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UNINASSAU SALVADOR - PATAMARES ENGENHARIA CIVIL EDNEY LIRA CARNEIRO MARCELO MIDLEJ ROCHA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA UTILIZAÇÃO DE PLACAS FOTOVOLTAICAS EM UM EMPREENDIMENTO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR Salvador 2018 EDNEY LIRA CARNEIRO MARCELO MIDLEJ ROCHA ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA UTILIZAÇÃO DE PLACAS FOTOVOLTAICAS EM UM EMPREENDIMENTO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de ENGENHARIA CIVIL da UNINASSAU SALVADOR - PATAMARES Salvador 2018 Ficha catalográfica gerada pelo Sistema de Bibliotecas do REPOSITORIVM do Grupo SER EDUCACIONAL R672a Rocha, Marcelo Midlej. Análise da Viabilidade Técnica e Econômica da Utilização de Placas Fotovoltaicas em um Empreendimento na Região Metropolitana de Salvador / Marcelo Midlej Rocha, Edney Lira Carneiro. - UNINASSAU SALVADOR: Salvador - 2018 17 f. : il Artigo Científico (Curso de Disciplina Isolada) - Uninassau Salvador - Patamares - Orientador(es): M.sc. Luiz Henrique Santos Silva 1. Análise de Investimento. 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Viabilidade Econômico-Financeira. 4. Elétrica. 5. Energia. 6. Economic And Financial Feasibility. 7. Electrical. 8. Energy. 9. Investment Analysis. 10. Photovoltaic Solar Energy. I.Título II.M.sc. Luiz Henrique Santos Silva UNINASSAU SALVADOR - SAL CDU - 536 1 ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA UTILIZAÇÃO DE PLACAS FOTOVOLTAICAS EM UM EMPREENDIMENTO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR1 Edney Lira Carneiro 2 Marcelo Midlej Rocha 3 RESUMO A energia solar fotovoltaica é uma das principais fontes renováveis de geração de energia elétrica para usinas individuais. Entretanto, a principal limitação para a difusão desse tipo de fonte de energia são os custos elevados para implantação do sistema, por ser uma tecnologia ainda com demanda limitada. Sendo assim, este presente artigo objetiva demonstrar um estudo sobre a viabilidade econômica de implantação de um sistema de geração de energia solar através de placas fotovoltaicas em uma empresa situada em Lauro de Freitas, região metropolitana da cidade de Salvador- Ba. Para tal, criou-se um cenário de cálculo que varia entre: o gasto mensal das tarifas cobradas pela concessionária de energia elétrica, a potência efetiva e a instalação de cada sistema fotovoltaico. Os métodos de análise empregados foram Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno, Payback Descontado, além da Taxa interna de retorno. Palavras-Chave: Viabilidade econômico-financeira; Energia solar fotovoltaica; Análise de investimento. 1. INTRODUÇÃO Em âmbito de conhecimento geral, a partir do ano de 1840 com o início revolução industrial, houve então um grande aumento na demanda por energia elétrica. Na década de 1970 foi desencadeada a primeira crise energética, faltando gás e gasolina inclusive para o atendimento das necessidades básicas nas residências. Diante dos fatos, as nações passaram a preocupar-se com a ausência de energia e combustível para o suprimento futuro. 1 Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado na Universidade Uninassau, em 2018. Orientado pelo Prof. (Luíz Henrique Silva - luizhssilva@hotmail.com) 2 edneylira@hotmil.com 3 midlej10@yahoo.com.br 2 A energia elétrica é essencial para a vida moderna, por isso, é preciso produzi-la em larga escala para atender toda a população de um país. Nesse sentido, de acordo com Dutra et al. (2013), a utilização de fontes não renováveis, para geração de energia, ainda é uma realidade atual. Os autores destacam ainda que a utilização de fontes não renováveis provoca preocupantes impactos ambientais que vêm sendo comprovados pelos cientistas e sentidos pelas populações mundiais. Como exemplo de fontes não renováveis, podem ser citadas as termelétricas que geram eletricidade utilizando o carvão, óleo ou outras fontes não renováveis. As termelétricas, segundo Jardim (2007) são as principais fontes de energia na maioria dos países desenvolvidos. Para o autor, contribuem também para o efeito estufa, aquecimento global e de catástrofes climáticas. A matriz energética brasileira, segundo o Ministério de Minas e Energia (2016), é constituída 68,1% por hidroelétricas, que apesar de serem consideradas energias limpas, trabalham sujeitas ao regime de chuvas, o que tornam o sistema instável. Em 2001 devido ao longo período de estiagem ocasionou uma queda nos níveis dos reservatórios sendo necessário implantar um racionamento de energia em todo o país. Com a insegurança do sistema energético, o governo e as empresas passaram a buscar novas fontes alternativas de produção. Posteriormente existiu uma maior preocupação com os impactos ambientas, levando ao crescimento significativo das energias renováveis nos dias de hoje. Energia renováveis, são aquelas permanentes ou que tenham a capacidade de regeneração para se manter disponível ao longo prazo. Neste cenário existem algumas formas para a geração destas energias, sendo elas: solar, eólica, hídrica, biomassa, geotérmica e as geradas através das ondas do mar. No âmbito das energias renováveis, a geração de energia elétrica fotovoltaica, vem crescendo com os incentivos governamentais através da isenção de impostos, aliado ao aumento do custo da energia elétrica nos últimos anos, fazendo dessa tecnologia uma alternativa com grande potencial. Davi et al. (2016), argumentam que a viabilidade do investimento pode ser promissora, no entanto devem ser mantidos os incentivos financeiros, junto com a redução de preços que vem acontecendo com essa tecnologia. Diante deste cenário, a possibilidade do investimento em um sistema de geração de energia elétrica fotovoltaica vem ficando cada vez mais viável no mercado brasileiro. 3 Com o cenário de constantes aumentos na energia elétrica, a fim de obter uma fonte de energia independente e gerar economia, uma possibilidade de investimento é o projeto de instalação de uma unidade de geração de energia elétrica fotovoltaica. Neste intuito, o objetivo deste estudo é analisar a viabilidade econômica de um projeto de geração de energia solar através de placas fotovoltaicas em um empreendimento comercial, situada em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador- Ba. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Consumo e fornecimento de energia elétrica no Brasil Sabe-se que o Brasil é um país em desenvolvimento, passando por constantes processos de mudanças. Assim, existe a necessidade de se ter um sistema de geração de energia elétrica capaz de acompanhar este desenvolvimento e suprir às necessidades de todos. A matriz energética brasileira vem se adaptando as novas tendências mundiais, investindo fortemente na energia eólica e solar, garantindo assim a expansão da capacidade de geração e melhorando a estabilidade do sistema. 2.2. Custo da geração de energia Na geração de energia, cada modelo exige características específicas que influenciam no custo de produção e consequentemente no valor final do serviço ao usuário. No Brasil, existem diversos valores de tarifas sendo aplicadas conforme volume de serviço oferecido a cada organização, sendo levado em consideração o tipo de geração da energia, (hidráulica, biomassa, termoelétricas, etc.), quantidades de linhas de transmissões instaladas, além de outras condições que contribuem para o aumento ou diminuição no custo final da energia elétrica, demandando diferentestarifas dentro do país. 2.3. Energia fotovoltaica O Sol é uma fonte de energia que traz benefícios a terra através de luz e calor. O sistema de energia fotovoltaica se beneficia desta luz para transformá-la em eletricidade através de células fotovoltaicas. Este sistema é composto por painéis e de equipamentos para conversão desta energia de corrente contínua para alternada, quando o uso é empresarial. 4 A observação desta transformação de luz solar em energia elétrica se deu inicialmente por um pesquisador francês chamado Alexandre Edmond Becquerel no início do século XIX, porém teve sua aplicação prática somente em 1950 através da criação da primeira célula fotovoltaica (Molina Junior, 2015, p.74). Molina (2015) descreve o funcionamento das placas fotovoltaicas: Os dispositivos que transformam a luz solar em eletricidade são compostos de material semicondutor (silício), sendo a ele adicionadas substâncias denominadas dopantes a fim de criar a possibilidade para que se estabeleça a movimentação eletrônica quando da introdução da energia luminosa contida na radiação solar incidente, resultando em corrente contínua. Desde então, iniciou-se a aplicação deste sistema em programas espaciais por ter valores altos para quase todas as aplicações. A partir de 1970, ocorreram avanços tecnológicos que diminuíram custos e possibilitando a aplicação em mais projetos. A partir de 2012 a tecnologia foi se difundindo mundialmente, obtendo crescimento em escala exponencial, mas ainda representa uma pequena fatia da matriz energética mundial, conforme demonstra a figura 01. Figura 01- Matriz Energética Mundial 2016 Fonte: (Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, 2016) 5 Dentre as vantagens do uso do Sistema de Captação de energia solar estão: • Capacidade de renovação; • Redução das emissões de fases de efeito estufa; • Energia limpa, renovável e sustentável; • Baixo impacto ambiental; • Aquecimento da água do próprio local onde será usada; • Não faz barulho; • Energia inesgotável; • Manutenção mínima; • Ocupa pouco espaço; • Pode ser utilizado em áreas remotas 2.4 Sistema conectado (on-grid) A resolução normativa 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), publicada em abril de 2012, foi um marco no Brasil da utilização deste sistema de geração de energia. Estabeleceram-se regras gerais para criação de um sistema de compensação de energia intitulado mundialmente como net metering, ou seja, este sistema estabelece que mini e micro geradores de energia possam injetar o excedente produzido na rede da concessionária, adquirindo créditos para uso em contas futuras no prazo máximo de 36 meses. Esse sistema, que também pode ser chamado de grid-tie, injeta energia na rede quando a geração é divergente do consumo e retira dela quando o consumo divergente a geração, entretanto, a rede funciona como um banco de baterias, ora armazenando o excedente de energia ora suprindo de maior demanda. Dessa forma, o usuário só paga para a concessionária fornecedora de energia quando consome mais do que gera, caso produza mais do que está consumindo, ele recebe créditos da mesma. 6 Figura 02 – Fluxograma de funcionamento sistema conectado (on-grid). Fonte: (Carneiro, 2018) 2.5 Payback O Payback é utilizado para a verificação quando um investimento se pagará e trará ganhos efetivos. Abreu Filho (2007, p.78) relata: “O critério consiste em somar os valores dos benefícios obtidos pela operação do projeto. O período payback é o tempo necessário para que esses benefícios totalizem o valor do investimento feito.” Existem dois tipos de payback: simples e o descontado. A diferença é que no modelo simples considera-se apenas o valor do que foi investido sem considerar o valor do dinheiro no tempo e no modelo descontado, o valor do dinheiro é levado em conta no decorrer do tempo. Neste estudo, será utilizado somente o modelo de payback descontado para análise da viabilidade econômica. Segundo Gitman (2007) o método do Payback mede o tempo necessário para se ter de volta o valor investido, considerando-se mudança de valor no tempo o qual fornece indicativo do risco do investimento ou seja, quando maior for o payback maior o tempo necessário para se obter o valor investido. 7 2.6 Valor presente líquido – VPL O VPL é uma ferramenta muito utilizada para análise de investimento de projetos em qualquer nível de organização e que tem basicamente o objetivo de medir o lucro. Abreu Filho (2007, p.83) diz: “ VPL é simplesmente a diferença entre o valor presente do projeto e o custo do projeto na data atual. VPL positivo significa que o projeto vale mais do que custa, ou seja, é lucrativo. VPL negativo significa que o projeto custa mais do que vale, ou seja, se for implementado, trará prejuízo”. Assim, um VPL positivo indica que o projeto pode prosseguir, pois se pagará no dentro do tempo determinado além de gerar receita para o caixa da empresa, ou seja, trará lucro. Já a indicação de um VPL negativo leva ao gestor do projeto abortar imediatamente o projeto, pois ele não conseguirá pagar o investimento, trazendo prejuízo à organização. 2.7 Taxa interna de retorno – TIR A taxa interna de retorno é outra ferramenta utilizada pelos profissionais de finanças para analisar a viabilidade de um projeto. Segundo Gitman (2010): “Taxa interna de retorno (TIR) é uma técnica sofisticada de orçamento de capital; é a taxa de desconto que iguala o VPL de uma oportunidade de investimento a zero (isso porque o valor presente das entradas de caixa iguala-se ao investimento inicial). É a taxa de retorno anual composta que a empresa obterá, se aplicar recursos em um projeto e receber as entradas de caixa previstas.” Assim, a TIR é utilizada para verificar se a taxa de retorno do projeto é melhor do que outros investimentos a uma taxa estabelecida pelo dono do capital a ser investido. Por exemplo, 8 um investimento de capital que dará uma taxa de 10%, o que estabelecerá que a TIR do projeto deva ser maior que 10% para aceitação do patrocinador. 3. METODOLOGIA Inicialmente foi feita uma visita in loco para coleta de dados: consumo médio, localização exata com as coordenadas geográficas e análise técnica do espaço físico onde serão instalados os painéis fotovoltaicos. Em seguida foi feito o estudo aprofundado com base nos dados coletados, que consistem em: irradiação solar no plano horizontal; irradiação solar no plano inclinado; média de consumo de energia; potência dos painéis solares; O estudo caracteriza-se como pesquisa exploratória, realizada por meio de um estudo de caso em uma empresa privada denominada Motel Queen situada em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador- Ba. O mesmo disponibiliza de 60 quartos de luxo, implantado em um terreno de 5000m², possuindo uma rotatividade média de 2000 apartamentos por mês. O local mais adequado para a instalação do sistema situa-se na laje de cobertura do empreendimento que possui uma área livre de 1.500m², sendo compatível com os 666m² necessários. As coordenadas geográficas do local são: 12º 52’ 38” S, 38º 19’ 49” O. A pesquisa do tipo exploratória, de acordo com Martins e Theóphilo (2007), é a abordagem adotada quando se busca maiores informações sobre determinado assunto. Os autores complementam descrevendo que é aquela que possui um planejamento flexível e é indicada quando se tem poucas informações sobre o objeto de pesquisa.Alguns momentos a pesquisa são bibliográficos, em virtude da utilização de dados retirados de livros, portais eletrônicos de órgãos regulamentadores, dentre outras fontes e também um estudo de caso, pois foi realizado uma pesquisa detalhada sobre o sistema a ser implantado com aplicação de técnicas para análise da viabilidade do projeto. Foram projetados cenários de análise para verificar a viabilidade econômica das placas fotovoltaicas. Em cada um deles foram supostas condições diferentes, buscando aproximar o estudo de viabilidade de uma situação mais real do ponto de vista econômico. O caso exemplo a ser levantado busca a auto-suficiência energética do empreendimento, gerando apenas um valor residual mínimo a pagar estabelecido pela concessionária de energia. Após a etapa da vista in loco, dimensiona-se a quantidade de placas necessárias para o perfeito funcionamento do sistema e solicita-se aos possíveis fornecedores locais o cálculo do investimento necessário para o sistema proposto. 9 Em posse do valor do investimento, foi feito o estudo econômico-financeiro analisando o PayBack descontado, Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno e Valor Anual Uniforme. 4. RESULTADOS 4.1 Consumo de energia O empreendimento está classificado no grupo A4, tendo como consumo médio mensal de 15185.9 Kwh (Figura 03) a um custo médio de R$ 13.521,05 (Figura 04). Após a implantação do sistema, o empreendimento passará a pertencer ao grupo B3, passando a pagar o valor mínimo da franquia. Figura 03 – Consumo de Energia Fonte: (Midlej, 2008) 16276,56 14707,15 14574 15185,90333 13500 14000 14500 15000 15500 16000 16500 Agosto Setembro Outubro Média de consumo kW h Meses Consumo mensal (kWh) 10 Figura 04 - Gasto com Energia Fonte: (Midlej, 2018) 4.2 Medição da radiação solar É necessário o histórico de radiação do local para garantir o máximo de aproveitamento do sistema ao longo do ano. Para este projeto será utilizado as informações obtidas no “SunData” do CRESESB-CEPEL. Levando em consideração que os ganhos por inclinação são insignificantes, segundo dados obtidos no “SunData”, foi adotado uma inclinação de 10º N, por recomendação de inclinação mínima, evitando o acúmulo de água, facilitando a limpeza natural com a chuva, o acúmulo de sujeiras pode influenciar negativamente, chegando a perder aproximadamente 10% de produção. 11 Figura 05 – Local de instalação dos painéis Fonte: (Google Earth, 2018) Figura 06 - Irradiação Anual de Salvador e Região Metropolitana Fonte: (Carneiro, 2018) Conforme dados do “SunData”, com a inclinação de 10º obteve-se uma média anual de 5.29 kWp/dia, (Figura 06), este cálculo baseia-se na média de irradiação solar na qual a cidade foi exposta durante cada mês do ano, levando em consideração que no verão tem mais irradiação solar durante os dias e menos dias de chuva, já no inverno esta situação se inverte, tendo junho como a pior média anual. 12 4.3 Dimensionamento Através dos dados obtidos anteriormente é possível calcular a quantidade de placas para atender a demanda do sistema: Figura 07 – Dimensionamento do Sistema Dimensionamento do Sistema Consumo de Energia Mensal (Kwh) 15000 kWh Consumo de Energia Diário (Kwh) 500 kWh Irradiação Solar média Anual 5,29 kWp Rendimento do Sistema 85% Potência Total Demanda 111,20 kWp Potência da Placas Escolhida 325 Wp Número de painéis dimensionados 342 Unid. Fonte: (Carneiro, 2018) No dimensionamento dos inversores foi utilizada a norma NBR 15149, que define a utilização da faixa de potência dos equipamentos entre 80 e 120 por cento da potência nominal do sistema. Optou-se então por utilizar quatro Frinous Eco de 25kW para atender a demanda gerada de 111,19 kWp. 4.4 Orçamento Com base nos dados calculados, foi solicitado orçamentos. Em posse dos mesmos, chegou-se ao valor de investimento de R$516.262,52 conforme demonstrado na (Figura 08). Figura 08 – Orçamento Fonte: (Carneiro, 2018) 13 4.5 Capacidade de geração do sistema proposto Com base na necessidade de geração mensal do empreendimento e considerando a análise no datasheet dos equipamentos, envolvendo as perdas nas placas, inversores e fiação estipulada em 85% de rendimento, chegou-se a quantidade de 342 placas “Canadian Solar”, modelo de 350wp. Observa-se na Figura 09 que a média de geração nos meses de novembro a fevereiro são os mais altos devido aos altos índices de irradiação solar, tornando estes meses superavitário, gerando créditos que deverão ser utilizados nos meses de inverno, como junho que tem a pior média mensal do ano. Figura 09 - Capacidade de Geração do sistema mensal. Fonte: (Carneiro, 2018) 4.6 Análise Econômica Financeira Como forma de embasamento do projeto, foi feito um estudo dos principais índices econômico: Valor Presente líquido - VPL, Payback descontado e Taxa interna de retorno - TIR. Com a concessão de 5% de desconto do fornecedor para pagamento à vista, será gerado uma redução no investimento para R$490.000,00. 14 Considerando a taxa Selic 6,5% ( 2018) mais 50% de ganho 3,25% foi adotado 10% ao ano como Taxa Mínima de Atratividade-TMA, e utilizando o valor médio das contas de energia de R$13.000,00, (Figura 03), mensal que totalizam R$ 156.000,00 anuais como amortização do investimento. Figura 10 – Fluxo de Caixa Fonte: (Midlej, 2018) Para payback descontado considerando uma Taxa Mínima de Atratividade de 10% ao ano, foram necessários 4 anos para reaver o investimento inicial de R$ 490.000,00, prazo este sendo considerado curto se levado em consideração que o projeto tem uma vida útil estimada em 25 anos. Ao fim dos 60 meses propostos o projeto obteve um valor presente líquido positivo de R$101.362,74, demostrando que o projeto é viável economicamente dentro do prazo estipulado, valendo mais do que custo no período. A TIR de 18% é muito atrativa, sendo que a Taxa Mínima de Atratividade-TMA é de 10%. Ao fim da análise da tabela 05, fica claro que o investimento no projeto de energia fotovoltaica é viável e muito atrativo, considerando os dados do projeto. Nos anos subsequentes com o sistema totalmente pago, o empreendimento passará a ter um aumento na lucratividade e ainda ficando livre dos constantes aumentos nas tarifas energéticas. Considerando que o sistema tem garantia de geração de 25 anos e será quitado no 5 primeiros, ao final desse período, foi calculado um retorno de aproximadamente R$ 15 2.980.000,00, levando em consideração a substituição dos inversores no décimo quinto ano e um custo de manutenção anual de R$ 5.000,00 após o quinto ano. 5. CONCLUSÃO O constante aumento da demanda de energia elétrica e a preocupação com a sustentabilidade, fazem com que o Brasil tenha que investir cada vez mais no setor, onde a procura por fontes alternativas se fazem cada vez maior. Procura-se por fontes que sejam renováveis, que tenham pouco impacto ambiental e ao mesmo tempo considerem-se o custo do investimento, visto que é necessário que haja viabilidade econômica para a implantação destas novas formas de geração de eletricidade. Escolheu-se então um consumidorcomercial para o estudo, mais especificamente um estabelecimento privado, localizado em Lauro de Freitas, que por suas características tropicais, possui em todo o seu território grande potencial de oferta de irradiação solar e através da resolução normativa 482 de 2012 permitiu a implantação e viabilidade do sistema fotovoltaico compensatório. Possibilitando atender a demanda do empreendimento durante 24 horas, demanda essa de 15.000Kwh por mês gerando uma economia de mais de 95% da conta de energia elétrica. Como primordial conclusão, adquiriu-se que o dimensionamento de um sistema fotovoltaico não deve exceder o consumo médio empresa. Isto porque para sistemas maiores a energia elétrica excedente gerada não implicará em lucro devido ao prazo de 36 meses previsto em lei. Com um sistema bem dimensionado, os indicadores financeiros demonstram que o investimento é muito atrativo, pois em 4 anos já se tem um retorno total do capital investido mesmo considerando uma taxa de juros de 10% ao ano. De forma conservadora não foi adicionada nas contas os reajustes anuais de energia, o que tornaria o investimento ainda mais atrativo. 6. REFERÊNCIAS ABNT. NBR 10899: Energia solar fotovoltaica – Terminologia. Rio de Janeiro, 2006. ______. NBR 11704: Sistemas fotovoltaicos – Classificação. Rio de Janeiro, 2008. ALMEIDA, P. M de, Condicionamento da Energia Solar Fotovoltaica para Sistemas 16 Interligados à Rede Elétrica, mai. 2011. Disponível em: http://www.ufjf.br/labsolar/files/2011/05/Condicionamento-da-Energia-Solar Fotovoltaica.pdf . Acesso em 26 Outubro 2018. ANEEL. Resolução Nº 652, de 9 de dezembro de 2003. Estabelece os critérios para o enquadramento de aproveitamento hidrelétrico na condição de Pequena Central Hidrelétrica (PCH). ANEEL, 2003. Disponível em: http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/leitura_arquivo/arquivos/res2003652.pdf : . Acesso em: 10 novembro. 2018. GITMAN, Lawrence J.. Princípios de administração Financeira / Lawrence J. Gitman; tradução Allan Vidigal Hastings; revisão técnica Jean Jacques Salim. – 12. Ed. – São Paulo: Person Prentice Hall, 2010. GOLDEMBERG, J; Villanueva, L. D. Energia, Meio Ambiente & Desenvolvimento. Edusp. São Paulo, 2003. GREENPEACE. Cartilha Solar. 2013. Disponível em: http://www.greenpeace.org. Acesso em 27 set. 2018. JARDIM, C. S. A inserção da geração solar fotovoltaica em alimentadores urbanos enfocando a redução do pico de demanda diurno. 2007. 148 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007. KASSAI, J. R. et al. Retorno de investimento: abordagem matemática e contábil do lucro empresarial. 3 ed. São Paulo:Atlas, 2005. MACEDO, Joel de Jesus. Análise de projeto e orçamento empresarial [livro eletrônico]/Joel de Jesus Macedo, Ely Celia Corbari. – Curitiba: InterSaberes, 2014. (Série Gestão Financeira). MOLINA JUNIOR, Walter F.. Recursos Energéticos e ambiente [livro eletrônico]/Walter F. Molina Jr., Thiago Libório Romanelli. Curitiba: Inter Saberes, 2015. 17 PORTAL AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Tarifas residenciais vigentes. Acesso em: 15 de set. 2018. PORTAL CEMIG. Entenda sua conta de luz. Disponível em: http://atende.cemig.combr1042.info/1217/consulta8731d90dd6bed4200de337e601e9afaa/pag e-436.php?ref=580 . Acesso em: 20 de set. 2018. CRESESB – CENTRO DE REFERÊNCIA PARA ENERGIAS SOLAR E EOLICA SERGIO DE S. BRITO. Disponível em: < http://www.cresesb.cepel.br/index.php?section=sundata& >. Acesso em: 10 nov. 2018. PORTAL EMPRESA DE PESQUISA DE ENERGIA. Relatório Balanço Energético Nacional 2014. 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