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Central de Manipulacao Oncologica - final

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Brasília-DF. 
Central de manipulação onCológiCa
Elaboração
Giorgia Lemes Pereira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção ................................................................................................................................. 5
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 6
introdução.................................................................................................................................... 8
unidAdE i
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos ................................................................................... 9
CAPítulo 1
Garantia de qualidade e controle de qualidade ......................................................... 10
CAPítulo 2
técnicas de biosseGurança ............................................................................................. 17
CAPítulo 3
GerenciaMento do descarte de resíduos de risco ...................................................... 44
unidAdE ii
PreParo dos MedicaMentos oncolóGicos ................................................................................ 53
CAPítulo 1
ManiPulação e PreParo dos MedicaMentos Para sereM adMinistrados aos 
Pacientes ...................................................................................................................... 55
CAPítulo 2
trataMento Paliativo eM Pacientes oncolóGicos ......................................................... 73
CAPítulo 3
PreParo de radiofárMacos ............................................................................................. 90
unidAdE iii
controle da disPensação de fárMacos citotóxicos ............................................................. 120
CAPítulo 1
avaliação da Prescrição Médica ................................................................................. 120
CAPítulo 2
análise de cálculos Para a dose escolhida ................................................................ 124
unidAdE iV
o farMacêutico na oncoloGia ................................................................................................. 126
CAPítulo 1
contribuições do farMacêutico Para a equiPe MultiProfissional de teraPia 
antineoPlásica ................................................................................................................. 126
CAPítulo 2
atividades exercidas Pelo farMacêutico no caMPo da oncoloGia ........................ 129
CAPítulo 3
atenção farMacêutica ao Paciente oncolóGico ..................................................... 133
rEfErênCiAS ................................................................................................................................ 135
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
introdução
A Oncologia é uma especialidade multidisciplinar que necessita da participação de 
várias especialidades da área da saúde. O farmacêutico será, então, um profissional 
indispensável na área oncológica. As suas atividades e atribuições clínicas objetivarão 
fornecer uma segurança medicamentosa aos profissionais de saúde e, também, aos 
pacientes oncológicos. 
A manipulação segura dos agentes antineoplásicos é um assunto que não se resume 
somente à utilização de técnicas adequadas e ao uso de cabines de segurança biológica, 
mas envolve a correta utilização das informações inerentes aos medicamentos utilizados 
no tratamento oncológico e sua adequação nas condições terapêuticas. Ressalta-se que, 
além do ato de preparo dos medicamentos, deve-se considerar toda a cadeia de processos, 
desde a gestão técnica da assistência farmacêutica até a gestão clínica do medicamento. 
As preparações injetáveis devem apresentar apirogenicidade, esterilidade e ausência de 
partículas estranhas e para o controle e garantia dos processos são necessárias medidas 
e condutas para assegurar que a manipulação foi realizada dentro das boas práticas 
de preparo e a dispensação dos medicamentos foi realizada conforme as condições de 
segurança do paciente. 
Considerando que o termo estéril é a ausência total de microrganismos ou formas 
viáveis capazes de reprodução, esta só é alcançada e mantida mediante todo o processo 
de manutenção que visa assegurar a carga microbiana nula do produto manipulado. 
Requisitos básicos como uso de produtos estéreis (garantidos pelo fornecedor), a 
técnica de manipulação asséptica e o ambiente de manipulação controlado.
Esses são pontos fundamentais para que se consiga garantir a qualidade do produto 
acabado, conforme exige a RDC no 67/2007 que dispõe sobre as boas práticas de 
Preparação Magistrais e Oficiais para Uso Humano em Farmácias.
objetivos
 » Compreender as ações do farmacêutico para uma manipulação segura 
em Centrais de Manipulação de Medicamentos Oncológicos.
 » Compreender a função do farmacêutico na oncologia para garantir a 
segurança do paciente.
 » Fornecer noções sobre cuidados paliativos e radiofármacos como 
tratamentos de apoio ao paciente oncológico. 
9
unidAdE i
gEStão doS 
mEdiCAmEntoS 
onCológiCoS 
A assistência a pacientescom câncer no SUS não se constitui somente em assistência 
farmacêutica, a que, no geral e de maneira equivocada, as pessoas costumam resumir 
o tratamento oncológico. Ela está incluída no bloco de financiamento da Assistência 
à Saúde de Média e Alta Complexidade (MAC) e é feita e financiada por meio de 
procedimentos específicos (quimioterápicos, radioterápicos e cirúrgicos).
Dependendo do estágio em que se encontra o tumor e do seu tipo histopatológico, são 
estabelecidos os meios terapêuticos e o objetivo, assim como suas finalidades (que 
podem ser curativa ou paliativa). Então, para o tratamento oncológico é necessária a 
“assistência ao câncer”, e não simplesmente a “assistência farmacêutica”, assistências 
estas que se incluem em diferentes rubricas orçamentárias e pactuações.
Uma das bases fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS) é a descentralização. Isso 
se reflete no financiamento do sistema, em uma complexa dinâmica de faturamentos 
que envolvem diferentes prestadores de serviço. Com isso, o desembolso para atenção 
do paciente com câncer possui algumas particularidades. Com inovações que surgem 
a cada dia e tratamento de alto custo, e o financiamento para o tratamento oncológico 
torna-se um campo de grande debate em que dilemas são levantados e opiniões 
diferentes cruzadas. 
Esse tipo de financiamento – com foco no paciente, e não no medicamento – é 
considerado diferente dos demais tratamentos oferecidos pelo SUS. “O tratamento que 
for escolhido dependerá de alguns fatores específicos para cada caso, como: tipo celular, 
localização e grau de extensão do tumor, tratamentos já realizados, condições clínicas 
do doente e a finalidade da quimioterapia”, esclarece Maria Adelaide Werneck, analista 
da Área de Regulação e Normas Técnicas do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
No SUS, a quimioterapia do câncer, que pode ser classificada como quimioterapia 
convencional, imunoterapia, hormonioterapia, alvoterapia, bioterapia, os procedimentos 
quimioterápicos que estão incluídos na tabela do SUS não fazem referência a qualquer 
medicamento e são aplicadas às situações tumorais e possuem finalidades específicas 
para as quais são indicadas terapias antineoplásicas medicamentosas.
10
Nos dias de hoje, exceto pelos medicamentos listados a seguir, o Ministério da Saúde e 
as Secretarias de Saúde não participam da padronização e nem fornecem medicamentos 
antineoplásicos diretamente aos usuários do SUS ou aos hospitais. Ou seja, os hospitais 
que estão credenciados no SUS e habilitados em tratamento oncológico são responsáveis 
por fornecer medicamentos de oncologia que eles, livremente, padronizam, adquirem e 
fornecem. Com isso, a partir do momento em que um hospital é habilitado para prestar 
assistência à oncologia pelo SUS, a responsabilidade do fornecimento do medicamento 
antineoplásico passa a ser desse hospital, público ou privado, com ou sem fins lucrativos.
Os seguintes medicamentos antineoplásicos são comprados pelo Ministério da Saúde 
centralizadamente e depois são distribuídos aos hospitais por meio das secretarias 
estaduais de saúde: Dasatinibe, L-Asparaginase, Mesilato de Imatinibe, Talidomida, 
Cloridrato de Nilotinibe, Trastuzumabe, Rituximabe, Dactinomicina. 
CAPítulo 1
garantia de qualidade e controle de 
qualidade
A atuação do farmacêutico oncológico é bastante ampla e inicia-se antes mesmo da 
preparação dos medicamentos. Compreendem-se como componentes da Assistência 
Farmacêutica:
 » a gestão técnica;
 » a gestão clínica do medicamento. 
A gestão técnica da assistência farmacêutica é caracterizada como um conjunto de 
atividades farmacêuticas interdependentes que são focadas na qualidade, no acesso e 
no uso racional dos medicamentos, ou seja, na hora de produzir, selecionar, programar, 
adquirir, distribuir, armazenar e dispensar os medicamentos.
A gestão clínica dos medicamentos está relacionada com a atenção à saúde e 
os resultados terapêuticos efetivamente obtidos, tendo como foco principal o 
paciente. Configura-se como assistência uma atividade fundamentada no processo 
de cuidado. O medicamento fornecido ao paciente deve estar em ótimas condições 
de uso, deve estar disponível no momento certo, e deve ter informações para 
possibilitar seu uso correto.
11
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
O controle de qualidade é definido como o conjunto de operações (coordenar, 
programar e executar) e tem como objetivo verificar a conformidade de todos os 
materiais, incluindo: matérias-primas, os materiais para a embalagem e também o 
produto acabado, com as suas especificações bem claras e estabelecidas. E o controle 
do processo são as verificações realizadas durante a manipulação, de forma a assegurar 
que o produto esteja em conformidade com as suas especificações.
Visando ao alcance da máxima segurança no tratamento dos pacientes, o ideal é o 
desenvolvimento de protocolos rigorosos de qualidade para todo o processo, tanto no 
preparo quanto na administração dos fármacos.
Esse controle começa no processo de aquisição dos medicamentos e materiais por meio 
da validação técnica dos laboratórios e distribuidores, e vai até o armazenamento e 
manuseio dos produtos em condições consideradas ideais.
qualificação de fornecedores
O foco na garantia de qualidade inicia-se no processo de qualificação dos fornecedores 
e compras e no recebimento dos medicamentos e materiais. Nessa fase do processo 
é necessária a análise da integridade das embalagens e a avaliação e controle das 
temperaturas dos medicamentos, garantindo que o transporte e a entrega dos 
medicamentos estão dentro da faixa de controle de qualidade deles. 
técnicas de manipulação segura
De acordo com a RDC no 220/2014, o Controle da Qualidade avalia todos os aspectos 
relativos aos produtos farmacêuticos, produtos para a saúde, procedimentos de 
limpeza, materiais de embalagem, conservação, desinfecção e transporte da Terapia 
Antineoplásica, para garantir as especificações e critérios estabelecidos por Regulamento 
Técnico.
Deve haver verificação e monitoração, para que haja o cumprimento dos procedimentos 
de limpeza e desinfecção das áreas, equipamentos, instalações e materiais empregados 
na preparação dos medicamentos.
A Terapia Antineoplásica pronta para uso deve ser submetida aos seguintes controles 
após a manipulação:
12
UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
 » Inspeção visual em todas as amostras, assegurando, assim, a integridade 
física da embalagem, ausência de partículas, precipitações e separação 
de fases. 
 » Verificar se as informações do rótulo estão corretas.
E para garantir a qualidade dos processos, o Serviço de Terapia Antineoplásica deve 
possuir um Sistema de Garantia da Qualidade (SGQ) que incorpore as Boas Práticas de 
Preparo e um efetivo controle de qualidade documentado e monitorado.
O Sistema de Garantia da Qualidade para a preparação da Terapia Antineoplásica 
deve assegurar que: os controles de qualidade necessários para avaliar os produtos, 
o processo de preparação e a Terapia Antineoplásica sejam realizados de acordo com 
procedimentos escritos, ou seja, os Procedimentos Operacionais Padrão. E os pontos 
críticos do processo devem ser periodicamente avaliados e registrados. Sendo assim, 
é de suma importância que o serviço mantenha métodos de implementação para 
ações de correção para melhoria contínua dos processos, garantindo a qualidade do 
medicamento manipulado.
Lembrete: Para que os processos de manipulação sejam considerados assépticos devem 
seguir as diretrizes das Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos estéreis, 
conforme a RDC no 67, de 2007.
Ambiente de manipulação controlada
A RDC no 220/2004 estabelece que a área destinada à paramentação contenha lavatório 
para higienização das mãos e a sala exclusiva para preparação de medicamentos 
citotóxicos tenha, no mínimo, uma área mínima de 5 (cinco) m2 por cabine de segurança 
biológica. A utilizada para a preparação dessesmedicamentos é a Cabine de Segurança 
Biológica (CSB) Classe II B2, que deve ser instalada seguindo as orientações contidas 
na RDC/Anvisa no 50, de 21/2/2002.
A Cabine de Segurança Biológica (CSB) deve ser validada (Certificada) com periodicidade 
semestral e sempre que houver movimentação ou reparos, por pessoal treinado, e o 
processo registrado.
O Serviço deve conter uma área exclusiva para armazenamento e estocagem de 
medicamentos citostáticos.
A RDC no 67 estabelece que as farmácias devem possuir salas de manipulação dedicadas, 
dotadas cada uma com antecâmara, para a manipulação das três classes terapêuticas 
13
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
a seguir – hormônios, antibióticos e citostáticos, com sistemas de ar independentes e 
de eficiência comprovada. Essas salas devem apresentar pressão negativa em relação 
às áreas adjacentes, e ser projetadas de forma que impeçam o lançamento de pós 
no laboratório ou no meio ambiente, para evitar contaminação cruzada, proteger o 
manipulador e o meio ambiente. 
A manipulação de antineoplásicos e outras substâncias, com reconhecido risco químico, 
deverão obedecer aos critérios bastante rígidos para a utilização de todos os equipamentos 
necessários para uma proteção coletiva (como a Cabine de Segurança Biológica) e, 
principalmente, os equipamentos de uso individual. Todos esses procedimentos para 
uma conservação ideal e de transporte, bem como ter preparo para se fazer a prevenção 
e o tratamento em caso de possíveis acidentes, de acordo com legislação oncológica 
específica.
A sala destinada à lavagem, esterilização e despirogenização dos recipientes vazios deve 
ser separada e possuir classificação ISO classe 8 (100.000 partículas/ pé cúbico ar).
Na área ISO Classe 8 também devem ser realizadas limpeza e higienização de produtos 
farmacêuticos, medicamentos e produtos para saúde em geral que são usados na 
manipulação de produtos estéreis.
A sala onde é realizada a pesagem deve possuir ISO Classe 7 (10.000 partículas/pé 
cúbico de ar) para garantir baixa contagem microbiana e de partículas.
A sala onde ocorrerá toda a manipulação e consequente envase das fórmulas estéreis 
deverá ser exclusiva e totalmente independente, e possuindo ainda os filtros de ar para 
reter as partículas e microrganismos, garantir os níveis que são recomendados – ISO 
Classe 5 (100 partículas/ pé cúbico de ar) ou sob fluxo laminar, ISO Classe 5 (100 
partículas/ pé cúbico de ar), em área ISO Classe 7 e possuir pressão positiva em relação 
às salas adjacentes.
Há recomendações para que o sistema de filtração de ar do fluxo laminar não deve ser 
desligado ao final do trabalho, a menos que haja a limpeza e desinfecção do gabinete 
após a sua parada.
O sistema de ar filtrado serve para assegurar que o fluxo de ar não espalhe suas partículas 
pelo ambiente. No caso de desligamento do fluxo laminar deve-se respeitar o período 
mínimo de 30 minutos após a higienização da cabine.
O ar injetado nas áreas classificadas deve ser filtrado pelos filtros Hepa. Representação 
de sistema de ar condicionado para área classificada.
14
UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
As lâmpadas da sala de manipulação devem ser embutidas para facilitar a limpeza e 
controle de partículas.
Todos os equipamentos devem passar por uma manutenção que seja preventiva, de 
acordo com um programa formal; e essa manutenção tem que ser corretiva, se necessário, 
e obedecer a procedimentos operacionais escritos baseados nas especificações dos 
manuais dos fabricantes. Devem existir registros de todas as manutenções preventivas 
e corretivas que forem realizadas. E todos os equipamentos e salas classificadas devem 
ser certificados.
A pressurização da sala de manipulação deve ser negativa em relação ao ambiente 
adjacente. Todas as operações devem ser realizadas em Cabine de Segurança Biológica 
(CSB) Classe II B2, que deve ser instalada seguindo orientações contidas em legislação 
específica. A CSB deve ser validada com periodicidade semestral e sempre que houver 
deslocamento e/ou reparos, por pessoal treinado, mantendo-se os registros. E qualquer 
interrupção do funcionamento da CSB implica a paralisação imediata das atividades de 
manipulação dos medicamentos citostáticos. A manutenção preventiva da capela deve 
ser periódica, sendo efetuada a troca dos filtros Hepa por técnicos habilitados, sempre 
que necessário, ou de seis em seis meses.
A manutenção preventiva tem que ser realizada sempre que a capela for trocada de 
lugar ou quando se observar quaisquer tipos de problemas.
Comportamento dos manipuladores em sala 
controlada
O ser humano é responsável por 40% a 80% da contaminação em salas limpas, pois 
libera partículas por meio da descamação da pele, fragmentos de cabelo, gotículas de 
saliva e cosméticos.
O bom comportamento e treinamento técnico (como se vestir, como se comportar e 
como limpar a área) são fundamentais para controle das partículas no ambiente.
Área limpa é uma área projetada, construída e utilizada de forma a reduzir a introdução, 
a geração e a retenção de contaminantes em seu interior. E o ambiente classificado é 
um local onde a concentração das partículas do ambiente, de superfícies e carreadas 
pelo pessoal, é conhecida e controlada. Portanto, é necessário treinamento continuado 
e disciplina para contribuir no controle de geração de partículas em ambientes 
controlados.
15
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
Como diminuir as possibilidades de erro nas 
preparações oncológicas
Para que a precisão e a segurança sejam garantidas durante todo o processo de 
manipulação dos medicamentos, deve-se contar com instalações ideais. Farmácias 
em que haja monitoramento da pressão, de temperatura, de umidade e os controles 
microbiológicos, incorporados à rotina de trabalho e que se estendam aos profissionais 
responsáveis pelo preparo dos medicamentos.
Além disso, o sistema de informação leva em conta os protocolos de tratamentos, os 
dados sobre a concentração de diluição e estabilidade de medicamentos, as técnicas 
de preparo, chegando à rastreabilidade dos lotes, com registro de validades dos 
medicamentos utilizados em todos os processos de manipulação.
Todo o trabalho realizado na farmácia deve ser registrado, assim como os nomes dos 
profissionais responsáveis por todas as etapas do preparo e administração, em tempo 
real de execução desses trabalhos.
Existe uma sequência de checagens realizada pelos profissionais responsáveis pelas 
preparações oncológicas que diminui muito a chance de erros.
Etapas de Segurança
 » Prescrição médica: o médico tem a oportunidade de checar sua 
prescrição com os protocolos de tratamento adotados pela instituição 
e previamente registrados no sistema (já revisados pela própria equipe 
médica) no ato da prescrição.
 » Avaliação da prescrição pela enfermeira: nessa etapa, a enfermeira 
confronta os dados do paciente com os registrados no prontuário, 
checando protocolo, superfície corpórea, dose, exames laboratoriais, ciclo 
e o histórico das aplicações anteriores. Qualquer divergência no quadro 
de informações deve ser discutida com a equipe médica.
 » Avaliação da prescrição pelo farmacêutico: novamente são 
analisadas doses e diluições e demais dados da prescrição durante essa 
etapa. 
As divergências que aparecerem devem ser debatidas com toda a equipe médica. São: 
 » Toda a separação e a conferência dos fármacos.
 » Completa higienização.
16
UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
 » Cada etapa do preparo das medicações para as aplicações.
 » Checagem antes da liberação dos medicamentos.
 » Responsabilidade no recebimento e na conferência dos medicamentos 
dispensados pela farmácia.
 » Nessa fase, a equipe de enfermagem verificará todos os dados do(a) 
paciente e comparará os medicamentos que foram preparados com a 
prescrição médica original.
 » Toda a checagem dos dados do paciente.
 Antes da administração de qualquer medicamento, a enfermagemchecará a pulseira 
que identifica o paciente. 
Se todas as aplicações forem realizadas após o cumprimento de todas as etapas descritas 
acima, os pacientes podem ficar seguros da qualidade dos fármacos que farão uso. 
17
CAPítulo 2
técnicas de biossegurança
A biossegurança é um procedimento de fundamental importância em serviços de saúde, 
pois desenvolve métodos para a prevenção de Controle de Infecção, objetivando, assim, 
a proteção da equipe de assistência e usuários da saúde, estabelecendo diretamente um 
papel essencial na consciência sanitária, na sociedade. 
Sabemos que os processos de biossegurança não têm fim, e devem ser um aprendizado 
constante, estando agregados onde o risco à saúde humana estiver presente.
De acordo com o Ministério da Saúde, Biossegurança é o conjunto de ações destinadas 
a prevenir, controlar, diminuir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam 
comprometer a saúde humana, em virtude da adoção de novas tecnologias e fatores de 
risco a que estamos expostos. No Brasil, a biossegurança começou a ser institucionalizada 
a partir da década de 1980, quando o Brasil tomou parte do Programa de Treinamento 
Internacional em Biossegurança, ministrado pela Organização Mundial de Saúde 
(OMS), que teve como finalidade estabelecer pontos focais na América Latina para o 
desenvolvimento do tema; em 1995 houve a publicação da primeira Lei de Biossegurança, 
a Lei no 8.974, de 5 de janeiro, posteriormente revogada pela Lei no 11.105, de 24 de 
março de 2005.
Para estabelecer as diretrizes básicas e implementar medidas para proteger a segurança 
e a saúde dos que trabalham com serviços de saúde, também os que exercem atividades 
para promover e assistenciar a saúde em geral, publicou-se, em 2005, a Norma 
Regulamentadora – NR 32.
Sala limpa e ambiente controlado
Características estruturais
A sala de manipulação e as antecâmaras devem ser projetadas para atender às 
normas especiais de classificação de sala limpa, que geralmente se baseiam na 
norma brasileira aprovada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 
da família ISO14644-1. 
De acordo com a RDC no 67/2007, sala classificada ou sala limpa é um ambiente 
controlado definido em termos de contaminação por partículas viáveis e não viáveis 
18
UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
projetadas e utilizadas de forma a reduzir a introdução, a geração e a retenção de 
contaminantes em seu interior.
É um local onde serão quantificados e mensurados os tamanhos das partículas que 
estão em suspensão. Esse processo poderá ser realizado pela existência de um fluxo de 
ar bastante turbulento e com os filtros Hepa.
Faz-se indispensável em laboratórios químicos e em laboratórios que produzem e ou 
manipulam medicamentos, indústria de biotecnologia, alimentícia, entre outros.
A sala limpa deve ser projetada, localizada, construída ou adaptada de forma que seja 
adequada às operações a serem executadas. O desenho deve minimizar o risco de 
erros e permitir a limpeza e conservação, de modo a impedir a contaminação cruzada, 
como, por exemplo, a contaminação de um produto acabado durante o processo de 
manipulação.
A instalação e a estrutura devem ser mantidas em bom estado de conservação, higiene 
e limpeza, sendo asseguradas as operações de manutenção e reparo constantemente. 
No que tange à iluminação, ar acondicionado (temperatura e umidade) e ventilação, 
devem ser apropriados, de modo a não afetar direta ou indiretamente, os produtos 
durante os processos de produção e armazenamento ou funcionamento adequado dos 
equipamentos. Deve ser construída com materiais que não geram partículas e facilmente 
limpos. Além disso, sala limpa requer que outros parâmetros, como temperatura, 
umidade e pressão, sejam controlados. Na norma ABNT NBR 7256, é possível consultar 
mais informações a respeito dos controles da temperatura e da umidade.
Validação da área física, equipamentos e pessoal
O processo de validação é sinônimo de garantia da execução de determinado processo 
ou local onde será realizado; portanto, diante de toda a complexidade na manipulação 
de produtos estéreis, os quais, após a preparação serão infundidos no paciente, 
torna-se obrigatória a validação comprovada por meio de documentos da estrutura 
física, equipamentos e funcionários.
Área física
Com base na legislação vigente e seguindo a ABNT NBR, a Sociedade Brasileira 
de Oncologia (Sboc) recomenda que os seguintes ambientes estejam presentes no 
serviço de farmácia que atende oncologia: salas para vestiário de barreira, sala de 
limpeza/desinfecção, sala de manipulação de medicamentos. E que tenha áreas para 
19
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
almoxarifado de materiais e medicamentos, área para recebimento de materiais e 
medicamentos, área para armazenamento temporário de resíduos contaminados. 
E também recomenda que o serviço possua salas de apoio para avaliação 
farmacêutica da prescrição, depósito de material de limpeza, sala de resíduos, sala de 
rotulagem/embalagem/controle de qualidade.
 » Vestiário com barreira/sala de paramentação: deve ter pia com torneira 
que acione sem contato com as mãos. Essa sala deve funcionar como uma 
antecâmara de entrada, uma sala que sirva de barreira à sala de manipulação. 
Por isso, deve possuir pressão diferencial positiva em relação a ela, funcionando, 
dessa forma, como barreira de contenção à saída e à entrada de ar na sala de 
manipulação. Essa pressão positiva relativa produz um efeito de barreira do tipo 
bubble (bolha de ar), que impede que o ar externo e não classificado entre na 
sala e que o ar da sala de preparo saia, permitindo que possíveis contaminantes 
químicos fiquem retidos na sala de preparo para serem filtrados pelo sistema da 
cabine de segurança biológica. Não é necessário classificar o ar nessa sala, porém 
é recomendável que se instale filtro fino e grosso.
Na RDC no 67 consta que nessa sala ou junto a ela deve haver lavatório com provisão 
de sabonete líquido e antisséptico e dispositivo para secagem das mãos. Esse lavatório 
deve ser de uso exclusivo do processo de paramentação.
A RDC no 50, de 2002, informa que “o vestiário das salas de diluição de quimioterápicos 
deve possuir lava-olhos, além do lavatório e da área de paramentação”.
As duas portas de antecâmaras não podem estar simultaneamente abertas, devendo 
haver um sistema que impeça que isso aconteça e um sistema de alarme (sonoro e/ou 
visual) que alerte quando isso ocorrer.
 » Sala de limpeza/desinfecção: local onde se procede à higienização 
dos materiais (quando aplicável) e que contém embalagens primárias dos 
medicamentos que serão utilizados na manipulação. Deve ser adjacente e 
comunicar-se com a sala de manipulação por meio de passadores intertravados. 
Conforme consta na RDC no 67, de 2007, a sala deve ser ISO classe 8 (grau D).
 » Sala de manipulação: local onde estará a cabine de segurança biológica 
(classe II, tipo B2), indicada para manipular medicamentos antineoplásicos 
ou com potencial carcinogênico, teratogênico ou mutagênico. Deve possuir 
classificação de ar ISO classe 7 (grau C) e pressão diferencial negativa em relação 
aos ambientes adjacentes, conforme recomendam os itens 2.7.2 do anexo III e 
11.3 do anexo IV da RDC no 67, de 2007.
20
UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
Embora os medicamentos manipulados nessa sala sejam estéreis, por se tratar de 
fármacos perigosos para a saúde humana e o ambiente, a pressão dessa sala não deve 
seguir a recomendação do anexo IV, item 4.15.1, da RDC no 67, de 2007, para pressão 
positiva.
É importante haver um telefone para uso interno, para evitar saídas desnecessárias do 
manipulador e permitir a comunicação caso ocorram acidentes.
Nessa sala não devem existir pia nem ralo.
 » Sala de rotulagem/embalagem/controle de qualidade: se for contígua à 
sala de manipulação, deverá ser classificada como ISO classe 8. A fim de evitar 
movimentações constantes na sala de manipulação, manteressa sala contígua é 
o ideal.
Importante: Quanto à infraestrutura física, a RDC no 220/2004 preconiza que o 
Serviço de Terapia Antineoplásica (STA) deve atender, no mínimo, aos seguintes 
requisitos:
 » Área destinada à paramentação: provida de lavatório para higienização 
das mãos.
 » Sala exclusiva para preparação de medicamentos para Terapia 
Antineoplásica, com área mínima de 5 (cinco) m2 por cabine de segurança 
biológica.
 » Cabine de Segurança Biológica (CSB) Classe II B2 que deve ser instalada 
seguindo as orientações contidas na RDC/Anvisa no 50, de 21/2/2002.
 » Área de armazenamento exclusiva para estocagem de medicamentos 
específicos da Terapia Antineoplásica.
O projeto e as instalações de uma sala de manipulação devem ser orientados por um 
profissional da área (farmacêutico) e realizado por um engenheiro. Ressalte-se que 
uma sala de manipulação deve ter superfícies lisas, resistentes, livres de rachaduras, 
possibilitando limpeza e diminuindo espaços onde microrganismos possam se alojar.
Equipamentos
Segundo a RDC no 220/2004 e a RDC no 67/2007, os equipamentos têm que ser 
projetados, localizados, adaptados, instalados e mantidos de forma a estarem adequados 
às operações que serão realizadas.
21
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
 » A estrutura dos equipamentos deve minimizar os riscos de erro e permitir 
que estes sejam efetivamente limpos e, assim, mantidos para que seja 
evitado o acúmulo de poeiras e sujeira.
 » Os equipamentos que serão usados na manipulação das preparações 
estéreis devem ser escolhidos para que possam ser devidamente 
esterilizados por aquecimento a seco, por vapor ou outro método.
 » Após terminar o trabalho de manipulação, os equipamentos têm que 
ser limpos, desinfetados e identificados quanto à sua condição, sempre 
registrando todos esses procedimentos.
Todos os equipamentos têm que ser submetidos à manutenção preventiva, de acordo 
com um programa formal, e corretivo, quando necessário, e obedecer a procedimentos 
operacionais escritos baseados nas especificações dos manuais dos fabricantes.
 » Deve existir registro por escrito das manutenções preventivas e corretivas 
realizadas.
 » As etiquetas com datas referentes à última e à próxima verificação devem 
estar afixadas nos equipamentos.
 » A Cabine de Segurança Biológica deve ser validada com periodicidade 
semestral e sempre que houver movimentação ou reparos, por pessoal 
treinado, e o processo registrado.
 » O equipamento que for usado no tratamento de água tem que ser projetado 
e mantido para assegurar a produção da água com todas as especificações 
exigidas.
Pessoal
Toda a equipe deve ser treinada (periodicamente) e deve passar por processos de 
validação de técnicas assépticas antes de iniciar a rotina.
O uso de uniformes e técnicas corretas contribui para o controle microbiológico e a 
manutenção dos níveis de partículas estabelecidas. O manipulador deve usar macacão 
de manga longa e punho com baixa liberação de partículas, usar luvas, toucas, máscaras 
e prós-pés. É proibido o uso de joias e maquiagem durante a manipulação.
Devem-se ter normas claramente descritas quanto à higienização e conduta do 
profissional envolvido, a fim de evitar qualquer risco de contaminação.
22
UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
A saúde e bem-estar dos funcionários que trabalham em Serviços de Terapia 
Antineoplásica são fundamentais para obter um resultado final satisfatório e coerente, 
impactando diretamente na qualidade de vida do trabalhador. Os funcionários 
que realizam essas atividades dentro desses serviços devem ser continuamente 
conscientizados quanto à proteção da saúde, diretamente proporcional ao uso de 
equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC).
O trabalhador protegido e seguro possibilita um ambiente garantido e saudável. 
O Serviço de Terapia Antineoplásica (STA) é um espaço que proporciona risco de 
acidentes, intoxicações, contaminações, especificamente na manipulação que ainda 
exige técnicas, práticas e procedimentos que podem resultar em exposição ocupacional 
ou dano à saúde do profissional envolvido.
Equipamentos de proteção coletiva (EPC)
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são todos os dispositivos utilizados para 
a proteção coletiva dos funcionários expostos a risco, proteção ambiental e proteção 
do produto manipulado. A correta seleção e especificação de uso para as finalidades 
a que se destinam permitem minimizar os inúmeros riscos associados ao trabalho 
desenvolvido. São utilizados, portanto, para diminuir a exposição dos trabalhadores 
aos riscos e, em caso de acidentes, reduzir suas sequelas.
Cabines de segurança (CSB)
As Cabines de Segurança Biológica constituem o principal meio de contenção e são 
usadas como barreiras primárias para evitar a evasão de aerossóis para o ambiente. 
Há três tipos de cabines de segurança biológica:
 » Classe I;
 » Classe II – A, B1, B2, B3;
 » Classe III.
A manipulação de medicamentos antineoplásicos deve acontecer obrigatoriamente, 
conforme a RDC no 220/2004, dentro da Cabine de Segurança Biológica Classe II B2.
A Cabine de Segurança Biológica Classe II B2 oferece proteção aos profissionais 
envolvidos, ao meio ambiente e ao produto manipulado.
23
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
Tem 100% de exaustão, sem recirculação de ar, ou seja, todo ar que entra na cabine e 
o que é exaurido para o exterior passam previamente pelo filtro Hepa (high efficiency 
particulate air). A exaustão é total, por isso não existe recirculação do fluxo de ar. 
A cabine tem pressão negativa em relação ao local onde ela está instalada, pela diferença 
entre o insuflamento do ar no interior da cabine e a sua exaustão.
A CSB deve sofrer validação todo semestre e sempre que houver algum deslocamento 
e/ou reparos, por pessoas treinadas, sempre mantendo os registros.
Se houver interrupção do funcionamento da CSB deve-se paralisar imediatamente as 
atividades de manipular medicamentos citostáticos.
figura 1.
fonte: <http://www.lobov.com.br>.
Chuveiro de emergência e lava-olhos
O chuveiro deve ser acionado por alavancas de mão, cotovelos ou joelhos. Deve estar 
localizado em local de fácil acesso.
Os lavadores de olhos devem ser formados por dois pequenos chuveiros de média 
pressão, acoplados a uma bacia metálica, cujo ângulo permite direcionamento correto 
do jato de água. Pode fazer parte do chuveiro de emergência ou ser do tipo frasco de 
lavagem ocular.
24
UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
figura 2.
fonte: <http://www.pecinox.com.br>.
dispositivos de segurança para manipulação
Seringas com conexão rosqueável (luer-lok)
figura 3.
fonte: <http://descarpack.com.br>.
25
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
dispositivo desaerolizante para punção de 
frascos-ampola
figura 4.
fonte: <http://www.bbraun.com.br>.
Agulha de ponta romba
 » diminui riscos de acidentes;
 » diferenciação das agulhas convencionais;
 » facilita o procedimento por ser mais curta (25mm);
 » deslizamento duradouro;
 » bisel simples (um único corte);
 » as agulhas convencionais possuem bisel trifacetado;
 » requer 10 vezes mais força de penetração na pele que as agulhas 
convencionais.
figura 5.
fonte: <http://www.medsupply.com.br>.
26
UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
Equipamentos de proteção individual
Conforme estabelecido na RDC no 220/2004 e na RDC no 67/2007, durante a 
manipulação de medicamentos citostáticos devem ser usados luvas e macacão.
luvas
As luvas (Figura 6) são usadas como barreira de proteção, prevenindo a contaminação 
das mãos do manipulador e diminuindo o risco de microrganismos presentes nas mãos, 
evitando, assim, a contaminação durante o processo de manipulação.
 » Devem ser usados dois pares de luvas (tipo cirúrgica) de látex estéreis com punho 
longo e sem talco.
 » É recomendado que os pares de luvas sejam trocados a cada hora ou sempre que 
sua integridade estiver comprometida.figura 6.
fonte: <http://www.dentalevolux.com.br>.
macacão descartável
O macacão descartável (Figura 7) é restrito à área de manipulação, sendo constituído 
de peça única, com baixa permeabilidade, frente fechada, com mangas longas e punho 
elástico.
figura 7.
fonte: <http://www.nei.com.br>
27
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
óculos de segurança
Os óculos de segurança (Figura 8) protegem os olhos do profissional de borrifos, 
respingos, gotas e impactos decorrentes da manipulação de substâncias irritantes, 
corrosivas, tóxicas etc.
Pode ter vedação lateral, hastes ajustáveis e cinta de fixação. As lentes devem ser 
confeccionadas em material transparente e resistente para que não provoque distorção.
figura 8.
fonte: <http://www.vicsa.com.br>.
Protetores respiratórios
Os protetores ou máscaras respiratórias (Figura 9) contêm filtros que protegem o 
aparelho respiratório.
Os filtros podem ser:
 » mecânicos, para proteção contra partículas suspensas no ar;
 » químicos, que protegem contra gases e vapores orgânicos;
 » combinados (mecânicos e químicos).
figura 9.
fonte: <http://www.3m.com.br>.
28
UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
toucas ou gorros
Em ambientes limpos ou estéreis devem ser usados toucas ou gorros (Figura 10) para 
que não haja contaminação pelos cabelos.
figura 10.
fonte: <http://www.ikasalimp.com.br>.
Propé
Em ambientes limpos e classificados, os sapatos são substituídos por propés (Figura 11) 
para garantir o controle de partículas e para evitar contaminação do ambiente.
figura 11.
fonte: <http://www.superepi.com.br>.
Procedimentos em acidentes com 
medicamentos e substâncias de risco
Os antineoplásicos são medicamentos empregados no tratamento do câncer para inibir 
ou prevenir o crescimento e disseminação de alguns tipos de células cancerosas. Atuam 
sobre as moléculas que controlam a divisão e a proliferação celular, agredindo tanto as 
células normais quanto as células cancerosas devido ao seu potencial citotóxico. 
29
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
Nesse contexto, sabe-se que o processo global de produção dos agentes antineoplásicos 
(manipulação, dispensação e administração) deve assegurar adequado nível de 
qualidade e segurança devido ao grande potencial de exposição dos profissionais 
envolvidos. Portanto, qualquer tipo de risco e/ou acidente com os medicamentos 
citotóxicos, como, por exemplo, derramamento de solução, perfuração com agulhas 
utilizadas, desconexão do equipo das bolsas de solução, respingos, quebra de ampola e 
frasco-ampola deve ser devidamente assegurado por procedimentos preconizado pela 
Norma Regulamentadora (NR 32/2005).
A NR 32/2005 tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação 
de medidas de proteção e segurança à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, 
bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
Procedimentos operacionais em casos de 
acidentes ambientais ou pessoais, de acordo com 
a rdC no 220/2004 e nr 32/2005
Kit de derramamento
Todo Serviço de Oncologia que possui Central de Diluição de Medicamentos Oncológicos 
e que administra Quimioterapia deve conter “Kits de Derramamento” nas áreas de 
preparação, armazenamento e administração e para o transporte sendo mantido em 
local de fácil acesso e identificado, devendo conter no mínimo:
 » Luvas de procedimento.
 » Avental de baixa permeabilidade.
 » Proteção respiratória.
 » Proteção ocular.
 » Compressas absorventes e secas.
 » Sabão.
 » Recipiente identificado para recolhimento de resíduos.
 » Descrição para o procedimento em caso de emergência (Procedimento 
Operacional Padrão).
30
UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
Conduta:
 » O local do derramamento, após identificação e restrição do acesso, deve 
ser limitada com compressas absorventes.
 » Os pós devem ser recolhidos com compressa absorvente umedecida.
 » Os líquidos devem ser recolhidos com compressa absorvente seca.
 » A área envolvida deve ser limpa com água e sabão em abundância.
Conduta em caso de acidentes pessoais
 » O vestuário deve ser retirado imediatamente se ocorrer contaminação.
 » Deve-se lavar com água e sabão áreas da pele atingidas.
 » Se houver contaminação dos olhos ou outras mucosas deve-se lavar com 
água ou solução isotônica em abundância e recorrer ao acompanhamento 
médico.
Conduta em caso de acidentes na cabine de segurança 
biológica
 » Deve-se fazer a limpeza e descontaminação de toda a parte interna da 
cabine.
 » Se houver contaminação da superfície do filtro Hepa, essa cabine tem que 
ser desativada até que se substitua o filtro.
Conduta em caso de acidentes ambientais
 » Antes de iniciar o procedimento de descontaminar a cabine, o responsável 
pela limpeza deve estar paramentado.
 » Devem ser recolhidos os pós com compressa absorvente umedecida, os 
líquidos devem ser recolhidos com compressas absorventessecas e toda a 
área deve ser limpa com água e sabão.
As intervenções necessárias frente ao acidente serão de responsabilidade do 
profissional que propiciou o derramamento do quimioterápico, seja durante o 
manuseio, administração ou transporte, ou seja, todo profissional envolvido deverá ser 
31
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
devidamente treinado para realizar tal procedimento. Todo acidente deve ser registrado 
em formulário específico.
Devem existir regras e rotinas escritas, revisadas anualmente, para a utilização da 
Cabine de Segurança Biológica e dos Equipamentos de Proteção Individual.
riscos ocupacionais em farmácia aplicada à 
oncologia
A exposição ao agente antineoplásico é uma preocupação no ambiente de trabalho, pois 
há estudos que exploram a manifestação do câncer em profissionais da área de saúde 
devido à exposição contínua aos medicamentos citotóxicos. Essa exposição pode ser 
por meio da ingestão de alimentos contaminados, inalação do pó ou de aerossóis do 
agente ou do contato direto com a pele. O uso de EPIs e as boas práticas de manipulação 
colaboram para o uso seguro dos agentes citotóxicos no ambiente de trabalho e 
constituem medidas essenciais para a redução do risco ocupacional.
O risco oriundo da manipulação de medicamentos citotóxicos pelos profissionais da 
saúde origina-se da combinação de sua toxicidade e do nível de exposição dos indivíduos 
aos agentes antineoplásicos. 
Segundo a American Society of Health Farmacists (ASHP), podemos determinar as 
características dos medicamentos que podem apresentar risco ocupacional para o 
profissional de saúde, são eles:
 » Genotoxicidade (ex.: mutagenicidade).
 » Carcinogenicidade (ex.: indução tumoral em modelo animal, pacientes 
humanos ou ambos).
 » Teratogenicidade (ex.: alterações sobre a reprodução, fertilidade, má 
formações congênitas no feto).
 » Toxicidade séria e seletiva sobre órgãos e sistemas (ex.: em baixa dose em 
modelo animal e em pacientes tratados).
Os medicamentos de riscos manuseados de forma leviana levam à contaminação do 
manipulador e do meio ambiente; a partir dessa contaminação acontece a absorção pelos 
profissionais de saúde. A absorção é pequena, exceto em situações de grande exposição; 
porém, o dano é cumulativo. Os profissionais envolvidos, ou seja, que preparam ou 
administram por longos períodos de tempo (enfermeiros e farmacêuticos) são os mais 
expostos.
32
UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
Classificação dos medicamentos e 
substâncias de risco
A classificação dos medicamentos segundo a evidência é estabelecida pela Internacional 
Agency for Research on Cancer (Iarc), um órgão que pertence à Organização Mundial 
de Saúde (OMS).
A finalidade da Iarc é coordenar e administrar pesquisas sobre as causas de câncer em 
humanos e ampliar estratégias científicas para a prevenção e o controle de câncer.
A Iarc qualifica agentes a que os seres humanos possam estar expostos, com base na 
ameaça de causar câncer em humanos.
Os agentes incluemprodutos químicos, misturas complexas, processos, exposições 
ocupacionais ou ambientais, práticas culturais ou comportamentais, organismos 
biológicos e substâncias físicas.
A Iarc não considera “risco” (estimativa dos efeitos carcinogênicos) ou probabilidade de 
dano a seres humanos. O órgão somente considera a gravidade da evidência científica 
para uma associação ao câncer, considerando os níveis diários de exposição.
Esse processo de classificação é realizado por um grupo de trabalho, composto por 
cientistas selecionados pela Iarc para revisar as evidências em relação a qualquer 
ameaça (capaz de causar câncer sob determinadas circunstâncias) de câncer associada 
aos agentes selecionados.
Para cada agente analisado, a Iarc usa cinco classificações para a força da evidência 
científica de que a exposição a tal agente possa estabelecer uma ameaça de câncer, 
conforme descrito a seguir:
quadro 1. descrição pela iarc do grupo da classificação por exposição dos agentes antineoplásicos.
Grupo 1 Carcinogênico para humanos.
Grupo 2A Provavelmente carcinogênicos para humanos.
Grupo 2B Possivelmente carcinogênicos para humanos.
Grupo 3 Não classificável em relação à carcinogenicidade para humanos.
Grupo 4 Provavelmente não carcinogênico para humanos.
fonte: <https://www.iarc.fr/>.
Para uma manipulação segura, além do ato de preparo dos medicamentos, deve-se 
considerar toda a cadeia de processos, desde o armazenamento, recebimento, transporte, 
manipulação propriamente dita, a dispensação, a administração, geração e descarte de 
resíduos de produtos e medidas em caso de derramamento e extravasamento.
33
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
Partindo do pressuposto de que as preparações injetáveis devem apresentar 
apirogenicidade, esterilidade e ausência de partículas estranhas são necessárias medidas 
e condutas para assegurar a manipulação e dispensação dos medicamentos nessas 
condições. Considerando que o termo estéril é a ausência total de microrganismos 
ou formas viáveis capazes de reprodução, esta só é alcançada e mantida mediante todo 
o processo de manutenção que visa assegurar a carga microbiana nula do produto 
manipulado.
Requisitos básicos como uso de produtos estéreis (garantidos pelo fornecedor), a 
técnica de manipulação asséptica e ambiente de manipulação controlado são pontos 
fundamentais para que se consiga garantir a qualidade do produto acabado, conforme 
exige a RDC no 67/2007 que dispõe sobre as Boas Práticas de Preparação Magistrais e 
Oficiais para Uso Humano em Farmácias.
De acordo com a American Society of Health Pharmacists (ASHP), os fármacos 
antineoplásicos possuem características quanto ao risco ocupacional em que os 
fatores cuja combinação determina o risco tóxico, são a magnitude da exposição do 
manipulador, o efeito cumulativo e a toxicidade real de cada medicamento. Contudo, 
as principais rotas de exposição aos medicamentos de risco estão associadas à inalação 
de gotículas ou pós, absorção pela pele, ingestão por bebidas, comidas e cigarros 
contaminados, podendo causar genotoxicidade ou mutagenicidade, carcinogenicidade, 
teratogenicidade e até toxicidade séria e seletiva sobre órgãos e sistemas. Veja a tabela 
a seguir:
Genotoxicidade ou mutagenicidade 
Alteração no genótipo de uma célula, por modificação nas bases do DNA, transmitida 
durante a divisão celular. Alguns tipos de mutação resultam em carcinogênese.
Carcinogenicidade 
Alteração na sequência do DNA que codifica uma proteína envolvida na regulação do 
crescimento celular – mutações dos proto-oncogenes (controlam a proliferação celular) 
ou dos genes supressores de tumor (codificam produtos que inibem a transcrição dos 
oncogenes ou genes mutantes). Geralmente, é necessária mais de uma mutação.
teratogenicidade
Indução de malformações estruturais grosseiras durante o desenvolvimento 
fetal.
34
UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
Os danos da exposição aos fármacos citotóxicos poderão ser medidos em relação à 
extensão da exposição a esse agente e a toxicidade inerente de determinado agente 
quimioterápico. O monitoramento médico é de grande importância, e é aconselhável 
realizar exames médicos periodicamente, de seis em seis meses, com atenção para 
os sistemas hematopoiético, pele, sistema hepático, renal, e sistema nervoso central. 
Devem se realizar exames quando: admitir; retornar ao trabalho, após 30 dias de 
licença médica; transferência de outro setor para área de manipulação e vice-versa; 
desligamento do setor ou da empresa. Com relação aos indicadores, detectou-se níveis 
mensuráveis de agentes quimioterápicos no ar e nas superfícies, quando as capelas de 
fluxo laminar não são usadas no preparo dos quimioterápicos.
Quando se monitora dentro da capela, essa exposição fica evidente e detecta-se 
saturação desses agentes nos filtros Hepa. Existem relatos de mutagenicidade urinária 
em profissionais que manipulam agentes quimioterápicos, porém esses mesmos níveis 
caem totalmente, quando esses profissionais são afastados da exposição de rotina e 
vice-versa. A evidência de tióteres urinários (metabólitos conjugados à glutationa 
de agentes alquilantes) pode ser usada como indicadores de exposição, porque 
manipuladores de antineoplásicos demonstraram aumento de tióteres urinários 
em comparação com grupos de controle. Com relação à mutagenicidade/alterações 
cromossômicas, alguns estudos têm comprovado esses efeitos como vindos dessa 
exposição. Há uma dificuldade de quantificação desses efeitos da exposição e essas 
alterações de resultados de absorção resultam da exposição em diferentes intensidades 
dentro de um mesmo grupo, principalmente quando se avalia técnica de trabalho 
e uso de EPIs. Os efeitos sobre a reprodução têm sido bem documentados, onde há 
resultados estatisticamente significantes de ocorrências de abortos espontâneos e 
teratogenicidade, quando se compara grupos expostos e não expostos. Diante dessas 
ocorrências, é importante ressaltar que mulheres grávidas e lactantes devem ser 
informadas dos riscos e afastadas da atividade da manipulação e administração de 
agentes quimioterápicos. Outros sintomas eventuais relatados por grupos expostos em 
áreas em que não há ventilação são: vertigem, sensação de cabeça leve, dor de cabeça, 
náusea e reação alérgica.
Em alguns momentos há grande exposição ocupacional para o profissional que manipula, 
valendo citar os seguintes: quebra e reconstituição de ampolas; punção, transferência 
do medicamento de um para outro envase; retirada do ar da seringa, ajuste da dose 
reconstituição e aspiração de frascos-ampola (introdução e retirada da agulha).
35
Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
Principais rotas de exposição ocupacionais no 
manuseio de fármacos antineoplásicos
 » Quebra e reconstituição de ampolas.
 » Punção, reconstituição e aspiração de frascos-ampola (introdução e 
retirada da agulha).
 » Transferência do fármaco de um para outro envase.
 » Retirada do ar da seringa e ajuste da dose.
 » Administração dos medicamentos injetáveis.
 » Manuseio de excretas do paciente.
 » Exposição acidental.
Exposição acidental
 » Receber os medicamentos.
 » Transportar internamente e externamente.
 » Estocar.
 » Limpar e desinfetar de frascos-ampola e ampolas.
 » Identificar, rotular, embalar e distribuir o produto acabado.
 » Procedimentos como: segregar, acondicionar, identificar, registrar, 
transportar, armazenar e o destino final dos resíduos de risco.
 » Conduta em acidentes.
 » Manusear os medicamentos tópicos e orais.
 » Limpar e desinfetar as áreas e os equipamentos de trabalho.
Para não deixar que esses procedimentos se transformem em potenciais acidentes, 
o farmacêutico deve criar procedimentos operacionais padrões (POP) para que 
padronize a execução das atividades, o fluxo de trabalho, bem como montar um plano 
de contingência em caso de ocorrer acidentes durante o processo de manipulação. 
O uso de materiaismédico-hospitalares especiais, como o uso de filtros para aerossóis, 
deve ser avaliada.
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UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
quadro 2. sistemas mais sensíveis ao antineoplásicos.
Sistema Respiratório Pode ocorrer lesão de células do trato respiratório, enfisema, irritação, broncoconstrição, dispneia e alergia.
Trato Gastrintestinal Pode ocorrer alteração das membranas celulares, na pele, rubor, edema, prurido, alergia.
Fígado Pode ocorrer acumulação excessiva de lipídios e necrose.
Rins Pode ocorrer efeitos sobre o túbulo renal, morte das células e alteração da função renal.
Sistema Nervoso Pode ocorrer hipóxia no cérebro, perda de mielina e efeitos em neurônios periféricos.
Sistema Reprodutivo Pode ocorrer oligoespermia, redução da fertilidade, interrupção da menstruação e toxicidade reprodutiva.
fonte: <https://pt.slideshare.net/crisneli/riscos-boechat>.
Para exercer as Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos Citotóxicos é essencial 
possuir uma área física adequada, equipamentos e mobiliário adequados, equipamentos 
de Proteção Coletiva (EPC), equipamentos de Proteção Individual (EPI), dispositivos 
de Segurança, vestuário adequado, procedimentos operacionais da técnica asséptica 
associada à de biossegurança, gerenciamento dos resíduos de risco, higiene/segurança 
do trabalho e educação continuada.
transporte dos medicamentos
Todo o transporte de embalagens de medicamentos antineoplásicos deve ser feito 
de forma a reduzir a contaminação ambiental em caso de acidentes com queda e/ou 
quebra acidental das embalagens. Uma boa prática é acondicionar essas embalagens em 
recipientes hermeticamente fechados e/ou lacrados, como caixas e/ou sacos plásticos 
etiquetados com um identificador de alerta, chamando a atenção sobre as características 
tóxicas do conteúdo. Carrinhos de transporte devem ser desenhados com barreiras de 
contenção para proteger contra a queda e ruptura.
Todo o pessoal envolvido com o transporte de medicamentos antineoplásicos deve 
receber treinamento sobre a característica desses medicamentos, bem como dos 
procedimentos de segurança a serem adotados em caso de acidente.
Periodicamente, o National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) 
publica uma lista de medicamentos antineoplásicos e outros medicamentos com risco 
ocupacional, que pode ser utilizada como ponto de partida para elaborar procedimentos 
de segurança inerentes aos processos de recebimento, armazenamento e transporte. 
Como nem todo profissional tem acesso fácil às informações e a atualização da lista é um 
processo que deve ser contínuo, para isso o farmacêutico deve conhecer tecnicamente 
a toxicidade dos medicamentos que manuseia consultando a bula, informações do 
fabricante, monografias, literatura, fichas técnicas, entre outras fontes.
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Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
Proteção do operador
Deve ser tida sempre em conta a toxicidade das classes de fármacos a manipular.
Relativamente aos anticorpos monoclonais devemos ter ainda em consideração o risco 
de manipulação associado a cada um. Embora se saiba que são agentes relativamente 
recentes e que, por isso, ainda não há estudos consistentes de riscos potenciais 
associados à exposição ocupacional.
Os anticorpos monoclonais devem ser manipulados em CFLV (Câmara de fluxo laminar 
vertical), particularmente, se apresentam risco potencial para o operador.
Proteção do doente
Com o objetivo de evitar contaminação cruzada dos fármacos manipulados e garantir 
que não existem erros de manipulação por troca de fármacos, no que concerne à 
manipulação de anticorpos monoclonais, citotóxicos e outros fármacos que, pelas suas 
propriedades mutagênicas e carcinogênicas, exigem manipulação em CFLV, sugere-se 
o seguinte:
Idealmente, deverão existir dois equipamentos distintos para manipulação independente 
desses fármacos. Assim, num dos equipamentos manipular-se-ia os medicamentos 
não relacionados com a terapêutica antineoplásica, e no segundo equipamento 
manipular-se-iam os fármacos citotóxicos e anticorpos monoclonais para terapêutica 
antineoplásica.
Deve ser promovida a segregação e uma prática de completa limpeza das superfícies 
entre os vários tipos de produtos a manipular.
Sugere-se a seguinte ordem de manipulação:
 » Anticorpos monoclonais usados em âmbitos não oncológicos (ex.: 
rituximab para reumatologia).
 » Fármacos, pela sua capacidade mutagênica e/ou carcinogênica, exigem 
manipulação em CFLV (ex.: ganciclovir).
 » Fármacos citotóxicos para usar em âmbitos não oncológicos (ex.: 
metotrexato para artrite reumatoide).
 » Fármacos citotóxicos e anticorpos monoclonais em doentes oncológicos.
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UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
Agentes biológicos de uso humano (terapia 
gênica, terapia celular e engenharia de 
tecidos)
Recomenda-se a utilização de uma CFLV independente e exclusiva para a manipulação 
desses agentes, tendo sempre em consideração o princípio da prevenção da contaminação 
cruzada durante o processo de produção.
As preparações com BCG devem ser segregadas da preparação de fármacos citotóxicos 
para administração intravenosa (não devendo ser utilizada a mesma CFLV) para 
minimizar riscos de contaminação bacteriológica. Recomenda-se o uso de sistemas 
fechados conforme recomendado nos RCM.
quimioterapia fora de hora (circunstâncias 
excepcionais)
Sempre que possível, a quimioterapia deve ser administrada dentro do período 
“normal” de funcionamento, quando estão presentes equipes de profissionais com mais 
experiência.
Dada a natureza desses fármacos pretende-se resguardar a segurança do doente e dos 
profissionais envolvidos, assegurando que existe um suporte médico para a prescrição 
e acompanhamento do tratamento, capacidade por parte dos Serviços Farmacêuticos 
para a preparação e dispensação do tratamento de quimioterapia nas condições 
adequadas, e que se encontra disponível uma equipe de enfermagem treinada para 
realizar administração desses medicamentos.
Existem, no entanto, circunstâncias excepcionais que podem condicionar o início 
de quimioterapia fora do horário normal de funcionamento. Exemplos destas 
situações são:
 » Leucemias agudas.
 » Doenças hematológicas malignas com envolvimento do Sistema Nervoso 
Central.
 » Obstrução da veia cava superior (carcinoma do pulmão de pequenas 
células, tumores de células germinativas e doenças hematológicas 
malignas).
 » Compressão medular (tumores de células germinativas, sarcomas de 
Ewing, neuroblastomas ou doenças hematológicas malignas).
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Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
 » Situações excepcionais decorrentes de rápido crescimento tumoral.
 » Intoxicações agudas cujo antídoto seja um citotóxico (ex.: ciclofosfamida).
Deverá ser tido em consideração que quimioterapias para administração intratecal não 
deverão ser preparadas e administradas fora do horário “normal” de funcionamento.
As circunstâncias excepcionais aplicáveis a cada instituição deverão ser definidas pela 
Direção Clínica.
Processos de suporte
Controle ambiental
Os valores de temperatura, umidade e diferenciais de pressão devem ser registrados 
antes do início do trabalho, geralmente uma vez ao dia e qualquer desvio que tenha o 
potencial de afetar o produto final deve ser registrado como ocorrência e ser alvo de 
medidas corretivas adequadas. Devem estar definidos planos de contingência a delinear 
por instituição.
Controle microbiológico
As preparações de citotóxicos são, na maior parte dos casos, preparações extemporâneas 
em que o risco microbiológico é reduzido. O controle pode ser feito pela validação do 
processo asséptico.
A periodicidade de manutenção deve ser adaptada conforme os resultados obtidos 
e a natureza da unidade. As amostras devem ser convenientemente identificadas da 
seguinte forma: 
 » Localização de amostragem.
 » Data de amostragem.
 » Operador responsável pela recolha da amostra. 
Deve haver registro das operações quedecorreram durante a amostragem. Recomenda-
se uma periodicidade de manutenção se sucessivamente tivermos resultados favoráveis 
com a periodicidade-base e se não tiver ocorrido nenhuma alteração dos procedimentos, 
pessoal, instalação e equipamento.
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UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
É importante o conhecimento da flora normal das instalações. Qualquer organismo 
não usual ou qualquer desvio à flora normal deve resultar em ações complementares. 
As ações a desencadear para resultados maiores ou iguais aos limites definidos são: 
 » repetir a amostragem, no sentido de excluir contaminação do processo 
de controle;
 » desencadear ações de limpeza complementar das áreas envolvidas, se 
aplicável; 
 » considerar o aumento da frequência de monitorização; 
 » identificar o microrganismo causador para detecção da fonte de 
contaminação; 
 » analisar equipamentos e integridade dos filtros Hepa; 
 » rever os procedimentos de limpeza; 
 » rever técnica asséptica do manipulador em causa (aplicar teste 
Media-Fill).
meios de cultura 
Cada instituição deverá articular-se com o serviço de microbiologia no sentido de 
determinar quais os meios de cultura a utilizar. Recomenda-se a adoção de um 
procedimento escrito acordado entre os Serviços Farmacêuticos e o Serviço de 
Microbiologia, definindo responsabilidades e circuitos. 
formulário de registro de resultados e de ações 
desencadeadas 
Deve conter: 
 » a data em que se efetuou o controle microbiológico; 
 » qual o profissional que efetuou o procedimento; 
 » qual o farmacêutico responsável; 
 » resultados; 
 » as ações corretivas, se aplicável. 
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Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
Protocolos/planos de limpeza 
Correspondem a um conjunto de procedimentos que envolvem uma série de profissionais 
nas diversas áreas das Unidade de Preparação de Citotóxicos (UPC). Devem ser 
definidos os profissionais responsáveis, que medidas de limpeza serão efetuadas 
e a sua periodicidade. Adicionalmente, o plano de limpeza deve listar os agentes de 
limpeza a usar, onde e como usá-los, instruções para sua diluição e tempo de exposição. 
O plano de limpeza deve ser alvo de alterações em função dos resultados do controle 
microbiológico. Todas as ações de limpeza e desinfecção devem estar documentadas 
por quem as executou. O farmacêutico responsável deverá validar o processo de limpeza 
por meio da avaliação da conformidade documental e pela utilização de metodologias 
adequadas (ex.: controle microbiológico). 
limpeza das CflV 
 » Desinfecção da CFLV (remoção de microrganismos) 
 Agentes de Desinfecção: deve utilizar-se diariamente álcool a 70o 
(etanol ou isopropanol). Periodicamente (conforme os resultados da 
monitorização microbiológica e normas da Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar da Instituição) devem usar-se soluções desinfetantes 
para superfícies com largo espectro de ação, incluindo atividade 
esporicida. Esses agentes são muito corrosivos e tóxicos e, por isso, não 
se recomenda a sua utilização rotineira, devendo ser consultado o manual 
da CFLV. A validação dos processos poderá dispensar a utilização de 
álcool esterilizado. Antes de cada sessão de trabalho, e após colocação de 
EPIs, deve proceder-se à limpeza da CFLV com uma solução antisséptica 
apropriada como o isopropanol ou etanol a 70o. Esse procedimento deve 
ter lugar após um tempo de espera adequado à estabilização do fluxo 
de ar, e que depende das especificações do equipamento. Para CFLV 
que funcionam durante 24 horas recomenda-se limpeza duas a três 
vezes por dia. A desinfecção deve incluir todas as superfícies da câmara 
e deverá ser realizada do topo para baixo (no sentido do fluxo de ar), 
começando pela parede posterior em passagens paralelas. A superfície de 
trabalho é a última parte a ser desinfetada. Após esta desinfecção deverá 
esperar-se cinco minutos. A limpeza da superfície superior da CFLV 
deve ser ponderada, já que existe probabilidade de umedecer e, por isso, 
afetar a qualidade dos filtros Hepa. Recomenda-se que essa operação seja 
realizada em consonância com as características do equipamento. 
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UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
 » Descontaminação da CFLV (remoção de resíduos de fármaco) 
 Deve-se proceder à descontaminação sempre que: 
 › se manipulem fármacos de diferente natureza, para evitar contaminação 
cruzada; 
 › no final do dia de trabalho; 
 › sempre que ocorra um derrame; 
 › após operações de manutenção. 
 Nas situações referidas recomenda-se que a câmara seja sujeita a limpeza 
com água e detergente alcalino ou outros agentes adequados para 
remoção de materiais soltos e resíduos. Periodicamente (por exemplo, 
uma vez por semana, conforme o volume de trabalho), deve-se realizar 
uma limpeza mais profunda da CFLV (remoção da grelha de superfície 
ou tampo de trabalho inferior). Esse procedimento também deve ser 
feito sempre que se verifique uma contaminação ou quando se observem 
mudanças importantes (por exemplo: manutenção da câmara).
 A responsabilidade pela limpeza e manutenção dos filtros Hepa é da 
empresa com quem se contratualiza a manutenção dos equipamentos. 
O uso de hipoclorito de sódio poderá danificar os equipamentos, e a sua 
eficácia na inativação de citotóxicos é variável, pelo que não se recomenda 
a sua utilização (contudo deve ser consultado o manual do equipamento). 
 » Materiais de limpeza 
 Deverão ser utilizadas compressas esterilizadas ou outros equipamentos 
e materiais específicos. 
limpeza das salas adjacentes 
 » Metodologias e processos 
 A limpeza poderá ser feita por profissionais treinados para essa função.
 O chão da sala limpa deverá ser limpo enquanto não ocorrerem operações 
assépticas. A limpeza deve ocorrer da zona mais limpa para a mais suja. 
O que significa que deve ter uma orientação do teto para o chão. A limpeza 
de superfícies fora da câmara de fluxo de ar laminar vertical e da sala 
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Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
limpa deve ser efetuada com solução aquosa de detergente, conforme 
normas da instituição. Deve ser considerada a possibilidade de reação 
da solução detergente com a superfície a limpar e com as luvas de quem 
executa a tarefa. 
 » Materiais de limpeza 
 Só materiais, de preferência descartáveis, que libertam poucas partículas 
devem ser usados para limpeza. Esses materiais deverão ser exclusivos da 
UPC. A solução desinfetante e descontaminante deve ser aplicada sobre 
esse material que irá entrar em contato com as superfícies a desinfetar e a 
descontaminar, porque a descontaminação e desativação das superfícies 
também resulta da remoção mecânica promovida pelos materiais de 
limpeza, estes deverão ser eliminados como qualquer resíduo citotóxico.
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CAPítulo 3
gerenciamento do descarte de 
resíduos de risco
gerenciamento dos resíduos de risco nas 
unidades de saúde
A RDC no 306, 7/12/2004 define como geradores de Resíduos de Serviço de Saúde 
(RSS), são os serviços que têm relação com a assistência à saúde dos humanos e 
dos animais, incluindo os serviços como assistência domiciliar e trabalhos de 
campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias 
e serviços em que se faça atividades de embalsamamento; serviços de medicina 
legal; farmácias e drogarias, incluindo as de manipulação; centros de controle de 
zoonoses; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; importadores, 
distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; 
serviços de acupuntura; distribuidores de produtos farmacêuticos; unidades móveis 
de atendimento à saúde; serviços de tatuagem, entre outros similares. Essa resolução 
estabelece que o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (RSS) caracteriza-
se como um conjunto de técnicas de gestão, planejadas e implementadas a partir de 
bases técnicas e científicas, legais e normativas, com o propósito de produzir cada 
vez menos resíduos, proporcionando, aesses resíduos gerados, um direcionamento 
seguro, que seja eficiente, tendo em vista proteger os trabalhadores, preservar a 
saúde pública, os recursos naturais e o meio ambiente.
Para a realização desses procedimentos, deve ser utilizado um Plano de Gestão de 
Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). Todo estabelecimento que produz resíduos 
deve elaborar o PGRSS, conforme a legislação vigente, estabelecendo, assim, as diretrizes 
de manejo dos RSS. O PGRSS é um documento que define e descreve as ações acerca ao 
manejo dos resíduos, de acordo com a classificação e características dos resíduos.
A Resolução Conama no 358, de 29/4/2005 e Anvisa RDC no 306, de 7/12/2004, definem 
as ações de manejo, desde a geração até a disposição final de resíduos, abrangendo as 
seguintes etapas: segregação, acondicionamento, identificação, transporte 
interno, armazenamento temporário, tratamento, armazenamento 
externo, coleta e transporte externo e disposição final.
Segregação é a separação que deve ser feita no momento e local da geração do resíduo, 
de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os 
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Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
riscos envolvidos. Acondicionamento é o local onde deve ser colocado o resíduo 
separado, ou seja, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e sejam resistentes a 
rupturas, de acordo com a NBR 9191/2000, conforme a ABNT, respeitando os limites 
de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.
Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em sacos de material resistente a rupturas 
e vazamentos, sendo impermeável.
Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes de material resistente, 
rígido e estanque, com tampa rosqueada e vedante.
A identificação baseia-se no conjunto de medidas que permite o reconhecimento 
dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo conhecimentos ao manejo 
correto dos RSS. Deve estar acoplada nos sacos e recipientes de coleta interna e externa, 
no transporte interno e externo e nos locais de armazenamento de forma visível, 
permanente, utilizando-se os símbolos, cores e frases, conforme a norma NBR7 500 
da ABNT, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco 
específico de cada grupo de resíduos.
O transporte interno deve ser o deslocamento dos resíduos acondicionados até o 
local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo.
Os recipientes para o transporte interno devem ser constituídos de material rígido, 
lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, 
cantos e bordas arredondados, e serem identificados com o símbolo correspondente ao 
risco do resíduo neles contido, de acordo com o Regulamento Técnico.
Os recipientes devem ser providos de rodas revestidas, de material que reduza o ruído e 
os recipientes desprovidos de rodas devem obedecer aos limites de carga permitido para 
o transporte pelos trabalhadores. Os recipientes com mais de 400 litros de capacidade 
devem possuir um dreno no fundo.
O transporte interno deve acontecer a partir de um roteiro previamente definido, não 
podendo ocorrer juntamente com o horário de distribuição de roupas, alimentos e 
medicamentos, bem como em períodos de visitas ou de maior fluxo de pessoas.
O armazenamento temporário é a guarda temporária dos resíduos já devidamente 
acondicionados. Os sacos deverão ser acondicionados em recipientes, sendo proibido o 
apoio dos sacos diretamente sobre o piso.
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UNIDADE I │ GEstão Dos MEDIcAMENtos oNcolóGIcos 
A sala de armazenamento deverá ser próxima ao ponto de geração, sendo dispensada 
nos casos em que a distância entre o ponto de geração e o armazenamento externo 
justifique tal procedimento. A sala para guarda desses resíduos deve ter pisos e paredes 
lisas e laváveis com ponto de iluminação artificial e área mínima para armazenar dois 
recipientes coletores.
É denominada sala de resíduos a sala exclusiva para o armazenamento de resíduos.
O tratamento de resíduos deve ser realizado por métodos, técnicas ou processos que 
alterem as características de riscos inerentes aos resíduos, diminuindo ou eliminando 
o risco de contaminação.
Os sistemas de tratamento de resíduos de serviços de saúde precisam obter a licença 
ambiental, conforme a Resolução Conama no 237/1997, sendo passíveis de fiscalização 
e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e do meio ambiente.
O armazenamento externo (abrigo de resíduos) trata-se da armazenagem dos 
recipientes até a etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com entrada de fácil 
acesso para veículos coletores. O local do armazenamento externo deve ser identificado 
e restrito aos funcionários do gerenciamento de resíduos. Não é permitida a manutenção 
dos sacos de resíduos fora dos recipientes ali estacionados.
A coleta e transporte externos consistem na retirada do abrigo de resíduos 
ou armazenamento externo até a unidade de tratamento ou disposição 
final, empregando-se técnicas que garantam a preservação das condições de 
acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio 
ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza 
urbana e com as normas NBR 12810/1993 e NBR 14652/2001.
A disposição final é a disposição dos resíduos no solo, previamente preparado 
para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com 
licenciamento ambiental de acordo com a Resolução Conama no 237/1997.
Classificação dos resíduos dos serviços de 
saúde
Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os resíduos dos serviços 
de saúde são classificados em cinco grupos, do Grupo A ao Grupo E.
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Gestão dos MedicaMentos oncolóGicos │ Unidade i
quadro 3. classificação em cinco grupos, do Grupo a ao Grupo e.
Grupo A Resíduos que podem oferecer risco de infecção devido à provável presença de agentes biológicos com características de maior 
virulência ou concentração.
Este grupo é representado pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos.
Este é subdividido em cinco subgrupos: A1, A2, A3, A4 e A5.
Grupo B Resíduos que contêm substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública e ao meio ambiente em função de suas 
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Neste grupo estão incluídos vários tipos de medicamentos 
(citostáticos e antineoplásicos), saneantes, desinfetantes, reagentes de laboratórios, reveladores e fixadores de imagem, entre outros.
Este grupo é representado pelo símbolo de risco associado, com discriminação de substância química e frases de risco.
Grupo C Neste grupo estão inseridos os rejeitos radioativos e contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises 
clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia.
Este grupo é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante, com rótulos de fundo amarelo e contornos 
pretos, acrescido da frase: rejeito radioativo.
Grupo D Resíduos que apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser comparados aos 
resíduos domiciliares. Neste grupo estão as fraldas, papel e absorventes higiênicos, vestuários descartáveis, restos de alimentos, 
resíduos de jardins e áreas administrativas.
Grupo E Fazem parte deste grupo os materiais perfurocortantes ou escarificantes, como lâminas cortantes, agulhas, brocas, limas, escalpes, 
utensílios e recipientes de vidros e outros similares.
Este grupo é representado pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, 
acrescido da inscrição de resíduo perfurocortante, indicando o risco que apresenta o resíduo.
fonte: <www.abnt.org.br>.
descarte de excretas do paciente em 
quimioterapia
Após administrar a quimioterapia antineoplásica o risco de exposição ocupacional não 
acaba.

Outros materiais