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Os atos de fala (austin v4

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Os atos de fala (austin/Searle)
O surgimento
“A teoria dos atos de fala – filiada à filosofia Analítica – surge quando um grupo de filósofos começou a interessar-se pelo funcionamento da linguagem ordinária (do cotidiano), levantando questões como: 
A linguagem é usada somente por fazer declarações?
Todos os enunciados podem ser submetidos à noção de verdade?
Que outras ações, além descrever o mundo, realizam-se através da linguagem?
	Austin, um dos representantes desse grupo, começa suas investigações na década de 1940, [...]” (Pág. 15)
“A primeira conferência inicia-se com Austin ‘declarando’ que, por um tempo maior do que o necessário, os gramáticos, através de critérios gramaticais, classificaram uma sentença como declarativa, interrogativa, negativa, que expressa desejo, ordem ou concessão, enquanto os filósofos acreditavam ter a sentença a função de descrever ou declarar um fato.” (Pág. 16)
“Nesse contexto, um grande número de sentenças seria considerado sem significado [...] se submetidas ao critério de verdade ou falsidade. [...] Austin (1962) propõe sua teoria do atos de fala em que dizer nem sempre é somente ‘descrever’ e/ou declarar sobre o mundo. Dizer, em muitas situações, é fazer, é realizar uma ação ao mesmo tempo em que se diz essa ação. Nessa perspectiva, uma grande parte dos enunciados não passíveis de serem submetidos às condições de verdade (valor de verdade) teriam seu significado explicado através do contexto em que desempenha determinado ‘ato’.
				Eu aposto 10 reais com você que o Corinthians vai ser campeão.
				Eu batizo este carro de Julião.
				Eu declaro guerra ao cigarro.
				Confiro-lhe o título de bacharel em Direito.
				Eu o condeno a 1 ano de trabalhos comunitários. 
				Dou minha palavra como João chegará na hora estipulada.” (Pág. 16)
Concebendo a linguagem como forma de ação
“Enunciados Constatativos³: aqueles atos que servem para descrever o mundo, falam de algo através de afirmações. 
			O curso de Pragmática está sendo elaborado pela professora Lucienne.
Enunciados Performativos: aqueles cuja realização resulta em um fazer; dizer é simultaneamente realizar o ato descrito pelo enunciado. 
 Eu declaro encerrada esta sessão. (enunciado proferido pelo síndico em uma assembleia do condomínio)” (Pág. 17)
Os critérios propostos por austin
“(A. 1) Deve haver um procedimento convencionalmente aceito, que apresente um determinado efeito convencional e que inclua o proferimento de certas palavras, por certas pessoas, e em certas circunstâncias; e, além disso, que
(A. 2) as pessoas e as circunstâncias particulares, em cada caso, devem ser adequados ao procedimento específico invocado.
(B. 1) O procedimento tem de ser executado por todos os participantes, de modo correto e 
(B. 2) completo.
(r. 1) Nos casos em que, com frequência, o procedimento visa às pessoas com seus pensamentos e sentimentos, ou visa à instauração de uma conduta correspondente por parte de alguns participantes, então aquele que participa do procedimento, e o invoca deve de fato ter tais pensamentos ou sentimentos, e os participantes devem ter a intenção de se conduzirem de maneira adequada, e, além disso,
(r. 2) devem realmente conduzir-se dessa maneira subsequentemente. (AUSTIN, 1990, p.131)” (Pág. 17 e18)
Igreja proíbe padre casado de celebrar casamentos em Goiânia (go)
extraído de: Folha Online – 10 de novembro de 2008
“[...] “Eu vos declaro casados” [...] é mais que um dizer, é um fazer, é tornar as duas pessoas que ali estão, perante a igreja, casados. No entanto, de acordo com a notícia, em todos os atos (casamentos) realizado pelo padre citado, houve violação da condição (A. 2), uma vez que o padre não mais tinha autoridade para realizar todos os atos religiosos que são prerrogativas dos sacerdotes.
		A condição (A. 1) foi satisfeita, pois não há qualquer questionamento quanto aos locais onde os casamentos e outros sacramentos foram realizados, muito menos que os sacramentos não foram executados ou foram de forma incompleta (B1 e 2). Também não se tem notícia de alguém que participou ou se submeteu a um dos sacramentos realizados pelo referido padre ter se comportado inadequadamente após a realização do ato. Portanto, tudo indica que as condições (r1 e 2) também foram satisfeitas.
		Nesse contexto, de acordo com Austin (1990 [1962]), constata-se uma falha, corroborada pela posição que a igreja pretende adotar: anular os casamentos realizados pelo referido padre. Essa falha, em decorrência da violação de (A2), abre espaços para anulações. Com essas observações, verificamos um ato performativo – o que caracteriza o casamento religioso – que não cumpriu todas as condições de felicidade propostas pelo citado filósofo.
		[...] podemos também identificar a violação caracterizada como abuso: não foram cumpridas em condições dos constantes de (r.1) e (r. 2). [...]” (Pág. 19) 
Características linguísticas para os enunciados performativos
“[...] ao ser reescrito com propriedades (gramaticais) linguísticas não previstas para os performativos, deixa de ser um enunciado performativo; e os enunciados resultantes dessa reescritura são considerados como pertencendo ao grupo dos constatativos. 
				EU DECLARO GUERRA AO CIGARRO. 
				Eu declarei guerra ao cigarro.
				Guerra ao cigarro foi declarada por mim.
				Ela declara guerra ao cigarro.”
“Pensemos esse contexto: o proprietário de um bar, ao ser perguntado como tem sido a posição do seu estabelecimento com relação ao cigarro, responde com o enunciado:
				Eu declarei guerra ao cigarro.” (Pág. 20)
Exemplos:
Eu compro pão na padaria de Seu João. 
Eu, por meio do presente, declaro guerra ao cigarro.
 Eu, por meio do presente, compro pão na padaria de Seu João.
Eu os declaro marido e mulher!
Amanhã estarei no lugar combinado. (ato de promessa)
Os atos
“1) Ato locucionário – é o ato de dizer algo; é o uso de uma sentença em determinada ocasião.
2) Ato ilocucionário – é o ato ao dize algo, ou seja, proferir uma sentença (ato ilocucionário), realizamos atos como informar, avisar, prevenir, acusar, prometer, descrever etc.
3) Ato perlocucionário – é o ato de produzir efeitos os consequências no ouvinte/leitor; em outras palavras, é o efeito que produzimos no leitor/ouvinte ao realiza um ato ilocucionário; há situações em que se pretende estar realizando um ato do tipo prevenir e pode-se confundir o prometer, declarar, encerrar, pode-se produzir no leitor atos (perlocucionários) do tipo convencer, intimidar, persuadir, surpreender, confundir etc.” (Pág. 23)
exemplo
Amanhã será o dia grande dia!
“Searle (2002 [1979]) revê essa classificação, adotando, como critério base para a sua classificação dos usos da linguagem, o propósito ilocucionário, [...]
	[...] apresenta sua classificação dos atos ilocucionários, sendo que os primeiros quatro atos (assertivos, diretivos, compromissivos e expressivos) foram assim classificados com base em algum(uns) dos critérios: o propósito ilocucionário, a direção do ajuste (palavra-mundo ou mundo palavra) as condições de sinceridade expressas; por outro lado, as declarações não foram definidas utilizando nenhum desses critérios, mas, segundo Searle (2002 [1979]), [...] por considerar que “em que o estado de coisas representado na proposição expressa é realizado ou feito existir pelo dispositivo da força ilocucionária.”.” (pág. 24)
“1) Assertivos – “O propósito dos membros de classe assertiva é o de comprometer o falante (em diferentes graus) com o fato de algo ser o caso, com a verdade da proposição expressa. Todos os membros da classe assertiva são avaliáveis na dimensão de avaliação que inclui o verdadeiro e o falso.” (P.19) concluir, deduzir, gabar-se, reclamar, constatar etc. 
	Situação1: em um contexto de sala de aula, o professor, ao analisar as atividades desenvolvidas por um aluno durante o ano, assevera:
A partir de análise minunciosa do desempenho de x, concluo que x não tem condições de ser aprovado.” (Pág. 24) 
“2) Diretivos – “Seu propósito ilocucionário consiste no fato deque são tentativas (em graus variáveis [...]) do falante levar o ouvinte a fazer algo. Podem ser “tentativas” muito tímidas, como quando o convido a fazer algo ou sugiro que faça algo, ou podem ser tentativas muito veementes, como quando insisto em que faça algo.” (p.21) pedir, convidar, mandar, suplicar, rogar.
 Situação 2: em uma partida de futebol, um jogador comete uma falta cuja punição é a expulsão, então o árbitro naturalmente ergue o cartão vermelho, ação que pode vir acompanhada de um dos enunciados abaixo:
		Convido-o a sair do campo!
		Saia do campo!” (Pág. 25)
“3) Compromissivos – “[...] são [...] os atos ilocucionários cujo propósito é comprometer o falante (também neste caso, em graus variáveis) com alguma linha futura de ação.” (p.22) prometer, jurar. 
 Situação 3: em uma cerimônia de colação de grau de cursos de graduação, um dos formandos faz o juramento relativo à profissão escolhida:
Juro acreditar no direito como a melhor forma para a convivência humana. Juro fazer da justiça uma consequência normal e ... (juramento do curso de Direito)” (Pág. 25)
“4) Expressivos – “O propósito ilocucionário dessa classe é o de expressar um estado psicológico especificado na condição de sinceridade, a respeito de um estado de coisas, especificado no conteúdo proposicional.” (p.23) agradecer, congratular, dar pêsames, dar boas-vindas.
 Situação 4: na volta para casa de uma viagem longa, Joana é recebida no aeroporto com uma faixa que dizia:
Boas-vindas, Joana!” (Pág. 25)
“5) Declarações – “A característica definidora dessa classe é que a realização bem-sucedida de um de seus membros produz a correspondência entre o conteúdo proposicional e a realidade, a realização bem-sucedidade garante a correspondência entre o conteúdo proposicional e o mundo: se sou bem sucedido em realizar o ato de designá-lo presidente, então você é o presidente; (p.26)”. 
	Situação 5: em uma empresa, após desentendimento entre o chefe e o funcionário, aquele assevera:
					Você está demitido!” (Pág. 26)

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