiou o poder da Romanha (Ravenna, Forlì-Cesena, Rimini e
parte de Bolonha -em meio a Imola-, formam a Romanha, região da Itália setentrional, hoje, Emília-Romanha.)
– cidade recém-conquistada e ainda padecendo com as sequelas do antigo governo – a Dom Ramiro d’Orco,
que demonstrou ser um verdadeiro tirano. Bórgia, para retomar sua popularidade, mandou matar o ministro
em praça pública, causando um gigantesco choque, mas também admiração da população. Um príncipe,
portanto, deve primar pela integridade e bem-estar de seu povo, e não deve hesitar mesmo em situações em
que a crueldade domina.
Figura 3. “Retrato de um Cavalheiro” (Cesare Borgia), de Altobello Melone
01/11/2019 Estudando: Introdução à Filosofia Política | Prime Cursos
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Maquiavel se mostrou contrário a várias ideias e pensamentos reinantes antes do Renascimento (Maquiavel,
assim como outros renascentistas, procurava uma nova maneira de pensar, de governar, de agir, uma
maneira que ia de encontro ao medieval, incluindo a ênfase na separação entre a Igreja e o Estado), incluindo
o de Aristóteles de que um governante deveria ser prudente. A prudência aristotélica, portanto, daria lugar,
para este filósofo, à coerência.
Maquiavel falava sobre a política em termos muito específicos, utilizando a moral como parâmetro das
atitudes do homem. É um dos primeiros pensadores a colocar a política e o social em discussão; para tanto,
se utiliza do método de Aristóteles, lendo “tudo aquilo que havia sobre o assunto e os descrevendo a seu
próprio Tempo.”
A moral e a religião não integravam o que tinha de fundamental na política maquiavélica, e o poder deveria
ser mantido a todo custo, ou seja, a essência da política era a conquista e a manutenção do poder. Aqui se
desenha a virtù de um príncipe, o saber como agir em cada momento, em cada circunstância, devendo ser
astuto antes mesmo de ético. Diz ele: “se ensinei aos Príncipes de que modo se estabelece a tirania, ao
mesmo tempo mostrei ao povo os meios para dela se defender.”(EIDE, 1986, p. 49)
A virtù maquiavélica relaciona-se com virilidade, ou seja, com o poder de se impor diante das dificuldades, e
isso é possível pelo caráter, pela força e pelo cálculo – a partir dela pode-se conquistar a fortuna (no sentido
de "sorte", destino). Falava da necessidade de haver um exército bem treinado e doutrinado segundo as
aspirações do Estado. É aqui que a religião torna-se necessária, como doutrinação e não libertação.
Maquiavel acredita na repetição histórica, em que o contexto e os personagens mudam, mas não o roteiro. Os
homens comportam-se de maneira igual, segundo ele, pois possuem os mesmos instintos e fraquezas. Assim,
não há que idealizar o Estado, pois há somente o possível diante das qualidades dos sujeitos.
Maquiavel é autor de uma das mais lidas comédias italianas, “A Mandrágora” (1515), e “A Arte da Guerra”
(1519-1520), iniciadas e apresentadas nas reuniões literárias nos Jardins de Rucellai, ambas publicadas em
vida. Também escreveu “Discorsi sopra la prime deca di Tito Livio” (1517), “Istorie Fiorentine” (1520-1525), as
comédias “Clizia” (1524) e “Andria, o conto Belfagor” e “O Príncipe” (1513), esta última, sua obra mais
conhecida.

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