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Professor: Dr. Ivan Francisco Pereira Agostinho Capítulo 11 - Aula 2 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREPARATÓRIO PARA OAB DISCIPLINA: DIREITO PENAL Coordenação: Dr. Ivan Francisco Pereira Agostinho 01 "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br Direito Penal Professor Ivan Agostinho Capítulo 11 Crimes Contra a Administração Pública Aula 2 Usurpação de Função Pública Artigo 328 a 339 do CP Trata-se de crime comum quanto ao sujeito ativo. A doutrina divide-se quando analisa a situação de um funcionário público que, fazendo-se passar por outro, pratica os atos inerentes às atribuições daquele outro. Há quem entenda que o funcionário age como se particular fosse e há quem entenda que, em decorrência do nome do capítulo - crimes praticados por particular contra a administração - não seria possível reconhecer o crime nessa situação. Usurpar significa, na hipótese, desempenhar uma atividade pública sem podê-lo, sem ter a indispensável posição de ser servidor público. Dessa maneira, fazendo-se passar por servidor público o agente criminoso pratica algum ato privativo da administração. Nesse instante, da prática do primeiro ato, é que se consuma a infração penal, mesmo que de tal situação não se verifique qualquer prejuízo efetivo ao particular. A tentativa será possível na medida em que o indivíduo, passando-se por funcionário público, não chega a praticar qualquer ato. Resistência - Art. 329, CP - Busca-se a proteção da autoridade e prestígio estatal. Trata-se de crime comum quanto ao sujeito ativo. Vítimas são o estado e o servidor público que cumpre o ato e que sofre a violência. Como a vítima principal é o estado, a resistência praticada contra mais de um servidor que executa o mesmo ato configurará um só crime. O crime consuma-se no momento da violência ou da ameaça, tratando-se de crime formal. Entretanto se o ato praticado pelo servidor não se concretiza haverá a qualificadora prevista no parágrafo primeiro. É viável a ocorrência da tentativa, mas de pouca freqüência. 02 Desobediência - Art. 330, CP - Trata-se de crime comum quanto ao sujeito ativo. A vítima é o estado, em segundo plano o servidor que viu sua ordem descumprida. Para a ocorrência desse crime é indispensável que a ordem seja legal, tanto quanto ao seu conteúdo, como quanto aos aspectos formais, vale dizer. O crime vai consumar-se no momento do descumprimento da ordem que pode ser um fazer alguma coisa ou não fazer, dependendo do conteúdo da ordem desobedecida. Entende-se que é possível a tentativa quando a conduta representar um fazer algo não permitido. Na omissão, como sempre, não se admite a forma tentada. Desacato - Art. 331, CP - Protege-se a administração pública através do prestigio de seus servidores. Trata-se de crime comum quanto ao sujeito ativo. Sujeito passivo principal é o estado e secundário o servidor desacatado. Desacatar significa, em última análise, humilhar, ofender o servidor. O desacato pode ocorrer quando o funcionário estiver em pleno exercício de suas funções, ou em folga, mas desde que decorrente da sua condição de servidor. O crime consuma-se no momento da ofensa, não se admitindo a tentativa na medida em que o desacatado deve ter conhecimento direto das ofensas. Discute-se, também, se para a prática desse crime se exige ânimo calmo e refletido, entendendo a maioria que sim. Corrupção ativa - Art. 333, CP - As condutas praticadas pelo particular são duas, oferecer ou prometer a vantagem indevida. A vantagem é prometida ou oferecida visando que o servidor público pratique, não pratique ou retarde a prática de ato de ofício. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br Tratando-se de crime formal, consuma-se no momento do oferecimento ou promessa, independentemente da obtenção do favor desejado. A tentativa só será possível se a conduta for por meio escrito, promessas verbais não admitem interrupção. Lembrando que o crime só existe na modalidade dolosa. Contrabando ou descaminho Art. 334, CP Como é possível observar desde início a objetividade jurídica resume-se ao controle do estado sobre a entrada e saída de mercadorias do país. Importar é fazer entrar no país alguma coisa, exportar é o caminho contrário, fazer sair. Trata-se de crime comum quanto ao sujeito ativo. A vítima é o Estado. O que distingue contrabando e descaminho é, basicamente, a natureza da coisa que entra ou sai do país. Enquanto no contrabando a entrada ou saída clandestina refere-se a mercadoria cuja entrada ou saída é proibida, no descaminho a mercadoria poderia ingressar no país, o que não ocorre é o recolhimento da carga tributária decorrente de tal ingresso, ou mesmo da saída. Haverá a consumação da infração com o atravessar da fronteira nacional, seja na entrada seja na saída, importação ou exportação. A tentativa é possível, no caso da exportação ela se verificará quando, por circunstancias alheias à vontade do agente a mercadoria não chega a sair do Brasil. No parágrafo primeiro, várias formas equiparadas ao contrabando ou descaminho, conforme a natureza da coisa. Sob o aspecto do tipo subjetivo é importante notar que só haverá essa infração penal na modalidade dolosa. Para terminar esse crime temos a forma qualificada no parágrafo terceiro, que pune com o dobro da pena se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em transporte aéreo. Crimes praticados por particular contra Administração pública estrangeira Através da lei 10.467/2002, foram criadas novas figuras típicas de corrupção ativa e tráfico de "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 03 04 influência em transação comercial internacional. Como fez com o funcionário público nacional também cuidou de definir o servidor público estrangeiro. O crime previsto no art. 337-B tem a mesma redação da corrupção ativa comum, acrescentada apenas de uma conduta que é a de “dar”, além dessa diferença o que a afasta da corrupção ativa comum é a origem do servidor público a ser corrompido, enquanto na comum o servidor é brasileiro, nessa forma especial o servidor é alienígena. Iniciamos, agora, um novo capítulo, no qual vamos tratar dos crimes contra a administração da justiça. Denunciação caluniosa - Art. 339, CP Trata-se de crime comum quanto ao sujeito ativo. Entretanto quando a ação a ser iniciada contra a pessoa inocente for privada ou condicionada à representação, somente os que têm titularidade para a dita ação penal ou para representar pode ser o autor do crime previsto no art. 339. A vítima principal é o estado enquanto administrador da justiça. É vitima também o particular injustamente acusado. Quanto ao tipo objetivo, é de se observar que o núcleo, a conduta, é a de dar causa, provocar, iniciar, uma investigação policial, administrativa, ação penal, de improbidade etc. A provocação pode ser direta ou indireta. O crime pode ser cometido, também, pela condutade um policial que coloca, por exemplo, entorpecentes nos bolsos da pessoa que pretende falsamente incriminar. A conduta somente será típica de o fato imputado falsamente constituir crime, não bastando que o procedimento seja iniciado. É importante lembrar aos srs. Que a falsidade da imputação pode recair sobre a própria existência do fato ou sobre a autoria. Já o parágrafo primeiro traz a hipótese de aumento de pena, da sexta parte, quando o autor do crime se serve do anonimato ou de nome suposto. O crime vai consumar-se no momento em que a ação ou investigação é iniciada. A tentativa em tese é possível, principalmente quando o autor do crime lança mão da provocação indireta e, por alguma circunstância alheia á sua vontade, o procedimento não é instaurado. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br
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