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Texto base: Lévi-Strauss, Claude. "História e Etnologia" in Antropologia Estrutural Aula história e antropologia 1 Etnologia e história acabaram formando uma oposição entre si Etnografia consiste na observação de grupos humanos tomadas em sua especificidade, muitas vezes escolhidos entre os mais diferentes do nosso, mas por razões teóricas em práticas, que nada tem haver com a natureza da pesquisa. Visando a restituição tão fiel quanto possível do modo de vida de cada um deles. (Se mantêm um consenso em todos os países) Etnologia: utiliza de modo comparativo os documentos apresentados pela etnografia. Drama interno da etnografia e etnologia Pretender reconstituir um passado cuja história não teve meios para atingir ou querer fazer história de um presente sem passado, da etnografia em um caso, e etnologia de outro. Evolucionismo Para os evolucionistas a questão da história não se colocou como um grande problema pois os trabalhos procuraram colocar as diversas sociedades dentro da grade evolucionista que seguiu uma orientação histórica progressista onde no estágio primitivo e antigo, encontravam-se as sociedades nômades, caçadoras e coletoras, em um estágio mais avançado, encontravam-se as sociedades industriais, a civilização europeia. Então os evolucionistas não tinham dificuldade em transportar esses estudos etnográficos para uma grade macro-histórica geral na humanidade. Difusionismo Outra corrente muito difundida na antropologia dessa virada do século XIX para o XX são os difusionistas. Os difusionistas também deixar a desejar em relação à história e que por fim, a idéia de ciclos e complexos culturais equivalem ao estágios dos evolucionistas, o que implica uma noção de história conjectural e biológica. Isto é, não há descrições detalhadas de contraste cultural surgiu em determinado lugar, como passou para outro lugar, e como se transformou ao longo desses caminhos. Lévi Strauss, entretanto, parece ser menos crítico em relação ao difusionismo, se compararmos as críticas aos evolucionistas. O que levará alguns comentadores a ver uma característica difusionista em alguns de seus trabalhos, sobretudo nas mitológicas, onde o autor irá então fazer o estudo da mitologia em toda a América. Franz Boas Lévi Strauss atenta para o fato de que Franz Boas foi um dos antropólogos que mais apontaram as insuficiências das explicações evolucionistas e difusionistas. Embora Boas tenha sido formado na alemanha, foi nos Estados Unidos que se consolidou como Antropólogo e desenvolveu longas pesquisas etnográficas com os povos indígenas da América do Norte. E também formou toda uma geração. Como Lévi Strauss destaca, Boas, em respeito a história “Em matéria de história dos povos primitivos, tudo o que os etnólogos elaboraram se reduz a construções e não pode ser outra coisa.” O problema se colocava, sobretudo, pq a maior parte dos povos designados como primitivos e objetos de então estudos da etnologia, e da antropologia, não tinham registros escritos de outras épocas , contavam apenas com a memória oral. Como alternativa, Boas propôs que qualquer tentativa de reconstituição histórica dos povos indígenas deveria se limitar à uma região determinada e preferencialmente pequena. Cujas fronteiras geográficas fossem nitidamente delimitadas e sem se estender a comparação além dessa área circunscrita. Embora Lévi Strauss delimita que em alguns casos, em alguns estudos, Boas tenha logrado uma constituição histórica de algumas instituições ainda sim esses estudos apresentaram uma limitação em delimitar com precisão a cronologia das transformações, além disso, e muitos outros casos os resultados foram muito menos densos e cheios de lacuna, diante desses contextos, o próprio Boas admite que essas transformaçõe históricas nas sociedade indígenas só podem serem reconstituídas por métodos indiretos. Lévi-Strauss chama a atenção se levada ao extremo assacritico, isso “Conduziria à um total agnosticismo histórico”. Entretanto, Boas não será radical e mesmo diante de tamanhas dificuldades, continuará se esforçando em fazer uma análise histórica, na medida do possível. Crítica a Malinowski Crítica de Lévi Strauss á escola formada por Malinowski e dos americanos contemporâneos: Diante do problema paradoxo procuraram renunciar de vez a compreensão histórica. “Renuncia-se a compreender a história para fazer estudo das culturas e uma análise sincrônica das relações entre seus elementos constitutivos” A partir daí Lévi Strauss tecera uma forte crítica a Malinowski e ao funcionalismo por se recusar enfrentar o problema da história. O autor ataca fortemente a atitude de etnógrafos que se recusam a ler qualquer informação sobre o povo que estudará para não estragar uma Mais adiante o autor diz que é melhor muito pouco história do que nenhuma. E segue analisando sua “a maravilhosa intuição que permitirá ao etnólogo em um diálogo atemporal com sua pequena tribo e acima de um contexto e regras de costumes altamente diferenciados.” análises a demonstrar a insuficiência dessa abordagem. Não gostava nenhum pouco de Malinoski, sobretudo em relação a sua abordagem teórica. Abordagem funcionalista: “Na verdade podemos nos perguntar se todas essas construções apressadas que só conseguem fazer das populações estudadas reflexos de nossa própria sociedade, de nossas categorias e de nosso problemas, não ocorreriam, como Boas tinham percebido, com clareza, de uma superestimação do método histórico e não da atitude contrária” História e etnologia Antes de explicitar as diferenças entre história e etnologia/etnografia, que são evidentemente diferenças do ponto de vista do autor, afinal, muitos historiadores e antropólogos não concordam ou não concordaram com ele. E irá trazer a tona algumas características que supostamente seriam diferentes entre um método e outro. Com isso, traçará algumas convergência entre essas disciplinas. Diferenças e igualdades entre história e etnologia A diferença que os historiadores estudam sociedades afastadas temporariamente e os etnólogos sociedades afastadas espacialmente é minimizada por Strauss e equacionada ao afirmar que no fim ambas estudam sociedades que são outras em relação aquela que vivemos, seja no eixo temporal ou espacial. Nesse modo, ambas tratam de uma alteridade e num limite o que procuram fazer é amplificar uma experiência particular para uma dimensão mais geral. E dar inteligibilidade à essas experiências de outros lugares e de outros tempos. Outra diferença muito difundida entre história e etnologia é que, enquanto a primeira se baseia em documentos escritos por diversas pessoas, a etnologia se restringem a observação de uma única pessoa. Lévi Strauss diz que isso não é de todo correto, pois a etnologia naquela época já havia acumulado uma grande quantidade de estudos de determinadas regiões. Além do que poderia-se dizer que os historiadores se valem muitas vezes de documentos escritos por etnógrafos amadores. Após tecer essas comparações entre história e etnologia, e mostrar que algumas diferenças entre essas disciplinas são de fato apenas aparente, o autor enfim enuncia uma primeira diferença que considera consistente. “Propomo-los a mostrar que a diferença fundamental entre elas não é nem de objeto, nem de objetivo, nem de método, e que tendo o mesmo objeto - que é a vida social - mesmo objetivo - melhor compressão do homem - e o método, que varia apenas das dosagens de procedimentos de pesquisa, ela se distingue sobre a escolha de perspectiva complementares. A história organiza seus dados em relação às expressões conscientes e a etnologia em relação às condições inconscientes da vida social. A questão do consciente e inconsciente então é trazida ao primeiro plano para estabelecer uma distinção entre a antropologia e a história. Ele procura mostrar se atentarmos para várias hábitos e costumes culturaisa maior parte das pessoas não sabem explicar conscientemente o porque desses hábitos e costumes. Ele evoca mais uma vez Boas para afirmar a natureza inconsciente dos fenômenos culturais baseando-se na linguagem. Para Lévi Strauss, a passagem do consciente para o inconsciente é acompanhada por um progresso específico em direção ao geral. Aula história e antropologia 2 Entrevista - se refere a uma distinção entre modo de sociedades. Categoriza como sociedade frias e sociedades quentes. Sociedades frias foram caracterizadas como sem história e as sociedade quentes com história. Há um determinado lugar comum no qual se costuma fazer equivalências entre sociedades primitivas e sociedade fritas, e de outro lado, entre sociedade ocidental, sociedade quentes. E também ela está sobreposta sobre uma outra distinção que é entre mito e história. A forma de enfrentamento de uma mesmo problema. Sincronia e diacronia, a passagem do tempo. Nesse sentido, existem aquelas sociedade que elaboram um sistemas, visando anular ao máximo os efeitos da passagem no tempo, ainda que nunca de forma perfeita. Que mostrariam propensão pela sincronia. E as sociedades ditas quentes seriam aqueles que botam a atemporalidade e a interiorizam como força impulsora da sociedade, que mostrariam propensão à diacronia. Tais modos existem em qualquer sociedade. Conflito entre mito e história e diacronia e sincronia. Sociedades frias - aludir ao totemismo Mito e história Os sistemas totêmicos são associados então ao mito e as sociedades ditas frias á medida que se coloca contra a história ou tentando anulá-la, pelo menos do ponto de vista do intelecto. A história está subordinada ao sistema. Série original/série derivada
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