Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CARDIOLOGIA E PNEUMOLOGIA NA UTI Belo Horizonte Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------- 03 1 FISIOTERAPIA – INÍCIO ----------------------------------------------------------- 05 2 FISIOTERAPIA NA UTI ------------------------------------------------------------ 12 3 AVALIAÇÃO EM UTI – EXAME FÍSICO --------------------------------------- 13 4 CARDIOLOGIA ----------------------------------------------------------------------- 20 5 PNEUMOLOGIA --------------------------------------------------------------------- 24 6 REFERÊNCIAS ---------------------------------------------------------------------- 30 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 INTRODUÇÃO Prezados alunos, Esforçamo-nos para oferecer um material condizente com a graduação daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e provado pelos pesquisadores. Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar nosso trabalho. Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação dos nossos/ seus alunos. Nesta primeira apostila introduzimos conceitos pertinentes à Cardiologia e Pneumologia na UTI e discorreremos sobre o conhecimento a respeito dos fundamentos, objetivos, métodos e áreas da fisioterapia, com foco na otimização da capacidade funcional e no desenvolvimento de programas de prevenção e reabilitação, fornecendo Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 embasamento para capacitar fisioterapeutas. Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos serem os mais importantes para a disciplina. Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar dúvidas e aprofundar os conhecimentos. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 1. FISIOTERAPIA – INÍCIO Fonte: www.fisiosaude.com.br A fisioterapia foi regulamentada como profissão pelo decreto lei nº 938, de 13 de outubro de 1969. Sua atividade abrange a realização de métodos, técnicas e de procedimentos terapêuticos sob contato físico aplicado diretamente ao paciente, estando ele consciente ou não (BRAZ; MARTINS; JUNIOR, 2009). É uma das profissões mais jovens da área da saúde (CALVALCANTE et al., 2011) e tem como objetivo prevenir e tratar lesões cinéticas funcionais decorrentes de traumas e de doenças, através de mecanismos terapêuticos próprios (MOREIRA; NOGUEIRA; ROCHA, 2007). Dependendo de sua especialização o fisioterapeuta pode atender pacientes em condições clínicas graves, em estado terminal e até mesmo em situações de risco de vida (BRAZ; MARTINS; JUNIOR, 2009). A dedicação da fisioterapia ao paciente crítico teve seu início entre as décadas de 40 e 50 devido à crise da poliomielite (BRAZ; MARTINS; JUNIOR, 2009; MOREIRAet al., 2005), desde então sua afirmação como parte da assistência intensiva tem sido progressiva (NOZAWA et al., 2008), e sua atuação como profissional integrante da Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 equipe multiprofissional no tratamento de pacientes nas unidades de terapia intensiva (UTI) é reconhecida em diversos países desenvolvidos (BORGES et al., 2009; GODOY et al., 2011). No Brasil, embora os fisioterapeutas estejam cada vez mais presentes nas UTIs, sua atuação difere em cada instituição não estando seu papel bem definido (NOZAWA et al., 2008). Entre 1973 e 1979, reconheceu-se a importância da fisioterapia nos hospitais, especialmente com a fisioterapia respiratória, o que leva essa época a ser a mais importante para a inserção da fisioterapia respiratória brasileira que, com seu rápido crescimento na década seguinte, consolidou-se como indispensável em todos os hospitais, quando então essa especialidade passou definitivamente a compor também as equipes de terapia intensiva. Sem dúvida a nova atuação da fisioterapia respiratória brasileira possibilitou uma importante integração multiprofissional e interdisciplinar, a qual passou a exigir ainda mais estudos e aprimoramento dos fisioterapeutas para que estes pudessem atuar com maior respeito dos demais profissionais da equipe (SARMENTO, 2007). No atendimento multidisciplinar oferecido aos pacientes em UTIs, o fisioterapeuta se faz presente em vários segmentos do tratamento intensivo, tais como o atendimento a pacientes críticos que não necessitam de suporte ventilatório; assistência durante a recuperação pós cirúrgica, com o objetivo de evitar complicações respiratórias e motoras; assistência a pacientes graves que necessitam de suporte ventilatório (JEREE et al., 2007; SABETZKI; CICOTOSTE, 2008). No suporte ventilatório o fisioterapeuta tem importante participação, auxiliando na condução da ventilação mecânica, desde o preparo e ajuste do ventilador artificial à intubação, evolução do paciente durante a ventilação mecânica, interrupção e desmame do suporte ventilatório e extubação (JERRE et al., 2007). A fisioterapia respiratória pode atuar na prevenção e no tratamento das doenças respiratórias utilizando-se de diversas técnicas e procedimentos terapêuticos tanto em nível ambulatorial, hospitalar ou de terapia intensiva (ABREU et al., 2007), com o objetivo de melhorar a função pulmonar, através da desobstrução brônquica, da expansão das áreas pulmonares colapsadas e no equilíbrio da relação ventilação/perfusão (SANTOS et al., 2009), diminuindo assim o tempo de hospitalização, pois inicia precocemente sua reabilitação proporcionando qualidade Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 na internação de cada paciente (SABETZKI; CICOTOSTE, 2008). Pacientes em ventilação mecânica invasiva (VMI) normalmente evoluem com retenção de secreção pulmonar, porque ambos os mecanismos necessários para um processo de depuração normal das vias aéreas, transporte mucociliar e tosse, se encontram prejudicados. O acúmulo de secreção pulmonar pode provocar aumento da resistência das vias aéreas, obstrução parcial ou total das mesmas com, consequente, hipoventilação alveolar e desenvolvimento de atelectasias, hipoxemia e aumento do trabalho respiratório. A presença de estase de secreção e atelectasias constituem um meio favorável para o desenvolvimento de colonização bacteriana e infecção do parênquima pulmonar o que constitui um fator complicador grave que pode prolongar o tempo de VMI e, consequentemente, afetar negativamente o prognóstico do paciente (DIAS et al., 2011). As técnicasfisioterapêuticas mais comuns utilizadas para promover higiene brônquica são: drenagem postural, compressão torácica manual, hiperinsuflação manual, aspiração traqueal, dentre outras (SANTOS et al., 2009) como a ventilação mecânica não invasiva (VMNI) com pressão positiva que é considerada um dos maiores avanços da ventilação mecânica (SCHETTINO et al., 2007). Principal terapia de escolha para pacientes com exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), mas também tem sido usada com sucesso em pacientes com insuficiência respiratória hipoxêmica de várias origens, incluindo pós operatório de cirurgias abdominais (PESSOA et al., 2010) e de tórax reduzindo o risco de reintubação, tempo de permanência em UTI e, consequentemente, a mortalidade, pois melhora a ventilação alveolar e as trocas gasosas, diminui o trabalho ventilatório e aumenta os volumes pulmonares (FILHO; BONFIM; AQUIM, 2010). Por sua vez os cuidados à criança e ao recém-nascido de alto risco tem se tornado uma especialidade estabelecida na maioria dos países desenvolvidos. No Brasil, as iniciativas para o trabalho de fisioterapia nas unidades de terapia intensiva neonatal (UTINs), tiveram início na década de 1980. No primeiro momento após a criação das UTINs, a maior preocupação era a de melhorar a sobrevida dos recém-nascidos (RNs), sem aumentar o número de complicações e partindo desse preceito pode-se afirmar que a fisioterapia vem progredindo por meio de profissionais que têm como proposta um Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 atendimento diferenciado para os RNs de alto risco. Como a fisioterapia é uma modalidade nova dentro das UTINs, encontra-se em expansão, principalmente nos grandes centros (VASCONCELOS; ALMEIDA; BEZERRA, 2011). Com isso, a assistência fisioterapêutica na equipe multidisciplinar aos recém-nascidos pré-termos (RNPT) sob cuidados intensivos tem como objetivo prevenir e minimizar as complicações respiratórias decorrentes da própria prematuridade e da ventilação mecânica, aperfeiçoar a função pulmonar de modo a facilitar as trocas gasosas, e assim, promover uma evolução clínica favorável. Para tanto, utiliza procedimentos fisioterapêuticos específicos como as posturas de drenagem, a vibração torácica e os exercícios respiratórios passivos (NICOLAU et al., 2008). A portaria do Ministério da Saúde n. 3432, em vigor desde 12/8/1998, diz que as UTIs com nível terciário devem contar com assistência fisioterapêutica em período integral (manhã e tarde), por diminuírem as complicações e o período de hospitalização, reduzindo, consequentemente, os custos hospitalares (NICOLAU; LAHOZ, 2007; VASONCELOS; ALMEIDA; BEZERRA, 2011). Em 24 de Fevereiro de 2010 a Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (SOBRATI) através da Resolução nº 7 – RDC, que dispõe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento das UTIs, deu novas disposições sobre a fisioterapia, aprovando a designação de um fisioterapeuta coordenador da equipe de fisioterapia que deve ser especialista em terapia intensiva ou em outra especialidade relacionada à assistência ao paciente grave e aumenta a carga horária para os turnos matutino, vespertino e noturno, perfazendo um total de 18 horas diárias de atuação, com no mínimo 01 (um) profissional para cada 10 (dez) leitos. A atuação da fisioterapia no ambiente hospitalar vem aumentando sistemática e gradualmente nas últimas décadas, o que possibilita um avanço na área científica e leva a um maior esclarecimento sobre o papel deste profissional. No estudo de NOZAWA et al. (2008) foi realizada uma investigação do perfil dos fisioterapeutas que atuam nas UTIs do Brasil, se destacando por ser o primeiro estudo de abrangência nacional onde se focalizou a direção do serviço, técnicas fisioterapêuticas empregadas e nível de autonomia em relação a VMI e VMNI, realizado através de um questionário destinado aos chefes dos serviços de fisioterapia Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 de hospitais registrados na Associação Médica de Terapia Intensiva. Constatou- se que os fisioterapeutas brasileiros atuam em sua maioria, em instituições privadas e assistenciais, cujos serviços são chefiados por fisioterapeutas, têm relativa autonomia quanto às técnicas fisioterapêuticas e o manuseio da ventilação mecânica não invasiva, mas, no caso da invasiva, atuam sob diretiva da equipe médica. Em outro estudo realizado por BRAZ, MARTINS e JUNIOR (2009) o objetivo foi analisar a atuação do fisioterapeuta em UTIs da cidade de Anápolis (GO) com a finalidade de observar a uniformidade ou não de atuações e a adequação quanto às habilidades e competências de um profissional dessa área. Para isso foi realizada entrevista com fisioterapeutas envolvidos no atendimento de pacientes das UTIs. Pode-se concluir que: 1. Uma parte considerável não possui qualificação adequada para a plena atuação nas UTIs; 2. Quanto ao relacionamento multiprofissional a maioria relata ter uma boa convivência, mas restrita comunicação sobre o estado do paciente; 3. Os profissionais permanecem de 3 a 6 horas diárias, o que comprovou que não existe um sistema de rotina para cobertura de 24 horas, levando a equipe de enfermagem a realizar alguns procedimentos que deveriam ser realizados pelo fisioterapeuta, como a aspiração e a mudança de decúbito; 4. Constatou-se homogeneidade quanto aos procedimentos fisioterápicos, diferenciando apenas quanto ao manuseio da ventilação mecânica. As especialidades envolvidas no atendimento ao paciente crítico como a Fisioterapia Respiratória (Resolução nº. 400/2011) e Fisioterapia em Unidade de Terapia Intensiva (Resolução nº. 402/2011) são reconhecidas pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), sendo essenciais para uma plena atuação do fisioterapeuta no ambiente hospitalar. A falta de autonomia no manuseio da VMI decorre muitas vezes da falta de especialização do profissional o que acaba lhe tirando a credibilidade no atendimento, portanto um maior conhecimento no atendimento ao paciente crítico realizado através de especializações voltadas a este tipo de paciente se torna indispensável para uma mudança deste quadro, uma vez que o fisioterapeuta esta apto a exercer este tipo de função. Segundo SILVA e SILVEIRA (2011) o fisioterapeuta é um dos trabalhadores que tem como principal instrumento as mãos e utiliza o toque no corpo do paciente da Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 forma mais eficaz possível, o que, portanto, não permite que suas intervenções terapêuticas sejam desumanizadas. LOPES e BRITO (2009) em seu estudo objetivaram constatar se a conduta profissional do fisioterapeuta experimentada na UTI é humanizada, através de um questionário realizado com 44 pacientes maiores de 18 anos que permaneceram internados em UTI por período igual ou superior a 24 horas no Hospital São Rafael em Salvador (BA). Pode-se concluir que a assistência fisioterapêutica prestada na UTI foi marcada pelo bom atendimento, pela atenção dada ao paciente e pelo tratamento de qualidade, caracterizando uma assistência humanizada. O atendimento humanizado fornece melhores condições para a recuperação do paciente, pois o indivíduo atendido sente que é visto de forma individual onde seus sentimentos e doença são respeitados e dessa forma não somente quem esta sendo atendido sente esta satisfação, mas também o profissional o que torna a terapia mais agradável, levando a resultados mais rápidos. A fisioterapia no atendimento em UTIN é um segmento recente de atuação, onde estudos são essenciais para a comprovação da necessidade deste profissional, principalmente levando em consideração a complexidade e especificidade desses pacientes. CUNHA et al. (2008) avaliaramos efeitos da manobra de bag squezzing, que consiste em uma série de excursões respiratórias amplas profundas, com uma pausa inspiratória de 3 segundos, seguida de rápida expiração para simular tosse, em pacientes com insuficiência respiratória na unidade de terapia intensiva pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Foram selecionados 23 pacientes entre 1 mês e 18 anos em ventilação mecânica por 12 horas ou mais, monitorando e comparando a frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), pressão arterial (PA) e saturação de oxigênio no pulso (SpO2), antes da execução da manobra, e após, no 1º e no 5º minutos, onde a manobra de hiperinsuflação manual foi considerada segura para pacientes em ventilação mecânica quanto aos parâmetros hemodinâmicos e com significativa melhora da saturação arterial de oxigênio. No estudo de VASCONCELOS, ALMEIDA e BEZERRA (2011), o objetivo foi avaliar o impacto e os benefícios da intervenção do fisioterapeuta no atendimento aos Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 recém- nascidos internados em UTIN do Hospital Agamenon Magalhães, da cidade de Recife (PE), por comparação entre os anos de 2005 e 2007, em que houve um aumento do tempo de permanência do fisioterapeuta na UTIN. A pesquisa foi realizada através da análise de 195 prontuários do sistema de arquivo médico e estatísticos, sendo 110 do ano de 2005 e 85 de 2007, onde de acordo com resultados obtidos, observou-se uma influência positiva da maior permanência da fisioterapia na UTIN com a diminuição da fração inspirada de oxigênio. A fisioterapia respiratória é dos métodos mais usados pelos fisioterapeutas nos hospitais, uma vez que tem como principal objetivo manter as vias áreas livres de secreções. Um dos procedimentos padrão realizado nas UTIs para a remoção de secreções em pacientes com vias áreas artificias é a aspiração, com isso, existem vários estudos que compararam a eficácia dos dois métodos como o estudo de ROSA et al. (2007) que teve como objetivo avaliar as alterações da mecânica pulmonar em pacientes em VMI, com a utilização de protocolos de fisioterapia respiratória e de aspiração traqueal isolada aplicados em pacientes com mais de 48 horas de ventilação mecânica, divididos aleatoriamente para a ordem de aplicação no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Moinho dos Ventos, Porto Alegre (RS). Dados da mecânica pulmonar e das variáveis cardiorrespiratórias foram coletados antes da aplicação do protocolo, imediatamente após, 30 minutos e 120 minutos após a aplicação dos protocolos. Chegou-se à conclusão de que o protocolo de fisioterapia respiratória foi eficaz na diminuição da resistência do sistema respiratório quando comparado ao protocolo de aspiração e essa diminuição manteve- se duas horas após sua aplicação, o que não ocorreu quando realizada apenas a aspiração traqueal isolada. Diante da incontestável eficácia da fisioterapia respiratória OGAWA et al. (2009) levantaram a questão sobre a necessidade da fisioterapia no setor de emergência dos hospitais, uma vez que a atuação deste profissional neste setor proporciona um atendimento mais rápido e eficiente, reduz o tempo de intubação, de ventilação mecânica, de complicações respiratórias e diminui o tempo de internação hospitalar. O estudo teve como objetivo a avaliação da frequência dos atendimentos fisioterapêuticos no hospital público São Paulo/ UNIFESP em pacientes com problemas pulmonares e cardiovasculares, que deram entrada no serviço de emergência no Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 período de maio a junho de 2009. Foram avaliados 192 pacientes com idade média de 65 anos, onde foi verificado que o atendimento de fisioterapia ainda é pequeno, porém existe uma grande demanda de pacientes com problemas respiratórios e cardiovasculares graves que podem se beneficiar dessa especialidade. 2. FISIOTERAPIA NA UTI Fonte: www.fisioterapia.com A observação de um paciente durante sua permanência no leito hospitalar leva a toda a equipe médica a considerar suas variações quanto a sua recuperação ou problemas que possam interferir nesse processo. A fisioterapia na UTI – Unidade de Terapia Intensiva – vem contribuir com essa observação, quando sua principal atribuição é fazer uma observação geral do paciente, a fim de identificar os potenciais problemas do sistema respiratório e cardiovascular, identificando também as melhores técnicas para tratá-los. Para que no processo da fisioterapia na UTI seja um sucesso, é importante que as vias aéreas bem como os músculos respiratórios do paciente estejam em pleno funcionamento. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Trabalhando como auxiliar na manutenção das funções vitais dos sistemas corporais de seus pacientes, a fisioterapia na UTI atua ainda como medida preventiva ou como tratamento de diversas doenças cardiopulmonares, além dos problemas circulatórios e musculares. Seu trabalho reduz a possibilidade de complicações clínicas na vida do paciente interno. Atuando ainda como suporte para aperfeiçoar o sistema respiratório do paciente, a fisioterapia na UTI tem o objetivo comum de trabalhar a força dos músculos, potencializando-as, diminuindo a retração dos tendões, evitando assim os vícios de postura. O profissional responsável por aplicar a fisioterapia na UTI utiliza-se de técnicas que garantem o exercício físico ideal para os diferentes momentos do tratamento do paciente. O tratamento e sua eficiência são estudados e aplicados de acordo com a necessidade do paciente, levando-se em consideração sua postura no leito, técnicas de treinamento muscular e aprimoramento das funções respiratórias. Procura-se alcançar a efetiva aplicação das técnicas para a garantia da recuperação bem sucedida do paciente. 3. AVALIAÇÃO EM UTI – EXAME FÍSICO Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Fonte: www.atualizacursos.com.br Após receber o plantão, se não houver intercorrências, o fisioterapeuta inicia o EXAME FÍSICO do paciente. Originalmente, este exame é dividido em INSPEÇÃO (exame visual), PALPAÇÃO (toque manual e digital), PERCUSSÃO (digitopercussão) e AUSCULTA (ouvir com um estetoscópio). Na UTI é difícil realizar o exame físico na sua forma tradicional. Muitos dados colhidos vêm dos aparelhos de monitorização (monitor cardíaco, oxímetro, capnógrafo…) e também do respirador (mecânica SR, interação paciente-máquina, auto-PEEP…). O exame do paciente geralmente é realizado em associação a estas informações. Normalmente as primeiras informações colhidas do paciente na UTI vêm dos monitores. Os valores são mostrados em tamanho grande para facilitar sua visualização: Os principais registros são: os sinais vitais (SV):PA, FC, FR e Tax , o eletrocardiograma (ECG) e a saturação de pulso de oxigênio (SpO2). O uso frequente dos oxímetros de pulso em UTI, fez com que alguns autores passassem a considerá-lo como o 5º sinal vital. Todos estes dados geralmente são aferidos de forma não invasiva e mostrados na tela do monitor. Para a PA, existe a possibilidade de se instalar um cateter arterial para monitorização invasiva contínua. Com exceção da PA não invasiva, que é aferida automaticamente em períodos regulares programados no aparelho, todos os demais dados são contínuos. O último valor da PA não invasiva fica registrado na tela, é possível realizar uma aferição dela a qualquer momento através do acionamento de um botão específico. Os monitores mais modernos podem armazenar todas estas informações por um período de 24 horas ou mais, isto possibilita a verificação da tendência evolutiva destas informações. Alguns autores preferem realizaro exame físico do paciente separando por segmentos numa ordem céfalo-caudal. Esta divisão também pode ser estendida para pacientes com via aérea própria e com via aérea artificial (VAA), com ou sem ventilação mecânica. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 O exame físico do paciente começa pela observação do nível de consciência. Inicialmente verificamos se o paciente está vigil ou não e se está calmo ou agitado. A capacidade de interação é avaliada por meio da estimulação verbal (realização de perguntas simples). Para os pacientes despertos ou os que despertam com facilidade e que não estão com uma via aérea artificiais, devemos realizar algumas perguntas simples, como por ex.: O senhor (a) consegue me ouvir? O senhor (a) consegue movimentar os braços e as pernas? Qual é o seu nome? E a sua idade? O senhor (a) sabe onde está? Sabe o motivo da sua internação? Que dia é hoje? Está sentindo algum desconforto? … Os com VAA, mesmo despertos, não conseguirão falar, mas poderão responder através de gestos e movimentos dos membros. De acordo com a capacidade de interação dos pacientes podemos classificá-los como: orientados (despertos e coerentes), confusos (incoerentes e com baixa capacidade de percepção do meio), delirantes (agitados, irritados e que exibem alucinações), letárgicos (sonolentos, respondem apropriadamente quando acordam mas dormem com facilidade), obnubilados (despertam com mais dificuldade, podem responder com coerência algumas perguntas mais óbvias), torporosos (não despertam por completo às solicitações verbais, apresentam atividade mental e física diminuídas e reagem a dor) e comatosos (permanecem inconscientes, não respondem aos estímulos táteis e dolorosos voluntariamente e podem exibir sinais de disfunção neurológica suprasegmentar – reflexo de Babinsk, hiperreflexia…) Os letárgicos e obnubilados, geralmente necessitam de estimulação tátil leve para despertarem. Os torporosos normalmente reagem aos estímulos táteis mais vigorosos e dolorosos menos intensos. Os comatosos podem não reagir a dor. A estimulação tátil deve ser feita em conjunto com as perguntas (ex. percussão da glabela ou sobre a região esternal enquanto se realiza as perguntas). A estimulação dolorosa, quando necessária, deverá ser feita sem provocar lesões cutâneas. Em UTI, a baixa responsividade pode estar associada aos efeitos de drogas, devemos observar se há infusão de drogas depressoras do SNC e as suas doses, se Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 houver devemos proceder a avaliação utilizando uma escala de sedação (Escala de Ramsay, por exemplo). Nos casos de coma, na ausência de sedação, devemos avaliar o paciente utilizando uma escala própria (ex. Escala de Coma de Glasgow). Avaliação por segmentos: Exame da cabeça e pescoço: Nos pacientes com via aérea própria, a inspeção da face pode revelar alguns sinais de insuficiência respiratória como: batimento de asa de nariz, cianose central e respiração com frenolabial. A coloração e a hidratação das mucosas, se ressecada e hipocorada, podem sinalizar alterações na perfusão tecidual e no hematócrito. Pacientes impossibilitados de se alimentarem por via oral normalmente recebem sonda naso ou oroenterais para infusão de dietas. Nos casos de distensão abdominal por aumento do resíduo gástrico é comum a colocação de uma sonda naso ou orogástrica para drenagem do excesso do volume. A checagem da fixação destas sondas antes do manuseio destes pacientes reduz o risco de desposicionamento das mesmas, portanto, reduz a possibilidade de complicações como broncoaspirações de dietas e resíduos gástricos. A inspeção e a palpação do pescoço permitem determinar: a posição da traqueia (desvios laterais podem ocorrer nas atelectasias e pneumotórax significativos), se há aumento da pressão venosa jugular (turgência com paciente sentado ou cabeceira a 45º), se há enfisema subcutâneo (crepitação à palpação e ausculta), presença de edema (cacifo). Na IRpA, é possível observar atividade do ECOM e depressão da cartilagem tireóide durante a inspiração. Alguns acessos venosos são instalados na veia jugular para infusões de líquidos e medicamentos, a checagem prévia da sua fixação e funcionamento ajudam a prevenir desconexões e obstruções das infusões antes da sua mobilização. No paciente com via aérea artificial – VAA que recebe O2 ou ventilação mecânica invasiva, devemos descrever o tipo (TOT, TNT ou TQT), verificar a fixação, a vedação (escape de gás) do cuff e o posicionamento (altura para TOT ou TNT). Na ventilação mecânica não invasiva – VNI, verificamos se a interface (máscara, pronga…) está Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 adequada e bem fixada, se há lesões cutâneas ou nas córneas, escapes de ar, conforto do paciente… Exame do tórax e pulmões: A inspeção do tórax à beira do leito de UTI se dirige principalmente para a atividade muscular ventilatória (trabalho respiratório, uso de musculatura acessória e sincronia tóraco-abdominal) e expansibilidade torácica (simetria). A colocação das mãos simetricamente sobre cada hemitórax auxilia a inspeção durante o exame da expansibilidade torácica. A palpação permite avaliar, através do tato, o frêmito vocal durante a verbalização dos pacientes orientados sem VAA. Naqueles em VM podemos sentir a vibração das secreções durante a movimentação gasosa. Quando há pneumotórax, podemos palpar a pele para pesquisar enfisema subcutâneo. É comum a utilização da veia subclávia para infusão de medicamentos, os mesmos cuidados devem ser tomados com este acesso para evitar acidentes. A percussão da parede torácica produz um som e uma vibração palpável que auxilia a avaliação dos tecidos pulmonares mais profundos. Pode ser útil nos casos de pneumotórax, consolidação alveolar, tumor, atelectasia, derrame pleural… A ausculta pulmonar é uma ferramenta diagnóstica valiosa, ela complementa os achados da palpação e percussão torácica. Por ser bem sensível e prática é preferencialmente utilizada a beira do leito durante a avaliação pulmonar. O exame cardíaco envolve a inspeção, palpação e ausculta. A inspeção e palpação do precórdio ajudam identificar o ritmo das pulsações e a área de pulsação máxima criada pela contração ventricular esquerda. Os sons cardíacos, em indivíduos normais, são criados pelo fechamento das válvulas cardíacas. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Durante a contração dos ventrículos as válvulas mitral e tricúspide (atrioventriculares – AV) se fecham produzindo o primeiro som cardíaco (S1). No fim da sístole, os ventrículos relaxam e as válvulas pulmonar e aórtica se fecham produzindo o segundo som cardíaco (S2). As válvulas mitral e aórtica produzem um som mais intenso que as outras. O terceiro som cardíaco (S3) pode ser ouvido durante a diástole, logo após o S2, ele é produzido pelo rápido enchimento ventricular. O quarto som cardíaco (S4) é produzido pelos mecanismos similares ao S3 só que é mais tardio, ocorre após o S1. O S3 e S4, em adultos, podem estar associados à falência cardíaca congestiva. Os murmúrios cardíacos são produzidos pelo fechamento incompleto (insuficiência) ou estenose (obstrução) das válvulas. Exame do abdome: O abdome pode interferir na função respiratória, a inspeção e palpação pode revelar distensão, tensão da parede e dor ao toque. Estes fatores podem limitar o movimento diafragmático e contribuir para a fadiga muscular respiratória e IRpA. Também podem inibir a tosse e a inspiração profunda e favorecer o surgimento de complicações pulmonares como atelectasias e pneumonias. O exame do fígado, no quadrante superior direito do abdome, pode revelar alterações no seu tamanho,ele pode estar aumentado em diversos casos como na falência cardíaca direita. Exame das extremidades: Através da inspeção e palpação dos membros e extremidades, observamos edemas, lesões cutâneas, coloração das extremidades (palidez, cianose, hematomas…), verificamos pulsos, enchimento capilar periférico, temperatura cutânea, presença de dor a palpação. Avaliamos também a capacidade de movimentação dos membros (arco articular de movimento ativo e passivo e força muscular), avaliamos a atitude postural, o trofismo muscular, os tônus. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 A oxigenoterapia pode ser ofertada de formas diferentes. Em UTI, as mais comuns são o cateter nasal de oxigênio e a macronebulização, sendo esta última mais frequente. Em qualquer modalidade, devemos verificar primeiro a quantidade de O2 ofertada (fluxo de O2 no fluxômetro) e em seguida a umidificação do gás. Os reservatórios destes dispositivos devem conter H2O destilada, de preferência. O cateter nasal recebe umidificação por meio de um sistema de borbulhamento (evaporação) e a macronebulização por suspensão de gotículas de H2O. Devemos checar se os dispositivos estão funcionando adequadamente e se tem H2O suficiente nos reservatórios, caso contrário, resultará em ressecamento e formação de rolhas de secreção. A escolha da modalidade depende primeiro da necessidade de oxigênio do paciente, a umidificação depende do grau de hidratação deste paciente e se faz uso de uma VAA. Os traqueostomizados devem receber um sistema com maior capacidade de umidificação, como a macronebulização. Para os pacientes que recebem ventilação mecânica, seja invasiva ou não, devemos checar o respirador, o modo e os parâmetros ventilatórios, os limites dos alarmes, a rede de gases, o circuito do respirador e se a ventilação está acontecendo normalmente. Acompanhar a troca gasosa é essencial. Existem diversos respiradores e modos ventilatórios novos que os fabricantes alegam serem mais vantajosos para casos específicos de IRp. Mas, são poucos os modos ventilatórios que realmente podem fazer alguma diferença mais significativa nas situações de IRp. Mesmo assim, não existe restrição a qualquer modo, desde que se consiga atingir a troca gasosa adequada e conforto ventilatório do paciente sem produzir VILI (injúria pulmonar induzida pelo ventilador mecânico). Infusões de líquidos e drogas normalmente são administradas através das bombas infusoras. Devemos anotar os tipos de medicamentos e as suas doses. Muitas drogas podem interferir com os objetivos fisioterapêuticos na UTI, devemos ter o conhecimento das suas necessidades e dos limites que temos que respeitar para não atrapalhar a recuperação dos pacientes. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Os mais graves e instáveis necessitam de muitos medicamentos, como por exemplo as aminas vasopressoras, estas drogas controlam a função cardiocirculatória. Tratamentos fisioterapêuticos que envolvem aumento da pressão inspiratória ou da PEEP durante a VM ou até mesmo alguns posicionamentos corporais que elegemos, mesmo que momentâneos, podem interferir seriamente na função hemodinâmica destes pacientes e agravar o quadro. Os sedativos e analgésicos podem reduzir o nível de consciência e o “drive” respiratório do paciente e por fim, dificultarem o desmame da VM, mas são necessários para controlar o grau de ansiedade e dor. A recomendação é sempre conversar com o médico e estabelecer juntas as metas terapêuticas para cada paciente. 4. CARDIOLOGIA Fonte: www.iarcbauru.com.br As lesões cardiovasculares estão entre as doenças que mais causam mortalidade no mundo. Porém, após uma lesão, é possível a Fisioterapia em Reabilitação Cardíaca em pacientes que pertencem a um grupo de risco menor, pois estes estão aptos a realizar exercícios sem contraindicação. Um dos tratamentos mais eficientes e rápidos é o de http://www.iarcbauru.com.br/ Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 fisioterapia em reabilitação cardíaca. O fisioterapeuta exerce um papel primordial na Fisioterapia em Reabilitação Cardíaca. Em um primeiro momento, ele analisa as capacidades e limitações do paciente, sempre com base na avaliação funcional e clínica, e, assim, desenvolve um plano de tratamento. Os exercícios de Fisioterapia em Reabilitação Cardíaca realizados têm como objetivo melhorar a capacidade de mobilidade e a condição física, social e mental das pessoas, tornando-as capazes de retomar suas atividades diárias. A frequência depende do estado clínico do paciente e o trabalho deve ser em conjunto: equipe médica e fisioterapêutica e paciente. Pacientes com doenças como insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, doenças coronárias e valvares, cardiopatias congênitas e doenças das artérias e veias podem ser tratados com esse tipo de procedimento. O fisioterapeuta cardiorrespiratório atua geralmente em clínicas, ambulatórios e, principalmente, na Unidade de Terapia Intensiva dos hospitais, atendendo pacientes que tiveram infarto do miocárdio ou passaram por procedimentos cirúrgicos, como angioplastia. No primeiro momento, o tratamento visa a prevenção de complicações do infarto ou da cirurgia e permitir que o paciente retome às suas atividades básicas, como locomoção, higiene e alimentação. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a reabilitação cardíaca é o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatia as melhores condições física, mental e social, de forma que eles consigam, pelo seu próprio esforço, reconquistar uma posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva. Desta forma, a atuação da equipe multidisciplinar no programa de reabilitação cardíaca é apresentada como fator favorável ao paciente, sendo composta por médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros e psicólogos. A atuação do fisioterapeuta na reabilitação cardíaca do paciente internado inicia-se a partir de uma avaliação. Ela inclui a anamnese, o exame físico e, sempre que possível, testes de aptidão. O atendimento baseia-se em exercícios de baixa intensidade, técnicas para prevenção de complicações pulmonares e para o controle do estresse e educação em relação aos fatores de risco. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Os pacientes são atendidos na UTI cardiovascular e nas Unidades de Internação. As sessões podem ser iniciadas imediatamente a entrada do paciente no hospital ou após 12 horas do evento cardíaco, dependendo da necessidade e das condições clínicas da pessoa. Inicialmente são realizadas atividades de auto assistência, mudanças posturais e exercícios respiratórios. Em seguida, os pacientes são inseridos em programas estruturados com exercícios variados. O programa traz diversos benefícios aos cardiopatas, como a redução da frequência cardíaca de repouso, a diminuição dos níveis de pressão arterial, o aumento do consumo de oxigênio, a melhora da força muscular, a melhora da capacidade para realizar as tarefas do dia a dia, a redução da ansiedade e o ganho na qualidade de vida. As novas técnicas terapêuticas permitem que a maioria dos pacientes tenha alta hospitalar precocemente, sem perder a capacidade funcional. Reabilitação Cardiovascular Fonte: www.pulmocardio.com.br Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 A reabilitação cardiovascular (RC) apresenta uma série de benefícios bem estabelecidos na literatura, tais como melhora na capacidade funcional, redução de fatores de risco, redução dos sintomas, melhora na qualidade de vida e detecção precoce de sinais e sintomas que antecedem sérias complicações. A RC tem sido recomendadapara pacientes após infarto agudo do miocárdio e após cirurgia de revascularização do miocárdio; estudos recentes também têm recomendado no pós-operatório de cirurgias cardíacas, insuficiência cardíaca crônica estável, pré e pós- transplante cardíaco, intervenções percutâneas do miocárdio, doenças valvares e doença arterial periférica. Segundo definição da OMS, a RC é um conjunto de atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de doenças cardiovasculares as melhores condições sociais, mentais e físicas possíveis, para que possam alcançar com seu próprio esforço uma vida normal e produtiva. Programas de RC é uma realidade em países desenvolvidos e contam com a participação de uma ampla gama de profissionais, com importante papel nas três fases da RC: a fase I inicia-se na internação hospitalar; a fase II vai da alta hospitalar até dois a três meses após o evento; e a fase III é considerada de recuperação e manutenção. Recomenda-se que a RC seja implementada e executada por uma equipe multiprofissional, formada por médico, fisioterapeuta, psicólogo, enfermeiro, nutricionista, educador físico, assistente social e terapeuta ocupacional. Embora a doença cardiovascular, principalmente a coronariopatia, apresente no Brasil alta prevalência e seja considerada primeira causa de morte em ambos os sexos, a RC parece não ser uma realidade capaz de atender às demandas de saúde pública nessa área. Não há informações a respeito em nosso país, mas sabe-se que nos EUA apenas 10% a 20% dos pacientes elegíveis participam de um programa de RC1,8,9. O fisioterapeuta profissional utiliza o exercício físico e a biomecânica como instrumentos de trabalho para eliminar ou reduzir limitações físicas e sociais causadas por afecções agudas e crônicas, tendo vasta área de atuação nas diferentes populações, incluindo indivíduos com doença cardiovascular. Entretanto, também parece não atuar em quantidade e qualidade suficiente, capaz de responder às demandas epidemiológicas nas diversas áreas. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 5. PNEUMOLOGIA Fonte:www.inspirar.com.br O especialista em fisioterapia respiratória tem sido cada vez mais solicitado e sua presença nas Unidades de Terapia Intensiva cada vez mais frequente, porém sua formação e qualificação nem sempre são suficientes para a plena atuação nesse ambiente tão exigente quanto a competência da equipe multiprofissional. Faz-se necessário que o fisioterapeuta seja habilitado por uma sólida formação e bagagem prática para indicar, escolher e aplicar condutas específicas da fisioterapia respiratória na resolução de casos complexos, caso contrário, tanto a efetividade do trabalho pode ficar comprometida quanto os riscos ao paciente podem aumentar de forma proibitiva. Com relação às indicações da fisioterapia respiratória, o tratamento fisioterapêutico em enfermos tem indicação sob certas condições clínicas, como as síndromes aspirativas, a síndrome do desconforto respiratório, pneumonias, atelectasias, e na prevenção de complicações da ventilação mecânica. Quatro outros estudos concluíram que a intervenção fisioterapêutica está indicada na presença de secreção na via aérea, e nos casos com evoluções desfavoráveis à gasometria e/ou ao exame radiológico, sinais indicativos de possíveis problemas com a depuração ciliar, com a ventilação ou outra Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 alteração da mecânica respiratória, e na maioria das vezes com as três condições. Em algumas situações a fisioterapia respiratória tem mostrado grande impacto e pode alterar o prognóstico do paciente. Isto foi observado na síndrome do desconforto respiratório, na síndrome de aspiração meconial, na displasia broncopulmonar, nas pneumonias neonatais e nos pós-operatórios de cirurgias de grande porte. A fisioterapia pré e pós-extubação também mostrou valor na redução da incidência de complicações, como as atelectasias pós-extubação. Os pacientes pediátricos internados em terapia intensiva têm indicação de fisioterapia respiratória em casos de hipersecreção brônquica, submetidos ou não à ventilação mecânica, pois há otimização da função cardiopulmonar e redução do agravo respiratório (COSTA, 1999). Os objetivos da assistência fisioterapêutica são otimizar a função respiratória de modo a facilitar as trocas gasosas e adequar a relação ventilação-perfusão; adequar o suporte respiratório; prevenir e tratar as complicações pulmonares; manter a permeabilidade das vias aéreas; favorecer o desmame da ventilação mecânica e da oxigenoterapia. Embora os objetivos da fisioterapia sejam semelhantes àqueles traçados para os adultos, a assistência fisioterapêutica em Pediatria / Neonatologia apresenta particularidades relacionadas às diferenças anatômicas e fisiológicas existentes nestes pacientes, em relação às demais faixas etárias (DENKER, 2002). Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Técnicas fisioterapêuticas utilizadas – efeitos benéficos versus efeitos adversos Fonte: www.bemestar.com.br Os artigos selecionados apresentaram grande variabilidade em relação às técnicas fisioterapêuticas. As mais utilizadas e avaliadas são as denominadas manobras de higiene brônquica: tapotagem (ou percussão), vibração/vibrocompressão, manobras com ambú (bagsqueezing), aspiração de vias aéreas e endotraqueais, estímulo de tosse e o posicionamento em posturas de drenagem. As manobras de higiene brônquica são utilizadas para mobilizar e remover as secreções nas vias aéreas, no sentido de melhorar a função pulmonar. Entretanto, em algumas situações, a fisioterapia respiratória pode ser lesiva ao paciente. (MACKENZIE, 1988). Uma possível indicação de tapotagem seriam os quadros de broncoespasmo, mas na literatura não há estudos suficientes para esta avaliação, que deveria ser mais estudada. Um estudo observou que frente à ausculta pulmonar de sibilos isolados a tapotagem deve ser evitada, até o momento em que o paciente apresentar Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 outros ruídos adventícios. A reexpansão de áreas atelectásicas com o uso da tapotagem, porém houve um caso de atelectasia secundária ao procedimento, com arritmia cardíaca importante. O posicionamento na postura de Trendelemburg para drenagem de secreções respiratórias é contra-indicada em recémnascidos, crianças com instabilidade hemodinâmica, e/ou com aumento da pressão intracraniana. A postura favorece o aumento da pressão intracraniana, e o refluxo gastroesofágico eleva o risco de broncoaspiração e pneumonia aspirativa (LOPES, 2009). A aspiração das vias aéreas é um procedimento muitas vezes realizado nas UTI para manter a permeabilidade das mesmas, em especial nos pacientes com pouca tosse. Embora o procedimento seja relativamente simples, exige cuidado rigoroso na sua execução devido aos efeitos indesejáveis que pode determinar. As alterações fisiológicas induzidas pela aspiração ainda são pouco conhecidas. Podem ocorrer efeitos cardiovasculares adversos, determinados pela hipoxemia, e por alterações do sistema nervoso autônomo. Por meio da estimulação dos receptores simpáticos pode resultar secundariamente vasoconstrição periférica e aumento da pressão arterial, e em decorrência da estimulação dos receptores parassimpáticos a bradiarritmia. Os efeitos adversos (aumento do fluxo sanguíneo cerebral e da pressão intracraniana durante a aspiração traqueal) podem suplantar os efeitos benéficos (JERRE, 2013). Outras complicações associadas à aspiração de vias aéreas e endotraqueais, que, geralmente, resultam de técnica de aspiração inadequada. Podem ocorrer lesões da mucosa traqueobrônquica,perfuração brônquica pela sonda de aspiração (com pneumotórax secundário), atelectasia (devido ao uso de pressão negativa excessiva), além de bacteremia e Infecções respiratórias. Não recomendam a realização da aspiração em horários pré-estabelecidos, sugerindo que a necessidade da remoção do excesso de secreções das vias aéreas deva ser individualizada (HAEBISCH, 1980). Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Papel da fisioterapia na extubação/reintubação Fonte: www.interfisio.com.br O papel da fisioterapia respiratória no período de periextubação para reduzir a frequência de atelectasia e a necessidade de reintubação foi avaliado por meio de metanálise. Somente 3 estudos alcançaram os critérios para inclusão nesta análise: ensaio clínico prospectivo e randomizado ou quase-randomizado em recém-nascidos sob ventilação mecânica em fase de extubação traqueal. Foram avaliadas as manobras fisioterapêuticas: vibração ou tapotagem seguida de aspiração; drenagem postural seguida de aspiração; ausência de intervenção. Esses estudos mostraram grande variabilidade tanto nas características dos pacientes pesquisados quanto nas técnicas e nas estratégias de fisioterapia utilizadas. Entretanto, a análise conjunta demonstrou que as manobras de higiene brônquica diminuíram a necessidade de reintubação. Além disso, observou-se uma tendência a menor índice de atelectasia pós-extubação. Portanto, as manobras avaliadas parecem ser benéficas no período de periextubação. Outro estudo recente avaliou retrospectivamente os episódios de atelectasia pós-extubação, com controle histórico e não mostrou efeito benéfico das manobras de higiene brônquica (GUEUDEVILLE, 2007). Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 6. REFERÊNCIAS ABREU, L.C. et al. Uma visão prática da fisioterapia respiratória: ausência de evidência não é evidência de ausência. Arquivos Médicos do ABC, v.32, supl.2, p.76-78, 2007. ASSOBRAFIR, Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva. Oficio nº006/2009, São Paulo, 6 ago. 2009. Disponível em: <http://www.assobrafir.com. br/imagens_up/2ASSOBRAFIR-ANVISA.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2012. BORGES, V.M. et al. Fisioterapia motora em pacientes adultos em terapia intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v.21, n.4, p.446-452, 2009. BRAZ, P.R.P.; MARTINS, J.O.S.O.L.; JUNIOR, G.V. Atuação do fisioterapeuta nas unidades de terapia intensiva da cidade de anápolis. Anuário de Produção Acadêmica Docente, v.3, n.4, p.119- 129, 2009. CALVALCANTE, C.C.L. et al. Evolução científica da fisioterapia em 40 anos de profissão. Fisioterapia e Movimento, v.24, n.3, p.513-522, 2011. COFFITO, Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Resolução nº. 400/2011, Brasília, 3 ago. 2011. Disponível em: <http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view. asp?cod=2130&psecao=9>. Acesso em: 19 mar. 2012. COFFITO, Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Resolução nº. http://www.assobrafir.com/ http://www.assobrafir.com/ http://www.assobrafir.com/ http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 402/2011, Brasília, 3 ago. 2011. Disponível em: <http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view. asp?cod=2132&psecao=9>. Acesso em: 19 mar. 2012. CUNHA, M.T. et al. Impacto hemodinâmico e respiratório da técnica de hiperinsuflação manual em crianças sob ventilação mecânica. Pediatria, v.30, n.1, p.15-21, 2008. DIAS, C.M. et al. Efetividade e segurança da técnica de higiene brônquica: hiperinsuflação manual com compressão torácica. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v.23, n.2, p.190-198, 2011. FILHO, J.B.R.M.; BONFIM, V.J.G.; AQUIM, E.E. Ventilação mecânica não invasiva no pós operatório de cirurgia cardíaca. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v.22, n.4, p.363-368, 2010. GODOY, A.C.F. et al. Manobras de hiperinsuflação manual podem causar aspiração de secreções orofaríngeas em pacientes sob ventilação mecânica? Revista Brasileira de Anestesiologia, v.61, n.5, p.556-560, 2011. JERRE, G. et al. Fisioterapia no paciente sob ventilação mecânica. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v.19, n.3, p.399-407, 2007. LOPES, C.R. et al. Benefícios da ventilação não invasiva após extubação no pós operatório de cirurgia cardíaca. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, vol. 23, n.3, p.344-350, 2008. LOPES, F.M.; BRITO, E.S.; Humanização da assistência de fisioterapia: estudo com pacientes no período pós-internação em unidade de terapia intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v.21, n.3, p.283-291, 2009. http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 MAEDA, K.M. et al. Avaliação do conhecimento de profissionais da saúde sobre o uso da ventilação mecânica não invasiva em pediatria. Medicina e Reabilitção, v.29, n.2, p.40-43, 2010. MALKOÇ, M.; KARADIBAK, D.; YILDIRIM, Y. The effect of physiotherapy on ventilatory dependency and the length of stay in an intensive car unit. International Journal of Rehabilitation Research, v.32, n.1, p.85-88, 2009. MOREIRA, A.L.C. et al. A influência da assistência fisioterapêutica 24 horas em unidade de terapia intensiva no tempo de permanência dos pacientes em ventilação mecânica. In: Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC, Fortaleza-CE, julho-2005. Disponível em: <http://www.habitus.ifcs.ufrj. br/pdf/abntnbr6023.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2012. MOREIRA, V.; NOGUEIRA, F.N.N.; ROCHA, M.A.S. Leitura fenomenológica mundana do adoecer em pacientes do serviço de fisioterapia do núcleo de atenção médica integrada, universidade de Fortaleza. Estudos de Psicologia, v.24, n.2, p.191-203, 2007. NICOLAU, C.M. et al. Avaliação da dor em recém-nascidos prematuros durante a fisioterapia respiratória. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v.8, n.3, p.285-290, 2008. NICOLAU, C.M.; LAHOZ, A.L. Fisioterapia respiratória em terapia intensiva pediátrica e neonatal: uma revisão baseada em evidências. Pediatria, v.29, n.3, p.216-221, 2007. NOZAWA, E. et al. Perfil de fisioterapeutas brasileiros que atuam em unidades de terapia intensiva. Fisioterapia e Pesquisa, v.15, n.2, p.177-182, 2008. http://www.habitus.ifcs.ufrj/ http://www.habitus.ifcs.ufrj/ http://www.habitus.ifcs.ufrj/ Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 OGAWA, K.Y.L. et al. Intervençao fisioterapêutica nas emergências cardiorrespiratórias. O Mundo da Saúde, v.33, n.4, p.457-466, 2009. OLIVEIRA, L.R.C. et al. Padronização do desmame da ventilação mecânica em unidade de terapia intensiva: resultado após um ano. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v.18, n. 2, p.131-136, 2006. PESSOA, K.C. et al. Ventilação não invasiva no pós-operatório imediato de derivação gastrojejunal com bypass em y de roux. Revista Brasileira de Fisioterapia, v.14, n.4, p.290-295, 2010. ROSA, F.K. et al. Comportamento da mecânica pulmonar após a aplicação de protocolo de fisioterapia respiratória e aspiração traqueal em pacientes com ventilação mecânica invasiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v.19, n.2, p.170-175, 2007. SABETZKI, S.M.; CICOTOSTE, C.L. A importância da fisioterapia em UTI no período noturno. In: II Seminário de Fisioterapia da UNIAMERICA: Iniciação Científica, Foz do Iguaçu-PR, maio-2008. SANTOS, F.R.A. et al. Efeitos da compressão torácica manual versus a manobraPEEP-ZEEP na complacência do sistema respiratório e na oxigenação de pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 21, n.2, p.155-161, 2009. SARMENTO, G.J.V. Fisioterapia respiratória no paciente crítico: rotinas clínicas. 2 ed. São Paulo: EdManole, 2007.
Compartilhar