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CAGEPA, Operação e manutenção de ETAs

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CAGEPACAGEPA
DIRETORIA DE OPERAÇÃODIRETORIA DE OPERAÇÃO
ASSESSORIA TÉCNICA DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTOSASSESSORIA TÉCNICA DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTOS
OPERAÇÃO EOPERAÇÃO E
MANUTENÇÃOMANUTENÇÃO
DE ETAsDE ETAs
ANTONIO BATISTA GUEDESANTONIO BATISTA GUEDES
JOSE MARIA TEIXEIRA DEJOSE MARIA TEIXEIRA DE
CARVALHOCARVALHO
 MARÇO/1997 MARÇO/1997
 
A presente apostila, versando sobre “OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE ETAs”, sintetiza os 
principais assuntos concernentes a área de tratamento de água para fins de potabilidade. 
Dentre os assuntos abordados destacamos: problemática da água, principais doenças de 
veiculação hídrica, unidades constituintes de um sistema de abastecimento de água, tipos de 
mananciais, classificação das águas segundo o uso preponderante, processos de tratamento, 
características dos produtos químicos usados no tratamento, equipamentos empregados no tratamento, 
conceitos dos principais parâmetros físico-químicos empregados no controle de qualidade, bem como o 
padrão de potabilidade de acordo com a Portaria nº 36/90 do Ministério da Saúde. 
Essas instruções tem o objetivo, além de servir como fonte de consulta, elevar o nível de 
conhecimento de nossos alunos e técnicos da área para que possam desempenhar suas atividades 
funcionais com mais desenvoltura e eficiência, tendo como resultado a operação correta e consciente 
das unidades integrantes das Estações. 
Com isto beneficia-se os usuários, através da produção de água de melhor qualidade, bem como 
a Empresa , com acentuado aumento da vida útil dos equipamentos, tendo em vista que a operação dos 
mesmos passará a ser efetuada dentro das normas recomendadas pela técnica. 
São esses os objetivos que esperamos alcançar com as informações contidas na presente 
apostila. 
As falhas que porventura existirem, corrigiremos oportunamente e as sugestões e criticas que 
venham contribuir para seu aprimoramento serão bem vindas e aceitas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
João Pessoa, 25 de março de 1997. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2
1. ABASTECIMENTO D’ÁGUA, IMPORTÂNCIA SANITÁRIA E ECONÔMICA 
 
Á água é necessária para beber, cozinhar e muitos outros usos, dentro das várias atividades 
humanas. 
Seu uso para abastecimento passa previamente pôr tratamento objetivando atender as seguintes 
finalidades : 
a) De ordem sanitária, através de : 
- controle e prevenção de doenças; 
- Implantação de hábitos higiênicos ( banho, limpeza de utensílios, etc. ) 
- Facilitar limpeza pública; 
- Facilitar práticas desportivas; 
- Proporcionar conforto e bem estar 
b) De ordem estética, através de : 
- Correção de cor, turbidez, odor e sabor 
c) De ordem econômica, através de : 
- Aumenta a vida média pela diminuição da mortalidade; 
- Aumenta a vida produtiva do indivíduo, quer pelo aumento da vida média, quer pela diminuição de 
tempo perdido com doenças; 
- Facilitar a instalação de indústrias, inclusive turismo; 
- Facilitar o combate a incêndios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3
2. PROBLEMÁTICA DA ÁGUA 
 
2.1 - OCORRÊNCIA DE ÁGUA NA NATUREZA 
 
A água que se encontra hoje na terra é a mesma que existia há milhões de anos quando se 
formou a primeira nuvem e ocorreu a primeira chuva. A quantidade existente nos mares representa, 
cerca de 97%, de toda a água existente na terra e cobre 71% da superfície do planeta. Os 3% restante 
são constituídos de água doce, aproximadamente 40 quatrilhões de metros cúbicos. Desse total, 75% 
estão nas calotas polares e os 25% restantes estão assim distribuídos : 24,5% constituem as águas 
subterrâneas e os 0,5% estão nos rios, lagos e na atmosfera. 
A precipitação média anual é em torno de 860 mm. Cerca de 70% dessa precipitação retornam a 
atmosfera através da evapotranspiração e os 30% restantes correm na superfície onde 65% voltam aos 
rios e o restante é consumido e volta a atmosfera. 
2.2 - CICLO HIDROLÓGICO 
 
É o caminho percorrido pela água desde a atmosfera(estado de vapor), passando pôr várias 
fases, até retornar novamente a atmosfera. Veja apresentação gráfica a seguir: 
 
fig. 2.1 
LEGENDA 
P Precipitação 
ES Escoamento Superficial 
I Infiltração 
ESB Escoamento Subterrâneo 
E Evaporação 
 4
2.3 - QUALIDADE DA ÁGUA 
 
A água de precipitação é praticamente pura. Quando escoa no terreno dissolve os sais minerais 
existentes que alteram sua qualidade. Dentre os materiais dissolvidos incluem-se substâncias calcárias 
e magnesianas que tornam a água dura; e outras ferruginosas que dão cor e sabor diferentes, bem como 
produtos industriais que a tornam imprópria ao consumo. A água também pode carrear substâncias em 
suspensão que lhe confere turbidez. 
Os tipos e teores dessas substâncias dão as características próprias de cada água. 
2.4 - ÁGUA POTÁVEL 
 
Denomina-se água potável aquela que se apresenta em condições próprias para consumo 
humano. Isto considerando sob os aspectos organolépticos (odor e sabor ), físicos, químicos e 
biológicos. 
2.5 - ÁGUA POLUÍDA 
 
É aquela que contém substâncias que alteram suas características, tornando-a imprópria para 
consumo. 
2.6 - ÁGUA CONTAMINADA 
 
Diz-se que a água é contaminada quando contém germes patogênicos. 
2.7 - PADRÕES DE POTABILIDADE 
 
Representam a fixação dos limites máximos aceitáveis de impurezas contidas nas águas 
destinadas ao abastecimento público. 
Os motivos que levaram os órgãos competentes a estabelecerem os limites máximo aceitáveis, 
decorreram da não existência na natureza de água absolutamente pura. 
As exigências quanto a qualidade da água crescem de acordo com o progresso humano e o da 
técnica. 
Á água destinada ao consumo humano deve obedecer a certos requisitos de ordem : 
- organoléptica : não ter odor e sabor objetáveis; 
- física : ter aspecto agradável, não apresentar teores de cor e turbidez acima do padrão de potabilidade; 
- química : não possuir substâncias nocivas ou tóxicas com concentrações superiores aos limites 
estabelecidos pelo padrão; 
- biológica : não possuir germes patogênicos. 
 5
2.8 - CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E ORGANOLÉPTICAS 
- A água deve apresentar-se com aspecto agradável. A medida é pessoal; 
- Deve apresentar ausência de sabor objetável. A medida do odor também é pessoal; 
- A cor da água é causada pela presença de substâncias em dissolução na água. Determina-se em 
aparelho chamado colorímetro e é expressa em mg/L, comparada com platino-cobalto. Atualmente é 
expressa em unidade Hazen (UH) que eqüivale a mg/L; 
- A turbidez é causada por matéria em suspensão na água (argila, silte, matéria orgânica, etc. ) que 
perturba sua transparência É expressa em mg/L, através de aparelhos denominados turbidímetros, 
sendo o mais comum o de Jackson. As unidades que também expressam turbidez são: unidade de 
turbidez (UT), unidade de turbidez Nefelométrica (UTN), Unidade Jackson (UJ), onde todas eqüivalem 
a mg/L. 
2.9 - CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS 
 
Os limites de concentração de certas impurezas na água são obedecidos por questões de ordem 
sanitárias e econômicas. Por exemplo : 
- Chumbo no máximo - 0,10 mg/L; 
- Arsênio no máximo - 0,10 mg/L; 
- Selênio no máximo - 0,01 mg/L; 
- pH inferior a 10,6 a 25 ºC; 
- A alcalinidade deve ser inferior a 120 mg/L; 
- As águas mais duras consomem mais sabão e são inconvenientes para a industria, pois 
incrustam-se nas caldeiras e podem causar danos e explosão. 
 
2.10 - PRODUTOS QUÍMICOS INDICADORES DE POLUIÇÃO ORGÂNICA 
2.10.1 - SUBSTÂNCIAS NITROGENADAS - amônia, nitritos e nitratos onde a 
presença da amônia indica poluição recente e de nitrato poluição remota, uma vez que já sofreu maior 
processo de oxidação. 
 
2.10.2 - OXIGÊNIO CONSUMIDO - a água sempre dispõe de oxigênio dissolvido, 
tendo maior ou menor concentração, dependendo da temperatura e pressão existentes no meio. A 
matéria orgânica em decomposição consome o oxigênio para sua estabilização; por conta disto quanto 
maior o consumo de oxigênio, mais próxima e maior terá sido a poluição. 
 
2.10.3 - CLORETOS - os cloretos normalmentepresentes nos dejetos animais, podem 
causar poluição orgânica dos mananciais. 
 
2.11 - CARACTERÍSTICAS BACTERIOLÓGICAS 
 
Água potável deve ser isenta de bactérias patogênicas. A água quando contaminada, pôr 
indivíduos doentes ou portadores, não é facilmente percebida, uma vez que o número é relativamente 
pequeno em relação a massa de água. 
Na água normalmente existem microrganismos de vida livre e não parasitária que dela extraem 
os nutrientes indispensáveis a sua subsistência. Eventualmente pode acontecer a introdução de 
 6
organismos parasitários e/ ou patogênicos que, usando a água como veículo, podem causar doenças 
tornando assim perigo sanitário em potencial. 
Os seres patogênicos, na sua quase totalidade, são incapazes de viver na sua forma adulta ou 
reproduzir-se fora do organismo que lhe serve de hospedeiro. Portanto tem vida limitada quando se 
encontram na água. 
Os agentes destruidores na água de organismos patogênicos são : temperatura, luz, 
sedimentação, parasitas ou predadores de bactérias, substâncias tóxicas ou antibióticas produzidas pôr 
outros microrganismos como algas e fungos, etc. 
Em razão da dificuldade de identificação na água de organismos patogênicos, utiliza-se a 
identificação de bactérias do “ GRUPO COLIFORME ”, pôr existirem normalmente no organismo 
humano e serem obrigatoriamente encontradas em águas poluídas pôr material fecal. Sua eliminação 
através do material fecal é da ordem de 300 milhões pôr grama de fezes. 
De acordo com o padrão de potabilidade ,a água só pode ter no máximo 1 coli/100 mL. 
Ocasionalmente uma amostra pode apresentar até 3 COLI/100 mL, desde que isso não ocorra em 
amostras consecutivas ou em mais de que 10% das amostras examinadas. 
2.12 - FORMA DE COLETA DE AMOSTRA 
Devido a impraticabilidade de análise de toda massa de água, destinada ao consumo humano, 
colhem-se amostras representativas e , através de sua análise, conclui-se a qualidade da água. 
A análise da água de um manancial ou de ponto da rede pública, dada a variação que é sujeita a 
ocorrer, revela suas características apenas no momento em que foi colhida. 
As amostras para exames físico-químicos comuns devem ser de 2 litros e colhidas em garrafas 
limpas, preferencialmente de plástico e convenientemente arrolhadas. Após a coleta devem ser 
imediatamente encaminhadas ao laboratório. 
Veja a seguir o esquema de colheita de amostra para o exame bacteriológico. 
 
fig. 2.2 
 7
Caso a coleta seja feita em torneira ou proveniente de bomba, recomenda-se deixar escoar, 
cerca de 2 a 3 minutos para que a amostra seja representativa da água a ser analisada. 
 Quando o manancial for poço raso , recomenda-se retirar a amostra mergulhando o frasco com 
a boca para baixo e não simplesmente retirar da superfície. 
 Para água de rio, retirar também abaixo da superfície com o gargalo em sentido contrário ao da 
corrente. 
Os frascos para exames bacteriológicos devem vir do laboratório já limpos, esterilizados e 
convenientemente tampados. 
Quando a amostra a ser colhida tratar-se de água clorada, além da esterilização, o frasco deve 
conter em seu interior 2 mL de hiposulfito de sódio. 
As amostras colhidas devem ser conservadas à temperatura de 6 a 10 ºC, para evitar a 
proliferação de germes. O tempo entre a coleta e o exame, para água pouco poluída, recomenda-se em 
torno de 6(seis) horas. 
 
2.13 - NOMENCLATURA DA QUALIDADE DA ÁGUA 
 
Usam-se vários termos para definir a qualidade da água : 
 
2.13.1 - ÁGUA POTÁVEL - é a que atende aos padrões de potabilidade. 
 
2.13.2 - ÁGUA SEGURA - é a que atende aos padrões de segurança. 
 
2.13.3 - ÁGUA POLUÍDA - é a que apresenta alteração nas suas características. 
 
2.13.4 - ÁGUA CONTAMINADA - é a que contém microrganismos patogênicos ou 
contaminantes tóxicos. 
 
2.13.5 - ÁGUA DESINFETADA - é a que pôr técnica apropriada foi tornada isenta de 
organismos patogênicos. 
 
2.13.6 - ÁGUA ESTERILIZADA - é a que pôr técnica apropriada foi tornada isenta de 
organismos vivos. 
 
2.13.7 - ÁGUA SUSPEITA - é a que pode estar poluída ou contaminada. 
 
2.13.8 - ÁGUA TURVA - é a que possui partículas em suspensão. 
2.13.9 - ÁGUA ÁCIDA - é a que possui teor acentuado de CO2, ácidos e certos sais 
como sulfato de alumínio ou de ferro. 
2.13.10 - ÁGUA ALCALINA - é a que possui quantidade elevada de bicarbonatos de 
cálcio e magnésio, carbonatos ou hidróxidos de sódio, potássio, cálcio e magnésio. 
 
2.13.11 - ÁGUA MINERAL - é a água subterrânea contendo quantidade acentuada de 
substâncias em solução que lhe dão valor terapêutico, tais como: gás carbônico, bicarbonato de sódio, 
gás sulfidrico, sulfatos solúveis, sais de ferro e sais neutros de magnésio, potássio e sódio, este 
geralmente sob a forma de brometos, iodetos e sulfatos. 
 8
2.13.12 - ÁGUA TERMAL - é a mineral que atinge a superfície com temperatura 
elevada. 
 
2.13.13 - ÁGUA RADIATIVA - é a água mineral ou termal possuidora de 
radiatividade. 
 
2.13.14 - ÁGUA SALGADA - é a água dos oceanos e mares com elevado teor de 
cloreto de sódio. 
 
2.13.15 - ÁGUA SALOBRA - é a água que possui dureza; Costuma-se dar essa 
denominação também para as águas que contém teor elevado de cloreto de Sódio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9
3 - PRINCIPAIS DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HIDRICA 
 
A água pode afetar a saúde do homem através da ingestão direta, na preparação de alimento, no 
uso da higiene pessoal, na agricultura, industria ou lazer. 
As principais doenças que a água pode veicular são: 
 
3.1 - DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ÁGUAS CONTAMINADAS POR 
 MICRORGANISMOS. 
 
3.1.1 - FEBRE TIFÓIDE 
Sintomas - infecção bacteriana generalizada ,caracterizando-se pôr febre contínua, 
aparecimento de manchas róseas no abdômem, dor de cabeça, língua seca, constipação intestinal(prisão 
de ventre), diarréia, etc. Obs : É uma doença intestinal. 
 Transmissão - o homem infectado elimina pelas fezes e urina as bactérias ,constituindo as 
fontes de infecção. Os veículos usuais são: água contaminada, moscas, leite, alimentos, etc. 
 Profilaxia - tratamento da água de abastecimento. Disposição adequada dos dejetos humanos. 
Fervura ou pasteurização do leite. Saneamento dos alimentos, especialmente os que se consomem crus. 
Controle de moscas. Vacinação. Educação sanitária do público, etc. 
 
3.1.2 - FEBRE PARATIFÓIDE 
Sintomas - infecção bacteriana, que com freqüência começa subitamente com febre contínua, 
manchas róseas no tronco e comumente diarréia. 
Transmissão - análoga a febre tifóide. 
Profilaxia - são as mesmas recomendadas para a Febre Tifóide. 
Obs.: é uma moléstia do sangue e dos tecidos. 
 
3.1.3 - HEPATITE INFECCIOSA 
Sintomas - infecção aguda que se caracteriza pôr febre , náusea, mal estar, dores abdominais, 
seguida de icterícia, perda de apetite, possibilidade de vômitos, fadiga, dor de cabeça, etc. É uma 
moléstia do sangue e dos tecidos. 
Transmissão - o homem que é o reservatório pode eliminar o vírus da hepatite através das fezes 
e sangue. A transmissão ocorrerá ingerindo água, leite, alimentos, etc., contaminados. Também se 
transmite pôr sangue, soro ou plasma proveniente de pessoas infectadas que no caso de haver tomado 
injeção e a seringa não tendo sido bem lavada poderá contaminar uma outra pessoa sadia que pôr 
ventura venha usar tal seringa com resíduo de sangue do indivíduo infectado. 
Profilaxia - saneamento dos alimentos, disposição adequada dos dejetos humanos, higiene 
pessoal, uso da água tratada, controle de mosca, etc. Prevenção quanto ao uso de seringas e agulhas não 
convenientemente esterilizadas. No caso de transfusão de sangue tomar cuidado se o doador está 
infectado. 
 
 
 
 
3.1.4 - POLIOMIELITE ( PARALISIA INFANTIL) 
 10
Sintomas - doença que se caracteriza pelo aparecimento de febre, mal estar, dor de cabeça, etc. 
e nos casos mais graves, verifica-se paralisia dos músculos voluntários, predominantemente dos 
membros inferiores. 
Transmissão - a pessoa infectada(reservatório)elimina o vírus pelas fezes(fonte de poluição). A 
veiculação hídrica não é muito comum. A transmissão mais comum é pelo contágio direto e pelas 
gotículas do muco e saliva expelidas pelas pessoas infectadas. 
Profilaxia - saneamento do meio ambiente. Imunização. Precaução no controle de pacientes, 
comunicantes e do meio ambiente imediato, etc. 
 
3.1.5 - CÓLERA 
Sintomas - infecção bacteriana intestinal aguda que se caracteriza pôr inicio súbito de vômito, 
diarréia aquosa com aspecto de água de arroz, desidratação rápida, cianose(coloração azul da pele ), 
colapso, coma e morte. 
Transmissão - o indivíduo infectado(reservatório) elimina pelas fezes ou vômitos as bactérias” 
VIBRIÃO COLÉRICO”, são transportados para o elemento sadio através dos veículos comuns : água 
contaminada, alimentos crus, moscas, etc. 
Profilaxia - educação sanitária do público. Vacinação, Disposição adequada dos dejetos 
humanos. Proteção e tratamento da água de abastecimento. Saneamento dos alimentos. Fervura ou 
pasteurização do leite, etc. 
 
3.1.6 - ESQUISTOSSOMOSE ( via cutâneo - mucosa) 
Sintomas - doença causada pôr verme(helmintos) que na sua fase adulta, vivem no sistema 
venoso do hospedeiro. Ocasiona manifestação intestinal ou do aparelho urinário. Diarréia. Dermatose. 
Cirrose do fígado. Distúrbios no baço, etc. 
Transmissão - o homem é o principal reservatório, podendo ser também o macaco, o cavalo, os 
ratos silvestres, etc. A fonte de infecção é a água contaminada com larvas(cercarias), procedentes de 
certos gêneros de caramujos que são hospedeiros intermediários. Os ovos eliminados nas fezes e urina, 
chegando a água incorporam-se ao caramujo que após vários dias liberam em forma de cercarias as 
quais penetram através da pele do indivíduo que entrar em contato com a água. 
Profilaxia - tratamento da água de abastecimento. Disposição adequada dos dejetos humanos. 
Controle de animais infectados. Fornecimento de vestuário protetor: botas e luvas para os 
trabalhadores. Educação sanitária das populações das zonas endêmicas. 
 
3.1.7 - LEPTOSPIROSE 
Agente - Leptospira, bactéria contida na urina de ratos infectados que pode ser transportada 
pela água contaminada e pelo lixo. É uma doença que ataca o fígado, baço e causa hemorragia. 
 
3.2 - DOENÇAS CAUSADAS POR TEORES INADEQUADOS DE CERTAS 
SUBSTÂNCIAS 
 
3.2.1 - CÁRIE DENTÁRIA 
Agente - teor inadequado de flúor na água (teor abaixo de 0,6 mg/L ); 
Profilaxia - adicionar flúor em dosagem da ordem de 1,0 mg/L. 
 
3.2.2 - FLUOROSE DENTÁRIA 
Agente - teor inadequado de flúor acima de 1,5 mg/L que causa escurecimento dos dentes; 
 11
Profilaxia - eliminar o flúor em excesso ou trocar de manancial. 
 
 
3.2.3 - BÓCIO 
Agente - carência de iodo nas águas e nos alimentos; 
Profilaxia - adição de iodo a água ou a algum alimento ( pôr ingestão do sal).Trocar de 
manancial. As quotas diárias exigidas pelo organismo humano, para conferir imunidade ao bócio 
variam de 10 a 300 mg/dia. 
 
3.2.4 - SATURNISMO 
Agente - teor inadequado de chumbo ( deve ser inferior a 0,1 mg/L ). É causado pelo ataque de 
água agressiva ( com CO2 ) as canalizações de chumbo; 
Sintomas Gerais - envenenamento ( efeito cumulativo ); 
Profilaxia - controlar a agressividade da água. Evitar o uso de tubulação de chumbo ou de 
plásticos a base de chumbo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3- TABELA CONTENDO AS PRINCIPAIS DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA 
 
DOENÇA AGENTE CAUSADOR FORMA DE TRANSMISSÃO
Cólera Vibrião Colérico Via Oral 
Disenteria bacilar Bactéria Shigella Via Oral 
Febre Tifóide Bactéria Salmonella Typhi Via Oral 
Febre Paratifóide Bactéria Salmonella Paratyphoide Via Oral 
Diarréia Infantil Bactérias Intestinais Via Oral 
Poliomielite Vírus Via Oral 
Hepatite Infecciosa Vírus Via Oral 
Ancilostomiase Ancylostoma(helmintos) Via Cutânea 
 
Leptospirose 
 
Leptospira icterohaemorrahagiae 
através de pequenas feridas 
na pele ou nas membranas, 
mucosas, nariz e boca 
Esquistossomose Schistosoma Mansoni(verme) Via Cutânea 
 
 
 12
 
 
4 - UNIDADES CONSTITUTIVAS DE UM SISTEMA DE ABASTECIMENTO D’ÁGUA 
 
4.1 - MANANCIAL - É a fonte de onde a água é retirada para o abastecimento. 
 
4.1.1 - MANANCIAIS DISPONÍVEIS PARA ABASTECIMENTO 
 
-Água de chuva - geralmente armazenada em cisterna 
-Água do subsolo - lençol freático, artesiano e fontes 
-Água de superfície - rios, lagos, represas, etc. 
 
4.2 - CAPTAÇÃO - É a parte do sistema de abastecimento, pôr meio da qual a água é recolhida 
do manancial. Existem dois tipos de captação, superficial e subterrânea, utilizada de acordo com o 
manancial explorado. 
 
4.3 - ADUÇÃO - É a canalização que transporta a água da fonte de abastecimento ao sistema 
de distribuição. 
 
4.3.1 - CLASSIFICAÇÃO - Existem duas classes de adutoras : condutos forçados, nos 
quais corre sob pressão e condutos pôr gravidade, ou canais abertos, onde a água escoa pela ação da 
gravidade. 
 
4.4 - ELEVAÇÃO - A elevação torna-se necessária quando : 
 
- a altura da fonte de suprimentos de água é tal que ela não poderá escoar pôr gravidade para os 
encanamentos; 
- a pressão nas linhas distribuidoras deve ser aumentada; 
- a água precisa ser elevada de um nível a outro. 
 
4.5 - ESTAÇÃO DE TRATAMENTO - É a unidade onde se processa o tratamento da água 
objetivando torná-la própria para consumo humano. Os tipos de estação de tratamento adotados são em 
função das características da água. 
 
4.6 - RESERVAÇÃO - É a unidade que permite armazenar a água para atender as variações de 
consumo e as demandas de emergência da cidade. 
 
4.7 - TIPOS DE RESERVATÓRIOS 
 
 - Elevado 
 - Apoiado 
 - Semi - enterrado 
 - Enterrado 
 
 
 13
4.8 - DISTRIBUIÇÃO - Rede de distribuição representa o conjunto de tubulações e peças 
especiais, destinadas a conduzir a água até os pontos de tomada das instalações prediais. 
As tubulações distribuem água em marcha e se dispõem formando uma rede. 
A rede é construída para distribuir água potável; Para isto são exigidos certos requisitos: 
- Pressão : a rede dever ser operada em condições de pressão adequada; 
- Disponibilidade de água : deve-se supor uma continuidade no abastecimento. 
 
 ESQUEMA GERAL DE UM SISTEMA DE ABASTECIMENTO 
 
 
Fig.4.1 
LEGENDA 
 
a - manancial ( represa ) 
b - Captação 
c - Adução 
d - Elevação 
e - Estação de Tratamento 
f - Reservatório 
g - Rede de Distribuição 
 
 
 14
 
 
5 - TIPOS DE MANANCIAIS 
 
5.1 - SUPERFICIAIS - Constituídos essencialmente pôr rios, lagos naturais ou artificiais, 
reservatórios de acumulação, etc. 
 
5.2 - SUBTERRÂNEOS - Na camada subterrânea existem dois aqüíferos : o freático e o 
artesiano. 
 
- No lençol freático a água se encontra sobre a primeira camada impermeável e fica sob a 
pressão atmosférica. 
- Com relação ao lençol artesiano a água situa-se entre duas camadas impermeáveis submetidas 
a uma pressão maior que a atmosférica. Então os poços que atingem o lençol freático são chamados 
poços rasos e os que atingem o lençol artesiano são denominados de poços profundos ou artesianos. 
Veja a seguir esquema ilustrando os dois tipos de aquífero. 
 
Fig. 5.1 
 
 
 
 
 
 
 15
 
 
6 - CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS SEGUNDO O USO PREPONDERANTE 
 
 Na classificação a seguir foi baseada apenas no aspecto bacteriológico. 
 
6.1 - CLASSE ESPECIAL - Águas destinadas ao abastecimento doméstico, sem tratamento 
prévio, ou com simples desinfecção. 
 
6.2 - CLASSE I - Águas destinadas ao abastecimento doméstico após filtração e desinfecção, à 
irrigação de hortaliças e a natação. 
 
6.3 - CLASSE II - Águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento 
convencional, dessedentação de animais, à preservação da flora e fauna: 
- Limite para 80% das amostras mensais; 
- N.M.P. coliformes totais/100 mL = 5.000; 
- N.M.P. coliformes fecais/100 mL = 1.000. 
 
6.4 - CLASSE III - Águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento especifico, 
à irrigação e à harmonia paisagística e à navegação: 
- Limite para 80% das amostras mensais;- N.M.P. coliformes totais/100 mL = 10.000; 
- N.M.P. coliformes fecais/100 mL = 2.000. 
 
6.5 - CLASSE IV - Águas destinadas ao afastamento de despejos: 
- Limite para 80% das amostras mensais; 
- N.M.P. coliformes totais/100 mL = 20.000; 
- N.M.P. coliformes fecais/100 mL = 5.000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 - PROCESSOS DE TRATAMENTO EMPREGADOS NA ÁGUA PARA FINS DE 
ABASTECIMENTO 
 
7.1 - AERAÇÃO 
 16
 
7.1.1 - CONCEITO : É um processo de tratamento que consiste em provocar a troca de 
gases e substâncias voláteis, dissolvidas na água, pelo ar, de modo que haja um equilíbrio dessas 
impurezas. 
 
7.1.2 - APLICAÇÃO : A aeração recomenda-se para águas que apresentam carência ou 
excesso de gases intercambiáveis, bem como para as que contém CO2 em excesso, ferro dissolvido 
(facilmente oxidável), manganês e substâncias voláteis aromáticas de origem vegetal, acumuladas em 
represas e em processo de fermentação. 
 
7.1.3 - TIPOS DE AERADORES 
 
- Cascata 
 
Fig. 7.1 
- Bandeja 
 
Fig. 7.2 
 
 
- Ar Difuso 
 
Fig. 7.3 
 
 
- Aspersão 
 17
 
Fig. 7.4 
 
7.2 - COAGULAÇÃO - Tem pôr finalidade transformar as impurezas finais que se encontram 
em suspensão, em estado coloidal, e algumas que se encontram dissolvidas, em partículas que possam 
ser removidas pela decantação e filtração. Para isto adiciona-se a água bruta uma substância química 
especial, denominada coagulante que reagindo com a alcalinidade da água, forma, dentre outros , 
produto insolúvel destinado a remover as impurezas responsáveis pela Côr, Turbidez, bem como 
bactérias, vírus e outros elementos considerados indesejáveis. 
Esses aglomerados gelatinosos pôr sua vez se reúnem formando flocos. 
A coagulação pode ser considerada como uma neutralização entre partículas de cargas negativas. 
Seu objetivo é promover a clarificação da água que se completa através da câmara de mistura 
rápida, da câmara de floculação e do decantador, conforme figura a seguir. 
 
 
Planta de unidades de coagulação, floculação, decantação e mistura rápida 
Fig. 7.5 
 
 
A unidade de mistura rápida é destinada a criar condições para que, em poucos segundos, o 
coagulante seja uniformemente distribuído pôr toda a massa de água. 
 
 
 
 
 
 
 
 18
 
7.2.1 - PRINCIPAIS TIPOS DE UNIDADE UTILIZADAS COMO CÂMARAS DE 
MISTURA RÁPIDA 
 
- Não Mecanizadas 
 - Calha Parshall; 
Fig. 7.6 
 - Vertedouro Retangular; 
Fig. 7.7 
 
 - Vertedouro Triangular. 
Fig. 7.8 
 
- Mecanizadas 
Fig. 7.9 
 
Na câmara de mistura rápida a dispersão do coagulante na água é em função do seu grau de 
turbulência. O parâmetro usado é o gradiente de velocidade com valor na faixa de 700 a 2.000 s-1, 
geralmente em torno de 1.500 s-1 e é representado pela letra G ( Gê ). 
 
 
 7.2.1.1 - GRADIENTE DE VELOCIDADE - O gradiente de velocidade G é 
dado pelo quociente entre a diferença de velocidade de duas partículas P1 e P2, pela distância entre si ( 
dy ), segundo uma perpendicular à direção do escoamento do liquido, veja figura a seguir: 
 19
 
Fig. 7.10 
 
G dV
dy
V V
y y
=
−
−
=1 2
1 2
 (Equação 7.1) 
 
 O gradiente pode ser expresso em (m/s)/m ou s-1
A diferença de velocidade de duas partículas na água pode ser causada pela introdução no meio 
de um dispositivo mecânico. Caso isto ocorra o valor do gradiente é definido pela fórmula : 
G P=
μ
( 6. 2. 2 ) (Equação 7.2) 
onde : 
 P = Potência introduzida no liquido pôr unidade de volume; 
μ = Viscosidade absoluta do liquido ( Kgfs/m2 ). 
 
Entretanto, P pode ser determinado pela fórmula : 
P N t
V
=
⋅ ⋅ ⋅
⋅
2
60
π
 (Equação 7.3) 
 
Onde : 
 N = a velocidade do rotor em r.p.m. ( medida pelo instrumento tâcometro); 
t = torque ( medida pôr torcômetro); 
V = volume do líquido. 
 
fazendo a substituição na equação 7.2 de P expresso na equação 7.3. temos : 
 
G N t
V
=
⋅ ⋅ ⋅
⋅ ⋅
2
60
π
μ
 (Equação 7.4) 
 
 
 
 
 
 
 
 20
 
7.2.2 - QUANTIDADE DE COAGULANTE A SER APLICADO NO 
TRATAMENTO 
 
A dosagem ideal do coagulante e dos auxiliares eventuais da coagulação deve ser definida em 
laboratório, objetivando melhor eficiência e economia. 
Para isto faz-se uso do JAR-TEST ( Teste do Jarro ) como mostra a seguir: 
 
Fig. 7.11 
 
O aparelho em questão dispõe geralmente de 05 ou 06 jarros iguais, construídos em vidro ou 
acrílico, com capacidade cada de 1 ou 2 litros. Quando se faz o teste, coloca-se em cada um a mesma 
quantidade de água a ser tratada, submetendo a mesma velocidade de rotação, através de motor 
elétrico. 
No teste, cada copo simula a estação de tratamento, utilizando dosagens diferentes que são 
aplicadas simultaneamente. Após a conclusão do teste, ou seja coagulação(mistura rápida), floculação e 
decantação, o jarro que apresentar melhor resultado, a custa de menor quantidade de reagentes, é o que 
deve ser tomado como parâmetro para projeto e operação mais eficiente da estação. 
 
7.2.3- TIPOS DE COAGULANTES EMPREGADOS 
Em certos casos há necessidade de se adicionar substâncias à água para que se consiga uma 
purificação conveniente. Os produtos mais empregados com esta finalidade são : 
- Sais de Alumínio e Ferro: sulfato de alumínio, sulfato ferroso, sulfato clorado, sulfato férrico, 
etc. 
- Álcalis Para Promover e Manter a Alacalinidade: -Cal virgem (CaO); 
- Cal hidratada {(Ca (OH)2 ) }; 
- Barrilha ( Na2CO3), etc. 
 
Para um produto ser empregado como coagulante é necessário que reaja com álcalis produzindo 
precipitados floculentos. O motivo do largo emprego de sulfato de alumínio, prende-se ao fato de ter 
custo baixo e ser produzido em várias regiões do Brasil e também ser fácil de transportar e de manejar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21
Abaixo apresentamos uma TABELA que mostra diversos coagulantes e as faixas de pH em que 
geralmente se obtém as condições ótimas de tratamento. 
 
 
C O A G U L A N T E S F A I X A DE pH 
Sulfato de alumínio 5,0 À 8,0 
Sulfato Ferroso 8,5 À 11,0 
Sulfato Férrico 5,0 À 11,0 
Cloreto Férrico 5,0 À 11,0 
Sulfato Ferroso Clorado ACIMA DE 4,0 
Aluminato de Sódio e Sulfato de Alumínio 6,0 À 8,5 
 
 
A L C A L I N I Z A N T E S FÓRMULA QUIMICA 
Cal Virgem CaO 
Cal Hidratada Ca(OH)2
Carbonato de Sódio (Barrilha) Na2CO3
 
Normalmente são empregados para conferir alcalinidade a água para promover uma boa 
floculação ou para correção de pH. 
 
7.2.4 - PREPARAÇÃO DA SOLUÇÃO DE COAGULANTES E 
ALCALINIZANTES 
 
A preparação da solução do coagulante na tina faz-se da seguinte maneira: dissolve-se a 
quantidade que fôr recomendada do coagulante, sob constante agitação, e determina-se a sua 
concentração. 
 
 Exemplo : suponhamos que : 
 V = 5m3 ( volume da tina ) 
 100 Kg = coagulante dissolvido ( sulfato de alumínio ) 
 para expressar a concentração em g/m3 
 
c
coagulante g
m
g
m
g m
g
L
= = =
( )
( )
.
. /
volumedatina 3 3
3100 000
5
20 000
20
= 
 
 
Se determinarmos, mediante ensaio de coagulação, a quantidade de coagulante necessário para 
uma boa floculação na água a ser tratada, devemos calcular a vazão da solução de coagulante preparada 
na tina para adicionarmos a água. 
Admitamos que no ensaio de coagulação a dosagem ótima foi de 30 mg/L e a vazão da água 
bruta é de 60 m3/hora. 
 
 22
 
 
CÁLCULO DA VAZÃO DA SOLUÇÃO DE SULFATO A SER APLICADA 
 
DADOS: 
C
g
m L
= =
20 000
3
. 20g
- concentração de sulfato na tina 
 
d
mg
m m
= =
30
3
30g
3 - dosagem ótima encontrada 
 
Q
h
=
360m
- vazão da água a ser tratada 
 
q =? - Vazão da solução do coagulante a ser adicionada na água 
 
q
d Q
C
g
m
m
h
g
L
q
h
=
×
=
×
∴ =
30 60
20
3
3
90L
 
OBS : Para determinar a concentração do alcalinizante o processo é análogo. 
 
7.2.5 - EFEITOS QUE CAUSAM NA ÁGUA 
 
O sulfato de alumínio em virtude de ser um sal derivado de um ácido forte é corrosivo e de 
caráter ácido. Torna a água mais ácida ( baixa o pH ) e pôr isso a Tina de preparação da solução deve 
ser revestida de material resistente a corrosão. A cal como é basica eleva o pH da água tornando-a mais 
alcalina.7.2.6 - FATORES QUE INFLUEM NA COAGULAÇÃO 
 
- Espécie de coagulante, quantidade de coagulante : a quantidade de coagulante está relacionada 
com a turbidez e cor a serem removidas e ao teor bacteriológico. 
 Teor e tipo de cor e turbidez 
- Outras características químicas da água: alcalinidade natural, teor de ferro, matéria orgânica, 
etc; 
- Concentração hidrogeniônica da água ( pH ): sempre há um pH ótimo de floculação que se 
determina experimentalmente. 
 
 Tempo de misturas rápida e lenta 
 
Temperatura : a coagulação é melhor em temperaturas mais elevadas. Em temperaturas mais 
baixas espera-se maior consumo de coagulante. 
Agitação : se a velocidade de agitação for pequena, a formação de flocos diminui, o que 
dificulta a decantação. 
 23
Presença de núcleos : os coadjuvantes ( aditivos de floculação ) são substâncias capazes de 
promover núcleos mais densos para flocos mais pesados. 
Dosagem ótima de coagulante : é a menor dosagem de coagulante para se obter o melhor 
resultado, quanto à qualidade da água a ser tratada. A dosagem requerida para o tratamento de uma 
água é feita experimentalmente em laboratório. Esta experiência será rapidamente concluída se antes 
tivermos conhecimento da : 
 . Temperatura da água a se ensaiar; 
 . pH; 
 . cor; 
 . O2 consumido. 
 
Existe uma tabela que relaciona a dosagem de sulfato de alumínio com a turbidez da água bruta, 
dando já uma idéia. 
Sabemos que cada 1 mg de sulfato de alumínio requer 0,45 mg de alcalinidade de água. Para 
sabermos se a água tem alcalinidade suficiente, efetuamos as seguintes determinações: turbidez da 
água bruta e, mediante a tabela turbidez X dosagem, tomamos o valor máximo da dosagem de sulfato 
de alumínio correspondente. A dosagem máxima de sulfato multiplicada pôr 0,45 mg/L, dá a 
alcalinidade requerida para a completa reação do coagulante. 
 
 
7.2.7 - PRODUTOS AUXILIARES DA COAGULAÇÃO 
 
Em caso de necessidade, além da cal e do carbonato de sódio, pode-se utilizar outros auxiliares 
dependendo das características da água a tratar e do coagulante utilizado. 
 
Os principais são: 
 
a) Carvão ativado - Apresentando-se na forma de pó, tem grande poder de adsorção. Em vista disto, é 
utilizado no tratamento da água para remover gosto e odor produzidos por matéria orgânica; 
b) Betonita - Pode ser aplicada misturada com o sulfato de alumínio para melhorar a coagulação, em 
águas com teores baixos de cor e turbidez (principalmente). Em razão do seu poder absorvente, tem 
eficácia na remoção do gosto e odor resultantes de matéria orgânica; 
 
c) Ácido Sulfúrico - O ácido Sulfúrico que tem múltiplas aplicações pode ser empregado como auxiliar 
da coagulação de águas de cor e pH acentuadamente elevados; 
 
d) Sílica Ativada - Quando adicionada ao sulfato de alumínio ou sulfato ferroso, devido sua elevada 
carga negativa, promove a formação de flocos maiores, mais densos e resistentes, o que aumenta a 
eficiência da coagulação, principalmente para a remoção de dureza, desde que utilize o sulfato de 
alumínio; 
 
 
 
 
 
 24
e) Polieletrólitos - São polímeros de cadeia molecular grande que uma vez lançados na água, 
apresentam cargas distribuídas ao longo desta cadeia. Quando as cargas são positivas o polieletrólito é 
denominado de catiônico, quando negativas aniônico e quando não iônico é neutro. O polieletrólito 
usado com coagulantes metálicos comuns permite a redução da dosagem desses coagulantes, com o 
aumento da densidade e do tamanho dos flocos, o que implica em economia. 
 
7.3 - FLOCULAÇÃO (MISTURA LENTA) 
É um tipo de processo que permite que partículas instáveis sob o ponto de vista eletrostático, no 
meio da massa líquida, sejam forçadas a se movimentar, para que possam ser atraídas entre si formando 
flocos que, com a manutenção da agitação, tendem a aglutinar-se uns aos outros, tornando-se grandes e 
pesados, para em seguida serem sedimentados nas unidades de decantação. 
As câmaras de floculação são dimensionadas em função do gradiente de velocidade G e do 
período de detenção T , isto através de ensaios de floculação (jar-test), efetuados em laboratório. O 
tempo de detenção varia em torno de 20 a 40 minutos e os gradientes de 90 a 20 s -1. 
 
7.3.1 - TIPOS DE FLOCULADORES 
a) Hidráulico em câmaras com chicanas de fluxo vertical e horizontal, conforme ilustram as figuras 
a seguir: 
 
Fig. 7.12 
chicanas de fluxo vertical 
 
 25
 
Fig. 7.13 
chicanas de fluxo horizontal 
b) Mecânico - são construídos em câmaras nos tipo com eixos vertical e horizontal, com paletas, e do 
tipo turbina com fluxo axial. 
 Veja ilustração das figuras a seguir: 
 
 
EIXO VERTICAL EIXO HORIZONTAL 
fig. 7.13 Fig. 7.14 
 
 26
 
TURBINA DE FLUXO AXIAL 
Fig. 7.15 
 
As câmaras mecanizadas dispõem de dispositivos que permitem ajustar a velocidade de acordo 
com o gradiente desejado. A velocidade das pás ou palhetas gira em torno de 1 a 8 rotações por minuto. 
 
7.4 - DECANTAÇÃO OU SEDIMENTAÇÃO - a decantação é uma operação onde ocorre a 
deposição de matérias em suspensão pela ação da gravidade. É uma preparação da água para filtração. 
Quanto melhor a decantação, melhor será a filtração. 
 
 - Tempo de Detenção: o tempo que a água permanece no decantador é denominado tempo de 
detenção. 
 temos: T C
Q
= 
Onde: T = tempo de detenção (h) 
C = capacidade do decantador (m3) 
Q = vazão (m3/h) 
 
De acordo com a expansão acima, o tempo detenção corresponde ao necessário para encher o 
decantador com a vazão Q. 
Na seção de montante, a distribuição de partículas é uniforme e de diversos tamanhos. 
As partículas suspensas descem com velocidade constante, sem interferência mútuas, mantendo 
inalteradas sua forma, peso e tamanho, numa água que apresenta temperatura uniforme e invariável. 
Cada partícula que atinge o fundo é automaticamente eliminada, ou seja, fica em repouso. 
 
 
 
 
 
 
 27
Veja ilustração em seção longitudinal de decantação, abaixo, 
 
Fig. 7.16 
 temos: 
 
 L = comprimento do decantador 
 H = altura 
 V = velocidade horizontal da água 
 V1 = velocidade de decantação da menor partícula que se deseja remover. 
 
A partícula na posição a está na condição mais desfavorável para decantação. Para que isto ocorra é 
necessário que sua trajetória seja af. Caso isto aconteça, estando definidos L e H, o período de detenção 
deve igualar a 
L
V
H
V
=
1
 
Para as partículas com velocidade de decantação igual ou maior tem chance de ser eliminada, 
atingido o fundo antes da extremidade f. 
Os pontos a e b, com partículas com velocidade V1 menor que V, são desfavoráveis para 
eliminação. Para o ponto a, por exemplo, sua trajetória seria ae, o que não atingiria o fundo, que para 
isso teria que percorrer a trajetória af. 
As partículas elimináveis com velocidade V1 e V atendem à proporção: 
bc
ac V
V= 1 - devido à semelhança de triângulos. 
 
7.4.1 -TIPOS DE DECANTADORES: retangulares (os mais comuns), circulares, 
trapezoidais, de placas paralelas; estes dois últimos são mais modernos e de menores 
dimensões. 
 28
 
Fig. 7.17 
Corte longitudinal de um decantador convencional 
 
7.4.2 - MECANISMO DA DECANTAÇÃO - uma partícula está submetida a duas 
forças: 
 
 horizontal - devido ao movimento da água no decantador; 
 vertical - devido à ação da gravidade. 
 
Como existem espaços mortos, curto - circuitos, etc; o período de escoamento é sempre inferior 
ao teórico. 
 
7.4.3 - ZONAS DO DECANTADOR 
 
- Zona de turbilhonamento - é a parte de entrada da água onde as partículas estão em 
turbilhonamento. 
- Zona de decantação - é a zona onde não há agitação e as partículas avançam e descem 
lentamente, caminhando para a zona de repouso. 
- Zona de ascenção - é a zona onde os flocos que não alcançaram a zona de repouso seguem o 
movimento ascensional da água e aumentam a velocidade tornando - se máxima na passagem pelo 
vertedor. 
- Zona de repouso - é onde se acumula o lodo. Nesta zona não há influência da corrente de água 
do decantador, a nãoser que haja inversão das camadas de água pela brusca mudança de temperatura; 
fermentação do lodo, etc. 
 
7.4.4 - LAVAGEM DO DECANTADOR - o lodo que se acumula na zona de repouso, 
quando atinge outras zonas, começa a corrente de água ascendente arrastar os flocos indicando com 
isso que o decantador deve ser lavado. Pode acontecer que antes de atingir tal situação o lodo no 
interior comece a fermentar ocasionando desprendimento de gases que provocam cheiro e gosto 
desagradáveis no efluente da estação. Portanto deve-se lavar um decantador quando: a camada de lodo 
se torna espessa ou quando se inicia a fermentação. 
 
 29
 
O primeiro caso só se verifica quando há grande produção de lodo. O segundo caso ocorre 
quando há pouco lodo e a fermentação se inicia antes do lodo atingir a altura que impede a decantação 
normal dos flocos. O inicio da fermentação é notado através do aparecimento de pequenas bolhas de 
gás na zona de turbilhonamento. 
Além da produção de gosto e odor desagradáveis na água efluente, haverá levantamento de 
grandes placas de lodo na zona de decantação (jacaré). 
 
7.4.5 - DECANTADORES CONVENCIONAIS 
 
Condições para funcionamento normal: 
 
- Tempo de detenção = 2 à 4 horas; 
- Velocidade da água = em torno de 0,5 cm/s; 
- Taxa de escoamento = 5 à 80 m3 /m2 dia em função do tipo de partícula a remover; 
- Profundidade = 3,6 à 6,0 m para decantadores de escoamento horizontal; 
- Relação comprimento(L) Largura(B) = L=2,5 B (para melhor funcionamento o comprimento 
deve ser longo para evitar correntes transversais); 
- Dispositivo de entrada = normalmente utiliza-se cortina para que o fluxo horizontal seja 
 o mais uniforme possível. Veja figura 7.18 a seguir, 
 
Fig. 7.18 
 
- Dispositivo de saída = é comum usar canaletas ou vertedores no extremo de jusante dos 
 decantadores, principalmente nos retangulares. Veja um exemplo na figura 7.19 a seguir, 
 
Fig. 7.19 
 30
- A vazão por metro linear no vertedor da canaleta recomenda-se na faixa de 2 à 7 l/s. 
 
7.4.6 - DECANTADORES DE MÓDULOS TUBULARES OU DE PLACAS 
PARALELAS 
 
São decantadores de taxa acelerada, consequentemente de tempo de detenção reduzido. 
As taxas em função da área coberta pelos módulos estão compreendidas entre 180 e 240 m3/m2 dia. Isto 
corresponde a cerca de 5 vezes as taxas adotadas em decantadores convencionais. 
 
7.4.7 - MÓDULOS TUBULARES BRASILEIROS 
 
O módulo formado por duto de PVC de 4,9 x 8,8 cm, com paredes em torno de 1mm de 
espessura, pesa cerca de 28 kg por m2. 
A cor preta adotada foi pelo fato de ser mais desfavorável ao desenvolvimento de 
microorganismos. 
O ângulo de inclinação dos tubos deve ser mantido entre 55 e 600 . 
Os comprimentos dos tubos adotados, devem ser na faixa de 0,60 a 1,20m, em módulos com 
alturas de 0,53 a 1,06m. 
Tratando-se de placas a inclinação adotada é a mesma (600) e o espaçamento entre elas varia de 
5 a 6 cm, com comprimento obedecendo o mesmo critério adotado para os módulos. 
 
 Veja figura: 
 
Fig. 7.20 
 
7.5 - FILTRAÇÃO 
 
A filtração da água consiste em fazê-la passar através de substâncias porosas capazes de reter 
ou remover algumas de suas impurezas. Como meio poroso, emprega-se em geral a areia sustentada 
por camadas de seixos, sob as quais existe um sistema de drenos. 
 
 
 
 
 31
 
 
7.5.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS FILTROS 
 
7.5.1.1 - DE ACORDO COM A TAXA DE VELOCIDADE DE 
FILTRAÇÃO: 
 
- filtros lentos: funcionam com taxa média de 0,4 m3/m2/dia; 
- filtros rápidos: funcionam com taxa média de 120 m3/m2/dia. 
 
7.5.1.2 - QUANTO A PRESSÃO, OS FILTROS RÁPIDOS PODEM SER 
DE DOIS TIPOS: 
 
- De pressão: fechados, metálicos, nos quais a água a ser filtrada é aplicada sobre pressão 
(usados em piscinas, indústrias e companhias de saneamento). 
- De gravidade: os mais comuns. 
 
7.5.1.3 - QUANTO AO SENTIDO DO FLUXO: 
 - Descendentes: os mais comuns; 
- Ascendentes: os clarificadores de contato. 
 
7.5.2 - DEFINIÇÕES 
 
Areia: Grãos constituídos essencialmente de quartzo resultantes da desagregação ou da 
decomposição das rochas em torno de 99% de sílica. 
 
Tamanho Efetivo: Abertura da malha, em mm, da peneira que deixa passar 10% em peso de 
uma amostra, representativa de areia. Este valor é obtido graficamente. 
 
Coeficiente de Uniformidade: Relação entre abertura da malha da peneira, em mm, através da 
qual passa 60% em peso, de uma amostra representativa de areia, e o tamanho efetivo da mesma 
amostra. A abertura da malha que deixa passar 60% da amostra, é obtida graficamente. 
 
C U A
A
. = 60%
10%
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32
 
 
 
 
7.5.3 - ESPECIFICAÇÕES DOS MATERIAIS FILTRANTES 
 
7.5.3.1 - FILTRO LENTO: 
 
- camada suporte (seixo rolado - quartzo); 
- composição granulométrica de baixo para cima. 
 
DIÂMETRO (mm) ESPESSURA DAS CAMADAS 
63,50 à 31,70 15 cm 
31,70 à 19,10 10 cm 
19,10 à 12,70 9 cm 
12,70 à 6,35 8 cm 
6,35 à 2,00 8 cm 
Total 50 cm 
 
CAMADA DE AREIA 
 
DIÂMETRO (mm) ESPESSURA DAS CAMADAS
Espessura da camada 1,00 m 
Diâmetro Efetivo, Def 0,30 mm 
Coeficiente de Desuniformidade, Ddu 2,50 
Diâmetro de maior grão 1,41 mm 
Diâmetro de menor grão 0,149 mm 
D10 0,30 mm 
D60 0,75 mm 
 
7.5.3.2 - FILTRO RÁPIDO DE GRAVIDADE 
 
AREIA SELECIONADA 
 
Diâmetro Efetivo, Def 0,50 mm 
Coeficiente de Desuniformidade, Ddu 1,45 
Diâmetro de maior grão 1,68 mm 
Diâmetro de menor grão 0,42 mm 
 
 
 
CAMADAS DE PEDREGULHO(SUB-CAMADAS) 
 33
 
DIÂMETRO (mm) ESPESSURA
1” - 2” 23 cm 
1/2” - 1” 10 cm 
1/4” - 1/2” 10 cm 
1/8” - 1/4” 10 cm 
Total 53 cm 
 
 
7.5.3.3 - FILTRO DE FLUXO ASCENDENTE 
 
CAMADA DE AREIA 
 
DIÂMETRO (mm) ESPESSURA DAS CAMADAS
Espessura da camada 1,80 m 
Diâmetro Efetivo, Def 0,75 mm 
Coeficiente de Desuniformidade, Ddu 1,60 
Diâmetro de maior grão 1,680 mm 
Diâmetro de menor grão 0,590 mm 
D10 0,75 mm 
D60 1,20 mm 
 
Camada Suporte (Seixo Rolado) 
Composição Granulométrica de baixo para cima 
 
DIÂMETRO (mm) ESPESSURA DAS SUBCAMADAS 
63,50 à 31,70 15 cm 
31,70 à 19,10 10 cm 
19,10 à 12,70 9 cm 
12,70 à 6,35 8 cm 
6,35 à 2,00 8 cm 
Total 50 cm 
 
7.5.4 - CONDIÇÕES ESPECIFICAS DE AREIA PARA LEITO FILTRANTE 
- A solubilidade em ácido não deve exceder de 5% e a perda ao fogo ser menor que 0,7%. 
- O tamanho efetivo e o coeficiente de uniformidade devem atender aos valores especificados 
pelo comprador. 
 
 
 
7.5.5 - OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS DIVERSOS TIPOS DE FILTROS 
 
 34
7.5.5.1 - FILTRO RÁPIDO DE GRAVIDADE CONVENCIONAL 
Funcionamento: 
A água procedente do decantador, alimenta o filtro, através de canal ou tubulações, 
armazenando-se no reservatório, conforme ilustra esquema a seguir. 
Durante a filtração a água vai se processando a velocidade constante, por intermédio de um 
controlador de vazão, consequentemente a areia vai se colmatando aos poucos, em decorrência da 
detenção das partículas em suspensão (flocos), carreadas para o filtro. Ao mesmo tempo a perda de 
carga vai aumentando até atingir um valor limite o qual não deve ser ultrapassado. 
 
Esquema de um filtro rápido convencional 
Fig. 7.21 
Limpeza: 
Quando a perda de carga atinge o limite, geralmente em torno de 2,5 m.c.a, recomenda-se a 
lavagem através da inversão de corrente. Para isto, fecha-se os registros de entrada e saída, após o nível 
da água ficar a uns 10 cm acima do leito filtrante e em seguida abre-se o registro 3 (esgoto) e logo 
após, de forma gradativa, o de no 4 que recebe água do reservatório de lavagem. Essa abertura deve ser 
lenta e gradual para expulsão do ar sem danificar o sistema de drenagem do filtro. 
 
 
 
 
 
 
A vazão de lavagem é cerca de 8 vezes maior que a de filtração. A água quando começa cair na 
canaleta apresenta-se bastante turva, e após 5 a 7 minutos começa-se a clarear indicando que a areia 
está limpa, oportunidade em que são fechados os registros 3 e 4 e abertos os de no 1 e 5, sendo que este 
 35
último só quando a água atingiro nível de filtração (N.A. máx). O registro 5 só deverá ficar aberto o 
tempo suficiente para expurgar a primeira parcela d’água filtrada, tempo esse de alguns minuto, em 
seguida é fechado e aberto o no 2 para reiniciar a filtração. 
O controlador de vazão, devido a problema de custo e de ordem operacional está havendo uma 
forte tendência de substituição dos filtros com esse dispositivo por unidades de filtração com taxa 
declinante. 
 
7.5.5.2 - FILTROS DE PRESSÃO 
 
Os filtros de pressão tem muita coisa em comum em relação aos filtros de gravidade. Diferem 
apenas por serem fechados, confeccionados em metal, de forma cilíndrica, e operarem sob pressão. Sua 
pressão varia de 10 à 50m e a perda de carga máxima é da ordem de 7 metros. 
 
Figura de um filtro de pressão 
Fig. 7.22 
Quanto aos princípios de funcionamento e lavagem são análogos aos dos filtros rápidos 
convencionais. 
 
7.5.5.3 - FILTRAÇÃO RÁPIDA COM TAXA DECLINANTE 
Os filtros que compõem uma bateria, o nível d’água é o mesmo em um determinado instante, 
embora variando entre um máximo e um mínimo, sendo esse máximo garantido pelo nível d’água da 
saída do decantador e o mínimo pela soleira do vertedor situado no reservatório de água filtrada. 
 
 
 
 
 
Característica do Sistema 
 36
Nesse tipo de sistema, caracteriza-se por existir um conduto comum de água decantada não 
existindo controlador de vazão na entrada de cada filtro. Esse conduto ou canal deverá ser de secção 
suficientemente grande para servir aos filtros com suas vazões variáveis e com pequena perda de carga. 
O vertedor situado no interior do reservatório de água filtrada, destina-se principalmente a 
impedir a ocorrência de carga negativa no leito de areia. 
O funcionamento de um filtro, após a lavagem, caracteriza-se por apresentar seu nível na 
posição mais baixa, por sinal no mesmo dos demais. 
Nesse momento a maior taxa de filtração, na bateria, ocorre exatamente nesse mesmo filtro e a 
menor no próximo a ser lavado. 
 
Filtração com taxa declinante 
Fig. 7.23 
 
7.5.5.4 - FILTRAÇÃO COM LEITO DUPLO 
A areia usada em filtro rápido tem granulometria com tamanho efetivo entre 0,45 à 0,55mm e 
coeficiente de uniformidade de 1,3 à 1,7 de onde se conclui que seus grãos são de tamanhos diferentes. 
Na lavagem, após a expansão da areia, há uma tendência das partículas menores ficarem em 
cima, devido a problema de peso. 
Devido a isto, na filtração, apenas os primeiros centímetros da areia retém as impurezas 
(flocos). Caso fosse o inverso, apenas as impurezas diminutas ficariam retidas na areia fina, camadas 
inferiores, o que sem dúvida traria uma ação mais efetiva em toda sua espessura e não apenas nas 
primeiras camadas. 
A conclusão que se chega a essa hipótese é que a perda de carga seria menor, após um período 
de filtração de determinada quantidade de água, aumentando dessa forma a taxa de filtração e o período 
de funcionamento do filtro entre duas lavagens consecutivas. 
 37
Devido com a areia não ser possível essa hipótese, lança-se mão de outro material 
complementar, de grãos maiores, porém de menor densidade, o que possibilita manter-se sobre a areia 
após a lavagem do filtro. 
O material geralmente empregado com esse fim é o antracito de densidade 1.5 e tamanho 
efetivo de 1 à 1,4mm o que para a areia respectivamente seria 2,65 e 0,45 à 0,55mm. 
 
7.5.5.5 - FILTRAÇÃO ASCENDENTE (FILTRO RUSSO) 
Para evitar a expansão da areia na própria filtração, recomenda-se taxa de 120 m3 /m2/dia, 
tolerando-se o valor máximo de 146 m3/m2/dia, isto considerando tamanho efetivo de 0,55 à 0,65mm e 
coeficiente de uniformidade de 2,5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38
 
 
 
 
 
 
 
Para a vazão de lavagem recomenda-se taxa da ordem 1.100 m3/m2/dia à 1.300 m3/m2/dia. A 
operação de lavagem assemelha-se a recomendada para filtros de gravidade convencionais com 
restrição apenas que antes de iniciar a lavagem propriamente dita, lança-se para o esgoto toda água 
armazenada no filtro acima da camada filtrante. Isto para que os flocos retidos no interior, das camadas 
sejam arrastados para os esgotos. 
 
Filtro upflow, filtro russo ou clarificador de contato 
Fig. 7.24 
 
7.5.5.6 - FILTRAÇÃO LENTA 
É usada para remoção de teores pouco elevados de cor e turbidez (cor + turbidez ≤ 50 mg/L) 
sem auxilio de coagulação. Geralmente são aplicados em pequenas comunidades. Tem forma 
retangular em grande parte e, devido baixa taxa de filtração, são relativamente grandes. 
Durante a filtração a taxa é normalmente mantida constante. Usualmente, tanto a tubulação 
influente quanto a efluente são equipadas com válvulas automáticas ou manuais para fazer com que as 
taxas de filtração permaneçam constantes. 
 39
 
Filtro de areia, diagrama da seção - Fig. 7.25 
 
A figura 7.25 mostra um diagrama da seção transversal de um filtro, ilustrando a sua operação. 
Admita-se que o filtro tenha sido limpo, preenchido com água e esteja pronto para entrar em operação, 
com a válvula da tubulação efluente fechada. Se um tubo piezométrico for colocado nessa linha, antes 
da válvula, o nível de água neste tubo estará exatamente ao mesmo nível da água acima da areia como 
indicada pelo ponto A no diagrama. 
 
Operação do Filtro Lento: após carregar o filtro, abre-se o influente e a descarga. 
A água no inicio da operação não é de boa qualidade e deve ser desprezada até que na descarga 
apresente-se com a qualidade desejada. 
 
Amadurecimento do Filtro: a medida que o filtro funciona pela descarga, a areia vai retendo o material 
mais grosso em suspensão: algas, protozoários, etc, que vai formando sobre ela uma camada de lodo 
(camada biológica). 
A medida que ela se forma, por ser gelatinosa vai absorvendo partículas menores (colóides, 
emulsóides, etc) e melhorando a qualidade da água. Só quando a água está em boas condições pelo 
tratamento, fecha-se a descarga e abre-se o efluente enviando a água para o reservatório de 
distribuição, depois de clorada e corrigido o pH. A operação de amadurecimento pode levar de 2 à 3 
semanas e o filtro assim operado pode fornecer água de boa qualidade por 2 à 3 semanas. 
 
Perda de Carga: continuando a filtração, a camada de lodo vai aumentando e oferecendo maior 
resistência à passagem da água (perda de carga) e o filtro vai perdendo vazão. Quando a perda de carga 
atingir de 0,90 à 1,50m (limite comum 1,20) o filtro deve ser lavado, pois já não oferece vazão 
econômica. 
 
Lavagem do Filtro Lento: ao atingir o limite de perda de carga, fecha-se o influente e deixa-se que a 
água seja drenada através do filtro. Ao atingir a superfície da areia, fecha-se o efluente. Exposta ao sol, 
a camada de lodo se contrai formando placas que podem ser facilmente removidas; ou retira-se uma 
camada(enquanto úmida) de 1 à 2cm de areia com lodo de toda a superfície filtrante. O filtro pode ser 
limpo diversas vezes antes da reposição de qualquer areia retirada; entretanto, recomenda-se que a 
 40
profundidade de areia no filtro nunca deve ser menor do que 60 à 75 cm, uma vez atingida essa 
profundidade, toda areia removida, em diversas limpezas, deve ser lavada e estocada para posterior 
recolocação. 
 
7.6 - DESINFECÇÃO 
A desinfecção deve ser em caráter corretivo ou preventivo. 
Conceito: consiste na destruição de organismos causadores de doenças e de outros de origem fecal, 
mas não necessariamente a destruição completa de formas vivas. Este último caso designaremos por 
esterilização. 
 
7.6.1 - DESINFETANTES MAIS EMPREGADOS 
a) A base de cloro 
- cloro líquido ou gasoso (Cl2) - 99,9% de cloro disponível; 
- Hipoclorito de cálcio (Ca(OCl)2 - 65% de cloro disponível; 
- Hipoclorito de Sódio (Na OCl) - 10% de cloro disponível; 
- Água Sanitária - 2,5% de cloro disponível; 
- Cal Clorada (CaOCl2) - 30% de cloro disponível. 
 Vantagens do Cloro - deixa resíduo. 
 - preço baixo. 
 Desvantagens do Cloro - não é tão eficiente. 
 - não pode aplicar superdosagens. 
 
b) Ozônio: produzidono local de aplicação. 
Além de desinfetante é usado como redutor de odor, gosto, ferro e manganês. 
Vantagens - ação bacterecida 30 à 300 vezes mais rápido que o cloro para o mesmo tempo 
 de contato. 
 - não há perigo de superdosagens. 
 
Desvantagens - não tem ação residual. 
 - muito gasto com energia. 
 
c) Desinfecção pelo calor 
 
Vantagens - facilidade Desvantagens - alto custo 
 - eficiente - não tem ação residual 
 
d) Desinfecção por Irradiações - é efetuada por luz ultravioleta, através de lâmpada de vapor de 
mercúrio com bulbo de quartzo. 
 Vantagens: - não altera gosto e odor; 
- período de contato pequeno; 
- dosagens alta não é prejudicial. 
 Desvantagens: - não tem ação residual; 
 - esporos, cistos e vírus são resistentes; 
- custos elevados. 
 
Reações do Cloro com a Água 
 41
 
Cl2 + H2O↔HOCl + H+ + Cl-
 
- para pH baixo a reação se desloca para a esquerda. 
- para pH acima de 4, desloca-se para a direita. 
 
O Ácido Hipocloroso é fraco e pouco dissociado em pH abaixo de 6. 
 
 HOCl↔H+ + OCl- 
 
 [ H+ ] [OCl-] = 2,7 x 10-8
 [ HOCl] 
 
 
Fig. 7.26 
 
O cloro na forma de ácido hipocloroso e de íon hipoclorito é definido como cloro residual livre. 
 
 Reações dos Hipocloritos com a Água 
 
 Ca(OCl)2 + H2O ↔ Ca++ + 2OCl- + H2O 
 NaOCl + H2O ↔ Na+ + OCl- + H2O 
 
 Cloro Combinado - O cloro com a amônia reage e forma compostos denominados cloraminas. 
 NH4+ + HOCl ↔ NH2Cl + H+ + H2O 
 NH2Cl + HOCl ↔ NHCl2 + H2O 
 NHCl2 + HOCl ↔ NCl3 + H2O 
 42
 
Fig. 7.27 
 
O ponto máximo é atingido quando toda a amônia se combinou com o cloro. 
 
Reações após o máximo da curva: 
 2NH2Cl + HOCl ↔ N2 + 3HCl + H2O 
 Quando só há dicloraminas esta se decompõe 
 2NHCl2 ↔ N2 + 2HCl + Cl2
 Esquema das Reações 
 
Fig. 7.28 
 
A Ação do Cloro Depende: 
 
a) da sua concentração; 
b) da forma como se apresenta: cloro livre ou cloro combinado; 
c) do tempo de contato; 
d) da temperatura; 
e) do pH já que influi na dissociação do ácido hipocloroso; 
f) do tipo de microrganismos a ser destruído; 
h) da turbidez; 
i) do grau de mistura. 
 
 
 43
7.7 - REMOÇÃO DE DUREZA 
A dureza é causada pelos sais de cálcio e magnésio presentes na água. Os processos mais 
empregados para remoção são: cal soda, resina e eletrodiálise. 
 
7.7.1 - PROCESSO CAL SODA - consiste na remoção total ou parcial de Ca ou Mg 
nela presentes, quase sempre nas formas de bicarbonatos, sulfatos e cloretos. O processo pode ser 
através de : 
- cal soda a frio: para dureza > 150, reduz para 15 à 30 p.p.m. 
- cal soda a quente: com fosfato trissódico, para dureza > 150, reduz para 5 à 15 p.p.m. 
 Reações 
a) Ca (HCO3)2 + Ca (OH)2 → 2 Ca CO3↓+ 2 H2O 
b) Mg (HCO3)2 + 2 Ca(OH)2 → Mg (OH)2↓ + 2Ca CO3↓+ 2 H2O 
c) Mg CO3 + Ca(OH)2 → Mg (OH)2↓ + Ca CO3↓ 
d) Mg SO4 + Ca(OH)2 → Mg (OH)2↓ + Ca SO4 
e) Ca SO4 + Na2 CO3 → Ca CO3↓ + Na2 SO4
f) CO2 + Ca (OH)2 → Ca CO3↓ + H2O 
 
 
 
 
 
 
 
7.7.2 - ABRANDAMENTO POR TROCA IÔNICA 
a) Abrandamento por troca de Cations (Resina) 
Quando a resina é da forma hidrogeniônica (fracamente ácida) o processo é análogo, sendo que 
a regeneração é com ácido clorídrico ou sulfúrico. 
 
Fig. 7.29 
 
 
EXEMPLO DE REAÇÕES: 
 44
 
No abrandamento: 
Ca SO4 + R-2Na+ → R-Ca + Na2 SO4
 
Na lavagem: 
R-Ca + 2NaCl → R-2Na + CaCl2 
 
b) Por desmineralização de águas 
Conceito: É o processo de remoção praticamente total dos íons em uma água, através de resinas 
catiônicas e aniônicas. Como a desmineralização da água consiste na remoção dos íons nela presentes, 
o processo é também chamado de deionização. 
Esquema 
 
Fig. 7.30 
 Reações 
 
a) com as resinas catiônicas 
 Ca (HCO3)2 + RH2 → RCa + 2 H2CO3
 Ca SO4 + RH2 → RCa + H2 SO4
 Mg SO4 + RH2 → RMg + H2 SO4
 
b) com as resinas aniônicas 
 
 H2 CO3 + R(OH)2 → RCO3 + 2 H2O 
 H2 SO4 + R(OH)2 → RSO4 + 2 H2O 
 2 HCl + R(OH)2 → RCl 2 + 2 H2O 
 
7.7.3 - ELETRODIÁLISE: 
É um tratamento que consiste na remoção dos íons presentes na água, provenientes dos sais 
minerais dissolvidos, através da influência do campo elétrico, formado entre dois eletrodos, entre os 
quais são colocadas paralelas e alternadamente membranas catiônicas e aniônicas, confeccionadas 
especialmente a base de pergaminho ou matéria plástica com porosidade que permite a passagem dos 
 45
catiôns e ânions ou mesmo a retenção, conforme o caso. Em razão disto, em certos compartimentos 
obtém-se água doce e em outros, água mais salgada (salmoura). 
Considerando que a quantidade de eletricidade gasta no processo é em função do teor de sal na 
água, conclui-se que tal processo é mais econômico para águas salobras que para água do mar. 
 
Planta esquemática da eletrodiálise para dessalinização da água 
Fig. 7.31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.8 - CONTROLE DE GOSTOS E ODORES 
 
7.8.1 - CAUSAS DE GOSTOS E ODORES 
 
- certos minerais causam gosto; 
- gostos e odores são causados pela morte e apodrecimento de plantas do tipo algas; 
- outros causadores de gosto e odores são compostos de clorofenóis; 
- outras causas despejos de indústrias, matéria orgânica dissolvida e gases; 
- minerais tais como Fe, SO4, Mg, Na2 SO4, NaCl e Cloro excessivo. 
 
7.8.2 - TRATAMENTO PREVENTIVO COM SULFATO DE COBRE 
Tem por finalidade evitar o crescimento de algas. Se as algas já estão bastante crescidas poderá 
causar contratempos com a morte das mesmas, uma vez que elas apodrecem. 
 
7.8.3 - TRATAMENTO COM AMÔNIA E CLORO 
Esta combinação é também um agente eficiente para a remoção de gostos e odores. 
 
 46
7.8.4 - TRATAMENTO COM CARVÃO ATIVADO 
A ação adsorvente do carvão, seguida da sedimentação e filtração, produz completa remoção 
das substâncias causadores de gostos. 
Pode ser aplicado antes ou depois da coagulação e antes da filtração. 
Quantidade - 0,12 à 60 p.p.m. 
Outros Tratamentos 
- Remoção de gostos pela Aeração; 
- Pré-cloração; 
- Permanganato de potásio - dosagens 0,2 à 0,5 p.p.m; 
Obs: coloração rósea no filtrado indica, excesso de permanganato. 
 
7.9 - CONTROLE DE CORROSÃO 
 
7.9.1 - CAUSAS DA CORROSÃO NOS ENCANAMENTOS 
A água tem tendência de dissolver o ferro e outros materiais. Esta tendência é fraca para 
algumas águas e forte para outras. 
- Proteção - revestimento conveniente ou depósito de carbonato ou óxido de ferro formado pela 
ação química da água. 
- Agressividade da água - depende de dois fatores: relação entre o pH e alcalinidade e a relação 
entre gás carbônico livre e alcalinidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Relação entre os valores do pH e da Alcalinidade 
 47
 
Fig. 7.32 
 
b) Relação entre a quantidade de gás carbônico livre e a alcalinidade 
 
Fig. 7.33 
 
Ensaio de Mármore para o equilíbrio do Carbonato 
 
- Coloca-se numa garrafa de boca larga água filtrada e juntam-se pedaços de carbonato de 
cálcio puro (mármore ou de calcita). 
 
 
 
 
 
 
 48
 
7.10 - FLUORETAÇÃO 
 
7.10.1 - HISTÓRICO - onde há 1,0 mg/L de F- em água natural há menos incidência de 
cárie que nos lugares onde não existe. 
- Significado sanitário - É amplamente conhecido que o F- têm efeito benéfíco na prevenção da 
cárie dentária. Entretanto em concentrações elevadas pode causar fluorose, ou seja, uma deposição 
escura marron - roxo nos dentes e também nos ossos. 
 
7.10.2 - DOSAGENS ÚLTIMAS DE FLÚOR 
 
Temperatura Média Anual das Máximas 
Diárias 
Concentração Ótima de Flúor em mg/L
10,0-12,1 1,2 
12,2-14,6 1,1 
14,7-17,7 1,0 
17,8-21,4 0,9 
21,5-26,3 0,8 
26,4-32,5 0,7 
32,6-37,5 0,6 
 
Obs: Segundo a OMS recomenda-se um limite máximo de 1,5 mg/L 
 
7.10.3 - FONTES DE FLÚOR 
Sólidos - Fluoreto de sódio (NaF) : Solub-4%, Pureza-98%, Teor em F- 43% 
- Fluorsilicato de Sódio (Na2SiF6) - Solub-0,4%, Pureza-98%, Riqueza em F- 60% 
- Fluorsilicato de Amônia (NH4)2 SiF6
Líquido - Ácido Fluorídrico (HF) 
 - Ácido Fluorsílicico (H2SiF6) 
 
7.10.4 - APLICAÇÃO: NA FLUORETAÇÃO DAS ÁGUAS DE 
ABASTECIMENTO PÚBLICO PERFEITAMENTE POTÁVEIS. 
 
7.11 - REMOÇÃO DE FERRO E MANGANÊS 
O ferro e o manganês podem ser removidos pela aeração,pelo coágulo - sedimentação, pelos 
processos de remoção de dureza e até através do uso de peróxido de hidrogênio. 
 
7.11.1 - PELA AERAÇÃO - certos compostos inorgânicos de ferro e manganês, uma 
vez oxidados, transformam-se em hidróxido insolúveis que são eliminados através de decantação e 
filtração. Isto acontece mais em águas limpas procedentes de poços. 
 
7.11.2 - PELO COÁGULO - SEDIMENTAÇÃO - remove-se principalmente o 
manganês, desde que se use cal para elevar o pH da água e, em segunda, um sal de ferro empregado 
como coagulante. 
 49
 
7.11.3 - PELO USO DA CAL - a cal destinada a remoção de dureza, tem condições 
também de eliminar o ferro e o manganês. 
 
7.11.4 - PELO PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO - técnicos da SANASA - Campinas - 
SP, efetuaram testes com peróxido de hidrogênio, para remoção de ferro e manganês, e obtiveram 
resultados excelentes, dosando-o com concentração na faixa de 0,25 à 0,35 p.p.m, inclusive reduzindo 
o custo em 50% com relação ao processo empregado com permanganato de potássio. A escolha do 
processo é em função da forma como as impurezas do ferro se apresentam. Por exemplo, se o ferro se 
apresentar associado a matéria orgânica, as águas não dispensam o tratamento quimico, ou seja 
coagulação, floculação, decantação e filtração. 
 
7.12 - TRATAMENTO ATRAVÉS DE OSMOSE REVERSA 
 
7.12.1 - DESCRIÇÃO DO PROCESSO 
Para que possamos entender melhor o processo de osmose reversa, lembremos o fenômeno de 
osmose natural: 
O fenômeno de osmose natural ocorre da seguinte forma: colocando-se soluções de 
concentrações diferentes separadas por uma membrana semi - permeável, a água da solução diluída 
fluirá naturalmente através da membrana, para a solução mais concentrada até atingir o equilíbrio 
osmótico. 
Quando isso ocorre, o nível líquido da solução mais concentrada fica acima do nível 
correspondente a coluna da solução mais diluída. 
Esta diferença de coluna (ΔH), denomina-se pressão osmótica. 
O processo de osmose reversa é obtido através de aplicação de uma pressão superior a pressão 
osmótica (ΔH), do lado da solução mais concentrada, forçando o fluxo através da membrana semi - 
permeável, assim permitindo-se obter solução pura do outro lado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 50
OSMOSE NATURAL 
 
FIG. 7.34 
 
 
7.12.2 - PRINCIPAIS APLICAÇÕES DO SISTEMA DE OSMOSE REVERSA 
- Dessalinização de água para uso humano e industrial: 
 * Dessalinização de água salobra; 
* Dessalinização de água do mar. 
 
- Tratamento de água para uso industrial: 
 * Água desmineralizada para alimentação de caldeiras; 
 * Água desmineralizada ultra pura para lavagem de micro circuitos na indústria 
eletrônica 
 * Tratamento de efluentes industriais; 
 * Recuperação de água em indústrias de bebidas. 
 
- Tratamento para uso farmacêutico/medicina 
 * Água para injetáveis; 
 * Água para enxágüe final de vidros ampolas; 
 * Diálises; 
 * Limpeza e lavagem de frascos. 
 
7.12.3 - UNIDADES COMPONENTES DO SISTEMA DE OSMOSE REVERSA 
 
- Filtro de Cartucho 
A água de alimentação da osmose reversa deverá obrigatoriamente passar pelo(s) filtro(s) de 
cartucho(s) instalado(s) na entrada do sistema, com objetivo de remover sólidos suspensos maiores 
que 5,0 μm. 
 51
- Bomba de alta pressão 
 Após filtro de cartucho, a água seguirá para(s) bomba(s) de alta pressão, com objetivo de 
fornecer uma pressão superior a pressão osmótica (ΔH). 
 
- Permeadores 
A água já em alta pressão segue para o(s) vasos(s) de pressão onde estão contida(s) a(s) 
membrana(s) de osmose reversa. O(s) conjunto(s) vaso(s) e membrana(s) denomina(m)-se 
permeador(es). 
Parte da solução que transpassar a(s) membrana(s), tem alta qualidade de pureza, sendo esta 
denominada de produto ou permeado. 
A parte da solução que não transpassar a(s) membrana(s) de concentração superior é 
denominada de rejeito. 
 
FLUXO TÍPICO DE OSMOSE REVERSA 
 
Fig. 7.35 
PI = MANÔMETRO 
FI = ROTÂMETRO 
CI = CONDUTIVÍMETRO 
PS = PRESSOSTATO DE PROTEÇÃO DA BOMBA 
 
7.12.4 - CONTROLE DO SISTEMA DE OSMOSE REVERSA 
Para o controle da operação do sistema de osmose reversa utiliza-se os seguintes instrumentos: 
- Rotâmetros de medição de vazão do rejeito e permeado; 
- Condutivímetro para controle de água produzida; 
- Manômetros de medição de pressão; 
- Pressostato de baixa pressão para proteção da bomba de alta pressão. 
 
Observação - Caso o filtro cartucho esteja acentuadamente colmatado, impedindo a passagem da água 
de alimentação, o pressostato desliga a bomba interrompendo assim o funcionamento. 
 
7.12.5 - MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE OSMOSE REVERSA 
 
- Limpeza Química 
Após algum tempo de uso ocorre uma deposição de sais na superfície da membrana de osmose 
reversa. Proporcional a concentração de sais minerais dissolvidos na água. 
 52
 Esta incrustação provoca uma queda gradativa na vazão produzida pelo sistema e aumento 
gradativo da pressão de operação. 
Estes sinais indicam a necessidade de limpeza química nas membrana, que ocorre em média a 
cada 03 meses de operação. 
Para a remoção das incrustações na superfície da membrana, a limpeza química é realizada 
utilizando-se produtos ácidos ou alcalinos dependendo do tipo de incrustração ocorrida. 
 
7.12.6 - ÁGUA DE ALIMENTAÇÃO DO SISTEMA DE OSMOSE REVERSA 
A qualidade da água bruta à ser tratada no sistema de osmose reversa, é um fator importante 
para uma operação bem sucedida do processo. 
A água de alimentação do sistema de osmose reversa deverá obedecer os seguintes parâmetros 
de qualidade: 
 - Temperatura não superior à 50 0C; 
 - SDI (Silt Density Index) menor que 5; 
 - pH maior que 2,0 e menor que 11,0; 
 - Teor de ferro menor que 0,3 ppm; 
 - Teor de cloro menor que 0,1 ppm; 
 - Turbidez menor que 1,0 NTU; 
 
Caso a água bruta não obedeça a qualidade referida, então deverá ser previsto um pré - 
tratamento anterior ao sistema de osmose reversa, que geralmente são: 
 - ETA para remover cor ou turbidez; 
 - Filtro de areia; 
 - Filtro de carvão; 
 - Dosagem de anti - incrustante. 
8. TIPOS DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA 
 
8.1 - ESTAÇÃO DE TRATAMENTO CONVENCIONAL 
É um tipo de estação indicada para águas de superfícies que apresentam teores de cor e turbidez 
elevados. As unidades componentes são: Aeração (em caso específico), Coagulação, floculação, 
decantação, filtração, desinfecção e correção de pH. 
 
 
Fig. 8.1 
 53
 
Disposição esquemática de uma Estação de Tratamento de Água(coagulação, floculação, decantação e 
filtração rápida) 
 
8.2 - FILTRO LENTO 
Tratamento recomendado para águas cuja soma de cor mais turbidez seja inferior a 50 p.p.m. 
Unidades componentes - Filtração e desinfecção. 
 
 
Corte longitudinal de um filtro lento 
Fig. 8.2 
 
8.3 - FILTRO RUSSO OU CLARIFICADOR DE CONTATO 
Tratamento recomendado para águas de turbidez baixa ou moderada, pouco contaminada e de 
baixo teor de sólidos em suspensão. 
Unidades componentes: Coagulação (mistura rápida), floculação, filtração e desinfecção. 
 
Filtro Russo 
Fig. 8.3 
8.4 - ESTAÇÃO COMPACTA 
É uma estação convencional funcionando sob pressão. 
 54
Unidades componentes: Coagulação (mistura rápida), floculação (mistura lenta), decantação, 
filtração e desinfecção. 
 
A - Chegada de água bruta H - Floco - decantador 
B - Saída de água tratada I - Filtros 
C - Entrada de água de lavagem J - Misturador hidraúlico 
D - Descarga de água de lavagem L - Tanques de reagentes 
E - Drenos M - Bombas dosadoras 
F - Escorva de ar N - Rotâmetro 
G - Descarga de lodo O - Manômetros 
ETA compacta 
Fig. 8.4 
8.5 - DESINFECÇÃO 
É um tratamento recomendado para águas de poço ou fontes apenas como medida de prevenção. 
9. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS PRODUTOS QUÍMICOS EMPREGADOS NO 
TRATAMENTO 
 
9.1 - SULFATO DE ALUMÍNIO 
 
9.1.1 - ORIGEM 
O Sulfato de Alumínio é um sal resultante da reação do minério do alumínio (bauxita), com o 
ácido sulfúrico a 600 Be. 
O produto é vendido no comércio nas duas formas: granulada e líquida. 
 
9.1.2 - CONDIÇÕESESPECÍFICAS 
 
9.1.2.1 - GRANULOMETRIA - O sulfato de alumínio sob a forma granular, 
deve ter uma granulometria tal, que não haja nenhum material retido na peneira de abertura 12,7mm, e 
que não mais de 10% passe na peneira de abertura 4,76mm. 
 
 55
9.1.2.2 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - O sulfato de alumínio deve apresentar as 
características indicadas na tabela a seguir: 
 
 
CARACTERÍSTICAS 
SULFATO DE 
ALUMÍNIO 
 SÓLIDO LÍQUIDO 
Resíduo insolúvel em água, máximo 10 0,1 
Alumínio total solúvel como Al2 O3 , mínimo 15 7,5 
Ferro total como Fe2 O3 2,5 1,0 
Acidez (Alumínio livre como Al2 O3), 
mínimo 
0,05 0,02 
 
O sulfato de alumínio não deve conter nenhum mineral ou substância solúvel em quantidades 
capazes de produzir efeito nocivo ou prejudicial à saúde pública ou a qualidade da água. 
 
9.1.3 - REAÇÕES QUÍMICAS DO SULFATO DE ALUMÍNIO COM A ÁGUA 
 
a) Sua reação com a alcalinidade natural da água (quando existe), é a seguinte: 
 
Al2 (SO4)3 18 H2O + 3 Ca (HCO3)2 → 3 CaSO4 + 2Al (OH)3 + 6 CO2 + 18 H2O 
 
Peso molecular do sulfato = 666,4g 
Peso molecular do bicarbonato = 300g 
Relação do sulfato com a alcalinidade em forma de CaCO3 (Carbonato de Cálcio) 
 
666,4 mg/L - 300 mg/L 
l mg/L - x 
x m= g L⋅ =300 1
666 4
0 45
,
, / 
 ou seja, para cada 1 mg/L de sulfato de alumínio, requer 0,45 mg/L de alcalinidade. 
b) Reação de Sulfato de alumínio quando a cal é adicionada: 
 
Al2 (SO4)3 18 H2O + 3 Ca (OH)2 → 3 Ca SO4 + 2 Al (OH)3 + 18 H2O 
Peso molecular do sulfato = 666,4g 
Peso molecular de cal = 222g 
Relação do sulfato de alumínio com cal adicionada 
 
666,4 mg/L - 222 mg/L 
1 mg/L - Y 
 
 Y = 0,33 mg/L, ou seja 1 mg/L de sulfato de alumínio reage com 0,33 mg/L de hidróxido de 
cálcio (cal hidratada). 
 
 
 56
ESQUEMA DE DOSAGEM DE SULFATO 
 
 
FIG. 9.1 
 
9.2 - CAL 
 
9.2.1 - INTRODUÇÃO 
A fabricação de cal e o seu emprego são conhecidos pelo homem há mais de 2000 anos. Sua 
obtenção é efetuada através da calcinação do calcário em fornos dos tipos horizontal e vertical. 
 Reação: CaCO3 1000 0C 
1000 C 0⎯ →⎯⎯⎯ CaO + CO2 
 Nome químico: óxido de cálcio (CaO) 
 Nomes usados no comércio: cal viva e cal virgem. 
 
9.2.2 - CONDIÇÕES ESPECÍFICAS 
 
9.2.2.1 - CAL VIRGEM 
- A granulometria da cal virgem deve ser tal que atenda as exigências dos equipamentos de 
preparo e dosagem nos locais de sua utilização; 
- O teor mínimo de CaO disponível deve ser de 90%; 
- O conteúdo máximo do resíduo de extinção deve ser de 5%, quando retido na peneira de 
abertura 0,6 mm; 
- O conteúdo máximo de CaCO3, deve ser de 5%. 
 
9.2.2.2 - CAL HIDRATADA 
- A granulometria da cal hidratada deve ser tal que 5% do material, no máximo, seja retido na 
peneira de abertura 0,075 mm; 
- O conteúdo mínimo de Ca(OH)2 deve ser de 90%; 
- O conteúdo máximo de material insolúvel (em HCl) deve ser de 15%; 
- O conteúdo máximo de CaCO3 deve ser de 5%. 
 57
 
9.2.3 - OBTENÇÃO DE CAL HIDRATADA 
O cal hidratada (hidróxido de cálcio) é obtida através da hidratação da cal virgem. 
 
 Reação: CaO + H2O → Ca(OH)2
 
Apresenta-se em forma de pó seco, quando a hidratação é feita em instalações adequadas para a 
produção desse tipo de material. Quando a hidratação é feita na própria estação de tratamento, não há 
interesse na produção de cal em pó, formando-se uma pasta ou uma suspensão concentrada. 
 
9.2.4 - PROPRIEDADES DA CAL 
 
 - Peso específico - 420 à 1.100 kg/m3; 
 - Teor de óxido de cálcio deve ser superior a 68% na cal hidratada; 
 - Solubilidade em água - 1,2 g/L. 
A hidratação da cal virgem, denominada comumente de extinção, se desenvolve com liberação 
de grande quantidade de calor. 
9.2.5 - TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO 
A proteção da cal virgem durante o transporte e armazenamento contra o contato com umidade 
ou com água, é fundamental para garantir sua qualidade e para evitar a ocorrência de acidentes 
provocados pela elevação de temperatura. Essa elevação pode atingir valores suficientes para provocar 
incêndio em materiais combustíveis. 
A cal hidratada não exige os cuidados preconizados para a cal virgem, no que diz respeito ao 
contato com a água. Mas da mesma forma que a cal virgem, irrita a pele e as mucosas. Isto devido ser 
um material pulverulento muito fino, com baixo peso específico, produzindo, por isso grande 
quantidade de poeira ao ser movimentado. 
9.2.6 - CÁLCULO DA DOSAGEM IDEAL DE CAL NA ÁGUA. 
9.2.6.1 - DETERMINAÇÃO EM LABORATÓRIO 
- Faz-se uma suspensão de cal em água na concentração de 1000 mg/L; 
- Suponhamos que o pH da água tratada seja igual a 5, e que se deseje elevar para 7,2, o que 
implicou em adicionar 5 mL da solução de 1000 mg/L para um litro da água tratada. Com essa adição, 
encontrou-se a dosagem ideal de cal (5 mg/L). 
Exemplo: admitindo que a vazão da ETA é de 500m3/h, e a concentração da solução é de 5% 
Calcular a vazão da suspensão necessária para conferir a dosagem ideal na água tratada. 
Solução: dados - Q = 500m3/h (vazão da água tratada) 
 - C = 5% = 50.000 mg/L = 50 g/L (concentração da tina) 
 - D = 5 mg/L = 5 g/m3 (dosagem ideal encontrada em laboratório) 
 - q = ? 
 
q
Q D
C
h
g
g
L
L
h
m
m= ⋅ =
⋅
=
3
3
500 5
50
50 
 
 58
q
L
min
L
seg
L
seg
L
seg
= = = =
5
6
5
360
1
72
0 5
36
,
 
 
Se o dosador for do tipo caneca ou nível constante, ajusta-se a dosagem para o valor calculado. 
 
9.3 - CLORO 
 
9.3.1 - ESTADO NATURAL 
O cloro é o elemento, dentre os halogênios, o que existe em maior percentagem na natureza, onde 
ocorre na forma combinada de seus saís, os Cloretos. 
Na água do mar, por exemplo, de cada 100 gramas de resíduo sólido, contém cerca de 78g de Cloreto 
de Sódio. 
9.3.2 - PROPRIEDADES 
 
- Peso atômico Cl - 35,457 g 
- Peso molecular Cl2 - 70,914 g 
- Densidade relativa ao ar a 20 C - 2,5 
- Essa propriedade é importante, pois durante o vazamento, o Cloro sempre permanece nas camadas 
inferiores, portanto junto ao piso. 
- O Cloro seco não ataca o ferro, cobre, chumbo e outros materiais. 
- Quando úmido, porém, ataca quase todos. 
- O Cloro não é explosivo. 
- Solubilidade a 30C - 5,7 g/l 
- Reage com amoníaco formando Cloreto de Amônio ( fumaça branca ) - daí o seu emprego para 
localização de vazamento. 
 
9.3.3 - PRINCIPAIS USOS DO CLORO 
 
- Alvejamento de celulose, têxteis, madeira, óleos, cêras, gorduras, etc. 
- Esterilização de água potável, água de piscina, água residuárias domésticas ou industriais. 
- Fabricação de compostos orgânicos e inorgânicos, desinfectantes, germicidas, inseticidas, herbicidas, 
corantes e produtos intermediários, solventes desengraxantes e resinas. 
 
9.3.4 - MOVIMENTAÇÃO, TRANSPORTE, ARMAZENAMENTO E INSTALAÇÃO 
- O Cloro líquido gasoso é acondicionado em cilindros de aço, sem costura, de capacidades diversas. A 
pressão do Cloro gasoso, presente na parte superior do cilindro, é a pressão de vapor correspondente à 
temperatura em que o Cloro se encontra.; 
- A pressão no interior dos cilindros grandes e pequenos, após o enchimento, é da ordem de 4 kg/cm2, 
com o aumento de temperatura pode-se elevar a 8 kg/cm2; 
- Os cilindros pequenos são usados normalmente na posição vertical; 
- A válvula de segurança do cilindro pequeno, dispõe de um fusível, a base de uma liga de chumbo, que 
se funde entre 70 e 75C, a que corresponde a uma pressão de 28,8 a 23,8 atmosferas; 
- Os cilindros grandes (900 kg), dispõem de 06 válvulas que apresentam condições idênticas as 
referidas para os cilindros pequenos; 
- Os cilindros não devem ser golpeados ou deixados cair; 
 59
- Os cilindros com capacidade de até 70 kg são movimentados, a pequenas distâncias, por carrinho de 
mão apropriado; 
- Os cilindros de capacidade iguais ou maiores que 900 kg podem ser movimentados por talhas; 
- Os cilindros não devem ser movimentados pelo capacete de proteção da válvula; 
- Os cilindros pequenos devem ser armazenados e instalados sempre na posição vertical e em locais 
cobertos e devidamente arejados; 
- Os cilindros grandes devem ser armazenados e instalados na posição

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