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Pedro Henrique Kunzler Bartz PORTFÓLIO DE CONTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL Portfólio da disciplina da disciplina de Contabilidade Socioambiental apresentado à disciplina como proposta de avaliação de aprendizagens significativas. Professora: Dra. Marcia Rosane Frey Santa Cruz do Sul 2020 2 SUMÁRIO Sumário 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 2. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 4 2.1 Contabilidade ambiental........................................................................................ 4 2.2 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) - Pacto Global ....................... 5 2.3 As mudanças climáticas e a saúde humana ........................................................... 7 2.4 Filme relacionado com o tema ............................................................................... 9 3. PEGADA ECOLÓGICA ........................................................................................... 14 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 15 3 1. INTRODUÇÃO O portfólio acadêmico é uma ferramenta pedagógica que consiste em uma listagem de trabalhos realizados por um estudante ou até trabalhos realizados no contexto profissional. Serve para demonstrar as competências adquiridas através de tarefas realizadas, facilitando o pensamento crítico em relação ao processo acadêmico, sendo o estudo da contabilidade socioambiental, sob aspecto da integração teórica, trazendo contribuições ao processo de ensino-aprendizagem sobre assuntos ecológicos relacionados com a contabilidade social. Esse trabalho procurou mostrar uma perspectiva das estruturas dos balanços socioambientais e relatórios de sustentabilidade, solidificando as competências e habilidades do aluno/profissional em atingir seu objetivo em relação ao desenvolvimento prático na gestão das apurações contábeis, que disporão sobre informações de natureza social e ambiental, identificando atividades econômicas que causem ou venham a causar, direta ou indiretamente, algum tipo de impacto ao meio ambiente com reflexo no patrimônio da organização. 4 2. REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo tem-se como finalidade abordar os conceitos e as principais informações relativas ao assunto pesquisado. São apresentadas definições de Contabilidade Ambiental, Gestão ambiental, Gerenciamento Ambiental e Sistema de Gerenciamento Ambiental, relacionando o tema a um filme com o mesmo tema, além de mostrar os riscos das mudanças climáticas causados a saúde. 2.1 Contabilidade ambiental A contabilidade, ao longo dos anos, evolui no sentido de se aperfeiçoar às novas exigências impostas. Pode-se notar que, no início, ela servia para levantar inventários dos rebanhos, porém hoje se percebe que a contabilidade conquistou um espaço considerável dentro da tomada de decisão dos gestores das empresas. (MARION, 2002 apud NUNES, 2007). A contabilidade, ao promover a avaliação patrimonial, busca contribuir com informações importantes ao processo de tomada de decisão quanto à natureza econômico-financeira e física dos recursos alocados e das atividades desenvolvidas, contribuindo para a identificação, mensuração, registro e comunicação das atividades de uma empresa, levando as informações ao nível de tomada de decisão, de maneira a auxiliar na avaliação dos recursos e resultados obtidos. (OTT e DALMAGRO, 2002. p.6). Ressalta-se, assim, que a contabilidade hoje é uma ferramenta que auxilia na tomada de decisão, além de contribuir de forma relevante para a análise estratégica dos gestores, atendendo a todos os seus usuários, de forma a esclarecer as questões de âmbito financeiro, sociais e até mesmo ambientais, onde se destaca a presença marcante da contabilidade ambiental. A contabilidade ambiental, segundo Kraemer (2005), é destinada a avaliar e mensurar todas as movimentações econômicas e financeiras que envolvem o meio ambiente. As mudanças patrimoniais decorridas do meio ambiente são demonstradas pela contabilidade ambiental que, de acordo com Martins e Luca (1994), é o conjunto de informações divulgadas pela contabilidade que engloba os investimentos realizados, seja aquisição de bens permanentes de proteção a danos ecológicos, de despesas de manutenção ou correção de defeitos ambientais do exercício em curso, de obrigações contraídas em prol do meio ambiente, e até medidas físicas, quantitativas e qualitativas, empreendidas para sua recuperação e preservação. 5 2.2 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) - Pacto Global Em 2015, a ONU propôs aos seus países membros uma nova agenda de desenvolvimento sustentável para os próximos 15 anos, a Agenda 2030, composta pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Esse é um esforço conjunto, de países, empresas, instituições e sociedade civil. Os ODS buscam assegurar os direitos humanos, acabar com a pobreza, lutar contra a desigualdade e a injustiça, alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas, agir contra as mudanças climáticas, bem como enfrentar outros dos maiores desafios de nossos tempos. O setor privado tem um papel essencial nesse processo como grande detentor do poder econômico, propulsor de inovações e tecnologias influenciador e engajador dos mais diversos públicos – governos, fornecedores, colaboradores e consumidores. A mudança do clima é um evento transnacional, cujos impactos estão desregulando economias nacionais e afetando pessoas em todos os lugares, principalmente aquelas em situação de maior vulnerabilidade nos países em desenvolvimento. Sem a ação imediata frente a mudança do clima, a temperatura terrestre está projetada para aumentar mais de 3ºC até o final do século XXI. Uma das metas é mobilizar 100 milhões de dólares por ano até 2020 para ajudar os países em desenvolvimento no plano de mitigação de desastres relacionados ao clima. O estabelecimento do ODS 13 apenas para lidar com a questão do clima é encarado como estratégico para a mobilização dos atores capazes de promover as mudanças necessárias para impedir estas projeções de se tornarem realidade, promovendo mecanismos para a criação de capacidades para o planejamento relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas. Além de, implementar o compromisso assumido pelos países desenvolvidos partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima para a meta de mobilizar conjuntamente US$ 100 bilhões por ano até 2020, de todas as fontes, para atender às necessidades dos países em desenvolvimento, no contexto de ações significativas de mitigação e transparência na implementação; e operacionalizar plenamente o Fundo Verde para o Clima, por meio de sua capitalização, o mais cedo possível, utilizando a educação, aumentar a 6 conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação global do clima, adaptação, redução de impacto, e alerta precoce à mudança do clima. Dessa forma, será possível integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais, mudando o mundo em âmbito ecológico, se distanciando do comportamento destrutivo dos humanos, pois longo da história, diversas personalidades observaram que o modo como seres humanos estavam interagindo com a natureza não estava seguindo um caminho correto. Mas foi Rachel Carson, em 1962,que com seu livro "A Primavera Silenciosa” conseguiu impulsionar a nível global o fato de que o modo de vida que estava sendo seguido tinha impactos negativos ao ambiente. Como evidencia Ralph H. Lutts (1985), o livro de Rachel é responsável por estimular a visão atual do movimento ambientalista, conseguindo demonstrar os impactos do envenenamento por pesticidas com um texto agradável que tomou escala global e estimulou iniciativas para corrigir esse tipo de problema ambiental. Em 1972, na conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, foi alertado ao mundo que o modo como o ambiente estava sendo degradado pelas atividades antrópicas traria sérias consequências negativas para a vida no planeta. Nesse mesmo ano, foi divulgado o Relatório Meadows (1972), também conhecido como Relatório do Clube de Roma, que alerta para um colapso do planeta caso as ações humanas continuassem degradando o ambiente na forma como estava acontecendo. O Relatório de Brundtland, divulgado em 1987, foi encomendado em 1983 pela ONU na criação da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Em Brundtland (1987) se encontra a definição mais usual para o termo desenvolvimento sustentável, definição essa que até hoje é levada em consideração como sendo a promoção do desenvolvimento que atende às necessidades atuais da humanidade sem comprometer as habilidades das futuras gerações em atender suas próprias necessidades. John Elkignton, hoje renomada autoridade em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável corporativo, cunhou em 1994 o termo triple bottom line (comumente traduzido em português como tripé da sustentabilidade ou as três dimensões da sustentabilidade). Esse termo buscou simplificar e clarificar a abrangência do que seria o desenvolvimento sustentável de forma que principalmente as empresas pudessem entender e então aplicar em seus negócios. 7 2.3 As mudanças climáticas e a saúde humana A dispersão (ventos e poluição), as condições térmicas e de umidade do ar exercem influência sobre a manifestação de muitas doenças, epidemias e endemias humanas, ou seja, a saúde humana é fortemente influenciada pelo clima. Segundo Ayoade apud Mendonça (1986, p. 289), “a saúde humana, a energia e o conforto são mais afetados pelo clima do que por qualquer outro elemento do meio ambiente”. O papel dos elementos do clima na manifestação de variadas doenças, pode ser observado na tabela 2. 16 Quadro 2: Manifestações Fisio-Psicológicas do homem pela ação dos elementos climáticos. Elementos climáticos Condições limitantes Manifestações fisiológicas Altitude (Pressão Atmosférica) Limite máximo: 8.000m. - Mal-das-montanhas (dor de cabeça, fadiga, alteração, sensorial, depressão intelectual, indiferença, sono, descoordenação de movimentos, perda de memória). - Redução faculdades físicas e mentais. - Tristeza, apatia Radiação (Associada à Luminosidade) 60° e 70° Latitude. - Alta radiação/luminosidade: esgotamento nervoso, perturbações mentais, irritação, síndrome físico-psíquica "golpe de sol" (sunstroke), euforia. - Baixa radiação/luminosidade: deficiências orgânicas, raquitismo, depressão, debilidade mental. Higrotermia Ótimo fisiológico para raça branca: 15° - 16° C/60%UR - Diminuição da capacidade respiratória (para europeus nos trópicos). - Hiperpnéia térmica (entre negros). - Cansaço e esgotamento (brancos). Vento e Eletricidade Atmosférica - Morbidez, cansaço e abatimento. - Debilidade do tonus nervoso, depressão, hipersensibilidade, irritabilidade. - Desidratação, dessecação do aparelho tegumentar. - Excitação nervosa, alucinações, delírio. - Palpitações, dispnéia, dores de cabeça, nevralgia. Fonte: Mendonça, 2003. O geógrafo Max. Sorre (1984) introduziu, na década de 1940, ao correlacionar a ocorrência de determinadas doenças a tipos climáticos específicos, o conceito de complexo patogênico, ou “complexos patogênicos”, “cujo número e variedade são 17 infinitos”, situando seu conhecimento como “a base de toda a geografia médica”. (Mendonça, 2000). Segundo Mendonça “a climatologia ou meteorologia médica constitui, para Lacaz et al. (1972, p. 6), parte da geografia médica; ao assimilarem o conceito de complexo patogênico e estabelecerem correlações deste com o clima, afirmam que ‘também o organismo humano é influenciado pelos mesmos fatores mesológicos que determinam desvios e adaptações no metabolismo normal e, igualmente, alteram e regulam os processos fisiopatológicos nos quais se expressam as resistências funcionais à agressão 8 parasitária. ’(Lacaz et al., 1972)”. Ao esclarecer sobre a bioclimatologia humana, Beltrando e Chemery apud Mendonça (2000), levantaram vários aspectos relativos à susceptibilidade da saúde humana; segundo os mesmos, homeotermia (manutenção do equilíbrio térmico do corpo com seu ambiente) é uma das principais exigências do conforto e da saúde, estando os processos fisiológicos na dependência de parâmetros do ambiente, pois em casos extremos as condições atmosféricas podem colocar o organismo em perigo, como nas ondas de calor e frio, de ventos violentos, ou de precipitações abundantes. Ayoade apud Mendonça (2000) ressaltou que a influência do clima na saúde humana se dá tanto de maneira direta quanto indireta, e tanto maléfica quanto benéfica; para o autor os extremos térmicos e higrométricos acentuam a debilidade do organismo no combate às enfermidades, intensificando processos inflamatórios e criando condições favoráveis ao desenvolvimento dos transmissores de doenças contagiosas; ao contrário, o ar fresco com temperatura amena, umidade e radiação moderada, apresentam propriedades terapêuticas. Todavia, em alguns tipos de doenças a temperatura, por exemplo, pode, mais que qualquer outro elemento climático, ser o desencadeador principal. 18 Conforme Haines apud Mendonça (2000) há uma relação entre temperatura e enfermidades. Estudos demonstraram um aumento da mortalidade por enfermidades cardiovasculares e cerebrovasculares quando a temperatura se encontra na faixa de - 5°C a cerca de + 5°C, e que o número de óbitos diminui à medida que a temperatura sobe saindo dessa faixa. Por outro lado, a mortalidade por derrames acentua-se quando a temperatura ultrapassa 25°C. Outro exemplo claro da relação entre clima e saúde, está relacionado com as doenças que acometem a população em um dado período do ano, por exemplo, no inverno as doenças respiratórias como bronquite aguda, bronquiolite, bronquite crônica, asma e pneumonia, no verão, ataques de asma e febre do feno e no outono: bronquite aguda e asma aguda. No contexto de mudanças climáticas relacionadas ao efeito-estufa planetário Haines (1992, p. 140) afirmou que: “várias doenças, como a malária, tripanossomíase, leishmaniose, filariose, amebíase, oncocercose, esquistossomose e diversas verminoses, hoje restritas às zonas tropicais, têm relação com a temperatura e poderiam teoricamente ser afetadas pela mudança do clima”. A temperatura influencia na relação de doenças contagiosas não-parasitárias, como febre amarela, dengue e outras enfermidades viróticas, causadas por artrópodes. Os perfis de desenvolvimento e multiplicação dos 9 parasitos da malária, no interior de mosquitos transmissores também dependem da temperatura do ar. Para Mendonça (2000) a análise da influência do clima na saúde humana, particularmente na incidência de doenças, é uma grande lacuna nos estudos do campo da climatologia geográfica brasileira. A significativa reincidência de inúmeras doenças na zona tropical na atualidade, as chamadas doenças “emergentes” como cólera, a dengue, a malária, a meningite etc. 2.4 Filme relacionado com o tema O filme “O Dia Depois de Amanhã” é uma ficção cujo roteiro se apóia em uma realidade previsível, mas que não se sabe ao certo se será tão catastrófica e tão repentina quanto retratadano filme. É claro que, como se trata de uma produção hollywoodiana e do gênero “cinema catástrofe”, já seria de se esperar que o exagero de uma hecatombe glacial e o festival de efeitos especiais sejam ingredientes fortes e muito presentes no script. O objetivo aqui não é avaliar o filme ou realizar uma crítica cinematográfica. É, na verdade, tratar dos aspectos ambientais, políticos e éticos presentes na história e apreciar analiticamente os pontos da história que estabelecem conexão com a realidade, reflexionar sobre um futuro que sabemos factível (e que dissimuladamente ignoramos ou fingimos ignorar), caso a humanidade não manifeste atitude em face da transformação planetária decorrente das mudanças climáticas e dos bruscos fenômenos naturais provocados pelo aquecimento global que ocorrem pontualmente em diversas partes do planeta. “O Dia Depois de Amanhã” foi realizado para faturar bilheteria, para cumprir sua finalidade enquanto produto de consumo, mas também soa como sinal de alerta, como chamamento à ponderação e ao despertar de uma consciência ambiental. Eis o grande apelo moralista do filme: demorou, mas o planeta Terra se vingou dos humanos. O Japão é atingido por uma tempestade que faz cair do céu pedras de gelo do tamanho de laranjas, e neva na Índia, onde, em uma conferência que trata do meio ambiente, comparece um climatologista do governo norte-americano, cujas pesquisas indicam que o aquecimento global pode gerar uma catastrófica mudança no clima do planeta, para fazer um alerta. O climatologista Jack Hall (personagem vivido por Dennis Quaid) tenta alertar chefes de Estado sobre uma catástrofe ambiental iminente. Tentando evitar que isso aconteça, Jack implora às nações que 10 procurem trabalhar contra isso. Como acontece na realidade, os avisos do climatologista são contestados justamente pelo governo dos EUA, na figura do vice- presidente que se recusa a alterar sua política econômica. O vice-presidente norte- americano afirma que assinar o protocolo de Kyoto (que regula as emissões de dióxido de carbono no planeta) seria amarrar a economia do país – e ele prefere as verdinhas das notas de dólar ao verde das florestas – além de argumentar que os “estudos não comprovam nada” e, além disso, “o impacto sobre a economia seria superior ao impacto ambiental”. É importante considerar que o ambiente natural está sujeito a finitudes. Os chamados “recursos não-renováveis”, claro, por definição, esgotam-se. E os “renováveis”, tornam-se escassos. Existirá um momento – impreciso e inimaginável – que o planeta não reunirá mais condições de fornecer todo o material economicamente explorável, mas que não pode ser reposto ou cuja reposição poderá demandar um longo prazo. Segundo Mendes nos acostumamos a ver e fazer coisas em prol do desenvolvimento industrial, o nosso motor é o crescimento econômico e a motivação é a satisfação de demandas humanas de caráter material. A essa luz, a terra, ou natureza, é apenas um fator de produção, juntamente com o capital e o trabalho, ou mais precisamente, é um condicionante externo dos sistemas de produção. A ecologia é uma externalidade da economia, pois a ótica essencialmente economicista revela que a natureza funciona não só como despensa ou almoxarifado, mas como quarto de despejo, lata de lixo e esgoto, para onde são jogados os detritos, dejetos e rejeitos, tanto os da produção como os do consumo. São os refugos do sistema econômico e da sociedade idólatra do consumo desenfreado e sem limites. A capacidade da natureza para absorver, reciclar e transformar esse lixo está esvaindo- se gradativamente. Dessa forma, ou se inventa um formato de desenvolvimento com preservação do meio ambiente, ou já não haverá meio ambiente tão pouco desenvolvimento. O desafio é político, além de ser científico e técnico. O novo modelo de desenvolvimento não mais poderá restringir-se à economia, mas deverá incorporar a ecologia. É a máxima do economicamente viável, mas ecologicamente correto. Nesse ponto é que começa a aprofundar-se o conhecimento da possibilidade de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável, devendo a racionalidade social substituir a racionalidade econômica. Economia e desenvolvimento são 11 indispensáveis, mas com respeito à ética, à vida humana e ao meio ambiente, sendo o novo desenvolvimento, além de sustentável, responsável e sustentável. Consoante Jack Hall no filme (personagem vivido por Ian Holm) prevê acontecimentos incomuns, como furacões, ondas gigantescas, devido ao desleixo para com o meio ambiente. Isso se deve ao aquecimento global provocar o resfriamento global, por mais paradoxal que isso possa parecer, pois os gases de efeito estufa impedem a penetração de raios solares na superfície terrestre. Da mesma maneira que Hall já havia previsto essa reviravolta, mas não imaginava que ela viria tão cedo e de forma tão brusca, nós também temos as estatísticas dos impactos que podem ocorrer nas biomas e climas locais e mundial, mesmo que fora da ficção científica o fator surpresa da natureza seja baixo, ou seja pouco relevante. Os cientistas do filme explicam tal multiplicidade de fenômenos físicos e climáticos? As pesquisas de Hall indicam que o aquecimento global pode disparar uma mudança abrupta e catastrófica no clima do planeta. As perfurações no gelo que ele efetuou na Antártida lhe mostraram que isso já aconteceu antes, há dez mil anos. Hall testemunha a separação de um pedaço de gelo de dimensões colossais das calotas geladas da Antártida. Então uma série de fenômenos meteorológicos cada vez mais austeros começa a ocorrer pelo globo terrestre. Um telefonema do Dr. Rapson confirma os temores de Jack: essas ocorrências climáticas severas são sintoma de uma mudança global maciça. O derretimento das calotas polares adiciona uma quantidade enorme de água doce nos oceanos e rompe o equilíbrio das correntes que estabilizam nossos sistemas climáticos. O aquecimento global acabou levando nosso planeta para uma nova Era Glacial. Mas a última palavra é da Ciência. Como os cientistas avaliam o aquecimento global fenomenologicamente? É possível que ocorram precipitações climáticas tão catastróficas? Até que ponto “O Dia Depois de Amanhã” acena para a realidade e a partir de que ponto é mero ficcionismo catastrofista hollywoodiano? A diferença é que segundo os cientistas, o desenrolar dessa eventual tragédia levaria anos e não semanas para se concretizar. Ademais, para o exame da ciência, a possibilidade de tantos “estragos” acontecerem simultaneamente é muito remota, já que a natureza não responde em cadeia, mas sim gradualmente, passo a passo, assimilando e desdobrando os fenômenos em ritmo natural, não mecânico e automático como ocorre no filme. Apesar de não ser baseado em fatos reais, há certo embasamento científico no filme. As tais correntes marinhas descritas no roteiro realmente existem e ajudam a manter a temperatura do Hemisfério Norte. O 12 aquecimento terrestre e o "mal funcionamento" das condições climáticas são um fato. Em 2007 a Europa viveu seu verão mais forte, enquanto estava em fase de pré- produção, o diretor e roteirista Roland Emmerich ficou sabendo da chuva de granizos do tamanho de laranjas, que chegou a matar 25 pessoas no Japão. Em um dos primeiros dias de filmagem, os Estados Unidos foi atingido por 75 tornados e enquanto filmavam no Canadá, atores e equipe técnica enfrentaram um inverno que tinha temperaturas 25 graus Celsius abaixo de zero. Tudo isso serviu de munição argumentativa para o roteiro do filme. No entanto, o que se sabe é que a porção superior do Hemisfério Norte é habitável em parte devido à circulação das correntes oceânicas, que carregam a água quente dos trópicos para as regiões mais frias e, assim, elevam também a temperatura atmosférica, porém, não se sabe até que ponto issopossa se projetar em termos de fenômeno global. O filme diz que o efeito cumulativo do aquecimento global faz com que a água doce e gelada das calotas polares altere o equilíbrio dos oceanos, inativando correntes importantes, como a do Golfo. Mas a ciência argumenta que: primeiro, uma ruptura tão veloz das correntes oceânicas é uma impossibilidade física, ainda mais porque acredita-se não haver mdais água em volume suficiente nas calotas polares para provocar esse efeito. Depois, mesmo que as temperaturas despencassem de uma hora para outra, o frio resultante interromperia o processo de derretimento das calotas polares. Em síntese, o filme é política e ecologicamente correto, mas cientificamente distante da realidade. No contra fluxo da intransigente defesa da tese do aquecimento global como causa dos transtornos ambientais, há a teoria do resfriamento global. Segundo essa teoria, ao longo dos séculos há ciclos temporários de queda de temperatura precedidos por períodos de aquecimento, isto se deve à prolongada atividade solar. Esta teoria contraria a opinião da maioria das organizações de defesa ambiental, e boa parte da comunidade científica, ao defender que a atividade industrial não influencia de forma determinante no clima do planeta, que ao longo do século sofreu períodos de aquecimento e esfriamento, colocando assim o efeito estufa como um fator secundário e não determinante para o aquecimento global. Os ambientalistas refutam essa teoria que absolve o efeito estufa (provocado pelas emissões poluentes da indústria mundial e da liberação de CFC) da condição de réu e o capitalismo da condição de vilão da degradação planetária. Eles acham que essa teoria está a serviço do capital internacional e das nações economicamente 13 hegemônicas e que os Estados Unidos seriam os principais interessados em patrocinar a difusão dessa teoria. No entanto, os estudiosos que sustentam a teoria do resfriamento global contra argumentam que entre 1645 e 1715 houve um resfriamento que afetou Europa, América do Norte e Groenlândia, e que coincidiu com a diminuição da atividade solar, período no qual os rios europeus Tâmisa e Sena congelaram. Então, segundo esta hipótese, no século XVII a sociedade humana ainda não dispunha de todo aparato industrial que dispõe atualmente, mas, mesmo assim, sem poluição industrial, sem efeito estufa, o fenômeno aconteceu. Para essa corrente de análise científica, esse é um fenômeno normal da natureza, que após um período de aquecimento, sempre experimenta outro de resfriamento. Essa corrente teórica prevê que entre os anos 2012 a 2015 a temperatura global da Terra iniciará uma lenta redução que alcançará os níveis mínimos entre 2055 e 2060. Segundo eles, esse período de resfriamento durará pelo menos cinquenta anos e que no século 22 a Terra começará novamente outra fase de aquecimento global. 14 3. PEGADA ECOLÓGICA O termo “pegada ecológica” foi criado pelos cientistas canadenses Mathis Wackernagel e William Rees em 1990 e hoje é internacionalmente reconhecido como uma das formas de medir a utilização, pelo homem, dos recursos naturais do planeta. A Pegada Ecológica está diretamente relacionada ao desenvolvimento sustentável, ou seja, ao uso racional e equitativo (com justiça social) dos recursos naturais. Pegada Ecológica é uma medida da área (em hectares globais, que abrangem terra e água) que ocupamos para a construção de prédios e rodovias e para o consumo da água, do solo para plantio agrícola, da vida marinha e de outros elementos que compõem a biodiversidade do planeta. Para se obter a Pegada Ecológica também são consideradas a emissão de gases de efeito estufa principalmente o gás carbônico - CO2) na atmosfera e a presença de poluentes no ar, na água e no solo. Sendo assim, minha pegada ecológica chegou a 1,56 planetas, ou seja, necessitariam um pouco mais de 1 planeta e meia para sustentar meu estilo de vida, como demonstra na figura 1. Figura 1 – Pegada Ecológica 15 REFERÊNCIAS Ministério para a Coordenação da Ação Ambiental. Avaliação da Vulnerabilidade as Mudanças Estratégicas de Adaptação. Maputo; 2005. Novo índice avalia relações entre clima e saúde escrito por Catarina Chagas e Fernada Marques. Revista de Manguinhos; 2007. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Get informed. United Nations Environment Programme, 2017a. Disponível em: . Acesso em: 05 jan. 2020. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Roteiro para a localização dos Objetivos de Desenvolviento Sustentável: Implementação e Acompanhamento no nível subnacional. 2016. Disponível em: < https://nacoesunidas.org/wpcontent/uploads/2017/06/Roteiro-para-a-Localizacao- dos-ODS.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2018. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Burden of disease from ambient air pollution for 2012. 2014. Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2018.
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