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PORTFÓLIO DE CONTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

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Pedro Henrique Kunzler Bartz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTFÓLIO DE CONTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL 
 
 
Portfólio da disciplina da disciplina de 
Contabilidade Socioambiental apresentado à 
disciplina como proposta de avaliação de 
aprendizagens significativas. 
 
Professora: 
Dra. Marcia Rosane Frey 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Cruz do Sul 
2020 
2 
 
 
SUMÁRIO 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 
2. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 4 
2.1 Contabilidade ambiental........................................................................................ 4 
2.2 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) - Pacto Global ....................... 5 
2.3 As mudanças climáticas e a saúde humana ........................................................... 7 
2.4 Filme relacionado com o tema ............................................................................... 9 
3. PEGADA ECOLÓGICA ........................................................................................... 14 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O portfólio acadêmico é uma ferramenta pedagógica que consiste em uma 
listagem de trabalhos realizados por um estudante ou até trabalhos realizados no 
contexto profissional. Serve para demonstrar as competências adquiridas através de 
tarefas realizadas, facilitando o pensamento crítico em relação ao processo 
acadêmico, sendo o estudo da contabilidade socioambiental, sob aspecto da 
integração teórica, trazendo contribuições ao processo de ensino-aprendizagem 
sobre assuntos ecológicos relacionados com a contabilidade social. Esse trabalho 
procurou mostrar uma perspectiva das estruturas dos balanços socioambientais e 
relatórios de sustentabilidade, solidificando as competências e habilidades do 
aluno/profissional em atingir seu objetivo em relação ao desenvolvimento prático na 
gestão das apurações contábeis, que disporão sobre informações de natureza social 
e ambiental, identificando atividades econômicas que causem ou venham a causar, 
direta ou indiretamente, algum tipo de impacto ao meio ambiente com reflexo no 
patrimônio da organização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Neste capítulo tem-se como finalidade abordar os conceitos e as principais 
informações relativas ao assunto pesquisado. São apresentadas definições de 
Contabilidade Ambiental, Gestão ambiental, Gerenciamento Ambiental e Sistema de 
Gerenciamento Ambiental, relacionando o tema a um filme com o mesmo tema, além 
de mostrar os riscos das mudanças climáticas causados a saúde. 
 
2.1 Contabilidade ambiental 
 
A contabilidade, ao longo dos anos, evolui no sentido de se aperfeiçoar às 
novas exigências impostas. Pode-se notar que, no início, ela servia para levantar 
inventários dos rebanhos, porém hoje se percebe que a contabilidade conquistou um 
espaço considerável dentro da tomada de decisão dos gestores das empresas. 
(MARION, 2002 apud NUNES, 2007). A contabilidade, ao promover a avaliação 
patrimonial, busca contribuir com informações importantes ao processo de tomada de 
decisão quanto à natureza econômico-financeira e física dos recursos alocados e das 
atividades desenvolvidas, contribuindo para a identificação, mensuração, registro e 
comunicação das atividades de uma empresa, levando as informações ao nível de 
tomada de decisão, de maneira a auxiliar na avaliação dos recursos e resultados 
obtidos. (OTT e DALMAGRO, 2002. p.6). Ressalta-se, assim, que a contabilidade hoje 
é uma ferramenta que auxilia na tomada de decisão, além de contribuir de forma 
relevante para a análise estratégica dos gestores, atendendo a todos os seus 
usuários, de forma a esclarecer as questões de âmbito financeiro, sociais e até mesmo 
ambientais, onde se destaca a presença marcante da contabilidade ambiental. A 
contabilidade ambiental, segundo Kraemer (2005), é destinada a avaliar e mensurar 
todas as movimentações econômicas e financeiras que envolvem o meio ambiente. 
As mudanças patrimoniais decorridas do meio ambiente são demonstradas pela 
contabilidade ambiental que, de acordo com Martins e Luca (1994), é o conjunto de 
informações divulgadas pela contabilidade que engloba os investimentos realizados, 
seja aquisição de bens permanentes de proteção a danos ecológicos, de despesas 
de manutenção ou correção de defeitos ambientais do exercício em curso, de 
obrigações contraídas em prol do meio ambiente, e até medidas físicas, quantitativas 
e qualitativas, empreendidas para sua recuperação e preservação. 
5 
 
 
2.2 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) - Pacto Global 
 
Em 2015, a ONU propôs aos seus países membros uma nova agenda de 
desenvolvimento sustentável para os próximos 15 anos, a Agenda 2030, composta 
pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 
Esse é um esforço conjunto, de países, empresas, instituições e sociedade civil. 
Os ODS buscam assegurar os direitos humanos, acabar com a pobreza, lutar contra 
a desigualdade e a injustiça, alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de 
mulheres e meninas, agir contra as mudanças climáticas, bem como enfrentar outros 
dos maiores desafios de nossos tempos. O setor privado tem um papel essencial 
nesse processo como grande detentor do poder econômico, propulsor de inovações 
e tecnologias influenciador e engajador dos mais diversos públicos – governos, 
fornecedores, colaboradores e consumidores. 
A mudança do clima é um evento transnacional, cujos impactos estão 
desregulando economias nacionais e afetando pessoas em todos os lugares, 
principalmente aquelas em situação de maior vulnerabilidade nos países em 
desenvolvimento. Sem a ação imediata frente a mudança do clima, a temperatura 
terrestre está projetada para aumentar mais de 3ºC até o final do século XXI. Uma das 
metas é mobilizar 100 milhões de dólares por ano até 2020 para ajudar os países em 
desenvolvimento no plano de mitigação de desastres relacionados ao clima. 
O estabelecimento do ODS 13 apenas para lidar com a questão do clima é 
encarado como estratégico para a mobilização dos atores capazes de promover as 
mudanças necessárias para impedir estas projeções de se tornarem realidade, 
promovendo mecanismos para a criação de capacidades para o planejamento 
relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz, nos países menos 
desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e 
marginalizadas. Além de, implementar o compromisso assumido pelos países 
desenvolvidos partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do 
Clima para a meta de mobilizar conjuntamente US$ 100 bilhões por ano até 2020, de 
todas as fontes, para atender às necessidades dos países em desenvolvimento, no 
contexto de ações significativas de mitigação e transparência na implementação; e 
operacionalizar plenamente o Fundo Verde para o Clima, por meio de sua 
capitalização, o mais cedo possível, utilizando a educação, aumentar a 
6 
 
 
conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação global do 
clima, adaptação, redução de impacto, e alerta precoce à mudança do clima. 
 
 Dessa forma, será possível integrar medidas da mudança do clima nas 
políticas, estratégias e planejamentos nacionais, mudando o mundo em âmbito 
ecológico, se distanciando do comportamento destrutivo dos humanos, pois longo da 
história, diversas personalidades observaram que o modo como seres humanos 
estavam interagindo com a natureza não estava seguindo um caminho correto. Mas 
foi Rachel Carson, em 1962,que com seu livro "A Primavera Silenciosa” conseguiu 
impulsionar a nível global o fato de que o modo de vida que estava sendo seguido 
tinha impactos negativos ao ambiente. Como evidencia Ralph H. Lutts (1985), o livro 
de Rachel é responsável por estimular a visão atual do movimento ambientalista, 
conseguindo demonstrar os impactos do envenenamento por pesticidas com um texto 
agradável que tomou escala global e estimulou iniciativas para corrigir esse tipo de 
problema ambiental. Em 1972, na conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente, foi alertado ao mundo que o modo como o ambiente estava sendo 
degradado pelas atividades antrópicas traria sérias consequências negativas para a 
vida no planeta. Nesse mesmo ano, foi divulgado o Relatório Meadows (1972), 
também conhecido como Relatório do Clube de Roma, que alerta para um colapso do 
planeta caso as ações humanas continuassem degradando o ambiente na forma 
como estava acontecendo. O Relatório de Brundtland, divulgado em 1987, foi 
encomendado em 1983 pela ONU na criação da Comissão Mundial sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento. 
Em Brundtland (1987) se encontra a definição mais usual para o termo 
desenvolvimento sustentável, definição essa que até hoje é levada em consideração 
como sendo a promoção do desenvolvimento que atende às necessidades atuais da 
humanidade sem comprometer as habilidades das futuras gerações em atender suas 
próprias necessidades. John Elkignton, hoje renomada autoridade em 
responsabilidade social e desenvolvimento sustentável corporativo, cunhou em 1994 
o termo triple bottom line (comumente traduzido em português como tripé da 
sustentabilidade ou as três dimensões da sustentabilidade). Esse termo buscou 
simplificar e clarificar a abrangência do que seria o desenvolvimento sustentável de 
forma que principalmente as empresas pudessem entender e então aplicar em seus 
negócios. 
7 
 
 
2.3 As mudanças climáticas e a saúde humana 
 
A dispersão (ventos e poluição), as condições térmicas e de umidade do ar 
exercem influência sobre a manifestação de muitas doenças, epidemias e endemias 
humanas, ou seja, a saúde humana é fortemente influenciada pelo clima. Segundo 
Ayoade apud Mendonça (1986, p. 289), “a saúde humana, a energia e o conforto são 
mais afetados pelo clima do que por qualquer outro elemento do meio ambiente”. O 
papel dos elementos do clima na manifestação de variadas doenças, pode ser 
observado na tabela 2. 16 Quadro 2: Manifestações Fisio-Psicológicas do homem pela 
ação dos elementos climáticos. Elementos climáticos Condições limitantes 
Manifestações fisiológicas Altitude (Pressão Atmosférica) Limite máximo: 8.000m. - 
Mal-das-montanhas (dor de cabeça, fadiga, alteração, sensorial, depressão 
intelectual, indiferença, sono, descoordenação de movimentos, perda de memória). - 
Redução faculdades físicas e mentais. - Tristeza, apatia Radiação (Associada à 
Luminosidade) 60° e 70° Latitude. - Alta radiação/luminosidade: esgotamento nervoso, 
perturbações mentais, irritação, síndrome físico-psíquica "golpe de sol" (sunstroke), 
euforia. - Baixa radiação/luminosidade: deficiências orgânicas, raquitismo, depressão, 
debilidade mental. Higrotermia Ótimo fisiológico para raça branca: 15° - 16° C/60%UR 
- Diminuição da capacidade respiratória (para europeus nos trópicos). - Hiperpnéia 
térmica (entre negros). - Cansaço e esgotamento (brancos). Vento e Eletricidade 
Atmosférica - Morbidez, cansaço e abatimento. - Debilidade do tonus nervoso, 
depressão, hipersensibilidade, irritabilidade. - Desidratação, dessecação do aparelho 
tegumentar. - Excitação nervosa, alucinações, delírio. - Palpitações, dispnéia, dores 
de cabeça, nevralgia. Fonte: Mendonça, 2003. O geógrafo Max. Sorre (1984) 
introduziu, na década de 1940, ao correlacionar a ocorrência de determinadas 
doenças a tipos climáticos específicos, o conceito de complexo patogênico, ou 
“complexos patogênicos”, “cujo número e variedade são 17 infinitos”, situando seu 
conhecimento como “a base de toda a geografia médica”. (Mendonça, 2000). Segundo 
Mendonça “a climatologia ou meteorologia médica constitui, para Lacaz et al. (1972, 
p. 6), parte da geografia médica; ao assimilarem o conceito de complexo patogênico 
e estabelecerem correlações deste com o clima, afirmam que ‘também o organismo 
humano é influenciado pelos mesmos fatores mesológicos que determinam desvios e 
adaptações no metabolismo normal e, igualmente, alteram e regulam os processos 
fisiopatológicos nos quais se expressam as resistências funcionais à agressão 
8 
 
 
parasitária. ’(Lacaz et al., 1972)”. Ao esclarecer sobre a bioclimatologia humana, 
Beltrando e Chemery apud Mendonça (2000), levantaram vários aspectos relativos à 
susceptibilidade da saúde humana; segundo os mesmos, homeotermia (manutenção 
do equilíbrio térmico do corpo com seu ambiente) é uma das principais exigências do 
conforto e da saúde, estando os processos fisiológicos na dependência de parâmetros 
do ambiente, pois em casos extremos as condições atmosféricas podem colocar o 
organismo em perigo, como nas ondas de calor e frio, de ventos violentos, ou de 
precipitações abundantes. Ayoade apud Mendonça (2000) ressaltou que a influência 
do clima na saúde humana se dá tanto de maneira direta quanto indireta, e tanto 
maléfica quanto benéfica; para o autor os extremos térmicos e higrométricos 
acentuam a debilidade do organismo no combate às enfermidades, intensificando 
processos inflamatórios e criando condições favoráveis ao desenvolvimento dos 
transmissores de doenças contagiosas; ao contrário, o ar fresco com temperatura 
amena, umidade e radiação moderada, apresentam propriedades terapêuticas. 
Todavia, em alguns tipos de doenças a temperatura, por exemplo, pode, mais que 
qualquer outro elemento climático, ser o desencadeador principal. 18 Conforme 
Haines apud Mendonça (2000) há uma relação entre temperatura e enfermidades. 
Estudos demonstraram um aumento da mortalidade por enfermidades 
cardiovasculares e cerebrovasculares quando a temperatura se encontra na faixa de 
- 5°C a cerca de + 5°C, e que o número de óbitos diminui à medida que a temperatura 
sobe saindo dessa faixa. Por outro lado, a mortalidade por derrames acentua-se 
quando a temperatura ultrapassa 25°C. Outro exemplo claro da relação entre clima e 
saúde, está relacionado com as doenças que acometem a população em um dado 
período do ano, por exemplo, no inverno as doenças respiratórias como bronquite 
aguda, bronquiolite, bronquite crônica, asma e pneumonia, no verão, ataques de asma 
e febre do feno e no outono: bronquite aguda e asma aguda. No contexto de 
mudanças climáticas relacionadas ao efeito-estufa planetário Haines (1992, p. 140) 
afirmou que: “várias doenças, como a malária, tripanossomíase, leishmaniose, 
filariose, amebíase, oncocercose, esquistossomose e diversas verminoses, hoje 
restritas às zonas tropicais, têm relação com a temperatura e poderiam teoricamente 
ser afetadas pela mudança do clima”. A temperatura influencia na relação de doenças 
contagiosas não-parasitárias, como febre amarela, dengue e outras enfermidades 
viróticas, causadas por artrópodes. Os perfis de desenvolvimento e multiplicação dos 
9 
 
 
parasitos da malária, no interior de mosquitos transmissores também dependem da 
temperatura do ar. 
Para Mendonça (2000) a análise da influência do clima na saúde humana, 
particularmente na incidência de doenças, é uma grande lacuna nos estudos do 
campo da climatologia geográfica brasileira. A significativa reincidência de inúmeras 
doenças na zona tropical na atualidade, as chamadas doenças “emergentes” como 
cólera, a dengue, a malária, a meningite etc. 
 
2.4 Filme relacionado com o tema 
 
O filme “O Dia Depois de Amanhã” é uma ficção cujo roteiro se apóia em uma 
realidade previsível, mas que não se sabe ao certo se será tão catastrófica e tão 
repentina quanto retratadano filme. É claro que, como se trata de uma produção 
hollywoodiana e do gênero “cinema catástrofe”, já seria de se esperar que o exagero 
de uma hecatombe glacial e o festival de efeitos especiais sejam ingredientes fortes e 
muito presentes no script. O objetivo aqui não é avaliar o filme ou realizar uma crítica 
cinematográfica. É, na verdade, tratar dos aspectos ambientais, políticos e éticos 
presentes na história e apreciar analiticamente os pontos da história que estabelecem 
conexão com a realidade, reflexionar sobre um futuro que sabemos factível (e que 
dissimuladamente ignoramos ou fingimos ignorar), caso a humanidade não manifeste 
atitude em face da transformação planetária decorrente das mudanças climáticas e 
dos bruscos fenômenos naturais provocados pelo aquecimento global que ocorrem 
pontualmente em diversas partes do planeta. “O Dia Depois de Amanhã” foi realizado 
para faturar bilheteria, para cumprir sua finalidade enquanto produto de consumo, mas 
também soa como sinal de alerta, como chamamento à ponderação e ao despertar 
de uma consciência ambiental. 
 Eis o grande apelo moralista do filme: demorou, mas o planeta Terra se vingou 
dos humanos. O Japão é atingido por uma tempestade que faz cair do céu pedras de 
gelo do tamanho de laranjas, e neva na Índia, onde, em uma conferência que trata do 
meio ambiente, comparece um climatologista do governo norte-americano, cujas 
pesquisas indicam que o aquecimento global pode gerar uma catastrófica mudança 
no clima do planeta, para fazer um alerta. O climatologista Jack Hall (personagem 
vivido por Dennis Quaid) tenta alertar chefes de Estado sobre uma catástrofe 
ambiental iminente. Tentando evitar que isso aconteça, Jack implora às nações que 
10 
 
 
procurem trabalhar contra isso. Como acontece na realidade, os avisos do 
climatologista são contestados justamente pelo governo dos EUA, na figura do vice-
presidente que se recusa a alterar sua política econômica. O vice-presidente norte-
americano afirma que assinar o protocolo de Kyoto (que regula as emissões de dióxido 
de carbono no planeta) seria amarrar a economia do país – e ele prefere as verdinhas 
das notas de dólar ao verde das florestas – além de argumentar que os “estudos não 
comprovam nada” e, além disso, “o impacto sobre a economia seria superior ao 
impacto ambiental”. É importante considerar que o ambiente natural está sujeito a 
finitudes. Os chamados “recursos não-renováveis”, claro, por definição, esgotam-se. 
E os “renováveis”, tornam-se escassos. Existirá um momento – impreciso e 
inimaginável – que o planeta não reunirá mais condições de fornecer todo o material 
economicamente explorável, mas que não pode ser reposto ou cuja reposição poderá 
demandar um longo prazo. Segundo Mendes nos acostumamos a ver e fazer coisas 
em prol do desenvolvimento industrial, o nosso motor é o crescimento econômico e a 
motivação é a satisfação de demandas humanas de caráter material. A essa luz, a 
terra, ou natureza, é apenas um fator de produção, juntamente com o capital e o 
trabalho, ou mais precisamente, é um condicionante externo dos sistemas de 
produção. 
 A ecologia é uma externalidade da economia, pois a ótica essencialmente 
economicista revela que a natureza funciona não só como despensa ou almoxarifado, 
mas como quarto de despejo, lata de lixo e esgoto, para onde são jogados os detritos, 
dejetos e rejeitos, tanto os da produção como os do consumo. São os refugos do 
sistema econômico e da sociedade idólatra do consumo desenfreado e sem limites. A 
capacidade da natureza para absorver, reciclar e transformar esse lixo está esvaindo-
se gradativamente. Dessa forma, ou se inventa um formato de desenvolvimento com 
preservação do meio ambiente, ou já não haverá meio ambiente tão pouco 
desenvolvimento. 
 O desafio é político, além de ser científico e técnico. O novo modelo de 
desenvolvimento não mais poderá restringir-se à economia, mas deverá incorporar a 
ecologia. É a máxima do economicamente viável, mas ecologicamente correto. Nesse 
ponto é que começa a aprofundar-se o conhecimento da possibilidade de um 
desenvolvimento verdadeiramente sustentável, devendo a racionalidade social 
substituir a racionalidade econômica. Economia e desenvolvimento são 
11 
 
 
indispensáveis, mas com respeito à ética, à vida humana e ao meio ambiente, sendo 
o novo desenvolvimento, além de sustentável, responsável e sustentável. 
 Consoante Jack Hall no filme (personagem vivido por Ian Holm) prevê 
acontecimentos incomuns, como furacões, ondas gigantescas, devido ao desleixo 
para com o meio ambiente. Isso se deve ao aquecimento global provocar o 
resfriamento global, por mais paradoxal que isso possa parecer, pois os gases de 
efeito estufa impedem a penetração de raios solares na superfície terrestre. Da 
mesma maneira que Hall já havia previsto essa reviravolta, mas não imaginava que 
ela viria tão cedo e de forma tão brusca, nós também temos as estatísticas dos 
impactos que podem ocorrer nas biomas e climas locais e mundial, mesmo que fora 
da ficção científica o fator surpresa da natureza seja baixo, ou seja pouco relevante. 
Os cientistas do filme explicam tal multiplicidade de fenômenos físicos e climáticos? 
As pesquisas de Hall indicam que o aquecimento global pode disparar uma mudança 
abrupta e catastrófica no clima do planeta. As perfurações no gelo que ele efetuou na 
Antártida lhe mostraram que isso já aconteceu antes, há dez mil anos. Hall testemunha 
a separação de um pedaço de gelo de dimensões colossais das calotas geladas da 
Antártida. Então uma série de fenômenos meteorológicos cada vez mais austeros 
começa a ocorrer pelo globo terrestre. Um telefonema do Dr. Rapson confirma os 
temores de Jack: essas ocorrências climáticas severas são sintoma de uma mudança 
global maciça. O derretimento das calotas polares adiciona uma quantidade enorme 
de água doce nos oceanos e rompe o equilíbrio das correntes que estabilizam nossos 
sistemas climáticos. O aquecimento global acabou levando nosso planeta para uma 
nova Era Glacial. Mas a última palavra é da Ciência. Como os cientistas avaliam o 
aquecimento global fenomenologicamente? É possível que ocorram precipitações 
climáticas tão catastróficas? Até que ponto “O Dia Depois de Amanhã” acena para a 
realidade e a partir de que ponto é mero ficcionismo catastrofista hollywoodiano? A 
diferença é que segundo os cientistas, o desenrolar dessa eventual tragédia levaria 
anos e não semanas para se concretizar. Ademais, para o exame da ciência, a 
possibilidade de tantos “estragos” acontecerem simultaneamente é muito remota, já 
que a natureza não responde em cadeia, mas sim gradualmente, passo a passo, 
assimilando e desdobrando os fenômenos em ritmo natural, não mecânico e 
automático como ocorre no filme. Apesar de não ser baseado em fatos reais, há certo 
embasamento científico no filme. As tais correntes marinhas descritas no roteiro 
realmente existem e ajudam a manter a temperatura do Hemisfério Norte. O 
12 
 
 
aquecimento terrestre e o "mal funcionamento" das condições climáticas são um fato. 
Em 2007 a Europa viveu seu verão mais forte, enquanto estava em fase de pré-
produção, o diretor e roteirista Roland Emmerich ficou sabendo da chuva de granizos 
do tamanho de laranjas, que chegou a matar 25 pessoas no Japão. Em um dos 
primeiros dias de filmagem, os Estados Unidos foi atingido por 75 tornados e enquanto 
filmavam no Canadá, atores e equipe técnica enfrentaram um inverno que tinha 
temperaturas 25 graus Celsius abaixo de zero. Tudo isso serviu de munição 
argumentativa para o roteiro do filme. No entanto, o que se sabe é que a porção 
superior do Hemisfério Norte é habitável em parte devido à circulação das correntes 
oceânicas, que carregam a água quente dos trópicos para as regiões mais frias e, 
assim, elevam também a temperatura atmosférica, porém, não se sabe até que ponto 
issopossa se projetar em termos de fenômeno global. 
 O filme diz que o efeito cumulativo do aquecimento global faz com que a água 
doce e gelada das calotas polares altere o equilíbrio dos oceanos, inativando 
correntes importantes, como a do Golfo. Mas a ciência argumenta que: primeiro, uma 
ruptura tão veloz das correntes oceânicas é uma impossibilidade física, ainda mais 
porque acredita-se não haver mdais água em volume suficiente nas calotas polares 
para provocar esse efeito. Depois, mesmo que as temperaturas despencassem de 
uma hora para outra, o frio resultante interromperia o processo de derretimento das 
calotas polares. Em síntese, o filme é política e ecologicamente correto, mas 
cientificamente distante da realidade. No contra fluxo da intransigente defesa da tese 
do aquecimento global como causa dos transtornos ambientais, há a teoria do 
resfriamento global. Segundo essa teoria, ao longo dos séculos há ciclos temporários 
de queda de temperatura precedidos por períodos de aquecimento, isto se deve à 
prolongada atividade solar. Esta teoria contraria a opinião da maioria das 
organizações de defesa ambiental, e boa parte da comunidade científica, ao defender 
que a atividade industrial não influencia de forma determinante no clima do planeta, 
que ao longo do século sofreu períodos de aquecimento e esfriamento, colocando 
assim o efeito estufa como um fator secundário e não determinante para o 
aquecimento global. 
 Os ambientalistas refutam essa teoria que absolve o efeito estufa (provocado 
pelas emissões poluentes da indústria mundial e da liberação de CFC) da condição 
de réu e o capitalismo da condição de vilão da degradação planetária. Eles acham 
que essa teoria está a serviço do capital internacional e das nações economicamente 
13 
 
 
hegemônicas e que os Estados Unidos seriam os principais interessados em 
patrocinar a difusão dessa teoria. No entanto, os estudiosos que sustentam a teoria 
do resfriamento global contra argumentam que entre 1645 e 1715 houve um 
resfriamento que afetou Europa, América do Norte e Groenlândia, e que coincidiu com 
a diminuição da atividade solar, período no qual os rios europeus Tâmisa e Sena 
congelaram. Então, segundo esta hipótese, no século XVII a sociedade humana ainda 
não dispunha de todo aparato industrial que dispõe atualmente, mas, mesmo assim, 
sem poluição industrial, sem efeito estufa, o fenômeno aconteceu. Para essa corrente 
de análise científica, esse é um fenômeno normal da natureza, que após um período 
de aquecimento, sempre experimenta outro de resfriamento. Essa corrente teórica 
prevê que entre os anos 2012 a 2015 a temperatura global da Terra iniciará uma lenta 
redução que alcançará os níveis mínimos entre 2055 e 2060. Segundo eles, esse 
período de resfriamento durará pelo menos cinquenta anos e que no século 22 a Terra 
começará novamente outra fase de aquecimento global. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
3. PEGADA ECOLÓGICA 
 
O termo “pegada ecológica” foi criado pelos cientistas canadenses Mathis 
Wackernagel e William Rees em 1990 e hoje é internacionalmente reconhecido como 
uma das formas de medir a utilização, pelo homem, dos recursos naturais do planeta. 
A Pegada Ecológica está diretamente relacionada ao desenvolvimento sustentável, 
ou seja, ao uso racional e equitativo (com justiça social) dos recursos naturais. 
Pegada Ecológica é uma medida da área (em hectares globais, que abrangem 
terra e água) que ocupamos para a construção de prédios e rodovias e para o 
consumo da água, do solo para plantio agrícola, da vida marinha e de outros 
elementos que compõem a biodiversidade do planeta. Para se obter a Pegada 
Ecológica também são consideradas a emissão de gases de efeito estufa 
principalmente o gás carbônico - CO2) na atmosfera e a presença de poluentes no ar, 
na água e no solo. Sendo assim, minha pegada ecológica chegou a 1,56 planetas, ou 
seja, necessitariam um pouco mais de 1 planeta e meia para sustentar meu estilo de 
vida, como demonstra na figura 1. 
Figura 1 – Pegada Ecológica 
 
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REFERÊNCIAS 
 
Ministério para a Coordenação da Ação Ambiental. Avaliação da Vulnerabilidade as 
Mudanças Estratégicas de Adaptação. Maputo; 2005. 
 
Novo índice avalia relações entre clima e saúde escrito por Catarina Chagas e 
Fernada Marques. Revista de Manguinhos; 2007. 
 
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Environment Programme, 2017a. Disponível em: . Acesso em: 05 jan. 2020. 
 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Roteiro para a localização dos 
Objetivos de Desenvolviento Sustentável: Implementação e Acompanhamento no 
nível subnacional. 2016. Disponível em: < 
https://nacoesunidas.org/wpcontent/uploads/2017/06/Roteiro-para-a-Localizacao-
dos-ODS.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2018. 
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Burden of disease from ambient air 
pollution for 2012. 2014. Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2018.

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