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A N T Í G O N A A n á l i s e d e A n t í g o n a s o b r e a p e r s p e c t i v a d o q u e é c o n s i d e r a d o " j u s t o " e i n j u s t o p a r a o s p e r s o n a g e n s . P R O J E T O N Ã O , E U N Ã O I R I A A R R I S C A R O C A S T I G O D O S D E U S E S P A R A S A T I S F A Z E R O O R G U L H O D E U M P O B R E R E I A N T Í G O N A é u m a t r a g é d i a g r e g a d e S ó f o c l e s , c o m p o s t a p o r v o l t a d e 4 4 2 A C . A p e r s o n a g e m q u e c a r r e g a o n o m e d o t í t u l o r e p r e s e n t a u m a v o z f e m i n i n a q u e e n f r e t o u o r a d i c a l i s m o d e u m r e i c r u e l . A h e r o í n a é f i l h a d e É d i p o , e i r m ã d e I s m ê n i a , E t é o c l e s e P o l i n i c e . E é a p e r s o n a g e m p r i n c i p a l d a p e ç a Édipo e Antígona (Jean-Baptiste H ugues, 1885) sobre a peça O universo feminino grego da época clássica, especialmente o século V A.C, pode também ser intuído em Antígona, conhecida peça de Sófocles, que os juristas adoram utilizar como certidão de nascimento do Direito Natural. Sófocles ambientou suas peças em torno de Édipo, o herói que matou o pai e se casou com a própria mãe. Antígona era filha incestuosa de Édipo, nascida do ventre da infeliz Jocasta. O drama de Édipo ilustrou um dos mais importantes argumentos da tradição freudiana, o tema do Complexo de Édipo. O enredo da peça é assustador: Creonte, rei da cidade de Tebas, havia proíbido que sepultassem Polinice e a desobidiência a ordem seriam penalizada com apedrejamento até a morte. Polinice abandonou o exército no campo de batalha, conduta que os antigos viam como criminosa e ultrajante, e a penalidade consistia na perda da possibilidade de sepultamento. Para os antigos a pena era cruel e acreditava-se que a negação da sepultura resultaria em uma alma apenada que vagaria pela eternidade. Antígona, que era irmã de Polinice, resolveu desafiar a ordem ultrajante e insistentemente realizou os ritos fúnebres do irmão. Supreendida pelos soldados ela foi presa e conduzida a presença do Rei Creonte, que estava enfurecido, e justificou-se dizendo que seguiu uma lei que era divina e, por isso, era superior a lei humana. Creonte não aceitou as justificativas e condenou Antígona a ser sepultada viva em uma caverna subterranêa. Antígona desafiou a concepção positivista de norma, invocando regras transcendentais como justificativa para sua atitude. Sua ação deve ser avaliada num contexto, onde às mulheres não era autorizado o uso da lei, eram desprovidas de direitos e viviam subjulgadas pelo universo masculino. Ismênia, irmã de Antígona, realisticamente advertiu a heroína de que a condição feminina poderia diminuí-las e lembou de que não poderiam se esquecer de que eram mulheres e que vivam em uma sociedade que lhes negava direitos. Nas peças gregas existia o Coro, conjuto de personagens que expressava a opnião pública, nessa peça o Coro admitia que havia desigualdades, mas que essas desigualdades não diminuiam as mulheres. No geral, os comentadores tomam o partido de Antígona. Já o rei insistia na legalidade de sua posição, lembrando que o irmão de Antígona havia traído a cidade quando desertou, o que significava que lutou ao lado do inimigo e contra as forças da cidade que jurou defender, Creonte insistia na aplicação da lei e, por isso, Antígona deveria ser punida e determinou que fosse levada para um lugar distante, onde seria deixada em um túmulo subterraneo revestido de pedra com alimentos suficientes para não macular a cidade com o sacrilégio de enterrar alguem vivo. A heroina também sofria penalidades indiretas que a privavam de uma existência plena de mulher e deixa isso claro na peça, quando fala: “E agora sou arrastada, virgem ainda, para morrer, sem que houvesse sentido os prazeres do amor e os da maternidade." Podemos dizer que Antígona é fonte primária para o conhecimento do direito penal grego. Indica-nos a vingança pública (em substituição à vingança privada), a concentração dos poderes nas mãos de uma só pessoa, a ausência do princípio da reserva legal, a morte não identificada como razão extintiva de punibilidade, o clamor social contra decisão injusta. E ainda que ao tratar de uma mulher desafiadora das leis da cidade, Sófocles problematizava o papel feminino. Perguntada por Creonte sobre quais eram suas justificativa para o crime que acabara de confessar, respondeu Antígona, num dos mais famosos passos da literatura clássica: "A tua lei não é a minha lei. A tua lei não é a lei dos deuses. É apenas o capricho ocasional de um homem. E eu não acredito que a tua proclamação tenha tal força que possa substituir as leis não escritas dos costumes e os estatutos infalíveis dos deuses. Porque essas leis não são leis de hoje, não são leis de ontem. São leis de todos os tempos. Ninguém sabe quando essas leis apareceram. E eu não vou arriscar o castigo dos deuses pra satisfazer o orgulho de um pobre rei." JUST IÇA Aqui farei uma análise de Antígona sobre a perspectiva do que é considerado justo e injusto para os personagens centais da peça ANT ÍGONA Justiça seguir as leis do Deus de sua casa e os costumes da época em que se encontrava, mesmo que contrariasse ordem superior. Para Antígona não havia outra opção a não ser realizar todos os ritos fúnebres do irmão. I SMÊN IA Concordava com Antígona, mas o medo do Rei e o conhecimendo de sua condição de mulher fizeram com que se omitisse, mas isso não a poupou do sofrimento de perder todos os imãos. CREONTE A pena era inegociável, pois trair a cidade era o maior dos crimes. Acredito que a dureza de seu posicionamento se devesse ao fato de antígona ser da sua família e isso serviia de exemplo para Tebas T IRÉS IAS Papel de sarcedote, totalmente imparcial. Para ele não importa a voz dos mortais, mas sim o estatutos dos deuses, e naquele momento os deuses estavam com Antígona. Fez Creonte mudar de ideia. COR IFEU No começo oscilava de lados, e apenas confirmava o argumento de cada parte, mas no final declarou: "Eu próprio sinto-me re vol ta- do contra as leis, e não posso conter minhas lá- gri mas ao ver Antígone dirigir-se para o seu leito nupcial: o túmulo " A C IDADE O sussurros abafatos e medrosos clamavam pelo bem de Antigona, até porque parece-me que os cadaveres apodrecidos daqueles que não tinham direito a sepultua era uma mácula daquela cidade O CORO Oscila de posicionamento, mas no geral está com Antígona. Creio que faltou um pouco de coragem para enfrentar o rei. HÉMON Respeitava o pai acima de qualquer coisa e ficou ao lado dele, motivo que o levou a ficar a favor de Antígona, para o bem do próprio pai, pois ele sabia que a opinião pública desaprovava o que o Rei estava fazendo com a jovem. EUR ÍD ICE Levou sua opinião as últimas consequencias, deixando claro que o esposo e rei de Tebas causou isso a si mesmo e a todos, quando por birra não deixou livre a mulher que honrou sua família.