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REVISÃO DE ÚLTIMA HORA PARA O PRIMEIRO DIA DO ENEM TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA ESCREVER UMA REDAÇÃO NOTA 1000. Muitas vezes, somos levados a pensar que adivinhar o tema da redação é um bom caminho para nos darmos bem e ficarmos mais calmos no dia da prova. Todavia, isso é uma grande pegadinha que, no fim das contas, pode nos atra- palhar muito mais que nos ajudar. Sendo assim, o melhor caminho é lembrar que os temas do ENEM possuem a característica de abordarem questões atuais, socialmente relevantes e com possibilidade de intervenção. Mas, salvo isso, são sempre uma surpresa. Por isso, é importante que – mais que decorar textos sobre determinados temas - você conheça bem a estrutura da dissertação para se dar bem em qualquer proposta. Ainda, é sempre bom reforçar que ter um texto semipronto em mente pode acabar te atrapalhando, pois escrever, por exemplo, sobre “intolerância religio- sa” é diferente de escrever sobre “caminhos para combater a intolerância reli- giosa no Brasil”, correto? Por isso, ter um texto estruturado para reproduzir, além de te fazer perder tempo tentando lembrar dele, ainda pode te levar ao tangenciamento do que foi proposto. 1º Não tente adivinhar, mas descarte os temas que sabemos que não cairão, pois já foram foco em outras provas. Por isso, logo abaixo, disponibilizamos um levantamento de todos os temas que já foram abordados no ENEM; 2º Entenda que os temas do ENEM são formados por várias partes. Lembra que falamos que escrever sobre “intolerância religiosa” é diferente de escrever sobre “caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”? Para notar essa diferença, você deve dividir os temas nos vários núcleos que os com- põem e, assim, terá uma visão mais objetiva de tudo que precisará abordar. No exemplo que demos, sabemos que precisaremos abordar três elementos: 1. Caminhos; 2. Combate a intolerância religiosa; 3. Brasil. Busque fazer essa subdivisão nos temas abaixo para que no dia da prova consiga visualizar com facilidade todos os elementos que irão compor a proposta. 1 ENTÃO, COMO LIDAR COM O TEMA PARA A REDAÇÃO DO ENEM? 2 TEMAS DO ENEM: A tese é o elemento mais importante do texto dissertativo, pois é ele que de- termina o que você irá defender. Dessa forma, como a função do texto disser- tativo é defender um ponto de vista, a determinação da tese é essencial para que esse posicionamento seja bem apresentado e enfatizado no decorrer do texto. Para definir a sua tese, você pode utilizar o esquema que segue: Respondendo a essas perguntas, você acaba definir o objetivo do seu texto (tese) e os objetivos dos seus parágrafos de desenvolvimento (sub-teses). Com isso definido, você já pode estruturar a sua dissertação como apresenta- remos a seguir. Antes disso, todavia, lembre-se de alguns pressupostos básicos do texto dis- sertativo: COMO PLANEJAR O TEXTO 3 A INTRODUÇÃO DO TEXTO DISSERTATIVO Você já deve saber que a estrutura da redação do Enem é composta por três partes principais: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Esses elementos se distribuem, na grande maioria das vezes, em um texto de quatro parágra- fos, como o esquema que segue: Para uma introdução completa, é essencial que você apresente do que se trata o texto (tema), relacione-o com outros elementos que contextualizem a temática e que mostrem a sua linha de raciocínio (assunto) e delimite o que irá defender, ou seja, qual a proposição que delimitará sua argumentação (tese). Esses três elementos (assunto, tema e tese) são constitutivos de uma boa introdução e devem se relacionar de maneira que uma questão mais ampla (assunto), demonstre a temática e desenvolva a visão mais específica, o olhar do escritor (a tese), como mostramos na figura a seguir: 4 De maneira geral, as ideias na introdução se apresentam da seguinte maneira: Veja exemplos de introduções que contemplam os elementos apresentados e identifique cada um deles: A mulher vem, ao longo dos séculos XX e XXI, adquirindo valiosas conquistas, como o direito de votar e ser votada. Entretanto, a violência contra este gênero parece não findar, mesmo com a existência de dispositivos legais que protegem a mulher. A diminuição dos índices deste tipo de violência ocorrerá no momen- to em que os dispositivos legais citados passarem a ser realmente eficazes e o machismo for efetivamente combatido, desafios esses que precisam ser encara- dos tanto pelo Estado quanto pela sociedade civil. No livro “Responsabilidade social”, o filósofo alemão Hans Jonas critica a atua da tecnologia como um fator agravante dos problemas sociais. Essa lógica é alarmante, pois aproximadamente 65% da população brasileira utiliza das mídias sociais, fazendo com que a manipulação comportamental dos usuários de internet a partir do controle de dados atinja um grande número de pessoas. Tal fato é preocupante porque atrapalha a democracia e facilita a propagação de “fake news”. 5 Veja exemplos de parágrafos de desenvolvimento que contemplam os ele- mentos apresentados e identifique cada um deles: Para defender seu ponto de vista no parágrafo de desenvolvimento, você deve argumentar. Basicamente, consideramos que para criar uma argumen- tação consistente é preciso seguir a seguinte fórmula: Para trazer essa argumentação nos desenvolvimentos e considerando que cada parágrafo possui um objetivo próprio e, por isso, deve possuir certa au- tonomia, você deve lidar com parágrafos que possuam início, meio e fim, como a estrutura que segue: O DESENVOLVIMENTO DO TEXTO DISSERTATIVO Um dos maiores problemas relacionados ao controle informacional na internet é o fato desse ser uma prática antidemocrática. Isso porque esse regime político tem como ideal uma efetiva participação populacional com o objetivo de criar um governo benéfico para todos. Porém, tal intenção não acontece de maneira adequada caso haja um controle de dados, visto que a internet não fornecerá informações para o povo que condigam com a realidade, impedindo que a par- ticipação social seja verdadeiramente vantajosa a todos. A Coreia do Norte, por exemplo, tem um regime político ditatorial que controla as informações, filtran- do dados e regulamentando mídias sociais, fazendo com que parte de seu povo acredite viver em um bom governo por não saber que boa parte da população vive em condições miseráveis. Logo, o cenário vivido pelos coreanos comprova como a manipulação pode prejudicar a democracia, pois, ao restringir o acesso à informação, dificulta a manutenção de um governo do povo. 6 Para um bom fechamento do texto, é preciso compreender que o parágrafo conclusivo não deve apenas terminar o texto ou resumir e confirmar o que foi tratado no seu decorrer, mas que ele tem a função de comentar o que foi desenvolvido e oferecer uma solução ou expectativa com relação à tese abor- dada. Nesse intuito, é importante que o último parágrafo do texto possua uma retomada comentada e estratégias de fechamento. Para isso, é importante que você se pergunte o que pode ser destacado do raciocínio apresentado IMPORTANTE! NA CONCLUSÃO, VOCÊ NÃO DEVE TRAZER NOVAS INFORMAÇÕES, MAS APENAS COMENTÁRIOS SOBRE O QUE JÁ FOI DESENVOLVIDO NO DECORRER DO TEXTO Para fortalecer esta estrutura, então, é importante trazer e mobilizar na dis- cussão várias áreas do conhecimento e da cultura: história, ciências, literatura, música, cinema, etc. É preciso, sobretudo, que as referências devem ser feitas com todo o cuidado, trazendo as devidas fontes e estabelecendo relações que sejam coerentes, que não somente ocupem um espaço solto e desconexo no texto, mas que mostrem o caminho argumentativo que relaciona as infor- mações e exemplos com o ponto de vista defendido. As informações devem ser bem selecionadas, pois ao trazer muitas informações de uma só vez se impede o aprofundamento da discussão. Ainda, é de suma importância que a discussão que se propõe no texto tenha relevância para a sociedade de forma geral.Ou seja, é necessário que as questões debatidas se refiram não somente a um indivíduo ou grupo específico, mas tenha importância social. 7 De maneira geral, ao contrário do que foi feito na introdução, você deve partir de um elemento mais específico e ampliá-lo na finalização do texto. No caso do ENEM, esse elemento que finalizará a discussão é a proposta de inter- venção, como pode ser visto no esquema a seguir: Ou, como vimos no esqueleto de estrutura: RETOMADA DA TESE E DAS SUB-TESES PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 8 Para que uma solução seja completa no ENEM e, assim, atinja os 200 pontos da competência 05, é preciso que ela contenha cinco eles mentos que são: Podemos ver os elementos mencionados no exemplo abaixo: Após escrever seu texto no ENEM, ele será avaliado por dois corretores forma- dos em Letras e que se capacitaram para essa tarefa. Essa correção será feita com base em na matriz de correção do ENEM que apresenta cinco competên- cias avaliativas e sua nota será a média das notas atribuídas pelos avaliadores. É interessante lembrar, ainda, que pela primeira vez, no ano de 2019, o INEP disponibilizou o material completo utilizado pelos corretores na tarefa de avalição dos textos. Nesse material, podemos ver de maneira muito objetiva exatamente o que é corrigido em cada uma das cinco competências (lembran- do que cada uma delas te dará 200 pontos). Com base nesse material disponibilizado pelo INEP e também da estrutura que estudamos, podemos definir o seguinte checklist para ir bem nas cinco com- petências e, assim, nos aproximarmos da nota máxima: 9 Como elaborar O que deve ser feito? Quem deve fazer? Como deve ser feito? Para que deve ser feito? Explicação ou exemplificação de um dos pontos anteriores Portanto, a manipulação comportamental por meio do controle de dados na internet é perigosa porque é antidemocrática e facilita propagação de “fake news”. Por isso, para combater tal manipulação, é necessário que o Ministério da Educação, com o auxílio das escolas, promova campanhas, em diversas mídias de massa, que mostrem a importância dos jovens buscarem fontes variadas de informações, por meio de incentivo à leitura de jornais, livros e sites confiáveis, com a finalidade de criar uma população com grande senso crítico, podendo discernir notícia falsas, barrando-as e, consequentemente, beneficiando o regime democrático. COMPETÊNCIA 01 – norma padrão 10 Máximo dois desvios (revise BEM o seu texto antes de passar a limpo); Não utilize palavras se não tiver certeza do seu significado; Se possuir dúvida sobre a grafia de uma palavra, por segurança, substitua por outra; Cuide com a estrutura sintática (saiba o porquê de separar os períodos). COMPETÊNCIA 02 – gênero + tema + repertório Reconheça TODOS os núcleos que compõem o tema antes de iniciar o planejamento; Lembre-se que TODOS os núcleos devem, preferencialmente, aparecer em TODOS os parágrafos (exceto Brasil/brasileiro, que podem aparecer uma única vez no texto); Utilize repertório consolidado/legitimado, por segurança, em pelo menos dois parágrafos do texto (vale introdução ou desenvolvimento). COMPETÊNCIA 03 – posicionamento + coerência + projeto de texto Apresente a tese e suas sub-teses na introdução; Cumpra em cada parágrafo o objetivo traçado pela sub-tese correspondente; Lembre-se de mostrar como repertório apresentado se relaciona com a sub-tese e com o tema/tese. COMPETÊNCIA 04 – coesão COMPETÊNCIA 05 – proposta de intervenção Utilize pelo menos dois conectivos que relacionam os parágrafos (aqueles que ficam no início de cada parágrafo); Utilize pelo menos um conectivo dentro de cada parágrafo; Utilize corretamente os conectivos. Para isso, se não souber o significado de algum termo, substitua-o; Evite repetir conectivos (preste atenção nisso na revisão do texto); Evite repetir muitas vezes uma mesma palavra, mas não trave se tiver que ter alguma repetição (se não configurarem vício de linguagem, as repetições são aceitas). Lembre-se de PROPOR algo e não somente explicar (Se a sua ação for criar campanhas, por exemplo, opte por escrever “o [agente] deve criar campanhas” e evite “o [agente] criará campanhas”, pois o segundo caso pode ser desconsiderado) Evite propostas condicionais (“Se o [agente] criar campanhas, o problema será resolvido”), pois elas valem no máximo 80 pontos; Todos os elementos (ação + agente + efeito + modo + detalhamento) devem estar em uma mesma proposta; O detalhamento pode explicar ou exemplificar a ação, o modo, o agente ou o efeito (desdo- bramento do efeito); Uma proposta é o suficiente para a competência 5, mas seu efeito deve contemplar os dois pontos discutidos ao longo do texto. Caso contrário, faça uma proposta para cada sub-tese. Sobre a história da Grécia Antiga é importante lembrarmos que ela se divide em cinco períodos: PRÉ-HOMÉRICO (SÉC. XX – XII A.C.): Corresponde ao das civilizações Cretense e Micênica e é nele que são inspiradas muitas das conhecidas histórias da Grécia Antiga, como a Guerra de Tróia e a lenda do Minotauro. Após uma violenta invasão dos Dórios, a civilização creto-micênica entra em declínio, o que leva a uma dispersão dos Aqueus para as ilhas do mar Egeu e da Ásia Menor. HOMÉRICO (SÉC. XII – VIII A.C.): Após essa dispersão, surge então o período Homérico, marcado por uma nova unidade familiar e patriarcal: os genos. Nesses grupos era praticada a agricultura de subsistência. Com o passar do tempo a população foi crescendo e a propriedade rural passou a se con- centrar na mão dos eupátridas (os bem nascidos), levando então a uma segunda diáspora grega. É no período Homérico que surgem as principais obras de referência da cultura grega: A Ilíada e a Odisseia, de Homero, e a Teogonia, de Hesíodo. ARCAICO (SÉC. VIII – V A.C.): O Período Arcaico é marcado pelo surgimento das: 1) cidades-Estado (as pólis); 2) pela cunhagem de moedas; 3) pelo surgimento da democracia ateniense. É importante lembrar que a democracia (governo do povo) era direta e, inicialmente, restrita aos eupátridas. CLÁSSICO (SÉC. V – IV A.C.) E 5) HELENÍSTICO (SÉC. IV – III A.C.). Só no Período Clássico, com reformas de governantes como Sólon, Clístenes e Péricles que mais grupos ganharam direito a cidadania, ou seja, participar das tomadas de decisões da pólis. Para ser cidadão era necessário ser: 1) ser homem; 2) ser livre; 3) filho de pai e mãe ateniense; 4) ter mais de 18 anos. É no período clássico também que ocorrem as Guerras Médicas, contra os persas, e a Guerra do Peloponeso, entre atenienses e espartanos. Por fim, no Período Helenístico a Grécia é dominada pelos Macedônios liderados por Felipe II e seu filho Alexandre. Alexan- dre estende o império Macedônio até a Índia e devido as suas conquistas ficou conhecido como “o Grande” ou “Magno”. BAIXA IDADE MÉDIA GRÉCIA 1 Com o fim da alta Idade Média, há um aumen- to da produção agrícola devido ao uso de técnicas agrícolas como: o arado de ferro, os moinhos e a rotação trienal de culturas. Este aumento da produção aquece o comércio, o que propicia o retorno ao uso de moedas e a formação de cidades. Como complemento a este cenário, nobres e religiosos promovem cruzadas contra muçul- manos e outros grupos considerados hereges. Estas cruzadas funcionam ao mesmo tempo como escolta para comerciantes e estabele- cem rotas comerciais, contribuindo ainda mais para o renascimento urbano. Com o surgimento das cidades há um aumento do êxodo rural, pois se passou a acreditar que a cidade seria um espaço de maior liberdade em relação aos feudos. Contudo, no século XIV a população europeia entra em declínio devido a: 1) Grande Fome; 2) a Peste; 3) a Guerra dos Cem Anos. É ainda durante a Alta Idade Média que Portugal e Espanha conseguem unificar seus respectivos reinos ao expulsar os muçulmanos da Penínsua Ibérica, o que ficou conhecido como a Guerra da Reconquista. Isso possibilita o início da expansão marítima. 1ª E 2ªREVOLUÇÕES INDUSTRIAIS A história do capitalismo começa no início da modernidade com o mercantilismo e seus 4 pilares: 1) balança comercial favorável; 2) bulionismo (ou metalismo); 3) o pacto colonial; 4) intervencionismo. Porém, é com o surgimento da indústria na Revolução Industrial que vemos um salto pro- dutivo inédito. A indústria tem início na Inglaterra em meados do século XVIII (por volta de 1750) quando a produção têxtil é impulsionada por ferramentas e máquinas que cortam custos e aceleram a produção. Sendo assim, a produção de bens passa de uma lógica artesanal para uma racionalidade fabril que preza pela agilidade e pela padronização. Há uma divisão da mão de obra na linha de produção, e o trabalhador não mais possuí controle ou conhecimento sobre a cadeia produtiva. As principais características da Primeira Revolução Industrial são: 1 GUERRA FRIA A Guerra Fria foi um período de polarização ideológica global que data do fim da Segunda Guerra Mundial até o início dos anos 1990, com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS). As duas maiores potências globais que saíram vitoriosas da Segunda Guerra foram os Estados Unidos, defensores de um projeto capitalista de mundo, e a URSS, defensora de um projeto socialista. Cada uma destas nações procurou formar blocos de influência, onde prometiam investimentos e assistência a nações e grupos menores em troca de alinhamen- to ideológico. Além destes blocos de influência foram criadas também organizações militares que ser- viam como ferramentas de influência destas potências. O bloco capitalista contou com a formação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a o bloco socialista com o Pacto de Varsóvia. Como consequência desta influência acabaram ocorrendo as guerras por correspondência: guerras entre países menores mas alimentadas pelas potências globais. Alguns exemplos destas guerras foram: 1) a Guerra do Vietnã; 2) A Guerra da Coréia; 3) Guerra do Afeganistão. Isto além de conflitos menores. Outros desdobramentos da Guerra Fria foram também a corrida armamentista e a corrida espacial. Alguns países que fizeram parte do bloco capi- talista e estiveram sob influência dos Estados Unidos neste período foram: 1 Brasil 2 Turquia 3 países da Europa Ocidental 4 países da Oceania; 5 países da Ásia como Japão e Coréia do Sul. Já no bloco de influência soviético estavam: Cuba; Angola; Vietnã; Líbia; Ucrânia; Polônia. A China, apesar de socialista, não pode ser considerada uma área de influência soviética por ter rompido com a URSS devido a tensões entre os dois países. ESCRAVIDÃO, RESISTÊNCIA E ABOLICIONISMO A escravidão existe no mundo desde as primeiras civilizações da antiguidade, mas é só no contexto da modernidade que ela vai atingir suas maiores proporções. Isso porque a escravidão colonial está atrelada ao surgimento do capitalismo: compra-se pessoas para que trabalhem compulsoriamente em lavouras, minas e casas afim de se obter grandes lucros. Para justificar tal ordem, as autoridades ocidentais baseavam-se na crença da “superiori- dade branca e cristã”: os africanos e seus descendentes eram tidos como inferiores e amal- diçoados, qualidades que eram sintetizadas na cor de sua pele. Porém, como seres humanos, estas populações sempre encontraram modos para resistir à escravidão. Algumas destas opções eram: 1) a fuga de fazendas e a formação de qui- lombos; 2) a prática da capoeira; 3) a compra de alforrias; 3) o suicídio. No século XIX vemos surgir o movimento abolicionista. Tal corrente de pensamento tor- nou-se comum em setores da elite branca que viam a escravidão como um atraso social e econômico, sem necessariamente ter um olhar humanitário. Contudo o movimento ganhou também o apoio de lideranças negras. No caso brasileiro alguns destes líderes foram: 1) Luís Gama; 2) André Rebouças; 3) Adelina; 4) Maria Firmina dos Reis; 5) José do Patrocínio. O Brasil foi o último país da América a abolir a escravidão (1888). Ao invés de uma ruptura, o Império e as elites decidiram por realizar uma abolição gradual através de uma série de leis: 1) Eusébio de Queiroz; 2) Lei do Ventre Livre; 3) Lei dos Sexagenários; 4) Lei Áurea. A História do Brasil pode ser dividida em 4 grandes momentos: 1) Pré-cabralino (início da ocupação da América - 1500); 2) Colonial (1500 – 1808); 3) Imperial (1822 - 1889); 4) Republicano (1889 – atualmente). Ainda é possível fazer outras divisões, como separar o período republicano em: 1) República Oligárquica (1889 – 1930); 2) República Nova (1930 – 1964); 4) Ditadura Civil Militar (1964 – 1985); 5) Brasil redemocratizado (1985 – atualmente). O período colonial compreende o período em que o Brasil foi formalmente uma colônia por- tuguesa. A colonização do Brasil pelos portugueses se inicia, na prática, por volta de 1530, quando os lusitanos decidem ocupar e proteger este território das invasões estrangeiras. BRASIL COLÔNIA 1 Isso não foi o suficiente para impedir que outras nações disputassem a posse por territóri- os no Brasil. De uma série de invasões podemos citar algumas, como: 1) os saques de corsários ingleses; 2) a invasão francesa no Rio de Janeiro por franceses protestantes em 1555; 3) a invasão holandesa de 1630; 4) invasão espanhola em Desterro (atual Flori- anópolis) em 1777. Durante o período colonial o território brasileiro era visto apenas como um território desti- nado a gerar arrecadação para a coroa portuguesa através da: extração de pau-brasil; durante o ciclo do ouro com a extração de metais e pedras preciosas; produção de açúcar e outros derivados da cana. No início do século XIX a família real portuguesa se vê ameaçada por Napoleão Bonaparte que inicia uma invasão ao seu território na Europa. Como uma maneira de fugir do implacável exército francês, a família real portuguesa vem para o Brasil, sua principal colônia, com o auxílio de uma escolta britânica. Como pagamento pela fuga, D. João VI, o príncipe regente de Portugal, decreta o fim do pacto colonial com a abertura dos portos às nações amigas em 1808. O Rio de Janeiro passa a ser o lar da família Real e em 1815 o Brasil é elevado ao patamar de Reino Unido a Portugal e Algarves.que inicia uma invasão ao seu território na Europa. Após a Revolução do Porto em 1820 o rei D. João VI se viu obrigado a retornar à Portugal, mas deixou seu filho D. Pedro como governante do Brasil. Entretanto, as elites brasileiras receavam que o filho seguisse os mesmos passos do pai rumo à Europa, e por isso o pres- sionou para que ficasse deste lado do Atlântico. Em 7 de setembro de 1822, após ser intimado pelas cortes portuguesas a retornar à Europa, D. Pedro proclama a independência do Brasil. Em 1824 fica pronta a primeira con- stituição do país, caracterizada pela existência de 4 poderes: 1) executivo; 2) legislativos; 3) judiciário; 4) moderador. Esse último poder era de uso exclusivo do imperador e o permitia interferir nos outros 3 poderes, mostrando uma dificuldade em abrir mão do absolutismo. Mas D. Pedro I vê seu governo ruir diante de diversas crises: 1) econômica, devido aos empréstimos com os britânicos 2) política, em virtude da centralização do poder 3) bélica, pois precisou reprimir a Confederação do Equador e perdeu a Província da Cisplatina Em 1831 ele abdica do trono brasileiro e retorna para Portugal, deixando seu filho, D. Pedro de Alcântara, de 5 anos de idade, no poder. Como o herdeiro é impossibilitado de governar devido a idade e a Constituição, o Brasil passa a ser governado por regentes. Este é o período Regencial, onde ocorrem diversos conflitos por questões sociais, separatismos ou descentralização do poder: 1 BRASIL IMPÉRIO Já com D. Pedro II no poder, a economia brasileira passa a ser caracterizada pela produção e exportação de café. Pressionado pela Inglaterra e pelo movimento abolicionista, o governo adere a uma abolição gradual da escravidão. Entre 1864 e 1870 o Brasil sevê envolto na Guerra do Paraguai. Em 1888 a escravidão é abolida e a República é proclamada no ano seguinte. Também conhecida como República Oligárquica ou República Velha, este período da história do Brasil vai desde 1894 a 1930. Ele é precedido pelos governos autoritários de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, período que ficou conhecido como República da Espada. A República Oligárquica se caracteriza por: Este período é definido como “oligárquico”, pois o governo, em todas as suas esferas, visava favorecer os negócios das elites, em especial aos barões do café de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois Estados revezavam-se no poder indicando candidatos para a presidência em cada nova eleição. Em 1929 o presidente Washington Luís, representante dos interesses da elite paulista, que- brou o protocolo e indicou o paulista Júlio Prestes para o substituir, iniciando um atrito com as elites mineiras. Getúlio Vargas, representante do Rio Grande do Sul apoiado por Minas Gerais e Paraíba concorre às eleições contra Júlio Prestes, mas perde em uma eleição muito polêmica. João Pessoa, vice de Vargas, acaba sendo assassinado e Vargas usa o episódio como motor para marchar ao Rio de Janeiro e depor Washington Luís que ainda estava no poder. Chegava ao fim a República Oligárquica. PRIMEIRA REPÚBLICA Enquanto esteve à frente do governo provisório, Vargas logo tomou uma série de medidas: 1) escolheu interventores para auxiliá-lo a governar; 2) criou a justiça eleitoral; 3) dis- solveu o Congresso Nacional. Em 1932 os paulistas entram em atrito com o governo Vargas e pegaram em armas com o intuito de dar fim ao governo provisório e recuperar sua autoridade. O movimento é mili- tarmente derrotado, mas Vargas dá inicio a retomada da Assembleia Constituinte. Em 1934 a nova Constituição (a terceira do país), fica pronta e ela trazia: Vargas acabou eleito indiretamente para continuar no poder até 1938. Ocorre que ainda em 1937, Vargas lança mão de um falso golpe comunista para instaurar um Estado de Sítio e reunir os poderes em sua pessoa. Era o início do Estado novo. Nesse período Vargas governa de maneira implacável, fortalecendo a indústria nacional, perseguindo oposicionistas e ganhando o apreço popular com seu governo paternalista. Em 1945, já no fim da Segunda Guerra Mundial, Vargas é forçado a deixar o poder, sendo sucedido por Eurico Gaspar Dutra. Ele é eleito presidente por voto popular em 1950, mas acaba cometendo suicídio em 1953. A Ditadura civil-militar tem início com o golpe de 1964, que depôs o presidente João Gou- lart (Jango), e se encerra com o fim do governo de João Figueiredo em 1985. Trata-se de uma ditadura civil-militar pelo fato de que os militares contaram com o apoio de grupos do setor civil. As principais instituições responsáveis por moldar a mentalidade brasileira para o golpe militar em 1964 foram o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e o Instituo de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), ambos compostos por empresários brasileiros interessa- dos em combater grupos de esquerda no país. ERA VARGAS Vargas chega ao poder pela primeira vez em 1930, como um gover- nante provisório, mas irá permanecer como chefe de Estado até 1945 e após isso ainda irá governar como presidente eleito de 1950 a 1953. Ele foi o segundo governante a ficar mais tempo no poder desde que o Brasil se tornou independente, estando atrás apenas de D. Pedro II. Os historiadores costumam separar a Era Vargas nas seguintes fases: 1) Governo Provisório (1930 – 1934); 2) Governo Constitucional (1934 – 1937); 3) Estado Novo (1937 – 1945). DITADURA CIVIL-MILITAR 1 A Ditadura civil-militar tem início com o golpe de 1964, que depôs o presidente João Gou- lart (Jango), e se encerra com o fim do governo de João Figueiredo em 1985. Trata-se de uma ditadura civil-militar pelo fato de que os militares contaram com o apoio de grupos do setor civil. As principais instituições responsáveis por moldar a mentalidade brasileira para o golpe militar em 1964 foram o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e o Instituo de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), ambos compostos por empresários brasileiros interessa- dos em combater grupos de esquerda no país. Após a deposição de Jango o Brasil foi governado por cinco presidentes militares, todos eleitos indiretamente: Todos pertenciam ao alto escalão das forças armadas brasileiras e eram influenciados pela doutrina de Segurança Nacional. Tornou-se comum entre os chefes de Estado governar através dos Atos Institucionais, cujo os mais conhecidos foram os cinco primeiros: 1) AI-1, justificava o golpe e permitia a cassação de direitos políticos 2) AI-2, reforçava as medidas anteriores, instituía o bipartidarismo e as eleições presidenciais indiretas 3) AI-3, tornava indireta as eleições para governadores e prefeitos de capitais 4) AI-4, dava diretrizes para uma nova Constituição 5) AI-5, possibilitava o fechamento do Congresso Nacional e a suspensão do habeas corpus. 1 Atenção! Lembre-se de que o processo de Globalização acontece em diferentes níveis nos diversos locais. Portanto, as consequências desse processo também tendem a ser diferentes. GLOBALIZAÇÃO INDÚSTRIA BRASILEIRA 1 O que é Globalização? Globalização é um fenômeno amplo que ocorre em diferentes âmbitos, da econo- mia à cultura, passando pela política e por questões sociais, e está diretamente rela- cionado à expansão do capitalismo. A partir da ideia de Globalização, podem- os analisar, em escala global, questões como relações de poder, organização da produção, apropriação de padrões cul- turais e ideológicos, entre outros. Origens da Globalização Alguns autores defendem que o início da Globalização se deu na Modernidade. Entre- tanto, muitos pesquisadores indicam que o início desse fenômeno se deu com o Mer- cantilismo e a expansão marítima propicia- da pelas Grandes Navegações, por volta do século XVI. Vale também ressaltar que atualmente a velocidade do processo de Globalização é muito maior e se dá especialmente pelas tecnologias de comunicação digitais e pelo rápido transporte de pessoas e mercadorias.Aldeia Global Alguns estudiosos consideram que muitos dos efeitos da Globalização são benéficos e naturais, uma vez que resultariam no que chamam de "Aldeia Global". Esse conceito traz a ideia de que através das tecnologias e das facilidades que elas nos traz, assim como a rapidez com que mercadorias e pessoas transitam no pla- neta, poderíamos caminhar para uma unificação dos povos, permitindo uma cidadania global. Essa visão traz uma ideia de "aperfeiçoa- mento da humanidade". Problemas da Globalização Por outro lado, muitos pesquisadores defendem que a ideia de uma Aldeia Global é uma visão bastante romantizada. Segundo eles, a Globalização tem con- tribuído para o aumento das desigual- dades e o aprofundamento dos prob- lemas sociais em diversas partes do mundo e também para a exploração desordenada dos recursos naturais. Além disso, a ideia de homogeneização promovida pela Globalização tende a aniquilar a diversidade cultural. Modelo primário exportador Até o fim da 1ª República, a economia brasileira era baseada especialmente nas plantations, como a lavoura de café cuja produção era principalmente dedicada à exportação, assim como outras commodities agrícolas. Como havia grande quantidade de exportações, tínha- mos um superavit na balança comercial. Sendo assim, era conveniente para o país fazer a importação de grande parte dos produtos manufaturados. Modelo primário exportador Até o fim da 1ª República, a economia brasileira era baseada especialmente nas plantations, como a lavoura de café cuja produção era principalmente dedicada à exportação, assim como outras commodities agrícolas. Como havia grande quantidade de exportações, tínha- mos um superavit na balança comercial. Sendo assim, era conveniente para o país fazer a importação de grande parte dos produtos manufaturados.Governo Juscelino Kubitschek O Plano Econômico de Juscelino (Plano de Metas) tinha como uma das suas metas a rápida industrialização do país, promovida especialmente por estímulos às transnacionais, especialmente às indústrias automobilísticas. A partir de 1964, a indústria brasileira foi ampliada para atender às crescentes necessidades da população e à modernização da agricultura. O período entre 1964 e 1985 é conhecido como "Milagre Econômico", já que nessas décadas houve maciços investimentos do Estado por meio de financiamentos internacionais, o que aumentou muito a dívida externa brasileira. A indústria brasileira atual é bastante desenvolvida. entretanto, ainda depende de tecnolo- gia externa. Predomina na indústria brasileira a produção de bens de consumo duráveis e não duráveis e uma participação cada vez maior de transnacionais. Outro fator importante, é o fato de que houve nas últimas décadas uma grande privatização da infraestrutura industrial. A água doce Aproximadamente 97% da água do nosso planeta encontra-se nos mares e oceanos sendo, portanto, salgada. Dos 3% restantes, boa parte se encontra em geleiras e reservas subterrânea, sobrando menos de 1%disponível em rios e lagos. Sendo assim, a água doce se configura como um recurso extremamente valioso para a ma- nutenção da vida humana e das nossas ativi- dades agrícolas. Principais consumidores O rápido crescimento populacional das últimas décadas levou a uma grande aumento no consumo de recursos naturais, como a água. Entretanto, a população não é a principal consumidora direta de água. Atualmente, cerca de 70% da água doce consumida no planeta destina-se às ativi- dades agrícolas, 20% às atividades indus- triais e apenas 10% às residenciais. É importante ressaltar que essa dis- tribuição varia de acordo com o nível de desenvolvimento em cada país. 1 Distribuição da água no planeta A distribuição geográfica da água no planeta é extremamente desigual, tendo ocorrências de nações onde boa parte do território conta com água doce em abundância, como o Brasil, enquanto outros países são cortados por desertos. Por conta disso e de outros fatores (como a falta de investimento do Estado e a má dis- tribuição de renda) acredita-se que cerca de um bilhão de pessoas não possui acesso mínimo à água para seu consumo. Esse acesso é definido por fontes que possam fornecer 20 litros por pessoa diariamente a uma distância que não ultrapasse os mil metros. Entretanto, enquanto muita gente vive em meio à escassez desse recurso, um cidadão estadunidense consome em média 500 litros por dia, sobretudo devido ao desperdício que decorre das atividades econômicas do país. Modelo primário exportador Degradação ambiental é a deterioração do ambiente, de seus nichos, hábitats e biodi- versidade por conta de qualquer pertur- bação ou alteração causada pelos seres humanos, como o uso descontrolado dos recursos naturais e a poluição. Principais causas da degradação ambiental no Brasil Desmatamento causado pela exploração madeireira, uso do solo para monoculturas e pecuária e exploração imobiliária. Poluição do solo e da água causada pelo esgoto doméstico, resíduos industriais e abuso do uso de agrotóxicos e fertilizantes na agricultura. Poluição do ar causada pela queima de combustíveis fósseis. Queimadas, que geralmente estão relacionadas à práticas agrícolas. Biomas brasileiros mais ameaçados Mata Atlântica: foi quase extinta pelo desmatamento provocado pela ocupação do litoral brasileiro. Resta menos de 6% desse bioma. Cerrado: Assim como a Mata Atlântica, é um hotspot de conservação por conta de sua grande diversidade. Atualmente é o bioma mais ameaçado pelo desmatamento provocado pela monocultura e pecuária. Floresta Amazônica: Grande exploração madeireira e mineradora. Assim como o Cerrada, vem sendo ameaçada por ativi- dades agropecuárias. Conservação e recuperação de biomas Os biomas brasileiros contam com uma enorme biodiversidade e são fundamentais para a manutenção das condições climáti- cas. Sendo assim, a conservação dessas áreas é de suma importância. Para isso, é necessário não só a criação de novas Unidades de Conservação, como também a efetiva fiscalização para incen- tivar o cumprimento da legislação ambien- tal presente no Código Florestal Brasileiro. IMPACTOS AMBIENTAIS DA POLUIÇÃO DEMOGRAFIA Distribuição da água no planeta População absoluta: número de habitantes de uma determinada região ou país. A China é o país mais populoso do mundo, seguido da Índia. Segundo o IBGE, atualmente o Brasil possui mais de 210 milhões de habitantes. População relativa: também chamada de densidade demográfica, é a relação entre a pop- ulação e o espaço por ela ocupado e se expressa em hab./km2. Populoso: diz-se do país ou região em relação à sua população absoluta. Povoado: diz-se do país ou região em relação à sua população relativa. 1 Crescimento vegetativo O crescimento vegetativo de um país ou região corresponde à diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade. Apesar de ser um índice importante e bastante utiliza- do, é importante ressaltar que ele não mensura o crescimento absoluto da população, já que não leva em consideração as taxas de imigração e emigração. CLIMATOLOGIA Teorias demográficas Malthusiana: Em sua obra "Ensaio Geral sobre a população" (1798), Thomas Malthus afir- mou que a população crescia em progressão geométrica, enquanto que os recursos cresci- am em progressão aritmética. Isso, segundo ele, levaria a humanidade a guerras por conta da escassez de recursos. Malthus foi um grande defensor do controle de natalidade, espe- cialmente da população mais pobre, a quem ele culpava por esse desequilíbrio. Marxista: Essa teoria é também conhecida como Reformista ou Otimista. Nessa teoria, Marx interpreta o crescimento populacional exagerado como consequência das desigualdades sociais promovidas pela má distribuição de renda. Sendo assim, Marx dizia que o controle de natalidade seria ineficaz e a sua proposta para diminuir o rápido crescimento populacio- nal seriam medidas de combate à miséria, através de uma melhor distribuição de renda. Elementos climáticos: São grandezas relacionadas à atmosfera que podem ser medidas. As principais são: radiação, temperatura, pressão e umidade. Fatores climáticos: São condições ou fatores que determinam os elementos climáticos ou interferem neles, modificando-os. Como consequência, temos alterações nos climas deles resultantes. Fatores climáticos de variação de pressão: Temperatura: Quanto há um aumento de tem- peratura, geralmente há uma diminuição de pressão atmosférica. Já quando a temperatura cai, há um aumento da pressão atmosférica. Latitude: O aumento da latitude leva à queda da temperatura. Já a sua diminuição, em geral, leva a um aumento da temperatura. Altitude: O aumento da altitude faz com que as temperaturas diminuam. A sua diminuição, entretanto, leva a um aumento de temperatura. Maritimidade: A proximidade ajuda no equilíbrio térmico, levando, em geral, a uma redução na amplitude térmica. Continentalidade: Acentuação das ampli- tudes térmicas. Isoterma: É uma linha presente em alguns mapas que liga pontos que têm a mesma temperatura. Fatores climáticos de variação de temperatura: 1 Gráfica: escala é representada por uma linha reta graduada. Leitura: cada um cm no mapa equivale a 200km reais. 1 CARTOGRAFIA Projeções cartográficas Projeção cilíndrica Neste tipo de projeção, os paralelos e os me- ridianos estão retos, o que deforma as altas latitudes (regiões polares). É utilizada nos chamados planisférios, conhecidos popular- mente como mapas-múndi. Mercator: Nessa projeção os contornos dos dos continentes são preservados. Entretanto, há deformação das áreas. Outro detalhe importante dessa projeção é que ele foi muito utilizado na época das Grandes Navegações e é eurocêntrica. Peters: Nessa projeção da década de 1970 ocorre o contrárioda de Mercator - há defor- mação dos contornos, entretanto, suas áreas proporcionais são preservadas. É considerada uma projeção terceiromundista, já que que valoriza países pobres. Escalas Numérica: representa a escala através de fração numérica 1/100 ou 1:100 Leitura: cada 1cm do mapa equivale a 100cm reais. Projeção cônica Nessa projeção, os paralelos aparecem curvos, enquanto os meridianos são retos e partem todos do topo do cone. Esse tipo de projeção é tipicamente utilizada para representar médias latitudes. Projeção Polar (azimutal ou plana) É tipicamente utilizada para representar os polos. Nela vemos meridianos concêntri- cos convergindo para os polos e paralelos concêntricos. Aluviais: Formados a partir de sedimen- tos transportados de outros locais, como o solo de massapé. Eluviais - zonais: São os solos formados por materiais provenientes da rocha matriz que está logo abaixo deles, como a terra rocha que é proveniente do basalto. SOLOS 1 O que são solos? Os solos são a camada mais superficial da crosta terrestre, representados por massas natu- rais que fazem parte da superfície, sendo capazes de abrigar vida vegetal e de outros organismos. São resultantes da ação do clima e da biosfera sobre as rochas – seu material de origem. Formação dos solos Os solos derivam da degradação das rochas causadas pelos agentes do intemperismo, como o vento, a chuva, a correnteza dos rios, as diferenças de temperatura e a ação dos seres vivos. A ação desses agentes desgasta as rochas, produzindo sedimentos. Esses sedimentos podem se acumular sobre a rocha matriz ou serem transportados através dos agentes erosivos e depositados em alguma região onde se acumulam, dando origem aos solos. Composição do solo Os solos são compostos por matéria inorgânica proveniente do intemperismo (sedimentos de rochas - materiais alterados, heterogêneos e desagregados sobrepostos) e por porções variáveis de matéria orgânica proveniente de restos de seres vivos em decomposição Tipos de solo URBANIZAÇÃO 1 A urbanização se inicia no período feudal com a migração dos camponeses para os chama- dos burgos, pequenas comunidades entre os feudos. Entretanto, podemos dizer que o processo de urbanização foi alavancado pela industrial- ização, que por conta da necessidade de mão de obra, atraiu a população dos campos para a cidade. Porém, é importante lembrar que atualmente, as indústrias tendem a fugir do espaço urbano por conta dos problemas que este apresenta. Outro fator importante a ser destacado é o fato de que a urbanização é comumente asso- ciada à ideia de modernidade. Isso porque os espaços urbanos são tidos como o símbolo da transição do setor primário de produção, para o setor industrial e de serviços. Urbanização brasileira O processo de urbanização brasileira se inicia na década de 1940. Isso porque nessa época há um grande investimento na industrialização dos grandes centros, o que atrai a popu- lação rural em busca de empregos de maiores rendimentos. O senso realizado nessa época mostra que apenas cerca de 31% da população vivia nas cidades. Esse processo adquiriu grande impulso a partir de 1970, quando a população urbana ultrapassou a rural no país. Esse processo foi alavancado pelo chamado "Milagre econômico" que ocorreu durante a ditadura, em que os investimentos em indústrias subiram consideravelmente e expandiu os serviços urbanos. Nas décadas seguintes observa-se que o Brasil continuou a se urbanizar muito rapida- mente. Função emotiva (ou expressiva) - centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. Função referencial (ou denotativa) - centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos. Função apelativa (ou conativa) - centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. Função fática - centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações e similares. Função poética - centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas etc. Função metalinguística - centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem. Obs.: Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo. FUNÇÕES DA LINGUAGEM A tabela ao lado mostra que, para cada tipo textual, há variados gêneros textuais. Cada gênero possui formas relativamente estáveis. Podemos identificar uma carta e diferenciá-la de uma bula de remédio e de um editorial de jornal. Assim como podemos diferenciar pela forma uma narrativa de uma dissertação. Essas formas estáveis que se encaixam na tipolo- gia acima são chamadas de “gêneros textuais”. Na maioria das vezes, entretanto, um texto utiliza mais de um procedimento textual. Isso cria um texto com sequências discursivas variadas: Exemplo - Uma crônica pode ser analisada sob vários aspectos: pode conter narrativa; pode conter descrição; pode conter persuasão e desabafo. Cabe ao leitor perceber o tipo que predomina. Tal predominância leva em consideração a intenção do autor ao produzir o texto. GÊNEROS TEXTUAIS 1 1 Polissemia No âmbito da palavra, é a multiplicidade de significados que uma mesma palavra pode ter e dependerá do contexto para estabelecer qual o sentido específico daquela palavra ou expressão no texto. Veja exemplos de polissemia nas tirinhas abaixo: O valor denotativo ou conotativo da palavra depende do contexto em que ela se encontra. Denotação A corrente de sustentação da âncora não manteve o barco na rota. Conotação “a gente vai contra a corrente até não poder resistir na volta do barco é que sente o quanto deixou de cumprir” (chico buarque) Tipologia Textual Tipologia textual Exemplos de gêneros textuais Narração Crônica, conto, reportagem, romance, novela, peça teatral, anedota, notícia. Descrição Lista de compras, relatórios, atas de reunião, descrição de objetos, descrição de pessoas Expositiva Reportagens, notícia, textos de divulgação científica, verbete de dicionário. Argumentativa Dissertação argumentativa, carta argumentativa, artigo de opinião, editorial, crônica. Injuntiva ou instrucional Manuais, textos passa a passo, receitas, bulas, anúncios, leis. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO POLISSEMIA, AMBIGUIDADE & REDUNDÂNCIAS Ambiguidade Ocorre ambiguidade ou duplo sentido quando, ao se elaborar um texto, há a possibilidade de interpretá-lo de mais de uma forma, causando dúvida na comunicação. Esse vício ocorre por várias razões: pontuação, colocação das palavras, uso inadequado de pronomes e advérbios, por exemplo. A ambiguidade, entretanto, pode ser intencional, com objetivo estilístico. Veja: Pleonasmo ou redundância é o emprego inconsciente (como vício de linguagem) ou vol- untário (pleonasmo literário, consciente) de palavras ou expressões desnecessárias, por já estar sua significação contida em outras expressões da mesma frase. o pleonasmo, como vício de linguagem, contém uma repetição inútil e desnecessária dos elementos. pleonas- mos viciososdevem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma ideia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras. exemplos: Entretanto, quando o pleonasmo é intencional, ele não é vicioso e passa ser um recurso de intensificação do sentido (chamado de pleonasmo literário): Imagem 1 Explora propositalmente a ambiguidade visual. Imagem 1 O humor da charge decorre da ambiguidade resultante da palavra “nada”. Imagem 3 A ambiguidade é provocada pela má colocação da expressão adverbial “com frequência”. Assim, pode-se entender que "As pessoas que, com frequência, consomem bebidas alcoólicas apresentam sintomas de irritabilidade e depressão" ou que "As pessoas que consomem bebidas alcoólicas apresentam, com frequên- cia, sintomas de irritabilidade e depressão". FUNÇÕES DA LINGUAGEM 1 O uso de figuras de linguagem é um dos recursos empregados para valorizar o texto, tor- nando a linguagem mais expressiva. Quando a palavra é empregada em sentido figurado, não denotativo, ela passa a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo, ou seja, no sentido conotativo, e isso ocorre por meio das figuras, que são verdadeiras ferra- mentas de conotação. Veja as principais figuras de linguagem: A intertextualidade é a relação que se estabelece entre uns textos e outros textos. Todo texto se constrói como um mosaico de situações, todo texto é absorção e transfor- mação de outro texto. Essa intertextualidade pode transparecer no texto sob várias formas: citação (direta ou indireta), paráfrase, paródia, colagem, pastiche. Nos textos opinativos, a citação é uma estratégia argumentativa que serve para sustentar a tese do autor, isto é, serve para confirmar e dar valor de verdade à tese defendida. A referência a outros autores para corroborar (ou também para refutar) uma tese é estratégia muito usada de sustentação de uma opinião. Chama-se “argumento de autoridade”. PRINCIPAIS FIGURAS DE LINGUAGEM INTERTEXTUALIDADE 1 Linguagem verbal É a capacidade humana de se exprimir por meio de um sistema de sons e de significados (signos) comum a uma comunidade. tal código comum é denominado língua. PRINCIPAIS FIGURAS DE LINGUAGEM NORMA CULTA E POPULAR variantes linguísticas 1 Para que a comunicação seja eficiente, é necessário adequar a linguagem ao contexto em que se encontra: o que chamamos de níveis de linguagem. assim, adequamos nossa lingua- gem às variadas situações sociais, formais, geográficas, etárias e profissionais, entre outros parâmetros. essas variações linguísticas usadas, ao se adaptar a linguagem aos mais varia- dos contextos, chamamos de variação linguística. Ambiguidade Derivação palavras formadas por meio da colocação de prefixos e sufixos ao um radical (ou palavra primitiva). exemplos: pedreiro, empoderamento, descontentamento, infelizmente. Composição palavras formadas a partir de mais de um radical, isto é, palavra formada a partir de outras palavras colocadas lado a lado (com ou sem hífen): mão de obra, girassol, aguardente, célula-tronco, coronavírus. Hibridismo palavras formadas por meio de radicais de línguas diferentes. exemplos: sam- bódromo, brinquedoteca, antropologia, feminicídio, homofobia, tuitar. Onomatopeia palavra criada por meio da imitação dos sons humanos, naturais ou de obje- tos. exemplos: miau, kkkk, tique-taque. Estrangeirismo empréstimos sem adaptações de palavras de outras línguas. exemplos: fake news, bullying, home office. FORMAÇÃO DE PALAVRAS 1 Flexão: alteração da forma da palavra sem que, com isso, surja nova palavra. acrescenta-se ao radical as desinências (nominais ou verbais) com o objetivo de atribuir-lhe informação nova. ANÁLISE DAS CLASSES DE PALAVRAS: Homem alto Falamos alto um não, um nada Coesão - refere-se às relações de sentido estabelecidas entre os enunciados que compõem um texto, de modo que a interpretação de um elemento qualquer seja dependente de outro. a coesão é obtida em parte pela gramática, em parte pelo léxico. Coesão referencial - recurso por meio do qual há a retomada ou a antecipação de algum elemento (palavra ou expressão) no texto. dá-se o nome de cadeia de referência ao nexo estabelecido entre os termos referentes. há várias estratégias de estabelecer a coesão refer- encial no texto, dentre as principais estão a utilização de pronomes. PONTUAÇÃO – VÍRGULA – 10 MANDAMENTOS RECURSOS DE COESÃO: Pronomes e conjunções PONTUAÇÃO Vírgulas 1 O trabalho segundo Marx Karl Marx dividia a sociedade em duas grandes classes: a Burguesia e o Proletariado. Enquanto a Burguesia era detentora dos meios de pro- dução, o Proletariado, embora sendo maioria, era obrigado a vender sua força de trabalho para garantir sua sobrevivência. Embora se esforce trabalhando, essa classe não consegue enriquecer devido a exploração praticada pela Burguesia. O Trabalho pode ser definido como: Atividade na qual o ser humano emprega sua força para produzir meios para o seu sustento. Max Weber, assim como Marx, enxergava no trabalho uma construção histórica. Segundo Weber, as sociedades operam tal qual suas condições históricas especificas as moldaram. Nesse sentido, Webber dis- cute a existência de uma ética do trabalho de inspiração religiosa se desenvolve com um senso de dever. Com isso, surge um novo espírito capitalista, baseado nas ideias protestantes. MUNDO DO TRABALHO O conceito de Indústria Cultural foi cunhado pelos filósofos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer, na obra intitulada ‘Dialética do Esclarecimento’. No capítulo ‘A indústria cultural: iluminação como engano em massa’, os autores explicam como a cultura popular se assemelha com uma fábrica que produz bens culturais padronizados que visam uma espécie de domesticação das massas. CULTURA 1 O trabalho segundo Durkheim Émile Durkheim também se dedicou a investigação do trabalho, teorizando acerca da sua divisão social. Para ele, a crescente migração do campo para cidade enquanto mão de obra nas fábricas e indústrias, gera a especialização do trabalho. Ele se dá conta que quanto mais especializado é o trabalho, mais laços de dependência se formam. A divisão social do trabalho, para este autor, promove a coesão social e, por isso, deve ser preservada. 1 Características da indústria cultural Visa o lucro Padronização dos gostos e interesses dos consumidores Massificação dos produtos Produtos fáceis de serem consumidos Homogeneização dos produtos culturais (filmes, músicas, novelas, peça etc) Exemplos da influência da indústria cultural: Alimentação: Alguns tipos de alimentos se difundiram tanto que parecem fazer das culturas locais. Música: Os meios de comunicação permitem a reprodução massiva de Durante o regime nazista na Alemanha, os filósofos Adorno e Horkheimer afirmavam que toda produção cultural da época era voltada para o enaltecimento daquele regime, todavia, durante sua passagem pelos EUA, também foi notado a atuação de uma indústria cultural, que nesse caso tinha o intuito de “desviar” os olhares da população aos problemas sociais da década de 30 que se consagrou. O conceito de cidadão data da Antiguidade Clássica, quando cidades como Atenas se estruturaram politicamente de maneira a assegurar direitos a uma parcela da população ao passo que explorava as demais. Na democracia ateniense, por exemplo, para ser considerado cidadão era preciso: ter pais atenienses, ser ateniense, ser maior de idade, possuir terras e escravos. Vale ressaltar que, embora a mulher fosse considerada cidadã, ela não tinha direitos políticos. Atualmente, entende-se por cidadão o indivíduo que, como membro de um Estado, usufrui de direitos civis e políticos por esse garantidos e desempenha os deveres que, nesta condição, lhe são atribuídos. CIDADANIA Conceito de cultua: O conceito de cultura é bastante amplo. Dentro da sociologia, podemos dizer que a cultura corresponde a um conjunto de crenças, hábitos e conhecimentosde um povo ou de deter- minado grupo que têm, de certas maneiras, padrões semelhantes. Sendo assim, podemos dizer que a cultura é algo essencialmente humano e que se manifesta de diferentes formas em diferentes sociedades. Entretanto, para os teóricos da Escola de Frankfurt, há um fenômeno cultural que eles chamaram de “Indústria Cultural” que tem por objetivo massificar a cultura, servindo a ideologia capitalista. Para isso, os meios de comunicação são utilizados para a reprodução em larga escala de “produtos culturais”, visando o lucro. MUSIC FESTIVALLorem ipsum dolor sit amet, consectetuer adipiscing elit, sed diam nonummy nibh euismod tincidunt ssuts laoreet dolore magna aliquam erat volutpmm.., quis nostru 1 Direitos civis: São direitos dados aos cidadãos de determinado estado ou nação. Garantem as liberdades individuais, como o direito de pensar e se expressar, o direito de ir e vir, ou o acesso à pro- priedade privada, por exemplo. A Constituição Federal de nosso país dita que, os direitos e deveres do cidadão brasileiro, devem sempre andar em conformidade, pois, quando um cidadão cumpre as suas obrigações, o outro tem a garantia dos seus direitos. Direitos políticos: Consistem em uma série regras constitucionais que regem a participação da população no processo político de um estado. Correspondem ao direito ao sufrágio e à representação política. Por que precisamos ter nossos direitos garantidos? Afinal, não somos todos iguais? Direitos sociais: São aqueles considerados essenciais para a construção de uma vida digna e para o estabelecimento do bem-estar social. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. Cidadania: É a condição de uma pessoa que pertence a um Estado onde pode gozar de seus direitos e cumprir seus deveres. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra- sileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 Meios de comunicação são instrumentos cria- dos para que se propague a informação. Principais Meios de Comunicação: Tv Rádio Jornais e revistas impressas Na internet: Tecnologias da informação e comunicação digitais. Importante lembrar que as redes sociais modificaram muito nossa comunicação. Se antes comunicação de massa era passiva (apenas assistíamos ao conteú- do que chegava pela TV, por exemplo), hoje as novas TICs permitem a interação dos comunicadores com a audiência. MEIOS DE COMUNICAÇÃO O conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo organizado que tem como objetivo alcançar mudanças sociais por meio do embate político, dentro de uma determinada sociedade e de uma determinada sociedade e de um contexto específico. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um movimento de ativismo político e social brasileiro. De inspiração marxista, teve origem na oposição ao modelo de reforma agrária imposto pelo regime militar, principalmente nos anos de 1970, que priorizava a colonização de terras devolutas em regiões remotas, com objetivo de exportação de excedentes populacionais e integração estratégica. Con- trariamente a este modelo, o MST busca fundamentalmente a redistribuição das terras improdutivas. MOVIMENTOS SOCIAIS Os impactos sociais promovidos pelos meios de comunicação afetam muito a sociedade. Os governos tendem a utilizar esses meios para promover o financiamento de suas ideologias e a homogeneização do pensamento da população. Mass media ou meios de comunicação de massa são um com- plemento perfeito para disseminar, a nível massivo e sem dis- criminação de público, quaisquer mensagens. Os intelectuais da Escola de Frankfurt alertavam sobre perigos dessa ferra- menta que foi bastante difundida durante a Segunda Guerra e continua a ser utilizada atualmente. Os regimes totalitários e autoritários, como os que acontecerem na Alemanha nazista ou sob o governo militar no Brasil, se utilizaram de seu poder para controlar os meios de comunicação e assim manipular as informações que chegava as massas, passando ideias falaciosas acerca da realidade, de modo a promover os interesses de uma elite em detri- mento ao restante da população. “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma.” Joseph Pulitzer 1 Manipulação da Informação A existência de movimentos sociais se justifica por conta das diferenças entre os indivídu- os e, consequentemente, da exclusão de políticas e práticas voltadas para as necessidades reais e específicas de cada grupo. A Constituição assegura direitos básicos e essenciais, mas faz isso de forma geral, sem levar em conta as diferenças regionais e particularidades mais específicas de determinados grupos. Para mudar a situação de exclusão, são então formados os movimentos sociais. Características dos Movimentos Sociais Organização de um projeto e ideologia em comum e que considere as propostas relevantes ao movimento Estrutura hierárquica que possibilita várias lideranças Ações coletivas Organização de passeatas, greves, denúncias e marchas Manifestações que podem ou não ser pacíficas Revolucionários ou reformistas O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto fundado em 1997 é um movimento de caráter social, também marxista. Sua atuação política e popular advoga principalmente pelo direito à moradia, pela reforma urbana e pela diminuição da desigualdade social. 1 1 Platão foi o fundador da Academia, dedicou-se a investigação de muitos temas. Em sua mais famosa obra ‘A República’ ele incorporou suas teorias acerca do Mundo das Ideias para elaborar o primeiro sistema filosófico que tratava da política, apresentando noções obre justiça e igualdade sexual. Foi discípulo de Sócrates, narrando as façanhas de seu mestre ao passo que criticava os sofistas apresentando noções como verdade e um esboço do que viria ser interpretado como Ética. Fundador da escola peripatética, Aristóteles foi o mais conhe- cido e renomado discípulo de Platão. Professor de Alexandre – o grande – ele era contrário ao dual- ismo platônico, alegando que o mundo é um só. Considerado o pai da Lógica, Ética e Biologia, Aristóteles estu- dava os fenômenos do mundo com afinco, essa investigação metafísica foi descrita em sua filosofia primeira, que tratava distinção entre o universal e a substância e a distinção entre as três substâncias diferentes que formam a realidade cada uma com sua essência fundamental. ENTÃO THALES DISSE... FAÇA-SE A FILOSOFIA! Platão Platão Surgido no século XX, o Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt é um dos locais de maior renome para o estudo da filosofia e da sociologia na atualidade. Mais conhecida como Escola de Frankfurt, o instituto era formado por intelectuais marxistas que, em geral, eram contra a visão unipartidária propagada pela U.R.S.S. Famosos por fazer uso da Teoria Crítica, os frankfurtianos eram avessos tanto ao capitalismo quanto ao socialismo, em especial aquela visão defendida pelo stalinismo. Theodor Adorno e Max Horkheimer foram os principais expoentes da Escola, que contou ainda com Walter Benjamin e Habermas. Adorno e Horkheimer elaboraram uma obra conjunta intitulada ‘A Dialética do Esclarecimento’ onde cunharam o famoso con- ceito de Indústria Cultural. História da Sexualidade A sexualidade faz parte da vivência humana. Entretanto, Foucault aponta que a sociedade burguesa transformou a história da sexuali- dade, na qual o sexo permanece real, mas a sexualidade é um emara- nhado de ideias construídas. Dessa maneira, veio a repressão a qualquer expressão de sexualidade que não se adeque aos novos arquétipos. Assim, as pessoasque não se encaixavam ao novo padrão eram consideradas anormais. História da Loucura Foucault investiga "a história das relações que o pensamento mantém com a verdade" e desnatu- raliza corpo, alma e psiqué considerando-os invenções histórico-discursivas, as quais só têm sentido se inseridas em determinados arranjos epistêmicos de produção de verdades, no caso, o surgimento das ciências humanas. Vigiar e Punir Em Vigiar e Punir Foucault investiga a evolução histórica da legislação penal e de que maneira o uso da punição dos corpos foi utilizada ao longo da história para a dominação do indivíduo e da sociedade. Para eles, a cultura popular é algo análogo a uma indústria que produz bens culturais padronizados, tais como: filmes, podcasts, revistas etc. usados para influenciar a socie- dade a seguir os interesses das classes dominantes. Foucault foi mais que um filósofo, ele foi um arqueólogo do saber, isto é, ele investigou a exaustão alguns temos caros a Filosofia, que foram expostos em sua obra ‘As Palavras e as Coisas’ e ‘Arqueologia do Saber’. Interessado nas mudanças estruturais que o Poder sofreu ao longo das eras, Foucault se ocupou em demonstrar como o século XX havia adotado um Biopoder em detrimento do poder de morte que os governos exerciam outrora. 1 ESCOLA DE FRANKFURT Umas das primeiras reflexões filosóficas sobre as questões morais foi protagonizada por Sócrates, que almejava estabelecer juízo crítico racional para distinguir a verdadeira virtude via dialogo e reflexão. Seu discípulo Platão, foi influenciado por esta ideia, mas pensava também que os conceitos morais deveriam residir simultaneamente no indivíduo e na cidade como meio de alcançar a felicidade. Nesse sentido, e de maneira geral, a Ética para os gregos visava alcançar felicidade, isso pode ser visto na primeira obra sistemática sobre o tema. Ética a Nicômaco foi o primeiro tratado de Ética do Ocidente que se tem relato. Para John Mill, a Ética se pauta na ideia de que todas as ações morais tem como meta à utilidade em vista da realização da felicidade. A Ética é parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes na sociedade Dessa forma, a utilidade é o critério que deve orientar a escolha da ação moral. Entendendo a felicidade como nossa maior realização é preciso que cultivemos a virtude e aprimoraremos nosso caráter. Por fim, a Ética de Kant atenua a importância da felicidade em relação às ações morais que praticamos. Todavia, para o prussiano a moralidade vigente não deve impor ao indivíduo o que ele deve fazer, e sim o indivíduo deve impor a si mesmo uma moral. Ora, desse ponto de vista a moral tran- scende à história, à cultura e à tradição. Portanto, Kant valoriza a autonomia, já que coloca o indivíduo na posição de legislador da sua própria mora em detrimento de uma moral exterior. Assim sendo, todos nós somos capazes de pensar como devemos agir. A moral, na perspectiva kantiana, tem como base a lei - determinada pelo próprio indivíduo, que agirá de maneira correta pois é seu dever, enquanto sujeito racional fazê-lo. Já Platão entendia que uma pessoa só pode tomar decisões corretas quando a parte racional da sua alma fala mais alto. 1 ÉTICA Niccolò di Bernardo dei Machiavelli foi um filósofo defensor da monarquia. Para ele o sucesso de uma nação é a meta de todo governante. Em sua obra mais conhecida ‘O Príncipe’, ele aconselha o gover- nante a não ser limitado pela moralidade e devendo alcançar seu objetivo independente dos meios necessários. John Locke foi outro filósofo inglês que se consagrou om suas teorias políticas. Famoso por suas ideias empiristas, Locke defendia um gov- erno baseado no Direito Natural dos seres humanos, antagonizando o absolutismo defendido por Thomas Hobbes. Locke afirmava que nós possuímos direitos natos, isto é, ao nascermos já possuímos o direito à vida, à propriedade e à liberdade. Desse modo, não cabe ao Estado cercear tais direitos. Sua obra mais influ- ente sobre a política foi ‘Dois Tratados Sobre o Governo’. Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo francês defensor obstinado da liberdade. Ele dizia que: ‘O Homem Nasce Livre e Por Toda Parte Encon- tra-se Acorrentado’. Tal afirmação corrobora em parte com os princípios defendidos por John Locke. Em sua obra ‘Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigual- dade entre os Homens’ ele dialoga com Hobbes ao repensar o conceito de Estado de Natureza. Para Rousseau, o ser humano em seu estado natural seria uma pessoa de bem, que foi corrompida pela sociedade. Thomas Hobbes foi um filósofo inglês defensor da monarquia. Em sua principal obra ‘O Leviatã’ Hobbes revolucionou o modo de pensar a política, pois ele foi além da discussão existente, indagando acerca da origem do Estado. Se para Machiavelli, o problema em questão girava em torno da conservação do poder, para Hobbes, o problema é a conservação do próprio homem. Com a intenção de defender o absolutismo inglês, suas imputações sobre o Estado de Natureza e a necessidade de manter-se um poder soberano foram muito utilizadas. Um dos pontos mais centrais do pensamento de Maquiavel é a dicotomia entre virtude e sorte, que estabelecem os valores de um bom governo. 1 FILOSOFIA MODERNA O Racionalismo é uma corrente filosófica que privilegia a razão como meio de conhecimento e explicação da realidade. Seus principais expoentes foram René Descartes, Gottfried Leibniz e Baruch Espinoza, contudo Platão já operava nessa linha com suas ideologias. O pensamento racionalista visa conhecer o mundo, de modo não aceitando qualquer elemento empírico como fonte do conhecimento verdadeiro. Nesse sentido, as ideias racionalistas têm um ponto de vista inatista, ou seja, derivam do intelecto e da pura racionalidade. O Empirismo é a corrente filosófica pauta- da na noção de que todo conhecimento válido só pode ser obtido única e exclusiv- amente da experiência. Seus principais expoentes foram David Hume, Francis Bacon e John Locke, entre- tanto suas origens podem ser retomadas desde Aristóteles. O pensamento empirista pressupõe que o conhecimento sobre o mundo se dá a partir da captação do mundo externo, através dos sentidos, descartando as verdades apriorísticas e inatas. O Criticismo é uma corrente filosófica que pretendeu pôr um fim a contenta entre o Racionalismo e o Empirismo. Pensada por Immanuel Kant, essa vertente busca os limites daquilo que pode ser conhecido, de modo se utilizar das noções apriorísticas da doutrina racionalista para fundamentar conceitos primordiais da nossa existência, ao passo que se vale das noções empíricas para fundamen- tar os conhecimentos a posteriori. Essa corrente filosófica faz uma análise crítica da realidade, que foi divida por Kant em três grandes obras: A Crítica da ‘Razão Pura’, a ‘Crítica da Razão Prática’ e a ‘Crítica do Juízo’. 1 RACIONALISMO EMPIRISMO CRITICISMO 1 Machado de Assis é um dos escritores mais importantes da língua por- tuguesa e o ENEM reconhece isso. É comum que tenhamos questões de interpretação de texto sobre a obra Machadiana. Para resolver essas questões vale pensar em algumas características típicas do Realismo brasileiro e do escritor, tentando aplicá-las a sua interpretação. MACHADO DE ASSIS E O REALISMO LINGUAGEM REGIONALISTA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA A tentativa de representar a realidade externa, os cenários, as reações e o tempo, por exemplo, é chamada de Veros- similhança. E mesmo que isso seja uma característica típica do Realismo, e apareça na obra Machadiana, há também a sacada literária mais interessante: nem tudo que parece é! E Machado é mestre nessa arte, ele é o rei da ironia. Sabe-se que muitas vezes a fala de um personagem ou narrador machadiano parece um elogio ou uma brincadeira inocente,mas na verdade está fazendo uma forte crítica. E a crítica social é frequente nos livros, contos ou crônicas do escritor. A burguesia e a hipocri- sia da sociedade do século XIX são fotografadas em suas falhas e usos de poder, o que faz dos textos literários um retrato da sociedade abastada e dos cenários cariocas. É bom também lembrar que o escritor é quase um fundador da literatura psicológica. Os personagens Machadianos saem da superficialidade do Romantismo e passam a ser mostra- dos de forma aprofundada, observando a individualidade e as dualidades, tanto nos fenômenos emocionais, como nos psicológicos. Em se tratando de linguagem não normativa e variações linguísticas lembre-se que se defi- nem por expressões orais e escritas de diferentes comunidades e regiões. A linguagem não normativa, ou não gramatical, aparece com frequência nas provas do ENEM. Sendo assim, é importante saber que existem distintas possibilidades de fala e que isso pode ou não ser variação regional. Por isso, ponha a atenção nos vocábulos para não confundir Brasil com Regiões específicas. Para fechar: ainda que o dilema de Dom Casmurro “Traiu ou não traiu” seja o mais conhecido da obra do escritor, vale lembrar que existem outras obras nas quais o narrador deixa dúvidas sobre acontecimen- tos, em contos como “Uns braços” e a “A missa do galo” isso também acontece. Fique atento (a) também a esse aspecto. 1 Na Segunda Geração do Modernismo, encontram-se importantes autores, principalmente da região nordeste do país: Na literatura pode-se destacar a representação dos regionalismos feitas pelos escritores do Modernismo da Segunda Geração, a prosa de 30. Esses escritores são figuras importantes da vertente regionalista, já que falam sobre os seus lugares, apresentando os cenários de forma plástica e falando sobre a cor local (se refere ao texto que apresenta especificidades de um lugar - dialetos, costumes, história e topografia). Última dica: Lembrar também que o Cordel, um tipo de poesia popular que tem como berço de ouro o nordeste, que conta histórias do cotidiano e se constrói em versos rimados e musicais. Não é incomum que na obra desses escritores apareçam histórias do cangaço! Jorge Amado, que desenvolve os cenári- os da Bahia e aponta as diferenças de classe social Graciliano Ramos, que aborda a questão do sertão, a psicologia e os questionamentos sobre a vida. Rachel de Queiroz, escritora crítica, que trabalha os ambientes do Sertão e também as relações interpessoais. José Lins do Rego o pai da triologia da cana de açúcar e o retrato da decadên- cia coronelista. Ainda da geração de 30, vale falar sobre o regionalismo gaúcho que aparece com Érico Veríssimo Há um outro escritor da Geração de 45, a terceira geração Moderna, Guimarães Rosa - que trabalha com mistura de linguagens, desde a arcaica até os regionalismos - e tem como características da sua narrativa o olhar para a cultura popular e o mundo do Sertão. Ele também usa os narradores e person- agens para pensar suas psicologias e misticismos. 1 VANGUARDAS EUROPEIAS Principais Vanguardas Europeias e suas características: Existem outras vanguardas que aparecem, mas mais voltadas às experiências de artes plásticas, como o Fauvismo ou o Impressionismo. O impres- sionismo na literatura brasileira aparece no livro “O ateneu” ou nas obras de Raul Pompeia. Futurismo ode à velocidade e ao novo, culto à violência e formas em movimento. Na literatura se apre- senta centralmente com a fragmentação do verso ou do parágrafo. Surrealismo estética do sonho e do inconsciente, trabalha com imagens oníricas, e aposta na escrita automática. Dadaísmo reconstrução dos princípios artísticos, transformação dos objetos cotidianos em peças de Arte Moderna; na literatura, a destruição do verso e a formação de imagens com palavras. Cubismo SEMANA DE ARTE MODERNA A Semana de Arte Moderna aconteceu em 1922 e pode ser considerada um rio divisor de mundos. Isso porque a Semana de Arte Moderna rompeu com o conservadoris- mo, com o preciosismo e com a repetição e cópia euro- peia, que muito seguíamos até o século XIX. Antecessoras da Semana de Arte Moderna, a Semana de 22, as Vanguardas Europeias foram alicerces para a construção da arte do século XX. Revolucionários, os artistas das diferentes correntes, abriram portas não somente na literatura, mas também nas artes visuais. Sendo assim, acabam aparecendo de maneira recorrente no ENEM com imagens e textos tem destaque centralmente nas artes plásticas, o artista mais conhecido é Picasso. 1 SEGUNDA GERAÇÃO MODERNA Os Poestas Criou a chamada Geração Revolucionária - a Primeira Geração Moderna - que conferiu destaque para Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira. Essa geração trouxe para as nossas artes um olhar para a linguagem popular, o uso da crítica irônica contra os passadistas ou puristas da arte, retratos das cidades, vide o famoso “Pauliceia desvairada” de Mario de Andrade. De todos os escritores dessa geração se destaca como o mais irreverente, Oswald de An- drade, que usa poemas pílulas e fragmentação do texto, buscando semelhança com a linguagem dos takes de cinema e reproduzindo no texto as expressões populares. Aqui também está Manuel Bandeira, o poeta de Pasárgada e do Pneumotórax. A Segunda Geração Moderna é marcada pela maturidade das conquistas da Primeira Geração. Diz-se maturidade porque existe o entendimento de que se pode seguir pro- duzindo os versos livres e de libertação que nasceram com os primeiros Modernistas, mas também entenderam que podiam utilizar formas tradicionais como o soneto ou os romanceiros. Destaca-se aqui a produção de Cecília Meireles. A poetisa tem como característica a passagem pelo mundo sensorial (o que aponta a influência do Simbolismo. Cecília é chama- da de neo simbolista), a melancolia, a morte, o amor, as marcas da passagem do tempo e também um olhar sobre o mundo contemporâneo. Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico: — Diga trinta e três. — Trinta e três… trinta e três… trinta e três… — Respire. — O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado. — Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? — Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino. 1 Outro poeta dessa geração é Carlos Drummond de Andrade, mineiro que se destaca pela temática do conflito entre o homem e o mundo. Em seus textos e livros iniciais aparece a temática do Gauche, aquele que é perdido, desencontrado no mundo: “quando eu nasci, um anjo torto/ desses que vivem na sombra/ Disse: vai, Carlos! ser gauche na vida” Um dos poemas mais conhecidos da escritora chama “Retrato”, ele apresenta bem os ele- mentos constitutivos do conjunto literário de Cecília Meireles: Vale lembrar que no olhar para o mundo em que vivia, Cecília Meireles criou uma ponte com o passado resgatando a história da Inconfidência Mineira, falando sobre liberdade, sobre a função da palavra (metalinguagem), incorporando elementos líricos e épicos. O livro “Romanceiro da Inconfidência” é consid- erado uma das mais importantes obras de Cecília e pertence a sua chamada fase social. “Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida a minha face? Drummond se caracteriza pela liberdade do verso, utilizan- do-se de versos brancos e de diferentes tamanhos de poemas. Em seus poemas é comum perceber a reflexão sobre o fazer poético, com foco na necessidade de entender a palavra e o fazer poético, em um longo trabalho muito mais voltado para a “transpiração” que para a “inspiração”: “Não faças versos sobre
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