Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO DE TOXICOLOGIA ANALÍTICA DISCIPLINA DE TOXICOLOGIA SOCIAL ALUNA BIANCA SCHINOFF ALUCINÓGENOS E LSD ALUCINÓGENOS: VISÃO GERAL Os alucinógenos são substâncias que alteram a percepção, cognição, o ego e a autoconsciência do usuário. Podem ser substâncias naturais derivadas de plantas, como a mescalina e ayahuasca, de fungos, como a psilocibina, ou até mesmo sintéticas, como é o caso do LSD. A descoberta mundial das plantas alucinógenas se iniciou com as excursões de Richard Spruce a América do Sul. Enquanto estudava plantas nativas, Spruce se deparou com plantas utilizadas em rituais indígenas, como era o caso da ayahuasca e do yopo. Nas décadas de 30 e 40, alguns cogumelos começaram a chamar a atenção dos cientistas. Em meados dos anos 60, houve a explosão de uso de LSD, que logo foi proibido nos EUA. Atualmente, várias destas substâncias são consumidas como drogas recreativas e começam a ser cogitadas para uso terapêutico como tratamento de vícios e transtornos psiquiátricos. HISTÓRIA DO LSD Por ser a substância psicodélica mais potente, o LSD será o enfoque principal deste resumo. O Ácido lisérgico dietilamida, mais conhecido como ácido ou LSD, foi sintetizado em 1938 por Albert Hofmann e é um derivado da ergolina. O cientista buscava produzir substâncias sintéticas a partir de um fungo de centeio e a vigésima quinta substância sintetizada foi apelidada de LSD-25. Após acidentalmente absorver a nova substância, Hofmann descobriu o potencial alucinógeno do LSD. O auge do uso da droga foi nos anos 60 com o movimento hippie e por motivos políticos por uma preocupação de saúde pública, o LSD foi proibido nos EUA em 1967. A droga voltou a ser utilizada nos anos 90 por conta de seu baixo custo e alta disponibilidade. Hoje em dia, o LSD também é utilizado como "Club Drug", drogas recreacionais utilizadas em festas e festivais. FORMA DE USO A principal forma de uso do LSD é por via oral através de absorção sublingual, mas também pode ser injetado e inalado em forma de pó. A forma mais comercializada de LSD são os selos. Os selos são folhas de papel embebidas em líquido de LSD. Geralmente, cada selo contém uma dose de 20 a 80 µg de Ácido lisérgico dietilamida e uma dose de 1 a 1,5 µg/Kg já é o suficiente para produzir efeitos psicoativos. Os efeitos podem ser observados 30 a 60 minutos após a administração e o pico se dá de 2 a 4 horas após o consumo, podendo durar até 12 horas. MECANISMO DE AÇÃO O LSD atua nos receptores 5HT2A da serotonina, é metabolizado no fígado e excretado por via renal. A substância tem atuação no córtex cerebral e no locus coeruleus, causando efeitos simpatomiméticos. O LSD não provoca dependência e abstinência e sua dependência psicológica é baixa. No entanto, produz tolerância quando utilizado rotineiramente. EFEITOS DESEJADOS PELO USUÁRIO Os usuários de LSD consomem a droga com o intuito de ter uma "viagem", que é caracterizada por um estado alterado da consciência,, o que pode provocar uma experiência intensa e mística. Dentre as alterações, podem ocorrer alterações no humor, percepção visual e auditiva e na cognição. Os efeitos dependem do estado mental e do ambiente onde o usuário se encontra. O LSD pode causar alucinações onde o usuário enxerga cores e padrões geométricos, ouve sons e distorções sonoras e participa de experiências cósmicas. EFEITOS TÓXICOS Apesar de não haver relatos de toxicidade aguda, o LSD pode provocar sinais simpatomiméticos, como midríase, hipertensão e taquicardia. Além disso, a literatura menciona o fenômeno de toxicidade comportamental. A toxicidade comportamental se deve pelas alucinaçoes, que podem causar ataques de panico, psicose e depressao, podendo levar ao suicídio ou morte acidental. Outro efeito possível é o fenômeno flashback, que pode ocorrer dias após o uso e causar efeitos psicológicos intensos. DETECÇÃO O LSD pode ser detectado na urina de 24h até 120h após o consumo e no sangue até 2h após o consumo. Podem ser utilizados imunoensaios ou métodos cromatográficos para identificar a presença da substância. USO TERAPÊUTICO Nos anos 70, o LSD foi utilizado por Grof como terapia para pacientes terminais de câncer, apesar de não ter agradado a comunidade científica na época, até hoje são cogitados os usos terapêuticos da substância. O LSD altera o estado de consciência, e com isso, pode facilitar os processos de terapia psicológica, bem como o tratamento para uso crônico de outras drogas de abuso. REFERÊNCIAS: - Escobar, Arturo & Roazzi, Antonio. (2010). Substâncias Psicodélicas e Psilocibina. - Suzuki S. (2005) Lysergic acid diethylamide (LSD). In: Drugs and Poisons in Humans. Springer, Berlin, Heidelberg. https://doi.org/10.1007/3-540-27579-7_24 - Passie T, Halpern JH, Stichtenoth DO, Emrich HM, Hintzen A. The pharmacology of lysergic acid diethylamide: a review. CNS Neurosci Ther. 2008 Winter;14(4):295-314. doi: 10.1111/j.1755-5949.2008.00059.x. PMID: 19040555; PMCID: PMC6494066. - GUERREIRO, Diogo Frasquilho et al. Club drugs.. Acta Médica Portuguesa, [S.l.], v. 24, n. 5, p. 739-56, dec. 2011. ISSN 1646-0758. Available at: <https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/512 >. Date accessed: 28 oct. 2020. doi:http://dx.doi.org/10.20344/amp.512 https://doi.org/10.1007/3-540-27579-7_24 https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/512 http://dx.doi.org/10.20344/amp.512
Compartilhar