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Atualização da 8ª edição do Manual de Direito Previdenciário Hugo Goes Orientações: Para realizar as alterações, usaremos o seguinte método: 1. Os textos que serão EXCLUÍDOS estão realçados em vermelho. 2. Os textos que serão ACRESCENTADOS estão realçados em azul. 3. Os textos que serão MODIFICADOS estão realçados em verde. ágina 13 – Alterar o verde Para os servidores públicos federais ocupantes de cargos efetivos que tiverem ingressado no serviço público a partir do início da vigência do Regime de Previdência Complementar acima referido, independentemente de sua adesão aos respectivos planos de benefícios, aplica-se o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) às aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União. Para os que já tinham ingressado no serviço público antes da vigência da Funpresp, o teto do RGPS somente será aplicado mediante sua prévia e expressa opção (CF, art. 40, §16). Atualmente, o teto dos benefícios do RGPS é R$4.663,75. Página 26 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé. A seletividade atua na delimitação do rol de prestações, ou seja, na escolha dos benefícios e serviços a serem mantidos pela seguridade social, enquanto a distributividade direciona a atuação do sistema protetivo para as pessoas com maior necessidade, definindo o grau de proteção. Os benefícios da assistência social, por exemplo, serão concedidos apenas aos “necessitados”; os benefícios salário-família e o auxílio-reclusão só serão concedidos aos beneficiários de baixa renda (atualmente, para aqueles que tenham renda mensal inferior ou igual a R$1.089,72) . 1 Página 82 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul. O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de três meses, salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho (Lei 6.019/74, art. 10). O Ministério do Trabalho expediu Instrução Normativa regulamentando esse dispositivo, estabelecendo a possibilidade de prorrogação automática desse tipo de contrato. A duração total do pacto, entretanto, incluída a prorrogação, ficou limitada a seis meses (Instrução Normativa 3, de 29/8/97). O Ministério do Trabalho e Emprego editou a Portaria 789/2014, estabelecendo a possibilidade de prorrogação do prazo de 1 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. três meses nos seguintes casos: Art. 2º Na hipótese legal de substituição transitória de pessoal regular e permanente, o contrato poderá ser pactuado por mais de três meses com relação a um mesmo empregado, nas seguintes situações: I – quando ocorrerem circunstâncias, já conhecidas na data da sua celebração, que justifiquem a contratação de trabalhador temporário por período superior a três meses; ou II - quando houver motivo que justifique a prorrogação de contrato de trabalho temporário, que exceda o prazo total de três meses de duração. Parágrafo único - Observadas as condições estabelecidas neste artigo, a duração do contrato de trabalho temporário, incluídas as prorrogações, não pode ultrapassar um período total de nove meses. Art. 3º - Na hipótese legal de acréscimo extraordinário de serviços, será permitida prorrogação do contrato de trabalho temporário por até três meses além do prazo previsto no art. 10 da Lei 6.019, de 3 de janeiro de 1974, desde que perdure o motivo justificador da contratação. A empresa de trabalho temporário deverá solicitar as autorizações previstas nos arts. 2º e 3º da Portaria 789/2014 por meio da página eletrônica do Ministério do Trabalho e Emprego. O trabalhador temporário não deve ser confundido com o trabalhador eventual, que também é segurado obrigatório do RGPS, porém, na qualidade de contribuinte individual. Trabalhador eventual é aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego (Lei 8.213/91, art. 11, V, “g”). Página 94 – Acrescentar o azul. Se o trabalhador prestar serviço, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, sem a intermediação do sindicato ou do OGMO, não será considerado trabalhador avulso. Nesta hipótese, será considerado contribuinte individual. Mas caso seja celebrado contrato, acordo ou convenção coletiva de trabalho entre trabalhadores e tomadores de serviços, o disposto no instrumento precederá o órgão gestor e dispensará sua intervenção nas relações entre capital e trabalho no porto (Lei 12.815/2013, art. 32, parágrafo único). O trabalhador avulso presta serviço sem vínculo de emprego, pois não há subordinação nem com o sindicato ou OGMO, muito menos com as empresas para as quais presta serviços, dada inclusive a curta duração. Páginas 134 e 135 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul. ATENÇÃO: excluir e acrescentar também as notas de rodapé. Os menores sob guarda judicial foram excluídos do rol dos dependentes equiparados a filho, conforme se verifica do art. 16, §2º, da Lei 8.213/91, com nova redação dada pela Lei 9.528/97. Com a exclusão do menor sob guarda, restaram apenas enteado e menor sob tutela que, para fins previdenciários, podem ser equiparados a filho. Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ: Agravo regimental em recurso especial. Pensão a menor sob guarda. Óbito posterior à Medida Provisória nº 1.523/1996. Impossibilidade. Precedente da terceira seção. Decisão mantida. 1. A Egrégia Terceira Seção firmou a compreensão de ser indevida a concessão de pensão a menor sob guarda, se o óbito do segurado ocorreu após o advento da Medida Provisória nº 1.523, de 11.10.1996, convertida na Lei nº 9.528/1997, que excluiu o inciso IV do art. 16 da Lei nº 8.213/1991. 2. Não há como reconhecer o direito da agravante ao benefício, porquanto o falecimento de seu guardião deu-se em 5.9.2000. 3. Agravo improvido. 2 Mas vale salientar que, de acordo com o §3º do art. 33 da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), “a guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários”. Contudo, o STJ tem entendido que, em face da alteração introduzida pela Lei 9.528/97, o §3º do art. 33 da Lei 8.069/90 não se aplica aos benefícios previdenciários que são regidos por legislação própria. Nesse sentido, confira o seguinte julgado: Previdenciário. Menor sob guarda. Inclusão como dependente de segurado do Regime Geral de Previdência Social após a Lei nº 9.528/1997. Inviabilidade. Prevalência da Legislação Previdenciária. Estatuto da Criança e do Adolescente. Inaplicabilidade. 1. A Terceira Seção firmou entendimento segundo o qual, após a alteração da Lei nº 9.528/1997, não é possível incluir o menor sob guarda como dependente de segurado do Regime Geral de Previdência Social. 2. A Lei Previdenciária prevalece sobre a norma definida no § 3º do artigo 33 da Lei n. 8.069/1990. 3. Agravo regimental improvido. 3 Percebe-se, portanto, que há um conflito entre asnormas estabelecidas no art. 16, §2º, da Lei 8.213/91 (na redação dada pela Lei 9.528/97) e o §3º do art. 33 da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). No âmbito do STJ, o tema é controverso. A 1ª Seção vem entendendo que o Estatuto da Criança e do Adolescente deve prevalecer, mantendo o menor sob guarda no rol dos equiparados a filho, conforme pode ser visto no seguinte julgado: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA JUDICIAL. APLICABILIDADE DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ECA. INTERPRETAÇÃO COMPATÍVEL COM A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E COM O PRINCÍPIO DE PROTEÇÃO INTEGRAL DO MENOR. 1. Caso em que se discute a possibilidade de assegurar benefício de pensão por morte a menor sob guarda judicial, em face da prevalência do disposto no artigo 33, § 3º, do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, sobre norma previdenciária de natureza específica. 2. Os direitos fundamentais da criança e do adolescente têm seu campo de incidência amparado pelo status de prioridade absoluta, requerendo, assim, uma hermenêutica própria comprometida com as regras protetivas estabelecidas na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. 2 STJ, AgRg no REsp 961230/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª Turma, DJe 04/08/2008. 3 STJ, AgRg no Ag 1175808/MG, Jorge Mussi, 5ª Turma, DJe 25/05/2011. 3. A Lei 8.069/90 representa política pública de proteção à criança e ao adolescente, verdadeiro cumprimento da ordem constitucional, haja vista o artigo 227 da Constituição Federal de 1988 dispor que é dever do Estado assegurar com absoluta prioridade à criança e ao adolescente o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 4. Não é dado ao intérprete atribuir à norma jurídica conteúdo que atente contra a dignidade da pessoa humana e, consequentemente, contra o princípio de proteção integral e preferencial a crianças e adolescentes, já que esses postulados são a base do Estado Democrático de Direito e devem orientar a interpretação de todo o ordenamento jurídico. 5. Embora a lei complementar estadual previdenciária do Estado de Mato Grosso seja lei específica da previdência social, não menos certo é que a criança e adolescente tem norma específica, o Estatuto da Criança e do Adolescente que confere ao menor sob guarda a condição de dependente para todos os efeitos, inclusive previdenciários (art. 33, § 3º, Lei n.º 8.069/90), norma que representa a política de proteção ao menor, embasada na Constituição Federal que estabelece o dever do poder público e da sociedade na proteção da criança e do adolescente (art. 227, caput, e § 3º, inciso II). 6. Havendo plano de proteção alocado em arcabouço sistêmico constitucional e, comprovada a guarda, deve ser garantido o benefício para quem dependa economicamente do instituidor. 7. Recurso ordinário provido. 4 Já as Turmas da 3ª Seção (5ª e 6ª Turmas), por outro lado, continuam entendendo que, em face da alteração introduzida no art. 16, § 2º, da Lei 8.213/91, pela Lei 9.528/97, o § 3º do art. 33 da Lei 8.069/90 não se aplica aos benefícios previdenciários, que são regidos por legislação própria. Nesse sentido, confira o seguinte julgado: PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA. ANÁLISE DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. 1. É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de ser indevida pensão por morte a menor sob guarda se o óbito do segurado tiver ocorrido sob a vigência da MP n. 1.523/96, posteriormente convertida na Lei n. 9.528/97. Precedentes. [...] 5 Em prova de concurso público, como não há consenso na jurisprudência, o candidato deve seguir a literalidade do art. 16, § 2º, da Lei 8.213/91, na redação dada pela Lei 9.528/97. Ou seja, o candidato deve considerar que o menor sob guarda não é beneficiário do RGPS na condição de dependente. 2.3.6 Os pais 4 STJ, RMS 36034 / MT, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, 1ª Seção, DJe 15/04/2014. 5 STJ, AgRg no REsp 1141788 / RS, Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, 6ª Turma, DJe 24/11/2014. Página 160 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul. Vale frisar que o segurado facultativo, após a cessação do benefício por incapacidade e salário-maternidade, terá o período de graça pelo prazo de doze meses (IN INSS 45/2010, art. 10, §8º 77/2015, art. 137, § 7º). Ou seja, enquanto o segurado facultativo estiver recebendo salário-maternidade ou benefício por incapacidade (auxílio-doença, por exemplo), ele mantém a qualidade de segurado com base no inciso I do art. 15 da Lei 8.213/91. Após o término do benefício por incapacidade desses benefícios, ele ainda manterá a qualidade de segurado, independentemente de contribuições, por mais doze meses. O segurado obrigatório que, durante o gozo de período de graça de 12, 24 ou 36 meses, conforme o caso, se filiar ao RGPS na categoria de facultativo, ao deixar de contribuir nesta última, terá direito de usufruir o período de graça de sua condição anterior, se mais vantajoso (IN INSS 77/2015, art. 137, § 8º). O segurado obrigatório que, durante o período de manutenção da qualidade de segurado decorrente de percepção do benefício por incapacidade, salário maternidade ou da condição de detido ou recluso, se filiar ao RGPS na categoria de facultativo, terá direito de usufruir do período de graça decorrente da sua condição anterior, se mais vantajoso (IN INSS 77/2015, art. 137, §9º). 2 Direitos preservados durante o período de graça Página 180 – Acrescentar o azul. Benefício Carência Aposentadoria por idade, por tempo de contribuição, especial e da pessoa com deficiência. Em regra, 180 contribuições mensais. Aposentadoria por invalidez e auxílio-doença. Em regra, 12 contribuições mensais. Salário-maternidade. Para as seguradas contribuinte individual, especial e facultativa: 10 contribuições mensais. Pensão por morte. Em regra, 24 contribuições mensais. Auxílio-reclusão. 24 contribuições mensais. Página 181 – Acrescentar o azul. Em se tratando de aposentadoria por invalidez e auxílio-doença, para que haja a dispensa da carência, não é necessário que o acidente seja acidente de trabalho. A lei refere-se a acidente de qualquer natureza ou causa. Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos ou biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa. De acordo com o art. 80 da Lei 8.213/91, o auxílio-reclusão será devido nas mesmas condições da pensão por morte. Assim, as regras relativas à pensão por morte, no que couber, também serão aplicadas ao auxílio-reclusão, inclusive quanto à carência. Na redação original do art. 26, I, da Lei 8.213/91, independiade carência a concessão de pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente. Mas na redação que a Medida Provisória 664/2014 deu a esse dispositivo, o texto ficou da seguinte forma: Lei 8.213/91 Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - salário-família e auxílio-acidente; [...] Assim, diante da alteração promovida pela Medida Provisória 664/2014, além da pensão por morte, o auxílio-reclusão também passou a exigir carência de 24 contribuições mensais (Lei 8.213/91, art. 25, IV; art. 26, I; art. 80). Mas vale frisar que a pensão por morte independe de carência nos casos: I - em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez; e II - de acidente do trabalho e doença profissional ou do trabalho. Ou seja, na pensão por morte, a carência não será exigida se na data do óbito do segurado ele estava em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez (Lei 8.213/91, art. 25, IV) ou se o óbito do segurado for decorrente de acidente do trabalho, doença profissional ou doença do trabalho (Lei 8.213/91, art. 26, VII). 1.1.4 Perda da qualidade de segurado Página 194 – Alterar o verde ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé. 1.3 Limites da renda mensal do benefício A regra é que a renda mensal do benefício não terá valor inferior ao do salário mínimo (hoje, R$788,00), nem superior ao limite máximo do salário de contribuição (hoje, R$4.663,75), respeitados os direitos adquiridos. 6 Página 199 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé. Os benefícios do RGPS serão reajustados na mesma data de reajuste do salário 6 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. mínimo, mas não necessariamente pelo mesmo índice de reajuste do salário mínimo. Em janeiro de 2015, por exemplo, os benefícios do RGPS foram reajustados em 6,23% (Portaria MPS/MF 13/2015), enquanto o salário mínimo foi reajustado em 8,84% (Decreto 8.381/2014). Página 207 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul. A aposentadoria por invalidez é um benefício provisório, pois o segurado pode, em certos casos, recuperar-se. Por isso, o segurado aposentado por invalidez está obrigado, a qualquer tempo, independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos (Lei 8.213/91, art. 101). Os exames médico-periciais serão realizados bienalmente (RPS, art. 86, parágrafo único). No entanto, o aposentado por invalidez estará isento desses exames após completar 60 anos de idade. Mas a referida isenção não se aplica quando o exame tem as seguintes finalidades: I - verificar a necessidade de assistência permanente de outra pessoa para a concessão do acréscimo de 25% sobre o valor do benefício, conforme dispõe o art. 45 da Lei 8.213/91; II - verificar a recuperação da capacidade de trabalho, mediante solicitação do aposentado que se julgar apto; III - subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela, conforme dispõe o art. 110 da Lei 8.213/91. O Estatuto do Idoso assegura ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde – SUS, para expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária (Lei 10.741/2003, art. 15, §6º). Página 211 – Alterar o verde II. Quando não for precedida de auxílio-doença: a) Para o segurado empregado: a contar do 31º dia do afastamento da atividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 45 dias; e Página 212 – Alterar o verde; Acrescentar o azul. Durante os primeiros 30 dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário integral (Lei 8.213/91, art. 43, § 2º). Página 215 – Alterar o verde Data do início do benefício I. Precedida de auxílio-doença – dia imediato ao da cessação do auxílio-doença. II. Não precedida de auxílio-doença: a) para o segurado empregado: a contar do 31º dia do afasta- mento da atividade ou a partir da data da entrada do reque- rimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 45 dias; e b) para os demais segurados: a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias. Página 265 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul. 2.6 Auxílio-doença O auxílio-doença será devido ao segurado que, após cumprida, quando for o caso, a carência exigida, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos (RPS, art. 71). De acordo com o art. 60 da Lei 8.213/91, o auxílio-doença será devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou sua atividade habitual, desde que cumprido, quando for o caso, o período de carência: I - ao segurado empregado, a partir do trigésimo primeiro dia do afastamento da atividade ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e a data de entrada do requerimento decorrerem mais de quarenta e cinco dias; e II - aos demais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data de entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de trinta dias. Durante os primeiros trinta dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença ou de acidente de trabalho ou de qualquer natureza, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral (Lei 8.213/91, art. 60, § 3º). 2.6.1 Requerimento Em regra, o auxílio-doença é requerido pelo próprio segurado. Todavia, é facultado à empresa protocolar requerimento de auxílio-doença ou documento dele originário de seu empregado ou de contribuinte individual a ela vinculado ou a seu serviço, na forma estabelecida pelo INSS (RPS, art. 76-A). A empresa que adotar este procedimento terá acesso às decisões administrativas a ele relativas (RPS, art. 76-A, parágrafo único). 2.6.2 Verificação da incapacidade A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada através de exame realizado pela perícia médica do INSS. No entanto, o INSS a seu critério e sob sua supervisão, poderá, na forma do regulamento, realizar perícias médicas: I - por convênio ou acordo de cooperação técnica com empresas; e II - por termo de cooperação técnica firmado com órgãos e entidades públicos, especialmente onde não houver serviço de perícia médica do INSS. O segurado em gozo de auxílio-doença está obrigado, independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão desangue, que são facultativos (RPS, art. 77). Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, for aposentado por invalidez (Lei 8.213/91, art. 62). Páginas 268 a 270 – Acrescentar o azul; Excluir o Vermelho; Alterar o verde. Para o segurado filiado à Previdência Social até 28/11/99, véspera da publicação da Lei 9.876/99, só serão considerados para o cálculo do salário de benefício os salários de contribuição referentes às competências de julho de 1994 em diante. As competências anteriores a julho de 1994 são, assim, desprezadas para efeito do cálculo do salário de benefício. O auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários-de-contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de doze, a média aritmética simples dos salários-de-contribuição existentes (Lei 8.213/91, art. 29, § 10). Para o segurado especial, a renda mensal do auxílio-doença é de um salário mínimo. Todavia, caso o segurado especial tenha optado por contribuir, facultativamente, com a alíquota de 20% sobre o salário de contribuição, a renda mensal do benefício será calculada de forma igual à aplicada para os demais segurados. 2.6.8 Data de início do benefício O auxílio-doença será devido: I. Quando requerido até o 30º dia do afastamento da atividade: a) para o segurado empregado: a contar do 16º dia do afastamento da atividade; b) para os demais segurados: a contar da data do início da incapacidade. II. quando requerido após o 30º dia do afastamento da atividade: a contar da data de entrada do requerimento, para todos os segurados. I - ao segurado empregado, a partir do 31º dia do afastamento da atividade ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e a data de entrada do requerimento decorrerem mais de 45 dias; e II - aos demais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data de entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias. Saliente-se que o auxílio-doença somente é devido quando o segurado fica incapacitado para o exercício de suas atividades habituais por mais de 15 dias. Se ficar afastado por período inferior, não terá direito a benefício previdenciário algum. Mas se ficar incapacitado por mais de 15 dias, tratando-se de segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, especial ou facultativo, o benefício será pago a contar da data do início da incapacidade, desde que seja requerido até o 30º dia do afastamento. Nesse caso, o benefício retroage para a data de início da incapacidade. Tratando-se de segurado empregado, se requerido até o 45º dia do afastamento, o auxílio-doença será devido a contar do 31º dia do afastamento da atividade. É assim porque durante os primeiros 30 dias consecutivos de afasta- mento da atividade por motivo de doença ou de acidente de trabalho ou de qualquer natureza, incumbe caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral (Lei 8.213/91, art. 60, § 3º). Quando o auxílio-doença for requerido pelo empregado após o 45º dia do afastamento, o benefício será devido a contar da data do requerimento. Para os demais segurados, se requerido até o 30º dia do afastamento, o auxílio-doença será devido a partir da data do início da incapacidade. Quando requerido após o 30º dia do afastamento, o benefício será devido a contar da data do requerimento. Porém, quando o auxílio-doença for requerido após o 30º dia do afastamento, o benefício será devido a contar da data do requerimento, independentemente da espécie do segurado. Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ: Previdenciário e Processual Civil. Embargos de declaração no agravo regimental no agravo de instrumento. Ocorrência de erro material. Acolhi- mento dos embargos de declaração e reexame do agravo regimental. Termo inicial do auxílio-doença. Segurado empregado. Data da entrada do requeri- mento administrativo. Agravo desprovido. [...] 2. Nos termos do art. 60, §1º da Lei nº 8.213/91, para o segurado empregado, a data de início do auxílio-doença é a do décimo sexto dia do afastamento da atividade, quando requerido até 30 dias após o afastamento da atividade, ou na data da entrada do requerimento administrativo, quando requerido após aquele prazo, como no presente caso. 3. Embargos de Declaração acolhidos para sanar o erro material mencionado e negar provimento ao Agravo Regimental. 7 Quando o empregado acidentado não se afastar do trabalho no dia do acidente, os 30 dias de responsabilidade da empresa pela sua remuneração integral são contados a partir da data do afastamento. Cabe à empresa que dispuser de serviço médico próprio ou em convênio o exame médico e o abono das faltas correspondentes aos primeiros 30 dias de afastamento. A empresa somente deverá encaminhar o segurado à perícia médica da Previdência Social quando a incapacidade ultrapassar 30 dias (Lei 8.213/91, art. 60, § 4º). Quando a incapacidade ultrapassar 15 dias consecutivos, o segurado será encaminhado à perícia médica do INSS. Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de 60 dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do paga- mento relativo aos 15 primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso. Na situação aqui prevista, é necessário que o novo benefício seja decorrente da mesma doença. Assim, se o empregado retornar de um auxílio-doença e, dentro de 60 dias, iniciar outro auxílio-doença decorrente de outra doença, a empresa será obrigada a pagar os 15 7 STJ, EDcl no AgRg no Ag 883266/RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 12/04/2010. primeiros dias de afastamento. A empresa também ficará responsável pelo pagamento dos 15 primeiros dias quando o segundo afastamento (decorrente da mesma ou de outra doença) iniciar após 60 dias da cessação do auxílio-doença anterior. Se o segurado empregado, por motivo de doença, afastar-se do trabalho durante 15 dias, retornando à atividade no 16º dia, e se dela voltar a se afastar dentro de 60 dias desse retorno, em decorrência da mesma doença, fará jus ao auxílio-doença a partir da data do novo afastamento. Se o retorno à atividade tiver ocorrido antes de 15 dias do afastamento, o segurado fará jus ao auxílio-doença a partir do dia seguinte ao que completar aquele período. Exemplo: Tarcísio, empregado da empresa Delta S.A., ficou afastado de suas atividades durante 10 dias, em razão de problemas renais. Um mês após ter voltado às atividades, ficou incapacitado para o trabalho por mais 20 dias, em decorrência da mesma doença. Neste caso, o auxílio-doença será devido a contar do 6º dia do segundo afastamento, ficando os 5 primeiros dias a cargo da empresa. No exemplo supra, se o primeiro afastamento de Tarcísio tivesse sido por 15 dias, o auxílio-doença seria devido a partir do primeiro dia do segundo afastamento.Ressalte-se, contudo, que o novo afastamento deve ocorrer dentro de 60 dias contados da data do retorno do primeiro afastamento. 2.6.9 Cessação do benefício Página 272 – Excluir o vermelho; acrescentar o azul. 2.6.12 Situação trabalhista do empregado Durante os primeiros quinze trinta dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral (Lei 8.213/91, art. 60, §3º). Assim, neste período, ocorre a interrupção do contrato de trabalho. A partir do décimo sexto 31º dia do afastamento da atividade, o segurado empregado em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa como licenciado (Lei 8.213/91, art. 63). Assim, neste caso, ocorre a suspensão do contrato de trabalho, pois não há pagamento de salário pela empresa. De acordo com o disposto no art. 118 da Lei 8.213/91, “o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente”. Fato gerador Incapacidade temporária para o trabalho ou para a atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. Início do benefício I. Quando requerido até o 30º dia do afastamento da atividade: a) para o segurado empregado: a contar do 16º dia do afastamento da atividade; b) para os demais segurados: a contar da data do início da incapacidade. II. Quando requerido após o 30º dia do afastamento da atividade: a contar da data de entrada do requerimento, para todos os segurados. I - ao segurado empregado, a partir do 31º dia do afastamento da atividade ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e a data de entrada do requerimento decorrerem mais de 45 dias; e II - aos demais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data de entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias. Página 282 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado e ao trabalhador avulso que tenham salário-de-contribuição inferior ou igual a R$1.089,72, 8 na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados de qualquer condição, até 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade (RPS, arts. 81 e 83). Página 283 – Alterar o verde. Os R$ 360,00 citados pela art. 13 da EC 20, corrigidos pelos mesmos índices de reajuste aplicados aos demais benefícios do RGPS, correspondem, atualmente, a R$1.089,72. Página 285 – Alterar o verde. I - R$37,18, para o segurado com remuneração mensal não superior a R$725,02; e II - R$26,20, para o segurado com remuneração mensal superior a R$725,02 e igual ou inferior a R$1.089,72. Os valores acima são os vigentes a partir de 1º/01/2015, de acordo com a Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. Esses valores são corrigidos na mesma data e pelo mesmo índice de correção dos demais benefícios do RGPS. Como se vê, os segurados que tenham remuneração mensal superior a R$1.089,72 não têm direito ao salário-família. Para fins de reconhecimento do direito ao salário-família, considera-se remuneração mensal do segurado o valor total do respectivo salário-de-contribuição, 8 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. ainda que resultante da soma dos salários-de-contribuição correspondentes a atividades simultâneas (Portaria MPS/MF 13/2015, art. 4º, § 1º). O direito à cota do salário-família é definido em razão da remuneração que seria devida ao empregado no mês, independentemente do número de dias efetivamente trabalhados (Portaria MPS/MF 13/2015, art. 4º, § 2º). Todas as importâncias que integram o salário-de-contribuição serão consideradas como parte integrante da remuneração do mês, exceto o 13º salário e o adicional de férias previsto no inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal, para efeito de definição do direito à cota de salário-família (Portaria MPS/MF 13/2015, art. 4º, § 3º). Página 286 – Alterar o verde. Exemplo: Maria e Joaquim, empregados da empresa Beta S.A., são casados e têm, em comum, quatro filhos: Mateus (16 anos de idade), Marcos (12 anos), Lucas (8 anos) e João (4 anos). A remuneração mensal de Maria é R$800,00, e a de Joaquim, R$900,00. Neste caso, Maria receberá três cotas de salário-família, sendo R$26,20 o valor de cada cota, perfazendo um total de R$78,60. Joaquim também receberá três cotas, sendo R$26,20 o valor de cada cota, perfazendo um total de R$78,60. Note-se que, apesar da existência de quatro filhos, cada um dos segurados só terá direito a três cotas de salário-família, pois o primeiro filho (Mateus) já tem mais de 14 anos de idade. No exemplo supra, a empresa Beta S.A. pagará, a título de salário-família, um valor total de R$157,20 (que corresponde a 78,60 + 78,60). Quando a empresa Beta S.A. for recolher as contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração dos segurados que lhes prestam serviço, terá o direito de se reembolsar desse valor despendido com o pagamento de salário-família. O salário-família do trabalhador avulso independe do número de dias trabalhados no mês, devendo o seu pagamento corresponder ao valor integral da cota (RPS, art. 82, § 2º). Já para o empregado, a cota do salário-família é devida proporcionalmente aos dias trabalhados nos meses de admissão e demissão (Portaria MPS/MF 13/2015, art. 4º, § 4º). Página 289 – Alterar o verde. O restante da tabela permanece como está. Quadro Resumo – Salário-família Fato gerador Ser segurado de baixa renda (SC de até R$1.089,72); e Ter filho (ou equiparado) até 14 anos de idade ou inválido. Beneficiário s a) Segurado empregado e trabalhador avulso; b) Aposentado por invalidez ou por idade; e c) Demais aposentados a partir dos 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos de idade, se mulher. Carência Não é exigida. Renda mensal Uma cota em relação a cada filho (ou equiparado) até 14 anos de idade ou inválido. O valor da cota é de: I - R$37,18, para o segurado com remuneração mensal não superior a R$725,02; e II - R$26,20, para o segurado com remuneração mensal superior a R$725,02 e igual ou inferior a R$1.089,72. Página 304 – Acrescentar o azul. ATENÇÃO: acrescentar também a nota de rodapé. Segundo entendimento do STJ, no que diz respeito ao termo inicial da pensão por morte, o dependente absolutamente incapaz tem direito ao benefício no período compreendido entre o óbito do segurado e a data do pedido administrativo. Também conforme o STJ, a pensão por morte será devida ao dependente menor de dezoito anos desde a data do óbito, ainda que tenha requerido o benefício passados mais de trinta dias após completar dezesseis anos. De acordo com o inciso II do art. 74 da Lei 8.213/1991, a pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data do requerimento, caso requerida após trinta dias do óbito. Entretanto, o art. 79 da referida lei dispõe que tanto o prazo de decadência quanto o prazo de prescrição são inaplicáveis ao “pensionistamenor”. A menoridade de que trata esse dispositivo só desaparece com a maioridade, nos termos do art. 5º do CC — segundo o qual "A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil" —, e não aos dezesseis anos de idade. Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ: “PREVIDÊNCIA SOCIAL. PENSIONISTA MENOR. INÍCIO DO BENEFÍCIO. A expressão 'pensionista menor', de que trata o art. 79 da Lei nº 8.213, de 1990, identifica uma situação que só desaparece aos dezoito anos de idade, nos termos do art. 5º do Código Civil. Recurso especial provido para que o benefício seja pago a contar do óbito do instituidor.” 9 O STJ também tem entendido que a pensão por morte, cujo fato gerador tenha ocorrido antes da vigência da Lei 8.213/91, é devida a partir do óbito do instituidor da pensão, independentemente de ter sido requerido tardiamente, ressalvando-se, contudo, a prescrição quinquenal. 10 Página 306 – Acrescentar o azul. ATENÇÃO: acrescentar também as notas de rodapé. III. o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou 9 STJ, REsp 1405909 / AL, Rel. Min. SÉRGIO KUKINA, 1ª Turma, DJe 09/09/2014. 10 AgRg no REsp 1181655/RS, Rel. Min. Haroldo Rodrigues, 6ª T., DJe 30/08/2010. relativamente incapaz, assim declarado judicialmente (classe III). Não terá direito à pensão por morte o condenado pela prática de crime doloso de que tenha resultado a morte do segurado (Lei 8.213/91, art. 74, § 1º). O cônjuge, companheiro ou companheira não terá direito ao benefício da pensão por morte se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido há menos de dois anos da data do óbito do instituidor do benefício, salvo nos casos em que: I - o óbito do segurado seja decorrente de acidente posterior ao casamento ou ao início da união estável; ou II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por doença ou acidente ocorrido após o casamento ou início da união estável e anterior ao óbito. A existência de dependente de qualquer das classes exclui do direito às prestações os das classes seguintes (Lei 8.213/91, art. 16, §1º). Assim, existindo algum dependente da classe I, os das classes II e III não terão direito à pensão por morte. Os dependentes da classe III só terão direito à pensão por morte se não houver dependentes das classes I ou II. Por isso, os pais (classe II) ou irmãos (classe III) deverão, para fins de concessão da pensão por morte, comprovar a inexistência de dependentes preferenciais, mediante declaração firmada perante o INSS (RPS, art. 24). [...] A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data da inscrição ou habilitação (Lei 8.213/91, art. 76). Seguindo essa linha de raciocínio, o STJ decidiu que a viúva que vinha recebendo a totalidade da pensão por morte de seu marido não deve pagar ao filho posteriormente reconhecido em ação de investigação de paternidade a quota das parcelas auferidas antes da habilitação deste na autarquia previdenciária, ainda que a viúva, antes de iniciar o recebimento do benefício, já tivesse conhecimento da existência da ação de investigação de paternidade. Confira o julgado: RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. PENSÃO POR MORTE. TERMO INICIAL. MENOR ABSOLUTAMENTE INCAPAZ. DATA DO ÓBITO. TEMPUS REGIT ACTUM. PLURALIDADE DE PENSIONISTAS. RATEIO DO BENEFÍCIO. RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE POST MORTEM. RECEBIMENTO DE VALORES PELA VIÚVA, PREVIAMENTE HABILITADA. INEXISTÊNCIA DE MÁ-FÉ. PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE DAS VERBAS PREVIDENCIÁRIAS. 1. A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é a vigente na data do óbito do segurado (tempus regit actum). 2. Aplica-se o art. 74 da Lei de Benefícios, na redação vigente à época da abertura da sucessão (saisine), motivo pelo qual o termo inicial da pensão por morte é a data do óbito. 3. Havendo mais de um pensionista, a pensão por morte deverá ser rateada entre todos, em partes iguais, visto ser benefício direcionado aos dependentes do segurado, visando à manutenção da família. 4. Antes do reconhecimento da paternidade, seja espontâneo, seja judicial, o vínculo paterno consiste em mera situação de fato sem efeitos jurídicos. Com o reconhecimento é que tal situação se transforma em relação de direito, tornando exigíveis os direitos subjetivos do filho. 5. Ainda que a sentença proferida em ação de investigação de paternidade produza efeitos ex tunc, há um limite intransponível: o respeito às situações jurídicas definitivamente constituídas. 6. O mero conhecimento sobre a existência de ação de investigação de paternidade não é suficiente para configurar má-fé dos demais beneficiários anteriormente habilitados no recebimento de verbas previdenciárias e afastar o princípio da irrepetibilidade de tais verbas. 7. A filiação reconhecida em ação judicial posteriormente ao óbito do instituidor do benefício configura a hipótese de habilitação tardia prevista no art. 76 da Lei n. 8.213/1991. 8. Recurso especial conhecido e provido. 11 O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão de alimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes da classe I (Lei 8.213/91, art. 76, §2º). A respeito deste tema, o STJ tem um entendimento mais favorável à mulher divorciada ou separada judicialmente. De acordo Página 308 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul. O pensionista inválido está obrigado, independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos (RPS, art. 109) (Lei 8.213/91, art. 101). No entanto, o pensionista inválido estará isento desses exames após completar 60 anos de idade. Mas a referida isenção não se aplica quando o exame tem as seguintes finalidades: I - verificar a recuperação da capacidade de trabalho, mediante solicitação do pensionista que se julgar apto; II - subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela, conforme dispõe o art. 110 da Lei 8.213/91. No caso de dependente (filho ou irmão) com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, para fins de inscrição e concessão da pensão por morte, não há necessidade de realização de perícia médica. Para tal fim, a declaração judicial já é suficiente. Página 311 a 313 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul; Alterar o verde. ATENÇÃO: Excluir também a NOTA DE RODAPÉ. 2.10.4 Carência 11 STJ, REsp 990549 / RS,Rel. Min. RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, 3ª Turma, DJe 01/07/2014. A concessão da pensão por morte independe de carência (Lei 8.213/91, art. 26, I). Em regra, a carência da pensão por morte é de 24 contribuições mensais. Mas esse benefício independe de carência nos casos: I - em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez; e II - de acidente do trabalho e doença profissional ou do trabalho. Ou seja, na pensão por morte, a carência não será exigida se na data do óbito do segurado ele estava em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez (Lei 8.213/91, art. 25, IV) ou se o óbito do segurado for decorrente de acidente do trabalho, doença profissional ou doença do trabalho (Lei 8.213/91, art. 26, VII). 2.10.5 Renda mensal inicial O valor mensal da pensão por morte será de 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, acrescido de tantas cotas individuais de 10% do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de cinco (Lei 8.213/91, art. 75). A cota individual cessa com a perda da qualidade de dependente (Lei 8.213/91, art. 75, § 1º). O valor mensal da pensão por morte será acrescido de mais uma cota individual de 10% (uma cota extra), rateada entre os dependentes, no caso de haver filho do segurado ou pessoa a ele equiparada, que seja órfão de pai e mãe na data da concessão da pensão ou durante o período de manutenção desta, observado o seguinte: I - o limite máximo de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento; II - essa cota extra de 10% cessará quando esse filho órfão se emancipar ou completar 21 anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; III - o acréscimo dessa cota extra de 10% não será aplicado quando for devida mais de uma pensão aos dependentes do segurado (Lei 8.213/91, art. 75, § 3º). Se o segurado falecido já era aposentado, a renda mensal inicial da pensão por morte será de 100% do os percentuais acima serão aplicados sobre o valor da aposentadoria que ele recebia. Mas se o segurado não era aposentado, o valor da pensão por morte será de 100% do tais percentuais serão aplicados sobre o valor da aposentadoria que ele teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento. Vale dizer, se o segurado falecido não era aposentado, para efeito de cálculo da pensão por morte, utiliza-se a mesma regra de cálculo da aposentadoria por invalidez, que corresponde a 100% do salário de benefício. Em outras palavras, podemos dizer que, nesse caso, os referidos percentuais incidirão sobre o salário-de-benefício. Esse salário-de-benefício será calculado da mesma forma daquele usado para fins de cálculo da aposentadoria por invalidez. O seja, esse salário-de-benefício consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo. Na redação original do art. 75 da Lei 8.213/91, o valor da pensão por morte era 80% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou a que teria direito, se estivesse aposentado na data do seu falecimento, mais tantas parcelas de 10% do valor da mesma aposentadoria quantos forem os seus dependentes, até o máximo de 2 (duas). A Lei 9.032/95 fixou a pensão por morte em 100% do salário de benefício. A atual regra de cálculo foi instituída pela Lei 9.528/97. Diante das diversas mudanças nas regras de cálculo, saliente-se que “a lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado” (Súmula 340 do STJ). Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STF: Ementa: Recurso extraordinário. Interposto pelo INSS, com fundamento no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, em face de Acórdão de turma recursal dos juizados especiais federais. Benefício previdenciário: pensão por morte (Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995). 1. No caso concreto, a recorrida é pensionista do INSS desde 04/10/1994, recebendo através do benefício nº 055.419.615-8, aproximadamente o valor de R$ 948,68. Acórdão recorrido que determinou a revisão do benefício de pensão por morte, com efeitos financeiros correspondentes à integralidade do salário de benefícios da previdência geral, a partir da vigência da Lei nº 9.032/1995. 2. Concessão do referido benefício ocorrida em momento anterior à edição da Lei nº 9.032/1995. No caso concreto, ao momento da concessão, incidia a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. (...) 15. Salvo disposição legislativa expressa e que atenda à prévia indicação da fonte de custeio total, o benefício previdenciário deve ser calculado na forma prevista na legislação vigente à data da sua concessão. A Lei nº 9.032/1995 somente pode ser aplicada às concessões ocorridas a partir de sua entrada em vigor. 16. No caso em apreço, aplica-se o teor do art. 75 da Lei nº 8.213/1991 em sua redação ao momento da concessão do benefício à recorrida. 17. Recurso conhecido e provido para reformar o acórdão recorrido. 12 A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos, em parte iguais (Lei 8.213/91, art. 77). Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar, mas sem o acréscimo da correspondente cota individual de dez por cento (Lei 8.213/91, art. 77, §1º). Exemplo 1: João, segurado do RGPS, faleceu, deixando sua esposa, Maria, e dois filhos não emancipados menores de 21 anos. Neste caso, cada um dos dependentes receberá 1/3 do valor total da pensão por morte. Quando o filho mais velho completar 21 anos (ou, se antes disso, morrer ou emancipar-se), a sua parte na pensão reverterá em favor dos demais dependentes, que passarão a receber (cada um) 1/2 do valor total da pensão. Quando o segundo filho completar 21 anos (ou, se antes disso, morrer ou emancipar-se), a pensão passará a ser recebida, integralmente, por Maria (esposa do segurado falecido). Quando Maria morrer, o benefício será encerrado. João, segurado aposentado pelo RGPS, era casado com Maria há 10 anos. Eles tinham dois filhos em comum: Aninha com 17 anos de idade e Pedrinho com 20 12 STF, RE 415454/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, Órgão Julgador: Tribunal Pleno, DJ 26/10/2007. anos de idade. João recebia uma aposentadoria no valor de R$3.000,00. O segurado faleceu em abril de 2015. Nesse caso, o valor global da pensão por morte será R$2.400,00 (80% da aposentadoria que o segurado recebia), pois há três dependentes (Maria, Aninha e Pedrinho). Inicialmente, a parte individual de cada dependente será R$800,00. Mas em 1º de agosto de 2015 Pedrinho completa 21 anos de idade. Nesse caso, a partir de agosto de 2015, o valor global da pensão por morte seráR$2.100,00 (70% da aposentadoria que o segurado recebia), pois agora só há dois dependentes com direito ao benefício (Maria e Aninha). A partir de agosto de 2015, a parte individual de cada dependente será R$1.050,00. Exemplo 2: Pedro é segurado obrigatório do RGPS. Há sete anos, Maria divorciou-se de Pedro, passando a receber uma pensão alimentícia equivalente a 10% do salário de Pedro. Posteriormente, Pedro, que há três anos se encontrava em união estável com Lúcia, sem ter filhos de ambos os relacionamentos, faleceu. Nessa situação, Maria e Lúcia terão direito à pensão por morte, que cujo valor global corresponderá a 70% do salário-de-benefício e será dividida em partes iguais. Ocorrendo a morte de uma das beneficiárias, a outra passará a receber a pensão por morte de forma integral no valor de 60% do salário-de-benefício. Observa-se que não existe nenhuma relação entre o valor da pensão alimentícia que Maria recebia com o valor da pensão por morte que ela passou a receber após o óbito de Pedro. O fato de Maria ser beneficiária de pensão alimentícia apenas assegura o direito ao recebimento da pensão por morte. Vale dizer, havendo mais de um dependente com direito ao benefício, a divisão das cotas da pensão por morte ocorrerá sempre em partes iguais. Páginas 314 e 315 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul. IV. pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais biológicos (RPS, art. 114, IV). Todavia, a pensão não cessará quando o cônjuge ou companheiro adota o filho do outro (RPS, art. 114, § 2º). V. pelo decurso do prazo de recebimento de pensão pelo cônjuge, companheiro ou companheira, nos termos do § 5º do art. 77 da Lei 8.213/91. De acordo com o § 5º do art. 77 da Lei 8.213/91, o tempo de duração da pensão por morte devida ao cônjuge, companheiro ou companheira, inclusive na hipótese de que trata o § 2º do art. 76, será calculado de acordo com sua expectativa de sobrevida no momento do óbito do instituidor segurado, conforme tabela abaixo: Expectativa de sobrevida à idade x do cônjuge, companheiro ou companheira, em anos (E(x)) Duração do benefício de pensão por morte (em anos) 55 < E(x) 3 50 < E(x) ≤ 55 6 45 < E(x) ≤ 50 9 40 < E(x) ≤ 45 12 35 < E(x) ≤ 40 15 E(x) ≤ 35 vitalícia A expectativa de sobrevida será obtida a partir da Tábua Completa de Mortalidade — ambos os sexos — construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE, vigente no momento do óbito do segurado instituidor. Apenas para termos uma ideia a respeito dessa tábua e podermos elaborar alguns exemplos, relacionamos abaixo algumas idades com suas respectivas expectativas de sobrevida: Tábua de expectativa de vida – IBGE 2013 – ambos os sexos Idade exata Expectativa de vida Idade exata Expectativa de vida 21 anos 55,8 anos 35 anos 43,0 anos 22 anos 54,9 anos 36 anos 42,1 anos 23 anos 54,0 anos 37 anos 41,2 anos 24 anos 53,1 anos 38 anos 40,3 anos 25 anos 52,2 anos 39 anos 39,4 anos 26 anos 51,3 anos 40 anos 38,5 anos 27 anos 50,4 anos 41 anos 37,6 anos 28 anos 49,4 anos 42 anos 36,7 anos 29 anos 48,5 anos 43 anos 35,8 anos 30 anos 47,6 anos 44 anos 35,0 anos 31 anos 46,7 anos 45 anos 34,1 anos Exemplo: Joaquim recebe aposentadoria paga pelo RGPS no valor de R$2.000,00. Ele é casado com Maria há três anos. Joaquim faleceu em março de 2015 e Maria é sua única dependente. Nesse caso, o valor mensal da pensão por morte que será recebida por Maria é de R$1.200,00 (60% da aposentadoria que o segurado recebia). Por quantos anos Maria terá direito de receber a referida pensão por morte? Se na data do óbito de Joaquim Maria tivesse, por exemplo: a) 21 anos de idade, sua expectativa de sobrevida seria de 55,8 anos. Nesse caso, ela teria direito de receber a pensão por morte durante 3 anos. b) 25 anos de idade, sua expectativa de sobrevida seria de 52,2 anos. Nesse caso, ela teria direito de receber a pensão por morte durante 6 anos. c) 30 anos de idade, sua expectativa de sobrevida seria de 47,6 anos. Nesse caso, ela teria direito de receber a pensão por morte durante 9 anos. d) 35 anos de idade, sua expectativa de sobrevida seria de 43 anos. Nesse caso, ela teria direito de receber a pensão por morte durante 12 anos. e) 40 anos de idade, sua expectativa de sobrevida seria de 38,5 anos. Nesse caso, ela teria direito de receber a pensão por morte durante 15 anos. f) 45 anos de idade, sua expectativa de sobrevida seria de 34,1 anos. Nesse caso, a pensão por morte de Maria seria vitalícia. O cônjuge, o companheiro ou a companheira considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por acidente ou doença ocorrido entre o casamento ou início da união estável e a cessação do pagamento do benefício, terá direito à pensão por morte vitalícia (Lei 8.213/91, art. 77, § 7º). A parte individual da pensão do dependente (filho ou irmão) com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, que exerça atividade remunerada, será reduzida em 30%, devendo ser integralmente restabelecida em face da extinção da relação de trabalho ou da atividade empreendedora (Lei 8.213/91, art. 77, §4º). O valor dessa redução de 30% não reverterá para os demais dependentes (IN INSS 77/2015, art. 375, § 8º). 2.10.7 Cessação do benefício Com a extinção da cota do último pensionista, a pensão por morte será encerrada (Lei 8.213/91, art. 77, §3º). Exemplo: Em razão da morte de Ana, que era segurada do RGPS, Francisco (esposo de Ana) e Antônio (filho de Ana) passaram a receber pensão por morte. Sebastiana (mãe de Ana) dependia economicamente de sua filha, mas não teve direito à pensão por morte, pois era dependente da classe II. Quando Antônio completar 21 anos (ou, se antes disso, morrer ou emancipar-se), a sua parte na pensão reverterá em favor de seu pai (Francisco). Quando Francisco morrer, a pensão será encerrada. Note-se que, com a morte de Francisco, a pensão não reverterá em favor de Sebastiana, pois esta depen- dente já foi excluída à época do óbito. No caso de morte presumida, verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão cessa imediatamente, ficando os dependentes desobrigados da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé (Lei 8.213/91, art. 78, §2º). Note-se que, neste caso, o pagamento da pensão por morte de todos os dependentes cessará na mesma data. Página 316 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul; Alterar o verde. ATENÇÃO: o restante da tabela permanece sem alteração. Carência Não é exigida. Em regra, 24 contribuições mensais. Independe de carência nos casos: (I) em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez; e (II) de acidente do trabalho e doença profissional ou do trabalho. Renda mensal 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, acrescido de tantas cotas individuaisde 10% do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de cinco. Cessação do pagamento da cota individual a) Pela morte do pensionista; b) Para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; c) Para o pensionista inválido pela cessação da invalidez e para o pensionista com deficiência intelectual ou mental, pelo levantamento da interdição; d) Pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais biológicos; e) pelo decurso do prazo de recebimento de pensão pelo cônjuge, companheiro ou companheira. Páginas 316 a 318 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé. O inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, na redação dada pela EC 20/98, restringiu a concessão do auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda. De acordo com o art. 13 da Emenda Constitucional nº 20/98, “até que a lei discipline o acesso ao salário-família e auxílio-reclusão para os servidores, segurados e seus dependentes, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 360,00, que, até a publicação da lei, serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social”. Os R$ 360,00 citados pela art. 13 da EC 20, corrigidos pelos mesmos índices de reajuste aplicados aos demais benefícios do RGPS, correspondem, atualmente, a R$1.089,72. 13 [...] Assim, para que os dependentes tenham direito ao auxílio-reclusão é necessário que o segurado: a) Tenha sido recolhido à prisão; b) Não receba remuneração da empresa; c) Não esteja em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço; e d) Desde que o seu último salário de contribuição seja igual ou inferior a R$1.089,72. O STJ tem entendido ser possível a concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do segurado que recebia salário de contribuição pouco superior ao limite estabelecido como critério de baixa renda pela legislação da época de seu 13 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. encarceramento. Nesse sentido, confira o seguinte julgado: RECURSO ESPECIAL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. POSSIBILIDADE DE FLEXIBILIZAÇÃO DO CRITÉRIO ECONÔMICO ABSOLUTO PREVISTO NA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PREVALÊNCIA DA FINALIDADE DE PROTEÇÃO SOCIAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. RECURSO ESPECIAL DO INSS A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O benefício de auxílio-reclusão destina-se diretamente aos dependentes de segurado que contribuía para a Previdência Social no momento de sua reclusão, equiparável à pensão por morte; visa a prover o sustento dos dependentes, protegendo-os nesse estado de necessidade. 2. À semelhança do entendimento firmado por esta Corte, no julgamento do Recurso Especial 1.112.557/MG, Representativo da Controvérsia, onde se reconheceu a possibilidade de flexibilização do critério econômico definido legalmente para a concessão do Benefício Assistencial de Prestação Continuada, previsto na LOAS, é possível a concessão do auxílio-reclusão quando o caso concreto revela a necessidade de proteção social, permitindo ao Julgador a flexiblização do critério econômico para deferimento do benefício, ainda que o salário de contribuição do segurado supere o valor legalmente fixado como critério de baixa renda. 3. No caso dos autos, o limite de renda fixado pela Portaria Interministerial, vigente no momento de reclusão da segurada, para definir o Segurado de baixa-renda era de R$ 710,08, ao passo que, de acordo com os registros do CNIS, a renda mensal da segurada era de R$ 720,90, superior aquele limite. 4. Nestas condições, é possível a flexibilização da análise do requisito de renda do instituidor do benefício, devendo ser mantida a procedência do pedido, reconhecida nas instâncias ordinárias. 5. Recurso Especial do INSS a que se nega provimento. 14 É devido auxílio-reclusão aos dependentes do segurado quando não houver salário de contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a qualidade de segurado (RPS, art. 116, §1º). O STJ tem entendido que, na análise de concessão do auxílio-reclusão a que se refere o art. 80 da Lei 8.213/1991, o fato de o recluso que mantenha a condição de segurado pelo RGPS (art. 15 da Lei 8.213/1991) estar desempregado ou sem renda no momento do recolhimento à prisão indica o atendimento ao requisito econômico da baixa renda, independentemente do valor do último salário de contribuição. Nesse sentido, confira o seguinte julgado: PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO OU SEM RENDA. CRITÉRIO ECONÔMICO. MOMENTO DA RECLUSÃO. ÚLTIMO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. A questão jurídica controvertida consiste em definir o critério de rendimentos ao segurado recluso em situação de desemprego ou sem renda no momento do recolhimento à prisão. O acórdão recorrido e o INSS defendem que deve ser considerado o último salário de contribuição, enquanto os recorrentes apontam que a ausência de renda indica o atendimento ao critério econômico. 2. À luz dos arts. 201, IV, da Constituição Federal e 80 da Lei 8.213/1991 o benefício auxílio-reclusão consiste na prestação pecuniária previdenciária de 14 STJ, REsp 1479564 / SP, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 1ª Turma, DJe 18/11/2014. amparo aos dependentes do segurado de baixa renda que se encontra em regime de reclusão prisional. 3. O Estado, através do Regime Geral de Previdência Social, no caso, entendeu por bem amparar os que dependem do segurado preso e definiu como critério para a concessão do benefício a "baixa renda". 4. Indubitavelmente que o critério econômico da renda deve ser constatado no momento da reclusão, pois nele é que os dependentes sofrem o baque da perda do seu provedor. 5. O art. 80 da Lei 8.213/1991 expressa que o auxílio-reclusão será devido quando o segurado recolhido à prisão "não receber remuneração da empresa". 6. Da mesma forma o § 1º do art. 116 do Decreto 3.048/1999 estipula que "é devido auxílio-reclusão aos dependentes do segurado quando não houver salário-de-contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a qualidade de segurado", o que regula a situação fática ora deduzida, de forma que a ausência de renda deve ser considerada para o segurado que está em período de graça pela falta do exercício de atividade remunerada abrangida pela Previdência Social." (art. 15, II, da Lei 8.213/1991). 7. Aliada a esses argumentos por si sós suficientes ao provimento dos Recursos Especiais, a jurisprudência do STJ assentou posição de que os requisitos para a concessão do benefício devem ser verificados no momento do recolhimento à prisão, em observância ao princípio tempus regit actum. Nesse sentido: AgRg no REsp 831.251/RS, Rel. Ministro Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ/SP), Sexta Turma, DJe 23.5.2011;REsp 760.767/SC, Rel. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJ 24.10.2005, p. 377; e REsp 395.816/SP, Rel. Ministro Fernando Gonçalves, Sexta Turma, DJ 2.9.2002, p. 260. 8. Recursos Especiais providos. 15 A respeito dos requisitos necessários à concessão do auxílio-reclusão, confira o seguinte julgado do STJ: Página 319 – Acrescentar o azul. Aplicam-se ao auxílio-reclusão as normas referentes à pensão por morte, sendo necessária, no caso de qualificação de dependentes após a reclusão ou detenção do segurado, a preexistência da dependência econômica (RPS, art. 116, §3º). Se, por exemplo, a realização do casamento ocorrer durante o recolhimento do segurado à prisão, o auxílio-reclusão não será devido ao seu cônjuge, considerando a dependência superveniente ao fato gerador (IN INSS 45/2010, art. 337). O cônjuge, companheiro ou companheira não terá direito ao benefício do auxílio-reclusão se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido há menos de dois anos da data do óbito do instituidor do benefício, salvo nos casos em que o cônjuge, o companheiro ou a companheira for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por doença ou acidente ocorrido após o casamento ou início da união estável e anterior ao recolhimento à prisão. Essa é uma regra aplicada à pensão por morte (Lei 8.213/91, art. 74, § 2º), mas como o art. 80 da Lei 8.213/91 estabelece que o auxílio-reclusão será devido nas mesmas condições da pensão por morte, entendo que tal regra também deva ser aplicada ao 15 STJ, REsp 1480461 / SP, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, 2ª Turma, DJe 10/10/2014. auxílio-reclusão. O filho nascido durante o recolhimento do segurado à prisão terá direito ao benefício de auxílio-reclusão a partir da data de seu nascimento (IN INSS 45/2010, art. 336). [...] 2.11.2 Carência A concessão do auxílio-reclusão independe de carência (Lei 8.213/91, art. 26, I). De acordo com o art. 80 da Lei 8.213/91, o auxílio-reclusão será devido nas mesmas condições da pensão por morte. Assim, as regras relativas à pensão por morte, no que couber, também serão aplicadas ao auxílio-reclusão, inclusive quanto à carência. Na redação original do art. 26, I, da Lei 8.213/91, independia de carência a concessão de pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente. Mas na redação que a Medida Provisória 664/2014 deu a esse dispositivo, o texto ficou da seguinte forma: Lei 8.213/91 Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - salário-família e auxílio-acidente; [...] Assim, diante da alteração promovida pela Medida Provisória 664/2014, além da pensão por morte, o auxílio-reclusão também passou a exigir carência de 24 contribuições mensais (Lei 8.213/91, art. 25, IV; art. 26, I; art. 80). 2.11.3 Requerimento do benefício Páginas 320 e 321 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul; Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé. Será devida a pensão por morte aos dependentes se o óbito do segurado ocorrer até doze meses após o livramento (prazo de manutenção da qualidade de segurado), mesmo que os dependentes não recebam o auxílio-reclusão em razão do salário-de-contribuição do segurado recluso ser superior a R$1.089,72 (RPS. art. 16 118, parágrafo único). 2.11.5 Renda mensal inicial De acordo com o art. 80 da Lei 8.213/91, o auxílio-reclusão será devido nas mesmas condições da pensão por morte. Por isso, o Regulamento da Previdência Social determina que “o valor mensal da pensão por morte ou do auxílio-reclusão será de cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento” (RPS, art. 39, §3º). Contudo, quando aplicado ao auxílio-reclusão, este dispositivo do RPS apresenta algumas imprecisões. Se o segurado que foi recolhido à prisão já era 16 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. aposentado, os seus dependentes não terão direito ao recebimento do auxílio-reclusão. Assim, o melhor é dizer que a renda mensal inicial do auxílio- -reclusão será de 100% do valor da aposentadoria que o segurado teria direito, se estivesse aposentado por invalidez na data em que foi recolhido à prisão. Ou seja, para efeito de cálculo do auxílio-reclusão, utiliza-se a mesma regra de cálculo da aposentadoria por invalidez, que corresponde a 100% do salário de benefício. A respeito deste tema, no concurso para Defensor Público da União, rea- lizado em 2007, o Cespe/UnB elaborou a seguinte questão: Considere que Silvano seja segurado não aposentado da previdência social e tenha sido condenado pela prática de crime que determinou o início do cumprimento da pena em regime fechado. Nessa situação, a renda mensal inicial do auxílio-reclusão devida aos dependentes é calculada de acordo com o modelo de cálculo a ser utilizado em caso de aposentadoria por invalidez. A questão supra foi considera como certa, pois a renda mensal inicial do auxílio-reclusão é calculada de acordo com a mesma regra de cálculo da aposentadoria por invalidez. Vale dizer, a renda mensal inicial do auxílio-reclusão é de 100% do salário de benefício, pois este é o valor da renda mensal inicial da aposentadoria por invalidez. Havendo mais de um dependente com direito ao auxílio-reclusão, o benefício será rateado entre todos, em partes iguais. Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito ao benefício cessar (Lei 8.213/91, art. 77, §1º). De acordo com o art. 75 da Lei 8.213/91, o valor mensal da pensão por morte corresponde a cinquenta por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, acrescido de tantas cotas individuais de dez por cento do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de cinco. Mas se o segurado que foi recolhido à prisão já for aposentado, os seus dependentes não terão direito ao recebimento do auxílio-reclusão. Assim, adaptando o disposto no art. 75 da Lei 8.213/91 ao auxílio-reclusão, podemos dizer que o valor mensal do auxílio-reclusão corresponde a 50% do valor da aposentadoria que o segurado teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu recolhimento à prisão, acrescido de tantas cotas individuais de 10% do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de cinco. Havendo mais de um dependente com direito ao auxílio-reclusão, o benefício será rateado entre todos, em partes iguais. Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito ao benefício cessar, mas sem o acréscimo da correspondente cota individual de dez por cento (Lei 8.213/91, art. 77, § 1º). 2.11.6 Data de início do benefício Página 322 – Acrescentar o azul. c) para o pensionista inválido pela cessação da invalidez e para o pensionista
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