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Relatório Final do Projeto Integrador

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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
Aparecida Ferreira de Souza
Cremilda de Jesus Oliveira
Josie Bernarzar
Karla Cirino Ferraz
Patricia Herrero
Rosângela Marcato Pinto
Vanessa Leslie Sales de Morais
O lúdico como ferramenta pedagógica de intervenção no combate à intolerância étnico-racial e ao Preconceito na Educação Infantil.
Apresentação do Projeto Integrador:
https://youtu.be/P57-vWspH4k
São Paulo
 2018
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
O lúdico como ferramenta pedagógica de intervenção no combate à intolerância étnico-racial e ao Preconceito na Educação Infantil
Relatório Técnico - Científico apresentado na disciplina de Projeto Integrador para o curso de Licenciatura em Pedagogia da Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP).
Tutora: Ester Marcia Queiroz Prates
São Paulo 2018
Morais, Vanessa Leslie Sales de; Pinto, Rosângela Marcato; Herrero, Patricia; Oliveira, Cremilda de Jesus; Souza, Aparecida Ferreira de; Bernarzar, Josie; Ferraz, Karla Cirino                              
O lúdico como ferramenta pedagógica de intervenção no combate à intolerância étnico-racial e ao Preconceito na Educação Infantil. Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutor: Ester Marcia Queiroz Prates. Polo (Parque Veredas), 2018. Polo (Parque Veredas), 2018.
RESUMO
Este projeto tem como objetivo analisar a importância dos jogos e das brincadeiras no planejamento de ações práticas apoiadas nos Direitos Humanos, que possam atenuar, gradativamente, situações conflituosas decorrentes da intolerância e do preconceito no ambiente escolar. Essas situações refletem a dura realidade de uma sociedade que alimenta a cultura do preconceito, própria do contexto contemporâneo e alimentada, inclusive, pelos currículos que não privilegiam a heterogeneidade. A escola é um ambiente de desenvolvimento da aprendizagem, de crescimento cultural, pedagógico, psicológico, social e moral, e não um lugar de exclusão e intolerância. Portanto, é essencial que os seus atores (especialmente os professores e gestão pedagógica) intervenham no cotidiano dos alunos para que se estabeleçam relações de respeito e aceitação da diversidade presente na sociedade. Para tanto, é preciso planejar ações que envolvam os alunos em situações de aprendizagem significativas, nas quais possam refletir sobre suas ações e sobre o contexto em que estão inseridos. Nesse aspecto, os jogos e brincadeiras são uma forma de envolver a criança em situações concretas de aprendizagem que abordem o tema, já que o brincar é algo inato no ser humano e uma atitude natural no universo infantil. O projeto foi elaborado com base na observação de uma turma na faixa etária de 3 a 4 anos da Escola Municipal de Educação Infantil Loreane Lallo, localizada na periferia da Zona Sul da cidade de São Paulo.
PALAVRAS-CHAVE: Lúdico; Direitos Humanos; Preconceito; Educação Infantil.
.
Morais, Vanessa Leslie Sales de; Pinto, Rosângela Marcato; Herrero, Patricia; Oliveira, Cremilda de Jesus; Souza, Aparecida Ferreira de; Bernarzar, Josie; Ferraz, Karla Cirino                              
O lúdico como ferramenta pedagógica de intervenção no combate à intolerância étnico-racial e ao Preconceito na Educação Infantil. Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutor: Ester Marcia Queiroz Prates. Polo (Parque Veredas), 2018. Polo (Parque Veredas), 2018.
ABSTRACT
This project aims to analyze the importance of games and games in the planning of practical actions supported by human rights, which may gradually reduce conflict situations due to intolerance and prejudice in the school environment. These situations reflect the harsh reality of a society that feeds the culture of prejudice, typical of the contemporary context and fed by curricula that do not privilege heterogeneity. The school is an environment of learning development, of cultural, pedagogical, psychological, social and moral growth, not a place of exclusion and intolerance. Therefore, it is essential that its actors (especially teachers and pedagogical management) intervene in the students' daily life to establish relations of respect and acceptance of the diversity present in society. To do this, it is necessary to plan actions that involve students in significant learning situations, in which they can reflect on their actions and the context in which they are inserted. In this aspect, games and games are a way to involve the child in concrete situations of learning that approach the theme, since playing is something innate in the human being and a natural attitude in the universe of children. The project was elaborated based on the observation of a group in the age group of 3 to 4 years of the Municipal School of Early Childhood Education Loreane Lallo, located in the outskirts of the South Zone of the city of São Paulo.
KEYWORDS: Ludic; Human rights; Preconception; Child education.
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................6 
1.1 Problema e objetivos.......................................................................................................7
1.2 Justificativa......................................................................................................................8
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................................8
3. MATERIAL E MÉTODOS EMPREGADOS.......................................................................13
4. ANÁLISES E DISCUSSÕES DE RESULTADOS.............................................................14
4.1 Proposta de Intervenção...............................................................................................14
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................14 
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................15
	
1. INTRODUÇÃO
2
2
A história da educação possibilita a compreensão geral dos acontecimentos ocorridos no ambiente escolar até os dias atuais, além de permitir comparações que servem de elementos de reflexão e de entendimento, fundamentais à cultura geral do educador. Embora as necessidades humanas básicas sejam comuns, sua identificação, valorização e atendimento são construções culturais. A educação, muitas vezes, sofre a influência de crenças e valores, comumente transmitidos de geração em geração e seguindo os conceitos do senso comum. Uma nova maneira de perceber a infância, por intermédio das contribuições de especialistas das áreas da Antropologia, Pedagogia e Psicologia, que concentraram suas pesquisas nas características da criança e na sua importância enquanto sujeito, foi essencial para a concretização de uma nova forma de se organizar as instituições destinadas a essa faixa etária, que é tão importante no desenvolvimento do indivíduo.
Cidadania e direitos humanos são conceitos interligados. O cidadão é aquele que é reconhecido, e se reconhece como membro de uma sociedade e dessa forma participa da formação desta. É ele o responsável pela luta para consagração dos direitos fundamentais, pelo respeito, e pela efetividade destes. Assim, cidadania e direitos, apesar de não se confundirem, se complementam.
O novo paradigma da educação, em consonância com a sociedade contemporânea, promove a diversidade, a mesclagem, reúne as diferenças, é heterogêneo, ao mesmo tempo que valoriza a identidade, a singularidade, a peculiaridade, a distinção de cada ser humano – todo ser humano é único. O papel da educação, nesse sentido, é trabalhar o imaginário coletivo, as representações das identidades sociais e culturais presentes na escola e na sociedade, promovendo o respeito mútuo através do reconhecimento da diversidade social, cultural e humana.
Desde a mais tenra idade, os gestos e a representação de papéisdiversos no momento de brincar são as ferramentas que a criança utiliza para desenvolver sua imaginação. Nesses momentos, competências importantes são desenvolvidas como a imitação, a memória, a atenção, além de amadurecer a habilidade de socialização, ao interagir e experimentar regras e papeis sociais. O lúdico exerce um importante papel na medida que libera a espontaneidade e os sentimentos da criança nos momentos de interação, possibilitando um constante processo de aprendizagem.
Para a psicologia infantil, nesses momentos de brincadeiras, as crianças criam personagens segundo os laços que mantém dentro de seus grupos sociais, o que merece atenção dos educadores por ser uma atitude genuína em que ela se utiliza do seu potencial criativo e da imaginação para relações afetivas que fazem parte do mundo real.
O lúdico exerce um importante papel na medida que libera a espontaneidade e os sentimentos da criança nos momentos de interação, possibilitando um constante processo de aprendizagem.
1.1 Problema
Suzana é professora de uma turma de alunos na faixa-etária de 4 a 5 anos da escola Municipal de Educação Infantil Loreane Lallo, situada no bairro do Capão Redondo, periferia da Zona Sul. Ela nos relatou que a EMEI tem registrado problemas com bullying relacionado à intolerância racial. Embora tenha observado o problema e comentado com a coordenação pedagógica sobre a necessidade de desenvolver um projeto que resolvesse esse problema tão grave, ela ainda não havia conseguido um tempo para elaborar um projeto que contribuísse para amenizar o problema. Segundo ela, a EMEI possui uma clientela bastante diversificada e, ultimamente, o número de queixas registradas sobre casos de racismo e intolerância aumentaram. A direção da EMEI já havia solicitado aos professores que apresentassem um projeto que visasse combater o problema.
2. OBJETIVOS
Objetivo Geral
Desenvolver, por meio de atividades lúdicas, atitudes de valorização e respeito à diversidade presente no espaço escolar, como forma de amenizar os conflitos que ocorrem no cotidiano da escola relacionados ao preconceito racial.
Objetivos Específicos 
Fomentar a discussão, reflexão e o diálogo pedagógico entre os educadores acerca do desenvolvimento de práticas educativas inclusivas e de valorização étnico racial; construir e promover espaços voltados à equidade social e étnico-racial utilizando a ludicidade como ferramenta pedagógica.
1.2. Justificativa
A educação exerce um papel importante e relevante sobre a sociedade e suas aspirações. A escola é a mais importante instituição social eleita, com a responsabilidade de repassar o conhecimento adquirido pela humanidade, construir conhecimentos, transferir informações, formar valores e condutas. Seu potencial de transformação e conscientização social depende decisivamente da sua intencionalidade, ou seja, de seus objetivos em relação à comunidade escolar. 
O preconceito é uma opinião preestabelecida, que é imposta pelo meio, época e educação, funcionando como um regulador das relações de uma pessoa com a sociedade que permeia toda a sociedade, agindo como um mediador de todas as relações humanas. É uma espécie de julgamento prévio, negativo, que se faz de pessoas estigmatizadas por estereótipos e que servem de base para que as pessoas julguem umas às outras. 
O direito à emancipação humana é de todos, devendo a escola e seus atores, buscarem alternativas diferenciadas para atingir os diferentes grupos que nela habitam, evitando desta forma, a exclusão e, consequentemente, a discriminação.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As atividades lúdicas facilitam e apoiam o processo de desenvolvimento cognitivo no universo escolar. Uma atividade lúdica pode privilegiar as habilidades de alunos que apresentem dificuldades de aprendizagem, já que contemplam as dimensões do saber, ser, do formar, do transformar, do decidir, do intervir e do viver e conviver com os outros. Os primeiros anos de vida de uma pessoa necessitam de experiências perceptivas, ricas, para que ela construa um banco de dados de percepções sensoriais significativo em sua memória.
A ludicidade interfere também na qualidade do sistema motor da criança, que vai depender de todo o seu processo de desenvolvimento. Assim, até os 5 anos, os brinquedos assumem grande importância, sendo ao mesmo tempo, instrumentos de brincadeiras e meios de desenvolvimento motor, cognitivo, psíquico e social.
Para SIMÃO & SILVA (2009, p. 1):
Por meio da brincadeira as crianças constroem uma ponte entre a fantasia e a realidade, o que as levam a passar por complexas dificuldades psicológicas, como a experimentação de papeis e situações não bem compreendidas e aceitas em seu universo infantil. A brincadeira pode ainda fazer com que a criança busque solucionar conflitos por meio da imitação, ampliando suas possibilidades linguísticas, psicomotoras, afetivas, social e cognitiva, onde por meio de atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento. (SIMÃO & SILVA, 2009, p. 1)
Desde a mais tenra idade, os gestos e a representação de papéis diversos no momento de brincar são as ferramentas que a criança utiliza para desenvolver sua imaginação. Nesses momentos, competências importantes são desenvolvidas como a imitação, a memória, a atenção, além de amadurecer a habilidade de socialização, ao interagir e experimentar regras e papeis sociais. O lúdico exerce um importante papel na medida que libera a espontaneidade e os sentimentos da criança nos momentos de interação, possibilitando um constante processo de aprendizagem.
Fica claro que o aluno aprende a brincar precocemente e precisa de espaço para manifestar tais ações e que tenham recursos humanos para interagir com ele e isso vem sendo discutido nos encontros de Formação Continuada da escola pesquisada. Sendo, portanto um fator positivo no Projeto Político Educação Infantil nessa etapa de ensino o papel docente é importante, pois ele é o mediador na criação de espaços, disponibilizando materiais, confeccionando projetos e participando das brincadeiras. (SIMÃO e SILVA, 2016, p.5)
Para a psicologia infantil, nesses momentos de brincadeiras, as crianças criam personagens segundo os laços que mantém dentro de seus grupos sociais, o que merece atenção dos educadores por ser uma atitude genuína em que ela se utiliza do seu potencial criativo e da imaginação para relações afetivas que fazem parte do mundo real.
Os jogos lúdicos oferecem condições do educando vivenciar situações-problemas, a partir do desenvolvimento de jogos planejados e livres que permitam à criança uma vivência no tocante às experiências com a lógica e o raciocínio e permitindo atividades físicas e mentais que favorecem a sociabilidade e estimulando as reações afetivas, cognitivas, sociais, morais, culturais e lingüísticas. (SANTOS & JESUS, 2010, p. 3)
As crianças que se apresentam como lúdicas são as que mais participam de atividades físicas durante as brincadeiras, além de apresentar maior disposição e disponibilidade em assumir tarefas, sugerindo brincadeiras, criando histórias, e nomeando o mundo ao seu redor. Na pré-escola, a ludicidade oportuniza as condições de humanização, pois a criação de grupos colaborativos de jogos, brincadeiras e músicas contribuem demasiadamente com o desenvolvimento pessoal do aluno.
Nesse processo, o professor figura como agente transformador, participando com iniciativa e ideias na criação de um ambiente motivador, desenvolvendo situações nas quais a criança seja protagonista na construção do aprendizado.
“Por meio do lúdico o aluno desperta novas possibilidades, amplia horizontes, faz experiências além é claro desenvolve em outros aspectos como sua coordenação motora, espaço, tempo, temporalidade e lateralidade”. (SIMÃO & SILVA, 2009, p. 10)
A educação pública de qualidade é aquela que oferece a todos as mesmas oportunidades, comprometida com o desenvolvimentode competências e habilidades que formem cidadãos críticos e que ajudem a construir uma sociedade mais justa. Nesse contexto, o professor e a equipe gestora são os principais responsáveis para que os princípios de igualdade, tolerância, justiça, liberdade e confiança sejam assimilados, praticados e respeitados, eliminando preconceitos e discriminações que impedem o sujeito de exercer seu direito à cidadania. 
O professor, quer pela natureza de seu objeto de trabalho, quer pela abrangência da ação de educar, precisa estar atento ao fato de que a escola não é responsável apenas por socializar os saberes acumulados historicamente pela humanidade. A educação e a escola são os principais agentes de superação de contradições e desigualdades, que nos faz pensar, refletir e almejar uma sociedade melhor. 
A ética, na formação profissional docente é extremamente importante, considerando que as responsabilidades pessoais desse profissional envolvem a formação de outros indivíduos. Além do saber técnico, é necessário somar às suas práticas atitudes que agreguem o bom senso, a postura, o respeito e a prudência nas suas ações.
Segundo o que afirma Vergulino et al (2013):
É de suma importância que a educação identifique as diferenças e as articulem com as práticas pedagógicas, de maneira respeitosa, promovendo a igualdade, premissa para o sucesso escolar dos alunos. A escola deve apresentar novas propostas contra as situações desumanizadoras, preconceituosas e discriminatórias que crianças e adolescentes negros estão sujeitos no ambiente escolar. (Vergulino et al, 2013, p.120).
Analisando o quadro de inferioridade socioeconômica ao qual pertencem os negros no nosso país, é possível constatar que se trata de um resultado gerado por um processo contínuo de práticas discriminatórias, responsáveis tanto pela manutenção dessa situação quanto pela criação de ideologias sociais utilizadas para camuflar e ocultar o problema, cristalizando valores na mentalidade coletiva que se propagam por gerações.
A discussão e a intervenção sobre as situações discriminatórias dentro do espaço escolar são extremamente necessárias para que se possa descobrir as formas como essas práticas são organizadas e mantidas, como essas atitudes se tornam banais no cotidiano escolar, marcadas pelo predomínio do silêncio e da indiferença. A visão limitada de alunos e professores funciona como instrumento de manutenção das desigualdades, que, por meio de brincadeiras sutis e irônicas, resultam na baixa autoestima e refletem na construção da identidade de inúmeras crianças negras.
É fundamental que os educadores, cuja função pressupõe a promoção da inserção social, compreendam os mecanismos de dominação cultural, social e político que predominam na sociedade, tomando para si a responsabilidade de ampliar constantemente os conhecimentos sobre a diversidade e criando condições propícias à inclusão e ao respeito. 
A aprovação da Lei 10.639/03 em janeiro de 2003, que estabelece o ensino obrigatório da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica é o resultado de discussões desenvolvidas ao longo do século XX sobre a diversidade sociocultural e das questões étnico raciais, que provocou uma ressignificação das práticas educacionais voltadas para a valorização da imagem da população negra, no sentido de reafirmar as suas contribuições na constituição nacional.
Os afrodescendentes devem ser reconhecidos em nossa sociedade com as mesmas igualdades de oportunidades que são concedidas a outras etnias e grupos sociais, buscando eliminar todas as formas de desigualdades raciais e resgatar a contribuição dos negros na formação da sociedade brasileira e, assim, valorizar a história e cultura dos afro-brasileiros e africanos
 Segundo as DCN para a Educação das Relações Étnicos-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2003, p. 5)
Reconhecimento implica justiça e iguais direitos sociais, civis, culturais e econômicos, bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõem a população brasileira. E isto requer mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de tratar as pessoas negras. Requer também que se conheça a sua história e cultura apresentadas, explicadas, buscando-se especificamente desconstruir o mito da democracia racial na sociedade brasileira; mito este que difunde crença de que, se os negros não atingem os mesmos patamares que os não negros, é por falta de competência ou interesse, desconsiderando as desigualdades seculares que a estrutura social hierárquica cria com prejuízos para o negro. 
A educação inclusiva pressupõe uma ação política, cultural, social e pedagógica pelo direito de todos a uma educação de qualidade e de um sistema educacional organizado e inclusivo. Cabe à escola e aqueles que nela atuam atender as diferenças, condição indispensável para que haja qualidade na educação, e para que se assegure uma educação engajada no atendimento à diversidade.
Nesse sentido, o trabalho do professor é acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, entender seu universo cognitivo e afetivo, respeitando sua cultura, história e contexto de vida. 
O professor deve ser o mediador no processo de construção do conhecimento, permitindo a autonomia do aluno, propiciando as relações interpessoais entre os alunos, assim como dinâmicas sociais, valores e crenças próprios do contexto em que vivem.
A mediação do professor é fundamental, pois ao mesmo tempo em que o aluno precisa reconhecer a sua própria autoria no projeto, ele também precisa sentir a presença do professor que ouve, questiona e orienta, visando propiciar a construção de conhecimento do aluno. A mediação implica a criação de situações de aprendizagem que permitam ao aluno fazer regulações, uma vez que os conteúdos envolvidos no projeto precisam ser sistematizados para que os alunos possam formalizar os conhecimentos colocados em ação. (Prado, 2003, p. 7)
Numa sociedade tão heterogênea, a escola deve ser um espaço onde todas as culturas sejam consideradas e tratadas com respeito, favorecendo o desenvolvimento cognitivo, afetivo, cultural e social dos alunos.
4. MATERIAL E MÉTODOS EMPREGADOS
A pesquisa desenvolveu-se a partir de uma entrevista realizada com a professora de uma turma de alunos de 4 a 5 anos da EMEI Loreane Laillo situada no bairro do Capão Redondo, zona Sul da cidade de São Paulo.
A partir dos dados coletados na entrevista, o grupo fez um levantamento bibliográfico em sites acadêmicos, buscando leituras reflexivas que pudessem fundamentar uma proposta de intervenção em forma de projeto pedagógico que possa colaborar para a solução dos problemas apresentados na EMEI.
Foram desenvolvidas duas atividades. Na primeira, foram entregues bolas de diferentes esportes (vôlei, basquete e futebol), para que as crianças brincassem. Depois, realizou-se uma roda de conversa, quando eles puderam perceber as diferenças entre as bolas e as regras do jogo, que tiveram a mesma finalidade, a diversão. A partir disso, as professoras puderam iniciar uma discussão sobre as diferenças, traçando um comparativo com a situação vivenciada. Na segunda atividade, as crianças foram divididas em pares, onde uma de cada vez, desenhou o contorno da outra com canetão no papel Kraft, fez detalhes dos olhos, nariz, cabelo, etc. Na sequência os desenhos foram expostos pela professora para que eles pudessem observar as diferentes características étnicas. Com isso houve uma sensibilização no tocante ao respeito com o próximo. 
5. ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
No momento da interação, as crianças brincaram demonstrando conhecimento sobre o jogo de acordo com a bola utilizada, sendo que muitas já conheciam as regras e procuravam orientar as que ainda não conheciam. 
A proposta lúdica, ainda que utilizada com fins pedagógicos, deve propiciar a vivência de experiências e situações concretas de aprendizagem. As práticas educativas lúdicas são favorecedoras do processo de ensino-aprendizagem, proporcionama interação de forma espontânea, pois os jogos e brincadeiras são capazes de transmitir conceitos e conhecimento acerca de inúmeros assuntos ao utilizar recursos alternativos inseridos no contexto social da criança como forma de relacionar a realidade e seu conhecimento de mundo.
 As atividades propostas na educação infantil devem oportunizar às crianças o exercício dos seus direitos enquanto pequenos cidadãos e o seu desenvolvimento integral.
O brincar, no contexto educacional, proporciona meios de aprendizagens, permitindo que os adultos percebam e aprendam com as crianças e suas necessidades, fato que pode servir de termômetro no desenvolvimento da aprendizagem e para que os professores avaliem seu trabalho, refletindo sobre suas práticas a fim de replanejar com o objetivo de promover novas aprendizagens.
4.1 Proposta de Intervenção
O projeto elaborado pretendia alcançar crianças na faixa etária de 4 a 5 anos. Durante sua execução (02 dias), foram privilegiadas atividades lúdicas voltadas às questões que contemplem a diversidade humana. Dessa forma, espera-se que as crianças passem a entender e valorizar o conhecimento dos diferentes grupos étnicos trazem que constituem a nossa cultura.
O trabalho em sala de aula foi focado na diversidade e no respeito às diferenças, por meio de atividades com jogos e desenhos, reproduzindo a diversidade do coletivo da escola.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Neste trabalho procurou-se analisar a ludicidade utilizada como prática pedagógica e sua importância para o desenvolvimento global da criança e para o processo de ensino-aprendizagem. O levantamento bibliográfico proporcionou uma visão ampla dos estudos relacionados ao tema, assim como auxiliou na busca de ações que possam complementar as práticas pedagógica e apoiar o trabalho docente em sala de aula.
Os trabalhos consultados apontaram para o entendimento da prática de atividades lúdicas como prioridade no planejamento pedagógico, visando flexibilizar e dinamizar o trabalho do professor, além de promover a aprendizagem de forma significativa. A análise de teorias consagradas no meio acadêmico também convergiu para a constatação de que a criança é um ser que necessita de atendimento que considere a sua individualidade, situada num determinado tempo e espaço, considerando e respeitando suas especificidades.
Os professores terão a oportunidade de rever suas práticas pedagógicas, procurando agregar os jogos e brincadeiras ao seu trabalho. Essas oportunidades possibilitam uma aproximação que desmistifica o estereótipo do professor, além de romper paradigmas e derrubar os muros que impedem um relacionamento de respeito entre os alunos. 
As atividades lúdicas representam uma excelente ferramenta pedagógica, em que é fundamental a mediação do professor para que os objetivos estabelecidos sejam alcançados de forma eficiente. O lúdico, quando utilizado com objetivos e finalidades específicos representa uma excelente oportunidade de aprendizado por meio de experiências.
O presente estudo é signiticativo no sentido de incentivar a busca de conhecimento sobre a prática educativa lúdica como uma ferramenta facilitadora na educação infantil, que possibilita ao professor e à escola propor metodologias diversificadas por meio dos jogos didáticos e brincadeiras, que despertem no aluno o interesse pela aprendizagem, colaborando para que ela aconteça de forma significativa. 
Compreende-se a partir desse estudo que as práticas educativas lúdicas são favorecedoras do processo de ensino-aprendizagem, proporcionam a interação de forma espontânea, pois os jogos e brincadeiras são capazes de transmitir conceitos e conhecimento acerca de inúmeros assuntos ao utilizar recursos alternativos inseridos no contexto social da criança como forma de relacionar a realidade e seu conhecimento de mundo.
Independentemente destas conclusões, a busca por um embasamento teórico sobre as práticas de ensino visando à melhoria da qualidade da educação ofertada às crianças nas instituições de Ensino Infantil deve ser uma constante na vida profissional docente, assim como as reflexões sobre suas práticas que, associadas à teoria, determinam a qualidade do seu trabalho.
6. REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: pluralidade cultural, orientação sexual / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro101.pdf. >. Acesso em agosto de 2018.
BRASIL. MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. 2004. Disponível em: < http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/10/DCN-s-Educacao-das-Relacoes-Etnico-Raciais.pdf.>. Acesso em setembro de 2018.
CARNEIRO, Sueli. A questão dos direitos humanos e o combate às desigualdades: discriminação e violência. In: CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011. pp. 15 – 41. 
(Disponível na Biblioteca Unimes Virtual https://unimes.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788587478542/page s/4). Acesso em abril de 2018 
CARVALHO, Ana Paula C. Desigualdades de gênero, raça, etnia. Curitiba: Intersaberes, 2012 (Série Temas sociais e Contemporâneos). 
Lei nº. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Brasília, DF, 2003.Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm>. Acesso em: setembro de 2018.
MELLO, Tágides; RUBIO, Juliana de Alcântara Silveira. A Importância da Afetividade na Relação Professor/Aluno no Processo de Ensino/Aprendizagem na Educação Infantil. Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume 4 – nº 1 – 2013. Disponível em: < T Mello, JAS Rubio - Revista Eletrônica Saberes da Educação, 2013 - docs.uninove.br >. Acesso em setembro de 2018.
PRADO, M. Pedagogia de Projetos. Série “Pedagogia de Projetos e Integração de Mídias” - Programa Salto para o Futuro, setembro, 2003. Disponível em: < http://www.tvebrasil.com.br/salto>. Acesso em agosto de 2018.
São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Divisão de Educação Infantil. Parques sonoros da educação infantil paulistana. – São Paulo: SME / COPED, 2016. Disponível em: <  http://www.sinesp.org.br/images/3_PARQUES_SONOROS_DA_EDUCACAO_INFANTIL_PAULISTANA.pdf.>. Acesso em setembro de 2018.
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São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Padrões básicos de qualidade da Educação Infantil Paulistana: orientação normativa nº 01/2015 / Secretaria Municipal de Educação. – São Paulo: SME / DOT, 2015. Disponível em: <  http://www.sinesp.org.br/images/2_-PADROES_BASICOS_DE_QUALIDADE_NA_EDUCACAO_INFANTIL_PAULISTANA.pdf.>. Acesso em setembro de 2018.
VERGULINO, Ana Rosa; SILVA, Cleiton Sobral; SILVA, Débora Regina Machado Silva. Relações Étnico-Raciais no Espaço Escolar. REVISTA INTERAÇÃO. Ano VIII, número 2. 2011. Disponível em: <  http://vemprafam.com.br/wp-content/uploads/2016/11/7_Relacoes-Etnicos-Raciais-no-Espaco-Escolar.pdf. >. Acesso em agosto de 2018.

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