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INENTÁRIO E PARTILHA

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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTA PIO DÉCIMO
FACULDADE PIO DÉCIMO
COODERNAÇÃO DO CURSO DE DIREITO
Joyce da Silva
Maria Luiza Souza Lima
8ºNA
INVENTÁRIO E PARTILHA
Art. 1991-2027
Aracaju/SE
08 de Dezembro de 2020
INVENTÁRIO E PARTILHA
Artigos 1.191-2.027
Código Civil
O título IV, do livro V do Código Civil Brasileiro, dispõe acerca das regras de direito material dos institutos Inventário e Partilha. O inventário tem por objetivo a arrecadação, a descrição e a avaliação dos bens e outros direitos pertencentes ao de cujus, assim como a discriminação, o pagamento das dívidas e dos impostos e os demais atos indispensáveis à liquidação do montante que o pertencia. Enquanto a partilha, pode ser entendida como consequência do inventário, sendo o ato pelo qual o partidor realiza à divisão de um patrimônio entre os respectivos interessados ou sucessores do de cujus, após o inventário, fazendo com que cada herdeiro receba sua parte da herança.
Pablo Stolze leciona que:
O início do inventário inaugura uma espécie de juízo universal, em que se pretende resolver, em um único processo (entendido como um conjunto de atos tendentes a um fim), todas as questões atinentes à formalização da transferência da herança, salvo quando absolutamente inviável.
O artigo 1991, do CC inaugura o tema dispondo acerca da administração da herança, que por sua vez deverá ser exercida pelo inventariante, desde a assinatura do compromisso até a homologação da partilha. A letra da lei também cuidou isoladamente de temas supervenientes a tal divisão. Dentre eles a sonegação de bens e o pagamento de dívidas. 
DOS SONEGADOS E DOS PAGAMENTOS DE DIVÍDAS
No que tange aos bens sonegados, consiste na prática de um dos herdeiros sonegar bens da herança, não os descrevendo no inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou que os omitir na colação, a que os deva levar, ou que deixar de restituí-los. O diploma legal impõe sanções, determinando que aquele perderá o direito que sobre eles lhe cabia.
Ademais, outras sanções estão previstas, podendo em caso o sonegador for o próprio inventariante, além de tal sanção, deve ele ser removido em se provando a sonegação, ou negando ele a existência dos bens, quando indicados. Cabe ressaltar, que tais sanções deverão ser impostas por meio de processo em ação movida pelos herdeiros ou pelos credores da herança. 
Na hipótese do sonegador não ter mais os bens em seu poder pagará ele a importância dos valores que ocultou, mais as perdas e danos. O momento da arguição de sonegação será após o encerramento da descrição dos bens.
As questões atinentes a pagamento de dívidas deixadas pelo de cujus, a herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube.
DA COLAÇÃO
O art. 2.002 do Código Civil informa que os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, justamente para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação. Isso se alicerça na premissa de que todos os descendentes devem ser igualmente tratados.
Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível, na forma do parágrafo único do mencionado dispositivo do Código Civil (art. 2002). A tal processo de conferência de valores, para igualação da legítima, é dado o nome de colação.
São sujeitas à redução as doações em que se apurar excesso quanto ao que o doador poderia dispor, no momento da liberalidade. Na forma do art. 2.010, não virão à colação os gastos ordinários do ascendente com o descendente, enquanto menor, na sua educação, estudos, sustento, vestuário, tratamento nas enfermidades, enxoval, assim como as despesas de casamento, ou as feitas no interesse de sua defesa em processo-crime. 
PARTILHA
A partilha representa a finalização do processo, que significa, para os herdeiros, o pagamento dos seus direitos herdados. Lembra Maria Berenice que a partilha é o ponto culminante da liquidação da herança, definindo o direito de cada herdeiro, a divisão do patrimônio líquido, entregando a cada herdeiro o seu direito.
Quando não há herdeiros necessários em se verificando a ausência de legitimados, o testador dividirá os bens com ou sem igualdade para os legatários e herdeiros instituídos, segundo a sua vontade.
O instrumento de partilha pode ser feito de duas maneiras: amigável ou judicial.
A partilha na modalidade amigável representa o acordo de vontades, que manifesta sua intenção de dividir a herança de maneira fiel do instrumento.
Dispõe o artigo 2.015 do Código Civil:S e os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz.
A lei permite a realização desse instituto de partilha por três modos distintos, sendo eles: I- por escritura pública; II- por termo nos autos do inventário; e III- por instrumento particular, após a homologação do juiz.
Essa modalidade de partilha é menos burocrática do que a judicial, pelo fato de permitir maior flexibilidade na escolha e distribuição dos bens, assim sendo, aceitando a realização das preferências dos herdeiros.
A partilha judicial é obrigatória, se os herdeiros divergirem, ou se algum deles for incapaz.
Nesta modalidade de partilha, as partes formularão pedido de quinhão, e o juiz resolverá as pretensões no despacho de deliberação.
O artigo 2.016 do Código Civil brasileiro nos mostra: Será sempre judicial a partilha, se os herdeiros divergirem, assim como se algum deles for incapaz.
Para que ocorra uma boa partilha e sejam evitados litígios futuros, é necessário que sejam observados em relação aos bens quanto ao seu valor, natureza, qualidade e que ocorra a maior igualdade possível. 
É possível o titular do patrimônio, quando desejar, partilhar seus bens em vida. O titular, por precaução, deverá contratar um avaliador de bens especializado, respeitando a legitima de cada herdeiro necessário. Essa possibilidade, visa o intuito da união familiar.
Aberta a sucessão, todos os herdeiros são titulares dos bens que integram a universalidade. Primeiro há o administrador provisório que representa o espólio, até a nomeação do inventariante. Cabe-lhes trazer para o monte todos os frutos que os bens produzirem, do início até a partilha. Permite alei que o inventariante ou o provisório sejam ressarcidos pelas despesas uteis e necessárias que tenha sido feitas, respondendo, contudo, pelos danos que tenham causado, por dolo ou culpa. Se os bens sofreram os danos sem concorrência do gestor, este não será responsabilizado.
Com relação aos bens que foram sonegados pelo inventariante ou por qualquer dos herdeiros devem ser sobrepartilhados, quando surgirem e apurados judicialmente ou não. A sobrepartilha está prevista no artigo 670 do CPC/2015: Na sobrepartilha dos bens, observar-se-á o processo de inventário e de partilha.
Após o julgamento da partilha, é desfeita a comunhão dos bens e cada herdeiro será titular daquilo que recebeu, o seu quinhão, sua legitima e o seu dinheiro partilhado. Se após o recebimento do seu quinhão, for acionado por credor do falecido responderá circunscrito ao seu direito, se o foi em parcela maior ou exclusivamente, faculta a lei acionar os demais herdeiros em ação regressiva.
Ocorrendo a perda de algum herdeiro de bem da sua legitima pela evicção, será a divisão proporcional entre todos ou o prejudicado poderá requerer no juízo do inventário que seja feita nova partilha. Se houver convenção em contrário, ou seja, que a evicção ocorreu por culpado herdeiro ou por fato posterior à partilha, somente o que causou por dolo, culpa, arcará com o prejuízo.
A partilha amigável pode ser anulada no prazo de 1 (um) ano, contados do trânsito em julgado, caso haja vícios ou defeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos. 
A partilha judicial, nela incluída a amigável no termo dos autos é rescindível no prazode dois anos, contados do transito em julgado. A parte interessada terá que ajuizar ação rescisória, porque o processo de inventário já encerrado não se reabre com o recurso para o tribunal.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.
GAGLIANO, Pablo Stolze Novo curso de direito civil, volume 7 : direito das sucessões / Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho. – 6. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.

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