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CARREIRA JURÍDICA 
Direito Ambiental – Aula 08 
Frederico Amado 
1 
CRIMES AMBIENTAIS 
 
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a 
prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas pe-
nas a estes cominadas, na medida da sua culpabili-
dade, bem como o diretor, o administrador, o membro 
de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, 
o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, 
sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de 
impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-
la. 
 
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas 
administrativa, civil e penalmente conforme o dis-
posto nesta Lei, nos casos em que a infração seja 
cometida por decisão de seu representante legal ou 
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse 
ou benefício da sua entidade. 
 
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas ju-
rídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-
autoras ou partícipes do mesmo fato. 
Informativo 714: 
 “Crime ambiental: absolvição de pessoa física e res-
ponsabilidade penal de pessoa jurídica – 1 
É admissível a condenação de pessoa jurídica pela 
prática de crime ambiental, ainda que absolvidas as 
pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência 
ou de direção do órgão responsável pela prática cri-
minosa. 
 
Crime ambiental: absolvição de pessoa física e 
responsabilidade penal de pessoa jurídica – 2 
 
No mérito, anotou-se que a tese do STJ, no sentido 
de que a persecução penal dos entes morais so-
mente se poderia ocorrer se houvesse, concomitan-
temente, a descrição e imputação de uma ação hu-
mana individual, sem o que não seria admissível a 
responsabilização da pessoa jurídica, afrontaria o art. 
225, § 3º, da CF. 
Sublinhou-se que, ao se condicionar a imputabilidade 
da pessoa jurídica à da pessoa humana, estar-se-ia 
quase que a subordinar a responsabilização jurídico-
criminal do ente moral à efetiva condenação da pes-
soa física. Ressaltou-se que, ainda que se concluísse 
que o legislador ordinário não estabelecera por com-
pleto os critérios de imputação da pessoa jurídica por 
crimes ambientais, não haveria como pretender 
transpor o paradigma de imputação das pessoas físi-
cas aos entes coletivos. RE 548181/PR, rel. Min. 
Rosa Weber, 6.8.2013.(RE-548181). 
Mesmo sem a manifestação do Plenário do STF, no 
ano de 2015 o STJ reviu a sua posição, afastando a 
dupla imputação obrigatória nos crimes ambientais, 
ao receber denúncia ajuizada apenas contra pessoa 
jurídica por delito ambiental no julgamento do RMS 
39.173, de 6/8/2015: 
 
1. Conforme orientação da 1ª Turma do STF, “O art. 
225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a 
responsabilização penal da pessoa jurídica por cri-
mes ambientais à simultânea persecução penal da 
pessoa física em tese responsável no âmbito da em-
presa. A norma constitucional não impõe a necessá-
ria dupla imputação.” 
(RE 548181, Relatora Min. ROSA WEBER, Primeira 
Turma, julgado em 6/8/2013, acórdão eletrônico DJe-
213, divulg. 29/10/2014, public. 30/10/2014). 
 
2. Tem-se, assim, que é possível a responsabilização 
penal da pessoa jurídica por delitos ambientais inde-
pendentemente da responsabilização concomitante 
da pessoa física que agia em seu nome. Precedentes 
desta Corte. 
 
3. A personalidade fictícia atribuída à pessoa jurídica 
não pode servir de artifício para a prática de condutas 
espúrias por parte das pessoas naturais responsá-
veis pela sua condução”. 
Questão polêmica é saber se as pessoas jurídicas de 
direito público também poderão ser responsabiliza-
das criminalmente na esfera ambiental, entendendo 
PAULO AFFONSO LEME MACHADO que é plena-
mente possível, uma vez que a Lei 9.605/1998, muito 
menos a Constituição Federal, restringiu o alcance 
da tutela penal, devendo-se aplicar apenas as san-
ções compatíveis com a sua condição. 
Por outro lado, obtemperam VLADIMIR e GILBERTO 
PASSOS DE FREITAS 
“A pessoa jurídica, a nosso ver, deve ser de Direito 
Privado. Isto porque a pessoa jurídica de Direito Pú-
blico (União, Estados, Distrito Federal, Municípios, 
autarquias e fundações públicas) não podem come-
ter ilícito penal no seu interesse ou benefício. 
Em tal hipótese só a pessoa natural pode ser respon-
sabilizada penalmente. A norma legal não foi ex-
pressa a respeito. Além disso, eventual punição não 
teria sentido. Imagine-se um município condenado à 
pena de multa: ela acabaria recaindo sobre os muni-
cípios que recolhem tributos à pessoa jurídica. Idem 
restrição de direitos – por exemplo, a pena restritiva 
de prestação de serviços à comunidade (artigo 9.º) 
seria inviável, já que cabe ao Poder Público prestar 
tais serviços. Seria redundância”. 
“Somente deve ser punido aquele que tem o poder 
de direcionar a ação da pessoa jurídica e que tem 
responsabilidade pelos atos praticados, sempre 
tendo como fundamento a existência de culpa e dolo 
- sob pena de operar-se a responsabilidade objetiva 
(STJ, HC 119.511, de 21.10.2010). 
 
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=548181&classe=RE&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=548181&classe=RE&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
 
 
 
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2 
HABEAS CORPUS E PESSOA JURÍDICA 
 
1. O habeas corpus é via de verdadeiro atalho que só 
pode ter por alvo -- lógico -- a "liberdade de locomo-
ção" do indivíduo, pessoa física. E o fato é que esse 
tipo de liberdade espacial ou geográfica é o bem jurí-
dico mais fortemente protegido por uma ação consti-
tucional. Não podia ser diferente, no corpo de uma 
Constituição que faz a mais avançada democracia 
coincidir com o mais depurado humanismo. Afinal, 
habeas corpus é, literalmente, ter a posse desse bem 
personalíssimo que é o próprio corpo. 
Significa requerer ao Poder Judiciário um salvo-con-
duto que outra coisa não é senão uma expressa or-
dem para que o requerente preserve, ou, então, re-
cupere a sua autonomia de vontade para fazer do 
seu corpo um instrumento de geográficas idas e vin-
das. 
Ou de espontânea imobilidade, que já corresponde 
ao direito de nem ir nem vir, mas simplesmente ficar. 
Autonomia de vontade, enfim, protegida contra "ile-
galidade ou abuso de poder" -- parta de quem partir -
-, e que somente é de cessar por motivo de "flagrante 
delito ou por ordem escrita e fundamentada de auto-
ridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, 
definidos em lei" (inciso LXI do art. 5º da Constitui-
ção). 2. Na concreta situação dos autos, a pessoa ju-
rídica da qual o paciente é representante legal se 
acha processada por delitos ambientais. 
Pessoa Jurídica que somente poderá ser punida com 
multa e pena restritiva de direitos. Noutro falar: a li-
berdade de locomoção do agravante não está, nem 
mesmo indiretamente, ameaçada ou restringida. 3. 
Agravo regimental desprovido (STF, HC 88.747, 1ª 
Turma, de 15.09.2009). 
• Competência - São exemplos de CRIMES AMBI-
ENTAIS DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDE-
RAL: 
 
A) Descartar resíduos tóxicos sobre rio que atravessa 
o Estado de Alagoas, pois é bem da União por cortar 
mais de um estado da federação (STF, RE 
454740/AL, rel. Min. Marco Aurélio, 28.4.2009); 
B) Crime de liberação, no meio ambiente, de organis-
mos geneticamente modificados – plantação de soja 
transgênica/safra 2001. Prejuízo a interesses da 
União, porquanto há reflexos concretos da utilização 
desta tecnologia de plantio na Política Agrícola Naci-
onal e na Balança Comercial de Exportação de nosso 
País” (STJ, CC 41.279, de 28.04.2004); 
C) Crime contra a fauna. Manutenção em cativeiro de 
espécies em extinção. IBAMA. Interesse de Autar-
quia Federal (STJ, CC 37.137, DJ 14.04.2003); 
D) Apuração de suposto crime ambiental ocorrido em 
área que passou a integrar parque nacional adminis-
trado pelo IBAMA (STJ, CC 88.013, de 27.02.2008); 
E) Crime ambiental praticadoem área de preserva-
ção permanente localizada às margens de rio cujo 
curso d’água banha mais de um Estado da Federa-
ção. Interesse da União caracterizado de acordo com 
a redação do art. 20, III, da Constituição Federal 
(STJ, 55.130, de 28.02.2007); 
F) A Justiça Federal, na forma da CF, art. 109, IV, é 
competente para julgar e processar crime de extra-
ção de minerais sem a devida autorização, figura de-
lituosa prevista na Lei 7.805/89, art. 21, porquanto 
praticado contra bem da União: minerais do subsolo 
(CF, art. 20, IX). (STJ. CC 22.975, DJ 20.11.2000); 
G) Delito em tese cometido no interior de área de pro-
teção ambiental localizada no Entorno do Parque Na-
cional do Itatiaia, criado pelo Decreto 1.713/37 (STJ, 
CC 92.722, de 24.03.2010); 
H) A pretensa conduta criminosa contra o meio am-
biente teria ocorrido em uma Zona de Amortecimento 
do Parque Nacional de Araucárias, que foi criada 
pela União (STJ, CC 89.811, de 03.04.2008). 
 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – 
 
A Suprema Corte aplicou a bagatela ao delito do ar-
tigo 40, da Lei 9.605/98, em processo de apuração 
de crime ambiental supostamente praticado pelo fa-
lecido Deputado Federal Clodovil Hernandes, no jul-
gamento da ação penal 439, de 12.06.2008, pois a 
área degradada no Parque Estadual da Serra do Mar 
correspondia a 0,0652 hectares. 
Informativo STF 676: “Princípio da insignificância e 
crime ambiental - HC 112.563/SC, rel. orig. Min. Ri-
cardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Cezar Pe-
luso, 21.08.2012 (HC-112563)”. 
A 2ª Turma, por maioria, concedeu habeas corpus 
para aplicar o princípio da insignificância em favor de 
condenado pelo delito descrito no art. 34, caput, pa-
rágrafo único, II, da Lei 9.605/1998 
No caso, o paciente fora flagrado ao portar 12 cama-
rões e rede de pesca fora das especificações da Por-
taria 84/2002 do IBAMA.Prevaleceu o voto do Min. 
Cezar Peluso, que reputou irrelevante a conduta em 
face do número de espécimes encontrados na posse 
do paciente. 
O Min. Gilmar Mendes acresceu ser evidente a des-
proporcionalidade da situação, porquanto se estaria 
diante de típico crime famélico. Asseverou que outros 
meios deveriam reprimir este tipo eventual de falta, 
pois não seria razoável a imposição de sanção penal 
à hipótese. 
“A aplicabilidade do princípio da insignificância deve 
observar as peculiaridades do caso concreto, de 
forma a aferir o potencial grau de reprovabilidade da 
 
 
 
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conduta, valendo ressaltar que delitos contra o meio 
ambiente, a depender da extensão das agressões, 
têm potencial capacidade de afetar ecossistemas in-
teiros, podendo gerar dano ambiental irrecuperável, 
bem como a destruição e até a extinção de espécies 
da flora e da fauna, a merecer especial atenção do 
julgador” (STJ, REsp 1.372.370, de 27/08/2013). 
 
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica 
sempre que sua personalidade for obstáculo ao res-
sarcimento de prejuízos causados à qualidade do 
meio ambiente. 
“A teoria menor da desconsideração, acolhida em 
nosso ordenamento jurídico excepcionalmente no Di-
reito do Consumidor e no Direito Ambiental, incide 
com a mera prova de insolvência da pessoa jurídica 
para o pagamento de suas obrigações, independen-
temente da existência de desvio de finalidade ou de 
confusão patrimonial. Para a teoria menor, o risco 
empresarial normal às atividades econômicas não 
pode ser suportado pelo terceiro que contratou com 
a pessoa jurídica, mas pelos sócios e/ou administra-
dores desta, ainda que estes demonstrem conduta 
administrativa proba, isto é, mesmo que não exista 
qualquer prova capaz de identificar conduta culposa 
ou dolosa por parte dos sócios e/ou administradores 
da pessoa jurídica” (REsp 279.273, de 04.12.2003). 
O STJ vem acatando a desconsideração da persona-
lidade jurídica na fase de execução processual, não 
sendo obrigatória a sua pronúncia na fase de conhe-
cimento, pois mesmo após a formação da coisa jul-
gada o sócio ou gestor da empresa terá direito ao 
contraditório e à ampla defesa. 
REsp 1.096.604-DF, Rel. Luis Felipe Salomão, j. 
02.08.2012, Informativo 501 
 
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a 
autoridade competente observará: 
 
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da 
infração e suas conseqüências para a saúde pública 
e para o meio ambiente; 
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumpri-
mento da legislação de interesse ambiental; 
III - a situação econômica do infrator, no caso de 
multa. 
 
Art. 8º As penas restritivas de direito são: (PESSOA 
FÍSICA) 
 
 I - prestação de serviços à comunidade; 
 II - interdição temporária de direitos; 
 III - suspensão parcial ou total de 
atividades; 
 IV - prestação pecuniária; 
 V - recolhimento domiciliar. 
 
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: 
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; 
II - arrependimento do infrator, manifestado pela es-
pontânea reparação do dano, ou limitação significa-
tiva da degradação ambiental causada; 
III - comunicação prévia pelo agente do perigo imi-
nente de degradação ambiental; 
IV - colaboração com os agentes encarregados da vi-
gilância e do controle ambiental. 
 Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, 
quando não constituem ou qualificam o crime: 
 
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; 
II - ter o agente cometido a infração: 
a) para obter vantagem pecuniária; 
b) coagindo outrem para a execução material da in-
fração; 
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, 
a saúde pública ou o meio ambiente; 
d) concorrendo para danos à propriedade alheia; 
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou 
áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime es-
pecial de uso; 
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamen-
tos humanos; 
g) em período de defeso à fauna; 
h) em domingos ou feriados; 
i) à noite; 
j) em épocas de seca ou inundações; 
l) no interior do espaço territorial especialmente pro-
tegido; 
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou 
captura de animais; 
n) mediante fraude ou abuso de confiança; 
o) mediante abuso do direito de licença, permissão 
ou autorização ambiental; 
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou 
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por 
incentivos fiscais; 
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relató-
rios oficiais das autoridades competentes; 
r) facilitada por funcionário público no exercício de 
suas funções. 
 
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão 
condicional da pena pode ser aplicada nos casos de 
condenação a pena privativa de liberdade não supe-
rior a três anos. 
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou 
alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo 
com o disposto no art. 3º, são: 
 I - multa; 
 II - restritivas de direitos; 
 III - prestação de serviços à comunidade. 
 
 
 
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Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa ju-
rídica são: 
I - suspensão parcial ou total de atividades; 
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou 
atividade; 
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem 
como dele obter subsídios, subvenções ou doações. 
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, 
preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar 
ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá 
decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio 
será considerado instrumento do crime e como tal 
perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional. 
LIQUIDAÇÃO FORÇADA 
 
De acordo com o STJ, “a Lei Ambiental previu para 
as pessoas jurídicas penas autônomas de multas, de 
prestação de serviços à comunidade, restritivas de 
direitos, liquidação forçada e desconsideração da 
pessoa jurídica, todas adaptadas à sua natureza jurí-
dica” (passagem do REsp 610.114,de 17.11.2005). 
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus 
produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos 
autos. 
 § 1
o
 Os animais serão prioritariamente libertados 
em seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não 
recomendável por questões sanitárias, entregues a 
jardins zoológicos, fundações ou entidades asseme-
lhadas, para guarda e cuidados sob a responsabili-
dade de técnicos habilitados. (Redação dada pela Lei 
nº 13.052, de 2014) 
 
§ 2
o
 Até que os animais sejam entregues às institui-
ções mencionadas no § 1
o
 deste artigo, o órgão au-
tuante zelará para que eles sejam mantidos em con-
dições adequadas de acondicionamento e transporte 
que garantam o seu bem-estar físico. (Redação dada 
pela Lei nº 13.052, de 2014) 
§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madei-
ras, serão estes avaliados e doados a instituições ci-
entíficas, hospitalares, penais e outras com fins be-
neficentes. (Renumerando do §2º para §3º pela Lei 
nº 13.052, de 2014) 
§ 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecí-
veis serão destruídos ou doados a instituições cientí-
ficas, culturais ou educacionais. (Renumerando do 
§3º para §4º pela Lei nº 13.052, de 2014) 
§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração 
serão vendidos, garantida a sua descaracterização 
por meio da reciclagem. (Renumerando do §4º para 
§5º pela Lei nº 13.052, de 2014) 
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a 
ação penal é pública incondicionada. 
Suspensão condicional do processo 
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 
26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de 
menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as 
seguintes modificações: 
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que 
trata o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de 
laudo de constatação de reparação do dano ambien-
tal, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I 
do § 1° do mesmo artigo; 
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar 
não ter sido completa a reparação, o prazo de sus-
pensão do processo será prorrogado, até o período 
máximo previsto no artigo referido no caput, acres-
cido de mais um ano, com suspensão do prazo da 
prescrição; 
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as 
condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo men-
cionado no caput; 
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à la-
vratura de novo laudo de constatação de reparação 
do dano ambiental, podendo, conforme seu resul-
tado, ser novamente prorrogado o período de sus-
pensão, até o máximo previsto no inciso II deste ar-
tigo, observado o disposto no inciso III; 
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a de-
claração de extinção de punibilidade dependerá de 
laudo de constatação que comprove ter o acusado 
tomado as providências necessárias à reparação in-
tegral do dano. 
 
TAC 
De acordo com o STJ, no julgamento do habeas cor-
pus 183.047, de 22.03.2011, “a assinatura de termo 
de ajustamento de conduta, com a reparação do 
dano ambiental são circunstâncias que possuem re-
levo para a seara penal, a serem consideradas na hi-
pótese de eventual condenação, não se prestando 
para elidir a tipicidade penal”. 
 
CAPÍTULO V 
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE 
Seção I 
Dos Crimes contra a Fauna 
 
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar es-
pécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migra-
tória, sem a devida permissão, licença ou autorização 
da autoridade competente, ou em desacordo com a 
obtida: 
 Pena - detenção de seis meses a um ano, e 
multa. 
§ 1º Incorre nas mesmas penas: 
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, 
autorização ou em desacordo com a obtida; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm
 
 
 
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II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo 
ou criadouro natural; 
 
 III - quem vende, expõe à venda, exporta ou ad-
quire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou 
transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silves-
tre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos 
e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros 
não autorizados ou sem a devida permissão, licença 
ou autorização da autoridade competente. 
 § 2º No caso de guarda doméstica de espécie sil-
vestre não considerada ameaçada de extinção, pode 
o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de apli-
car a pena. 
Por sua vez, se o apanho ou utilização estiver ampa-
rada na Resolução CONAMA 394, de 06.11.2007, 
que permite, em caráter excepcional, a criação do-
méstica de animais integrantes da fauna silvestre, em 
lista regulamentar a ser editada pelo IBAMA, obser-
vados os critérios ambientais listados no artigo 4.º do 
citado diploma, não haverá crime. 
 
 § 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles 
pertencentes às espécies nativas, migratórias e 
quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que te-
nham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo 
dentro dos limites do território brasileiro, ou águas ju-
risdicionais brasileiras. 
Vale ressaltar que o STJ já aplicou o Princípio da In-
significância à guarda doméstica de animal silvestre 
(uma arara vermelha, um passarinho concriz e um 
xexéu, dois galos de campina e um papagaio), no jul-
gamento do HC 72.234, em 09.10.2007. 
 
INFORMATIVO 550 STJ 
DIREITO AMBIENTAL. POSSE IRREGULAR DE 
ANIMAIS SILVESTRES POR LONGO PERÍODO 
DE TEMPO. 
 
O particular que, por mais de vinte anos, manteve 
adequadamente, sem indício de maus-tratos, duas 
aves silvestres em ambiente doméstico pode 
permanecer na posse dos animais. 
Nesse caso específico, aplicar o art. 1º da Lei 
5.197/1967 e o art. 25 da Lei 9.605/1998 equivaleria 
à negação da sua finalidade, que não é decorrência 
do princípio da legalidade, mas uma inerência dele. 
A legislação deve buscar a efetiva proteção dos 
animais. Assim, seria desarrazoado determinar a 
apreensão dos animais para duvidosa reintegração 
ao seu habitat e seria difícil identificar qualquer 
vantagem em transferir a posse para um órgão da 
Administração Pública. Ademais, no âmbito criminal, 
o art. 29, § 2º, da Lei 9.605/1998 expressamente 
prevê que “no caso de guarda doméstica de espécie 
silvestre não considerada ameaçada de extinção, 
pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar 
de aplicar a pena”. Precedente citado: REsp 
1.084.347-RS, Segunda Turma, DJe 30/9/2010. 
REsp 1.425.943-RN, Rel. Min. Herman Benjamin, 
julgado em 2/9/2014. 
 
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é 
praticado: 
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de 
extinção, ainda que somente no local da infração; 
II - em período proibido à caça; 
III - durante a noite; 
IV - com abuso de licença; 
V - em unidade de conservação; 
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capa-
zes de provocar destruição em massa. 
Conforme previsto na Lei Complementar 140/2011, 
além da lista nacional das espécies da fauna amea-
çadas de extinção, é possível que os estados e o Dis-
trito Federal também editem listas para os seus terri-
tórios. 
 § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime 
decorre do exercício de caça profissional. 
 
 § 6º As disposições desteartigo não se aplicam aos 
atos de pesca. 
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de 
anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da au-
toridade ambiental competente: 
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem 
parecer técnico oficial favorável e licença expedida 
por autoridade competente: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e 
multa. 
 
Nesse sentido, pontifica o artigo 7º, inciso XVII, da LC 
140/2011, ser competência federal controlar a intro-
dução no País de espécies exóticas potencialmente 
invasoras que possam ameaçar os ecossistemas, 
habitats e espécies nativas. 
 
“Conflito negativo de competência. Crime ambiental. 
Artigo 31 da Lei 9.605/1998. Introdução de espéci-
mes de fauna exógena no País sem autorização. 
Competência da Justiça Federal. 
 
1. Comprovado pelo laudo de vistoria realizado que 
nenhum dos animais possuía marcação ou compro-
vação de origem e sendo esta atividade diretamente 
relacionada com as atribuições do IBAMA, autarquia 
federal responsável pela autorização de ingresso e 
posse de animais exóticos no País, de acordo com 
Instrução Normativa 02/01 do citado órgão, há indí-
cios de crime perpetrado em desfavor da União. 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp%201425943
 
 
 
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6 
2. Uma vez que o ingresso de espécimes exóticos no 
País está condicionado à autorização do IBAMA, 
firma-se a competência da Justiça Federal, haja vista 
a existência de interesse de autarquia federal. 
3. Conheço do conflito e declaro competente o susci-
tado, Juízo Federal da 3.ª Vara Criminal da Seção 
Judiciária do Estado do Rio Grande do Sul” (STJ, CC 
96.853/RS, 3.ª Seção, j. 08.10.2008). 
 
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou 
mutilar animais silvestres, domésticos ou domestica-
dos, nativos ou exóticos: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e 
multa. 
 § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza ex-
periência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que 
para fins didáticos ou científicos, quando existirem re-
cursos alternativos. 
 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se 
ocorre morte do animal. 
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou car-
reamento de materiais, o perecimento de espécimes 
da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, 
lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras: 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou am-
bas cumulativamente. 
 Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas: 
 I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou 
estações de aqüicultura de domínio público; 
 II - quem explora campos naturais de invertebrados 
aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autori-
zação da autoridade competente; 
 III - quem fundeia embarcações ou lança detritos 
de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou 
corais, devidamente demarcados em carta náutica. 
 
 Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja 
proibida ou em lugares interditados por órgão com-
petente: 
 Pena - detenção de um ano a três anos ou 
multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
Como exemplo, a Instrução Normativa IBAMA 206, 
de 14 de novembro de 2008, que objetiva garantir a 
proteção da lagosta no período de reprodução e, con-
sequentemente, a sobrevivência da espécie e da ati-
vidade pesqueira, proibiu, nas águas sob jurisdição 
brasileira, o exercício da pesca das lagostas verme-
lha (Panulirus argus) e verde (P. Laevicauda), anual-
mente, no período de 1.º de dezembro a 31 de maio. 
 
Como exemplo, a Instrução Normativa IBAMA 206, 
de 14 de novembro de 2008, que objetiva garantir a 
proteção da lagosta no período de reprodução e, con-
sequentemente, a sobrevivência da espécie e da ati-
vidade pesqueira, proibiu, nas águas sob jurisdição 
brasileira, o exercício da pesca das lagostas verme-
lha (Panulirus argus) e verde (P. Laevicauda), anual-
mente, no período de 1.º de dezembro a 31 de maio. 
 
Um exemplo de vedação de pesca em determinados 
locais delimitados pelo Poder Público é dado pela 
Portaria IBAMA 18, de 11 de junho de 2008: 
“Artigo 2.º Proibir, na bacia hidrográfica do rio São 
Francisco: 
 
III – A pesca nos seguintes locais: 
a) em lagoas marginais; 
b) a menos de 200 m (duzentos metros) a montante 
e a jusante de cachoeiras e corredeiras; 
c) a menos de 200 m (duzentos metros) da confluên-
cia do rio São Francisco com os seus afluentes; e 
d) a 500 m (quinhentos metros) a montante e a ju-
sante de barragens”. 
 
No mais, pelo Princípio da Especialidade, a pesca de 
cetáceos – mamíferos adaptados à água, com barba-
tanas, a exemplo das baleias, golfinhos e botos – re-
aliza o tipo do artigo 2.º, da Lei 7.643/1987, com pena 
de dois a cinco anos de reclusão e multa, sendo a 
sua pesca vedada sem quaisquer exceções ou 
mesmo o seu molestamento. 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: 
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou es-
pécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; 
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou 
mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técni-
cas e métodos não permitidos; 
III - transporta, comercializa, beneficia ou industria-
liza espécimes provenientes da coleta, apanha e 
pesca proibidas. 
 
Art. 35. Pescar mediante a utilização de: 
 I - explosivos ou substâncias que, em contato com 
a água, produzam efeito semelhante; 
 II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido 
pela autoridade competente: 
Pena - reclusão de um ano a cinco anos. 
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca 
todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, 
apreender ou capturar espécimes dos grupos dos 
peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, 
suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, 
ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, 
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. 
“Ambiental. Pesca. Infração. Lei n. 9.605/1998. Ca-
racterização. 
Trata-se, na origem, de ação ajuizada a fim de anular 
auto de infração lavrado com base nos arts. 34 e 35 
da Lei 9.605/1998, uma vez que o recorrido largou 
uma rede em um rio, em época de piracema, por as-
sustar-se com a presença de agentes. 
 
 
 
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7 
O Min. Relator asseverou que a Administração Pú-
blica é regida pelo princípio da legalidade e, em es-
pecial, no exercício de atividade sancionadora, da ti-
picidade/taxatividade, de modo que, se ela não com-
prova, na esfera judicial, que foi correta a qualificação 
jurídica feita no lançamento, a autuação não pode 
subsistir. Todavia, no caso, a autuação foi correta ao 
enquadrar a ação do infrator. 
O próprio legislador cuidou, no art. 36, de enunciar o 
que deve ser entendido como pesca: ‘ato tendente a 
retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou captu-
rar espécimes dos grupos dos peixes’. Assim, ao 
analisar as condutas previstas nos arts. 34 e 35 e o 
conceito de pesca disposto no art. 36, a Turma con-
cluiu que o recorrido, ao abandonar uma rede (mate-
rial proibido e predatório) em um rio, em época de 
piracema, pescou, uma vez que, pela análise de todo 
o contexto apresentado no acórdão, houve a de-
monstração de prática de ato tendente a retirar peixe 
ou qualquer das outras espécies de seu habitat pró-
prio elencadas no art. 36” (REsp 1.223.132-PR, Rel. 
Min. Mauro Campbell Marques, j. 05.06.2012, Infor-
mativo 499). 
 
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando reali-
zado: 
 
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do 
agente ou de sua família; 
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da 
ação predatória ou destruidora de animais, desde 
que legal e expressamente autorizado pela autori-
dade competente; 
III – (VETADO) 
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim carac-
terizado pelo órgão competente. 
o abate de animais nocivos nãoé contrário ao Direito, 
desde que ele seja caracterizado pelo órgão compe-
tente. A Instrução Normativa IBAMA 141/2006 regula 
o controle da fauna sinantrópica nociva, dispensando 
autorização do IBAMA para o seu controle, conforme 
listagem abaixo, pois há uma presunção de nocivi-
dade: 
“Artigo 5.º Pessoas físicas ou jurídicas interessadas 
no manejo ambiental ou controle da fauna sinantró-
pica nociva, devem solicitar autorização junto ao ór-
gão ambiental competente nos respectivos Estados. 
§ 1.º Observada a legislação e as demais regulamen-
tações vigentes, são espécies sinantrópicas nocivas 
passíveis de controle por pessoas físicas e jurídicas 
devidamente habilitadas para tal atividade, sem a ne-
cessidade de autorização por parte do IBAMA: 
 
a) artrópodes nocivos: abelhas, cupins, formigas, pul-
gas, piolhos, mosquitos, moscas e demais espécies 
nocivas comuns ao ambiente antrópico, que impli-
quem em transtornos sociais ambientais e econômi-
cos significativos. 
b) Roedores sinantrópicos comensais (Rattus rattus, 
Rattus norvegicus e Mus musculus) e pombos (Co-
lumba livia), observada a legislação vigente, especi-
almente no que se refere a maus-tratos, translocação 
e utilização de produtos químicos”. 
O Poder Público também pode eliminar outros ani-
mais como última saída, independentemente de li-
cenciamento, a exemplo dos cães abandonados, 
conforme o § 1.º, do artigo 4.º, da Instrução Norma-
tiva IBAMA 141/2006. 
 
Seção II 
Dos Crimes contra a Flora 
 
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de 
preservação permanente, mesmo que em formação, 
ou utilizá-la com infringência das normas de prote-
ção: 
 Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou 
ambas as penas cumulativamente. 
 Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena 
será reduzida à metade. 
“A conduta de devastação de vegetação do tipo ca-
poeira pode estar subsumida ao tipo penal previsto 
no artigo 38 da Lei 9.605/1998, 
já que determinados tipos de capoeira permitem um 
processo de regeneração natural da floresta, carac-
terizando, portanto, ‘floresta em formação’, daí por-
que não é viável o trancamento da ação penal via ha-
beas corpus, se não é inequívoca a atipicidade” (HC 
52.722, j. 25.03.2008). 
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária 
ou secundária, em estágio avançado ou médio de re-
generação, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la 
com infringência das normas de proteção: (Incluído 
pela Lei nº 11.428, de 2006). 
 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, 
ou ambas as penas cumulativamente. (Incluído pela 
Lei nº 11.428, de 2006). 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será 
reduzida à metade. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 
2006). 
Este crime será de competência da Justiça Estadual, 
salvo se houver uma causa que atraia a competência 
federal, conforme entende o STJ: 
“Conflito de competência (Justiça Federal e Justiça 
Estadual). Infração ambiental (desmatamento). Flo-
resta nativa (Mata Atlântica). 
 
1. Conforme o entendimento consolidado no Superior 
Tribunal, compete à Justiça estadual o processa-
mento e o julgamento de procedimento que apura 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/1998/Vep181-98.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm
 
 
 
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8 
eventual infração ambiental consistente no desmata-
mento de floresta nativa da Mata Atlântica” (AgRg no 
CC 93.083, j. 27.07.2008). 
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de 
preservação permanente, sem permissão da autori-
dade competente: 
 Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, 
ou ambas as penas cumulativamente. 
“3. É de ser reconhecido o excesso acusatório relati-
vamente ao concurso material entre os artigos 38 e 
39 da Lei 9.605/1998, já que o artigo 38 engloba tam-
bém a hipótese em que o dano à floresta de preser-
vação permanente decorre do corte de árvores” (STJ, 
HC 52.722, j. 25.03.2008). 
 
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades 
de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do 
Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, indepen-
dentemente de sua localização: 
 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
 § 1
o
 Entende-se por Unidades de Conservação de 
Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reser-
vas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumen-
tos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. 
 
§ 2
o
 A ocorrência de dano afetando espécies amea-
çadas de extinção no interior das Unidades de Con-
servação de Proteção Integral será considerada cir-
cunstância agravante para a fixação da pena. 
 § 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à 
metade. 
 
 Art. 40-A. (VETADO) 
§ 1
o
 Entende-se por Unidades de Conservação de 
Uso Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as 
Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas 
Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de 
Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentá-
vel e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural. 
§ 2
o
 A ocorrência de dano afetando espécies amea-
çadas de extinção no interior das Unidades de Con-
servação de Uso Sustentável será considerada cir-
cunstância agravante para a fixação da pena. 
 § 3
o
 Se o crime for culposo, a pena será reduzida à 
metade. 
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: 
 Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
 Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é 
de detenção de seis meses a um ano, e multa. 
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões 
que possam provocar incêndios nas florestas e de-
mais formas de vegetação, em áreas urbanas ou 
qualquer tipo de assentamento humano: 
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou am-
bas as penas cumulativamente. 
Art. 43. (VETADO) 
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou 
consideradas de preservação permanente, sem pré-
via autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie 
de minerais: 
 Pena - detenção, de seis meses a um ano, e 
multa. 
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de 
lei, assim classificada por ato do Poder Público, para 
fins industriais, energéticos ou para qualquer outra 
exploração, econômica ou não, em desacordo com 
as determinações legais: 
 Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. 
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou 
industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos 
de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença 
do vendedor, outorgada pela autoridade competente, 
e sem munir-se da via que deverá acompanhar o pro-
duto até final beneficiamento: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem 
vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta 
ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos 
de origem vegetal, sem licença válida para todo o 
tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada 
pela autoridade competente. 
“Recurso extraordinário – Matéria legal. O recurso 
extraordinário não é meio próprio a alcançar-se 
exame de controvérsia equacionada sob o ângulo es-
tritamente legal. Competência – Crime ambiental – 
Lei nº 9.605/98 – Justiça comum – Precedentes. No 
entendimento de ambas as Turmas deste Tribunal, a 
competência para julgar o crime ambiental previsto 
no artigo 46, parágrafo único, da Lei nº 9.605/98 é da 
Justiça comum, porquanto o interesse da União seria 
apenas genérico ou indireto. Precedentes: Habeas 
Corpus nº 81.916-8 e Recurso Extraordinário nº 
349.191-1” (RE 598.524 AgR, de 21.06.2011). 
Art. 47. (VETADO)Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de 
florestas e demais formas de vegetação: 
 Pena - detenção, de seis meses a um ano, e 
multa. 
O Supremo Tribunal Federal também entendeu que 
se trata de crime permanente: 
 
“Processual penal. Crime contra o meio ambiente. 
Impedir ou dificultar a regeneração natural da vege-
tação (art. 48 da Lei nº 9.605/98). Pedido de tranca-
mento da ação penal. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/2000/Mv0967-00.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/1998/Vep181-98.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/1998/Vep181-98.pdf
 
 
 
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9 
Alegações de inépcia da denúncia, atipicidade do 
fato e falta de justa causa. Não ocorrência. Ordem 
denegada. 
 
1. É firme a jurisprudência consagrada por esta Corte 
no sentido de que a concessão de habeas corpus 
com a finalidade de trancamento de ação penal em 
curso só é possível em situações excepcionais, 
quando estiverem comprovadas, de plano, a atipici-
dade da conduta, causa extintiva da punibilidade ou 
ausência de indícios de autoria, o que não se vislum-
bra neste writ. Precedentes. 2. A denúncia, embora 
não expondo data precisa em que se teria consu-
mado a infração ambiental, que é de cunho perma-
nente, foi capaz de situá-la em período certo e deter-
minado, com a possibilidade de estabelecer-se, para 
fins de aferição de alegada causa extintiva da punibi-
lidade do agente, como último marco consumativo, 
data em que pericialmente atestada a permanência 
da infração. Prescrição não verificada. 3. Preenchi-
dos os requisitos do art. 41 do Código de Processo 
Penal, a análise das demais questões postas na im-
petração, para seu correto equacionamento, de-
manda regular dilação probatória, escapando, por-
tanto, da possibilidade de análise mais aprofundada 
dos fatos, máxime quando se considera o viés es-
treito do writ constitucional. Constrangimento ilegal 
inexistente. 4. Ordem denegada” (HC 107.412, 1.ª 
Turma, de 08.05.2012). 
 
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por 
qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de 
logradouros públicos ou em propriedade privada 
alheia: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou 
multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
 Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de 
um a seis meses, ou multa. 
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plan-
tadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de 
mangues, objeto de especial preservação: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e 
multa. 
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou 
degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de 
domínio público ou devolutas, sem autorização do ór-
gão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 
2006) - Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos 
e multa. 
 
§ 1
o
 Não é crime a conduta praticada quando neces-
sária à subsistência imediata pessoal do agente ou 
de sua família. 
 § 2
o
 Se a área explorada for superior a 1.000 ha 
(mil hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano 
por milhar de hectare. 
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em flo-
restas e nas demais formas de vegetação, sem li-
cença ou registro da autoridade competente: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e 
multa. 
De acordo com o artigo 69 do novo Código Florestal, 
são obrigados a registro no IBAMA os estabeleci-
mentos comerciais responsáveis pela comercializa-
ção de motosserras, bem como aqueles que as ad-
quirirem, devendo a licença para o porte e uso de mo-
tosserras ser renovada a cada 2 (dois) anos. 
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação con-
duzindo substâncias ou instrumentos próprios para 
caça ou para exploração de produtos ou subprodutos 
florestais, sem licença da autoridade competente: 
 Pena - detenção, de seis meses a um ano, e 
multa. 
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é 
aumentada de um sexto a um terço se: 
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a 
erosão do solo ou a modificação do regime climático; 
II - o crime é cometido: 
 
a) no período de queda das sementes; 
b) no período de formação de vegetações; 
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, 
ainda que a ameaça ocorra somente no local da in-
fração; 
d) em época de seca ou inundação; 
e) durante a noite, em domingo ou feriado. 
 
Seção III 
Da Poluição e outros Crimes Ambientais 
 
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em ní-
veis tais que resultem ou possam resultar em danos 
à saúde humana, ou que provoquem a mortandade 
de animais ou a destruição significativa da flora: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 § 1º Se o crime é culposo: 
 Pena - detenção, de seis meses a um ano, e 
multa. 
De acordo com o STJ, “quando se trata de poluição 
que possa resultar em danos à saúde humana, está-
se diante de crime formal, que não exige a presença 
de resultado naturalístico, consistente na efetiva afe-
tação da saúde das pessoas. Desse modo, o fato de 
existir nos autos da ação penal laudo judicial no qual 
se afirmaria a inexistência de danos ambientais vi-
gentes, por si só, não tem o condão de atestar a ino-
corrência do delito denunciado, de cunho formal, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm
 
 
 
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10 
sendo certo que a aludida prova pericial deve ser va-
lorada em conjunto com os demais elementos de 
prova pelo magistrado competente por ocasião da 
análise do mérito da acusação” (RHC 40.317, de 
22.10.2013). 
“Penal. Habeas corpus. Artigo 54 da Lei 9.605/1998. 
Poluição sonora. Trancamento da ação penal. Des-
classificação. Artigo 42 da Lei de Contravenções Pe-
nais. Prescrição. 
 
I – Para a caracterização do delito previsto no artigo 
54 da Lei 9.605/1998, a poluição gerada deve ter o 
condão de, ao menos, poder causar danos à saúde 
humana, fato inocorrente na espécie. 
II – Uma vez dada nova qualificação jurídica ao fato, 
qual seja: artigo 42 da Lei de Contravenções Penais, 
e, levando-se em consideração que o fato se deu em 
30.09.2003, e desde então não se verificou a ocor-
rência de qualquer marco interruptivo da prescrição – 
uma vez que a denúncia não mais subsiste – é de se 
declarar a extinção da punibilidade do paciente ex vi 
do artigo 107, IV, c/c o artigo 109, VI do CP. Ordem 
concedida. Extinta a punibilidade” (STJ, HC 54.536, 
DE 06.06.2006). 
Ainda para o STJ, “é imprescindível a realização de 
perícia oficial para comprovar a prática do crime 
previsto no art. 54 da Lei 9.605/1998. 
O tipo penal do art. 54 da Lei 9.605/1998 ("Causar 
poluição de qualquer natureza em níveis tais que 
resultem ou possam resultar em danos à saúde 
humana, ou que provoquem a mortandade de 
animais ou a destruição significativa da flora") divide-
se em duas modalidades: de perigo ("possa resultar 
em dano à saúde humana") e de dano ("resulte em 
dano à saúde humana" ou "provoque a mortandade 
de animais ou a destruição significativa da flora"). 
Mesmo na parte em que se tutela o crime de perigo, 
faz-se imprescindível a prova do risco de dano à 
saúde. Isso porque, para a caracterização do delito, 
não basta ficar caracterizada a ação de poluir; 
é necessário que a poluição seja capaz de causar 
danos à saúde humana (HC 54.536, Quinta Turma, 
DJ 1º/8/2006; e RHC 17.429, Quinta Turma, DJ 
1º/8/2005), e não há como verificar se tal condição se 
encontra presente sem prova técnica. REsp 
1.417.279-SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 
julgado em 22/9/2015, DJe 15/10/2015” (Informativo 
571). 
§ 2º Se o crime: 
 
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a 
ocupação humana; 
II - causar poluição atmosférica que provoque a reti-
rada, ainda que momentânea, dos habitantesdas 
áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde 
da população; 
III - causar poluição hídrica que torne necessária a 
interrupção do abastecimento público de água de 
uma comunidade; 
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; 
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líqui-
dos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias 
oleosas, em desacordo com as exigências estabele-
cidas em leis ou regulamentos: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
 § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no pa-
rágrafo anterior quem deixar de adotar, quando as-
sim o exigir a autoridade competente, medidas de 
precaução em caso de risco de dano ambiental grave 
ou irreversível. 
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de re-
cursos minerais sem a competente autorização, per-
missão, concessão ou licença, ou em desacordo com 
a obtida: 
 
 Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem 
deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, 
nos termos da autorização, permissão, licença, con-
cessão ou determinação do órgão competente. 
 
• 466- INDENIZAÇÃO. ATIVIDADE ILÍCITA. LI-
CENÇA. DNPM. 
 
• A Turma, entre outras questões, entendeu que a 
ausência de autorização do Departamento Nacional 
de Produção Mineral (DNPM) para a atividade de ex-
ploração de areia e seixo não constitui apenas uma 
irregularidade administrativa passível de futura con-
formação, mas uma ilicitude (art. 55 da Lei n. 
9.605/1998), sendo proibida sua realização sem a 
devida permissão, concessão ou licença. A referida 
atividade realizada indevidamente acarreta sanções 
tanto administrativas como penais, logo não cabe in-
denização decorrente da desativação das atividades 
extrativas minerais dos recorridos em razão de cons-
trução de reservatório de usina hidrelétrica. 
• Assim, a Turma deu provimento ao recurso. Pre-
cedentes citados: REsp 1.021.556-TO, DJe 
5/11/2010, e REsp 1.021.568-TO, DJe 5/6/2008. 
REsp 1.188.683-TO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
julgado em 15/3/2011. 
Note-se que este crime não revogou o do artigo 2.º, 
da Lei 8.176/1991, normalmente havendo concurso 
ideal ou formal, pois este tutela a Ordem Econômica 
e o artigo 55, o meio ambiente, conforme jurisprudên-
cia prevalente: 
• 1. "O art. 2º da Lei 8.176/91 descreve o crime de 
usurpação, como modalidade de delito contra o patri-
mônio público, consistente em produzir bens ou ex-
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp1417279
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp1417279
http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp%201188683
http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp%201188683
 
 
 
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plorar matéria-prima pertencente à União, sem auto-
rização legal ou em desacordo com as obrigações 
impostas pelo título autorizativo. 
• Já o art. 55 da Lei 9.605/98 descreve delito contra 
o meio-ambiente, consubstanciado na extração de 
recursos minerais sem a competente autorização, 
permissão concessão ou licença, ou em desacordo 
com a obtida" (HC 35.559/SP). 
2. As Leis 8.176/91 e 9.605/98 possuem objetivida-
des jurídicas distintas, razão pela qual não incide o 
princípio da especialidade. 3. Recurso provido para 
que seja recebida a denúncia em relação ao crime do 
art. 2º da Lei 8.176/91” (REsp 930.781, de 
18.08.2009). 
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, ex-
portar, comercializar, fornecer, transportar, armaze-
nar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou 
substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde hu-
mana ou ao meio ambiente, em desacordo com as 
exigências estabelecidas em leis ou nos seus regula-
mentos: 
 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1
o
 Nas mesmas penas incorre quem: (Redação 
dada pela Lei nº 12.305, de 2010) 
I - abandona os produtos ou substâncias referidos no 
caput ou os utiliza em desacordo com as normas am-
bientais ou de segurança; (Incluído pela Lei nº 
12.305, de 2010) 
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, trans-
porta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a resí-
duos perigosos de forma diversa da estabelecida em 
lei ou regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.305, de 
2010) 
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou ra-
dioativa, a pena é aumentada de um sexto a um 
terço. 
§ 3º Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
De acordo com o STJ, no julgamento do Conflito de 
Competência 115.159, de 13.06.2012, “apenas o fato 
de ser de propriedade da Marinha do Brasil, o pro-
duto tóxico transportado, sem observância das nor-
mas de segurança (art. 56 da Lei 9.605/1998), não 
tem o condão de deslocar a competência da ação pe-
nal para a Justiça Federal, já que o bem jurídico tute-
lado é o meio ambiente” (Informativo 492). 
Art. 57. (VETADO) 
Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, 
as penas serão aumentadas: 
I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversí-
vel à flora ou ao meio ambiente em geral; 
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corpo-
ral de natureza grave em outrem; 
 
 III - até o dobro, se resultar a morte de outrem. 
Parágrafo único. As penalidades previstas neste ar-
tigo somente serão aplicadas se do fato não resultar 
crime mais grave. 
 Art. 59. (VETADO) 
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer 
funcionar, em qualquer parte do território nacional, 
estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente 
poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos 
ambientais competentes, ou contrariando as normas 
legais e regulamentares pertinentes: 
 
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, 
ou ambas as penas cumulativamente. 
Para o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento 
do habeas corpus 147.541, de 16.12.2010, “para a 
caracterização do delito previsto no art. 60 da Lei n. 
9.605/1998, a poluição gerada deve ter a capacidade 
de, ao menos, poder causar danos à saúde humana”. 
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que 
possam causar dano à agricultura, à pecuária, à 
fauna, à flora ou aos ecossistemas: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
Seção IV 
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o 
Patrimônio Cultural 
 
 Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: 
I - bem especialmente protegido por lei, ato adminis-
trativo ou decisão judicial; 
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, 
instalação científica ou similar protegido por lei, ato 
administrativo ou decisão judicial: 
 
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de 
seis meses a um ano de detenção, sem prejuízo da 
multa. 
Para o STJ, o tipo do inciso I pressupõe uma conduta 
comissiva, só podendo se realizar omissivamente se 
o agente ostentar a condição de garantidor, tendo o 
dever de impedir o dano ambiental cultural, conso-
ante se depreende da análise do HC 134.409, de 
16.08.2011. 
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação 
ou local especialmente protegido por lei, ato adminis-
trativo ou decisão judicial, em razão de seu valor pai-
sagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cul-
tural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monu-
mental, sem autorização da autoridade competente 
ou em desacordo com a concedida: 
 
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 Art. 64. Promover construção em solo não edificável, 
ou no seu entorno, assim considerado em razão de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/1998/Vep181-98.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/1998/Vep181-98.pdf
 
 
 
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seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, 
histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico 
ou monumental, sem autorização da autoridade com-
petente ou em desacordo com a concedida: 
 Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
 Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edi-
ficação ou monumento urbano: (Redação dada pela 
Lei nº 12.408, de 2011) 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e 
multa. (Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011) 
§ 1
o
 Se o ato for realizado em monumento ou coisa 
tombada em virtude do seu valor artístico, arqueoló-
gico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) 
ano de detenção e multa. (Renumerado do parágrafo 
único pela Lei nº 12.408, de 2011) 
§ 2
o
 Não constitui crime a prática de grafite realizada 
com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou 
privado mediante manifestação artística, desde que 
consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo 
locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso 
de bem público, com a autorização do órgão compe-
tente e a observância das posturas municipais e das 
normas editadas pelos órgãos governamentais res-
ponsáveis pela preservação e conservação do patri-
mônio histórico e artístico nacional. (Incluído pela Lei 
nº 12.408, de 2011) 
 
Seção V- 
Dos Crimes contra a Administração Ambiental 
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa 
ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações 
ou dados técnico-científicos em procedimentos de 
autorização ou de licenciamento ambiental: 
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 
Art. 67. Conceder o funcionário público licença, auto-
rização ou permissão em desacordo com as normas 
ambientais, para as atividades, obras ou serviços 
cuja realização depende de ato autorizativo do Poder 
Público: 
 
 Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
 Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é 
de três meses a um ano de detenção, sem prejuízo 
da multa. 
Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou con-
tratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante 
interesse ambiental: 
 Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
 Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é 
de três meses a um ano, sem prejuízo da multa. 
Trata-se de um crime omissivo próprio ou puro, pois 
não se exige um resultado naturalístico para a sua 
consumação, bem como próprio, pois apenas a pes-
soa física ou jurídica que tiver uma obrigação de agir 
poderá realizá-lo. 
No entanto, para o Superior Tribunal de Justiça, 
cuida-se de delito omissivo impróprio, muito embora 
o tipo não exija para a sua consumação resultado no 
mundo do natural: 
1. O delito previsto no art. 68 da Lei dos Crimes Am-
bientais, isto é, ‘[d]eixar, aquele que tiver o dever le-
gal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de 
relevante interesse ambiental’, está inserido no rol 
dos crimes contra a administração pública ambiental, 
classificando-se como crime omissivo impróprio em 
que o agente deixa de praticar o ato, contrariando o 
dever de fazê-lo para evitar o resultado lesivo ao 
meio ambiente. 
2. Com relação ao sujeito ativo, verifica-se que a me-
lhor exegese conduz no sentido de que o crime pode 
ser praticado por qualquer pessoa incumbida desse 
dever legal ou contratual, não sendo exigido, como 
fizeram as instâncias ordinárias, tratar-se de funcio-
nário público” (REsp 1.032.651, de 28.02.2012). 
Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do 
Poder Público no trato de questões ambientais: 
 Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, 
concessão florestal ou qualquer outro procedimento 
administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental 
total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por 
omissão: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
 Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e 
multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
§ 1
o
 Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei nº 
11.284, de 2006) 
 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.(Incluído 
pela Lei nº 11.284, de 2006) 
§ 2
o
 A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois 
terços), se há dano significativo ao meio ambiente, 
em decorrência do uso da informação falsa, incom-
pleta ou enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 
2006) 
 
NOVO CFLO - ANISTIA 
Art. 60. A assinatura de termo de compromisso para 
regularização de imóvel ou posse rural perante o ór-
gão ambiental competente, mencionado no art. 59, 
suspenderá a punibilidade dos crimes previstos nos 
arts. 38, 39 e 48 da Lei n
o
 9.605, de 12 de fevereiro 
de 1998, enquanto o termo estiver sendo cumprido. 
§ 1
o
 A prescrição ficará interrompida durante o perí-
odo de suspensão da pretensão punitiva. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
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13 
§ 2
o
 Extingue-se a punibilidade com a efetiva regula-
rização prevista nesta Lei.

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