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EDUCAÇÃO MORAL E RELIGIOSA CATÓLICA 
ENSINO SECUNDÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE LETIVA 10 
Arte cristã 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Propostas de soluções para as atividades inseridas 
no manual do aluno 
 
 
 
 
 2 
ÍNDICE 
 
 
3 ARTE E ESPIRITUALIDADE 
3 Proposta de atividade da p. 10 
3 HISTÓRIA DA ARTE CRISTÃ: UM COSMORAMA 
3 Proposta de atividade da p. 20 
3 Proposta de atividade da p. 27 
4 Proposta de atividade da p. 34 
4 Proposta de atividade da p. 44 
5 Proposta de atividade da p. 50 
5 Proposta de atividade da p. 52 
5 Proposta de atividade da p. 58 
5 Proposta de atividade da p. 61 
9 LITERATURA CRISTÃ 
9 Proposta de atividade da p. 66 
10 TEMÁTICAS DA ARTE CRISTÃ 
10 Proposta de atividade da p. 69 
10 A IGREJA E OS ARTISTAS 
10 Proposta de atividade da p. 79 
 
 
 3 
ARTE E ESPIRITUALIDADE 
 
Proposta de atividade da p. 10 
 
1. O professor deve contextualizar a observação das imagens, chamando a atenção para as represen-
tações dos animais e para as marcas de mãos. 
2. A reflexão deve ser orientada no sentido de partilhar o caráter espiritual destas expressões artísti-
cas, uma subjacente necessidade de domínio da natureza, uma perceção evidentemente espiritualiza-
da do mundo natural e as possíveis implicações religiosas-rituais associadas a estas pinturas rupes-
tres. 
 
 
HISTÓRIA DA ARTE CRISTÃ: UM COSMORAMA 
 
Proposta de atividade da p. 20 
 
1. O tema deste excerto da Defesa das imagens sagradas é, precisamente, a representação concreta de 
Cristo; para ele isso não constitui pecado e, para demonstrá-lo, utiliza os seguintes argumentos: a) é 
pecado fazer ídolos do Deus invisível; b) é pecado fazer imagens de homens, considerá-las represen-
tações de deuses e prestar-lhes culto; c) mas não é pecado representar o filho de Deus que, tendo 
encarnado, pode por isso ser representado. 
2. Orientar a reflexão no sentido de perceber que o objetivo de um ícone é revelar o que está oculto, 
tornar mais presente, mais próximo, mais impressivo. No fundo, cumpre a missão de mediar as dis-
tâncias entre o mundo material e o mundo espiritual. 
 
Proposta de atividade da p. 27 
 
Para complemento das investigações, dois links muito interessantes: 
www.archicompostela.org/web/catedral/movie.html 
www.catedraldesantiago.es 
 
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Proposta de atividade da p. 34 
 
1. Não existe apenas uma razão, mas a Idade Média tem as suas luzes e as suas trevas, como todos os 
períodos da história da humanidade. Curiosamente, quando pensamos na Idade Média, existe uma 
tendência para associar-lhe o pior da natureza humana: a ignorância, o obscurantismo, a violência, o 
fanatismo… dificilmente pensamos nos aspetos positivos do período medieval. O estereótipo da 
Idade Média como um tempo teocêntrico condicionou irremediavelmente a consolidação do precon-
ceito, num período de progressiva secularização, como foram os tempos modernos. 
2. Orientar a reflexão no sentido de desconstruir quaisquer anacronismos, tomar consciência dos 
aspetos positivos da Idade Média e ultrapassar o preconceito; explicar a importância civilizacional 
dos mosteiros medievais, das bibliotecas monásticas, das universidades e dos avanços científicos e 
tecnológicos, artísticos e literários produzidos na Idade Média. 
 
Proposta de atividade da p. 44 
 
1. Orientar a observação dos alunos, através da descrição idiossincrática: o que veem e o que sen-
tem. Pontos de contato: as personagens, a fixação do momento, a representação da morte lamenta-
da; descontinuidades: as diferenças suscitadas pelo tipo de obra de arte (escultura e pintura), o con-
texto cénico e os estados de espírito, a representação de Maria… 
2. Orientar do mesmo modo a observação dos alunos, através da descrição idiossincrática: o que 
veem e o que sentem. Pontos de contato: as personagens, a fixação do momento, a representação da 
morte lamentada; descontinuidades: para lá do sentido estético e do equilíbrio inigualável do traba-
lho de Miguel Ângelo, a escultura de Kathe Kolwitz introduz uma dramaticidade muito própria da 
arte contemporânea, no contexto da reflexão sobre a condição humana suscitada pela história da 
primeira metade do século XX, assim aparece associada à morte de Cristo e à representação da Pietà 
a representação da fome, da guerra, da miséria. 
3. No fundo, Leonardo da Vinci, apresenta nesta frase o fundamento do sentido espiritual da ex-
pressão artística, a ideia de que o artista se aproxima de Deus quando o seu trabalho ultrapassa a 
dimensão material e imanente inerente ao trabalho artístico e se abre à transcendência, revelando o 
que está oculto e assemelhando-se a um milagre. 
 
 5 
Proposta de atividade da p. 50 
 
1. Nesta atividade, o professor pode apresentar uma lista de composições da música sacra barroca 
que considerar mais adequada. 
 
Proposta de atividade da p. 52 
 
1. Orientar a observação dos alunos, através da descrição idiossincrática: um certo sentido de deso-
lação e sofrimento, a predominância dos tons cinzentos, a centralidade da figura de Cristo e da cruz, 
os outros condenados, os soldados, as pessoas que dolorosamente acompanhavam Jesus… 
2. A caminho do Calvário, a narrativa do Evangelho de Mateus: “À saída, encontraram um homem 
de Cirene, chamado Simão, e obrigaram-no a levar a cruz de Jesus. Quando chegaram a um lugar 
chamado Gólgota, isto é, «Lugar do Crânio», deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas Ele, 
provando-o, não quis beber.” (Mt 27,32-33). A mesma narrativa nos outros Evangelhos: Mc 15,21-
32; Lc 23,26-43; Jo 19,17-24. 
 
Proposta de atividade da p. 58 
 
1. Na fachada da Natividade, podem encontrar-se as principais cenas apresentadas nos «evangelhos 
da infância», do contexto do presépio à matança dos inocentes; na fachada da Paixão, encontramos 
as principais cenas e personagens da narrativa da Paixão de Cristo: da flagelação à crucificação, de 
Pilatos aos soldados. 
 
Proposta de atividade da p. 61 
 
1. Irene Vilar 
 
Morreu Irene Vilar uma escultora ligada ao Porto 
 
Morreu ontem, com 77 anos, numa enfermaria do Hospital de S. João, no Porto, onde dera entrada 
há cerca de dois meses, a escultora Irene Vilar. 
Maria Irene Lima de Matos Vilar, de seu nome completo, nasceu no dia 11 de dezembro de 1931, 
em Matosinhos. 
Mas o seu nome e a sua obra andam estreitamente ligados ao Porto, porque foi nesta cidade que ela 
cresceu, estudou e exerceu toda a sua intensa atividade de artista profissional. 
 6 
Foi, de facto, no Porto que completou os estudos liceais e logo a seguir matriculou-se na Escola de 
Belas Artes, então dirigida pelo mestre Carlos Ramos, tendo terminado o Curso Superior de Escul-
tura em 1955, com a classificação de 20 valores. 
Em 1958, como bolseira da Fundação Calouste-Gulbenkian, foi estudar para Itália e viajou pela 
Espanha, França e Suíça. 
Frágil de aspeto, mas senhora de uma invulgar vitalidade e muito determinada em tudo o que fazia, 
Irene Vilar podia ter entrado muito cedo, e sem qualquer dificuldade, na galeria dos "iluminados" 
do seu tempo, mas, em vez de se "encostar" aos grupos e tendências que facilmente podiam abrir 
os caminhos de uma vã glória, preferiu o sossego do seu ateliê, onde, como artista independente, 
executou algumas das melhores obras de escultura do nosso tempo. 
Nos começos da década de 60, tive o privilégio de entrevistar Irene Vilar no seu ateliê, então insta-
lado no acanhado espaço de um modesto andar da Rua de Trás. O pretexto da entrevista foi o 
prémio conquistado pela escultora na IV Bienal de Paris, com a sua obra o "Cerco" — um notável 
trabalho em madeira que era, nessa altura, o material preferido da artista para trabalhar. Disse-me 
então que "gostava de ter nascido numa floresta e ter sido a filha de um lenhador…" 
Quem conheceu a artista sabe bem que era uma pessoa extremamente simples, extraordinariamente 
simpática, escudada num espírito muito culto, aberto e comunicativo.Dedicou-se ao ensino. Fez um estágio na Escola de Gomes Teixeira e deu aulas na Escola Secundá-
ria de Clara de Resende. Ensinou Desenho, Educação Visual e História do Traje. Foi diretora da 
antiga Escola Industrial Aurélia de Sousa. Foi todavia na Clara de Resende que finalizou a sua car-
reira de docente em 1987. 
Irene Vilar participou em inúmeras exposições, individuais e coletivas, e recebeu vários prémios. 
Impossível referir no limitado espaço de um artigo necrológico a imensidade e, sobretudo, a densi-
dade e o significado da sua obra. Referem-se apenas as peças mais emblemáticas: a Guilhermina 
Suggia, no Porto; o Fernando Pessoa, em Ixelles (Bruxelas); D. António Ferreira Gomes e o con-
junto escultórico que representa a tradição do "carneirinho", em Penafiel; a belíssima escultura do 
anjo "o Mensageiro", na Cantareira, junto ao Douro; a figura do Padre Américo no acesso ao Hos-
pital do Sousa, em Penafiel; o monumento ao Pescador, em Matosinhos, feito num armazém de 
Guifões; Florbela Espanca, também em Matosinhos; Garcia de Orta, no Porto; e o Abraço, em 
Macau. 
A medalhística, a numismática e toda a simbologia cristã em muitos altares de igrejas e portas de 
sacrários, além de cruzes e anéis prelatícios, foram áreas por onde Irene Vilar também espalhou o 
seu talento. A cruz peitoral de D. Manuel Clemente, bispo do Porto; e a cruz e o anel de D. Carlos 
Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa, são da sua autoria. 
 7 
O funeral da artista realiza-se hoje, às 15 horas, com missa de corpo presente na capela das Carmeli-
tas, obra da escultora, na Rua de Gondarém, na Foz. 
Germano Silva, in http://www.jn.pt/ (Jornal de Notícias), de 13/05/2008. 
 
 
 
 
 
 
Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto 
José Rodrigues – Escultor, desenhador e gravador 
 
José Joaquim Rodrigues nasceu em Luanda a 21 de outubro de 1936, filho de um casal transmonta-
no, natural de Alfândega da Fé. 
A vocação para as artes parece tê-lo sempre acompanhado. Ainda muito jovem, a sua mãe dizia que 
seria um barrista por tanto gostar de moldar barro. 
Depois de persuadir o pai a deixá-lo estudar em Portugal, viveu, primeiro, no distrito de Bragança, 
em casa de familiares, e, depois, aos catorze anos fixou-se no Porto, com o intuito de estudar Belas 
Artes. Concluiu o curso de Escultura em 1963 na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde foi 
professor. 
Em 1968, com os colegas Ângelo de Sousa, Armando Alves e Jorge Pinheiro, que com ele termina-
ram o curso com a classificação máxima, formou o grupo Os Quatro Vintes. A inspiração para o 
nome usado nas exposições deste grupo de artistas foi encontrada num popular maço de tabaco, da 
marca "Três Vintes". 
No Porto, onde passa a maior parte da sua vida e diz que é onde quer um dia morrer, fundou e 
O mensageiro, Irene Vilar Crucifixo, Irene Vilar 
 8 
presidiu à Cooperativa de Ensino Artístico Árvore que, desde 1963, é uma referência cultural da 
cidade. Também se ligou ao Minho, mais concretamente a Vila Nova de Cerveira, onde recuperou 
o convento de São Paio e ajudou a promover a Bienal Internacional de Cerveira, instituída no ano 
de 1978. 
Desde 1964 que expõe individualmente, em cidades como o Porto, Amarante, Alfândega da Fé, 
Vila Nova de Cerveira, Cascais, Tóquio, Paris e Macau. Nesta última, por exemplo, apresentou Es-
culturas e Desenhos no Leal Senado, em 1992. 
É autor de poderosas esculturas de anjos-anjas, cristos e salomés e de distinta arte pública espalhada 
por muitos pontos do país (Porto, Viana do Castelo, Monção, Arcos de Valdevez, Vila Nova de 
Cerveira, Vila Real, Lisboa etc.). 
Desde 1973 que participa em exposições coletivas, realizadas em Portugal, na Áustria, em Espanha, 
na Hungria, nos EUA, na Alemanha, no Luxemburgo, em Itália, no Brasil, na Índia e na China, 
entre outros locais. 
Além da escultura dedica-se igualmente a outras expressões artísticos. Faz ilustração para livros de 
escritores e poetas, como Eugénio de Andrade, Jorge de Sena, Vasco Graça Moura e Albano Mar-
tins. Produz cerâmica e medalhística, executando centenas de medalhas para várias entidades, tendo 
chegado a participar no certame internacional FIDEM (1993, 1994, 1995 e 1996). Realiza cenogra-
fias — em Espanha, colaborou com a Companhia Nacional de Teatro da Galiza e com a Compa-
nhia de Teatro de Madrid, e, em Portugal, com o Teatro Universitário do Porto, com o Teatro Ex-
perimental do Porto, com a Seiva Trupe, com o Teatro Experimental de Cascais e com o Teatro D. 
Maria II e, ainda, com a Câmara Municipal Porto, para quem desenhou o cenário da cerimónia de 
classificação do Porto como Património da Humanidade, naquela instituição em 1996. 
É um dos maiores nomes das artes plásticas portuguesas. Está representado em várias coleções 
particulares e instituições, no país e no estrangeiro. Como artista que se preza, a sua obra não deixa 
de gerar alguma controvérsia. Foram célebres as fortes críticas ao Cubo da Praça da Ribeira, de 
1976, ou ao monumento ao empresário, de 1993, duas peças hoje aceites e respeitadas pelos portu-
enses. 
Recentemente, comprou e restaurou uma antiga chapelaria, localizada na Rua da Fábrica Social, em 
Santo Ildefonso, no Porto, um espaço que usava como atelier há cerca de 20 anos e que converteu 
na Fundação José Rodrigues, dotada de salas de exposição e de um auditório. 
 
In sítio da Universidade do Porto, http://sigarra.up.pt/ (2008) 
 
 
 9 
 
Escultura de José Rodrigues Pietà, José Rodrigues 
 
2.1. Sim, de fato, a fotografia adquiriu, ao longo do século XX, o estatuto de expressão privilegiada 
de arte cristã, num certo compromisso com a verdade dos instantes, da força dos gestos, dos atos e 
passos dos homens e mulheres que se emprestaram, do modo mais radical e consequente, ao anún-
cio do Evangelho de Cristo. 
2.2. Cada uma das fotografias tem a sua força própria: a 1.ª como retrato intenso de Karol Wojtyla, a 
2.ª como registo histórico marcante do pontificado de João Paulo II e a 3.ª como imagem de um 
apóstolo, vergado pelo peso da idade e pelo cansaço de uma vida intensa, mas seguro em Cristo… 
O professor deve pedir que os alunos justifiquem a sua escolha. 
2.3. Esta resposta depende, naturalmente, da escolha anterior. O professor deve orientar a resposta 
em função das características fundamentais e os propósitos da arte renascentista ou barroca, e das 
fotografias escolhidas pelos alunos na questão anterior. 
 
 
LITERATURA CRISTÃ 
 
Proposta de atividade da p. 66 
 
1. A distinção deve ser feita em função da suposta militância inerente à designação «poeta católico», 
ou seja, Rui Cinatti não se considera um poeta que escreve dentro de uma mundividência confessio-
nal, mas reconhece-se como um católico que escreve poesia. 
 10 
2. O professor deve orientar a reflexão no sentido de compreender a literatura como uma expressão 
desse milagre de que falava Leonardo da Vinci, como um espaço de encontro com Deus e de desco-
berta de um sentido espiritual para a vida. 
 
 
TEMÁTICAS DA ARTE CRISTÃ 
 
Proposta de atividade da p. 69 
 
Nesta atividade, depois da leitura da «Anunciação» e da «Crucificação», o professor deve pedir aos 
alunos que contextualizem historicamente as oito pinturas, no sentido de caracterizá-las e de compa-
rarem a representação e a narrativa. Deve ser privilegiada a abordagem idiossincrática, assim como o 
sentido crítico. 
 
 
A IGREJA E OS ARTISTAS 
 
Proposta de atividade da p. 79 
 
1. Como refere Bento XVI, a arte extrai do céu do espírito os seus tesouros e reveste-os de palavras, 
de cores, de formas de acessibilidade, ou seja, a arte colabora com a missão da Igreja de pregar e 
tornar compreensível, comovedor, o mundo do espírito, do invisível, do inefável, de Deus. 
2. São muitos e diversos os fatores que contribuíram para o afastamento progressivo entre os artistas 
e a Igreja: fundamentalmente desconfiança e desinteresse. Se por um lado as autoridadeseclesiásticas 
limitavam a criatividade dos artistas e estes sentiam que não eram parceiros essenciais da missão da 
Igreja, por outro lado, os artistas ganharam autonomia económica, social e cultural que lhes 
permitiu, num mundo progressivamente mais secularizado, afastarem-se de uma mundividência 
religiosa. 
3. A Capela Sistina é descrita como “santuário de fé e de criatividade humana”, por ter sido um lugar 
de encontro entre a Igreja e a Arte, facto testemunhado pelas manifestações artísticas que acolheu ao 
longo dos séculos e pelo reconhecimento que devemos aos artistas que ali trabalharam. 
4. Por um lado, recorda que a história humana é movimento e elevação, é inesgotável tensão para a 
plenitude, para a felicidade última; por outro lado, o Juízo Final coloca diante dos nossos olhos a 
 11 
queda definitiva do ser humano, ameaça que domina a humanidade quando se deixa seduzir pelo 
mal. 
5.1. Manifesta-se numa certa desconfiança nas relações humanas, nos sinais de resignação, 
agressividade e desespero. 
5.2. A experiência do belo, em sentido autêntico e profundo, como aspeto fundamental na busca de 
um sentido e da felicidade. 
6. A beleza ilusória é falsa, superficial e sedutora até ao aturdimento; escraviza os homens, priva-os 
de esperança e de alegria. A autêntica beleza abre o coração humano à nostalgia, ao desejo profundo 
de conhecer, de amar, de ir para o Alto, para o Além de si. 
7. Consiste em perceber que a arte, em todas as suas expressões, no momento em que se confronta 
com as grandes interrogações da existência, com os temas fundamentais dos quais deriva o sentido 
do viver, pode assumir um valor religioso e transformar-se num percurso de profunda reflexão inte-
rior e de espiritualidade. O caminho da beleza conduz-nos a colher o Tudo no fragmento, o Infinito 
no finito, Deus na história da humanidade. Simone Weil escreveu a este propósito: “Em tudo o que 
suscita em nós o sentimento puro e autêntico da beleza, há realmente a presença de Deus. Há quase 
uma espécie de encarnação de Deus no mundo, da qual a beleza é o sinal. A beleza é a prova expe-
rimental de que a encarnação é possível. Por isso qualquer arte de categoria é, por sua essência, reli-
giosa”. 
8. O apelo de Bento XVI incide na gratidão — “sede gratos pelos dons recebidos e plenamente 
conscientes da grande responsabilidade de comunicar a beleza, de fazer comunicar na beleza e atra-
vés da beleza” —, no anúncio e testemunho — “sede anunciadores e testemunhas de esperança para 
a humanidade” — e no diálogo com Deus e com a Igreja — “não tenhais medo de vos confrontar 
com a fonte primeira e última da beleza, de dialogar com os crentes, com quem, como vós, se sente 
peregrino no mundo e na história rumo à Beleza infinita”.

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