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www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 1 CRIMES AMBIENTAIS Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas pe- nas a estes cominadas, na medida da sua culpabili- dade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá- la. Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o dis- posto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas ju- rídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co- autoras ou partícipes do mesmo fato. Informativo 714: “Crime ambiental: absolvição de pessoa física e res- ponsabilidade penal de pessoa jurídica – 1 É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência ou de direção do órgão responsável pela prática cri- minosa. Crime ambiental: absolvição de pessoa física e responsabilidade penal de pessoa jurídica – 2 No mérito, anotou-se que a tese do STJ, no sentido de que a persecução penal dos entes morais so- mente se poderia ocorrer se houvesse, concomitan- temente, a descrição e imputação de uma ação hu- mana individual, sem o que não seria admissível a responsabilização da pessoa jurídica, afrontaria o art. 225, § 3º, da CF. Sublinhou-se que, ao se condicionar a imputabilidade da pessoa jurídica à da pessoa humana, estar-se-ia quase que a subordinar a responsabilização jurídico- criminal do ente moral à efetiva condenação da pes- soa física. Ressaltou-se que, ainda que se concluísse que o legislador ordinário não estabelecera por com- pleto os critérios de imputação da pessoa jurídica por crimes ambientais, não haveria como pretender transpor o paradigma de imputação das pessoas físi- cas aos entes coletivos. RE 548181/PR, rel. Min. Rosa Weber, 6.8.2013.(RE-548181). Mesmo sem a manifestação do Plenário do STF, no ano de 2015 o STJ reviu a sua posição, afastando a dupla imputação obrigatória nos crimes ambientais, ao receber denúncia ajuizada apenas contra pessoa jurídica por delito ambiental no julgamento do RMS 39.173, de 6/8/2015: 1. Conforme orientação da 1ª Turma do STF, “O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por cri- mes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da em- presa. A norma constitucional não impõe a necessá- ria dupla imputação.” (RE 548181, Relatora Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 6/8/2013, acórdão eletrônico DJe- 213, divulg. 29/10/2014, public. 30/10/2014). 2. Tem-se, assim, que é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais inde- pendentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Precedentes desta Corte. 3. A personalidade fictícia atribuída à pessoa jurídica não pode servir de artifício para a prática de condutas espúrias por parte das pessoas naturais responsá- veis pela sua condução”. Questão polêmica é saber se as pessoas jurídicas de direito público também poderão ser responsabiliza- das criminalmente na esfera ambiental, entendendo PAULO AFFONSO LEME MACHADO que é plena- mente possível, uma vez que a Lei 9.605/1998, muito menos a Constituição Federal, restringiu o alcance da tutela penal, devendo-se aplicar apenas as san- ções compatíveis com a sua condição. Por outro lado, obtemperam VLADIMIR e GILBERTO PASSOS DE FREITAS “A pessoa jurídica, a nosso ver, deve ser de Direito Privado. Isto porque a pessoa jurídica de Direito Pú- blico (União, Estados, Distrito Federal, Municípios, autarquias e fundações públicas) não podem come- ter ilícito penal no seu interesse ou benefício. Em tal hipótese só a pessoa natural pode ser respon- sabilizada penalmente. A norma legal não foi ex- pressa a respeito. Além disso, eventual punição não teria sentido. Imagine-se um município condenado à pena de multa: ela acabaria recaindo sobre os muni- cípios que recolhem tributos à pessoa jurídica. Idem restrição de direitos – por exemplo, a pena restritiva de prestação de serviços à comunidade (artigo 9.º) seria inviável, já que cabe ao Poder Público prestar tais serviços. Seria redundância”. “Somente deve ser punido aquele que tem o poder de direcionar a ação da pessoa jurídica e que tem responsabilidade pelos atos praticados, sempre tendo como fundamento a existência de culpa e dolo - sob pena de operar-se a responsabilidade objetiva (STJ, HC 119.511, de 21.10.2010). http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=548181&classe=RE&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=548181&classe=RE&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 2 HABEAS CORPUS E PESSOA JURÍDICA 1. O habeas corpus é via de verdadeiro atalho que só pode ter por alvo -- lógico -- a "liberdade de locomo- ção" do indivíduo, pessoa física. E o fato é que esse tipo de liberdade espacial ou geográfica é o bem jurí- dico mais fortemente protegido por uma ação consti- tucional. Não podia ser diferente, no corpo de uma Constituição que faz a mais avançada democracia coincidir com o mais depurado humanismo. Afinal, habeas corpus é, literalmente, ter a posse desse bem personalíssimo que é o próprio corpo. Significa requerer ao Poder Judiciário um salvo-con- duto que outra coisa não é senão uma expressa or- dem para que o requerente preserve, ou, então, re- cupere a sua autonomia de vontade para fazer do seu corpo um instrumento de geográficas idas e vin- das. Ou de espontânea imobilidade, que já corresponde ao direito de nem ir nem vir, mas simplesmente ficar. Autonomia de vontade, enfim, protegida contra "ile- galidade ou abuso de poder" -- parta de quem partir - -, e que somente é de cessar por motivo de "flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de auto- ridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei" (inciso LXI do art. 5º da Constitui- ção). 2. Na concreta situação dos autos, a pessoa ju- rídica da qual o paciente é representante legal se acha processada por delitos ambientais. Pessoa Jurídica que somente poderá ser punida com multa e pena restritiva de direitos. Noutro falar: a li- berdade de locomoção do agravante não está, nem mesmo indiretamente, ameaçada ou restringida. 3. Agravo regimental desprovido (STF, HC 88.747, 1ª Turma, de 15.09.2009). • Competência - São exemplos de CRIMES AMBI- ENTAIS DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDE- RAL: A) Descartar resíduos tóxicos sobre rio que atravessa o Estado de Alagoas, pois é bem da União por cortar mais de um estado da federação (STF, RE 454740/AL, rel. Min. Marco Aurélio, 28.4.2009); B) Crime de liberação, no meio ambiente, de organis- mos geneticamente modificados – plantação de soja transgênica/safra 2001. Prejuízo a interesses da União, porquanto há reflexos concretos da utilização desta tecnologia de plantio na Política Agrícola Naci- onal e na Balança Comercial de Exportação de nosso País” (STJ, CC 41.279, de 28.04.2004); C) Crime contra a fauna. Manutenção em cativeiro de espécies em extinção. IBAMA. Interesse de Autar- quia Federal (STJ, CC 37.137, DJ 14.04.2003); D) Apuração de suposto crime ambiental ocorrido em área que passou a integrar parque nacional adminis- trado pelo IBAMA (STJ, CC 88.013, de 27.02.2008); E) Crime ambiental praticadoem área de preserva- ção permanente localizada às margens de rio cujo curso d’água banha mais de um Estado da Federa- ção. Interesse da União caracterizado de acordo com a redação do art. 20, III, da Constituição Federal (STJ, 55.130, de 28.02.2007); F) A Justiça Federal, na forma da CF, art. 109, IV, é competente para julgar e processar crime de extra- ção de minerais sem a devida autorização, figura de- lituosa prevista na Lei 7.805/89, art. 21, porquanto praticado contra bem da União: minerais do subsolo (CF, art. 20, IX). (STJ. CC 22.975, DJ 20.11.2000); G) Delito em tese cometido no interior de área de pro- teção ambiental localizada no Entorno do Parque Na- cional do Itatiaia, criado pelo Decreto 1.713/37 (STJ, CC 92.722, de 24.03.2010); H) A pretensa conduta criminosa contra o meio am- biente teria ocorrido em uma Zona de Amortecimento do Parque Nacional de Araucárias, que foi criada pela União (STJ, CC 89.811, de 03.04.2008). PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – A Suprema Corte aplicou a bagatela ao delito do ar- tigo 40, da Lei 9.605/98, em processo de apuração de crime ambiental supostamente praticado pelo fa- lecido Deputado Federal Clodovil Hernandes, no jul- gamento da ação penal 439, de 12.06.2008, pois a área degradada no Parque Estadual da Serra do Mar correspondia a 0,0652 hectares. Informativo STF 676: “Princípio da insignificância e crime ambiental - HC 112.563/SC, rel. orig. Min. Ri- cardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Cezar Pe- luso, 21.08.2012 (HC-112563)”. A 2ª Turma, por maioria, concedeu habeas corpus para aplicar o princípio da insignificância em favor de condenado pelo delito descrito no art. 34, caput, pa- rágrafo único, II, da Lei 9.605/1998 No caso, o paciente fora flagrado ao portar 12 cama- rões e rede de pesca fora das especificações da Por- taria 84/2002 do IBAMA.Prevaleceu o voto do Min. Cezar Peluso, que reputou irrelevante a conduta em face do número de espécimes encontrados na posse do paciente. O Min. Gilmar Mendes acresceu ser evidente a des- proporcionalidade da situação, porquanto se estaria diante de típico crime famélico. Asseverou que outros meios deveriam reprimir este tipo eventual de falta, pois não seria razoável a imposição de sanção penal à hipótese. “A aplicabilidade do princípio da insignificância deve observar as peculiaridades do caso concreto, de forma a aferir o potencial grau de reprovabilidade da www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 3 conduta, valendo ressaltar que delitos contra o meio ambiente, a depender da extensão das agressões, têm potencial capacidade de afetar ecossistemas in- teiros, podendo gerar dano ambiental irrecuperável, bem como a destruição e até a extinção de espécies da flora e da fauna, a merecer especial atenção do julgador” (STJ, REsp 1.372.370, de 27/08/2013). Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao res- sarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. “A teoria menor da desconsideração, acolhida em nosso ordenamento jurídico excepcionalmente no Di- reito do Consumidor e no Direito Ambiental, incide com a mera prova de insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações, independen- temente da existência de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial. Para a teoria menor, o risco empresarial normal às atividades econômicas não pode ser suportado pelo terceiro que contratou com a pessoa jurídica, mas pelos sócios e/ou administra- dores desta, ainda que estes demonstrem conduta administrativa proba, isto é, mesmo que não exista qualquer prova capaz de identificar conduta culposa ou dolosa por parte dos sócios e/ou administradores da pessoa jurídica” (REsp 279.273, de 04.12.2003). O STJ vem acatando a desconsideração da persona- lidade jurídica na fase de execução processual, não sendo obrigatória a sua pronúncia na fase de conhe- cimento, pois mesmo após a formação da coisa jul- gada o sócio ou gestor da empresa terá direito ao contraditório e à ampla defesa. REsp 1.096.604-DF, Rel. Luis Felipe Salomão, j. 02.08.2012, Informativo 501 Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará: I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente; II - os antecedentes do infrator quanto ao cumpri- mento da legislação de interesse ambiental; III - a situação econômica do infrator, no caso de multa. Art. 8º As penas restritivas de direito são: (PESSOA FÍSICA) I - prestação de serviços à comunidade; II - interdição temporária de direitos; III - suspensão parcial ou total de atividades; IV - prestação pecuniária; V - recolhimento domiciliar. Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; II - arrependimento do infrator, manifestado pela es- pontânea reparação do dano, ou limitação significa- tiva da degradação ambiental causada; III - comunicação prévia pelo agente do perigo imi- nente de degradação ambiental; IV - colaboração com os agentes encarregados da vi- gilância e do controle ambiental. Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; II - ter o agente cometido a infração: a) para obter vantagem pecuniária; b) coagindo outrem para a execução material da in- fração; c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente; d) concorrendo para danos à propriedade alheia; e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime es- pecial de uso; f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamen- tos humanos; g) em período de defeso à fauna; h) em domingos ou feriados; i) à noite; j) em épocas de seca ou inundações; l) no interior do espaço territorial especialmente pro- tegido; m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; n) mediante fraude ou abuso de confiança; o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental; p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais; q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relató- rios oficiais das autoridades competentes; r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções. Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não supe- rior a três anos. Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são: I - multa; II - restritivas de direitos; III - prestação de serviços à comunidade. www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 4 Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa ju- rídica são: I - suspensão parcial ou total de atividades; II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações. Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional. LIQUIDAÇÃO FORÇADA De acordo com o STJ, “a Lei Ambiental previu para as pessoas jurídicas penas autônomas de multas, de prestação de serviços à comunidade, restritivas de direitos, liquidação forçada e desconsideração da pessoa jurídica, todas adaptadas à sua natureza jurí- dica” (passagem do REsp 610.114,de 17.11.2005). Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos autos. § 1 o Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades asseme- lhadas, para guarda e cuidados sob a responsabili- dade de técnicos habilitados. (Redação dada pela Lei nº 13.052, de 2014) § 2 o Até que os animais sejam entregues às institui- ções mencionadas no § 1 o deste artigo, o órgão au- tuante zelará para que eles sejam mantidos em con- dições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu bem-estar físico. (Redação dada pela Lei nº 13.052, de 2014) § 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madei- ras, serão estes avaliados e doados a instituições ci- entíficas, hospitalares, penais e outras com fins be- neficentes. (Renumerando do §2º para §3º pela Lei nº 13.052, de 2014) § 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecí- veis serão destruídos ou doados a instituições cientí- ficas, culturais ou educacionais. (Renumerando do §3º para §4º pela Lei nº 13.052, de 2014) § 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem. (Renumerando do §4º para §5º pela Lei nº 13.052, de 2014) Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada. Suspensão condicional do processo Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações: I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambien- tal, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo; II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo de sus- pensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido no caput, acres- cido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição; III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo men- cionado no caput; IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à la- vratura de novo laudo de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu resul- tado, ser novamente prorrogado o período de sus- pensão, até o máximo previsto no inciso II deste ar- tigo, observado o disposto no inciso III; V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a de- claração de extinção de punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado tomado as providências necessárias à reparação in- tegral do dano. TAC De acordo com o STJ, no julgamento do habeas cor- pus 183.047, de 22.03.2011, “a assinatura de termo de ajustamento de conduta, com a reparação do dano ambiental são circunstâncias que possuem re- levo para a seara penal, a serem consideradas na hi- pótese de eventual condenação, não se prestando para elidir a tipicidade penal”. CAPÍTULO V DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE Seção I Dos Crimes contra a Fauna Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar es- pécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migra- tória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas: I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13052.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 5 II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; III - quem vende, expõe à venda, exporta ou ad- quire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silves- tre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente. § 2º No caso de guarda doméstica de espécie sil- vestre não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de apli- car a pena. Por sua vez, se o apanho ou utilização estiver ampa- rada na Resolução CONAMA 394, de 06.11.2007, que permite, em caráter excepcional, a criação do- méstica de animais integrantes da fauna silvestre, em lista regulamentar a ser editada pelo IBAMA, obser- vados os critérios ambientais listados no artigo 4.º do citado diploma, não haverá crime. § 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que te- nham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas ju- risdicionais brasileiras. Vale ressaltar que o STJ já aplicou o Princípio da In- significância à guarda doméstica de animal silvestre (uma arara vermelha, um passarinho concriz e um xexéu, dois galos de campina e um papagaio), no jul- gamento do HC 72.234, em 09.10.2007. INFORMATIVO 550 STJ DIREITO AMBIENTAL. POSSE IRREGULAR DE ANIMAIS SILVESTRES POR LONGO PERÍODO DE TEMPO. O particular que, por mais de vinte anos, manteve adequadamente, sem indício de maus-tratos, duas aves silvestres em ambiente doméstico pode permanecer na posse dos animais. Nesse caso específico, aplicar o art. 1º da Lei 5.197/1967 e o art. 25 da Lei 9.605/1998 equivaleria à negação da sua finalidade, que não é decorrência do princípio da legalidade, mas uma inerência dele. A legislação deve buscar a efetiva proteção dos animais. Assim, seria desarrazoado determinar a apreensão dos animais para duvidosa reintegração ao seu habitat e seria difícil identificar qualquer vantagem em transferir a posse para um órgão da Administração Pública. Ademais, no âmbito criminal, o art. 29, § 2º, da Lei 9.605/1998 expressamente prevê que “no caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena”. Precedente citado: REsp 1.084.347-RS, Segunda Turma, DJe 30/9/2010. REsp 1.425.943-RN, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 2/9/2014. § 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração; II - em período proibido à caça; III - durante a noite; IV - com abuso de licença; V - em unidade de conservação; VI - com emprego de métodos ou instrumentos capa- zes de provocar destruição em massa. Conforme previsto na Lei Complementar 140/2011, além da lista nacional das espécies da fauna amea- çadas de extinção, é possível que os estados e o Dis- trito Federal também editem listas para os seus terri- tórios. § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional. § 6º As disposições desteartigo não se aplicam aos atos de pesca. Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da au- toridade ambiental competente: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade competente: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Nesse sentido, pontifica o artigo 7º, inciso XVII, da LC 140/2011, ser competência federal controlar a intro- dução no País de espécies exóticas potencialmente invasoras que possam ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies nativas. “Conflito negativo de competência. Crime ambiental. Artigo 31 da Lei 9.605/1998. Introdução de espéci- mes de fauna exógena no País sem autorização. Competência da Justiça Federal. 1. Comprovado pelo laudo de vistoria realizado que nenhum dos animais possuía marcação ou compro- vação de origem e sendo esta atividade diretamente relacionada com as atribuições do IBAMA, autarquia federal responsável pela autorização de ingresso e posse de animais exóticos no País, de acordo com Instrução Normativa 02/01 do citado órgão, há indí- cios de crime perpetrado em desfavor da União. http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp%201425943 www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 6 2. Uma vez que o ingresso de espécimes exóticos no País está condicionado à autorização do IBAMA, firma-se a competência da Justiça Federal, haja vista a existência de interesse de autarquia federal. 3. Conheço do conflito e declaro competente o susci- tado, Juízo Federal da 3.ª Vara Criminal da Seção Judiciária do Estado do Rio Grande do Sul” (STJ, CC 96.853/RS, 3.ª Seção, j. 08.10.2008). Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domestica- dos, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza ex- periência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem re- cursos alternativos. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou car- reamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou am- bas cumulativamente. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas: I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio público; II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autori- zação da autoridade competente; III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica. Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão com- petente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Como exemplo, a Instrução Normativa IBAMA 206, de 14 de novembro de 2008, que objetiva garantir a proteção da lagosta no período de reprodução e, con- sequentemente, a sobrevivência da espécie e da ati- vidade pesqueira, proibiu, nas águas sob jurisdição brasileira, o exercício da pesca das lagostas verme- lha (Panulirus argus) e verde (P. Laevicauda), anual- mente, no período de 1.º de dezembro a 31 de maio. Como exemplo, a Instrução Normativa IBAMA 206, de 14 de novembro de 2008, que objetiva garantir a proteção da lagosta no período de reprodução e, con- sequentemente, a sobrevivência da espécie e da ati- vidade pesqueira, proibiu, nas águas sob jurisdição brasileira, o exercício da pesca das lagostas verme- lha (Panulirus argus) e verde (P. Laevicauda), anual- mente, no período de 1.º de dezembro a 31 de maio. Um exemplo de vedação de pesca em determinados locais delimitados pelo Poder Público é dado pela Portaria IBAMA 18, de 11 de junho de 2008: “Artigo 2.º Proibir, na bacia hidrográfica do rio São Francisco: III – A pesca nos seguintes locais: a) em lagoas marginais; b) a menos de 200 m (duzentos metros) a montante e a jusante de cachoeiras e corredeiras; c) a menos de 200 m (duzentos metros) da confluên- cia do rio São Francisco com os seus afluentes; e d) a 500 m (quinhentos metros) a montante e a ju- sante de barragens”. No mais, pelo Princípio da Especialidade, a pesca de cetáceos – mamíferos adaptados à água, com barba- tanas, a exemplo das baleias, golfinhos e botos – re- aliza o tipo do artigo 2.º, da Lei 7.643/1987, com pena de dois a cinco anos de reclusão e multa, sendo a sua pesca vedada sem quaisquer exceções ou mesmo o seu molestamento. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: I - pesca espécies que devam ser preservadas ou es- pécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técni- cas e métodos não permitidos; III - transporta, comercializa, beneficia ou industria- liza espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas. Art. 35. Pescar mediante a utilização de: I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante; II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente: Pena - reclusão de um ano a cinco anos. Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. “Ambiental. Pesca. Infração. Lei n. 9.605/1998. Ca- racterização. Trata-se, na origem, de ação ajuizada a fim de anular auto de infração lavrado com base nos arts. 34 e 35 da Lei 9.605/1998, uma vez que o recorrido largou uma rede em um rio, em época de piracema, por as- sustar-se com a presença de agentes. www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 7 O Min. Relator asseverou que a Administração Pú- blica é regida pelo princípio da legalidade e, em es- pecial, no exercício de atividade sancionadora, da ti- picidade/taxatividade, de modo que, se ela não com- prova, na esfera judicial, que foi correta a qualificação jurídica feita no lançamento, a autuação não pode subsistir. Todavia, no caso, a autuação foi correta ao enquadrar a ação do infrator. O próprio legislador cuidou, no art. 36, de enunciar o que deve ser entendido como pesca: ‘ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou captu- rar espécimes dos grupos dos peixes’. Assim, ao analisar as condutas previstas nos arts. 34 e 35 e o conceito de pesca disposto no art. 36, a Turma con- cluiu que o recorrido, ao abandonar uma rede (mate- rial proibido e predatório) em um rio, em época de piracema, pescou, uma vez que, pela análise de todo o contexto apresentado no acórdão, houve a de- monstração de prática de ato tendente a retirar peixe ou qualquer das outras espécies de seu habitat pró- prio elencadas no art. 36” (REsp 1.223.132-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 05.06.2012, Infor- mativo 499). Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando reali- zado: I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autori- dade competente; III – (VETADO) IV - por ser nocivo o animal, desde que assim carac- terizado pelo órgão competente. o abate de animais nocivos nãoé contrário ao Direito, desde que ele seja caracterizado pelo órgão compe- tente. A Instrução Normativa IBAMA 141/2006 regula o controle da fauna sinantrópica nociva, dispensando autorização do IBAMA para o seu controle, conforme listagem abaixo, pois há uma presunção de nocivi- dade: “Artigo 5.º Pessoas físicas ou jurídicas interessadas no manejo ambiental ou controle da fauna sinantró- pica nociva, devem solicitar autorização junto ao ór- gão ambiental competente nos respectivos Estados. § 1.º Observada a legislação e as demais regulamen- tações vigentes, são espécies sinantrópicas nocivas passíveis de controle por pessoas físicas e jurídicas devidamente habilitadas para tal atividade, sem a ne- cessidade de autorização por parte do IBAMA: a) artrópodes nocivos: abelhas, cupins, formigas, pul- gas, piolhos, mosquitos, moscas e demais espécies nocivas comuns ao ambiente antrópico, que impli- quem em transtornos sociais ambientais e econômi- cos significativos. b) Roedores sinantrópicos comensais (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus) e pombos (Co- lumba livia), observada a legislação vigente, especi- almente no que se refere a maus-tratos, translocação e utilização de produtos químicos”. O Poder Público também pode eliminar outros ani- mais como última saída, independentemente de li- cenciamento, a exemplo dos cães abandonados, conforme o § 1.º, do artigo 4.º, da Instrução Norma- tiva IBAMA 141/2006. Seção II Dos Crimes contra a Flora Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de prote- ção: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. “A conduta de devastação de vegetação do tipo ca- poeira pode estar subsumida ao tipo penal previsto no artigo 38 da Lei 9.605/1998, já que determinados tipos de capoeira permitem um processo de regeneração natural da floresta, carac- terizando, portanto, ‘floresta em formação’, daí por- que não é viável o trancamento da ação penal via ha- beas corpus, se não é inequívoca a atipicidade” (HC 52.722, j. 25.03.2008). Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio de re- generação, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). Este crime será de competência da Justiça Estadual, salvo se houver uma causa que atraia a competência federal, conforme entende o STJ: “Conflito de competência (Justiça Federal e Justiça Estadual). Infração ambiental (desmatamento). Flo- resta nativa (Mata Atlântica). 1. Conforme o entendimento consolidado no Superior Tribunal, compete à Justiça estadual o processa- mento e o julgamento de procedimento que apura http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/1998/Vep181-98.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 8 eventual infração ambiental consistente no desmata- mento de floresta nativa da Mata Atlântica” (AgRg no CC 93.083, j. 27.07.2008). Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da autori- dade competente: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. “3. É de ser reconhecido o excesso acusatório relati- vamente ao concurso material entre os artigos 38 e 39 da Lei 9.605/1998, já que o artigo 38 engloba tam- bém a hipótese em que o dano à floresta de preser- vação permanente decorre do corte de árvores” (STJ, HC 52.722, j. 25.03.2008). Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, indepen- dentemente de sua localização: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 1 o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reser- vas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumen- tos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. § 2 o A ocorrência de dano afetando espécies amea- çadas de extinção no interior das Unidades de Con- servação de Proteção Integral será considerada cir- cunstância agravante para a fixação da pena. § 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. Art. 40-A. (VETADO) § 1 o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentá- vel e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural. § 2 o A ocorrência de dano afetando espécies amea- çadas de extinção no interior das Unidades de Con- servação de Uso Sustentável será considerada cir- cunstância agravante para a fixação da pena. § 3 o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa. Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e de- mais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano: Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou am- bas as penas cumulativamente. Art. 43. (VETADO) Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem pré- via autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as determinações legais: Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o pro- duto até final beneficiamento: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente. “Recurso extraordinário – Matéria legal. O recurso extraordinário não é meio próprio a alcançar-se exame de controvérsia equacionada sob o ângulo es- tritamente legal. Competência – Crime ambiental – Lei nº 9.605/98 – Justiça comum – Precedentes. No entendimento de ambas as Turmas deste Tribunal, a competência para julgar o crime ambiental previsto no artigo 46, parágrafo único, da Lei nº 9.605/98 é da Justiça comum, porquanto o interesse da União seria apenas genérico ou indireto. Precedentes: Habeas Corpus nº 81.916-8 e Recurso Extraordinário nº 349.191-1” (RE 598.524 AgR, de 21.06.2011). Art. 47. (VETADO)Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. O Supremo Tribunal Federal também entendeu que se trata de crime permanente: “Processual penal. Crime contra o meio ambiente. Impedir ou dificultar a regeneração natural da vege- tação (art. 48 da Lei nº 9.605/98). Pedido de tranca- mento da ação penal. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/2000/Mv0967-00.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/1998/Vep181-98.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/1998/Vep181-98.pdf www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 9 Alegações de inépcia da denúncia, atipicidade do fato e falta de justa causa. Não ocorrência. Ordem denegada. 1. É firme a jurisprudência consagrada por esta Corte no sentido de que a concessão de habeas corpus com a finalidade de trancamento de ação penal em curso só é possível em situações excepcionais, quando estiverem comprovadas, de plano, a atipici- dade da conduta, causa extintiva da punibilidade ou ausência de indícios de autoria, o que não se vislum- bra neste writ. Precedentes. 2. A denúncia, embora não expondo data precisa em que se teria consu- mado a infração ambiental, que é de cunho perma- nente, foi capaz de situá-la em período certo e deter- minado, com a possibilidade de estabelecer-se, para fins de aferição de alegada causa extintiva da punibi- lidade do agente, como último marco consumativo, data em que pericialmente atestada a permanência da infração. Prescrição não verificada. 3. Preenchi- dos os requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal, a análise das demais questões postas na im- petração, para seu correto equacionamento, de- manda regular dilação probatória, escapando, por- tanto, da possibilidade de análise mais aprofundada dos fatos, máxime quando se considera o viés es- treito do writ constitucional. Constrangimento ilegal inexistente. 4. Ordem denegada” (HC 107.412, 1.ª Turma, de 08.05.2012). Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa. Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plan- tadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do ór- gão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) - Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. § 1 o Não é crime a conduta praticada quando neces- sária à subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família. § 2 o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em flo- restas e nas demais formas de vegetação, sem li- cença ou registro da autoridade competente: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. De acordo com o artigo 69 do novo Código Florestal, são obrigados a registro no IBAMA os estabeleci- mentos comerciais responsáveis pela comercializa- ção de motosserras, bem como aqueles que as ad- quirirem, devendo a licença para o porte e uso de mo- tosserras ser renovada a cada 2 (dois) anos. Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação con- duzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um terço se: I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do regime climático; II - o crime é cometido: a) no período de queda das sementes; b) no período de formação de vegetações; c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no local da in- fração; d) em época de seca ou inundação; e) durante a noite, em domingo ou feriado. Seção III Da Poluição e outros Crimes Ambientais Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em ní- veis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. De acordo com o STJ, “quando se trata de poluição que possa resultar em danos à saúde humana, está- se diante de crime formal, que não exige a presença de resultado naturalístico, consistente na efetiva afe- tação da saúde das pessoas. Desse modo, o fato de existir nos autos da ação penal laudo judicial no qual se afirmaria a inexistência de danos ambientais vi- gentes, por si só, não tem o condão de atestar a ino- corrência do delito denunciado, de cunho formal, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 10 sendo certo que a aludida prova pericial deve ser va- lorada em conjunto com os demais elementos de prova pelo magistrado competente por ocasião da análise do mérito da acusação” (RHC 40.317, de 22.10.2013). “Penal. Habeas corpus. Artigo 54 da Lei 9.605/1998. Poluição sonora. Trancamento da ação penal. Des- classificação. Artigo 42 da Lei de Contravenções Pe- nais. Prescrição. I – Para a caracterização do delito previsto no artigo 54 da Lei 9.605/1998, a poluição gerada deve ter o condão de, ao menos, poder causar danos à saúde humana, fato inocorrente na espécie. II – Uma vez dada nova qualificação jurídica ao fato, qual seja: artigo 42 da Lei de Contravenções Penais, e, levando-se em consideração que o fato se deu em 30.09.2003, e desde então não se verificou a ocor- rência de qualquer marco interruptivo da prescrição – uma vez que a denúncia não mais subsiste – é de se declarar a extinção da punibilidade do paciente ex vi do artigo 107, IV, c/c o artigo 109, VI do CP. Ordem concedida. Extinta a punibilidade” (STJ, HC 54.536, DE 06.06.2006). Ainda para o STJ, “é imprescindível a realização de perícia oficial para comprovar a prática do crime previsto no art. 54 da Lei 9.605/1998. O tipo penal do art. 54 da Lei 9.605/1998 ("Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora") divide- se em duas modalidades: de perigo ("possa resultar em dano à saúde humana") e de dano ("resulte em dano à saúde humana" ou "provoque a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora"). Mesmo na parte em que se tutela o crime de perigo, faz-se imprescindível a prova do risco de dano à saúde. Isso porque, para a caracterização do delito, não basta ficar caracterizada a ação de poluir; é necessário que a poluição seja capaz de causar danos à saúde humana (HC 54.536, Quinta Turma, DJ 1º/8/2006; e RHC 17.429, Quinta Turma, DJ 1º/8/2005), e não há como verificar se tal condição se encontra presente sem prova técnica. REsp 1.417.279-SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 22/9/2015, DJe 15/10/2015” (Informativo 571). § 2º Se o crime: I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; II - causar poluição atmosférica que provoque a reti- rada, ainda que momentânea, dos habitantesdas áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população; III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade; IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líqui- dos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabele- cidas em leis ou regulamentos: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no pa- rágrafo anterior quem deixar de adotar, quando as- sim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de re- cursos minerais sem a competente autorização, per- missão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, con- cessão ou determinação do órgão competente. • 466- INDENIZAÇÃO. ATIVIDADE ILÍCITA. LI- CENÇA. DNPM. • A Turma, entre outras questões, entendeu que a ausência de autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para a atividade de ex- ploração de areia e seixo não constitui apenas uma irregularidade administrativa passível de futura con- formação, mas uma ilicitude (art. 55 da Lei n. 9.605/1998), sendo proibida sua realização sem a devida permissão, concessão ou licença. A referida atividade realizada indevidamente acarreta sanções tanto administrativas como penais, logo não cabe in- denização decorrente da desativação das atividades extrativas minerais dos recorridos em razão de cons- trução de reservatório de usina hidrelétrica. • Assim, a Turma deu provimento ao recurso. Pre- cedentes citados: REsp 1.021.556-TO, DJe 5/11/2010, e REsp 1.021.568-TO, DJe 5/6/2008. REsp 1.188.683-TO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 15/3/2011. Note-se que este crime não revogou o do artigo 2.º, da Lei 8.176/1991, normalmente havendo concurso ideal ou formal, pois este tutela a Ordem Econômica e o artigo 55, o meio ambiente, conforme jurisprudên- cia prevalente: • 1. "O art. 2º da Lei 8.176/91 descreve o crime de usurpação, como modalidade de delito contra o patri- mônio público, consistente em produzir bens ou ex- http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp1417279 http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp1417279 http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp%201188683 http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp%201188683 www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 11 plorar matéria-prima pertencente à União, sem auto- rização legal ou em desacordo com as obrigações impostas pelo título autorizativo. • Já o art. 55 da Lei 9.605/98 descreve delito contra o meio-ambiente, consubstanciado na extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida" (HC 35.559/SP). 2. As Leis 8.176/91 e 9.605/98 possuem objetivida- des jurídicas distintas, razão pela qual não incide o princípio da especialidade. 3. Recurso provido para que seja recebida a denúncia em relação ao crime do art. 2º da Lei 8.176/91” (REsp 930.781, de 18.08.2009). Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, ex- portar, comercializar, fornecer, transportar, armaze- nar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde hu- mana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regula- mentos: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1 o Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 12.305, de 2010) I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza em desacordo com as normas am- bientais ou de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010) II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, trans- porta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a resí- duos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010) § 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou ra- dioativa, a pena é aumentada de um sexto a um terço. § 3º Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. De acordo com o STJ, no julgamento do Conflito de Competência 115.159, de 13.06.2012, “apenas o fato de ser de propriedade da Marinha do Brasil, o pro- duto tóxico transportado, sem observância das nor- mas de segurança (art. 56 da Lei 9.605/1998), não tem o condão de deslocar a competência da ação pe- nal para a Justiça Federal, já que o bem jurídico tute- lado é o meio ambiente” (Informativo 492). Art. 57. (VETADO) Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão aumentadas: I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversí- vel à flora ou ao meio ambiente em geral; II - de um terço até a metade, se resulta lesão corpo- ral de natureza grave em outrem; III - até o dobro, se resultar a morte de outrem. Parágrafo único. As penalidades previstas neste ar- tigo somente serão aplicadas se do fato não resultar crime mais grave. Art. 59. (VETADO) Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Para o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do habeas corpus 147.541, de 16.12.2010, “para a caracterização do delito previsto no art. 60 da Lei n. 9.605/1998, a poluição gerada deve ter a capacidade de, ao menos, poder causar danos à saúde humana”. Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Seção IV Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: I - bem especialmente protegido por lei, ato adminis- trativo ou decisão judicial; II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa. Para o STJ, o tipo do inciso I pressupõe uma conduta comissiva, só podendo se realizar omissivamente se o agente ostentar a condição de garantidor, tendo o dever de impedir o dano ambiental cultural, conso- ante se depreende da análise do HC 134.409, de 16.08.2011. Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato adminis- trativo ou decisão judicial, em razão de seu valor pai- sagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cul- tural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monu- mental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em razão de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/1998/Vep181-98.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/1998/Vep181-98.pdf www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 12 seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade com- petente ou em desacordo com a concedida: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edi- ficação ou monumento urbano: (Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011) Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011) § 1 o Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico, arqueoló- gico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e multa. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.408, de 2011) § 2 o Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão compe- tente e a observância das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos governamentais res- ponsáveis pela preservação e conservação do patri- mônio histórico e artístico nacional. (Incluído pela Lei nº 12.408, de 2011) Seção V- Dos Crimes contra a Administração Ambiental Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Art. 67. Conceder o funcionário público licença, auto- rização ou permissão em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa. Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou con- tratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem prejuízo da multa. Trata-se de um crime omissivo próprio ou puro, pois não se exige um resultado naturalístico para a sua consumação, bem como próprio, pois apenas a pes- soa física ou jurídica que tiver uma obrigação de agir poderá realizá-lo. No entanto, para o Superior Tribunal de Justiça, cuida-se de delito omissivo impróprio, muito embora o tipo não exija para a sua consumação resultado no mundo do natural: 1. O delito previsto no art. 68 da Lei dos Crimes Am- bientais, isto é, ‘[d]eixar, aquele que tiver o dever le- gal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental’, está inserido no rol dos crimes contra a administração pública ambiental, classificando-se como crime omissivo impróprio em que o agente deixa de praticar o ato, contrariando o dever de fazê-lo para evitar o resultado lesivo ao meio ambiente. 2. Com relação ao sujeito ativo, verifica-se que a me- lhor exegese conduz no sentido de que o crime pode ser praticado por qualquer pessoa incumbida desse dever legal ou contratual, não sendo exigido, como fizeram as instâncias ordinárias, tratar-se de funcio- nário público” (REsp 1.032.651, de 28.02.2012). Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 1 o Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 2 o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, incom- pleta ou enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) NOVO CFLO - ANISTIA Art. 60. A assinatura de termo de compromisso para regularização de imóvel ou posse rural perante o ór- gão ambiental competente, mencionado no art. 59, suspenderá a punibilidade dos crimes previstos nos arts. 38, 39 e 48 da Lei n o 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, enquanto o termo estiver sendo cumprido. § 1 o A prescrição ficará interrompida durante o perí- odo de suspensão da pretensão punitiva. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12408.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Ambiental – Aula 08 Frederico Amado 13 § 2 o Extingue-se a punibilidade com a efetiva regula- rização prevista nesta Lei.
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