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Anatomia do Sistema Nervoso 1 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Sumário Resumo de Neuroanatomia Capítulo 1 – Introdução (3) Capítulo 2 – Tecido Nervoso (3) 2.1 – Neurônio 2.2 – Neuroglias Capítulo 3 – Embriologia do Sistema Nervoso (6) 3.1 – Dilatações do Tubo Neural Capítulo 4 – Histogênese do Sistema Nervoso (8) Capítulo 5 – Crânio (9) 5.1 – Acidentes Ósseos Externos do Crânio 5.2 – Acidentes Ósseos da Base Interna do Crânio 5.3 – Forames do Crânio 5.4 – Esquema com tópicos principais Capítulo 6 – Coluna Vertebral (17) 6.1 – Divisão 6.2 – Características Gerais das Vértebras 6.3 – Características Específicas das Vértebras Capítulo 7 – Medula Espinhal (20) 7.1 – Subdivisão 7.2 – Localização 7.3 – Planos de Proteção 7.4 – Estrutura Anatômica da Medula em um corte transversal Capítulo 8 – Tronco Cerebral (23) 8.1 – Face Anterior do Tronco 8.1.1 – Bulbo 8.1.2 – Ponte 8.1.3 – Mesencéfalo 8.2 – Face Posterior do Tronco 8.2.1 – Porção fechada do Bulbo 8.2.2 – IV Ventrículo 8.2.3 – Lâmina Quadrigeminal Anatomia do Sistema Nervoso 2 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 9 – Cerebelo (29) 9.1 – Localização 9.2 – Faces Externas 9.3 – Divisões do Cerebelo 9.3.1 – Divisão Anatômica 9.3.2 – Divisão Ontogenética 9.3.3 – Divisão Filogenética Capítulo 10 – Pares Cranianos (31) Capítulo 11 – Diencéfalo (32) 11.1 – Divisões do Diencéfalo 11.2 – III Ventrículo 11.3 – Epitálamo 11.4 – Tálamo 11.5 – Subtálamo 11.6 – Hipotálamo Capítulo 12 – Telencéfalo (34) 12.1 – Núcleos da Base 12.2 – Dominância Cerebral 12.3 – Córtex Cerebral 12.4 – Face Súpero-lateral (texto e esquema) 12.5 – Face Medial (texto e esquema) 12.6 – Face Inferior (texto e esquema) 12.7 – Ventrículos Encefálicos 12.8 – Plexo Coróide 12.9 – Líquor 12.10 – Meninges 12.11 – Vascularização do Encéfalo Anatomia do Sistema Nervoso 3 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 1 – Introdução O sistema nervoso é subdividido em duas porções: o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é formado pelo encéfalo, localizado internamente a caixa craniana, e pela medula espinhal, localizada internamente a coluna vertebral. O encéfalo é composto pelo cérebro, subdividido em telencéfalo e diencéfalo, pelo cerebelo e pelo tronco cerebral, subdividido em bulbo, ponte e mesencéfalo. O SNP é composto pelos gânglios nervosos e pelos nervos espalhados ao longo do corpo. Capítulo 2 – Tecido Nervoso A unidade funcional básica do sistema nervoso humano e que, portanto, forma seu parênquima, é o neurônio. Além dos neurônios, encontramos ainda uma série de outras células cujas funções variam desde nutrição, até sustentação do tecido nervoso, constituindo, portanto, seu estroma: são as neuroglias. Capítulo 2.1 – Neurônio Apresenta-se divido em 3 componentes principais: o corpo celular (pericário), que é o centro trófico celular; os dendritos, que são prolongamentos numerosos especializados na recepção de estímulos, sejam estes vindos de células neuroepiteliais ou de outros neurônios; e o axônio, prolongamento único especializado na condução e transmissão do impulso nervoso para outras células. No SNC, Anatomia do Sistema Nervoso 4 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 No SNC o corpo celular do neurônio, juntamente com algumas células da glia, formam o que chamamos de substância cinzenta. Seus prolongamentos constituem a substância branca, assim denominada pois seu revestimento, um lipídeo chamado mielina, possui cor esbranquiçada. Já no SNP, o corpo celular dos neurônios constitui os gânglios nervosos e seus prolongamentos, as fibras nervosas periféricas (nervos). Os neurônios podem ser classificados em 4 tipos, de acordo com sua forma e com o número de prolongamentos protoplasmáticos: Apolar: Encontrado apenas do embrião. Bipolar: Possui 2 prolongamentos, um dendrito e um axônio, localizados em pólos opostos das células. Está presente na retina, mucosa olfatória e nos gânglios coclear e vestibular. Pseudo-unipolar: Apresentam um único prolongamento, que se divide em 2. Um dirige-se para a periferia e outro para o sistema nervoso central. Encontrados nos gânglios espinhais e sensitivos dos pares cranianos, com exceção do 1º PC, 2º PC e 8º PC. Multipolar: Apresentam um grande número de dendritos. Localizados no córtex cerebral, tronco cerebral e na medula espinal. Os neurônios podem ainda ser classificados de acordo com sua funcionalidade em: Neurônios Motores: Controlam as glândulas exócrinas, glândulas endócrinas e as fibras musculares. Neurônios Sensitivos: São encarregados da transmissão do impulso do meio ambiente para o SNC. Interneurônios: São encontrados somente no SNC, tendo por função conexão entre neurônios, deixando os circuitos nervosos mais complexos. Estrutura Nervosa Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico Corpo do neurônio Córtex e Núcleos (Subs. Cinzenta) Gânglios Nervosos Prolongamento Protoplasmático Substância Branca Nervos Anatomia do Sistema Nervoso 5 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capitulo 2.2 – Neuroglias No grupo das neuroglias ou simplesmente glias, incluem-se vários tipos de células encontradas no Sistema Nervoso ao lado dos neurônios. Essas células apresentam funções de sustentação, nutrição e tantas outras essenciais para a vida dos neurônios, e dividem-se nos seguintes tipos: Oligodendrócitos e Células de Schwann: Ambas as células possuem a função de produzir mielina, que através da bainha que forma ao redor dos prolongamentos protoplasmáticos dos neurônios, possibilita uma condução saltatória de informações, que é mais acelerada que a contínua, além de conferir proteção à célula. É importante lembrar que fibras revestidas com mielina geralmente carregam informações importantes e vitais, tais como movimentos, localização dos membros. Fibras sem mielinização carregam informações como a dor, que, embora seja importante, não tem uma urgência de ser processada. Os oligodendrócitos, contudo, produzem mielina somente no SNC e numa proporção de 1: 20-60 neurônios. As células de Schwann produzem mielina no SNP, e numa proporção de 1: 1 neurônio. Astrócitos: Dentre suas diversas funções os astrócitos “ligam-se” a pequenos vasos e transportam nutrientes para os neurônios. Por isso exercem uma função trófica. Células Ependimárias: São células epiteliais colunares que revestem os ventrículos encefálicos e o canal central da medula. Em alguns locais são ciliadas, facilitando o movimento do líquido cefalorraquidiano. As células ependimárias juntamente com a pia-máter formarão a tela coróide, cujas invaginações formarão o plexo coróide que produz o líquor. Microglia: São células fagocitárias originadas do mesênquima que participam de processos de inflamação e reparação do SNC, desempenhando papel de defesa. Anatomia do Sistema Nervoso 6 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 3 – Embriologia do Sistema Nervoso O sistema nervoso, com o intuito de manter relação com o meio ambiente, originou-se do folheto embrionário mais externo, o ectoderma. Seu processo de formação é conhecido por neurulação e está completo a nível do 26º dia de gestação. Primeiramente ocorre um espessamento do ectoderma e subseqüentemente a formação da placa neural ou neuroectoderma no local. A placa neural então passará a sofrer em sua região média um pequeno aprofundamento conhecido por sulco neural. O aprofundamento do sulco neural dará origem à goteira neural, e a fusão dos lábiosdessa goteira formará o tubo neural. Simultaneamente ao fechamento do tubo neural, células ectodérmicas migram para a região dorsal do tubo, formado a crista neural. O fechamento dos lábios do tubo neural é um processo que começa em seu centro e migra para as extremidades. Os pontos de fechamento tardio são denominados neuróporos, sendo um cranial e outro caudal. O término do fechamento do tubo neural consiste no fim do período de neurulação. É importante ressaltar que qualquer erro que ocorra no processo de fechamento do tubo neural traz graves conseqüências ao feto, tais como mielocele e meningomielocele. Muitas vezes esses problemas podem ser evitados com o acréscimo de vitamina B12 a dieta materna, pois essa vitamina facilita o processo de “costura” do tubo neural e conseqüente término da neurulação. 1 •Ectoderma 2 •Placa Neural 3 • Sulco Neural 4 •Goteira Neural 5 •Tubo Neural 6 •Crista Neural ESQ U EM A Anatomia do Sistema Nervoso 7 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 O tubo neural dará então origem ao Sistema Nervoso Central, enquanto a crista neural dará origem ao sistema nervoso periférico. Capítulo 3.1 – Dilatações do Tubo Neural Com o tempo, o tubo neural começará a sofrer uma dilatação superior e ventral denominada encéfalo primitivo ou arquencéfalo. Continuamente a essa dilatação encontraremos a medula espinhal primitiva. O arquencéfalo começará então a apresentar sulcos que o delimitarão em três vesículas encefálicas: o Prosencéfalo, o Metencéfalo e o Rombencéfalo, em ordem do mais cranial e anterior para o mais caudal e posterior. Após formadas, o tempo de duração dessas vesículas é bastante curto, pois elas começarão a subdividir-se, formando 5 outras vesículas. O prosencéfalo originará o telencéfalo, mais cranial e que possuirá duas evaginações laterais e o diencéfalo, mais caudal. Abaixo do diencéfalo, o mesencéfalo permanecerá intacto. Ocorrerá então a divisão do rombencéfalo em metencéfalo, mais cranial, e o mielencéfalo, mais caudal. Juntamente, telencéfalo e diencéfalo formarão o cérebro. O mesencéfalo originará a estrutura de mesmo nome. Quanto aos derivados do rombencéfalo, o metencéfalo dará origem à ponte e ao cerebelo, enquanto o mielencéfalo dará origem ao bulbo. A partir da cavidade do tubo neural A Tubo Neural x Encéfalo x Medula Espinhal x Retina x Glândula pineal (epífise) x Neurohipófise Crista Neural x Sistema Nervoso Periférico x Células de Schwann x Melanócitos x Medula da supra-renal x Células “C” da tireóide Tubo Neural Prosencéfalo Telencéfalo Diencéfalo Mesencéfalo Mesencéfalo Rombencéfalo Metencéfalo Ponte Cerebelo Mielencéfalo Bulbo Anatomia do Sistema Nervoso 8 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 A partir da cavidade do tubo neural originar-se-ão no adulto, a nível de telecéfalo os ventrículos laterais (I e II), no diencéfalo o III ventrículo, no mesencéfalo o aqueduto mesencefálico de Sylvius e a partir do metencéfalo e rombencéfalo o IV ventrículo. Na medula espinal teremos o canal ependimário, também chamado de canal central da medula. Tu bo N eu ra l Ar qu en cé fa lo Fase das 3 vesículas Fase das 5 Vesículas Derivado no Adulto Nervos Cranianos e Espinhais Estrutura Cavidades Prosencéfalo Telencéfalo Cérebro Ventrículos Laterais 1º PC Diencéfalo III Ventrículo 2º PC Mesencéfalo Mesencéfalo Mesencéfalo Aqueduto Cerebral 3º e 4º PC Rombencéfalo Metencéfalo Cerebelo e Ponte IV Ventrículo 5º, 6º, 7º e 8º PC Mielencéfalo Bulbo 9º, 10º, 11º e 12º M ed ul a O tubo neural nessa região permanece cilíndrico e indiferenciado Medula Primitiva Medula Espinhal Canal Ependimário ou Canal Central da Medula 31 Pares de Nervos Espinhais O Tubo neural, apresenta durante seu desenvolvimento 6 placas ou lâminas em sua parede: Lâmina do Teto (Dorsal) Æ Originará o epêndima e o plexo coróide. Lâmina do Assoalho (Ventral) ÆForma o sulco mediano do assoalho do IV ventrículo. Lâminas Alares (Dorso-laterais) Æ Dão origem aos neurônios sensitivos (aferentes). Lâminas Basais (Ventro-laterais) Æ Dão origem aos neurônios motores (eferentes). No ponto de união das placas laterais ventral e dorsal encontra-se o sulco limitante, que delimita uma porção sensitiva (alar) e motora (basal). Capítulo 4 – Histogênese do Sistema Nervoso A parede do tubo neural inicialmente é composta por um neuroepitélio espesso. Com o tempo esse neuroepitélio começará a se diferenciar, originando células que podem ser classificadas em: Células de multiplicação: Localizadas na porção interna, apresentam capacidade de divisão; Células não multiplicáveis: Localizadas na região externa, não apresentam capacidade de divisão, sendo empurradas para o exterior quando novas células forem formadas na porção profunda; Na quinta semana de desenvolvimento embrionário o tubo neural passara a possuir três camadas: Camada ependimária: Formada por células neuroepiteliais, em divisão ou não. Camada do manto ou intermediária: São células derivadas da camada ependimária que se deslocam para o exterior. Camada externa ou marginal: Formada por prolongamentos protoplasmáticos de neurônios localizados no manto. A camada ependimária originará três grupos de células: Neuroblastos: Darão origem aos neurônios. São os principais constituintes da camada do manto. Glioblastos: Darão origem as macroglias, cujos representantes são os astrócitos e os oligodendrócitos. Os glioblastos migrarão para a camada do manto e para a zona marginal. Células ependimárias: Originarão o epêndima, que reveste as camadas encefálicas, e o plexo coróide, que produz o líquor (líquido cefalorraquidiano). A camada do manto apenas aloja os neuroblastos e os glioblastos e a zona marginal constitui a substância branca. O mesênquima, que é o envoltório externo do tubo neural origina as microglias e as meninges. Anatomia do Sistema Nervoso 9 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 5 – Crânio O Crânio é uma estrutura formada por ossos chatos e irregulares, que guarda no seu interior o encéfalo. Juntamente com a coluna vertebral (que aloja a medula espinhal), o esterno e as costelas, ele forma o esqueleto axial, que é o eixo de nosso corpo. O crânio é subdividido em duas porções: uma inferior, chamada de esplancnocrânio ou crânio visceral, que proporciona sustentação as vísceras faciais, e uma superior, chamada de neurocrânio ou crânio neural, que aloja no seu interior a porção encefálica do SNC. As duas porções do crânio são separadas por uma linha imaginária, que sai da glabela (região do osso frontal superior ao osso nasal) e vai até a protuberância occipital externa. Essa linha é denominada násion-ínion, sendo o násion considerado a glabela e o ínion, o centro da protuberância occipital externa. Tudo acima dessa linha é neurocrânio e tudo abaixo esplancnocrânio. Para a neuroanatomia o estudo no esplancnocrânio não é tão relevante, logo passemos para a descrição do neurocrânio. Ele é dividido em duas porções: a primeira, mais superior, é denominada calota craniana, também chamada de abóbada ou calvária e a segunda, mais inferior, denominada base do crânio. Capítulo 5.1 – Calota Craniana É uma porção do neurocrânio de forma ovóide que possui uma concavidade interna e uma convexidade externa. É formada por sete ossos assim dispostos: 1 frontal (anteriormente), 2 parietais (lateralmente), 2 temporais (lateralmente), 1 esfenoidal (asas maiores) (lateralmente) e 1 occipital (posteriormente). Os ossos da calota craniana são formadas por três Os Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Nota não existe bem essa divisão Usuario Realce Usuario Nota função de proteção do SNC Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Nota porção anterior - escamosaporção vertical porção horizontal - teto da órbita, margem supraorbital (saber onde se guiar) ponto antopométrico - medir a cabeça (de crianças principalmente) abertura do seio frontal - cavidade preenchida por ar, osso pneumático, maior leveza ao osso incisura etmoidal limites do teto da órbita - lâmina Usuario Nota forma de cunha, com pontas agudas possui articulação com osso frontal, etmoide e occiptal célula trúcica parece um inseto com asas asas menores são mais anteriores asas maiores tem projecoes laterais que se articulam com ossos temporais processos piterigoides Usuario Nota canal óptico bilateral depressao ossea - sulco carotideo plano esfenidal - porção alta do osso (e plana) fenda esfenoidal ou fissura obitaria superior - entre as asas maior e menor, passam 4 nervos e 1 veia (3,4 e 5 e 6 nervos cranianos e veia oftalmica) inferiormente a f.e. - forame redondo - 1 nervo trigemeo (oftalmico, maxilar, mandibular) - maxilar forame oval - 3ª parte nervo trigemeo mandibular Usuario Nota clivus - se aloja partes altas do tronco cerebral, regiao posterior ao corpo de etmoide - faz parte tanto do osso occipatl quanto do esfenoidal a asa menor tem um processo clinoide anterior (ganchinhos) que se projetam para parte lateral da sela turcica - muitas vezes tem que ser retirado pra visualização de algumas patologias Usuario Nota bastante irregular se articula com parietal, esfenoide, zigoma mandibula e occipital aparelho auditivo importante para localizacao de patologias tem 3 partes: 1. porção escamosa - processo estilo "cabo" (zigomático) - se articula com o zigoma; processo coronal da manibula, se articula com a fossa mandibular; parte mais sensível do osso, muitaqs fraturas de cranio ocorrem nessa regiao, por ser menos espesso 2. parte petrosa (posterior) - processo mastóide, osso areado, células da mastoide, sujeito a processos inflamatórios e infecciosos; inferomedialmente temos muitas passagens importantes - forame estilomastorideo (por onde o 7 nervo cran sai), fossa jugular (aloja o bulbo da veia jugular), forame jugular, canal carotídeo (onde a artéria carótida entra) 3. porção timpânica - meato acustico externo, ouvido médio Usuario Nota largo, chato, grande face externa - margens de acordo com os nomes dos ossos das articulações face interna bossa parietal se insere a aponeurose do músculo TEMPORAL - na linha temporal superior se insere o musculo TEMPORAL - na linha temporal inferior inserção no processo coronal da mandíbula - movimento da mandíbula - mastigação inervado por um ramo do trigêmeo - ramo temporal suerficial Usuario Nota face interna - sulcos/"impressoes" feitos pela arteria meningea média e seus ramos - vasculariza a dura máter Usuario Nota porção escamosa - face externa - protuberancia occipital externa, ponto antopométrico, acima - linha nucal suprema - se insere a gália (fascia dos músculos occipitais) crista occipita externa face interna: protuberancia occuipital interna eminencia cruciforme - divide em 4 quadrantes - superior (polos occipitais) inferior (hemisferios cerebelais) forame jugular - sulcos parte baselar - canal do hipoglosso - 12 nervo craniano; condilos do occipital se articulam com C1 (atlas) dividido em 2 forame magno - tronco cerebral - região do bulbo - transição com medula espinhal - comunicação do crebro com a medula - passagem de nervos, meninges Anatomia do Sistema Nervoso 10 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Os ossos da calota craniana são formadas por três camadas distintas: Cortical externa: É a camada mais externa formada por uma lâmina de osso compacto; Díploe: É a camada intermediária formada por osso esponjoso que tem como conteúdo um lago vascular venoso; Cortical interna: É a camada mais interna, constituída por osso compacto, porém muito mais fina que a cortical externa. Suturas e estruturas relacionadas Na superfície externa da calota craniana podem ser vistas suturas que identificam pontos de fusão dos ossos que a compõem: Sutura sagital: Une os dois ossos parietais no plano sagital mediano; Sutura coronal: Disposta no plano coronal, une os ossos parietais ao frontal; Sutura lambdóide: Une os dois ossos parietais ao osso occipital. Continua-se inferiormente como sutura temporociptal; Sutura metópica: Rara, presente apenas em algumas pessoas, corresponde a região de junção das duas matrizes ósseas do osso frontal; Sutura parietotemporal (escamosa): Localizada na região lateral da abóboda, une o osso parietal ao temporal; Sutura esfenotemporal: É formada pela junção da sutura escamosa com o osso esfenóide. Bregma: Localizado anteriormente no ponto de união da sutura sagital com a coronal; Lambda: Localizado posteriormente, no ponto de união da sutura sagital com a lambdóide; Forames Parietais: Aberturas vasculares no osso parietal que dão passagem as veias emissárias parietais, que drenam sangue do escalpo para o seio sagital superior. OBS: É importante lembrar que ao nascerem, as crianças ainda não apresentam seu processo de ossificação completo. No caso do crânio esses ossos ainda encontram-se bastante separados, sendo o espaço preenchido entre eles por tecido conjuntivo. Assim, nestes pontos de junção formam-se áreas bastantes instáveis conhecidas como fontanelas, vulgarmente chamadas de moleiras. Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Nota sutura importante - ponto de referencia de diviao da parte motora Usuario Nota visivel - abaixo dela tem o seio venoso que coleta sangue do terriotorio superior do cérebro - sangue sera drenado - se trabalha lateralmente a ela para evitar lesao no seio Usuario Nota mais comum em crianças Usuario Lápis Usuario Lápis Usuario Realce Anatomia do Sistema Nervoso 11 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Em se tratando da visão interna da calota craniana, podemos visualizar: Sulcos vasculares: São impressões formadas pelos vasos meníngeos, especialmente pelos ramos da artéria meníngea média, principal estrutura de irrigação das meninges; Sulco sagital: Aloja o seio sagital superior in vivo, estando situado no plano mediano; Fóveas granulares: São depressões que abrigam as granulações da aracnóide. Capítulo 5.2 – Base do Crânio O estudo da base do crânio inicia-se pela descrição de seus ossos: Osso Etmóide: Participa da formação óssea do septo nasal. Seus acidentes mais expressivos são: a Crista Galli localizada na fossa anterior do crânio e os forames da lâmina cribiforme ou crivosa pelos quais passam os ramos do primeiro par craniano, o nervo olfatório. Osso Esfenóide: É um osso ímpar composto por quatro partes: x Corpo: Localizado medialmente, tem em sua face superior a cela túrcica, que abriga a glândula hipófise; x Asas menores: Formam parte do assoalho da fossa anterior do crânio. Ainda participam do limite entre a fossa anterior e a média do crânio; x Asas maiores: Fazem parte do assoalho da fossa média do crânio. Juntamente com a asa menor formam a fissura orbital superior; x Processos Pterigóideos: Visualizados apenas na face inferior da base do crânio, são compostos por uma lâmina pterigóidea lateral e medial separadas entre si pela fossa pterigóidea. Osso Temporal: Anatomicamente dividido em seis porções: x Porção escamosa: É uma fina lâmina óssea disposta verticalmente na calota craniana, logo abaixo da sutura escamosa; x Porção zigomática: O processo zigomático estende-se a partir da porção escamosa para se articular com o processo temporal do osso zigomático; x Porção timpânica: Forma parte do meato acústico externo; x Processo estilóide: É uma pequena projeção óssea que se estende no sentido ântero-inferior; x Processo mastóide: É um segmento pneumático do osso temporal que estende-se em sentido ântero-inferior; x Porção petrosa: Vista apenas na face internado crânio, possui uma cavidade que forma o conduto auditivo externo, o ouvido médio, o canal carotídeo, entre outras estruturas. Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Nota pode ser considerado do calota craniana também. lâmina perpendicular lamina horizontal tem furinhos avança no osso frontal Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Anatomia do Sistema Nervoso 12 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Osso Occipital: É constituído por três partes: x Porção condilar: Forma a parede lateral do osso occipital e possui os côndilos occipitais, que são duas grandes protuberâncias que se articulam com a primeira vértebra cervical (atlas); x Porção basilar: É uma lamina óssea inclinada ântero-superiormente também denomina de rampa basilar ou clivos; x Porção escamosa: Forma o assoalho da fossa parietal da calota craniana. Encontramos ali a protuberância occipital interna e externa, crista occipital interna e externa, entre outros acidentes. OBS: Acima, figura mostrando os principais acidentes ósseos da base interna do crânio, distribuídos em seus respectivos andares.Texto sobre os andares cranianos a seguir. Usuario Realce Usuario Lápis Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Anatomia do Sistema Nervoso 13 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Andar Anterior Também chamado de fossa frontal, é a andar mais anterior e raso. Apresenta-se composto pelo osso frontal, etmóide e esfenóide. Limite: x Anterior: Superfície interna do osso frontal; x Póstero-medial: Limbo esfenoidal; x Póstero-lateralmente: Asa menor do esfenóide; x Assoalho: Osso frontal, lâmina crivosa e crista Galli (etmóide) e asa menor (esfenóide). Conteúdo: x Lobo frontal do cérebro. Principais Acidentes: x Crista Galli; x Lâmina Crivosa (com seus forames); x Forame Cego. Andar Médio Também chamado de Fossa Temporal, lembra a forma de uma borboleta em uma visão superior. Seus ossos são o esfenóide e o temporal. Limite: x Ântero-medial: Limbo esfenoidal; x Ântero-lateral: Asa menor do esfenóide; x Póstero-medial: Dorso da sela túrsica; x Póstero-lateral: Crista petrosa do osso temporal; x Assoalho: Esfenóide e temporal. Conteúdo: x Lobos temporais do encéfalo e a glândula hipófise. Principais Acidentes: x Sela túrsica, limbo esfenoidal, fossa hipofisiária, tubérculo da sela e dorso da sela; x Processos Clinóides Anterior e Posterior; x Canal Óptico, sulco óptico, fissura orbital superior, forame redondo, forame espinhoso, forame redondo e lacerado; Anatomia do Sistema Nervoso 14 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Andar Posterior Também chamado de Fossa Cerebelar, é a maior e mais posterior das fossas cranianas. É constituída por três ossos: o occipital, o temporal e o esfenóide. Limite: x Ântero-medial: Dorso da sela túrsica; x Ântero-lateral: Crista petrosa do osso temporal; x Posterior: Osso occipital; x Assoalho: Osso temporal e occipital;. Conteúdo: x Lobo occipital, cerebelo e tronco encefálico. Principais Acidentes: x Forame magno, meato acústico interno, forame jugular, canal do hipoglosso; x Côndilos Occipitais; x Clivus; x Protuberância occipital interna; x Fossa Cerebelar Porções do Osso Temporal Crânio de um recém nascido Face Inferior do crânio Usuario Realce Usuario Nota fontanela mais tensa - criança desidratada - hidrocefalia Usuario Realce Anatomia do Sistema Nervoso 15 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 5.3 – Forames do Crânio OBS: O nervo facial apenas passa pelo meato acústico interno. Sua exteriorização se dá pelo forame estilomastóideo. Forame cego: Veia emissária para o seio sagital superior. Forame etmoidal anterior: Artéria, veia e nervo etmoidais anteriores. Forame etmoidal posterior: Artéria, veia e nervo etmoidais posteriores. Canal óptico: Nervo óptico (II PC) e Artéria oftálmica. Forame redondo: Nervo maxilar (V2 PC). Forame lacerado: Nervo petroso maior e artéria carótida interna. Meato acústico interno: Nervo facial (VII PC), Nervo vestíbulo coclear (VIII PC) e Artéria labiríntica. Forame jugular: Nervo glossofaríngeo (IX PC), Nervo vago (X PC), Nervo acessório (XI PC), Seio sigmóide, Seio petroso inferior e Artéria meníngea posterior. Forame magno: Bulbo, meninges, artérias vertebrais, Raízes espinais do nervo acessório e medula. Forames da lâmina cribriforme: Filamentos do nervo olfatório (I PC). Fissura orbital superior (fissura esfenoidal): Nervo oculomotor (III PC), Nervo Troclear (IV PC), Nervo oftálmico (V1 PC), Nervo abducente (VI PC) e Veia oftálmica superior. Forame oval: Nervo mandibular (V3 PC) e Artéria Meníngea Acessória. Forame espinhoso: Artéria e veia meníngeas médias. Canal carotídeo: Artéria carótida interna e Plexo carótico interno. Forame mastóideo: Veia Emissária. Canal do nervo hipoglosso: Nervo hipoglosso (XII PC). AN TE RI O R M ED IA L PO ST ER IO R Anatomia do Sistema Nervoso 16 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 5.4 – Esquema com Tópicos Principais LEMBRETE: O nervo facial apenas passa pelo meato acústico interno. Ele se exterioriza pelo forame estilomastóideo. O nervo vestíbulococlear apenas passa pelo meato acústico interno. Ele não se exterioriza do crânio. 11 Forames da Lâmina Crivosa 7 3 2 1 4 Forame Magno Canal Óptico Forame Espinhoso Forame Lacerado Forame Oval Forame Redondo Fissura Orbital Superior Forame Jugular Canal do Hipoglosso Meato Acústico Interno N. Olfatório (I PC) Bulbo Medula Artérias vertebrais Meninges N. Hipoglosso (XII PC) N. Mandibular (V3 PC) N. Maxilar (V2 PC) N. Oculomotor (III PC) N. Troclear (IV PC) N. Oftálmico (V1 PC) N. Abducente (VI PC) Veia Oftálmica N. Óptico (II PC) Artéria Oftálmica 6 5 N. Glossofaríngeo (IX PC) N. Vago (X PC) N. Acessório (XI PC) Seio Sigmóide N. Facial (VII PC) N. Vestíbulococlear Artéria labiríntica Artéria Carótida Interna Artéria Meníngea Média 10 8 9 Usuario Realce Anatomia do Sistema Nervoso 17 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 6 – Coluna Vertebral A Coluna vertebral, juntamente com o crânio, esterno e costelas forma o esqueleto axial, como já tratado anteriormente. Logo, uma de suas principais funções é nos conferir estabilidade. Ela consiste em um conjunto de 33 peças ósseas denominadas vértebras, nove delas fusionadas, não tendo, portanto, mobilidade. Muitas vértebras possuem entre si discos de fibrocartilagens denominados discos intervertebrais e são fixadas umas as outras através de ligamentos dispostos ao longo das juntas vertebrais. Capítulo 6.1 – Divisão A coluna Vertebral apresenta-se dividida em cinco porções, de acordo com sua localização: x Região Cervical: 7 Vértebras; x Região Torácica: 12 Vértebras; x Região Lombar: 5 Vértebras; x Região Sacral: 5 Vértebras (fundidas); x Região Coccígea: 4 Vértebras (fundidas). Capítulo 6.2 – Características Gerais das Vértebras As vértebras possuem características específicas de acordo com a região em que estão. Porém algumas características são compartilhadas por grande parte delas. Seguem as principais: x Forame Vertebral: É um forame de forma oval localizado internamente à vértebra. Quando uma vértebra é sobreposta à outra, esse forame torna-se um canal, o canal vertebral, por onde passa a medula espinhal; x Corpo Vertebral: É encontrado anteriormente ao forame vertebral. Tem forma cilindróide e possui suas faces cranial e caudal planas; x Arco Vertebral: É encontrado posteriormente ao forame vertebral. Constitui-se de um par de Pedículos e um par de Lâminas; xForame Intervertebral: É formado quando duas vértebras são sobrepostas, juntando as incisuras presentes nos pedículos. Através desse forame passa o feixe vásculo-nervoso espinhal; x Processo Espinhoso: É formado pela união das duas lâminas do arco vertebral, prolongando-se posteriormente, na forma de um espinho; x Processo Transverso: Surge da união do pedículo com a lâmina; x Processo Articular Superior e Inferior: Surgem da mesma forma do processo transverso, e apresentam faces articulares que permitem a articulação óssea entre uma vértebra e outra. Anatomia do Sistema Nervoso 18 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 6.3 – Características Específicas das Vértebras Região Cervical São as vértebras relacionadas com o pescoço, identificadas pela letra “C” e seguidas pelo número 1 a 7. A primeira vértebra cervical, C1, recebe um nome especial: Atlas, bem como a segunda vértebra, C2, que recebe o nome de Axis. Tanto C1 quanto C2 diferem entre si, dentre as vértebras cervicais e dentre todas as demais vértebras. Atlas: Não apresenta corpo, sendo constituída por duas massas laterais interligadas por um arco vertebral anterior e posterior. No arco anterior, encontra-se uma pequena fóvea articular para o dente da Axis. A face articular superior de C1 articula-se com os côndilos do osso occipital do crânio. Axis: Apresenta um pequeno corpo, em cuja superfície superior projeta-se o dente da Axis (processo odontóide), que se articula com a Atlas. Quanto à estrutura das vértebras cervicais em geral, pode-se dizer que seu corpo é bastante pequeno, comparado ao das outras vértebras, devido ao fato de não precisar suportar tanto peso. Possui um forame transverso em seu processo transverso em que passa a artéria vertebral, fundamental na vascularização do encéfalo e da medula espinhal. Seu processo espinhoso é bífido, curto e horizontalizado. Anatomia do Sistema Nervoso 19 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Região Torácica É a região relacionada com o tórax. Apresenta 12 vértebras, identificadas pela letra “T” seguida pelo número 1 a 12. Como característica peculiar, essas vértebras apresentam facetas articulares para as costelas na face lateral do corpo vertebral e na face posterior do processo transverso. Seu corpo é maior que o das cervicais e seu processo transverso, longo, pontiagudo e voltado em direção ínfero-posterior. Região Lombar Relacionada com o abdome, a região lombar é constituída por cinco vértebras, identificadas pela letra “L” e seguidas pelo número 1 a 5. Como características especiais, as vértebras lombares apresentam estrutura robusta e corpo vertebral bastante grande, em decorrência do peso que têm que suportar. Apresentam ainda três processos, o costal, o mamilar e o acessório. Seu processo espinhoso é robusto, curto e em forma de “machado”. Região Sacral É constituída por cinco vértebras fundidas que formam uma pirâmide ao inverso. As duas faces laterais dessa pirâmide articulam-se com o osso do quadril, sendo denominadas partes laterais. Sua face anterior é lisa e côncava, enquanto a posterior é rugosa e convexa. Essa rugosidade dá-se pela presença de três cristas: uma mediana, uma intermédia e uma lateral, resultantes respectivamente da união dos processos espinhosos, articulares e transversos das vértebras fundidas. Inferiormente, a articulação com o cóccix é realizada pelos cornos sacrais. Súpero-anteriormente encontramos o promontório. Cóccix Constitui-se da fusão de 2 a 4 vértebras e articula-se com o sacro através dos cornos sacrais. Anatomia do Sistema Nervoso 20 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 7 – Medula Espinhal A medula espinhal é um tubo cilindróide, de aproximadamente 45 cm, achatada no sentido ântero-posterior, contida internamente à coluna vertebral. Ela possui diâmetro uniforme ao longo de toda a sua extensão, exceto em sua porção cervical e lombosacra, que formam os Intumescimentos cranial e caudal, respectivamente. Existe ainda, uma diminuição gradativa do tecido nervoso na medida em que se dirige inferiormente na medula, sendo chamada essa diminuição de cone medular. Ela faz parte, juntamente com o encéfalo, do SNC e é responsável pela recepção de estímulos sensitivos vindos de meios externos e transmissão do impulso motor. Possui substância cinzenta internamente e substância branca externamente. Até o quarto mês de vida, a coluna vertebral e a medula espinhal apresentam ritmo de crescimento semelhante. Após esse período, a coluna passa a ter um crescimento maior que o da medula. Isso acarreta com que os nervos espinhais não saiam mais horizontalizados no forame intervertebral de sua respectiva vértebra (com exceção das cervicais), e também com que haja a formação da cauda eqüina, um feixe de nervos espinhais que se estende após o término da medula (L2). Capítulo 7.1 – Subdivisão A medula espinhal é divida em quatro porções (cervical, torácica, lombar e sacral), cada uma dando origem a nervos espinhais que se apresentam em mesma quantidade que o número de vertebrais de mesmo nome (ex: são 12 vértebras torácicas, logo são doze pares de nervos espinhais torácicos). A única exceção é a porção cervical da medula, que embora possua apenas sete vértebras, apresenta oito feixes nervosos. Isso deve-se ao fato de que a coluna vertebral articula-se com os côndilos occipitais, sendo ali mais um espaço para que saia um nervo espinhal. Esses nervos espinhais formarão plexos, que inervarão a musculatura (esquelética e lisa) do tronco, membro superior e inferior: x Plexo Cérvico-braquial - C1 a T1; x Nervos Intercostais Torácicos - T1 (ramo menor) a T6; x Nervos intercostais tóraco-abdominais - T7 a T11; x Nervo Subcostal Abdominal - T12; x Plexo Lombo-sacral - L1 a S4 (ramo superior); x Plexo Coccígeo - S4 a C1. Capítulo 7.2 – Localização A Medula espinhal delimita-se superiormente com o bulbo (medula oblongata) através do forame magno, e termina inferiormente a nível da segunda vértebra lombar (L2), encontrando-se abaixo disso apenas os nervos da cauda eqüina. Anatomia do Sistema Nervoso 21 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 7.3 – Planos de Proteção A medula espinhal, por ser um órgão tão sensível e de tanta importância encontra-se protegida por uma série de estruturas que a isolam de agentes químicos, microorganismos infecciosos, e traumas físicos variados. Do mais externo para o mais interno, esses planos são: x Plano Muscular: Formada pelos músculos pertencentes às massas pré-vertebrais, para-vertebrais e da goteira neural; x Plano Ósseo-ligamentar: É representado pelas vértebras, pelos discos intervertebrais, localizados entre elas, e pelos ligamentos vertebrais. x Plano Adiposo: Fixa a medula espinhal dentro do forame vertebral, não deixando espaços que possam provocar traumatismos na mesma. Está localizado entre o periósteo interno da coluna e a meninge mais externa, a dura-máter, sendo esse espaço conhecido por epidural. x Plano Meníngeo: É formado pelas três meninges que revestem nosso SNC. A mais externa é a dura-máter, seguida pela aracnóide e por fim pela pia-máter. O espaço localizado entre a dura-máter e a aracnóide (subdural) é virtual enquanto o espaço entre a aracnóide e a pia-máter (sub-aracnóideo) é real, contendo mais um fator de proteção da medula, o líquor – líquido céfalo-raquidiano. Capítulo 7.4 – Estrutura Anatômica da medula em um corte transversal Em um corte transversal da medula espinhal podemos encontrar ao longo de sua superfície, uma série de acidentes que incluem sulcos, fissuras e septos. Inicialmente encontramos, em uma linha mediana, anteriormente a fissura mediana anterior, e posteriormente o sulco mediano posterior, que se prolonga até a substância cinzenta atravésdo septo mediano posterior. Lateralemnte encontramos então dois pares Anatomia do Sistema Nervoso 22 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Lateralmente encontramos dois pares de sulcos, da onde se originam as raízes nervos espinhais. Do sulco colateral anterior origina-se a raiz motora do nervo espinhal; do sulco colateral posterior, origina-se a raiz sensitiva do nervo espinhal. Os sulcos presentes na substância branca mediana delimitam áreas denominadas funículos. Sendo assim temos: x Funículo Anterior: Localizado entre a Fissura Mediana Anterior e o Sulco Colateral Anterior; x Funículo Lateral: Localizado entre o Sulco Colateral Anterior e o Sulco Colateral Posterior; x Funículo Posterior: Localizado entre o Sulco Mediano Posterior e o Sulco Colateral Posterior; Na medula cervical, o funículo posterior é dividido em duas porções (fascículos) por um sulco, denominado Sulco Intermédio Posterior. Ambos os fascículos continuam-se na medula oblongata (bulbo), mantendo seus respectivos nomes x Fascículo Grácil ou de Goll: É o mais medial; x Fascículo Cuneiforme ou de Burdach: É o mais lateral. Quanto a substância cinzenta raquidiana, apresenta-se na forma de “H”, o H Medular. Nele podem ser diferenciadas uma coluna anterior e uma coluna posterior, delimitadas por uma comissura intermediária. No centro da substância cinzenta encontra-se o canal ependimário, por onde circula líquor. Anatomia do Sistema Nervoso 23 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 8 – Tronco Cerebral Conceito O tronco cerebral é uma estrutura pertencente ao sistema nervoso segmentar, que possui substância branca externamente e substância cinzenta internamente e que comunica a medula espinhal ao cérebro. Ele ainda serve como a sede de 10 núcleos de pares cranianos. Divisão É subdividido em três andares: o inferior ou bulbo, o médio ou ponte e o superior ou mesencéfalo. Origem Embriológica O tronco encefálico é derivado das vesículas encefálicas mais caudais. Assim temos que: x A vesícula mesencefálica forma o mesencéfalo; x A vesícula metencefálica forma a ponte; x A vesícula mielecefálica forma o bulbo. Localização Localiza-se na fossa craniana posterior, interposto ao cérebro e a medula espinhal. Limites É delimitado através de 3 planos: x Plano Superior: Plano horizontal que passa pelos corpos mamilares e vai até a comissura posterior. Separa o tronco do diencéfalo; x Plano Lateral: É definido como a origem aparente do nervo trigêmeo (V PC); x Plano Inferior: Separa o tronco da medula espinhal, estando localizado a nível do forame magno. Anatomia do Sistema Nervoso 24 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 8.1 – Face Anterior do Tronco Cerebral 8.1.1 - Bulbo Delimitação x Limite Inferior: Forame Magno. Faz limite com a medula espinhal. x Limite Superior: Sulco Bulbopontino (visível apenas anteriormente). Faz limite com a ponte. Face Anterior O bulbo apresenta em sua face anterior 3 depressões: x Fissura Mediana Anterior, continuação da fissura mediana anterior da medula espinhal; x Sulco Pré-olivar ou Colateral Anterior, continuação do sulco ântero-lateral da medula espinhal; x Sulco Pós-olivar ou Colateral Posterior, continuação do sulco póstero-lateral da medula espinhal; Entre essas depressões formam-se duas áreas bulbares: x Área Bulbar Anterior: Localizada entre a fissura Mediana anterior e o sulco pré-olivar. Na sua superfície encontramos as pirâmides bulbares, um intumescimento formado por fibras motoras. Na região inferior encontramos um cruzamento oblíquo de fibras motoras que cobrem a fissura mediana anterior, que garante que o hemicorpo seja controlado pelo lado oposto do cérebro. A esse cruzamento é dado o nome de decussação motora. x Área Bulbar lateral: Localizada entre o sulco pré-olivar e o pós-olivar. Observa-se em sua superfície uma eminência de cada lado denominadas olivas bulbares. Estruturas Principais da face anterior do bulbo Sulco bulbopontino; Fissura mediana anterior; Sulco pré-olivar; Sulco pós-olivar; Pirâmides bulbares; Decussação motora; Olivas bulbares. Anatomia do Sistema Nervoso 25 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 8.1.2 - Ponte Delimitação x Limite Inferior: Sulco Bulbopontino (visível apenas anteriormente). Faz limite com o bulbo. x Limite Superior: Sulco pontomesencefálico (visível apenas anteriormente). Faz limite com o mesencéfalo. Face Anterior Apresenta um sulco medial denominado Sulco Basilar, onde aloja-se a artéria Basilar. Ao lado do sulco encontramos, de cada lado, o tóros piramidal, e ainda mais lateral encontra-se a origem aparente do V PC, o nervo trigêmeo. Estruturas Principais da face anterior da ponte Sulco bulbopontino; Sulco pontomesencefálico; Sulco basilar; Tóros piramidal; Origem aparente do n. trigêmeo. 8.1.3 - Mesencéfalo Delimitação x Limite Inferior: Sulco pontomesencefálico (visível apenas anteriormente). Faz limite com a ponte. x Limite Superior: Plano que liga os corpos mamilares à comissura posterior. Limita-se com o diencéfalo. Face Anterior Em um corte transversal do mesencéfalo vemos os pedúnculos cerebrais anteriormente, divididos em uma porção ventral chamada de Base do pedúnculo e uma dorsal chamada de Tegmento. Interpondo-se ao tegmento e a base dos pedúnculos encontra-se a Substância Negra, aglomerado de neurônios com deposição de melanina, responsáveis pelo mal de Parkinson caso lesões degenerativas ocorram neles. Entre os pedúnculos encontramos a Fossa Interpeduncular e posteriormente o Aqueduto de Sylvius. Anatomia do Sistema Nervoso 26 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 8.2 – Face Posterior do Tronco Cerebral A principal característica da face posterior do tronco é o surgimento de uma grande cavidade, o primeiro resquício do tubo neural a nível encefálico, denominado IV Ventrículo. Devido a presença dessa cavidade, o tronco encefálico apresenta-se dividido em 3 porções: x Porção Fechada do bulbo: Corresponde ao 1/3 inferior da face posterior do bulbo; x Fossa Rombencefálica: Corresponde ao IV ventrículo e compreende os 2/3 superiores da face posterior do bulbo e a face posterior da ponte; x Lâmina Quadrigeminal: Também chamada de tecto mesencefálico, corresponde à face posterior do mesencéfalo. 8.2.1 – Porção Fechada do Bulbo Os acidentes encontrados na face posterior do bulbo são muito semelhantes aos encontrados na porção cervical da medula espinhal. Três depressões podem ser encontradas: x Sulco Mediano Posterior: É a continuação do sulco longitudinal posterior da medula espinhal; x Sulco Lateral Posterior; x Sulco Intermediário posterior; A área bulbar posterior (a anterior e a lateral são vistas na face anterior) é delimitada pelo sulco mediano posterior e pelo sulco lateral posterior. Ela é subdividida, pelo sulco intermediário posterior em dois fascículos: x Fascículo de Goll: Também chamado de fascículo Grácil, localiza-se medialmente, entre o sulco mediano posterior e o sulco intermediário posterior; x Fascículo de Burdach: Também chamado de fascículo Cuneiforme, localiza-se lateralmente, entre o sulco intermediário posterior e o sulco lateral posterior; Na região superior de cada fascículo encontra-se uma saliência de tecido nervoso, que para o fascículo grácil é chamada de Tubérculo de Goll e para o fascículo cuneiforme, Tubérculo de Burdach. Os feixes que trazem informações para os tubérculos carregam informações de propriocepção consciente, um tipo de sensibilidade especial que permite saber onde está cada segmento do corpo sem que precisemos olhar para os mesmos. Estruturas Principais da porção posterior fechada do bulbo Sulco mediano posterior; Sulco lateral posterior; Sulco intermediário posterior; Fascículo de Goll; Tubérculo de Goll; Fascículo de Burdach, Tubérculo de Burdach.Anatomia do Sistema Nervoso 27 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 8.2.2 – IV Ventrículo ou Fossa Rombencefálica Conforme já mencionado o IV ventrículo relaciona-se com os 2/3 superiores da face posterior do bulbo e com a porção posterior da ponte. Localização Está localizado entre o tronco cerebral e o cerebelo, podendo ser visto em um corte sagital, em forma de triângulo ou em um corte coronal, em forma de losango, sendo dividido em dois triângulos, um superior e outro inferior. Limites x Limite Ínfero-lateral: Pedúnculos Cerebelares Inferiores; x Limite Súpero-lateral: Pedúnculos Cerebelares Superiores; x Limite Lateral: Forames de Lutschka; x Limite Superior: Aqueduto Mesencefálico de Sylvius (ânus aquedutal inferior); x Limite Inferior: Óbex, um conglomerado de neurônios com funções viscerais e que é o local de abertura do canal ependimário da medula no IV ventrículo; x Teto: Véu Medular Inferior ou Posterior e Véu Medular Superior ou Anterior; x Assoalho: Fossa Rombóide. Seu 1/3 inferior forma uma triângulo, que é representado pela porção aberta do bulbo, e seus 2/3 superiores formam outro triângulo, representado pela face posterior da ponte. Descrição do Assoalho (Fossa Rombóide) O assoalho do IV ventrículo apresenta medialmente um sulco central e longitudinal denominado de Cálamos ou Sulco do Cálamo, e é dividido didaticamente em dois triângulos, um superior e outro inferior. No triângulo superior encontramos a cada lado do Cálamos uma saliência, chamada de Funículo Teres, que se acaba caudalmente em uma pequena eminência chamada de Colículo facial ou Eminência Teres. Profundamente ao colículo facial encontra-se o núcleo do nervo abducente, e não o do facial como era de se esperar. Anatomia do Sistema Nervoso 28 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Lateralmente ao Funículo Teres encontramos o Sulco Limitante. Os núcleos encontrados medialmente a esse sulco são motores e derivados da lâmina basal, e os núcleos encontrados lateralmente a ela são sensitivos, sendo derivados da lâmina alar do tubo neural. No triângulo superior encontramos ainda o Locus Ceruleos, que é relacionado ao ciclo sono-vigília. Quanto ao triângulo inferior, apresenta diversas regiões chamadas de trígonos ou Asas do IV Ventrículo: x Trígono do Hipoglosso (Asa Branca Interna): É o trígono mais medial e corresponde ao núcleo do nervo hipoglosso (XII PC); x Trígono do Vago (Asa Cinzenta): É lateral ao trígono do hipoglosso e corresponde aos núcleos dos nervos vago (X PC) e Glossofaríngeo (IX PC); x Área Vestibular (Asa Branca Externa): É Lateral ao trígono do vago, relacionando-se com o equilíbrio; x Tubérculo Acústico: É a estrutura mais lateral de todas, sendo relacionada com a audição; Existem ainda as Estrias Medulares, na região medial e horizontalizadas, como que divisoras entre os dois triângulos (superior e inferior). Estruturas Principais do assoalho do IV Ventrículo Cálamos; Funículo Teres; Colículo Facial; Sulco Limitante; Locus Ceruleos; Trígono do Hipoglosso; Trígono do Vago; Área Vestibular; Tubérculo Acústico; Estrias Medulares. Comunicações do IV Ventrículo O IV Ventrículo comunica-se superiormente com o Aqueduto mesencéfálico de Sylvius e inferiormente com o Canal Central do Bulbo. Além disso, ele comunica-se com o espaço subaracnóideo através de três forames. Dois são laterais, os Forames de Lutschka, e drenam o líquor para a Cisterna Pontina e um é medial, o Forame de Magendie, que drena o líquor para a Cisterna Magna (Cerebelo-medular). Anatomia do Sistema Nervoso 29 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 8.2.3 – Lâmina Quadrigeminal A Lâmina Quadrigeminal, também chamada de Tecto Mesencefálico, corresponde à porção posterior do mesencéfalo. Ela é constituída por um grupo de quatro tubérculos quadrigeminais, dois superiores (colículos superiores) e dois inferiores (colículos inferiores). Entre os quatro colículos há um sulco delimitando-os – o sulco cruciforme – e sobre essa lâmina apóia-se a glândula pineal (epífise). Os colículos superiores relacionam-se com a visão e os inferiores com as vias da audição. Capítulo 9 – Cerebelo O cerebelo é um órgão Supra-segmentar do sistema nervoso central. Ele apresenta uma camada externa constituída de substância cinzenta, o córtex cerebelar, e uma camada mais interna de substância branca, o corpo medular. Origina-se da vesícula metencefálica, que é derivada do rombencéfalo. Capítulo 9.1 – Localização O cerebelo localiza-se na fossa craniana posterior, juntamente com o lobo occipital do cérebro. Encontra-se separado das demais estruturas superiores do neuroeixo através de uma tenda, a tenda do cerebelo, sendo então considerado um órgão infratentorial. Capítulo 9.2 – Faces Externas O cerebelo encontra-se externamente dividido em três faces, abaixo descritas, apresentando-se com forma triangular: x Face Anterior: Está voltada para o IV ventrículo, fazendo parte de seu teto; x Face Inferior: Voltada para as fossas cerebelares do osso occipital; x Face Superior: Voltada para a face inferior da tenda do cerebelo. Pedúnculos Cerebelares Do centro da face anterior do cerebelo observa-se 3 cordões de substância branca que o conectam com o restante do sistema nervoso central. São eles: x Pedúnculo Cerebelar Superior: Predominantemente eferente. Comunica-se com o mesencéfalo; x Pedúnculo Cerebelar Médio: Comunica-se com a ponte; x Pedúnculo Cerebelar Inferior: Predominantemente aferente. Comunica-se com o bulbo. Anatomia do Sistema Nervoso 30 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 9.4 – Divisões do Cerebelo O cerebelo é dividido de acordo com três conceitos: anatômico, ontogenético e filogenético. 9.4.1 – Divisão Anatômica O cerebelo possui externamente forma similar à de uma borboleta, possuindo uma região ímpar e medial, denominada Vermis Cerebelar, e duas grandes massas laterais, denominadas Hemisférios Cerebelares. Na face inferior do cerebelo ainda encontramos uma pequena depressão mediana chamada de Valécula Cerebelar, além das Tonsilas Cerebelares, que possuem importância clínica bastante grande, pois caso haja aumento excessivo de pressão intracraniana, uma diminuição subida poderá fazer com que elas descem pelo forame magno, comprimindo o bulbo, o que poderá causar sérias complicações cardiorrespiratórias. 9.4.2 – Divisão Ontogenética Essa divisão é baseada no desenvolvimento do cerebelo desde sua embriogênese até sua maturação completa. Inicialmente o cerebelo é um órgão liso. Com o tempo, ele começa a adquirir sulcos e fissuras. A primeira a aparecer é a fissura póstero-lateral, que divide o cerebelo em duas partes: uma superior, o corpo do cerebelo (vermis + hemisférios) e uma inferior, o lobo flóculo-nodular. O segundo sulco a aparecer é a Fissura Prima, que divide o corpo cerebelar em lobo cerebelar anterior e lobo cerebelar posterior. A terceira fissura que aparece é a fissura horizontal que, no entanto, não tem grande importância. Formam-se então uma série de fissuras que dividirão o cerebelo em uma série de lóbulos cerebelares. Dentre esses, é de fundamental importância o reconhecimento de dois no lobo posterior: os lóbulos vermianos Úvula e Pirâmide. 9.4.3 – Divisão Filogenética É a divisão que apresenta maior importância clínica. Divide o cerebelo em três porções, abaixo descritas: Porção Cerebelar Córtex Cerebelar Núcleo Cerebelar Informação provém do (a) Função Cerebelo Arquicerebelo Lóbulo Flóculo-nodular Fastigial Aparelho Vestibular Equilíbrio Vestibular Paleocerebelo Lobo Anterior + Pirâmide e Úvula (lobo posterior) Emboliforme e Globoso Medula Espinhal (propriocepção consciente) Tônus muscular e movimentos aprendidos Espinhal Neocerebelo Lobo Posterior menos Pirâmide e Úvula Denteado Córtex Cerebral Aprendizagem de movimentos, coordenação e metria CorticalAnatomia do Sistema Nervoso 31 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 10 – Pares Cranianos Par Craniano Origem Real Origem Aparente Emergência Craniana Função I N. Olfatório Telencéfalo Telencéfalo Lâmina Crivosa Olfação II N. Óptico Diencéfalo Diencéfalo Canal Óptico Visão III N. Oculomotor Mesencéfalo Fossa Interpeduncular Fissura Orbital Superior Músculos Oculares extrínsecos e Intrínsecos* IV N. Troclear Mesencéfalo Inferiormente ao Colículo Inferior Fissura Orbital Superior M. Oblíquo Superior V N. Trigêmeo Mesencéfalo Ponte Bulbo Face Lateral da ponte V1-Fissura. O. S. V2-Forame Redondo V3-Forame Oval Raiz Motora: F. Oval Sensibilidade da pele da face e motricidade dos m. da mastigação VI N. Abducente Ponte Sulco Bulbopontino Fissura Orbital Superior Músculo Reto lateral VII N. Facial Ponte Sulco Bulbopontino Forame Estilomastóideo Mímica, gustação dos 2/3 anteriores da língua e Glândulas ** VIII N. Vestibulococlear Ponte Sulco Bulbopontino Não Possui Vestibulo-Equilíbrio Coclear-Audição IX N. Glossofaríngeo Bulbo Sulco Pós-olivar Forame Jugular Gustação do 1/3 posterior da língua e sensibilidade da orofaringe X N. Vago Bulbo Sulco Pós-olivar Forame Jugular Motricidade da faringe. Inervação parassimpática *** XI N. Acessório Bulbo Sulco Pós-olivar Forame Jugular Esternocleidomastóideo e trapézio XII N. Hipoglosso Bulbo Sulco Pré-olivar Canal do Hipoglosso Motricidade da língua Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Lápis Anatomia do Sistema Nervoso 32 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 11 – Diencéfalo O diencéfalo é uma estrutura encontrada no plano mediano, sendo visualizada apenas na parte inferior do cérebro (de quem faz parte, juntamente com o telecéfalo). Anteriormente a ele encontra-se a hipófise e posteriormente a epífise (pineal). Capítulo 11.1 – Divisões do Diencéfalo O diencéfalo é dividido em quatro porções, e possui em seu interior o Sulco Hipotalâmico, que liga os forames interventriculares de Monroe* ao aqueduto mesencefálico de Sylvius. Esse sulco separa as quatro porções do diencéfalo em dois grupos, um superior, que apresenta funções sensitivas e outro inferior, que apresenta funções motoras. x Tálamo (superior – sensitivo); x Epitálamo (superior – sensitivo); x Hipotálamo (inferior – motor); x Metatálamo (inferior – motor); *O forame interventricular de Monroe liga os ventrículos laterais do encéfalo ou terceiro ventrículo. Capítulo 11.2 – III Ventrículo Para se entender de maneira mais precisa o diencéfalo é necessário estudar a cavidade delimitada pelas suas paredes, o III ventrículo. Ele comunica-se superiormente com os ventrículos laterais do telencéfalo através dos forames interventriculares de Monroe e inferiormente com o IV ventrículo, através do aqueduto mesencefálico de Sylvius. Em seu interior encontra-se o líquor. Limites do III Ventrículo x Lateral: Tálamo superiormente e Hipotálamo inferiormente; x Inferior (assoalho): Hipotálamo; x Superior (teto): Tela Coróide; x Posterior: Epitálamo; x Anterior: Comissura anterior e lâmina terminal (telecéfalo); Recessos do III Ventrículo São prolongamentos situados no assoalho do III ventrículo: x Óptico: Na região do quiasma óptico; x Infundibular: liga o diencéfalo à hipófise; x Pineal: Na região da glândula pineal; x Supra-pineal: na Região superior da glândula pineal; Anatomia do Sistema Nervoso 33 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 11.3 – Epitálamo Localiza-se póstero-superiormente no diencéfalo, sendo formado pelo corpo pineal (epífise) e pela comissura posterior. A epífise é responsável pela produção de melatonina, sendo então intimamente ligada com o processo de sono e vigília. Capítulo 11.4 – Tálamo Possui duas massas laterais, unidas pela aderência intertalâmica. Realiza a sinapse do sistema nervoso sensitivo, funcionando como uma espécie de filtro de sensibilidade. Sua porção posterior alarga-se, sendo chamada de pulvinar. No pulvinar do tálamo encontra-se o metatálamo, que é sub-dividido em duas porções: x Corpo Geniculado Lateral: Relaciona-se com os Colículos Superiores da lâmina quadrigeminal, participando, portanto, da via óptica; x Corpo Geniculado Medial: Relaciona-se com os Colículos Inferiores da lâmina quadrigeminal, participando, portanto, da via auditiva. Capítulo 11.5 – Subtálamo É a única porção do diencéfalo que não é relacionada com o III ventrículo. Sua principal estrutura é o núcleo subtalâmico de Luys, que pode provocar movimentos involuntários de arremesso no ombro e até mesmo Parkinson, caso seja lesado. Capítulo 11.6 – Hipotálamo Apresenta uma série de estruturas importantes, que são assim dispostas quando em uma sintopia ântero- posterior: Quiasma Óptico; Infundíbulo; Túber Cinéreo; Corpos Mamilares. Sua porção anterior é parassimpática e sua porção posterior simpática. Apresenta como funções o controle do sistema nervoso autônomo, sistema endócrino, controle do comportamento, afetividade e memória, cognição, regulação da homeostasia, produz antidiurético e occitocina e regulação do da adeno-hipófise. OBS: Adenohipósfise (anterior) – Glandular Neurohipófise (posterior) – Neural Anatomia do Sistema Nervoso 34 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 12 – Telencéfalo Subdivisão: Profundamente Centro Branco Medular Núcleos da Base Superficialmente Córtex Cerebral Centro Branco Medular É formado por fibras Mielínicas. Dividido em: Fibras de Associação: Associam os lobos do cérebro (intercortical). Divididas em: 1. Intrahemisféricas: Associam lobos dentro do mesmo hemisfério. 2. Interhemisféricas: Associam lobos dos dois hemisférios. Fibras de Projeção: Ligam o córtex cerebral a centros subcorticais. Dividem-se em: 1. Fórnix: Une o hipocampo aos corpos mamilares. Integra o circuito de Papez (emoção e comportamento). 2. Cápsula Interna: Contém a grande maioria das fibras que saem ou entram no córtex cerebral. Estas fibras formam um feixe compacto que separa o núcleo lentiforme, situado lateralmente, do núcleo caudado e tálamo, situados medialmente. Acima do nível destes núcleos, as fibras da cápsula interna passam a constituir a coroa radiada. Perna Posterior: N. Lentiforme e Tálamo Perna Anterior: N. Lentiforme e N. Caudado Joelho Anatomia do Sistema Nervoso 35 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 12.1 – Núcleos da Base São agregados de corpos de Neurônios, em meio à substância branca. Núcleo Cláustrum: É uma delgada lâmina de substância cinzenta localizada entre o córtex da ínsula e o putâmen. Delimita-se através de lâminas de substância branca: a cápsula Externa e Extrema. Núcleo Lentiforme: Apresenta o formato de uma pirâmide. Localiza-se na curvatura do núcleo caudado, estando unido a este anteriormente. Divide-se em duas porções através das lâminas medulares lateral e medial: putâmen e globo pálido. Núcleo Caudado: Apresenta o aspecto de uma ferradura, cuja borda convexa ajuda a formar as paredes do ventrículo lateral, e a côncava circunda o núcleo lentiforme e o tálamo. Apresenta 3 porções: a cabeça, uma porção anterior e volumosa, o corpo e a cauda. No término da cauda dispo-se o corpo amigdalóide, uma massa de subs. cinzenta pequena e esférica. Separando o núcleo lentiforme do caudado tem-se uma faixa de substância branca chamada cápsula interna (perna anterior). Corpo Amigdalóide – Sistema Básico de proteção (avançar ou correr). Núcleo Accumbens – Comportamento Agressivo. OBS 1: Tudo que chega aos núcleos entra pelo Putâmen e pelo Núcleo Caudado e sai pelo Globo pálido Medial e Lateral. OBS 2: A Cápsula Internaé Importante pois na região onde se comunica com o tálamo encontra-se a passagem das fibras motoras. Sintopia Latero-Medial 1. Córtex Cerebral 2. Cápsula Extrema 3. Núcleo Cláustrum 4. Cápsula Externa 5. Putamen do Núcleo Lentiforme 6. Lâmina Medular Lateral 7. Globo Pálido Lateral do Núcleo Lentiforme 8. Lâmina Medular Medial 9. Globo Pálido Medial do Núcleo Lentiforme 10. Cápsula Interna 11. Anteriormente: Núcleo Caudado, Posteriormente: Tálamo 12. Terceiro Ventrículo *Cauda do Núcleo Caudado Anatomia do Sistema Nervoso 36 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 12.2 – Dominância Cerebral O Hemisfério Dominante é em 99% das pessoas Destras, esquerdo e em 50% das pessoas Sinistras esquerdo. O Hemisfério Dominante é responsável pelo Cálculo, raciocínio científico, pela linguagem, pela leitura. O não Dominante é responsável pela música, pelo raciocínio abstrato, pela compreensão dos espaços e dos objetos como um todo. Capítulo 12.3 – Córtex Cerebral Dois hemisférios, direito e esquerdo, subdivididos pela fissura longitudinal do cérebro. Três pólos, um anterior, denominado frontal, um latero-inferior denominado temporal, e um posterior, o occipital. Apresenta-se dividido em 5 lobos. Quatro destes são visíveis na face externa do cérebro: frontal, parietal, temporal e occipital. Apenas um, a insúla, está profundamente à superfície. Pode-se enxergá-lo afastando-se os lábios da fissura lateral de Sylvius. Possui também 3 faces: uma súpero-lateral, uma inferior e uma medial. Suas bordas são assim dispostas: uma superiormente, uma ínfero-medialmente e uma ínfero- lateralmente. Lobo Frontal Anatomia do Sistema Nervoso 37 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 12.4 – Face Súpero-lateral A nível de lobo frontal encontramos, paralelamente à Fissura Central de Rolando, o sulco pré-central. Desse sulco saem outros dois, em um ângulo de 90º: o frontal superior e o frontal inferior. Os giros ali encontrados são o pré- central, que é responsável pela motricidade do membro superior, tronco e face, o frontal superior e o frontal inferior, que, no hemisfério dominante, constitui área de Broca, responsável pela fala. No lobo parietal encontramos, paralelamente a fissura central de Rolando o sulco pós-central. Dele sai outro sulco, o intraparietal. Os giros ali encontrados são: o pós-central, responsável pela sensibilidade somestática do membro superior, tronco e face, o lóbulo parietal superior e o lóbulo parietal inferior. Dentro do lóbulo parietal inferior encontramos dois giros, o supra-marginal e o angular. Na região intermediária entre esses dois giros, no hemisfério dominante, encontramos a área de Wernicke, que é o centro da interpretação. No lobo temporal encontramos dois sulcos, o temporal superior e o temporal inferior. Entre esses sulcos encontra-me três giros: o temporal superior, o temporal médio e o temporal inferior. Internamente ao giro temporal superior, encontramos o giro temporal transverso, que é responsável pela audição. Áreas Corticais Primárias x Centro Cortical da Palavra Falada (de Broca) Giro frontal Inferior do hemisfério Dominante x Centro Cortical Motor Giro pré-central (origem do feixe piramidal) x Centro Cortical da Audição Giro Temporal Transverso (Giro Temporal Superior) x Centro Cortical da Sensibilidade Somestática Giro pós-central x Centro da Interpretação Giro Supramarginal (somente no hemisfério dominante) (Área de Wernicke) 1. Giro Pré-central 2. Giro Frontal Superior 3. Giro Frontal Médio 4. Giro Frontal Inferior 5. Giro Temporal Superior 6. Giro Temporal Médio 7. Giro Temporal Inferior 8. Giro Pós-central 9. Lóbulo Parietal Superior 10. Lóbulo Parietal Inferior 11. Giro Supramarginal 12. Giro Angular Anatomia do Sistema Nervoso 38 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 12.5 – Face Medial Na face medial vemos um sulco que delimita as bordas do corpo caloso, chamado de sulco do corpo caloso. Acima dele encontramos o giro do cíngulo, área relacionada ao sistema límbico (emoções), que é delimitada superiormente pelo sulco do cíngulo. Esse se bifurca no sulco paracentral e no ramo marginal. Entre esses dois sulcos encontramos o lóbulo paracentral, em cuja região anterior encontramos a área motora do membro inferior e genitália, e na região posterior, a área sensitiva dos respectivos órgãos. Na região anterior ao sulco paracentral, encontramos os giros frontais. Abaixo do corpo caloso e anteriormente à lâmina terminal encontramos a área septal, responsável pela olfação. Posteriormente ao lóbulo paracentral encontraremos o lóbulo quadrilátero (pré- cúneos), que será delimitado inferiormente pela fissura parieto-occipital. Abaixo dessa fissura encontramos o cúneos, e então a fissura calcarina. Nos lábios da fissura calcarina, encontrada no lobo occipital, encontra-se a área cortical da visão. Abaixo dessa fissura vemos o giro occipto-temporal medial. Corpo Caloso: Dividido em quatro porções (tronco, esplênio, joelho e rosto). Forma o teto dos ventrículos laterais. Comissura Anterior: Conecta os dois bulbos olfatórios e as áreas piriformes. Une-se ao quiasma óptico pela lâmina terminal. Fórnix ou trígono: É formado por duas metades simétricas e laterais. A extremidade anterior, colunas do fórnix, termina nos corpos mamilares, e a extremidade posterior, pernas do fórnix, termina no hipocampo. Septo Pelúcido: Cavidade encontrada entre duas lâminas verticais de tecido nervoso, que ligam o fórnix ao corpo caloso. Áreas Corticais Primárias x Centro Cortical Motor (homúnculo de penfield) Anterior a fissura central de Rolando x Sensibilidade da Genitália Externa, perna e pé Posterior a fissura Central de Rolando x Sistema Límbico (emoções) Giro do Cíngulo x Centro do Prazer Área Septal x Centro Cortical da Visão Fissura Calcariana Anatomia do Sistema Nervoso 39 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 12.6 – Face Inferior No lobo frontal, observamos os sulcos olfatório (aloja o bulbo olfatório), cruciforme e orbitário externo. Os giros são o reto, olfatório externo, orbitário interno, e orbitário externo. Posteriormente, encontramos vários sulcos e giros, assim descritos em uma sintopia látero-medial: Giro temporal inferior, sulco occipito-temporal externo, giro occipito-temporal lateral, o sulco occipito-temporal interno (colateral), giro occipito-temporal medial. O sulco occipito-temporal interno continua-se anteriormente como sulco rinal e delimita juntamente com o sulco hipocampal o giro para-hipocampal. Esse último, ao curvar-se sobre o sulco hipocampal, forma o uncus, que participa da área cortical da olfação. O hipocampo, localizado nessa região é o responsável pela memória. Capítulo 12.7 – Ventrículos Encefálicos São cavidades, em número de quatro, encontradas internamente ao encéfalo, revestidas por epitélio ependimário e que possuem em seu interior líquor (líquido cérebro-espinal) circulante. Ventrículos Laterais: São dois ventrículos, um esquerdo (I) e outro direito (II), constituídos por uma grande porção central, chamada de corpo, da onde se originam três expansões, denominadas cornos, uma para cada pólo cerebral. Cada ventrículo lateral comunica-se com o III Ventrículo através de um forame interventricular de Monro. Terceiro Ventrículo: Anteriormente já explicado, é a cavidade do diencéfalo, tendo a maior parte de seus limites formadas por ele. Comunica-se inferiormente com o IV ventrículo através do aqueduto de Sylvius. Quarto Ventrículo: O IV ventrículo, também já explicado anteriormente, é a cavidade encontrada a nível de tronco cerebral. Comunica-se superiormente com o III Ventrículo e inferiormente com o canal central do bulbo. Apresenta três aberturas que permitem a drenagem do líquor para o espaço subaracnóideo. Duas delas, os forames de Lutchska, são laterais,e uma, o forame de Magendie, é medial. Áreas Corticais Primárias x Centro Cortical da Olfação Uncus x Memória Hipocampo Anatomia do Sistema Nervoso 40 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 12.8 – Plexo Coróide As cavidades do SNC são revestidas internamente por uma lamina de epitélio prismático denominada epêndima. Externamente são recobertos pela pia-máter vascular. O conjunto formado pela pia-máter e pelo epêndima forma a tela coróide, cujas invaginações formam o plexo coróide. Esse plexo é encarregado da produção de líquor (líquido cérebro-espinal). Os plexos coróides localizam-se internamente as cavidades ventriculares do encéfalo ( I, II, III e IV ventrículos). Capítulo 12.9 – Líquor O líquor é um filtrado do plasma sanguíneo, límpido, incolor e sem cheiro. Encontra-se circulante internamente as cavidades encefálicas e ao espaço subaracnóideo. Como já descrito anteriormente, é produzido pelo plexo coróide e junta-se ao sangue quando reabsorvido pelas granulações aracnóides no seio sagital superior. O líquor apresenta duas funções extremamente importantes: � Diminui o peso absoluto do encéfalo (cerca de 300g) – Lei do Empuxo. � Amortece impactos e conseqüentemente, diminui os traumas sobre o encéfalo e medula espinal. Circulação Liquórica (desde os plexos coróides até o coração): O líquor é produzido pelos plexos coróides, localizados internamente aos ventrículos encefálicos. Cerca de 95% dele é formado nos ventrículos laterais. Desses ventrículos, o líquor passa para o III ventrículo através do forame interventricular de Monro. O líquor então passa para o IV ventrículo através do aqueduto mesencefálico de Sylvius. No IV ventrículo o líquor passará para o espaço subaracnóideo através de 3 aberturas. Duas laterais, denominadas forames de Lutchska, e uma medial, o forame de Magendie. No espaço subaracnóideo, o líquor encontrará diversas cisternas, tais como a magna (cerebelo-medular), pontina etc, e então se dirigirá parte para o espaço subaracnóideo da medula e outra parte para o seio sagital superior. A parte que dirigiu-se para a medula, voltará a subir e então também se dirigirá ao seio sagital superior. O líquor então é reabsorvido pelo seio sagital superior através das granulações aracnóides. Do seio sagital superior, o líquor seguirá juntamente com o sangue venoso para a confluência dos seios, seio transverso, seio sigmóide e passará então para a veia jugular interna. A veia jugular interna se juntará com a jugular externa e com a veia subclávia e formará a veia braquiocefálica (direita e esquerda). As duas veias braquiocefálicas se juntarão formando a veia cava superior que desembocará no átrio direito do coração (ver seios da dura-máter e drenagem venosa do encéfalo). Anatomia do Sistema Nervoso 41 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 12.10 – Meninges É o tecido conjuntivo que envolve o SNC, sendo originada do mesênquima os redor do tubo neural. São em número de 3: a dura-máter, a aracnóide e a pia-máter. A aracnóide e a pia-máter no embrião constituem um único folheto, sendo muitas vezes denominadas de leptomeninge, ou meninge fina, enquanto a dura-máter por vezes é denominada paquimeninge, ou meninge espessa. Elas funcionam como barreiras naturais de defesa de nosso sistema nervoso, protegendo-o contra microorganismos, agentes químicos e inclusive traumatismos. Em uma sintopia de superficial para profunda na cabeça, encontramos: pele, crânio, dura-máter, aracnóide, pia-máter e tecido nervoso. Entre as meninges ainda existem espaços, que serão vistos depois. Dura-máter: É a meninge mais superficial e espessa. É ricamente inervada, ao contrário das outras meninges e do tecido nervoso, que não possuem terminações nervosas. Logo, cefaléias são em geral decorrentes da dura- máter. A dura-máter possui dois folhetos, um externo, que é ricamente vascularizado (artéria meníngea média) e outro interno. Na coluna vertebral porém, somente um folheto se continua, o interno. É importante ressaltar que o periósteo interno do crânio, aquele que está em contato com o folheto externo da dura-máter, não possui osteoblastos e, portanto, não tem a capacidade de regeneração. Isso é extremamente importante pois a formação de calos ósseos internamente ao crânio poderia causar compressão no tecido nervoso. Existem pontos onde ocorrem projeções para dentro do encéfalo do folheto interno da dura-máter: são as chamadas pregas durais. Existem ainda pontos em que o folheto interno se desprende do externo, formando os seios da dura-máter. Pregas Durais: x Foice do cérebro: situa-se na fissura longitudinal dividindo os hemisférios cerebrais; x Foice do cerebelo: separa os dois hemisférios cerebelares; x Tenda do cerebelo: divide a cavidade craniana em compartimentos supra-tentorial e infra-tentorial; x Diafragma da cela: isola a hipófise dentro da sela túrcica; x Cavo trigeminal de Meckel: aloja o gânglio trigeminal; Seios Durais: Da abóbada craniana: x Seio Sagital Superior: Ímpar e mediano, percorre a margem de inserção da foice do cérebro e acaba na confluência dos seios; x Seio Sagital Inferior: Ímpar e mediano, percorre a margem livre da foice do cérebro, terminando no seio reto; x Seio Reto: Impar e mediano, localizado no ângulo de união da foice do cérebro coma atenda do cerebelo. Recebe em sua extremidade anterior a veia cerebral Magna e o seio sagital inferior e acaba na confluência dos seios; x Seio Occipital: Pequeno, irregular e impar, dispõe-se ao longo da margem de inserção da foice do cerebelo, acabando na confluência dos seios; Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Usuario Nota paquemeninge: rica em fibras colagenas, mais espessa Usuario Realce Usuario Realce Usuario Realce Anatomia do Sistema Nervoso 42 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 x Seio Transverso: Par, dispõe-se de cada lado na margem de inserção da tenda do cerebelo. Começa na confluência dos seios e acaba no seio sigmóide; x Seio Sigmóide: Par, em forma de S, é uma continuação do seio transverso. Continua-se diretamente coma a veia jugular interna; Da base do crânio: x Seio Esfenoparietal: Par, percorre a face interior da pequena asa do esfenóide, acabando no seio cavernoso; x Seio Cavernoso: Par, localizado em cada lado do corpo do esfenóide e da sela túrcica; x Seio Intercavernoso: Par, faz a união dos dois seios cavernosos; x Seio Petroso Superior: Par, localizado de cada lado ao longo da inserção da tenda do cerebelo, acabando no seio sigmóide. x Seio Petroso Inferior: Par, localiza-se ao longo do sulco petroso inferior, acabando na veia jugular interna; x Plexo Basilar: Ímpar, ocupa a porção basilar do osso occipital. Comunica-se com o seio cavernoso anteriormente e acaba no plexo venoso vertebral; Capítulo 12.11 – Se io s d a ab ób ad a cr an ia na Se io s d a ba se d o cr ân io OBS: Ver Drenagem Venosa do Encéfalo Anatomia do Sistema Nervoso 43 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 12.11 – Vascularização do Encéfalo Irrigação Sanguínea (Polígono de Willis) O sistema arterial que irriga o encéfalo, levando a ele sangue rico em O2, tem origem em duas artérias: a vertebral e a carótida interna. Os ramos dessas duas artérias se anastomozarão formando uma estrutura arterial denominada de Polígono de Willis. Iniciemos a descrição desse polígono pela região anterior (carotídea), que contribui com cerca de 80% do suprimento sanguíneo encefálico: A artéria carótida interna segue como um ramo da bifurcação da carótida comum (o outro ramo é a carótida externa). A artéria carótida comum direita tem origem no tronco braquiocefálico, enquanto a esquerda é ramo direto do arco aórtico. Ao subirem em direção ao pescoço as artérias carótida interna e externa não seguem a ordem conforme seu nome as designa:
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