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EQUIPE: Levy João Paulo Ivana Priscila Nilselene Elizabete HORTÊNCIA, maior, que fora vítima de estupro perpetrado com violência real, interrompeu ela mesma, na sua própria residência, a gravidez resultante do crime contra a liberdade sexual, causando a destruição do produto da concepção, para o que se valeu de meios mecânicos obstétricos diretos e de informações, que, para o abortamento, foram- lhe fornecidos pelo enfermeiro ALEXANDRINO. A gestante, em consequência dos meios empregados na provocação do aborto, sofreu lesão corporal de natureza grave. Identifique justificadamente a conduta de HORTÊNCIA e ALEXANDRINO Refletindo o enunciado: Houve crime na conduta de Hortência ou ela será inocentada pela norma permissiva do Artigo 128 do CP? Houve concurso de pessoas? Por qual crime Alexandrino responde? Pelo 124 ou 126 do CP? Responderá Alexandrino pela forma qualificada porque Hortência sofreu lesão grave? ABORTO NO CÓDIGO PENAL Artigo 124: Auto aborto e consentimento; Artigo 125 e 126, PU: Aborto provocado por terceiro; Artigo 127: Aborto qualificado; Artigo 128: Aborto permitido; I – Aborto necessário; II – Aborto sentimental; RESPONDENDO AS QUESTÕES a) Houve crime na conduta de Hortência ou ela será inocentada pela norma permissiva do Artigo 128 do CP? Sim. Hortência pratica o crime de Auto aborto, configurada pelo verbo “Provocar” do 124 do CP, pois: “HORTÊNCIA, maior, que fora vítima de estupro perpetrado com violência real, interrompeu ela mesma, na sua própria residência...” • Objetividade Jurídica: Proteção da vida intra -uterina. • Sujeito ativo: Mãe (crime de mão própria) • Sujeito passivo: Sempre o feto em qualquer fase da vida intrauterina. Obs.: Somente ela pode cometer provocando ou consentindo: Crime de mão própria . Porque ela não estará amparada pela norma permissiva do 128 CP? Porque o Código Penal não diz: “Não se pune o aborto praticado por gestante cuja gravidez foi proveniente de crimes contra a liberdade sexual” Mas diz assim: “Não se pune o aborto praticado por médico...”. Portanto, Hortência responderá pelo artigo 124 CP b) Houve concurso de pessoas? 1º passo: Relembrando Concurso de Pessoas Autor: Domínio do fato. Executa, manda executar. Coautor: participação importante e necessária para o resultado Partícipe: Atividade acessória. Moral (Induz, Instiga) Material (Auxilia). Artigo 31 CP Resposta: Sim. Houve concurso de pessoas com a participação de Alexandrino pelo auxilio material. “... para o que se valeu (Hortência), de meios mecânicos obstétricos diretos e de informações, que, para o abortamento, foram-lhe fornecidos pelo enfermeiro ALEXANDRINO”. Teorias para o Concurso de Pessoas Regra do CP Teoria monista: Quando duas ou mais pessoas concorre para o mesmo crime... (Artigo 29, Caput) Exceção: Teoria Pluralista: Quando o legislador quis descrever tipos penais diferentes para os agentes que contribuem para um mesmo resultado. No caso para quem consente o aborto: Artigo 124 E para o terceiro que provoca o aborto: Artigo 126 c) Por qual crime Alexandrino responde: Pelo 124 ou 126 do CP? Alexandrino responde pelo 124 do CP, como partícipe do crime de auto aborto. Não responde pelo Artigo 126 porque não foi coautor (Não provocou o aborto em conjunto com Hortência, mas teve uma participação apenas acessória, fornecendo os materiais obstétricos). Segundo Rogério Greco e Rogério Sanches: o crime de mão própria (Ex: Crime de auto aborto) não admite coautoria. Contudo, admite participação. Portanto, sobre Alexandrino recai a regra da teoria monista. d) Responderá Alexandrino pela forma qualificada porque Hortência sofreu lesão grave? Não. Porque Alexandrino responde pela figura típica do auto aborto. (Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores...). Ora, se é os dois artigos anteriores, estende-se a apenas 125 e 126 do CP. Conclusão Conduta de Hortência: Comete o crime de Auto aborto do 124 CP. Conduta de Alexandrino: Comete crime do 124 CP, sem qualificadora. Objetivas: 1 – 2 - Bibliografia: Rogério Greco: Direito Penal Comentado. 2012 Rogério Sanches: Manual de Direito Penal. 2016 Parte especial Vicente Greco Filho e Mauricio Schaul. Código Penal Comentado – Doutrina e Jurisprudência. 2016