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REVISÃO DE CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS Circuito Pedagógico Tanalousa Prof. Vinícius Reccanello de Almeida QUESTÃO 01 (ITAME/2019) História da Educação Lucila C. Pereira Tomando a herança cultural deixada pela antiguidade como a fonte principal sobre a qual a civilização ocidental se ergueu, o legado deixado pelas principais cidades estados da Grécia Antiga – Esparta e Atenas – constitui-se como princípio de organização social e educativa que serviu de modelo para diversas sociedades no decorrer dos séculos. Reconhecida por seu poder militar e caráter guerreiro, o modelo de educação espartano baseavase na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares e códigos de conduta, no estímulo da competitividade entre os alunos e nas exigências extremas de desempenho. Por outro lado, Atenas tinha no logos (conhecimento) seu ideal educativo mais importante. O exercício da palavra, assim como a retórica e a polêmica, era valorizado em função da prática da democracia entre iguais. Como herança da educação ateniense surgiram os sofistas, considerados mestres da retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das palavras para que seus alunos fossem capazes de construir argumentos vitoriosos na arena política. Fruto da mesma matriz intelectual, porém em oposição ao pensamento sofista, o filósofo Sócrates propunha ensinar a pensar – mais do que ensinar a falar - através de perguntas cujas respostas dependiam de uma análise lógica e não simplesmente da mera retórica. (...) (Adaptado) Ainda que existam concepções opostas, tanto o pensamento sofista quanto o socrático contribuíram para a educação contemporânea por meio da (s)/do(s) QUESTÃO 01 a) experiências do passado e das reflexões retóricas com base em uma disciplina rígida, no diálogo e nas exigências de desempenho pelo código de conduta. b) valorização da experiência e do conhecimento prévio do estudante enquanto estratégias que se tornaram muito importantes para o sucesso na aprendizagem desse aluno. c) processo de educação do indivíduo no qual é considerado o desenvolvimento dos grupos sociais e das sociedades como principal motivo para a efetivação do ensino/aprendizagem. d) princípios de organização das sociedades visando a prática da democracia, o incentivo à capacidade de polemizar e argumentar por meio da palavra. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A EDUCAÇÃO 1. Dimensões fundamentais da educação: universalidade e necessidade • Do mesmo modo que o trabalho, a arte, a política e a técnica, a educação constitui uma atividade antropológica fundamental, o que significa que, ao educar-se, o ser humano não se limita a fazer algo, mas faz alguma coisa de si mesmo, transforma a sua personalidade e assim define-se através da sua própria ação formadora. • A dimensão fundamental da educação é perceptível ao mesmo tempo na sua universalidade e na sua necessidade. Todas as sociedades humanas, conhecidas se dedicam, efetivamente, a atividades educativas. Além disso, o que se chama de hominização é impossível sem educação. Ao contrário do animal, o ser humano nasce, de certo modo, duas vezes: em primeiro lugar, como animal, isto é, como um ser natural e, em seguida, como humano, isto é, como um ser de cultura. 2. Definição de educação • Trata-se de um campo geral de conhecimentos, cujo significado varia segundo as épocas, as culturas, os autores. Não há uma boa definição de educação, mas várias; além disso, todas elas são limitadas, parciais, incompletas. • Uma proposta de definição – DURKHEIM (1980): “Ação exercida pelos adultos sobre e com as crianças, a fim de integrá-las à sua comunidade e lhes transmitir a sua cultura, ou o conjunto dos saberes necessários à existência dessa comunidade. 3. Cultura transmitida pela educação: é dupla • Cultura comum: conjunto de conhecimentos compartilhado pelos membros de uma comunidade. A cada época da história, as sociedades elaboram diversas concepções do mundo, do ser humano e de si mesmas (mitos, religiões, filosofias, ciências, ideologias), que elas se esforçam em transmitir às gerações seguintes e compartilhar entre si. Ocorre o mesmo, por um lado, com determinados quadros simbólicos gerais (por exemplo, a linguagem e o sistema perceptivo) que estão na base da comunicação social e, por outro, com os sistemas de normas e regras que regem a ordem social (ética, direito, costumes) que são transmitidos também pela educação. Entretanto, a cultura comum, no seu processo de transmissão, deve sempre transigir em relação com certas diferenciações sociais que, segundo as épocas e as sociedades, produzem subculturas. É assim que os homens e as mulheres, os ricos e os pobres, os nobres e os plebeus, os jovens e os idosos possuem uma cultura ao mesmo tempo comum e diferenciada. • Cultura técnica: conjunto de conhecimentos mais específicos, que é propriedade de grupos sociais (artesãos, técnicos, cientistas, profissionais, operários, administradores etc.). Mais especializada, a cultura técnica está diretamente ligada ao sistema produtivo da sociedade e também a diversas outras funções (controle social, produção simbólica particular etc.) que variam segundo as épocas e as sociedades, além de exigirem saberes específicos. PERÍODOS DA FILOSOFIA GREGA Pré-socrático (séculos VII e VI a.C) Socrático ou clássico (séculos V e IV a.C) Pré-socrático (séculos III e II a.C) Os primeiros filósofos surgiram nas colônias gregas da Jônia e na Magna Grécia. Ao iniciar o processo de separação entre a filosofia e o pensamento mítico, ocupavam-se com questões cosmológicas sobre os elementos constitutivos de todas as coisas. Desse período fazem parte o próprio Sócrates, seu discípulo Platão e posteriormente o discípulo deste, Aristóteles; os sofistas e também Isócrates são dessa época. Após a morte do imperador Alexandre, teve início o helenismo e surgiram correntes filosóficas do estoicismo e do epicurismo. 4. Sofistas • “Sábios” • Uso da retórica • Criadores da educação intelectual • Sistematização do ensino: iniciaram os estudos de gramática e da matemática, por exemplo. 5. Sócrates (469-399 a.C) • A sabedoria começa pelo reconhecimento da própria ignorância: “Só sei que nada sei”. • Método socrático: • Ironia – perguntar fingindo ignorar • Maiêutica – é construtiva e consiste em dar à luz novas ideias QUESTÃO 02 (IF-RO/2013) Considere a bibliografia: COMENIUS, Johann Amos. Didática Magna. São Paulo: Martins Fontes, 2011, para responder a questão. Segundo Comenius, a arte de ensinar exige: I Disposição tecnicamente bem feita do tempo. II Dedicação exaustiva do mestre. III Organização de todas as coisas necessárias. IV Escolha do método adequado. V Aptidão dos alunos. Está CORRETO o que se afirma apenas em: a) I, II e III. b) II, IV e V c) I, III e IV. d) I, IV e V. e) I, II e IV. JOÃO AMÓS COMÊNIO (1592-1670) • Tarefa da Escola da Idade Moderna: encontrar um método para ensinar de forma mais rápida e mais segura. • Procura as bases para rapidez do ensino, com economia de tempo e fadiga. • Trabalho do professor: gradações das dificuldades e com ritmo adequado à capacidade de assimilação dos alunos. • Verdadeiro estudo: inicia nas próprias coisas, no “livro da natureza”. A experiência sensível, como fonte de todo conhecimento, exige a educação dos sentidos. • O ensino deveria ser feito pela ação e estar voltado para a ação: “Só fazendo, aprendemos a fazer”. • É importante não ensinar o que tem valor apenas para a escola, e sim o que serve para a vida. • Escolas: são “oficinas da humanidade” (iniciação à vida). • Objetivo: “Ensinar tudo a todos” • Comênio pensava ser possível um inventário metódico dos conhecimentos universais, de modo que o aluno alcançasse um saber geral e integrado, ainda que simplificado, desde o ensino elementar. QUESTÃO 03 (FCC/2012) Dentre as influências do pensamento de Rousseau para a educação está a) a consideração da criança com sentimentos, desejos e ideias próprias de seu momento de vida. b) a ideia de que a criança é um adulto em miniatura esua educação direciona-se para o seu futuro. c) a organização da atividade escolar com foco na educação do corpo e dos hábitos, desde os anos iniciais. d) a ênfase no estudo das disciplinas de língua portuguesa e matemática como base para o aprendizado das demais. e) o foco na formação moral, já que o ser humano, em essência, é mau e a função da escola é educá-lo. ROUSSEAU (1712-1778) • O indivíduo em estado de natureza é bom, mas se corrompe na sociedade, que destrói sua liberdade. • O cidadão ativo e soberano, capaz de autonomia e liberdade, é ao mesmo tempo um súdito, porque se submete à lei que ele próprio ajudou a erigir. Liberdade e obediência são polos que devem se completar na vida da pessoa em sociedade. • Educação centrada na criança. • Pedagogia naturalista: na educação, deve-se buscar a espontaneidade original, livre da escravidão aos hábitos exteriores, a fim de que o indivíduo seja dono de si mesmo, agindo por interesses naturais e não por constrangimento exterior e artificial. • A educação primeiramente deve ser puramente negativa: ela consiste não em ensinar a virtude ou a verdade, mas em preservar o coração do vício e o espírito do erro. • O preceptor: O professor não deve impor o saber à criança, mas também pode deixá-la no puro espontaneísmo. A criança deve aprender a lidar com os próprios desejos e a conhecer os limites para se tornar um indivíduo adulto dono de si mesmo. Semelhante ao processo de formação de cidadania, em que o cidadão se submete à vontade geral, também a criança descobrirá por si própria as leis das coisas e das relações interpessoais. QUESTÃO 04 (FUNCAB/2015) Considerando o fragmento a seguir, responda a questão. “No século XIX, Herbart (1776-1841) erige as bases do que denominou pedagogia científica, salientando, com base na psicologia cientificista da época, o que designou como passos formais da aprendizagem. [...] Essa didática herbartiana acentua a importância do professor no processo de ensino, pondo no preparo de sua aula, conforme os passos formais, a responsabilidade pelo sucesso do ensino”. (PIMENTA e ANASTASIOU, 2002, p. 44.) Em Herbart a ênfase está no(a): a) sujeito que aprende b) avaliação c) aprendizagem d) livro didático e) método JOHANN F. HERBART (1776-1841) • Desenvolveu uma pedagogia social e ética com finalidade de formar o caráter moral por meio do esclarecimento da vontade, que se alcança pela instrução. OS CINCO PASSOS FORMAIS DE HERBART PREPARAÇÃO APRESENTAÇÃO ASSIMILAÇÃO GENERALIZAÇÃO APLICAÇÃO O mestre recorda o já sabido, a fim de que o aluno traga à consciência a massa de ideias necessárias para criar interesse pelos novos conteúdos. O conhecimento novo é apresentado, sem esquecer a clareza, que significa sempre partir do concreto. O aluno é capaz de comparar o novo com o velho, perceber semelhanças e diferenças. Além das experiências concretas, o aluno é capaz de abstrair, chegando a concepções gerais; esse passo é importante sobretudo na adolescência. Por meio de exercícios, o aluno mostra que sabe aplicar o que aprendeu em exemplos novos; só assim a massa de ideias adquire sentido vital, deixando de ser mera acumulação inútil de informação. QUESTÃO 05 (CEPERJ/2011) O século XVIII é político-pedagógico por excelência. É nesse século que se realiza a passagem do controle da Educação da Igreja para o Estado. Dentre os grandes pensadores da época, chamados “iluministas” ou “ilustrados”, que lutavam em defesa da racionalidade, das liberdades individuais e contra o desmedido poder da Igreja e dos governantes, podem- se citar Rousseau, Kant e os pedagogos Pestalozzi, Herbart e Froebel. De acordo com Gadotti, o iluminismo educacional representou o fundamento da pedagogia burguesa que, ainda nos dias atuais, insiste predominantemente na: a) transmissão de conteúdos e na formação social individualista; b) educação integral e na formação social do trabalhador; c) transformação da razão social em força social e na autonomia pedagógica; d) auto-educação e no trabalho coletivo; e) pedagogia do diálogo e na formação social coletiva. QUESTÃO 06 (VUNESP/2018) Segundo Queiroz e Moita (2007), “o Conceito de Educação não é consenso, ao contrário, abrange uma diversidade significativa de concepções e correntes de pensamento, que estão relacionadas diretamente ao período histórico, ao movimento social, econômico, cultural, político nacional e internacional”. Conforme essas autoras, Émile Durkheim, que viveu em um rico e conturbado momento histórico (de um lado, a Revolução Francesa; de outro, a Revolução Industrial), entendia que “Educação é essencialmente o processo pelo qual aprendemos a ser a) membros da sociedade”. b) autônomos e independentes”. c) pessoas que buscam mudanças”. d) curiosos e questionadores do status quo”. e) seres humanos capazes de inventar novas tecnologias”. DURKHEIM (1858-1917) • Fato social: Toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então, ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter. • O fato social: • não é todo fato ocorrido na sociedade. • existe exteriormente ao indivíduo, ou seja, não é um fato individual ou psicológico, mas sim social. • é objetivo, exterior ao indivíduo e transmitido pela educação. • o fato social também se impõem ao indivíduo como forma de ser na sociedade. • Educação: mecanismo de imposição da herança social que cada indivíduo deve assimilar e reproduzir em sociedade. É um mecanismo transmissor da cultura herdada. QUESTÃO 07 (UFMA/2016) Para John Dewey, a educação é: a) Uma organização de diferentes aspectos da vida. b) Uma arte que se fundamenta em conhecimentos científicos precisos. c) Um método fundamental de reeducação. d) Uma forma de disciplinar as crianças. e) Uma constante reorganização ou reconstrução da experiência. J. DEWEY (1859-1952) • Começou a elaborar uma teoria do conhecimento que questionava os dualismos que opunham a mente ao mundo e o pensamento à ação. O pensamento não é um aglomerado de impressões sensoriais, nem tampouco a manifestação de um espírito absoluto, mas uma função mediadora e instrumental que se formou para satisfazer as necessidades da sobrevivência e do bem-estar da humanidade. • “É necessário comprovar o pensamento por meio da ação se há a vontade de transformá-lo em conhecimento”. • A dinâmica da experiência é semelhante nas crianças e nos adultos; uns e outros são seres ativos que aprendem mediante o enfrentamento de problemas que surgem no decorrer das atividades que vierem a mobilizar seu interesse. • Criança: ao ingressar na escola, já é intensamente ativa e a incumbência da educação consiste em assumir essa atividade e orientá-la. • Escola: é a única forma de vida social a funcionar na abstração e em meio controlado, a ser diretamente experimental; sua escola era uma experiência de educação para a democracia. QUESTÃO 08 (FUNDEP/2019) Freire (1996, p. 102) frisa que “ensinar é uma especificidade humana” e, para isso, esse ato tem seus saberes indispensáveis para a prática docente. Sobre esses saberes, conforme as ideias do autor, pode-se afirmar que a(o) a) segurança para se exercer a autoridade docente independe da sua competência profissional. b) reinvenção do ser humano no processo de aprendizagem de sua autonomia é fundamental nas relações entre educador e educando, entre autoridade e liberdades. c) educação é considerada neutra, indiferente à reprodução da ideologia dominante ou ao seu desmascaramento. d) saber escutar exige de quem realmente escuta sua redução ao outro que fala. PAULO FREIRE (1921-1997) Desenvolvimento da Consciência Crítica Níveis Características Atitude das pessoas Consciência primária Não contesta o mundo; é dominada por problemas primários e vegetativos da ordem da sobrevivência. As pessoas não agem sobre o mundo; em vez de compreender e dominar a realidade, elasprocuram, antes de tudo, sobreviver. Consciência mágica É marcada pela crença em poderes superiores, no fatalismo e na submissão, por interpretações mágicas e fantásticas da realidade. As pessoas não agem (ou agem pouco) sobre o mundo e explicam seus problemas de modo pouco aprofundado e marcado por ideias preconcebidas. Deixam-se levar pelo destino, pela fatalidade, etc. Consciência crítica Tenta ir além da superfície dos problemas, aprofunda a análise das situações, questiona- se e revê suas posições e contradições. As pessoas procuram agir sobre o mundo; tomam consciência do seu poder de ação, percebendo as causas da sua própria situação. QUESTÃO 09 (FCC/2012) Para o educador Paulo Freire, a educação é a) uma ação neutra, enquanto a alfabetização deve focar a leitura crítica da realidade do aluno b) a forma como os grupos opressores organizaram a sociedade visando a reprodução do status quo. c) um ato político-partidário que possibilita a tomada de poder das mãos dos opressores pelos grupos oprimidos. d) um ato político que visa a formação da autonomia intelectual do educando e a sua intervenção na realidade. e) o momento em que os educandos podem, sem pressão do poder, discutir os problemas sociais que afligem o trabalhador. QUESTÃO 10 (CESPE) A perspectiva epistemológica do interacionismo, representada pelo pensamento de Piaget, nega o empirismo e o racionalismo. A ideia central da teoria de Piaget é a de que o conhecimento precede à experiência. ( ) CERTO ( ) ERRADO Segundo Jean Piaget, o desenvolvimento psíquico, que se inicia no nascimento e se encerra na idade adulta, orienta-se essencialmente para o equilíbrio. ( ) CERTO ( ) ERRADO De acordo com a teoria piagetiana, a assimilação e a acomodação são dois aspectos complementares do processo de construção do conhecimento. A criança assimila um objeto e acomoda um esquema. Assimila um objeto dentro de um esquema já dominado e acomoda um esquema para que ele dê origem a outro. ( ) CERTO ( ) ERRADO Piaget apresenta quatro estágios de desenvolvimento da inteligência: pré-operacional, de 0 a 2 anos de idade; operacional concreto, de 2 a 7 anos; operacional formal, de 7 a 11 anos; e sensório motor, de 11 anos em diante. ( ) CERTO ( ) ERRADO J. PIAGET (1896-1980) • Epistemologia genética: tem como fontes o conhecimento científico (epistemologia) e a origem (gênese) desse conhecimento (genética). • Interacionismo: o sujeito e os meios físico e social estabelecem contínuas relações entre si, nas quais um constitui o outro e ambos se transformam mutuamente. • Criança: possui uma lógica de funcionamento mental que difere – qualitativamente – da lógica do funcionamento mental do adulto. • Segundo Piaget, a evolução do conhecimento é um processo contínuo, construído a partir da interação ativa do sujeito como meio (físico e social). O desenvolvimento humano passa por estágios sucessivos de organização do campo cognitivo e afetivo, que vão sendo construídos em virtude da ação da criança e das oportunidades que o ambiente possibilita à mesma. Influenciado pela sua formação de biólogo, Piaget entendeu que a lógica implicada na relação organismo-meio poderia ser estendida para o estudo dos processos intelectuais e afetivos, trazendo noções como a de adaptação biológica para o estudo das funções cognitivas. • Adaptação e equilíbrio: todo organismo vivo procura manter um estado de equilíbrio ou de adaptação com o seu meio. O processo dinâmico e constante do organismo buscar um novo e superior estado de equilíbrio é denominado processo de “equilibração majorante”. • Mecanismos da inteligência: • ASSIMILAÇÃO: Uma estruturação por incorporação da realidade exterior a formas devidas à atividade do sujeito (envolve a incorporação de novos objetos e novas experiências a uma estrutura mental ou a um esquema sensório-motor). • ACOMODAÇÃO: É a combinação de esquemas ou modificação de esquemas para resolver problemas que venham de experiências novas dentro do ambiente (um aspecto da vida cognitiva que envolve a modificação das estruturas mentais ou os esquemas sensório-motores, para corresponder aos objetos da realidade). Etapas Sensório Motor (0 a 2 anos) • etapa de amplo desenvolvimento; • ganho de habilidades motoras; • exploração do ambiente; • demanda a oferta de estímulos diversos (cores, texturas, sabores, sons, etc). Pré-operatório (2 a 7 anos) • desenvolvimento da função simbólica e da linguagem; • presença de egocentrismo (animismo, realismo, etc); • capacidade de representação; • estado de heteronomia. Operatório Concreto (7 a 12 anos) • capacidade de conservação e raciocínio reversível; • capacidade de pensamento racional (operações mentais: acessa, classifica e organiza conhecimentos); • autonomia na ação; • capacidade de agir de forma cooperada. Operatório Formal (12 em diante) • capacidade de dedução e hipóteses; • capacidade de pensar no abstrato; • autonomia de pensamento. QUESTÃO 11 (CETRO/2008) Martha Kohl, em Castorina, J. A. (2003), refletindo sobre as contribuições de Vygotsky para a educação e o ensino escolar, analisa a intervenção do outro social. De acordo com Vygotsky, pode-se entender essa intervenção como a) o processo de internalização do material cultural que molda o indivíduo, definindo limites e possibilidades de sua construção pessoal. b) a construção e a elaboração por parte do indivíduo dos significados que lhe são trazidos pelo grupo cultural. c) uma postura diretiva e autoritária do sujeito que intervém, implicando uma volta à educação tradicional. d) o processo de internalização que se constitui de ações controladas a partir das situações de intersubjetividade. e) cada situação de interação com o mundo social, em que o indivíduo traz consigo determinadas possibilidades de interpretação e ressignificação do material cultural. QUESTÃO 12 (IPAD/2010) Considerando a teoria de Vygotsky, é correto afirmar que: a) As intervenções do professor exercem maiores transformações quando atuam na consolidação de conhecimentos já adquiridos. b) O curso do desenvolvimento precede sempre ao curso da aprendizagem. c) As relações entre aprendizagem e desenvolvimento não foram discutidas por Vygotsky. d) Aprendizagem e desenvolvimento são processos completamente separados. e) A aprendizagem escolar orienta e estimula processos de desenvolvimento nos indivíduos. VIGOTSKY (1896-1934) • Vygotsky, por meio da construção de uma nova psicologia pautada na historicidade do homem e em sua totalidade, possibilitou a compreensão da constituição do sujeito e de sua subjetividade dentro de um processo capaz de ir em direção ao sujeito social e observar “os sistemas psicológicos que ocorrem no processo de individuação do homem inserido social e historicamente em uma cultura”. • Atividade: É por meio da atividade que o homem constitui as suas relações humanas e transforma o mundo. O ser humano é motivado pela apropriação da experiência humana. Na medida em que o indivíduo adquire a capacidade de planejar, de abstrair, de reconhecer conexões causais e de antecipar os acontecimentos imediatos, ele passa a produzir sua forma humana de existência. • Pensamento e linguagem: possuem raízes genéticas diferentes, mas não são processos independentes. Após o seu encontro, por um processo histórico da humanidade, eles nunca mais se separam, ou seja, um contém o outro. • Significado: É apenas uma dessas zonas do sentido que a palavra adquire no contexto de algum discurso e, ademais, uma zona mais estável, uniforme e exata. Como se sabe, em contextos diferentes, a palavra muda facilmente de sentido. O significado, ao contrário, é um pouco imóvel e imutável que permanece estável em todas as mudanças de sentido da palavra em diferentes contextos. • Aprendizado da criança: Inicia-se muito antes de ela passar a frequentar a escola, uma vez que, antes de qualquer aprendizado escolar, a criança tem sempre um conceito, uma história prévia ou, como nas próprias palavras do autor, um aprendizado pré-escolar.• Formação dos conceitos: Os conceitos não são formados repentinamente, mas no decorrer do desenvolvimento da criança, que realiza processos mentais diferenciados que se estendem de um pensamento sincrético em relação aos objetos e seus atributos até um nível mais aperfeiçoado, denominado potencial, o qual permite o agrupamento de objetos semelhantes. • Zona de Desenvolvimento Proximal.
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