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TCC - Patologia de Rev Ceramico

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Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU CAMPINA GRANDE
ENGENHARIA CIVIL
THALES DE QUEIROZ CALUÊTE
ARTHUR OLIVEIRA SÁ
JÔNATAS SILAS MORAIS LIMA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO EM UM EDIFÍCIO DE CAMPINA
GRANDE - PB
Campina Grande
2018
THALES DE QUEIROZ CALUÊTE
ARTHUR OLIVEIRA SÁ
JÔNATAS SILAS MORAIS LIMA
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO EM UM EDIFÍCIO DE CAMPINA
GRANDE - PB
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito parcial para conclusão do curso de ENGENHARIA
CIVIL da CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU -
UNINASSAU CAMPINA GRANDE
Campina Grande
2018
Ficha catalográfica gerada pelo Sistema de Bibliotecas do REPOSITORIVM do Grupo SER EDUCACIONAL
L732
Lima, Jônatas Silas Morais. 
 Manifestações Patológicas em Revestimento Cerâmico
em um Edifício de Campina Grande - Pb / Jônatas Silas
Morais Lima, Arthur Oliveira Sá, Thales de Queiroz Caluête.
- Uninassau: Campina Grande - 2018
 72 f. : il
 Monografia (Curso de Engenharia Civil) - Centro
Universitário Maurício de Nassau - Uninassau Campina
Grande - Orientador(es): M.sc. Macel Wallace Queiroz
Fernandes
 1. Eflorescência. 2. Fachada. 3. Patologia. 4.
Revestimento Cerâmico. 5. Trincas e Fissuras
Descolamento. 6. Ceramic Coating. 7. Cracks And Fissures
Detachment. 8. Efflorescence. 9. Facade. 10. Pathology. 
I.Título 
II.M.sc. Macel Wallace Queiroz Fernandes
Uninassau - CAM CDU - 624
Dedicatória
Dedico este trabalho a Deus, por ser o autor da minha vida, ao meu pai Marcial Duarte
de Sá “in memoriam”, minha mãe Maria Dalva de Oliveira Sá, por me ensinarem os
verdadeiros princípios da vida, minha irmã Fernanda Oliveira Sá, a minha esposa
Morganna Brito Oliveira Sá que sempre esteve ao meu lado dando forca para
conclusão deste curso e aos meus dois filhos Isaac Brito Sá e Joaquim Brito Sá, peças
essenciais para minha existência.
Arthur Oliveira Sá.
Dedicatória
Dedico este trabalho primeiramente a Deus que me fortaleceu em todos os momentos
quando pensei em desistir. Dedico também aos meus pais José Lucas Lima Tutu e
Celma Maria Dias de Morais, que sempre me apoiaram em minhas decisões e sempre
acreditaram no meu sucesso. Aos esforços que fizeram para que eu conseguisse
concluir meu curso. Ao meu irmão que está lá de cima sempre olhando por mim e me
guardando. A todos meus familiares e amigos de faculdade que me ajudaram bastante.
A minha namorada que sempre me ajudou muito ao longo desses 5 anos de curso me
dando forças e me apoiando.
Jonatas Silas Morais Lima.
Dedicatória
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida, autor de
meu destino e meu guia. Aos meus Pais, Tadeu Caluête e Bernadete Queiroz, meus
irmãos e a todos da minha família, que sempre me apoiaram e acreditaram no meu
sucesso, em especial pelo esforço que fizeram para que eu conseguisse concluir
minha graduação.
Thales de Queiroz Caluête.
Agradecimentos
Agradeço ao meu orientador Macel Wallace Queiroz Fernandes, ao curso de
Engenharia Civil da Uninassau e todo corpo docente na pessoa do coordenador do
curso, Paulo Aliberto Pucu, aos meus colegas de curso e de TCC, os quais contribuíram
para minha formação acadêmica e profissional.
Arthur Oliveira Sá.
Agradecimentos
Á Universidade Mauricio de Nassau.
Ao Professor Msc. Macel Wallace Queiroz Fernandes, pela sua orientação, que
tornou possível este trabalho.
Á coordenação do curso de engenharia civil da uninassau campina grande.
A todos os Professores de Engenharia da uninassau, com os quais tive o
privilégio de conviver durante o Curso.
Aos meus colegas de TCC pela ampla ajuda e motivação dada durante todo o
curso.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste
trabalho.
Jonatas Silas Morais Lima.
Agradecimento
Agradeço a Faculdade Mauricio de Nassau e a todos que compõe o corpo
docente do curso de Engenharia civil, especialmente a coordenação do curso , ao
meu orientador Macel Wallace Queiroz Fernandes, aos meus colegas de curso e de
TCC, os quais contribuíram direta ou indiretamente para minha formação acadêmica e
profissional.
Thales de Queiroz Caluête
A competitividade de um país não começa nas
indústrias ou nos laboratórios de engenharia.
ela começa na sala de aula .
Lee lacocca
Resumo
Este trabalho tem por finalidade analisar as diferentes camadas que compõem o reves-
timento cerâmico de fachada, assim como os principais fenômenos patológicos que
ocorrem neste tipo de revestimento das edificações, abordando os principais problemas
encontrados em diversas edificações, que impossibilitam o revestimento cerâmico da
fachada cumprir as funções para o qual foi concebido. Estas funções são: proteger
contra infiltrações externas, adequar maior conforto térmico no interior, apresentar
boa resistência a forças da natureza e maresia, oferecer extensa vida útil a edificação,
facilitar a limpeza e manutenção, proporcionar diferencial estético e mercadológico
ao empreendimento. As patologias abordadas neste trabalho são: as eflorescências,
as trincas e fissuras e os descolamentos, este ultimo será evidenciado no estudo
de caso de um edifício localizado em Campina Grande no estado da Paraíba. Para
tanto, nossa metodologia se fundamenta basicamente em análise de documentação;
inspeção visual; coleta de dados; identificação das manifestações patológicas. Com
isso objetivamos disseminar o conhecimento disponível sobre o procedimento correto
e as fundamentais patologias em revestimentos cerâmicos de fachada, no intuito de,
cada vez mais, diminuir a ocorrência destes problemas que são onerosos, tanto para
os usuários quanto para as construtoras que muitas vezes são responsabilizadas pelo
problema. Finalmente, tem como conclusão que os fenômenos patológicos poderiam
ser evitados se todas as fases do processo de projeto, especificação, procedimentos
de aplicação e manutenção tivessem sido corretamente observadas e aplicadas.
Pavras-chave: revestimento cerâmico, patologia, fachada, trincas e fissuras descola-
mento, eflorescência.
Abstract
The purpose of this work is to analyze the different layers that make up the ceramic
facade cladding, as well as the main pathological phenomena that occur in this type of
building cover. Addressing the main problems encountered in several buildings, which
makes it impossible for the ceramic facade to fulfill the functions for which it was de-
signed. These functions are: to protect against external infiltration, to adapt greater
thermal comfort in the interior, to present good resistance to the forces of nature and
sea air, to offer an extended useful life to the building, to facilitate the cleaning and
maintenance, to provide aesthetic and market differential to the enterprise. The patholo-
gies addressed in this work are: efflorescences, cracks and cracks and detachments,
the latter will be evidenced in the case study of a building located in large prairie in
the state of Paraíba. This methodology is basically based on documentation analysis;
visual inspection; data collect; identification of pathological manifestations. With this, to
disseminate the available knowledge about the correct procedure and the fundamental
pathologies in facade ceramic coatings, in order to, increasingly, reduce the occurrence
of these problems that are costly, both for the users and for the constructors that are
often responsible for the problem. Finally, it is concluded that pathological phenomena
could be avoided if all phases of the design process, specification, application and
maintenance procedures were correctly observed and applied.
Pavras-chave: ceramic coating, pathology, facade, cracks and fissures detachment,
efflorescence.
Lista de ilustrações
Figura 1 – Camadas básicas do revestimento externo . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 2 – As juntas do sistema de revestimento cerâmico . . . . . . . . . . . . 27
Figura 3 – Junta estrutural ou de separação . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . 29
Figura 4 – Junta de movimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 5 – Junta de dessolidarização ou de união . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 6 – Visão da fachada frontal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 7 – Visão da fachada lateral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 8 – Desplacamento em revestimento externo . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 9 – Eflorescência de revestimento externo . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Figura 10 – Detalhe da trinca na fachada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Figura 11 – Destacamento por retração hidráulica no emboço . . . . . . . . . . 56
Figura 12 – Destacamento por expansão de ferragem exposta . . . . . . . . . . 57
Figura 13 – Emboço solto junto a placa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 14 – Emboço pulverulento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 15 – Desprendimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 16 – Rejunte industrializado flexível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Figura 17 – Emboço com bolor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Figura 18 – Detalhe com manchamento e gretamento . . . . . . . . . . . . . . . 61
Figura 19 – Detalhe com desplacamento e manchamento . . . . . . . . . . . . . 62
Figura 20 – Detalhe com desplacamento total e com fertilização eólica . . . . . 63
Lista de tabelas
Tabela 1 – Materiais constituintes das camadas do revestimento cerâmico . . . 22
Tabela 2 – Grupos de absorção de água das placas cerâmicas segundo a NBR
13.817 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Tabela 3 – As classes de resistência a manchas segundo a NBR 13.818 . . . . 26
Tabela 4 – Origens de problemas patológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Tabela 5 – Tipos de eflorescências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Sumário
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.1 PANORAMA DA INDÚSTRIA DE CERÂMICA NO BRASIL . . . . . 17
1.2 JUSTIFICATIVA DO TEMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.3 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3.1 Objetivos Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1 INTRODUÇÃO AO REVESTIMENTO CERÂMICO . . . . . . . . . . 21
2.2 BASE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3 CHAPISCO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.4 EMBOÇO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.5 ASSENTAMENTO OU CAMADA DE FIXAÇÃO . . . . . . . . . . . . 24
2.6 PLACA CERÂMICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.7 JUNTAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.7.1 Junta de assentamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.7.2 Junta estrutural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.7.3 Juntas de movimentação ou de dilatação . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.7.4 Juntas de dessolidarização ou de união . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.8 ETAPAS DO PROCESSO DE REVESTIMENTO CERÂMICO . . . . 31
2.8.1 Projeto e especificações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.8.2 Fase de execução, mão de obra e ferramentas . . . . . . . . . . . . . 32
2.8.3 Manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.9 ORIGEM DAS PATOLOGIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.9.1 Congênitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.9.2 Construtivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.9.3 Adquiridas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.9.4 Acidentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.10 TIPOS DE PATOLOGIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.10.1 Destacamentos ou descolamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.10.2 Eflorescências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.10.3 Manchas e bolor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.10.4 Trincas e fissuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.10.5 Gretamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
2.10.6 Deterioração das juntas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3 METODOLOGIA DE PESQUISA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.1 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.2 LEVANTAMENTO DE DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.3 VISTORIA NO LOCAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.4 ANAMNESE DO CASO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.5 PESQUISA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4 ESTUDO DE CASO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.1 CARACTERIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2 VISTORIA NO LOCAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.3 ANAMNESE DO CASO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.4 PRINCIPAIS PATOLOGIAS DIAGNOSTICADAS NO IMÓVEL . . . . 50
5 DIAGNÓSTICOS DO CASO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
5.1 DIAGNÓSTICO E PROVIDÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
7 REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
17
1 INTRODUÇÃO
1.1 PANORAMA DA INDÚSTRIA DE CERÂMICA NO BRASIL
O uso das placas cerâmicas em edifícios comerciais, residenciais e industriais já
se tornou uma realidade entre as construtoras brasileiras. A justificativa para isso é que
esses materiais mantêm o status de bonito, bom e relativamente barato. Isso explica o
aumento na utilização das placas cerâmicas, empregando em boa parte dos ambientes,
sejam eles comerciais e/ou residenciais nas construções dos dias atuais e fachadas de
edifícios, também podem ser encontrados em alguns ambientes industriais.
Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmicas para
Revestimento, Louças Sanitárias e Congêneres (ANFACER), a fabricação Brasileira de
placas cerâmicas foi de 792 milhões m² no ano de 2016, tendo uma queda de 11,9%
em comparação a 2015.
Segundo dados da ANFACER de 2016, os cinco maiores produtores mundiais
de revestimento cerâmico foram a China, com 6.495 milhões de m², a Índia vem em
segundo, com uma produção de 955 milhões de m², seguido pelo Brasil, com 792
milhões de m², a Espanha, com 492 milhões de m² e o Vietnã, com uma produção de
440 milhões de m².“
Os gráficos 1 e 2 demonstram o desenvolvimento da fabricação brasileira e
comercializações no comércio interno.
Gráfico 1 – Produção brasileira de revestimentos cerâmicos
Adaptado de http://www.anfacer.org.br
Capítulo 1. INTRODUÇÃO 18
Gráfico 2 – Vendas de revestimentos cerâmicos no mercado interno
Adaptado de http://www.anfacer.org.br
A esfera brasileira de placas cerâmicas é composta por 92 empresas,
com maior centralização nas regiões sudeste e sul e em extensão no Nordeste do país.
Segmento rentável de capital fundamentalmente nacional, é também um bom gerador
de serviços, com cerca de 27 mil postos de trabalho diretos e em torno de 200 mil
indiretos ao longo de sua cadeia produtiva.
1.2 JUSTIFICATIVA DO TEMA
Sendo a cerâmica um material de variadas formas e tamanhos, feitos da queima
de uma pasta onde o principal material é a argila e essa queima confere ao material
resistência e dureza que lhe é necessária. Logo, o tipo de queima e o material cons-
tituinte de cada cerâmica definem características que são qualificadas quanto a sua
resistênciaà abrasão, composição, processo de fabricação, resistência ao ataque de
agentes químicos, característica de superfície, absorção de água dentre outras.
O Brasil tem um clima favorável para o uso de revestimentos cerâmicos, princi-
palmente em cidades praieiras, onde a maresia é um fator determinante para a escolha
desse material. Tornando os edifícios mais valorizados, por conta do desempenho
físico e estético que os revestimentos apresentam e a qualidade da construção.
Segundo Medeiros e Sabbatini (1999) Os revestimentos cerâmicos possuem
inúmeras proficuidades em relação aos demais revestimentos clássicos – incluindo as
pinturas, placas pétreas, tijolos aparentes, argamassas decorativas – onde se destacam
Capítulo 1. INTRODUÇÃO 19
pela maior durabilidade, valorização estética, facilidade de limpeza, possibilidades de
composição harmônica, maior resistência a penetração de água, conforto térmico e
acústico da fachada e valorização econômica do empreendimento.
Para obterem-se melhores resultados com as placas cerâmicas, o revestimento
cerâmico precisa ser ideal para todo ambiente, possuir mão de obra especializada
e deve ocorrer uma pesquisa detalhada de como o substrato deve ser executado. A
escolha das argamassas precisa ser adequada para cada caso e precisa ocorrer um
dimensionamento criterioso das juntas.
No Brasil existem normas que estabelecem as mínimas condições de qualidade
tanto para utilização, quanto para fabricação dos elementos do sistema de revestimento
cerâmico. Na prática, essas normas não são adotadas e varias vezes, são ignoradas
pelos profissionais que tem a responsabilidade pela execução dos revestimentos
cerâmicos. O efeito é a ampla quantidade de distorções apresentados nas placas
cerâmicas.
As patologias apresentadas nos revestimentos cerâmicos são complicadas de
recuperar e requerem custos altos. Quando as manifestações se tornam aparentes, já
há o comprometimento da integridade do revestimento. Os custos para recuperação
podem com facilidade exceder os custos da execução original.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivos Gerais
Apresentar e analisar algumas definições e conceitos sobre as patológias mais
frequentes em revestimentos cerâmicos de fachada, encontrados em um edifício resi-
dencial na cidade de campina grande, através de um levantamento de dados feito no
local, inspeção visual, entrevista sobre a situação do edifício com moradores e fazendo
uma pesquisa bibliográfica as mesmas para ser mostrado um possível diagnóstico.
1.3.2 Objetivos Específicos
Com a constante melhora das placas cerâmicas voltadas para edificações e no
seu enorme potencial de uso misto, este trabalho irá ter como objetivo de construir e
organizar dados sobre o processo de revestimento cerâmico e os principais fenômenos
patológicos que os abrange.
Este estudo tem como objetivos específico:
• Colaborar com Engenheiros, Arquitetos e demais profissionais da área de cons-
trução civil, com informações que induzam ao entendimento das patologias e
Capítulo 1. INTRODUÇÃO 20
suas manifestações nos revestimentos cerâmicos, de modo para ajudar na sua
prevenção;
• Pautar as patológias mais frequentemente observadas nos revestimentos cerâmi-
cos, e suas principais causas;
• Colaborar para extinguir defeitos e falhas construtivas, de forma a certificar a
estabilidade e durabilidade do revestimento cerâmico, diminuindo as manutenções
futuras;
• Fornecer informações para as equipes de mão de obra sobre a forma indicada de
efetuar o revestimento cerâmico, visando minimizar defeitos e falhas construtivas
e suprimir as perdas;
• Cooperar para a redução da geração de resíduos de demolição na construção
civil, impedindo a poluição do meio ambiente e as sobrecargas dos depósitos de
resíduos e lixo urbanos.
21
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 INTRODUÇÃO AO REVESTIMENTO CERÂMICO
Este capitulo tem por finalidade aborda as diferentes camadas dos revestimentos
cerâmicos e seus principais materiais como também suas classificações, visando o
melhor entendimento do leitor em relação ao assunto.
Os revestimentos cerâmicos trabalham aderidos sobre bases e substratos que
lhe servem de apoio. Reunindo os dados da NBR 13.816 (ABNT, 1997), da NBR 13.755
(ABNT, 1996), de Barros, Sabbatini e Medeiros (1999), chegou ao conceito para revesti-
mento cerâmico aderido: “Revestimento Cerâmico de Fachada de Edifícios é o conjunto
monolítico de camadas aderidas à base suportante da fachada do edifício (alvenaria
ou estrutura), cuja capa exterior e constituída de placas cerâmicas, assentadas e
rejuntadas com argamassa ou material adesivo”.
A correlação existente entre os múltiplos elementos do revestimento sugere a
precisão de conhecê-los profundamente e particularmente, e entender o comporta-
mento conjunto não só do revestimento, mas também dos demais elementos que com
ele se relacionam. Essa perspectiva nos leva ao conhecimento de visão holística, ou
visão sistêmica, onde é constituído por várias partes funcionais que se inter-relacionam
de maneira constante e dinâmica.
A NBR 13.816 (ABNT, 1997) conceitua a placa cerâmica de uma maneira que a
camada de regularização dele não faz parte. Isso pode ser entendido de duas formas:
1) quando as placas são assentadas inteiramente sobre a base;
2) quando essa camada existe, ela deve ser projetada e efetuada de forma a
apresentar atributos que proporcionem condições adequadas para o assentamento das
placas, garantindo uma excelente performasse do revestimento. Então, nesse caso, a
camada de regularização deve ser parte complementar do conceito de revestimento
cerâmico.
No trabalho apresentado, os revestimentos cerâmicos de fachadas, assim como
os revestimentos internos, são constituídos de quatro camadas, sendo elas: base ou
substrato, preparação da base (chapisco), camada de regularização (emboço), camada
de fixação e camada de acabamento (placas cerâmicas e juntas). Conforme apresenta
a Figura 1.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 22
Figura 1 – Camadas básicas do revestimento externo
Disponível em: https://qualificad.com.br
Como Cada uma das camadas tem características próprias na Tabela 1 são apre-
sentados os principais materiais constituintes dos revestimentos cerâmicos aderidos
no Brasil.
Tabela 1 – Materiais constituintes das camadas do revestimento cerâmico
Materiais constituintes Elementos
Concreto armado
Alvenaria de tijolos maciços
Alvenaria de blocos cerâmicos
Alvenaria de blocos de concreto
Alvenaria de blocos de concreto celular
Alvenaria de blocos sílico-calcários.
Base
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 23
Materiais constituintes Elementos
Argamassa de cimento e areia, podendo ou não
conter adesivos.
Preparo da base
(chapisco)
Argamassa de cimento, areia e/ou outro agregado
fino, com adição ou não de cal e aditivos finos.
Emboço
(camada de
regularização)
Argamassa adesiva ou colante, à base de cimento,
areia e/ou outros agregados finos, inertes não
reativos,
com adição de um ou mais aditivos químicos.
ASSENTAMENTO
OU FIXAÇÃO
Placa cerâmica
Argamassa de rejunte à base de cimento, areia e/ou
outros agregados finos, inertes não reativos, com
adição de um ou mais aditivos químicos.
CERÂMICA
(camada de acabamento)
Adaptada com base em Medeiros e Sabbatini (1999) e NBR 13755.
2.2 BASE
A base é constituída de alvenaria de blocos cerâmicos ou de concreto, e pelos
elementos da estrutura de concreto (pilares, vigas, etc.). As propriedades que podem
trazer influências a performance dos revestimentos de fachada são a rugosidade e a
capacidade de absorver de água.
É importante conhecer o tipo de base a se utilizar, bem como sua interação com
a estrutura no sentido de orientar na escolha do revestimento mais conveniente em
cada caso.
Conhecendo o coeficiente de dilatação dos materiais é possível determinar
as dosagens de argamassas cujo coeficiente seja o mais próximo possível destes
materiais evitando tensões exageradas e possíveis falhas.
Caso a parede seja composta por outros materiais (concreto e alvenaria) e sub-
missa a esforços quegeram deformações diferenciais consideráveis, como: platibanda,
balanços e últimos pavimentos, devem ser utilizados na junção destes materiais, tela
plástica, metálica ou outro material semelhante.
2.3 CHAPISCO
É um procedimento de preparação de base e não se constituí uma camada do
revestimento. A espessura média deste tratamento é por volta de 5 mm e depende
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 24
da areia empregada, devendo apresentar características superficiais de plasticidade e
absorção de água. (LEAL 2003),
O chapisco tem a tendência de diminuir ou igualar a qualidade do substrato para
absorver água da camada de regularização, também melhora a aderência da camada
de revestimento e assegurar maior aderência do emboco a base. É considerado uma
preparação da base.
De acordo com a NBR 13.755 (ABNT, 2017) a dosagem do chapisco deve ter o
traço de 1:3 de cimento e areia grossa úmida.
2.4 EMBOÇO
O emboço é a camada de regularização aplicada sobre o chapisco, cuja sua
principal função é o encobrimento, dando plasticidade e sustentação ao revestimento
cerâmico.
A NBR 13.755 (ABNT, 2017) instrui que os traços dessa camada deve estar entre
1:0,5:5 e 1:2:8 em volumes de cimento, cal hidratada e areia úmida, respectivamente.
Deve exibir textura áspera e espessura máxima de 25 mm.
Segundo Maciel et al.(1998) os atributos que a argamassa deve ter na hora da
aplicação, são estas:
• Massa específica e teor de ar;
• Trabalhabilidade;
• Retenção de água;
• Aderência inicial;
• Retração na secagem;
Assim como na base, o emboço em seu acabamento final deve se apresentar
seco, isento de poeira, graxa, barro, fuligem, óleo, eflorescências ou quaisquer outros
materiais que prejudique a aderência da argamassa do colante a ele.
2.5 ASSENTAMENTO OU CAMADA DE FIXAÇÃO
Essa camada tem por finalidade proporcionar a aderência entre o material
cerâmico e o emboço. Usa-se colas ou argamassas colantes, atualmente essa arga-
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 25
massa é a mais usada. Estes materiais devem assegurar as condições de segurança e
durabilidade dos revestimentos cerâmicos estabelecidos no projeto.
Segundo Sabbatini (1999) uma das vantagens desta argamassa colante é
a aplicação de uma camada fina no assentamento que permite racionalização da
execução e redução de custos. O uso correto da argamassa oferece as seguintes
vantagens:
• O consumo de material é mínimo;
• Apresenta maior potencialidade de aderência;
• Maior rendimento no assentamento;
• Manutenção das características dos materiais;
• Facilidade de controle;
• Maior uniformização do serviço;
• Proporciona melhor resistência de aderência que as argamassas convencionais;
2.6 PLACA CERÂMICA
As placas cerâmicas são elementos construtivos cujas duas dimensões (largura
e altura) são maiores que a terceira (espessura). São produzidas a partir de argilas ou
outras matérias químicas inorgânicas, conformadas através da extrusão ou prensagem
e sintetizadas por meio de processo térmico.
Após a sua secagem e a sua queima, em temperaturas entre 1000 °C e 1200 °C,
o revestimento cerâmico obtém propriedades físicas, mecânicas e químicas. Umas das
propriedades principais são:
Dureza - Resulta de estruturas vitrificadas, formados durante a queima, com
alto grau de compacidade e coesão interna, resultando na forca responsável pela
resistência mecânica do material.
Rigidez - É a resistência da placa cerâmica a deformação, quando submetida a
esforços, pode quebrar sem deformação previa.
Fragilidade - É considerada como uma propriedade da placa.
Inercia - Refere-se a não reagir quimicamente com outros materiais.
Segundo Antunes (2010), os revestimentos cerâmicos podem ser classificados
de acordo com suas propriedades, sendo as mais importantes para o uso em fachadas:
expansão por umidade, absorção de água, expansão e resistência mecânica da base
do revestimento.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 26
Também informa que o conhecimento das características da superfície do reves-
timento é importante para a correta especificação de seu uso. São elas: facilidade de
limpeza, coeficiente de atrito, dureza, resistência à abrasão e resistência aos ataques
químicos.
As Tabelas 2 e 3 apresentam algumas classificações das placas cerâmicas.
Tabela 2 – Grupos de absorção de água das placas cerâmicas segundo a NBR 13.817
GRUPO: FAIXA DE
ABSORÇÃO (%)
GRUPO A
EXTRUDADO
GRUPO B –
PRENSADO
(EXEMPLO)
GRUPO C
OUTRO PROCESSO
Ia: 0  abs. < 0,5
Ib: 0,5  abs. < 3 AI
B Ia (Porcelanato)
B Ib (Grés) CI
IIa: 3  abs. < 6 A IIa B IIa (Semigrés) C IIa
IIb: 6  abs. < 10 A IIb B IIb (Semiporoso) C IIb
III: abs. � 10 A III B III (Poroso)
C III
Adaptada com base na ABNT, 1997.
Tabela 3 – As classes de resistência a manchas segundo a NBR 13.818
CLASSES DESCRIÇÃO DA REMOÇÃO DAS MANCHAS
Classe 5 Máxima facilidade de remoção de manchas
Classe 4 Mancha pode ser removida com produto de limpeza fraco
Classe 3 Mancha pode ser removida com produto de limpeza forte
Classe 2 Mancha pode ser removida com ácido clorídrico ou acetona
Classe 1 Mancha não pode ser removida sem danificar a peça
Adaptada com base na ABNT, 1997
Os revestimentos cerâmicos sofrem ao longo do tempo um inchamento irreversí-
vel, por conta do contato com a umidade presente no meio ambiente. Esse inchamento
é chamado de expansão por umidade (EPU). Uma característica crítica para ambientes
de elevada umidade (Banheiros, fachadas, piscina, entre outros). A NBR 13.818 (ABNT,
1997) limita a EPU a um máximo de 0,6 mm/m.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 27
A NBR 13.818 (ABNT, 1997) não determina um limite específico para a absorção
total das placas cerâmicas destinadas às fachadas. Já a norma britânica BS 5385
(BSI, 1991) determina um limite de 3% para placas extrudadas e prensadas. Alguns
especialistas da área estabelecem que a cerâmica para fachadas deva ter absorção de
água menor ou igual a 6%, resistência à radiação dos raios ultravioletas.
2.7 JUNTAS
Junta é um espaço regular que interrompe a continuidade de peças de matérias
idênticos ou diferentes.
Ha diversos tipos de juntas, no entanto, as mais usuais são de assentamento,
estrutural, de movimentação e de dessolidarização. É importante dar atenção especial
às juntas, dimensionando-as de acordo com as normas. Uma das principais funções
das juntas é absorver as tensões do sistema, que podem ter origem térmica, variação
de umidade, ação de cargas dentre outras, garantindo a sua estabilidade.
A Figura 2 ilustra bem os tipos de juntas existentes.
Figura 2 – As juntas do sistema de revestimento cerâmico
Antunes (2010).
2.7.1 Junta de assentamento
Junta de assentamento é o espaço regular entre duas placas cerâmicas, suas
funções serão descritas a seguir:
• Reduzir as movimentações do substrato e da dilatação, de modo a permitir a
absorção das tensões provocadas pela EPU da cerâmica;
• Disfarçar a variação de bitola da peça cerâmica, facilitando o alinhamento perfeito
que não seria possível com a junta seca;
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 28
• Garantir estanqueidade e a entrada de elementos prejudiciais por trás do revesti-
mento;
• Facilitar a remoção e troca de peças cerâmicas;
• Permitir combinações estéticas;
• Facilitar o assentamento das placas e seu ajuste.
Os espaçamentos das juntas de assentamento dependem do tipo de cada
revestimento cerâmico e local de aplicabilidade interno ou externo. Orientasse deixar
as seguintes larguras de juntas de assentamento para pisos e paredes:
• Em áreas internas: placas com espessura maior de no máximo 20 cm, devera ser
usado juntas de no mínimo 3 mm, aumentando 1 mm no mínimo para cada 10
cm de aumento da placa.
• Em áreas externas ou com umidade: placas não teladas de lado maior 10 cm,
devera ser usado juntas de no mínimo 5 mm, aumentando 1 mm para cada 10
cm de aumento do lado da placa.
• Em grés porcelanato: usar juntas de no 2 mm no mínimo para áreas internas e 5
mm para áreas externas;
2.7.2 Junta estrutural
Junta estrutural é aquela que separa a estrutura, sua funçãoé suavizar as
tensões causadas pela movimentação da estrutura da obra. Estas precisam ser respei-
tadas em posições e largura, para que não existam tensões maiores que a argamassa
de assentamento possam aguentar. A Figura 3 esboça uma junta estrutural onde tem
revestimentos com placas cerâmicas.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 29
Figura 3 – Junta estrutural ou de separação
Disponivel em http://www.iau.usp.br
2.7.3 Juntas de movimentação ou de dilatação
Junta de movimentação é o espaço regular, cuja o papel é fracionar o revesti-
mento, para atenuar as tensões causadas pela movimentação do substrato e do próprio
revestimento.
A NBR (ABNT, 2017), indica que na sua execução deve ser feito juntas de
movimentações na horizontal a cada pé direito ou no máximo 3 metros e na vertical
devem ser de no máximo a cada 6 metros.
As aberturas das juntas devem ser completadas com selantes a base de materi-
ais poliméricos, assentados sobre um material flexível e compreensível, não colante ao
selante, para haver uma correta cura do material, como na Figura 4. De acordo com o
Haanbook for Ceramic tile Installation (TCA, 2002), a largura dessas aberturas devem
ser de:
Nos pisos interiores: usar a largura da junta de assentamento, no entanto, nunca
inferior a 6,4 mm;
Nos pisos exteriores: o mínimo a se utilizar é de 9,6 mm para juntas distanciadas
em ate 3,7 m e de 12,8 mm para juntas distanciadas em ate 4,9 m;
No piso interior, com uso de pastilhas e revestimentos cerâmicos de parede:
usar a mesma largura da junta de assentamento, no entanto, nunca inferior a 3,2 mm,
sendo ideal a largura de 6,4 mm.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 30
Essa junta precisa cortar o contra piso ou a camada de regularização, em uma
espessura mínima de 25 mm abaixo da face do revestimento cerâmico. Se a camada
de regularização for inferior que 25 mm, a profundeza da junta de movimentação deve
ser a mesma da camada de regularização.
Figura 4 – Junta de movimentação
Roscoe (2008)
2.7.4 Juntas de dessolidarização ou de união
Junta de dessolidarização é o espaço necessário para separar a área com
revestimento de outras áreas (pisos, tetos, pilares e paredes), aliviando as tensões
provocadas por estes.
Segundo o Handbook for Ceramic Tile Installation (TCA, 2002), as juntas de
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 31
dessolidarização devem ter largura mínima de 6,4 mm para áreas internas.
Essas larguras sofrem variações, de acordo com as características dos materiais
que serão utilizados. A espessura mínima deve ser de 25 mm ou igual à espessura da
camada de regularização; quando a mesma for menor que 25 mm, abaixo do tardoz da
cerâmica, cortando a primeira camada de regularização e/ou contra piso.
Essas juntas precisam ser preenchidas com selantes a base de materiais
poliméricos, assentados sobre um material flexível e compreensível, não aderente ao
selante, para haver uma correta cura do material. É necessário sempre limpar as juntas
e as bordas das peças cerâmicas nas quais o selante será aderido.
A Figura 5 mostra uma junta de dessolidarização.
Figura 5 – Junta de dessolidarização ou de união
Disponível em http://www.comunidadedaconstrucao.com.br
2.8 ETAPAS DO PROCESSO DE REVESTIMENTO CERÂMICO
2.8.1 Projeto e especificações
A criação do projeto é o primeiro passo de uma sequência lógica de qualquer
empreendimento. A preparação do projeto é fundamental para obter-se melhores
resultados na sua produção e na sua execução. O custo final de uma atividade feita
de modo não planejado é superior ao de uma projetada, mesmo inserindo o custo de
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 32
preparação do projeto.
Temoche Esquivel et al. (2005), o processo de escolha e especificação do
revestimento de fachada tem uma importância fundamental na etapa de projeto, já que
frente à quantidade de problemas patológicos acontecidos com esses revestimentos
há um consenso sobre a origem do problema (falta de projeto específico).
O implemento do revestimento cerâmico na obra é constituído por várias ca-
madas, onde cada uma dessas camadas possui comportamentos específicos. Esse
revestimento cerâmico muito das vezes é compreendido apenas como um material
decorativo, sendo apontado e detalhado no projeto arquitetônico de modo escasso. É
imprescindível a elaboração de um projeto construtivo, considerando todas as infor-
mações e parâmetros necessários para exercer total domínio sobre a execução do
sistema de revestimento cerâmico. Nesse projeto devera estar definido:
• Os materiais;
• As técnicas recomendadas para execução;
• Os equipamentos;
• Tipo de mão de obra;
• O processo de controle de qualidade.
Os detalhes de projetos são de extrema importância tanto no ponto de vista de
melhor desenvolvimento dos serviços de execução como para o desempenho final do
revestimento (Resistência de aderência, mecânica, etc.), pois, com todos os problemas
resolvidos, o desperdício de materiais é praticamente inexistente, a produtividade se
torna ótima e aumenta-se o nível de qualidade dos serviços executados.
O projeto dos revestimentos deve sempre respeitar os demais projetos constru-
tivos do edifício, conciliando, em particular, os de alvenaria e de piso. Quando esses
projetos não existirem, as informações deverão ser tiradas dos projetos tradicionais
(Exemplo: Projeto arquitetônico, estrutural, instalações e impermeabilização).
Nas etapas de projeto são determinados, as propriedades, as características
a natureza e o desempenho esperado dos materiais, através do reconhecimento das
solicitações a que os mesmos estarão submetidos. Devem-se lembrar as obrigações
funcionais de permeabilidade a água, estabilidade, estética, durabilidade e manutenção.
2.8.2 Fase de execução, mão de obra e ferramentas
Na fase de execução, é importante seguir ao pé da letra o projeto executivo.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 33
A execução de um edifício resulta da relação de todos os materiais e suas técni-
cas de aplicação. Sobre a produtividade do sistema de placas cerâmicas, precisamos
considerar vários fatores para garantir um bom resultado (LIMA, 1998).
Segundo a NBR 13.755 (ABNT, 2017), a execução de revestimentos com peças
cerâmicas só pode ser iniciada apos a conclusão dos seguintes serviços:
• Revestimentos de tetos;
• Fixação de caixilhos;
• Execução das impermeabilizações;
• Instalação das tubulações e
• Ensaios de estanqueidade nas tubulações hidráulicas e sanitárias.
Para, paredes externas, pisos e fachadas, é importante executar quando a
temperatura ambiente estiver entre 5 °C e 40 °C e as temperaturas dos componentes do
sistema de revestimento cerâmico estiverem entre 5 °C e 27 °C. Quando a temperatura
da base, por consequência do Sol, estiver acima de 27 °C, aconselha-se molhar
levemente, porem sem satura-la. Já nos revestimentos externos aconselha-se ser
executados em períodos de estiagem e sem ventos fortes. Sempre evitar a incidência
direta do Sol nos horários de maior temperatura diária.
E importante que o emboço tenha sido feito sobre alvenaria chapiscada, para
melhorar a pega do sistema ao substrato. O tempo adequado para cura do emboço é
de 14 dias, mais algumas publicações recomendam 28 dias.
É importante que o emboço se apresente sempre seco, isento de poeira, fuligem,
barro, substancias gordurosas, graxas, eflorescências e outros elementos estranhos
que possam prejudicar a pega da argamassa colante.
A argamassa colante sempre deve ser aplicada com desempenadeira metálica
dentada, espalhando-a na parede com o lado liso e em seguida frisando-a.
Segundo Medeiro e Sabbatini (1999), a ferramenta mais importante para a
execução de revestimento cerâmico é a desempenadeira. Sua escolha deve ser feita
em função do tipo de peça cerâmica a ser utilizada e do relevo que ela apresenta do
tardoz.
Deve-se sempre ter um cuidado especial para que o tempo de pega não seja
excedido. Para utilização em fachadas é recomendado que o tempo de pega seja de
no mínimo 20 min (Argamassas Tipo AC II). Também é importante que, após a sua
mistura,as argamassas colante e de rejunte sejam totalmente utilizadas num período
inferior há 2:30 horas.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 34
Segundo a NBR 13.755 (ABNT, 2017) é recomendado a execução de juntas
horizontais de movimentação espaçadas a cada 3 metros ou a cada pé direito, na
região de encunhamento da alvenaria. As juntas verticais, espaçadas a cada 6 metros.
As pecas cerâmicas deveram estarem secas para não haver prejuízo da aderência.
O rejuntamento das peças só devera ocorrer no mínimo após 3 dias ao as-
sentamento. As juntas deveram ser molhadas e estar isentas de sujeiras. Para dar
acabamento, as juntas deveram ser frisadas com mangueira ou ferro redondo. Apos 15
minutos, limpar o excesso com esponja ou pano úmido.
É de extrema importância o treinamento e qualificação das pessoas e equipes
de operários responsáveis pela mão de obra, bem como a formação dos procedimentos
de execução e inspeção do sistema de revestimento.
2.8.3 Manutenção
A manutenção é a preservação ou recuperação adequada do edifício cons-
truído em condições semelhantes à de projeto inicial. Fazem parte da manutenção as
inspeções, as ações de prevenção, a conservação e a reabilitação.
Os custos para reparação de danos são extremamente maiores de que os
custos com medidas preventivas. Por conta disso deve-se apresentar um plano de
manutenção duradouro, onde especifique sempre as periodicidades das vistorias e
as intervenções preventivas, como limpeza de drenos, revisão do rejuntamento, etc.
Também devera sempre estar incluso nesse plano, degradação natural dos materiais, a
escala de prioridades, os padrões de manutenção e a disponibilidade financeira.
Acoplado com as vistorias instrumentadas pode adicionar as vistorias visuais
(aquelas que se realizam ensaios para aferição do estado dos materiais ou da estrutura).
A fase de manutenção corresponde com a vida útil do revestimento. Sempre é
importante observar o seu desgaste natural, a interferência do desgaste no seu desem-
penho e sempre avaliar a periodicidade de intervenções para garantia da manutenção
de sua qualidade.
2.9 ORIGEM DAS PATOLOGIAS
As manifestações patológicas dos revestimentos cerâmicos de fachadas ofere-
cem de diversas formas, a impossibilidade de os revestimentos cumprirem as finalida-
des para as quais elas foram concebidas, tais como os aspectos estéticos, de proteção
e de isolamento. Causando um efeito instantâneo de desvalorização da edificação.
A noção sobre a origem das patologias é um extraordinário instrumento para
apontar as causas das falhas nestes tipos de revestimentos.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 35
Sabbatini (1999) aponta dois fatores principais para as manifestações patológi-
cas:
1. Falta de projetos que levem em consideração parâmetros de desempenho e
que considerem as necessidades das etapas de produção.
2. Falta de domínio da tecnologia de produção dos revestimentos, mesmo
aquelas existentes, por parte de toda a cadeia produtiva, começando pelos engenheiros
e arquitetos e chegando até os assentadores.
Segundo este mesmo autor as patologias, na maioria das vezes, e são resul-
tantes de uma combinação de fatores, o que inevitavelmente levará a uma analise
profunda quando se busca a recuperação ou mesmo a origem do problema.
A Tabela abaixo explica a importância de utilização de projetos para redução de
manifestações patológicas, embora ela abrange de forma globalizada todos os campos
da execução de uma obra.
Tabela 4 – Origens de problemas patológicos
ORIGENS DAS PATOLOGIAS ÍNDICE PERCENTUAL
Projetos 60%
Construção 26,4%
Equipamentos 2.1%
Outros 11,5%
Adaptada com base em Gripp (2008)
2.9.1 Congênitas
Aquelas que tem origem na etapa de projeto, pelo motivo de não obedecer às
normas técnicas vigentes, ou de imprudência dos profissionais, que derivam em erros
no detalhamento e concepção inadequada dos revestimentos. Assim registrando cerca
de 40% dos danos nas edificações.
Assim que o projetista para de olhar as condições, mas básicas relativas ao
andamento e a qualidade completa da obra, interações entre as partes da construção
e de construibilidade, é frequente o nascimento das patologias congênitas.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 36
2.9.2 Construtivas
Sua origem está diretamente ligada à etapa de execução da obra, resultado
da contratação de mão de obra desqualificada, produtos não licenciados e falta de
procedimento para assentamento das peças o que, segundo aponta pesquisas, são
responsáveis por cerca de 25% das anomalias presentes nas edificações.
O aprimoramento da mão de obra, a padronização de procedimentos e a verifi-
cação de conformidade podem diminuir as patologias.
2.9.3 Adquiridas
Surgem durante a vida útil dos revestimentos, sendo consequência da exposição
do meio em que os mesmos se encontram, podendo ser naturais, decorrentes de
agressividade do meio, ou provocadas pela ação humana, em função da manutenção
inadequada ou ate mesmo da prática de interferência malfeitas nos revestimentos,
comprometendo as camadas e desencadeando um processo patológico. Como exemplo,
a maresia, em regiões litorâneas e os ataques químicos em regiões com um número
alto de industriais.
2.9.4 Acidentais
Tem como característica a aparição de alguns fenômenos não previstos em
projeto, assim criando um esforço não programado, tais como a ação da chuva com
ventos de magnitude anormal, recalques estruturais e incêndios, dentre outros.
2.10 TIPOS DE PATOLOGIAS
2.10.1 Destacamentos ou descolamentos
Este tipo de patologia ocorre quando há a falha na junção entre placas cerâmica
e argamassa de assentamento ou argamassa de assentamento com o substrato,
geralmente gerado por tensões que ultrapassam o limite de resistência desses materiais.
Este problema é caracterizado pelo destacamento de porções do revestimento, pontuais
ou generalizados.
Essa patologia é avaliada como sendo a mais seria, pelo alto risco de acidentes
e os altos valores para seu reparo.
As circunstâncias mais corriqueiras de descolamento costumam incidir cerca
de sessenta meses depois do encerramento da obra. As ocorrências recorrentes das
solicitações, adicionadas os danos naturais de colagem dos materiais de fixação, em
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 37
circunstâncias de baixo dimensionamento do sistema, caracterizam as falhas que
costumam derivar em problemas de quedas, esclarece Medeiros.
O sinal inicial desta patologia, é a ocorrência de um som oco nas placas ce-
râmicas quando as mesmas sofrem alguma percussão, ou ainda nas áreas em que
se nota o estufamento da camada de acabamento das placas cerâmicas e rejuntes,
seguido do descolamento dessas áreas, que pode ser imediato ou não. Segundo Bauer
(1997), os descolamentos podem apresentar extensão variável, sendo que a perda de
aderência pode ocorrer de diversas maneiras: por empolamento, em placas, ou com
pulverulência.
Na maioria das vezes estas patologias acontecem nos primeiros e últimos
andares dos edifícios, pelo motivo do maior nível de tensões nesses locais. As origens
desses problemas são:
• Inconstância do suporte, devido o acomodamento do edifício como um todo;
• Deformação lenta da estrutura de concreto armado;
• Oxidação da armadura de pilares e vigas;
• Elevada dilatação higroscópica do revestimento cerâmico;
• Variações higrotérmicas e de temperatura;
• Propriedade de pouca resiliência dos rejuntes;
• Falta de detalhes construtivos como: contravergas, juntas de dessolidarização,
movimentação, assentamento e estrutural;
• Emprego da argamassa colante com um tempo vencido; ou mau espalhamento
da argamassa colante; ou carência de dupla colagem, no caso das peças com
superfície acima de 400 cm2;
• Assentamento sobre superfície infectada;
• Especificação errada do revestimento cerâmico, de maneira especial no que se
refere a: configuração do tardoz que pode mostrar superfície lisa, sem reentrâncias
ou garras; expansão por umidade superior do que 0,6 mm/m; absorvimento de
água maior a 6%;
• Negligência da mão-de-obra na execução.
Segundo Bauer (1997),o fenômeno da dilatação higroscópica é provocado pela
adsorção de água, na forma líquida ou de vapor que, ao contrário da simples absorção
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 38
de água retida apenas nos poros do material, provoca modificações na sua própria
estrutura, com aumento de volume.
A posição do Comitê de Estudos de EPU do CCB, choques térmicos na fachada
têm a mesma ordem de grandeza da EPU teórica e acontecem, ligeiramente dezenas
de vezes em apenas trinta dias, colaborando sensivelmente para a fadiga do conjunto.
Não ha dados concretos, mas nos derradeiros anos tiveram fortes indícios que
apontam que a execução de estruturas mais esbeltas e deformáveis, de modo geral,
tem influenciado diretamente no avanço das solicitações impostas aos revestimentos.
Esse fenômeno ocorre porque edifícios altos estão mais suscetíveis ao encurta-
mento e suportam as maiores deformações pela ação dos fortes ventos.
Aliado a esses fatores, o uso de placas maiores também tem exigido técnicas e
materiais compatíveis com essa nova realidade de construção, ressalta Sabbatini, em
entrevista à Revista Techne (CICHINELLI, 2006).
2.10.2 Eflorescências
Esse fenômeno tem como característica a aparição de formações salinas sobre
algumas superfícies, podendo ter a forma pulverulenta ou ter a forma de crostas duras
que não são dissolvidas na água. Na maior parte dos casos, este fenômeno é visível
e de aspecto desagradável, já em outros casos particulares podem advir de dentro
dos corpos, imediatamente abaixo da superfície. De acordo com Uemoto (1988) a
eflorescência pode ser considerada um dano, seja por modificar visualmente o local
onde se deposita ou por poder provocar degradações profundas.
O fenômeno é resultante da dissolução de sais que estão presentes na arga-
massa, ou ate mesmo nos elementos cerâmicos ou também oriundos de contaminações
externas vindo do transporte de água por meio dos poros. Se, durante a condução,
a concentração dos sais na solução ampliar seja, por perca de água ou elevação
da quantidade de sais, estes sais podem entrar em processo de cristalização e dar
origem ao fenômeno. Acontecendo de modo superficial, essa cristalização dá origem à
eflorescência mais largamente achada e visível; dar-se de maneira na parte interna do
material, dá origem à cripto-eflorescência, muitas vezes de difícil visualização.
Lembrando que as placas cerâmicas e a argamassa têm vazios em seu interior,
como cavidades, bolhas, poros abertos e fechados e uma grande e complexa rede
de micros canais. A água pode passar pelo o interior por força da capilaridade ou ate
mesmo por força do gradiente hidráulico.
O local onde há o aparecimento, muitas vezes não indica o local de origem, pois
os sais podem ser conduzidos pela água de locais distantes do ponto de detecção do
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 39
problema. Com isto é imprescindível entender o comportamento dos sais dissolvidos,
sua possível fonte e também a origem da água, ou a simples intervenção localizada
pode ser completamente ineficaz e até mesmo maléfica.
Para que a eflorescência se manifeste, os seguintes fatores são necessários:
– Água: atua como solvente que permite a mistura dos sais que irão da origem
ao fenômeno. Ela pode ter origem em múltiplos pontos:
– Água de chuva: tem boa chance de entrar através das juntas, sobretudo se
elas forem mal executadas;
– Água de condensação: derivada das trocas de vapor de água entre o meio
interno e o externo através dos poros;
– Água proveniente da etapa de construção: a água de amassamento, ou
proteções deficientes contra a chuva ou qualquer outro fato que possibilite o acumulo
de umidade podem acarretar problemas em obras recém entregues. Paredes saturadas
de água podem demorar semanas ou meses para que a secagem ocorra; blocos em
contato direto com o solo, além de concentrar umidade, podem ser contaminados por
sais ou elementos estranhos;
– Sais: se movem diluídos na água, dão origem ao fenômeno;
– Gradiente hidráulico: permite a circulação da água e o transporte dos sais do
interior para a superfície dos corpos afetados.
Segundo Uemoto (1988), existem ainda fatores externos que favorecem o fenô-
meno, tais como:
• A quantidade de solução que aflora, principalmente para os sais pouco solúveis;
quanto maior a quantidade de água, maior é a fração solubilizada;
• O aumento do tempo de contato, que favorece a solubilização de maior teor de
sais;
• A elevação da temperatura, que além de favorecer a solubilização dos sais,
aumenta a velocidade de evaporação da umidade absorvida pelo sistema. Os
sais podem tanto permanecer nos poros como migrar para sua superfície;
• A porosidade dos elementos do sistema, que permite a percolação da solução.
Muitas vezes, um elemento próximo, por apresentar maior capilaridade, pode ter
os sais depositados sobre ele, mesmo não sendo o elemento que possui maior
teor de sais solubilizáveis.
As argamassas oferecem amplas chances de reunir sais solúveis em sua com-
posição, decorrente dos componentes utilizados em seu processo de produção. Vale
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 40
lembrar, também que o uso de água imprópria pode favorecer o nascimento deste tipo
de problemas.
Os sais mais comuns encontrados são Na2SO4 e K2SO4, já que são provenien-
tes de metais alcalinos que formam compostos bastante solúveis em água. Depois, as
formas Na2CO3, NaHCO3, K2CO3 e KHCO3 aparecem com menor frequência. Com-
postos do tipo MgCl2, MgSO4, CaCO3, CaSO4 e Fe2(SO4)3 aparecem em terceiro
lugar.
Uemoto (1988) distingue três tipos de eflorescência, as de Tipo I, II e III.
O Tipo I é o mais comum, ele é caracterizado por um depósito de sal branco,
pulverulento, muito solúvel em água. Pode ocorrer em superfícies de alvenaria aparente,
revestimentos de argamassa, juntas de assentamentos, regiões próximas a esquadria
mal vedadas, ladrilhos cerâmicos, juntas de ladrilhos cerâmicos e azulejos. Campante
(2001) afirma que as principais causas deste tipo de patologia nos revestimentos cerâ-
micos seriam os sais presentes na água de amassamento e agregados, e a poluição
atmosférica. Esse tipo de patologia afeta apenas o aspecto estético da estrutura e
desaparece com ação das chuvas e ao longo do tempo.
A do Tipo II caracteriza-se pela aparição de um depósito de cor branca com
aspecto de escorrimento, muito aderente e pouco solúvel em água. Este depósito,
quando em contato com o ácido clorídrico, apresenta efervescência. Esses sais têm
sua formação em regiões próximas a elementos de concreto ou sobre sua superfície e,
às vezes, sobre superfícies de alvenaria. O sal formado por esse tipo de eflorescência
é basicamente o carbonato de cálcio, formado com a reação da cal livre, que pode ser
liberada na hidratação do cimento, com a água proveniente da chuva ou de infiltração.
Esse tipo de eflorescência é difícil de ser reparada. Em casos de depósitos
abundantes, resolve-se o problema removendo os sais com escovação mecânica e em
então há a lavagem com ácido clorídrico, devendo-se anteriormente saturar a parede
para que o ácido não penetre nos poros. O uso contínuo pode prejudicar a estabilidade
do sistema.
A eflorescência do Tipo III manifesta-se como um depósito de sal branco entre
juntas de alvenaria aparente, que se apresentam fissurados devido à expansão decor-
rente da hidratação do sulfato de cálcio existente no tijolo ou da reação tijolo- cimento.
A Tabela 5 apresenta resumidamente os tipos de eflorescências.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 41
Tabela 5 – Tipos de eflorescências
Nº TIPO FORMAÇÃO CAUSAS REPARO
I
Pó branco
pulverulento solúvel
em água.
Superfícies de
concreto
aparente;
Superfícies de
alvenaria
revestida;
Juntas de pisos
cerâmicos ou
azulejos;
Regiões
próximas a
caixilhos mal
vedados;
Superfícies de
ladrilhos não
esmaltados.
Sais solúveis presentes
nos materiais: água de
amassamento,
agregados ou
aglomerantes;
Sais solúveis presentes
nos materiais cerâmicos;
Sais solúveis presentes
no solo;
Reação atmosférica;
Reação entre compostos
do cimentoe da
cerâmica.
Eliminação da
fonte de umidade;
Em superfície
externa, aguardas
a eliminação dos
sais pela ação da
chuva;
Lavagem com
água;
Escovamento;
Limpeza com
ácido clorídrico a
10%.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 42
Nº TIPO FORMAÇÃO CAUSAS REPARO
II
Depósito branco
com aspecto de
escorrimento, muito
aderente e pouco
solúvel em água.
Juntas das
alvenarias
assentadas com
argamassa;
Superfície de
concreto ou
revestimento
com argamassa;
Superfícies de
componentes
próximos a
elementos de
alvenaria ou
concreto.
Carbonatação da cal
liberada na hidratação
do cimento;
Carbonatação da cal
constituinte da
argamassa.
Eliminação da
percolação de
água;
Lavagem com
ácido clorídrico a
10%;
Escovamento
mecânico se
necessário.
III
Depósito branco,
solúvel em água,
com efeito de
expansão.
Em fissuras
eventualmente
presentes nas
juntas das
alvenarias;
Nas juntas de
argamassa das
alvenarias;
Em regiões da
alvenaria muito
expostas à ação
da chuva.
Expansão devido à
hidratação do sulfato de
cálcio existente no tijolo
ou reação dos
compostos do tijolo e do
cimento;
Formação do sal
expansivo por ação do
sulfato do meio.
Esperar a
estabilização
antes de efetuar
reparos;
Reparar com uso
de cimento isento
de sulfatos.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 43
Nº TIPO FORMAÇÃO CAUSAS REPARO
Adequado de THOMAZ, 1989.
Uma vez que há uma grande quantia de sais envolvidos na manifestação da
eflorescência, e seu desempenho é influenciado diretamente pela temperatura, con-
centração, PH, qualidade da água disponível, presença de outros sais, etc., torna-se
quase impossível prever o aparecimento de alguma manifestação. É também inviável a
apresentação uma maneira geral para a solução dos problemas acarretados. Algumas
orientações a ser tomadas para tais problemas:
• As manchas de aparência escorrida e de cor esbranquiçada derivada do carbo-
nato de cálcio podem ser retiradas, mas será um procedimento cansativo e de
resultado não garantido. Como os sais não são solúveis em água, será necessário
o uso de escovas, ácido muriático ou acético. Este método, mesmo que aplicado,
pode deixar vestígios prejudiciais de cloro no local e pode danificar a superfície
atingida;
• Eflorescências de coloração marrom, amarela e preta são, no geral, originárias
da oxidação e necessitam um estudo sério das causas e integridade do local
atingido. A limpeza com ácido muriático e soda cáustica pode ser empregada de
acordo com o sal envolvido;
• Manchas de coloração castanha, ferruginosas, podem acontecer caso a areia
contenha minério de ferro ou caso a argila dos materiais cerâmicos contenha
pirita (FeS2);
• Eflorescências pulverulentas brancas e solúveis em água pode ser eliminada
com lavagem e escovação com escovas de cerdas duras. No comum, a própria
chuva é suficiente para sua remoção e o uso de sabão deve ser cuidadoso, já
que alguns produtos à base de estearatos e oleatos de sódio podem aumentar o
teor de sais;
• A impermeabilização da superfície para evitar a entrada de água pode não ser
uma solução para a eflorescência. Na origem da água estar no interior da parede,
vazamentos e infiltração pelo alto, o emprego de uma película atrapalhará a saída
da água líquida. No entanto, próximo da superfície a água se converterá em
vapor e atravessará a película, provocando a cristalização dos sais imediatamente
abaixo da superfície. Caracteriza- se, então, a cripto eflorescência, que pode
causar a destruição da base pelo efeito expansivo da cristalização dos sais.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 44
Sabbatini (2001) apresenta algumas providências que podem ser tomadas para
evitar a manifestação das eflorescências como:
• Redução do consumo de cimento Portland na argamassa de regularização: o que
é possível a partir de uma dosagem racional à exemplo do que vem ocorrendo
com a produção dos contrapisos; ou ainda especificando cimento com baixo teor
de álcalis para a produção destas argamassas;
• Utilização de componentes cerâmicos para revestimentos de qualidade garantida
e isentos de umidade residual;
• Garantir o tempo necessário para completa secagem de cada camada constituinte
do subsistema revestimento;
• Evitar o uso de ácido clorídrico (impropriamente chamada de “ácido muriático”)
durante a limpeza do revestimento logo após a execução do rejunte. E, caso se
faça, tem que ser com concentração fraca.
O autor diz que ao longo do tempo os sais são eliminados aos poucos e assim
há uma tendência ao desaparecimento do fenômeno.
2.10.3 Manchas e bolor
O termo bolor ou mofo é apreendido como a propagação de diversas popula-
ções de fungos filamentosos sobre vários tipos de substrato, citando-se, inclusive, as
argamassas inorgânicas. (SHIRAKAWA, 1995)
O termo emboloramento, de acordo com Allucci (1988), constitui-se numa “alte-
ração observável macroscopicamente na superfície de diferentes materiais, sendo uma
consequência do desenvolvimento de microorganismos pertencentes ao grupo dos
fungos”. O crescimento de fungos em revestimentos internos ou de fachadas, causa
alteração estética de tetos e paredes, formando manchas escuras indesejáveis em
tonalidade preta, marrom e verde, ou manchas claras esbranquiçadas ou amareladas.
(SHIRAKAWA, 1995)
Geralmente tem seu início através de infiltrações de água e frequentemente
estão associados aos descolamentos e desagregação dos revestimentos.
2.10.4 Trincas e fissuras
As trincas são rupturas na placa cerâmica provocada por esforços mecânicos,
que ocasionam a separação das placas em partes, com aberturas acima de 1 mm.
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 45
As fissuras também são rompimentos nas placas cerâmicas, com aberturas
abaixo de 1 mm e não acarretam a ruptura total das placas.
A alterações de temperatura podem também ocasionar o aparecimento de
fissuras nos revestimentos, pelo fato das movimentações diferenciais que ocorrem
entre os revestimentos e as bases.
Trincas e fissuras podem também estar relacionadas ao cobrimento precário da
estrutura de concreto. A oxidação do aço gera a elevação de volume e as tensões são
transmitidas ao revestimento final.
Essas patologias acontecem normalmente nos andares iniciais e nos últimos
do edifício, geralmente pela falta de juntas de movimentação e detalhes construtivos
adequados. A incorporação destes elementos no projeto de revestimento e o uso de
argamassas bem dosadas ou colantes pode impedir o surgimento dessas patologias.
As trincas e fissuras podem surgir, também, entre o rejunte e a placa cerâmica,
se localizam principalmente entre o rejunte e a lateral das peças. Sabbatini, (2001)
atribuem a esse tipo de patologia as seguintes causas:
• Dilatação e retração do componente cerâmico: podem ocorrer devido à variação
térmica ou de umidade no corpo cerâmico, que geram um estado de tensões
entre as camadas da placa cerâmica.
• Deformação estrutural excessiva: estas deformações podem introduzir tensões
na alvenaria que, eventualmente, ficam submetidas à diferentes esforços que são
completamente absorvidos e assim são distribuídos aos revestimentos.
• Falta de detalhes construtivos: alguns importantes detalhes construtivos como as
vergas e contravergas nas aberturas das janela e portas; pingadeiras nas janelas
e platibandas e as juntas de movimentação nos revestimentos, podem auxiliar na
boa performance do sistema.
2.10.5 Gretamento
O gretamento é constituído de um conjunto de frestas entre 0,5 mm a 0,1 mm e
que acontecem na superfície do esmalte da placa, oferecendo a ela um aspecto de teia
de aranha.
A umidade pode ser responsável pelo gretamento das placas cerâmicas para
revestimento, quando gera a elevação nas dimensões da sua base, obrigando a dila-
tação do esmalte. Não acompanhando a modificação de tamanho da placa cerâmica
ocasionada pela expansão por umidade, a camada esmalte não suporta as tensões
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 46
progressivas de tração, acarretando as fissuras capilares que são características do
gretamento.
Sabbatini (2001), explica que o gretamento podeser dividido em dois tipos
distintos: imediato e retardado.
O primeiro deles ocorre durante a fase de resfriamento na produção das placas
cerâmicas, na qual podem ocorrer diferenças de retração entre a base cerâmica e a
camada esmaltada.
O segundo tipo ocorre durante o uso e é associado à expansão por umidade
e/ou retração das argamassas convencionais, este gera o efeito chamado “beliscão”,
que ocorre com o emprego de argamassa convencional para o assentamento do
revestimento cerâmico. Após a fixação do componente a argamassa adere firmemente
ao corpo cerâmico e com a retração desta pela secagem promove um aperto no corpo
cerâmico resultando em tensões que tendem a placa a ter a superfície em forma
convexa explica (Sabbatini, 2001). Este efeito pode até causar o destacamento da
cerâmica com relativa violência.
De acordo com a NBR 13.818 (ABNT, 1997) a placa cerâmica não deve apre-
sentar gretamento durante o uso e a indústria considera como defeito de fabricação e
têm que reembolsar ou repor a peça.
2.10.6 Deterioração das juntas
Esse problema, atinge inteiramente as argamassas de preenchimento das
juntas de assentamento que são os rejuntes, e de movimentação, compromete o
comportamento dos revestimentos cerâmicos como um todo, já que estes componentes
são responsáveis pela vedação do revestimento cerâmico e também pela capacidade
de absorver as deformações.
Os vestígios de que está acontecendo uma deterioração das juntas são: perca
da vedação da junta e envelhecimento do material de preenchimento. A perca da
vedação pode ter início logo após a sua execução, por meio dos processos de limpeza
impróprios. Esses procedimentos de limpeza podem causar degradação de parte do
material aplicado, que adicionados a diversos outros fatores citados anteriormente,
podem causar fissuras ou ate mesmo trincas, como também infiltração de água, levando
o revestimento ao colapso.
Também pode ocorrer, que a junta esteja preenchida apenas superficialmente,
com isto formando apenas uma capa frágil que pode desgastar após alguns meses da
entrega da obra. Essa condição pode ocorrer em casos onde a junta é muito fina ou
quando o rejunte perde a trabalhabilidade, pela alta temperatura do ambiente.
47
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
3.1 METODOLOGIA
O trabalho consiste em um estudo de caso de um edifício especifico, locali-
zado no município de Campina Grande no estado da Paraíba, que apresenta alguns
fenômenos patológicos no revestimento cerâmico de sua fachada. Será utilizada uma
metodologia, apresentada neste capitulo deste trabalho de conclusão de curso, para
identificar e estabelecer um diagnóstico das manifestações patológicas identificadas na
edificação supracitada.
Foi feito um levantamento de dados de estudo no local de maneira externa
para se mensurar as patológias existentes no local, e através de uma vistoria no local
podemos ver a fundo o quanto era enorme os problemas ali encontrados com o auxilio
de bibliografias especificas para tal, pode se chegar a um diagnostico preliminar, logo a
metodologia diagnóstica presente foi seguida em todo o processo de estudo.
Todas as camadas constituintes do sistema e as principais patológias apresen-
tadas no revestimento cerâmico foram explicadas para o leito, nos capítulos anteriores,
para completo entendimento dos problemas patológicos.
3.2 LEVANTAMENTO DE DADOS
Nesta etapa tivemos como objetivo obter informações para que se possamos
compreender o problema. De maneira geral foram observadas as patológias e evi-
denciados de forma empírica os motivos que provocaram o baixo desempenho do
revestimento.
3.3 VISTORIA NO LOCAL
Foram feitas cerca de 20 visitas na edificação escolhida para tirar fotos e ter
uma visualização, mas abrangente das patológias lá existentes e verificar as principais
patológias manifestadas no revestimento cerâmico de fachada. Nestas visitas periódicas
tentamos observar novas formações de eventos patológicos que não foram constatados.
3.4 ANAMNESE DO CASO
Nesta fase fizemos um levantamento do histórico da manifestação patológica.
Procurando visualizar os fatores ocorridos durante a fase de construção do edifício e do
seu uso que pudessem ter contribuído para a ocorrência das manifestações patológicas
e sua evolução com o passar do tempo. Ela foi feita a partir de dados fornecidos
Capítulo 3. METODOLOGIA DE PESQUISA 48
por pessoas que participaram da construção do empreendimento, com a sindico do
condomínio e o zelador. Foi feita uma entrevista contemplativa com os mesmos.
As informações desta etapa foram de muito importantes para a montagem do
diagnostico. As informações iremos ver no capitulo, mas a frente.
3.5 PESQUISA
Em posse de todos os dados para se montar um diagnóstico, foi feita uma
pesquisa bibliográfica sobre todo o sistema que compõem o revestimento cerâmico de
fachada e as principais patológias que atingem, com isto observamos as manifestações
presentes na edificação escolhida e montamos um pequeno resumo bibliográfico
visto nos capítulos anteriores. Com a junção de todos esses materiais montamos um
diagnóstico.
49
4 ESTUDO DE CASO
4.1 CARACTERIZAÇÃO
Neste capítulo é apresentado um estudo de caso que mostra todas as patologias
estudadas e nos capítulos anteriores. Trata-se de um edifício residencial situado na
cidade de Campina Grande, estado da Paraíba.
A edificação possui 19 pavimentos acima do nível da rua (sendo um de cobertura
e térreo como pilotis). São 2 unidades residenciais por andar.
A idade da edificação é de 25 anos de construção. Seu revestimento externo é
em cerâmico Atlas 0,5 × 0,5 na cor branca gelo e vinho.
O prédio está construído no centro da cidade, onde esta sujeito a maiores abalos
pelo motivo de trânsito intenso e ruídos de várias modalidades, assim como recebe uma
maior incidência de agentes poluidores. Também esta presente o gradiente térmico
verificado entre as estações do ano que é relativamente majorado na região.
Quanto ao aspecto geral da edificação, observando principalmente os elementos
de fachada, a edificação apresenta aparência de desgaste evidente e célere embora
possua apenas 25 anos de construção.
4.2 VISTORIA NO LOCAL
As vistorias começaram na data 01 de março e terminaram na data 17 de maio
de 2018.
Logo foi constatado, visualmente, que o edifício possui estrutura em concreto
armado, vedada por alvenaria de tijolos cerâmicos, recobertos por reboco com reves-
timento de cerâmica nas cores: branco e vinho. As fachadas laterais têm varandas
revestidas no mesmo material cerâmico.
A primeira área a ser vistoriada foi à fachada frontal. Após verificação visual,
foi observado grandes áreas com descolamento de revestimento. Nos pilares foram
executadas juntas falsas, ou seja, sem preenchimento com material elastomérico.
A fachada da lateral direita também apresenta um descolamento generalizado.
Foi observado que as áreas maiores de descolamento são as pastilhas da cor vermelho
alaranjado, mesmo assim ha algumas áreas de cor branca que também apresentam
esta mesma patologia.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 50
4.3 ANAMNESE DO CASO
As informações obtidas sobre o condomínio foram relatadas pelo síndico por
meio de uma entrevista contemplativa e foram valiosas para o diagnóstico. Foram elas:
• Ate a data da vistoria realizada, foi afirmado que só tinha sido feito uma única vez
a manutenção daquela fachada predial.
• A referida edificação algum tempo após entrega da obra, já manifestou algumas
patologias: destacamento do revestimento das fachadas e infiltrações provenien-
tes desta.
• Um condômino conhecia o Engenheiro da obra e relatou em uma conversa
que o pano para o assentamento da cerâmica eram abertos em uma distância
grande, podendo afetar gravemente o tempo limite em aberto da argamassa de
assentamento.
• Que também foi utilizado no emboço material de duvidosa qualidade, como
massame, material (agregado miúdo) pulverulento encontrado na região, e não
normatizado.
4.4 PRINCIPAIS PATOLOGIAS DIAGNOSTICADAS NO IMÓVEL
Todo o revestimento cerâmico do edifício apresentaproblemas de desplaca-
mento, fissuras, eflorescências e outras manchas. Ver Figura 8 e 9.
Não ha juntas de dilatação estruturais e de movimentação. Ver Figura 6 e 7.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 51
Figura 6 – Visão da fachada frontal
Arquivo pessoal.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 52
Figura 7 – Visão da fachada lateral
Arquivo pessoal.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 53
Figura 8 – Desplacamento em revestimento externo
Arquivo pessoal.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 54
Figura 9 – Eflorescência de revestimento externo
Arquivo pessoal.
Na fachada é notada enormes trincas, que podem ter sido provocadas não
somente por não haver nenhuma junta vertical ao longo de toda a fachada, como
também devido a um possível recalque de acomodação da estrutura. Observa-se que
a trinca se estende, com deslocamentos de 1 cm. Ver Figura. 10.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 55
Figura 10 – Detalhe da trinca na fachada
Arquivo pessoal.
Em um certo locais onde o revestimento já foi removido, verifica-se que o
emboço exibe fissuras, possivelmente decorrentes da retração hidráulica, que causam
desplacamento do revestimento no local. Ver Figura 11.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 56
Figura 11 – Destacamento por retração hidráulica no emboço
Arquivo pessoal.
Em outros locais, nota-se que o aço da armadura do pilar está exposto e com
alto grau de oxidação. A falta de cobrimento adequado da armadura, aliada ao fator
umidade, provocou a expansão e descolamento do substrato e da placa. Ver Figura 12.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 57
Figura 12 – Destacamento por expansão de ferragem exposta
Arquivo pessoal
Sobre o tipo de argamassa colante utilizado, parece ter sido do tipo industria-
lizado, porém, não foi possível identificar de que tipo. Percebe-se que houve muitas
deficiências no que diz respeito à aplicação de matérias de construção. Existem fortes
indícios claros de que houve aplicação de material de baixa qualidade no acabamento
do emboço, pois várias placas retiradas estão sujas com material pulverulento. (Ver
Figura 13 e 14). Houve indícios de descolamento da argamassa colante devido ao
inchamento, e varias fissuras no rejunto permitindo a umidade penetrar. Pode dizer,
ainda, que durante o assentamento não houve preocupação com o arrasto e percussão.
Ver Figura 15.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 58
Figura 13 – Emboço solto junto a placa
Arquivo pessoal.
Figura 14 – Emboço pulverulento
Arquivo pessoal.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 59
Figura 15 – Desprendimento
Arquivo pessoal.
O rejunte parece ser industrializado, pelo o estado ele tem indícios de ser flexível,
ele apresenta vários poros e também varias microfissuras. Possui uma largura média
de 10 mm. Há vestígios de infiltração da parte externa para interna pelo rejunte, pois, o
emboço expõe vários locais com sinais de bolor, sem que tenham sido identificadas
infiltrações vindas do interior das residências. Ver Figura 16 e 17.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 60
Figura 16 – Rejunte industrializado flexível
Arquivo pessoal.
Figura 17 – Emboço com bolor
arquivo pessoal.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 61
Quanto às placas cerâmicas, foi identificado que o fabricante é Atlas. A cerâmica
utilizada não é mas fabricada hoje em dia. Seu tardoz é adequado, na forma de
espinha de peixe. São placas homogêneas, apresentam gretamento, as dimensões
são adequadas para assentamento em fachada. As cerâmicas da linha atual, possuem
EPU e absorção d’água adequados para revestimento de fachada. Não foi possível
precisar se o mesmo revestimento, fabricado 25 anos atrás, possuía índices superiores
aos recomendados pela norma. Entretanto, não nos parece que o problema verificado
no prédio tenha relação com a inadequação da placa cerâmica. Ver Figura 18 e 19.
Figura 18 – Detalhe com manchamento e gretamento
arquivo pessoal.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 62
Figura 19 – Detalhe com desplacamento e manchamento
arquivo pessoal.
É visto, que ha falhas de desplacamento inteiro de peças e á umidade na região
aonde se destacou um bloco inteiro, deixando exposta a ferragem e no local percebe-se
fertilização eólica sementes de plantas espalhadas pelo vento que se desenvolvem na
fachada. Ver Figura 20.
Capítulo 4. ESTUDO DE CASO 63
Figura 20 – Detalhe com desplacamento total e com fertilização eólica
arquivo pessoal.
64
5 DIAGNÓSTICOS DO CASO
5.1 DIAGNÓSTICO E PROVIDÊNCIAS
Como se pode notar, todas as patologias pesquisadas estão presentes em uma
única edificação. Os principais fatores que levaram ao colapso do revestimento de fa-
chada do edifício foram a mão de obra deficiente, despreparada, falhas na especificação
de materiais e carências de projeto.
Em todo o edifício verificou-se que o preenchimento das juntas estão se deteri-
orando e assim, perde-se a função de vedação das juntas facilitando a infiltração de
água das chuvas.
Percebe-se o risco iminente de queda dos revestimentos cerâmicos, nas áreas
perimetrais da edificação e é necessário o isolamento da área em questão.
Por fim, para o restabelecimento das condições de segurança, estabilidade e
estanqueidade das fachadas, a edificação deve ser submetida à reforma completa dos
elementos das fachadas, emboço, reboco e revestimentos cerâmicos.
65
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho apresentou o escopo de uma revisão bibliográfica, vinculado a
um estudo de caso específico sobre os problemas que acontecem em revestimen-
tos cerâmicos colados em fachadas externas de um condomínio vertical residencial,
identificando seus possíveis motivos, mecanismos de constituição e prováveis soluções.
Outro fato importante é a existência de normas que definem de modo límpido as
peculiaridades técnicas dos elementos do revestimento cerâmico, só assim pode haver
uma padronização de conceitos que auxiliam na execução de um projeto de maneira
satisfatória. Este feito é um ponto preciso para a boa performance do revestimento
cerâmico, apesar que não seja satisfatório. Assim, ficar equivocado a utilização de
elementos individuais de alta propriedade técnica se sua aplicação é feita de forma
incorreta, ou seja, se não há coerência e compatibilidade de comportamento entre
componentes que se inter-relacionam compete ao projetista do revestimento, conhecer
e entender os itens com que trabalha e especificá-los de maneira adequada.
As qualidades de exposição climática de uma edificação refletem diretamente
na vida útil e conservação dos revestimentos empregados. O sistema da fachada é
muito crucial, pois tem que ser ponderado a ampla diversidade de fenômenos naturais
que o comprometem (ventos, temperatura, chuvas, radiação solar, maresia, etc.).
A celeridade de execução, o uso de grandes vãos e a esbeltes dos meios
estruturais são fatores que cooperam para o aparecimento de novos esforços de difícil
mensuração e que propiciam a manifestação de patológias. O ITC (1994, p. 295) expõe
um esboço da Sociedade Francesa de Cerâmica que celebra que a harmonia do
revestimento cerâmico depende basicamente da idade da base e da presença de juntas
de assentamento. Essa idade da base abrange às duas camadas do revestimento,
fixação e regularização, e ao mesmo tempo do próprio substrato, determinando assim
uma interdependência entre elas. Devido às prescrições do cronograma da obra,
todavia, os espaços entre a confecção das camadas convergem a serem abrandados
em detrimento dos aspectos técnicos envolvidos e que careceriam de ser observados.
O aparecimento de manifestações patológicas não é pertinente a uma única
causa, mas sim a um somatório de fatores. Pode-se tirar como uma conclusão, que
a qualidade e a durabilidade dos revestimentos cerâmicos estão intimamente ligadas
ao planejamento e escolha dos materiais apropriados, à qualidade da construção e à
manutenção ao longo de sua vida útil.
Uma acertada particularização, com projeto detalhado, contendo as especifica-
ções adequadas e as técnicas de execução, contribui para a produção dos revestimen-
tos de fachada com qualidade. Deve ser destacado que, além da exata especificação, a
Capítulo

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