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Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 Autor: Ricardo Campanario Aula 08 3 de Janeiro de 2021 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 1 Sumário Arquivo Permanente & Pesquisa .................................................................................................................. 3 1 - Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 3 2 - Arquivos Permanentes .......................................................................................................................... 5 3 - Arranjo ..................................................................................................................................................... 9 3.1 - Introdução e conceitos .................................................................................................................. 9 3.2 - Fundos de arquivo........................................................................................................................ 11 4 - Descrição ............................................................................................................................................... 16 5 - Instrumentos de Pesquisa .................................................................................................................. 20 5.1 - Guia ................................................................................................................................................. 21 5.2 - Inventário ....................................................................................................................................... 21 5.3 - Catálogo ........................................................................................................................................ 22 5.4 - Catálogo Seletivo ......................................................................................................................... 23 5.5 - Índice .............................................................................................................................................. 23 5.6 - Edição de fontes ........................................................................................................................... 24 5.7 - Tabela de equivalência ou concordância ................................................................................. 24 6 - Normatização ....................................................................................................................................... 27 6.1 - ISAD (G) .......................................................................................................................................... 28 6.2 - NOBRADE...................................................................................................................................... 32 7 - Políticas Públicas dos Arquivos Permanentes - Referência ........................................................... 39 7.1 - Atividades culturais / educacionais ........................................................................................... 39 7.2 - Serviços editoriais ......................................................................................................................... 40 Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 2 8 - Terminologia Arquivística Aplicada .................................................................................................. 42 9 - Considerações Finais .......................................................................................................................... 51 Questões Comentadas ................................................................................................................................. 52 Gabarito .......................................................................................................................................................... 80 Resumo ........................................................................................................................................................... 81 Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 3 ARQUIVO PERMANENTE & PESQUISA 1 - Considerações Iniciais Olá pessoal! Estamos avançando em nosso curso regular de Arquivologia. Hoje falaremos dos Arquivos Permanentes e dos seus instrumentos de pesquisa. Antes de aprofundarmos um pouco mais o tema, insisto em dar a você a noção geral da estrutura do nosso curso. Procurei para este aula criar a ilustração abaixo, para que você se localize ao longo de nossa conversa: Note que já passamos por toda a fase introdutória proposta (e que cai demais, lembre-se do Raio-X) e hoje e na próxima aula fechamos o segundo quadro acima, ou seja, a conversa sobre a Teoria das 3 Idades, ao tratarmos do Arquivo Permanente. Hoje falaremos bastante de Arranjo, Descrição e Referência e, na próxima aula de Preservação, Conservação e Restauração dos Documentos. É claro que, como já vimos inúmeras vezes, a Arquivologia tem inúmeras idas e vindas entre seus tópicos e, por conta disso, certamente ainda falaremos bastante dos temas dos dois primeiros quadros. Mas você também vai perceber que nossa conversa rapidamente migrará para a gestão digital dos documentos, para as novas diretrizes de acesso aos documentos e para os novos perfis exigidos do profissional arquivista. Tudo isso vem sendo construído nos últimos anos em função de significativas mudanças legislativas que também debateremos neste último terço do curso. Bem, vamos lá. Hoje entraremos a fundo em três das principais atividades do Arquivo Permanente: o Arranjo, a Descrição e a Referência. A última das atividades do arquivo permanente, a Conservação, veremos mais adiante. Introdução - Conceitos & Princípios Gestão de Documentos & 3 Idades Gestão Arquivística Digital Legislação Arquivística Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 4 Você deve lembrar que já falamos tanto de Arranjo como de Descrição ao longo das aulas e, desta forma, é natural que eu traga de volta alguns conceitos para refrescarmos a memória antes de irmos mais a fundo. Em seguida conheceremos em detalhes os instrumentos de pesquisa mais importantes, ou seja, aquelas ferramentas que ajudam os demandantes da informação ou dos documentos a encontrá-los, tema que imediatamente esbarra na normatização da atividade de descrição, que também veremos com mais atenção, especialmente as normas ISAD(G) e a brasileira NOBRADE. Por fim falaremos de políticas públicas dos arquivos permanentes, aqui representando a atividade de Referência, típica de arquivos permanentes. Lá veremos como os arquivos podem se aproximar da sociedade levando a ela informações e trazendo os interessados para dentro de suas instalações. Ao final da aula, como sempre, trarei mais uma vez termos do DBTA, relacionados a aula. Assim debatemos e reforçamos alguns conceitos, além de tocar em pequenos pontos que, eventualmente, não tenham sido enfatizados ao longo da aula. Definições literais, especialmente do DBTA, são sempre cobradas em provas de Arquivologia e, do jeito que estamos fazendo, a cada uma de nossas aulas você estuda um pouquinho da íntegra do DBTA. No final, ou pertinho da prova, basta uma revisão geral e você estará pronto para encarar a banca! Relembro que ao longo da aula usaremos conceitos teóricos de estudiosos do tema, seguidos de explicações e exemplos e, ao final das discussões,geralmente teremos questões específicas sobre o assunto tratado, ajudando no entendimento e na fixação dos conceitos. Tento sempre trazer as questões mais recentes disponíveis, mas, às vezes, por razões pedagógicas, é necessário usar questões um pouco mais antigas para ilustrar alguns pontos específicos ou chamar atenção de algum conteúdo ou formato de cobrança da banca, especialmente aqueles de maior incidência. Abaixo seguem meus contatos para dúvidas e sugestões. Vamos em frente! Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 5 2 - Arquivos Permanentes Os arquivos permanentes são a consequência final de um programa de gestão de documentos pois a função arquivística é considerada um todo indivisível ao longo de todo o ciclo vital do documento. Dessa forma o arquivo permanente faz parte de todo esse ciclo. Podemos considerar que é sua "última etapa", após o documento transitar pelas demais idades do ciclo vital. Sabemos que o destino dos arquivos é passar por uma lenta evolução que os afasta cada vez mais de seu objetivo primitivo, ou seja, a razão principal para a qual ele foi criado. Sendo assim, com o passar dos anos, embora o documento perca o seu valor administrativo, ele pode ganhar importância como documento histórico. Uma forma fácil de resolver o problema seria separar os documentos em dois arquivos: o velho (histórico) e o administrativo, mas não podemos fazer isso pois na realidade são todos simplesmente documentos em processo de transformação. Durante as três fases dos arquivos (corrente, intermediária e permanente) há uma série de tarefas e atividades relativas ao processo de gestão documental que precisam ser desempenhadas e hoje vamos tratar das atividades do arquivo permanente. Segundo Marilena Leite Paes: A função de um arquivo permanente é reunir, conservar, arranjar, descrever e facilitar a consulta dos documentos oficiais, de uso não corrente, ou seja, concentrar sob sua custódia, conservar e tornar acessíveis documentos não correntes, que possam tornar-se úteis para fins administrativos, pesquisas históricas e outros fins. Ainda de acordo com a pesquisadora, o principal objetivo da reunião dos arquivos em um órgão central é torná-los acessíveis e colocar à disposição dos usuários a experiência do passado, tanto quanto ela se reflita em um documento. Cada conjunto de documento é reservatório da experiência humana, que só poderá ser adequadamente utilizada se estiver racionalmente arranjada e conservada, ambas atividades típicas dos arquivos permanentes. Buscando algumas outras definições do termo, para o DBTA o arquivo permanente é o: Conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu valor. Já para o DTA, a definição apresenta pequena variação. Vejamos: Conjunto de documentos custodiados em caráter definitivo em função de seu valor. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 6 Já a Lei Nacional dos Arquivos (Lei 8.159/1991), em seus artigos 8o e 10o, define que: Art. 8º - Os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários e permanentes. § 3º - Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados. Art. 10º - Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. Dentro desse contexto, no arquivo permanente são mantidos os conjuntos documentais que foram considerados de guarda definitiva em função de seus valores secundários, que podem ser legais, probatórios, científicos, históricos, culturais ou informativos, como já estudamos. As principais atividades do arquivo permanente são: arranjo, descrição, conservação e referência (políticas de acesso e uso). Hoje trataremos de todas, exceto de conservação, que estudaremos na próxima aula. (IBFC/CM Araraquara-SP/Analista Informação/2018) A idade em relação ao ciclo de vida documental onde o documento tem valor secundário, ou seja, não podem ser eliminados/descartados de forma alguma em decorrência de seu valor probatório e/ou informativo para o Estado ou sociedade. Assinale a alternativa correta. a) primeira idade, arquivo secundário b) terceira idade, arquivo histórico c) segunda idade, arquivo de custódia d) terceira idade, arquivo permanente e) primeira idade, arquivo probatório Comentário: Boa questão para reforçarmos o conceito estudado. A alternativa D é a correta e é o gabarito da questão. Note que o examinador traz já no enunciado a principal característica dos arquivos permanentes, ou seja, o fato de custodiar documentos de valor secundário. São aqueles documentos de valor probatório ou informativo e que não podem ser eliminados. Ele está falando exatamente do arquivo permanente. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 7 A segunda chave para resolver a questão refere-se ao ciclo de vida dos documentos. Como vimos até mesmo na Lei 8.159/91, os documentos públicos são divididos em três grupos: os correntes, os intermediários e os permanentes. Essas são exatamente as três idades documentais: primeira, segunda e terceira idade, respectivamente. Dessa forma estamos falando da terceira idade e do arquivo permanente. Nas demais alternativas temos erros evidentes, que nos ajudam a responder à questão, mesmo que por exclusão. Na alternativa A a banca fala em primeira idade. Já vimos que estamos falando da terceira. Além disso, traz o arquivo "secundário", que sequer é um dos tipos de arquivos que estamos estudando. Na letra B o examinador traz a terceira idade, o que está correto, mas se equivoca ao trocar o arquivo permanente pelo arquivo "histórico". Na alternativa C temos dois erros. Não estamos falando da segunda idade do ciclo de vida dos documentos e muito menos de arquivo de "custódia". Fuja dessa! Finalmente, na letra E o examinador fala de primeira idade e arquivo "probatório". Ambos errados. (CESPE/PGE PE/Assistente de Procuradoria/2019) A respeito de princípios e conceitos arquivísticos, julgue o item a seguir. Documento de arquivo de valor primário pertence ao arquivo permanente. a) Certo b) Errado Comentário: A afirmativa está ERRADA. Mais uma boa questão para que você veja que as bancas cobram a simples correspondência entre o valor documental e o seu respectivo arquivo. Lembre-se sempre: Valor Primário (administrativo) - arquivos corrente ou intermediário Valor Secundário (probatório, informativo, etc.) - arquivo permanente Outra cobrança muito comum é a que se refere as relações abaixo, que você também não pode esquecer para sua prova: PRIMEIRA IDADE -> ARQUIVO CORRENTE SEGUNDA IDADE -> ARQUIVO INTERMEDIÁRIO TERCEIRA IDADE -> ARQUIVO PERMANENTE Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 8 Dessa forma, a afirmativa do enunciado está errada pois documento de valor primário (aquele que tem alta frequência de uso em função do seu valor administrativo) é documento dos arquivos corrente ou intermediário, mas nunca do permanente. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 9 3 - Arranjo 3.1 - Introdução e conceitos Entrando nas principais atividades do Arquivo Permanente, vamos iniciar pelo arranjo,que pode ser considerada uma operação tanto intelectual como material. O arranjo nada mais é do que a ordenação dos conjuntos documentais remanescentes das eliminações (lembra-se de como elas ocorrem, correto? Se não se lembra volte na aulas em que estudamos as Tabelas de Temporalidade e o processo de eliminação!), obedecendo a critérios que respeitem sempre o caráter orgânico dos conjuntos, tanto interna como externamente. Note que agora estamos falando também dos princípios da Organicidade e da Proveniência, que estudamos lá no início do curso. Ao se deparar com isso, a essa altura, você já precisa ter esses conceitos solidificados. Voltaremos ao tema já já. Para T. R. Schellemberg, arranjo é o: Processo de agrupamento dos documentos singulares em unidades significativas e o agrupamento, em relação significativa de tais unidades entre si. Esta definição é um pouco confusa mas note que, de novo, fala-se aqui da organicidade, ou seja, a relação natural dos documentos de um arquivo, entre si e entre as atividades da entidade produtora. Relembre algumas definições do princípio da Organicidade: Organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, as funções e as atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações internas e externas. Para o DBTA a organicidade é relação natural entre documentos de um arquivo em decorrência das atividades da entidade produtora. Dessa forma, o princípio da Organicidade nada mais é do que a relação que é naturalmente estabelecida entre os documentos que são produzidos por uma mesma entidade produtora e isso é crítico para estudar e entender a atividade de arranjo, que ocorre dentro dos arquivos permanentes. Para aprofundarmos ainda mais o entendimento do termo arranjo, vamos ver como o DBTA o define: Sequência de operações intelectuais e físicas que visam à organização dos documentos de um arquivo ou coleção, de acordo com um plano ou quadro previamente estabelecido. Perceba então que o próprio Dicionário define como uma atividade intelectual (análise do documento quanto a sua forma, origem funcional e conteúdo) ou física (organização dos papéis nas Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 10 galerias ou estantes, empacotamento, colocação de etiquetas, etc.), de acordo com plano previamente estabelecido, que é justamente o plano que deve seguir os princípios da Organicidade e da Proveniência, como vimos acima. No arquivo permanente o arquivista não se interessa apenas pelo arranjo dos papéis de determinado setor, mas se ocupa da ordenação de todos os documentos sob sua guarda e que provém de múltiplos órgãos, onde foram manipulados por inúmeros funcionários ou interessados. Ao tratar essa documentação, agora de uso não corrente, o arquivista deverá obedecer a Proveniência dos documentos, princípio básico da Arquivologia, segundo o qual devem ser mantidos reunidos, num mesmo fundo, todos os documentos provenientes de uma mesma fonte geradora de arquivo. Vejamos o que já estudamos sobre o princípio da Proveniência no início do curso: Para o DBTA é um princípio básico da arquivologia segundo o qual o arquivo produzido por uma entidade coletiva, pessoa ou família não deve ser misturado aos de outras entidades produtoras. Também chamado princípio do respeito aos fundos. Já para Heloisa Bellotto “o princípio da Proveniência fixa a identidade do documento relativamente ao seu produtor. Por esse princípio, os arquivos devem ser organizados obedecendo à competência e as atividades da instituição ou pessoa legitimamente responsável por sua produção, acumulação ou guarda de documentos. Arquivos originários de uma instituição ou de uma pessoa devem manter a individualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção não devendo ser mesclados, no arquivo, a outros de origem distinta”. Note que o mais importante em tudo isso é que os arquivos devem respeitar a sua origem ao longo da atividade de arranjo, ou seja, devem respeitar o lugar de onde vêm, a sua proveniência, assim como a relação que têm com as atividades da instituição, a sua organicidade. Para finalizar, a atividade de arranjo está também diretamente ligada a mais um princípio, o do Respeito a Ordem Original ou da Ordem Primitiva. Para o DBTA, o princípio do Respeito a Ordem Original é o princípio segundo o qual o arquivo deveria conservar o arranjo dado pela entidade coletiva, pessoa ou família que o produziu, ou seja, ele deve ser alocado em seu lugar original, respeitando o fundo de onde provém, além de respeitar o fluxo natural orgânico em que o documento foi produzido. Veja então, antes de avançarmos, que a atividade de arranjo é regida basicamente por três grandes princípios da Arquivologia: o da Proveniência, o da Organicidade e o do Respeito à Ordem Original. Importante lembrar disso para a prova. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 11 3.2 - Fundos de arquivo Voltando ao princípio da proveniência, uma das dificuldades encontradas na sua aplicação refere-se à determinação das unidades administrativas que irão se constituir em fundos de arquivo pois é indispensável que a ordenação de arquivos permanentes se faça por fundos. Fundo é o: Conjunto de documentos produzidos e/ou acumulados por determinada entidade pública ou privada, pessoa ou família, no exercício de suas funções e atividades, guardando entre si relações orgânicas, e que são preservados como prova ou testemunho legal e/ou cultural, não devendo ser mesclados à documentação de outro conjunto, gerado por outra instituição, mesmo que este, por qualquer razão, lhe seja afim. ARRANJO Proveniência: não deve ser misturado aos de outras entidades produtoras Respeito a Ordem Original: deve conservar o arranjo dado pela entidade coletiva, pessoa ou família que o produziu Organicidade: deve observar a relação natural entre os documentos e entre as atividades da entidade produtora Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 12 Além de ser necessário saber o que são os fundos, já que toda a atividade de arranjo se baseia neles, é importante saber também que a escolha desses fundos deverá ser estabelecida de acordo com as circunstâncias e conveniências, obedecendo a dois critérios: Estrutural - documentos provenientes de uma mesma fonte geradora de arquivos Funcional - documentos provenientes de mais de uma fonte geradora de arquivos, reunidos pela semelhança de suas atividades, mantido, porém, o princípio da proveniência. Temos ainda os chamados: Fundo Aberto - sua acumulação é contínua, uma vez que os documentos de valor permanente passam a integrá-lo pouco a pouco, à medida que vencem os estágios anteriores de vigência e validade administrativa e jurídica. Fundo Fechado - a entidade produtora/acumuladora já encerrou suas atividades ou as teve tão substancialmente modificadas que justificam um encerramento do fundo e abertura de outro. Por fim, importante falarmos sobre a dispersão e a reintegração de fundos no arquivo permanente: DISPERSÃO DE FUNDOS A dispersão de um fundo deve sempre ser encarada como uma exceção. A regra é que o fundo nunca deve ser disperso. Ela ocorre quando se retiram documentos de uma série, ou retiram-se séries de um fundo ou mesmo fundos inteiros de um arquivo, com o objetivo de compor séries e fundos de outro arquivo. Essas situações verificam-se basicamente em quatro ocasiões: Sequestro e confisco de documentos - no caso de guerras e/ou conflitos. Separação territorial - quando municípios, estados ou países se apossam de documentosmais antigos do que os limites acordados entre as partes, que envolvem os documentos mais recentes, possivelmente pós separação e que, de fato, são críticos para a administração do novo território. Obediência a determinações superiores - são ocorrências pontuais e circunstanciais, de caráter público. Acatamento de determinações legais - correspondem a situações específicas, do momento e caso em questão. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 13 REINTEGRAÇÃO DE FUNDOS É exatamente o movimento inverso do que vimos acima. A reintegração de fundos, segundo o DBTA é a: Recondução de arquivos e/ou documentos ao fundo ou arquivo a que pertencem. Lembre-se que cada documento, em sua fase permanente de vida, deve ficar junto com os que tiveram o mesmo meio de produção/tramitação/acumulação. Em nenhuma hipótese é justificável a sua dispersão para proteção, melhor tratamento técnico ou por outras razões que atendam às necessidades do historiador ou qualquer interessado. (IADES/Hemocentro-DF/Analista de Arquivologia/2017) Assinale a alternativa que corresponde ao princípio segundo o qual o arquivo deveria conservar o arranjo dado pela entidade coletiva, pessoa ou família que o produziu. a) Proveniência. b) Ordem primitiva. c) Pertinência. d) Reversibilidade. e) Respeito aos fundos Comentário: DISPERSÃO DE FUNDOS Sequestro ou Confisco Separação Territorial Determinações Superiores Determinações Legais Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 14 Lembre-se sempre dos principais princípios que estão ligados à atividade de arranjo, executada no arquivo permanente. São eles os princípios da proveniência, da organicidade e do respeito a ordem original também conhecido como o princípio da ordem primitiva. E, voltando ao enunciado, fica fácil de matar a questão. O examinador fala em conservar o arranjo dado pela entidade coletiva, pessoa ou família que o produziu, ou seja, está se referindo ao respeito à ordem original ou ordem primitiva. A alternativa B é a correta e é o gabarito da questão. Na alternativa A a banca fala no princípio da proveniência, que também é um dos princípios ligados ao arranjo. E, não à toa, ele já é logo o primeiro, tentando induzir o candidato ao erro. Cuidado. Leia o enunciado com cuidado e todas as alternativas. A proveniência, como vimos, refere-se à manutenção do documento junto aos demais que foram produzidos pela mesma entidade. Não confunda os conceitos. Não é disso que o examinador está falando. As letras C e D trazem sim princípios da Arquivologia, mas não aqueles diretamente relacionados a atividade de arranjo. Por fim, na alternativa E o examinador lista o princípio do respeito aos fundos e aqui, importante saber que esse é o princípio da proveniência, portanto também relacionado ao arranjo, mas não exatamente o que a banca busca com a definição do enunciado. Atenção pois esta relação entre os princípios da Arquivologia e as atividades executadas no arranjo é bastante exigida em prova! (CESPE/Área 10/Oficial Área Inteligência/2018) Acerca de princípios e de conceitos arquivísticos, julgue o item que se segue. Os arquivos de um órgão público existente há mais de cem anos fazem parte de um fundo aberto. a) Certo b) Errado Comentário: A afirmativa está CORRETA. Lembre-se do que estudamos sobre fundos abertos e fechados Fundo Aberto - sua acumulação é contínua, uma vez que os documentos de valor permanente passam a integrá-lo pouco a pouco, à medida que vencem os estágios anteriores de vigência e validade administrativa e jurídico. Fundo Fechado - a entidade produtora/acumuladora já encerrou suas atividades ou as teve tão substancialmente modificadas que justificam um encerramento do fundo e abertura de outro. Dessa forma, retornando ao enunciado, mesmo que o órgão público exista há mais de cem anos, porém não exista nenhuma menção de que deixou de existir atualmente ou que algum de seus fundos tenha sido encerrado, ele é um fundo aberto. Afirmativa correta! Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 15 Cuidado para não se confundir. O examinador faz a menção aos 100 anos de existência para criar no candidato a impressão de que o fundo é muito antigo e não existe mais. Não caia nessa! Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 16 4 - Descrição Outra atividade importante do arquivo permanente e que vamos abordar nessa aula é a descrição. Para iniciarmos a discussão, vamos ver como o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística define o termo: Conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa. Para o DTA temos definição bastante semelhante. Vejamos: Conjunto de procedimentos que, a partir de elementos formais e de conteúdo, permitem a identificação de documentos e a elaboração de instrumentos de pesquisa. Veja que nos dois casos são citados os "conjuntos de procedimentos", a utilização dos "elementos formais e de conteúdo" dos documentos e a "elaboração de instrumentos de pesquisa". Tudo isso para propiciar e, sobretudo, facilitar o acesso ao documento ou a informação buscada pelo interessado. É isso que você precisa saber e memorizar para a prova. Para que o arquivo permanente cumpra de forma plena a função de atender ao público, ou seja, possa disponibilizar aos usuários o conteúdo do seu acervo de forma rápida e prática, é preciso proceder à descrição dos documentos, resultando daí os chamados instrumentos de pesquisa, que iremos estudar em detalhe um pouco mais adiante. A elaboração criteriosa, rigorosa e precisa da descrição é tarefa primordial do arquivista dos arquivos de terceira idade. Dessa forma, podemos considerar que a descrição é uma atividade típica dos arquivos permanentes. Reforçando essa tese, segundo uma de nossas principais fontes, a professora Heloísa Bellotto "ela não cabe nos arquivos correntes, onde seu correspondente é o estabelecimento dos códigos dos planos de classificação". Prossegue a professora: "tampouco a descrição faz sentido no âmbito dos arquivos intermediários, onde a frequência de utilização secundária é quase nula". Note que, para Bellotto, a descrição não só é uma atividade típica dos arquivos permanentes como acontece só na terceira idade do ciclo de vida dos documentos. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 17 Como já vimos em aulas anteriores, essa não é uma interpretação unânime de toda a comunidade arquivística. Não há um consenso em relação a quais estágios do ciclo vital são permeados pela função Descrição. A maioria dos estudiosos cita a terceira idade/arquivo permanente, como a própria Heloisa Bellotto, mas não todos. Dentro da perspectiva da arquivística integrada, por exemplo, aquele ponto de vista que aborda a atividade de gestão documental desde a produção do documento até seu recolhimento permanente ou eliminação, a descrição começa no processo de Classificação, continua na Avaliação e se aprofunda em instrumentos de busca mais específicos, se espalhando pelos três ciclos vitais documentais. Veja que mesmo os que defendem que a descrição ocorre apenas no arquivo permanente, não negam que essas atividades estejampresentes ao longo de toda a cadeia, apenas não as consideram como, tipicamente, atividades de descrição. A própria ISAD(G) que estudaremos a seguir, admite que "processos relacionados à descrição podem começar na ou antes da produção dos documentos e continuam durante sua vida.", ou seja, estendem-se ao longo de todas as idades documentais. Ainda nesta direção, a NOBRADE - Norma Brasileira de Descrição Arquivística, diz logo na definição de seu âmbito e objetivos que "Embora voltada preferencialmente para a descrição de documentos em fase permanente, pode também ser aplicada à descrição em fases corrente e intermediária." Assim, fique atento a esta particularidade caso venha a ser cobrada em prova e entenda o contexto da questão ou a fonte que está sendo utilizada. Em linhas gerais a descrição é uma atividade típica do arquivo permanente porém, de acordo com fontes importantes da arquivística nacional e internacional, seus procedimentos podem ser encontrados também nos arquivos corrente e intermediário. Fique atento à fonte que serve de referência a questão! Avançando um pouco na discussão, vimos que o principal resultado da descrição é a elaboração de instrumentos de pesquisa que facilitem o acesso aos documentos, ou seja, o desenvolvimento de guias, inventários, catálogos, catálogos seletivos, índices e edições de fontes, o que também veremos já já. A elaboração desses instrumentos é função permanente nos arquivos de custódia e desempenhada por seus arquivistas especializados, cuja qualidade do trabalho transparece na precisão dos instrumentos de pesquisa que são elaborados e na medida em que seu trabalho satisfaz ao pesquisador. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 18 Vamos aprofundar agora a discussão sobre os instrumentos de pesquisa, mas antes vamos exercitar o tema recém discutido. (CVEST IFPE/IF PE/Arquivista/2017) Podemos afirmar que o objetivo da descrição arquivística é a) analisar os documentos desde a fase corrente e utilizar instrumentos que controlem a passagem para as fases posteriores. b) identificar e explicar o contexto e o conteúdo de documentos de arquivo, com a finalidade de promover o acesso aos mesmos. c) compor instrumentos que orientem quanto ao tempo de manutenção dos documentos no arquivo permanente. d) coletar informações necessárias à definição de políticas de preservação e conservação de documentos históricos. e) elaborar instrumentos que descrevam o trâmite dos documentos dentro da instituição e sua destinação final. Comentário: Boa questão para reforçarmos a definição de descrição. A alternativa B é a correta e é o gabarito da questão. Lembre-se sempre que a descrição é o conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa, com o objetivo de facilitar o acesso ao documento e a informação para o interessado. Veja que com essa definição do DBTA, sabendo que a descrição gera instrumentos de pesquisa com base na forma e conteúdo dos documentos, com o objetivo de facilitar o seu acesso, fica fácil de matar a questão, certo? Na alternativa A a banca traz atividades que não fazem parte da gestão documental, especialmente o controle da passagem entre as fases. Na letra C, o examinador traz o termo "instrumento" - justamente para confundir o candidato que a esta altura tem na cabeça os "instrumentos de pesquisa" -, mas depois diz que esses instrumentos "orientam quanto ao tempo de manutenção no arquivo permanente". Aí não. Aí ele está falando da Tabela de Temporalidade, um instrumento de gestão de documentos e não um instrumento de pesquisa. Fique atento! Na alternativa D a banca fala em coleta de informações necessárias às políticas de preservação e conservação. Essas atividades estão ligadas ao arquivo permanente e falaremos dela em aula a seguir, mas não estão diretamente relacionadas à descrição. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 19 Por fim, na letra E o examinador fala novamente na "elaboração de instrumentos", usando o mesmo artifício da alternativa C, porém cita instrumentos que descrevem o trâmite documental e não o seu conteúdo ou forma. Também não pode estar correto. (CESPE/SEDF/Analista de Gestão Educacional - Arquivologia/2017) De acordo com as normas brasileiras de descrição arquivística e com a norma internacional para a descrição de funções, julgue o item a seguir. A descrição de funções é um elemento importante na organização dos documentos, principalmente como ferramenta de recuperação e análise de documentos. a) Certo b) Errado Comentário: A afirmativa está CORRETA. Mesmo que ainda não tenhamos estudado as normas as quais a banca se refere no enunciado (faremos isso ainda nesta aula), já é possível responder à questão. Vimos até aqui que a descrição tem como principal função a elaboração de instrumentos de pesquisa que, por sua vez, existem para facilitar o acesso a informação e aos documentos buscados por historiadores ou outros interessados, correto? Dessa forma, nada mais certo do que considerá-la "um elemento importante na organização dos documentos, principalmente como ferramenta de recuperação e análise de documentos", exatamente o que diz o enunciado. Gabarito! Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 20 5 - Instrumentos de Pesquisa O processo de descrição consiste no desenvolvimento de instrumentos de pesquisa que possibilitem a identificação, o rastreamento, a localização e a utilização dos dados, informações ou documentos buscados. Como os arquivos não podem conceder livre acesso a cada um dos interessados em pesquisar seus acervos é necessário que, por meio dos instrumentos de pesquisa, os interessados tenham acesso ao seu potencial de informação. Segundo Baudot: "A massa de informações contidas em um arquivo só tem utilidade quando instrumentos de pesquisa que permitam o acesso a ela são difundidos entre os usuários." Dessa forma, providenciado a arranjo da documentação a descrição passa a ser atividade operacional obrigatória. Apenas dessa forma os arquivos podem atingir o seu objetivo mais nobre que é a disseminação da informação aos potenciais interessados. Instrumentos de pesquisa são essencialmente obras de referência que identificam, resumem e localizam em diferentes graus e amplitudes, os fundos, as séries documentais e as unidades documentais existentes em um arquivo permanente. Há instrumentos de pesquisa genéricos e globalizantes, como os guias. Há os parciais, que são detalhados e específicos, tratando de parcelas do acervo, como os inventários, catálogos, catálogos seletivos e índices. E, por fim, temos também a publicação de documentos na íntegra, a chamada "edição de fontes". Genéricos e globalizantes Ex: Guias Parciais (detalhados e especícos, tratando de parcelas do acervo) Ex: Inventários, Catálogos, catálogos seletivos, e índices Publicação de documentos na íntegra EX: Edição de fontes Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 21 Temos ainda os instrumentos de uso exclusivamente interno. Embora não sejam tão cobrados como os que já vimos, precisamos conhecê-los, até para saber diferenciá-los quando a banca tenta estabelecer confusão entre eles. Os instrumentos de uso interno orientam e subsidiam o trabalho do arquivista quanto ao arranjo e à descrição dos documentos. Temos entre esses instrumentosas listagens que acompanham os recolhimentos de documentos, organograma dos órgãos, quadros gerais de fundos, grupos e séries, tabelas de temporalidade, fichários de controle, entre outros. Não é raro o examinador misturar instrumentos externos e internos em questões sobre o tema. Fique atento pois, na imensa maioria das vezes, a questão refere-se a instrumentos de uso externo, ou seja, o usuário interessado na informação. Antes de entrar em cada um dos instrumentos de pesquisa, vale lembrar que eles também devem constituir uma espécie de família hierárquica, na qual o guia ocupa o vértice da hierarquia. Veremos a razão mais a frente. 5.1 - Guia O guia é, preferencialmente, o primeiro instrumento de pesquisa a ser produzido por um arquivo. Ele é a porta de entrada da instituição e permite um mapeamento panorâmico do acervo. No guia deverão constar todos os dados básicos necessários para orientar os interessados, desde as informações práticas — tais como o endereço da instituição, os telefones, o horário de atendimento etc. — até as informações específicas sobre o acervo, como por exemplo os fundos e as coleções que ele possui, seu nível de organização, as condições físicas e jurídicas do acesso, as possibilidades de reprodução de documentos etc. O guia também deve conter uma pequena introdução que apresente o histórico da instituição e explique o processo pelo qual seu acervo foi formado. Através do guia, o pesquisador poderá programar sua visita, sabendo exatamente quais são as condições de consulta, quais conjuntos documentais são pertinentes para seus interesses de pesquisa e quais são as condições de acesso. Ele será o primeiro instrumento solicitado por qualquer consulente familiarizado com os procedimentos técnicos do arquivo. Para o DBTA, o guia é: Instrumento de pesquisa que oferece informações gerais sobre fundos e coleções existentes em um ou mais arquivos. 5.2 - Inventário Os inventários são, pela ordem hierárquica dos níveis da classificação, os instrumentos de pesquisa que se seguem ao guia. Eles buscam oferecer um quadro sumário de um ou mais fundos ou coleções. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 22 O objetivo é descrever as atividades de cada titular, as séries integrantes, o volume de documentos, as datas-limite e os critérios de classificação e de ordenação. Ao contrário do guia, os inventários devem, necessariamente, abordar conjuntos documentais com algum nível de organização do ponto de vista da classificação arquivística. A descrição das séries documentais de cada fundo é uma atividade fundamental para permitir o pleno acesso aos documentos de um arquivo. Uma boa descrição de cada fundo arquivístico permite que o pesquisador consiga detectar, preliminarmente, a possível existência e a localização de documentos de seu interesse. O acesso a um documento individual e específico ocorrerá mediante o conhecimento dos critérios de classificação e de ordenação interna das séries. Os inventários, por se referirem a conjuntos documentais classificados, têm, ao contrário do guia, uma vida útil mais longa. No entanto, suas informações deverão ser reavaliadas sempre que novas inclusões documentais forem feitas (no caso de fundos abertos), ou novos sistemas de ordenação e de acesso (com o incremento da informática, por exemplo) forem executados. Pelo fato de o inventário ser basicamente um instrumento para a pesquisa especializada, a elaboração de edições sofisticadas não compensa o investimento. Para o DBTA, o inventário é: Instrumento de pesquisa que descreve, sumária ou analiticamente, as unidades de arquivamento de um fundo ou parte dele, cuja apresentação obedece a uma ordenação lógica que poderá refletir ou não a disposição física dos documentos. 5.3 - Catálogo O catálogo é o instrumento que descreve unitariamente as peças documentais de uma série ou mais séries, ou ainda de um conjunto de documentos, respeitada ou não a ordem de classificação. No catálogo, por ser a representação descritiva de documento por documento, as sequências dos dados necessários à identificação e ao resumo são as mesmas que as do inventário. O fundamental do catálogo é que ele se atenha à compreensão dos documentos dentro de suas relações orgânicas com as atividades que os produziram. Só é possível elaborar catálogos de séries que já estejam organizadas e, preferencialmente, inventariadas. Na introdução do catálogo, deverão constar, além dos dados gerais da série (ou séries), levantados por ocasião da confecção do inventário, as seguintes informações: explicação sobre a importância do catálogo, contextualização da série dentro do fundo e indicação dos critérios para a ordenação de documentos. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 23 Para o DBTA, o catálogo é: Instrumento de pesquisa organizado segundo critérios temáticos, cronológicos, onomásticos ou toponímicos, reunindo a descrição individualizada de documentos pertencentes a um ou mais fundos, de forma sumária ou analítica. 5.4 - Catálogo Seletivo O catálogo seletivo, por sua vez, é o instrumento de pesquisa que traz uma relação seletiva de documentos pertencentes a um ou mais fundos e no qual cada peça integrante de uma unidade de arquivamento é descrita minuciosamente. O que difere o catálogo seletivo do catálogo ou mesmo do inventário é que, nestes dois últimos, após escolhido o fundo, não há seleção de documentos, enquanto no catálogo seletivo, há. Dessa forma, os catálogos seletivos transcendem a dimensão arquivística dos catálogos convencionais e dos inventários ao escolher documentos que atendam a critérios temáticos, independentemente de sua posição no plano de classificação, podendo, inclusive, reunir documentos de fundos e arquivos distintos. O DBTA não traz definição para o catálogo seletivo porém, para o DTA, sua definição é: Catálogo que toma por unidade documentos previamente selecionados, pertencentes a um ou mais fundos ou arquivos, segundo um critério temático. 5.5 - Índice O índice aponta nomes, lugares ou assuntos em ordem alfabética e remete o usuário às respectivas notações de localização. Índices têm como objetivo permitir uma rápida localização das unidades documentais que atendam a critérios específicos, tanto de uma única série como de diferentes fundos. Na confecção de índices, deve-se tomar muito cuidado com a escolha dos termos a serem utilizados. Em tais tarefas a utilização de vocabulários controlados e tesauros é imperativa. Dessa forma os índices podem ser utilizados como parte complementar de inventários e catálogos analíticos ou mesmo ter personalidade própria, indexando diretamente os documentos. Quando tem "personalidade própria" e são utilizados como instrumentos de pesquisa autônomos, procuram decompor os documentos em descritores, que podem ser temáticos, cronológicos, onomásticos, geográficos etc. Entretanto, a forma mais comum de ocorrência dos índices é sua integração dentro de outros instrumentos de pesquisa, visando garantir possibilidades variadas de acesso aos documentos em questão. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 24 Os instrumentos de pesquisa muito extensos, como os catálogos de conjuntos documentais volumosos, geralmente são complementados por algum tipo de índice. Para o DBTA o índice é Relação sistemática de nomes de pessoas, lugares, assuntos ou datas contidos em documentos ou em instrumentos de pesquisa, acompanhados das referências para sua localização. 5.6 - Edição de fontes A edição de fontes documentais outextos históricos segundo Heloisa Bellotto "compreende a publicação de um instrumento de pesquisa no qual os documentos não recebem resumos indicativos e/ou informativos, como nos anteriormente citados, figurando o texto integral." Portanto, nada mais é do que a publicação de textos de documentos na íntegra. 5.7 - Tabela de equivalência ou concordância Instrumento de caráter puramente auxiliar, que dá a equivalência de antigas notações para as novas que tenham sido adotadas, em decorrência de alterações no sistema de arranjo. Vamos exercitar um pouco esse conceitos que acabamos de estudar? (ACEP/Pref. Aracati-CE/Técnico Arquivo/2019) Os Instrumentos de pesquisa são ferramentas utilizadas para descrever um arquivo, ou parte dele, identificando, resumindo e localizando os fundos, as séries e/ou as unidades documentais existentes em um arquivo permanente, além de ter a função de orientar a consulta e de determinar com exatidão quais são e onde estão os documentos com a finalidade de controle e de acesso ao acervo. Aquele instrumento de pesquisa que é, preferencialmente, o primeiro a ser produzido por um arquivo é a) índice. b) guia. c) inventário. d) folder. Comentário: Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 25 Ótima questão para reforçarmos um ponto bastante cobrado entre os instrumentos de pesquisa, ou seja, qual é aquele que costuma ser produzido em primeiro lugar. A alternativa B é a correta e é o gabarito da questão. Vimos isso quando falamos do Guia, lembra? O guia é, preferencialmente, o primeiro instrumento de pesquisa a ser produzido por um arquivo. Ele é a porta de entrada da instituição e permite um mapeamento panorâmico do acervo. Os instrumentos de pesquisa devem constituir uma espécie de família hierárquica, na qual o guia ocupa o vértice da hierarquia, justamente por executar esse papel. Na alternativa A o examinador fala de índice. Vimos que o índice é, segundo o DBTA, a relação sistemática de nomes de pessoas, lugares, assuntos ou datas contidos em documentos ou em instrumentos de pesquisa, acompanhados das referências para sua localização. E, nessa situação, certamente não é o primeiro a ser produzido por uma instituição arquivística. Na letra C a banca traz o inventário. Para o DBTA é o instrumento de pesquisa que descreve, sumária ou analiticamente, as unidades de arquivamento de um fundo ou parte dele, cuja apresentação obedece a uma ordenação lógica que poderá refletir ou não a disposição física dos documentos. Note que ele já está um degrau abaixo do Guia. Os inventários são, pela ordem hierárquica dos níveis da classificação, os instrumentos de pesquisa que se seguem ao guia. Eles buscam oferecer um quadro sumário de um ou mais fundos ou coleções. Ao contrário do guia, os inventários devem, necessariamente, abordar conjuntos documentais com algum nível de organização do ponto de vista da classificação arquivística. A descrição das séries documentais de cada fundo é uma atividade fundamental para permitir o pleno acesso aos documentos de um arquivo. Por fim, na alternativa D a banca fala em "folder", que sequer é um instrumento de pesquisa. Aqui não dá nem para ficar em dúvida! (CESPE/MPOG/Arquivista/2015) A respeito das funções arquivísticas de descrição e de classificação de documentos, julgue o item subsecutivo. Os instrumentos de pesquisa, resultados da descrição, podem ser elaborados de forma genérica e parcial ou a partir da publicação de documentos na íntegra. a) Certo b) Errado Comentário: A afirmativa está CORRETA. Veja que a banca fala sobre a produção de instrumentos de pesquisa em formato "genérico" e "parcial" ou a partir da publicação da íntegra de um documento. Está correto. Lembre-se sempre que há um instrumento que nada mais é do que a publicação na íntegra da informação contida no documento. É a Edição de Fontes. Relembre o que Heloísa Bellotto fala sobre ela: "compreende a publicação de um instrumento de pesquisa no qual os documentos não recebem resumos indicativos e/ou informativos, como nos anteriormente citados, figurando o texto integral". Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 26 Por outro lado, temos os instrumentos considerados genéricos como os Guias e os parciais como os inventários, catálogos, repertórios e índices. Relembre abaixo: Genéricos e globalizantes Ex: Guias Parciais (detalhados e especícos, tratando de parcelas do acervo) Ex: Inventários, catálogos, repertórios e índices Publicação de documentos na íntegra EX: Edição de fontes Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 27 6 - Normatização Bem, avançando na discussão sobre os temas relacionados ao arquivo permanente, chegamos à normatização. Como já sabemos, a normatização está diretamente ligada a atividade de descrição, que é uma das principais atividades executadas na terceira idade do ciclo documental, ou seja, no arquivo permanente. E é um assunto que cai com razoável frequência em provas. Relembrando um pouco do que já estudamos, a normatização surge com o intuito de garantir que a descrição documental dos documentos de arquivo seja consistente, apropriada e intuitiva. Para isso faz-se necessário ter algumas regras que a padronize, ou seja, normas específicas voltadas para este processo. Esse processo contribui para que todas as organizações que trabalham com arquivos possam realizar suas atividades de tratamento técnico dos acervos documentais com a maior eficácia possível, economia de recursos, ampliando o potencial dos instrumentos de pesquisa gerados, simplificando o acesso aos usuários e viabilizando o intercâmbio entre as diferentes instituições arquivísticas. Entre as principais normas arquivísticas internacionais de descrição estão a ISAD(G), a ISAAR(CPF), a ISDF e a ISDIAH. Já estudamos todas em aula anterior. Hoje vamos aprofundar apenas a ISAD(G). Caso tenha dúvidas em relação as demais, volte a respectiva aula! Já em relação ao Brasil, temos a NOBRADE (Norma Brasileira de Descrição Arquivística), que adapta as normas internacionais à realidade brasileira. Antes de entrarmos um pouco mais a fundo na ISAD(G) e na NOBRADE (que são as duas mais cobradas), relembre este esquema que já foi estudado em aula anterior. Se não estiver confortável com os conceitos volte a aula respectiva pois esse é um assunto que já encerramos, especialmente para as normas sobre as quais não falaremos hoje. NORMAS INTERNACIONAIS DE DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA ISAD (G) Normas gerais de descrição arquivística CONTEXTO/ CONTEÚDO ISAAR (CPF) Entidades coletivas, pessoas e famílias PRODUÇÃO / MANUTENÇÃO ISDIAH Instituições arquivísticas ACERVOS ARQUIVÍSTICOS ISDF Funções de entidades coletivas PRODUÇÃO / MANUTENÇÃO Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 28 6.1 - ISAD (G) Segundo Andre Ancona Lopez: A norma ISAD (G) propõe padronizar a descrição arquivística a partir de uma estruturação multinível, isto é, do geral ao particular, inserindo cada item da descrição na estrutura geral do fundo de arquivo em uma relação hierárquica. Ainda, do ponto de vista da teoria arquivística, o mais importante na ISAD(G) é justamente o respeito que ela apresenta aos princípios da proveniência e da organicidade. OBJETIVOS A ISAD tem como principal objetivo estabelecer diretrizes gerais para a preparação de descrições arquivísticas, podendoser usada juntamente com as normativas nacionais de diversos outros países. Além disso, tem como outros objetivos: • assegurar a criação de descrições consistentes, apropriadas e autoexplicativas. • facilitar a recuperação e a troca de informação sobre documentos arquivísticos. • possibilitar o compartilhamento de dados. • tornar possível a integração de descrições de diferentes arquivos num sistema unificado de informação. REGRAS E PRINCÍPIOS No primeiro nível (fundo) a descrição deve dar informações do fundo como um todo. Nos níveis seguintes deve-se dar informação sobre as partes descritas. As descrições resultantes se mostrarão em uma relação hierárquica da parte até o todo, indo do nível mais amplo (fundo) até o mais específico. Esta é a regra mais importante da norma. Note que ela avança sempre do geral para o particular, ou seja, do fundo para as partes descritas. Isso precisa estar claro no dia da prova pois tem alta incidência em questões. Além da regra mais importante, que diz que a descrição deve ir sempre do geral para o particular, a ISAD possui outras três regras que devem ser conhecidas: Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 29 - Informação relevante para o nível de descrição: deve-se fornecer informação apropriada apenas para o nível que está sendo descrito. Se a descrição é de um fundo não se deve fornecer informações específicas de processos ou dossiês que constituem esse fundo, mas só do fundo. - Relação entre descrições: as descrições devem sempre ser relacionadas a que estiver mais próxima e acima. - Não repetição da informação: informação já dada em um nível superior (e isso deve ser feito quando ela for comum aos níveis inferiores), não deve ser repetida em cada um dos níveis abaixo. COMPOSIÇÃO A ISAD (G) define 26 elementos que podem ser combinados para constituir a descrição de uma entidade arquivística (sendo que 6 deles são obrigatórios - abaixo estão grifados em vermelho) e as regras estão organizadas em 7 áreas de informação descritiva. São elas, incluindo cada um dos 26 elementos, com atenção para os obrigatórios: 1. Área de identificação (identifica a unidade de descrição) - Código de referência - identifica de maneira específica a unidade de descrição e estabelece uma ligação com a descrição que a representa. - Título – nomeia a unidade de descrição. - Data – identifica e registra a(s) data(s) da unidade de descrição. - Nível de descrição – identifica o nível de organização da unidade de descrição. - Dimensão e suporte – Identifica e registra a dimensão física/lógica e o suporte da unidade de descrição. 2. Área de contextualização (informa a origem e custódia da unidade de descrição) - Nome dos produtores - identifica os produtores da unidade de descrição. - História administrativa / Bibliografia – Fornece uma história administrativa ou dados biográficos do(s) produtor(es) da unidade de descrição, para contextualizar o acervo e torná-lo mais compreensível. - História arquivística – Fornece informação sobre a história da unidade de descrição que seja significativa para sua autenticidade, integridade e interpretação. - Procedência – Identifica a origem imediata de aquisição ou transferência da unidade de descrição. 3. Área de conteúdo e estrutura (informa sobre o assunto e organização da unidade de descrição) - Âmbito e conteúdo - Capacita os usuários a avaliarem a potencial relevância da unidade de descrição. - Avaliação, eliminação e temporalidade – Fornece informação sobre qualquer ação relativa à avaliação, seleção e eliminação. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 30 - Incorporações – Informa o usuário sobre acréscimos previstos à unidade de descrição. - Sistema de arranjo – Fornece informação sobre a estrutura interna, ordem e/ou sistema de arranjo da unidade de descrição. 4. Área de condições de acesso e de uso (informa sobre a acessibilidade da unidade de descrição) - Condições de acesso - Fornece informação sobre o estatuto legal ou outros regulamentos que restrinjam ou afetem o acesso à unidade de descrição. - Condições de reprodução – Identifica quaisquer restrições quanto à reprodução da unidade de descrição. - Idioma – Identifica o(s) idioma(s), escrita(s) e sistemas de símbolos utilizados na unidade de descrição. - Características físicas e requisitos técnicos – Fornece informação sobre quaisquer características físicas ou requisitos técnicos importantes que afetem o uso da unidade de descrição. - Instrumentos de pesquisa – Identificar os instrumentos de pesquisa relativos à unidade de descrição. 5. Área de fontes relacionadas (informa sobre fontes com uma relação importante com a unidade de descrição) - Existência e localização dos originais - Indica a existência, localização, disponibilidade e/ou destruição dos originais quando a unidade de descrição consiste de cópias. - Existência e localização de cópias – Indica a existência, localização e disponibilidade de cópias da unidade de descrição. - Unidades de descrição relacionadas – Identifica unidades de descrição relacionadas. - Nota sobre publicação – Identifica quaisquer publicações que sejam sobre ou baseadas no uso, estudo ou análise da unidade de descrição. 6. Área de notas (qualquer outra informação que não possa ser incluída em nenhuma das outras áreas) - Notas - Fornece informação que não possa ser incluída em qualquer das outras áreas. 7. Área de controle da descrição (informa sobre como, quando e por quem a descrição arquivística foi elaborada) - Nota do arquivista - Explica como a descrição foi preparada e por quem. - Regras ou convenções – Identifica as convenções em que a descrição é baseada. - Datas das descrições – Indica quando esta descrição foi preparada e/ou revisada. Note que os cinco elementos da área de identificação são obrigatórios, assim como a indicação do produtor, que está na área de contextualização. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 31 A utilização dos demais 20 elementos é facultativa. Em relação a ISAD(G) é muito importante saber que ela possui 26 elementos espalhados por 7 áreas (é bom saber quais são elas) e 6 deles são obrigatórios (também importante lembrar quais são no momento em que a banca os citar). (FEPESE/MPE-SC/Analista Arquivologia/2014) No âmbito da descrição arquivística, a ISAD(G) aponta elementos considerados essenciais para o intercâmbio internacional de informação descritiva. Em relação ao tema, é correto afirmar: a) o controle de vocábulo é elemento precedente para o registro da informação. b) o código de referência e o título estão entre os elementos. c) o intercâmbio de materiais arquivísticos é um elemento. d) os elementos estão sujeitos às regras para o registro de autoridade arquivística. e) a incorporação de elementos depende de determinações internacionais. Comentário: Questão importante para vermos que a banca cobra, neste caso, o conhecimento dos elementos tidos como obrigatórios na norma ISAD(G). A alternativa B é a correta e é o gabarito da questão. Acabamos de ver isso na aula, lembra? A ISAD(G) possui 7 áreas de informação descritiva, composta por 26 elementos sendo que dos 26, apenas 6 são considerados obrigatórios. São eles: - Código de referência - Título - Data - Nível de descrição - Dimensão e suporte - Nome do produtos Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 32 Sabendo quais são os elementosvocê já conseguiria matar a questão pois encontraria dois deles juntos, na alternativa B, o código de referência e o título. Na alternativa A o examinador traz "controle de vocábulo" como elemento. Note que você só conseguiria descartar essa alternativa sabendo quais são os elementos ou ao menos lembrando que este não é um dos 26! Na letra C a banca diz que "intercâmbio de materiais" é um elemento. Mesmo cenário. É necessário ter um mínimo de conhecimento do universo dos 26 elementos para poder descartar esta também. Na alternativa D fala-se em "regras para o registro da autoridade arquivística". As regras para o registro de autoridade arquivística estão constantes em outra norma: a ISAAR(CPF). A ISAAR(CPF) fornece regras gerais para o estabelecimento de registros de autoridade arquivística que descrevem entidades coletivas, pessoas e famílias que podem ser citadas como produtores nas descrições de documentos de arquivos, como vimos em aula do início do curso. Por fim, na letra E o examinador traz a informação que "a incorporação de elementos depende de determinações internacionais. Também não está correto. A incorporação de elementos, além dos essenciais, já está prevista e pode acontecer sempre que o arquivista julgar necessário usar algum dos elementos da ISAD(G) além dos 6 considerados essenciais. 6.2 - NOBRADE Segundo o Conarq - Conselho Nacional de Arquivos, a NOBRADE é: Norma que estabelece diretivas para a descrição no Brasil de documentos arquivísticos, compatíveis com as normas internacionais em vigor ISAD(G) e ISAAR(CPF), e tem em vista facilitar o acesso e o intercâmbio de informações em âmbito nacional e internacional. Embora voltada preferencialmente para a descrição de documentos em fase permanente, pode também ser aplicada à descrição em fases corrente e intermediária. Essa observação é bastante importante pois é trazida justamente pela NOBRADE e contrasta com aquele posicionamento que já estudamos da professora Heloisa Bellotto a respeito da presença da descrição apenas no arquivo permanente. Para que não se confunda considere que a descrição é atividade típica de arquivo permanente, mas pode ser encontrada nas demais idades documentais. E atenção à fonte que a banca está usando na questão! OBJETIVOS Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 33 Ainda segundo o Conarq, a NOBRADE tem por objetivo: Estruturar a informação a partir de elementos de descrição comuns, buscando interferir o mínimo possível na forma final em que as descrições são apresentadas. Cabe a cada entidade custodiadora e a seus profissionais a decisão acerca dos recursos utilizados para a descrição, bem como o formato final de seus instrumentos de pesquisa, sendo apenas imprescindível a presença dos elementos de descrição obrigatórios. Veja que a NOBRADE procura, portanto, padronizar sem "engessar" demasiadamente a instituição arquivística, dando a ela espaço para que possa incorporar suas particularidades e contexto ao longo da atividade de descrição. O único ponto em que a norma é inflexível é em relação a utilização dos 7 elementos obrigatórios. Tente memorizar as diferenças entre a ISAD(G) e a NOBRADE. Isso tem boa possibilidade de ser tema de questão de prova quando falamos de normatização: Enquanto a ISAD(G) tem 7 áreas de informação e 26 elementos, sendo 6 obrigatórios, a NOBRADE tem 8 áreas de informação e 28 elementos, sendo 7 obrigatórios. REGRAS E PRINCÍPIOS A NOBRADE tem como pressupostos básicos o respeito aos fundos e a descrição multinível, adotando exatamente os mesmos princípios expressos na ISAD(G): • Descrição do geral para o particular – com o objetivo de representar o contexto e a estrutura hierárquica do fundo e suas partes componentes. • Informação relevante para o nível de descrição – com o objetivo de representar com rigor o contexto e o conteúdo da unidade de descrição. • Relação entre descrições – com o objetivo de explicitar a posição da unidade de descrição na hierarquia. • Não repetição da informação – com o objetivo de evitar redundância de informação em descrições hierarquicamente relacionadas. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 34 COMPOSIÇÃO A NOBRADE define 28 elementos que podem ser combinados para constituir a descrição de uma entidade arquivística (sendo que 7 deles são obrigatórios - abaixo estão grifados em vermelho) e as regras estão organizadas em 8 áreas de informação descritiva. São elas, incluindo cada um dos 28 elementos, com atenção para os obrigatórios (em vermelho): 1. Área de identificação (registra informação essencial para identificar a unidade de descrição) - Código de referência - identifica a unidade de descrição. - Título – identifica nominalmente a unidade de descrição. - Data – identifica a(s) data(s) da unidade de descrição. - Nível de descrição – identifica o nível da unidade de descrição em relação as demais. - Dimensão e suporte – Identifica as dimensões física/lógica e o suporte da unidade de descrição. 2. Área de contextualização (registra informação sobre a proveniência e custódia da unidade de descrição) - Nome dos produtores - identifica os produtores da unidade de descrição. - História administrativa / Bibliografia – Oferece informações referenciais sistematizadas da trajetória do(s) produtor(es), da sua criação ou nascimento até a sua extinção ou falecimento. - História arquivística – Oferece informações referenciais sistematizadas sobre a história da produção e acumulação da unidade de descrição, bem como sobre a sua custódia. - Procedência – Identifica a origem imediata de aquisição ou transferência da unidade de descrição. 3. Área de conteúdo e estrutura (registra informação sobre o assunto e a organização da unidade de descrição) REGRAS E PRINCÍPIOS ISAD(G) & NOBRADE Descrição do geral para o particular Informação relevante para o nível de descrição Relação entre descrições Não repetição da informação Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 35 - Âmbito e conteúdo - Fornece aos usuários informações relevantes ou complementares ao Título da unidade de descrição. - Avaliação, eliminação e temporalidade – Fornece informação sobre qualquer ação relativa à avaliação, seleção e eliminação. - Incorporações – Informa o usuário sobre acréscimos previstos à unidade de descrição. - Sistema de arranjo – Fornece informação sobre a estrutura interna, ordem e/ou sistema de arranjo da unidade de descrição. 4. Área de condições de acesso e de uso (registra informação sobre o acesso à unidade de descrição) - Condições de acesso - Fornece informação sobre as condições de acesso à unidade de descrição e, existindo restrições, em que estatuto legal ou outros regulamentos se baseiam. - Condições de reprodução – Identifica quaisquer restrições quanto à reprodução da unidade de descrição. - Idioma – Identifica o(s) idioma(s), escrita(s) e sistemas de símbolos utilizados na unidade de descrição. - Características físicas e requisitos técnicos – Fornece informação sobre quaisquer características físicas ou requisitos técnicos importantes que afetem o uso da unidade de descrição. - Instrumentos de pesquisa – Identifica os instrumentos de pesquisa relativos à unidade de descrição. 5. Área de fontes relacionadas (registra informação sobre outras fontes que têm importante relação com a unidade de descrição) - Existência e localização dos originais - Indica a existência, localização, disponibilidade e/ou destruição dos originais quando a unidade de descrição consiste de cópias. - Existênciae localização de cópias – Indica a existência, localização e disponibilidade de cópias da unidade de descrição. - Unidades de descrição relacionadas – Identifica a existência unidades de descrição relacionadas. - Nota sobre publicação – Identifica publicações sobre a unidade de descrição ou elaboradas com base no seu uso, estudo e análise, bem como as que a referenciem, transcrevam ou reproduzam. 6. Área de notas (registra informação sobre o estado de conservação e/ou qualquer outra informação sobre a unidade de descrição que não tenha lugar nas áreas anteriores) - Notas sobre conservação - Fornece informações sobre o estado de conservação da unidade de descrição, visando orientar ações preventivas ou reparadoras. - Notas Gerais - Fornece informação que não possa ser incluída em nenhuma das outras áreas ou que se destine a completar informações que já tenham sido fornecidas. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 36 7. Área de controle da descrição (registra informação sobre como, quando e por quem a descrição foi elaborada) - Nota do arquivista - fornece informação sobre a elaboração da descrição. - Regras ou convenções – Identifica as normas e convenções em que a descrição é baseada. - Datas das descrições – Indica quando esta descrição foi preparada e/ou revisada. 8. Área de pontos de acesso e descrição de assuntos (registra os termos selecionados para localização e recuperação da unidade de descrição) - Pontos de acesso e identificação de assuntos - Registra os procedimentos para recuperação do conteúdo de determinados elementos de descrição, por meio da geração e elaboração de índices baseados em entradas autorizadas e no controle do vocabulário adotado. Perceba que a comparação entre a ISAD(G) e a NOBRADE não é tão difícil quanto parece, pois são muito parecidas. Até a área 5 há total coincidência entre a ISAD(G) e a NOBRADE, tanto em relação as áreas quanto em relação aos seus elementos e objetivos. São idênticas. Na área 6 a NOBRADE traz a primeira novidade. Cria o elemento "notas sobre conservação", que não existe na ISAD(G) e rebatiza o elemento "notas" da ISAD(G) como "notas gerais", mantendo seu objetivo. A área 7 é novamente idêntica para as duas normas. A partir daí a norma brasileira acrescenta mais uma área, de número 8. É a área de pontos de acesso e descrição de assuntos, que não possui estrutura semelhante na ISAD(G). Essa é basicamente a única diferença entre a composição das áreas das 2 normas. Por fim, há ainda outra diferença significativa que precisa ser memorizada: a NOBRADE tem 7 elementos obrigatórios ao invés dos 6 da ISAD(G). O elemento adicional são as "condições de acesso" na área 4, sinalizado na caixa de destaque acima. Temos, portanto, pouquíssimas diferenças entre as duas normas e é isso que você precisa saber. Novo elemento na área 6, uma nova área (8) - com seu novo elemento - e um novo elemento obrigatório, as "condições de acesso", da área 4. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 37 Além disso, importante ter alguma intimidade com a nomenclatura dos elementos e das áreas (incluindo aí os seus objetivos) pois é comum a banca pedir a avaliação de elementos ou de áreas e colocar entre eles termos ou definições que não se encaixam com o que trazem ISAD(G) e NOBRADE. Geralmente são questões simples e fáceis de matar, desde que você minimamente conheça a lista de áreas e elementos. Fique atento! (NC-UFPR/FOZPREV/Analista Previdenciário Arquivologia/2018) A Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE) tem por objetivo estruturar a informação a partir de elementos de descrição comuns, buscando interferir o mínimo possível na forma final em que as descrições são apresentadas. Levando em consideração a estrutura e o uso da NOBRADE no que se refere ao registro das áreas, assinale a alternativa correta. a) Área de contextualização: registra informação sobre a proveniência e custódia da unidade de descrição. b) Área de identificação: registra informação sobre o assunto e a organização da unidade de descrição. c) Área de conteúdo e estrutura: registra informação essencial para identificar a unidade de descrição. d) Área de controle da descrição: registra os termos selecionados para localização e recuperação da unidade de descrição. NOBRADE Áreas de Informação 8 Elementos de Descrição 28 Elementos Obrigatórios 7 ISAD (G) Áreas de Informação 7 Elementos de Descrição 26 Elementos Obrigatórios 6 Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 38 e) Área de notas: registra informação sobre outras fontes que têm importante relação com a unidade de descrição. Comentário: Veja que na questão a banca cobra o conhecimento dos objetivos das áreas da NOBRADE. Como eu disse: questão bastante simples e rápida, desde que você conheça as áreas e seus objetivos. A alternativa A é a correta e é o gabarito da questão. Vimos agora mesmo que a área de contextualização tem como objetivo registrar informação sobre a proveniência e custódia da unidade de descrição. É exatamente o que a alternativa traz para o candidato. Gabarito! Na letra B examinador traz o objetivo da área de conteúdo e estrutura e não de identificação. E ele usará esse recurso ao longo de todas as alternativas. Veja adiante. Na alternativa C a banca traz o objetivo da área de identificação e não de conteúdo e estrutura. Na letra D ao invés da área de controle e descrição, que é a proposta, o examinador traz o objetivo da área de pontos de acesso e descrição de assuntos, justamente aquela área que só a NOBRADE possui, quando comparada com a ISAD(G). Por último, na E o examinador traz o objetivo da área de fontes relacionadas e não da área de notas, conforme diz a alternativa. Ricardo Campanario Aula 08 Arquivologia p/ Concursos - Curso Regular (Com Videoaulas) 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 404730 03243277906 - Clovis Bernardoni Junior 39 7 - Políticas Públicas dos Arquivos Permanentes - Referência Sabemos que os arquivos públicos existem com o principal objetivo de recolher, custodiar, preservar e organizar fundos documentais originados na área governamental, disponibilizando essa informação para administradores, historiadores, cidadãos e demais interessados. Existe porém uma outra atividade, talvez secundária, que é porém a que melhor pode desenhar o seu papel social, conferindo-lhe um papel na sociedade e concretizando a real dimensão popular e cultural que reforça o seu primeiro objetivo. Estamos falando das políticas públicas de difusão (ou atividade de Referência) implementadas pelas instituições arquivísticas. Dentro delas temos compreendidos os serviços editoriais, de difusão cultural e de assistência educativa que os arquivos prestam à sociedade de maneira geral. Vimos lá no início da aula que as principais atividades do arquivo permanente são: arranjo, descrição, conservação e referência (políticas de acesso e uso). Pronto. Agora estamos falando desta última. O arquivo é algo como a "consciência histórica" da administração e também pode e deve exercer o mesmo papel em relação a sociedade. E há algumas formas de fazer isso, que é o que nos importa sob o ponto de vista de matérias cobradas em concurso. Vamos a elas. Os arquivos têm duas formas de promover essas atividades: de fora para dentro, atraindo o público para as suas instalações ou de dentro para fora, levando para o público parte de seu conteúdo, valores e pensamentos. Dessa forma são dois grandes caminhos que os arquivos