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CONTRATO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO

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DISTINÇÃO ENTRE O CONTRATO DE TRABALHO E A 
RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
 
A expressão “relação de emprego” foi adotada no Brasil por 
Hirosê Pimpão, no sentido de ser aquela que resulta de um 
contrato, diferenciando-a da simples relação de trabalho que não 
resulta de contrato. Contudo, Délio Maranhão, com opinião 
diferenciada do referido autor, propõe a seguinte diferenciação 
terminológica: 
 
“relação jurídica de trabalho é a que resulta de 
um contrato de trabalho, denominando-se de 
relação de emprego quando se trata de um 
contrato de trabalho subordinado. Quando não 
haja contrato, teremos uma simples relação de 
trabalho (de fato)”. 
 
Partindo dessas premissas, aceitamos a afirmação de Hirosê 
Pimpão, de que sem a existência de contrato de trabalho – entenda-
se stricto sensu – não haverá relação de emprego. Podendo 
haver...assim uma relação de trabalho. 
Amauri Mascaro Nascimento ensina que relação de emprego 
é utilizada para denominar, também, relação de trabalho, contrato 
de trabalho, contrato de emprego etc. Prefere, contudo, a expressão 
contrato individual de trabalho, por ser esta, acolhida pela maioria 
dos autores, advertindo: 
 
“Não há uma separação, uma autonomia 
absoluta entre contrato e relação de emprego, 
como se fossem duas realidades distintas no 
plano jurídico e nem a doutrina alemã 
relacionista pode servir de base para tal 
conclusão” 
 
Continuando sua explanação, afirma: 
 
“a tendência que se observa nessas 
manifestações caracteriza-se pela 
harmonização entre duas figuras e não pela 
sua dissolução como se pensava antes, ambas 
coexistindo como aspectos de uma mesma 
realidade, daí justificar-se a afirmação de 
Catharino: o contrato de emprego é um 
complexo autônomo heterônomo” 
 
E finaliza acertadamente: 
 
“O conceito de relação jurídica, cujo 
desenvolvimento é atribuído a Savigny, 
confirma a tese de que não dissocia contrato e 
relação de emprego (...) o vínculo de emprego 
é uma relação jurídica (aspecto sócio-
normativo) de natureza contratual, pela forma 
de sua constituição, pelo modo de seu 
desenvolvimento, neste reduzindo-se muito a 
liberdade das partes, e pelas características de 
sua desconstituição. 
 
O Contrato é a fonte de onde surge o vínculo, mas que pode 
também mostrar alguns dos seus principais efeitos. A relação de 
emprego é uma relação social e que somente se permuta em 
jurídica porque estar regulamentada pelo direito. 
A vontade pode ser expressa de modo escrito, verbal ou 
meramente tácito, sendo parte primordial como base de toda 
relação jurídica entre empregado e empregador. 
 
Para Mario De La Cueva, 
 
“o contrato é o acordo de vontades, e a relação 
de emprego é o conjunto de direitos e 
obrigações que se revelam e se desenvolvem 
na dinâmica do vínculo, daí usar a expressão 
contrato-realidade”. 
 
Segundo o mencionado autor, o contrato seria a fonte e a 
relação, o principal efeito que se apresenta com a prestação do 
serviço. Embora Evaristo de Moraes Filho acompanhe De La Cueva 
em alguns pontos, critica a expressão contrato-realidade. Expondo 
a sua opinião, salientando que: 
 
“Na prática, a relação de trabalho nada mais é 
do que a própria execução, a realização do 
contrato em suas manifestações concretas e 
reais”. 
 
Ainda que mesmo que seja mantida a relação, sendo contra a 
vontade de uma das partes por sucessão ou reintegração, existiu 
ainda assim prévio contrato ou até mesmo consentimento anterior. 
Dessa forma, existe a presunção de um contrato tácito 
independente de ser uma prestação de serviço menor que as 
convencionais, possui o revestimento de status empregatício e o 
acompanhamento das fontes normativas protetoras. 
Resta agora abandonar o unilateralismo das relacionistas que 
negam a existência do contrato ou até mesmo os efeitos 
decorrentes sem que seja iniciado a sua realização. Octavio Bueno 
Magano utiliza a expressão “relação de trabalho”, em vez de 
“relação de emprego”, ensinando que tal relação é de natureza 
contratualista. 
Na CLT, O art. 442, dispõe que “contrato individual de 
trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de 
emprego”, esse entendimento do supracitado artigo parece criar 
uma distinção entre o contrato de trabalho e a relação de emprego. 
Orlando Gomes e Elson Gottschalk, ao se referirem ao artigo 442 
da CLT, mostram que o conceito apresentado neste artigo é 
tecnicamente insustentável. Defender que o contrato corresponde à 
relação jurídica que o informa é assim cometer uma redundância. 
Toda forma de contrato é o aspecto subjetivo da relação 
jurídica, e com ela se confundindo. Dissociar essas duas ideias é 
como abstrair o espirito da relação. Assim, faz-se necessário 
corresponder um ao outro, como foi redundantemente salientada 
pelo legislador. Com efeito, se a existência da relação de emprego 
implica na presença do contrato de trabalho, logo toda relação 
dessa modalidade é, indiscutivelmente contratual, onde a existência 
de uma depende da existência da outra. 
Esta presunção não tinha necessidade de ser explícita, num 
país em que existe a liberdade de trabalho, pois toda relação 
jurídica de natureza pessoal surge de um ato jurídico. Sendo que 
não basta apenas a existência de dois sujeitos de direito e de um 
objeto para que tenha a formação de uma relação de direito. É 
imprescindível, que os sujeitos se vinculem juridicamente, ou por 
outras palavras, que possuam uma ligação por um negócio jurídico. 
Em síntese, fica claro que a relação jurídica só se torna 
concreta sob o impulso de um fato jurídico. No direito das 
obrigações, esse fato ocorre pelo acordo de vontades, entre dois 
indivíduos de direito. Normalmente, o acordo de vontades é um 
contrato que, como um ato jurídico é o propulsor da relação, a 
precede, onde não ocorre a trava sem que tenha ocorrido a 
demonstração de vontades em busca de um objetivo em comum. 
Na relação de emprego, o ato que formaliza o seu surgimento 
é o contrato, e assim como por consequência, decorre aquela 
deste. Se assim é, o contrato não é propriamente um acordo que 
tem correspondência com a relação de emprego, pois esta é aquela 
que deriva daquele. 
Enfim, tentar desmistificar a essência da ligação entre o 
contrato de trabalho e a relação de emprego irá depender de qual 
corrente o intérprete se filia. Caso for anticontratualista irá defender 
que a relação de emprego é aquela que instaura o vínculo entre o 
empregado e o empregador, mas se for defensor da corrente 
contratualista defenderá que o contrato é que faz com que a relação 
de emprego possa existir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
 
Leite, Carlos Henrique Bezerra; Curso de direito do trabalho – 
11. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.

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