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Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 1 Terapeuticas II Antiparkinsonianos Do ponto de vista patológico, a doença de Parkinson é uma doença degenerativa cujas alterações motoras decorrem principalmente da morte de neurônios dopaminérgicos da substância nigra que apresenta inclusões intracitoplasmáticas conhecidas como corpúsculos de Lewy. Manifestações motoras: Tremor de repouso Bradicinesia Rigidez com roda denteada Anormalidades posturais As alterações não são restritas a substância nigra e podem estar presentes em outros núcleos do tronco cerebral, córtex cerebral e mesmo em neurônios periféricos, como os do plexo mioentérico. A presença do processo degenerativo além do sistema nigroestriatal pode explicar uma serie de sinais e sintomas não motores, tais como alterações de olfato, distúrbios de sono, hipotensão postural, constipação, ... A manifestações motoras da DP podem ser explicadas de maneira simplificada pelo modelo no qual estriado possui papel-chave dentro das vias motoras cerebrais. O processo de degeneração de neurônios dopaminérgicos nigroestriais leva a redução da modulação da dopamina estriatal e, consequentemente, a alterações motoras. Esse modelo prediz que, aumentando-se a estimulação dopaminérgica ou reduzindo-se a estimulação colinérgica ou glutaminérgica, os sintomas melhoram. Objetivo do tratamento: Diminuir e evitar o aumento progressico da enfermidade (neuroproteção) Oferecer o melhor tratamento sintomático disponível, considerando a necessidade de reduzir o risco de complicações motoras Minimizar os efeitos adversos do tratamento medicamentoso Estimular medidas não farmacológicas que ajudem no controle dos sintomas Educar sobre os aspectos relevantes da enfermidade Precursor da Dopamina A Levodopa é o tratamento de primeira linha para a DP e é combinada com um inibidor da dopa descarboxilase, ou carbidopa ou benserazida, que reduz a dose necessária em cerca de 10 vezes, e diminui os efeitos adversos periféricos Ela é bem absorvida no intestino delgado, processo que depende de transporte ativo, embora muito dela seja inativado pela MAO na parede do intestino Mecanismo de Ação Precursor da dopamina (DA): Dopamina atua em receptores D1 e D2 A L-DOPA é transformada em dopamina pela enzima dopa-descarboxilase, periférica e centralmente. A L- DOPA é combinada com um inibidor da dopa- descarboxilase para evitar os efeitos periféricos. (L-DOPA + DD → DA) DA liberada pode ser recaptada e armazenada (antes de sofrer ação da MAO e COMT) Porque usar um precursor e não a dopamina? A Da não consegue atravessar a barreira hematoencefálica Farmacocinética Absorção- sistema de transporte ativo de AA no intestino delgado Proteína em excesso impedem a absorção **Administrar com refeições retarda a absorção e concentração máxima Distribuição: Transportadores de aminoácidos na BHE. Processo pode ser influenciado pelo excesso de proteínas. Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 2 Terapeuticas II Ocorre biotransformação periférica (causa problemas): por ação da DOPA-descarboxilase, COMT e MAO. Apenas 1% SNC. Se houver biotransformação periférica depois não atravessa barreira hematoencefálica. Eficácia terapêutica Cerca de 80% dos pacientes mostram melhora inicial com a levodopa, particularmente da rigidez e da hipocinesia, e cerca de 20% tem restauradas as funções motoras até o normal Efeitos Adversos Agudos da Terapia com Levodopa Náuseas e anorexia. Metabolismo periférico. Gatilho do vômito. Hipotensão ortostática. Arritmias cardíacas. Efeitos centrais: delírios e alucinaçãos idéias paranóides, psicoses (níveis dopamina – sintomas semelhante a esquizofrenia). Efeitos Adversos uso crônico da Levodopa Estágios iniciais: efeitos sintomáticos benéficos acentuados. Após algum tempo de terapia com levodopa essa capacidade é perdida. Discinesias (sintomas motores flutuantes, adm a cada 2h). Fenômeno “on- seguida de piora. Interação: IMAO inespecífico - fenelzina, tranilcipromina – crise hipertensiva grave Inibidores da Dopa descarboxilase Agonistas Dopaminérgicos Agonistas diretos dos receptores de dopamina no estriado Todos os agentes são bem absorvidos por via oral Efeitos adversos Nauseas e vômitos o Hipotensão ortostática Discinesias Alucinações, psicoses e confusão mental Vantagens sobre a levodopaterapia o Não necessita conversão enzimática para ação (estágios avançados doença). o Seletividade relativa aos receptores dopaminérgicos. o Não sofrem competição no transporte (TGI e BHE). o Meia vida mais longa / Controle das flutuações motoras. o Eficaz em pacientes que já desenvolveram fênomeno “on-off” com levodopaterapia. o Metabolismo não gera radicais livres ou metabolitos tóxicos. Desvantagens Menor eficácia na reversão do parkinsonismo. Aumenta incidência de distúrbios psiquiátricos associados a L-dopa. (Rang & Dale): Uma desvantagem dos atuaia agonistas da dopamina é a sua curta meia-vida plasmática (6-8h), necessitando dosagem três vezes por dia, embora formulações de liberação lenta diária entejam disponíveis Situações nas quais é preferível o tratamento com levodopa em vez de agonistas dopaminérgicos: Paciente acima de 70 anos Presença de comorbidades Presença de Prejuízo cognitivo Inibidores da MAO- B Mecanismo de ação Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 3 Terapeuticas II A inibição da MAO-B proteje a dopamina da degradação intraneuronal Propriedades neuroprotetoras Não inibe o metabolismo periférico das catecolaminas (associação com a levodopa) Benefícios sintomáticos em pacientes com sintomas leves (sem prejuízo para atividades de vida diária) Efeito modesto em pacientes com Doença de Parkinson inicial e leve Pacientes com DP mais avançada: pode acentuar os efeitos motores e cognitivos da levodopa Efeitos adversos Metabólitos: Anfetamina e Metanfetamina: Ansiedade e Insônia, confusão mental Estimulam a liberação e bloqueiam a receptação das aminas- potencializam ação dopaminérgica Inibidores da COMT Efeitos modestos Utilizado em estágios iniciais da doença e com doença de Parkinson leve Tratamento de flutuações com L-dopa on-off Mecanismo de Ação Bloqueio da conversão periférica e/ou central da L- DOPA em 3- O- metil- DOPA Aumento da fração que atinge o SNC Aumento da meia-vida plasmática da levodopa- menor frequência de doses Prolongam a resposta e diminuem flutuações da L- dopa **Diminui a degradação da L-DOPA e diminui a degradação da dopamina Efeitos Adversos comuns Náuseas Hipotensão ortostática Sonhos vívidos Alucinações Confusão Antagonistas dos receptores Muscarínicos **Também conhecidos como anticolinérgicos de ação central Primeira classe de drogas utilizadas para DP Melhora principalmente o tremor e em parte a rigidez Pouca melhora da bradicinina Mecanismo de Ação Temos um equilíbrio entre a neurotransmissão dopaminérgica e a colinérgica No Parkinson temos diminuição da dopamina e consequente sintomas relacionados a isso, tem-se também hiperfunção colinérgica e sintomas causados por essa hiperfunsão. Por esse motivo, os antagonistas Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 4 Terapeuticas II dos receptores colinérgicos vão atuar no controle dos sintomas colinérgicos associados ao Parkinson, como também estimular de forma secundária a ação da dopamina Se eles são antagonista, bloqueiam o receptor e a acetilcolina não consegue atuar. Com a diminuição da acetilcolina tem-se aumento da atuação da dopamina Efeitos adversos Midriase com visão turva Boca seca Taquicardia Hipotensão postural Constipação Amantadina e Memantina Antiviral que apresentou controle dos sintomasde Parkinson Mecanismo de ação Promove estimulação da abertura dos canais de cálcio. Graças ao aumento de cálcio na célula, o neurônio dopaminérgico é capaz de liberar maior quantidadede dopamina na fenda sináptica Certa propriedade anticolinérgica (inibe liberação estriatal de Ach) Agonista parcial dopaminérgico Efeitos adversoso Alucinações visuais e auditivas Agitação psicomotora Insônia Diminui o limiar convulsivo Efeitos anticolinérgicos
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