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DIREITO CIVIL OAB - teoria-geral-das-obrigacoes-parte I (2020)

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Direito Civil
Teoria Geral das Obrigações - Parte I
Livro Eletrônico
DICLER FORESTIERI
Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-
Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São 
Paulo e atual Conselheiro Substituto do TCM-RJ 
(aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado 
nos concursos de Auditor-Fiscal do Estado do Rio 
Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-
AM. Ministra aulas das disciplinas Direito Civil, 
Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.
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DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri
Obrigações – Parte I: Modalidades e Transmissão ...........................................4
1. Noções Gerais, Elementos e Fontes ...........................................................4
2. Modalidades das Obrigações .....................................................................6
3. Transmissão das Obrigações ...................................................................36
Questões de Concurso ...............................................................................44
Gabarito ..................................................................................................49
Gabarito Comentado .................................................................................50
Questões de Concurso ...............................................................................59
Gabarito ..................................................................................................67
Gabarito Comentado .................................................................................68
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DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri
OBRIGAÇÕES – PARTE I: MODALIDADES E TRANSMISSÃO
1. Noções Gerais, Elementos e Fontes
O renomado autor Caio Mario definiu a obrigação como sendo um vínculo ju-
rídico em virtude do qual uma pessoa (sujeito ativo) pode exigir de outra (sujeito 
passivo) uma prestação economicamente apreciável.
Deste conceito podemos listar dois tipos de elementos:
1) Elementos Subjetivos: são as pessoas, a quem pode exigir (credor) e a 
que podem ser exigidas (devedor), caracterizando-se, respectivamente, o 
sujeito ativo e o sujeito passivo; e
2) Elemento Objetivo: é a prestação, que deve ser de natureza patrimo-
nial, dessa forma, também se caracteriza a patrimonialidade (valoração 
econômica).
Caracterizam o vínculo obrigacional a sujeição (elementos subjetivos) e a patrimo-
nialidade (elemento objetivo).
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Teoria Geral das Obrigações – Parte I
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Em outras palavras, a obrigação pode ser entendida como a relação jurídica de 
caráter transitório estabelecida entre um devedor e um credor cujo objeto é uma 
prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segun-
do, que lhe garante o adimplemento por seu patrimônio.
O que gera uma obrigação?
A obrigação é oriunda de uma determinada fonte. Sua fonte pode ser a própria 
lei, um ato jurídico (stricto sensu), um negócio jurídico ou, até mesmo, um ato ilícito.
Tais fontes se dividem em imediata ou primária e mediata ou secundária.
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Teoria Geral das Obrigações – Parte I
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FONTES DAS OBRIGAÇÕES
1) IMEDIATA OU PRIMÁRIA
• Lei: o ordenamento jurídico brasileiro adotou como fonte primária, ou imediata a LEI, de 
modo que perante o direito das obrigações teremos sempre a LEI como sua fonte primeira.
2) MEDIATA OU SECUNDÁRIA
• Atos jurídicos (stricto sensu): quando se fala em ato jurídico stricto sensu, está se falan-
do de comportamentos humanos não negociais, que repercutam perante a órbita do direito.
• Negócios jurídicos: podem ser unilaterais, como o testamento, ou a promessa de recom-
pensa, ou bilaterais como os contratos.
• Atos ilícitos: sempre que estes causam danos a outrem, faz nascer uma obrigação de re-
parar os prejuízos causados.
2. Modalidades das Obrigações
Em termos de questionamentos em concursos, a classificação e distinção das 
obrigações em suas diferentes modalidades são alvo de muitas perguntas. Dessa 
forma, tenha especial atenção ao estudar esse assunto.
Diversas são as formas de se classificar as obrigações. Sendo assim, tendo em 
vista que esse curso tem a objetividade como principal característica, trataremos 
apenas daquelas que mais costumam ser cobradas nas provas.
• Quanto ao conteúdo do objeto obrigacional, as obrigações podem ser:
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Vamos abordar as características principais de cada uma das obrigações citadas 
no gráfico acima.
Obrigação Positiva de Dar Coisa Certa
A obrigação de dar coisa certa consiste no vínculo jurídico pelo qual o devedor 
fica adstrito a fornecer ao credor determinado bem, perfeitamente individualiza-
do, que tanto pode ser móvel como imóvel. A coisa certa há de constar de objeto 
preciso, que se possa distinguir, por características próprias, de outros da mesma 
espécie, a ser entregue pelo devedor ao credor, no tempo e pelos motivos devidos. 
Essa obrigação só confere ao credor simples direito pessoal e não real.
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Teoria Geral das Obrigações – Parte I
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Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não men-
cionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
No direito das obrigações também vale a máxima de que, em regra, o acessó-
rio segue o principal. Dessa forma, se alguém se comprometer a entregar uma 
cadela prenha, os filhotes (frutos pendentes) estão inseridos na obrigação. A exce-
ção fica por conta das pertenças que não seguem o princípio da gravitação jurídica, 
estudado na aula de bens.
1º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Em regra, o acessório segue o principal. A exceção fica por conta das pertenças.
Já sabemos que na obrigação de dar coisa certa o devedor deve entregar umbem já individualizado (identificado) ao credor. Mas o que acontece se, antes da 
entrega, o bem se perder ou se deteriorar?
A perda significa a total inutilização do bem, já a deterioração significa uma 
inutilização parcial.
Exemplo de perda: bater com um carro acarretando perda total ou a morte de 
um cavalo.
Exemplo de deterioração: bater com um carro acarretando apenas um arranhão 
ou um cavalo que perde uma pata.
A resposta da pergunta anterior é dada pelos artigos seguintes, mas antes de 
abordá-los, devemos saber se o devedor teve ou não culpa na perda do bem.
Se o devedor teve culpa na perda do bem, além do próprio bem, deverá inde-
nizar também perdas e danos. Por outro lado, se não houve culpa do devedor, não 
há que se falar em perdas e danos.
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2º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Se não houve culpa do devedor, não há que se falar em indenização por perdas e 
danos (P/D).
Leia os artigos a seguir e preste atenção na tabela elaborada ao final.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, 
antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para 
ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equiva-
lente e mais perdas e danos.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver 
a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a 
coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, in-
denização das perdas e danos.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se 
perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalva-
dos os seus direitos até o dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, 
mais perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o cre-
dor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á 
o disposto no art. 239.
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem 
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dis-
pêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realiza-
das pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o dis-
posto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Vamos imaginar que eu tenha que lhe entregar o cavalo Bravo por termos cele-
brado um contrato de compra e venda e que, após você me pagar o preço combi-
nado, ocorra a morte do animal antes dele ser entregue.
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Neste caso o que acontece?
A resposta não é simples. Para sabermos a consequência é necessário verificar 
se houve ou não culpa de minha parte na morte do cavalo.
Para exemplificar, se eu tiver esquecido de dar uma vacina ao cavalo, então 
houve culpa da minha parte. Por outro lado, se o cavalo morreu por ataque no co-
ração, então não houve culpa da minha parte.
Obviamente que havendo culpa por parte do devedor a sanção imposta é mais 
grave, pois haverá também uma indenização por perdas e danos.
Dessa forma, a tabela a seguir pode lhe ajudar a solucionar muitas questões, 
pois mostra as consequências em cada caso:
Sem Culpa do Devedor Com Culpa do Devedor
Perda da coisa (art. 234) Resolve a obrigação (devolve o $) Equivalente + P/D
Deterioração da coisa 
(arts. 235 e 236)
Duas possibilidades:
Resolve a obrigação ou 
abatimento no preço
Duas possibilidades:
Equivalente + P/D ou acei-
tar a coisa + P/D
Perda da coisa restituível 
(arts. 238 e 239)
Resolve a obrigação Equivalente + P/D
Deterioração da coisa 
restituível (art. 240)
Recebe a coisa sem 
direito à indenização
Equivalente + P/D
Sobre a coisa restituível (arts. 238 a 240 do CC), imagine um empréstimo em 
que antes da coisa ser restituída ocorre a perda ou deterioração (Ex.: joana em-
presta um vestido para Paula ir a uma festa e o vestido se rasga totalmente – perda 
– ou fica manchado de vinho – deterioração).
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e 
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá 
o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
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A tradição representa o ato de entrega do bem. Dessa forma, podemos fazer a 
pergunta: “Até a entrega da coisa, a quem ela pertence?” Segundo o art. 237, ao 
devedor pertence a coisa, com os seus melhoramentos e acréscimos, pelos quais 
poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver 
a obrigação. E se produzir frutos? Os frutos percebidos serão do devedor, cabendo 
ao credor os frutos pendentes (ainda não colhidos).
Imagine que eu (devedor) deva lhe (credor) entregar uma cadela no próximo 
dia 10. Se no dia 9 a cadela prenha vier a parir 5 filhotes, de quem são os filhotes?
Como os filhotes nasceram antes da tradição então eles são meus (devedor). 
Caso você queira os filhotes, eu posso exigir um aumento no preço. Porém se no 
dia 10 a cadela ainda não tivesse parido e os filhotes viessem a nascer no dia 12 
(após a tradição), aí eles seriam seus.
Os frutos devem ser considerados percebidos ou pendentes no momento da 
entrega da coisa, ou seja, no momento da tradição.
Vejamos uma questão que é antiga, mas o seu modelo usualmente se repete 
ainda nos dias de hoje.
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Teoria Geral das Obrigações – Parte I
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Questão 1 (FGV/OAB/EXAME DA ORDEM/2010.2) João prometeu transferir a pro-
priedade de uma coisa certa, mas antes disso, sem culpa sua, o bem foi deteriora-
do. Segundo o Código Civil, ao caso de João aplica-se o seguinte regime jurídico:
a) a obrigação fica resolvida, com a devolução de valores eventualmente pagos.
b) a obrigação subsiste, com a entrega da coisa no estado em que se encontra.
c) a obrigação subsiste, com a entrega da coisa no estado em que se encontra e 
abatimento no preço proporcional à deterioração.
d) a obrigação poderáser resolvida, com a devolução de valores eventualmente 
pagos, ou subsistir, com a entrega da coisa no estado em que se encontra e abati-
mento no preço proporcional à deterioração, cabendo ao credor a escolha de uma 
dentre as duas soluções.
Letra d.
Trata-se de um caso de deterioração da coisa sem culpa do devedor, previsto 
no art. 235 do CC. Sendo assim, temos duas possibilidades para resolver o caso:
1) resolve a obrigação; ou
2) recebe um abatimento no preço.
Obrigação Positiva de Dar Coisa Incerta
Nessa modalidade de obrigação, o respectivo objeto ou o conteúdo da prestação, 
indicado genericamente no começo da relação, vem a ser determinado por um ato de 
escolha, no instante do pagamento. Então aqui o pagamento é precedido de um ato 
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preparatório de escolha, que individualizará ou determinará a coisa a ser entregue 
ao credor. Feita a escolha, esta obrigação transforma-se em obrigação de dar coisa 
certa, nos termos do art. 245 do CC. (Ex.: escolher 10 cavalos dentre 100 possíveis.)
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Percebe-se que a coisa incerta, inicialmente, tem que ser indicada pelo gê-
nero (ex.: cavalo) e quantidade (ex.: dez); entretanto, a qualidade (ex.: cavalo 
melhor ou pior) será determinada no momento da escolha (posterior).
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence 
ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a 
coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
No exemplo dos cavalos, quem deve escolher os 10 cavalos a serem entregues?
Inicialmente deve prevalecer a vontade das partes, ou seja, observa-se o que 
tiver sido estipulado no contrato. Entretanto, se nada tiver sido estipulado, a esco-
lha pertence ao devedor. Entretanto, deve ser observado o princípio do meio termo, 
impedindo que ele entregue os piores cavalos.
3º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Havendo dúvida, deve-se resolver em favor do devedor. Ou seja, in dubio, pro devedor.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coi-
sa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
Sobre o art. 246 do CC, até o momento da concentração (escolha), todos os 
riscos são suportados pelo devedor. Trata-se da aplicação do princípio do direito ro-
mano (genus nunquan perit), ou seja, o gênero nunca perece. Como a coisa 
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ainda não estava individualizada, a sua perda ou deterioração, ainda que por caso 
fortuito ou força maior, não aproveita ao devedor. Isto significa que a obrigação 
de entregar continua existindo. Assim, se um fazendeiro se obrigou a entregar 
10 (dez) cavalos e, antes da entrega, todos os cavalos existentes em sua fazenda 
venham a perecer (morrer), ainda estará ele obrigado a fazer a entrega, mesmo 
porque poderá obter os cavalos em outras fazendas. A não ser que o gênero da 
obrigação seja limitado. Digamos, voltando ao exemplo anterior, se o fazendeiro 
tivesse se obrigado a entregar 10 (dez) cavalos de sua fazenda. Aí sim, perecendo 
todos, a obrigação estaria resolvida.
4º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
O gênero nunca perece (genus nunquan perit). Na obrigação de cada coisa incerta 
a perda/deterioração por caso fortuito ou força maior, antes da escolha, não exime 
a obrigação do devedor.
A seguir temos um resumo sobre a obrigação de dar coisa incerta.
Obrigação de dar Coisa Incerta
Escolha do objeto
Compete a quem foi determinado no contrato.
Se omisso, compete ao devedor.
Princípio do meio termo
Regra para o devedor: não poderá dar a coisa pior, nem será 
obrigado a prestar a melhor.
Responsabilidade pelo bem
Cientificado da escolha o credor, valem as regras da obriga-
ção de dar coisa certa.
Alegação de perda ou 
deterioração pelo devedor
Incabível, ainda que por força maior ou caso fortuito.
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Obrigação Positiva de Fazer
Consiste em um ato do devedor ou em um serviço deste. Qualquer forma de 
atividade humana lícita e possível pode constituir o objeto da obrigação. As obriga-
ções de dar são também, por vezes, de fazer; todavia, distinguem-se porque nas 
de dar a prestação consiste na entrega de uma coisa certa ou incerta, enquanto 
que nas obrigações de fazer, o objeto consiste em um ato ou serviço do devedor. A 
diferença está exatamente em se verificar se o dar ou o entregar são ou não con-
sequência do fazer. Assim, se o devedor tem de dar ou entregar alguma coisa sem 
que para o cumprimento da prestação tenha que fazê-la previamente, a obrigação 
é de dar; todavia, se primeiramente ele tem de confeccionar a coisa para depois 
entregá-la, se ele tem que realizar algum ato, do qual será mero corolário o de dar, 
a obrigação é a de fazer.
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a 
prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-
-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo exe-
cutar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização 
cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autoriza-
ção judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
A regra geral é a de que a obrigação de fazer pode ser executada pelo próprio 
devedor ou por terceiro à custa deste (obrigação de fazer fungível), salvo quando a 
pessoa do devedor é eleita em atenção às qualidades que lhe são próprias, quando, 
por exemplo, se contratam os serviços de um advogado renomado ou se encomen-
da determinado quadro a um pintor célebre (obrigação de fazer infungível).
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Obrigação Negativa de Não Fazer
São aquelas obrigações por meio das quais o devedor se compromete a não 
praticar certo ato, que poderia livremente praticar, se não houvesse se obrigado.
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se 
lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção seobrigara, o credor pode 
exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado 
perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, 
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
As obrigações de não fazer são mais frequentes nos contratos em que o deve-
dor se compromete a não obstar o exercício de algum direito por parte do credor. 
Exemplos:
a) obriga-se o devedor a não se estabelecer comercialmente em uma determi-
nada rua, em um determinado bairro, ou em uma determinada cidade;
b) compromete-se o negociante a não fazer concorrência a um outro sócio;
c) obriga-se o inquilino a não trazer animais domésticos para o cômodo alugado;
5º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Sempre que houver urgência na obrigação de fazer (art. 249) ou de não fazer 
(art. 251) o credor pode mandar fazer ou desfazer independentemente de auto-
rização judicial.
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Teoria Geral das Obrigações – Parte I
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Quando atua a parte que se comprometeu a não o fazer é inadimplente; segundo o 
art. 390 do CC, “nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o 
dia em que executou o ato de que se devia abster”. Em tal caso, o credor poderá exigir, 
conforme o caso, o desfazimento do ato (se viável), sem prejuízo das perdas e danos.
• QUANTO AOS ELEMENTOS, as obrigações podem ser:
Simples COMPOSTAS
possuem apenas um 
sujeito ativo, um sujeito 
passivo e um objeto
Dar um carro e 
um apartamento.
Vários credores
Ex.: c/c conjunta 
no banco (marido e 
esposa).
Vários devedores.
A/B/C alugam um 
imóvel de D.
Vários deved. e 
cred.
A/B/C alugam um 
imóvel de D/E/F.
Dar 50.000 por 
2 pessoas.
Dar um carro ou 
um apartamento.
Dar um cavalo.
PLURALIDADE
DE OBJETOS
PLURALIDADE
DE SUJEITOS
Cumulativa SolidáriaAlternativa
Ativa MistaPassiva
Divisível Indivisível
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Quanto aos seus elementos, as obrigações são divididas em simples e comple-
xas (ou compostas). As obrigações simples apresentam-se com um sujeito ativo, 
um sujeito passivo e um único objeto. Estando um desses elementos no plural a 
obrigação é considerada composta ou complexa (pode ser composta por pluralida-
de de sujeitos ou de objetos).
As obrigações compostas por pluralidade de objetos são divididas em cumulati-
vas (ou conjuntivas) e alternativas (ou disjuntivas). Nas cumulativas, os objetos se 
apresentam ligados pela conjunção “e”, ou seja, deve-se entregar uma coisa e outra 
concomitantemente. A obrigação só é cumprida se forem entregues as duas coisas. 
Na obrigação alternativa, os objetos se apresentam ligados por “ou”; deve-se en-
tregar apenas uma ou outra coisa e não as duas para o cumprimento da obrigação.
As obrigações compostas por pluralidade de sujeitos podem ser: divisíveis, indi-
visíveis e solidárias. Divisíveis são aquelas em que o objeto da prestação pode ser 
dividido entre os sujeitos, ao contrário das indivisíveis; sendo que ambas podem 
ser ativas (vários credores) ou passivas (vários devedores).
O conhecimento se uma obrigação é divisível ou indivisível só se faz necessário 
apenas se houver multiplicidade de credores ou devedores.
Vamos abordar as características principais de cada uma das obrigações citadas 
no gráfico acima.
Obrigação Simples
A obrigação é simples quando a prestação abrange um único ato, ou uma coisa 
só, singular ou coletiva. Aqui se libera o devedor entregando precisamente o objeto 
devido. Não pode entregar outro ainda que mais valioso. A substituição da presta-
ção só é possível havendo expressa anuência do credor.
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Obrigação Cumulativa ou Conjuntiva
As obrigações cumulativas podem ser chamadas também de conjuntivas. São 
necessariamente obrigações compostas ou objetivamente complexas. Dá-se, as-
sim, a obrigação cumulativa ou conjuntiva sempre que, havendo mais de um objeto 
a que o devedor se obriga, todos devem ser cumpridos, sob pena de inadimple-
mento absoluto da obrigação.
A obrigação cumulativa poderá ser uma obrigação de dar, de fazer ou de não fa-
zer. É o caso, por exemplo, em que Ana se obrigue a entregar a Pedro uma bicicleta 
e um animal de carga. A obrigação somente estará cumprida com o cumprimento 
cumulado dos objetos. Perceba-se que os objetos são ligados pela conjuntiva “E”, 
motivo pelo qual se trata de uma obrigação conjuntiva ou cumulativa.
Obrigação Alternativa ou Disjuntiva
Neste tipo de obrigação, embora haja pluralidade de prestações, o devedor só 
está obrigado ao cumprimento de uma delas. Aqui, apesar de haver várias pres-
tações contempladas na relação jurídica, o devedor se libera da obrigação com 
a satisfação de apenas uma. As obrigações alternativas se caracterizam por dois 
traços fundamentais: pluralidade de prestações e exoneração do devedor mediante 
realização de uma única prestação.
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa 
não se estipulou.
Dentre as prestações a serem escolhidas, em regra a escolha cabe ao deve-
dor. Dessa forma, se eu tenho que lhe entregar o objeto X ou o objeto Y, em regra, 
eu (devedor) escolherei o objeto que será entregue.
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Ou seja, novamente devemos utilizar o 3º MANDAMENTO DO DIREITO DAS 
OBRIGAÇÕES: havendo dúvida, deve-se resolver em favor do devedor. Ou 
seja, in dubio, pro devedor.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte 
em outra.
Como exemplo, se a obrigação for dar 2 cavalos ou 4 bois, o devedor não pode 
obrigar o credor a receber 1 cavalo e 2 bois.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser 
exercida em cada período.
Caso a obrigação seja entregar um boi ou um cavalo durante 6 meses, ao final 
de cada mês poderá ser escolhido o objeto, independentemente da escolha feita no 
período anterior.
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, deci-
dirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
É possível que a escolha do bem a ser entregue fique a cargo de várias pessoas 
juntas e, se não houver unanimidade na escolha do objeto a ser entregue, então 
caberá a decisão ao juiz.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, 
caberá ao juiz a escolhase não houver acordo entre as partes.
Também é possível que a decisão sobre a prestação devida fique a cargo de uma 
terceira pessoa diferente do credor e do devedor e, caso essa pessoa não queira ou 
não possa fazer a escolha, então a decisão caberá ao juiz.
Da mesma forma que na obrigação de dar coisa certa, a prestação pode se per-
der ou se deteriorar, na obrigação alternativa é importante saber o que acontece se 
o objeto X ou o objeto Y for deteriorado ou destruído antes de ser feita a escolha.
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Os arts. 253 a 256 do CC tratam deste assunto e estão resumidos no quadro a 
seguir:
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada 
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, 
não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por 
último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impos-
sível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o 
valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se 
tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da 
indenização por perdas e danos.
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, ex-
tinguir-se-á a obrigação.
Pelo fato de existir mais de um objeto possível na obrigação alternativa, algu-
mas perguntas costumam aparecer em provas de concursos, tais como:
I – Se uma das prestações perecer ou se deteriorar, o que acontece?
A tabela a seguir apresenta as respostas.
OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA
Escolha do devedor Escolha do credor
Com culpa do 
devedor
Sem culpa do 
devedor
Com culpa do 
devedor
Sem culpa do 
devedor
Perecimento de 
1 prestação
Subsiste o débito quanto
à outra prestação
2 possibilidades:
Prestação subsis-
tente; ou
Valor da que pere-
ceu + P/D
Subsiste o débito 
quanto à outra 
prestação
Perecimento 
das 2 
prestações
Valor da que se 
impossibilitou 
por último + 
P/D
Resolve a 
obrigação
(devolução do $)
Valor de qualquer 
uma das presta-
ções + P/D
Resolve a 
obrigação
(devolução do $)
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Perceba que, em se tratando de obrigação alternativa com escolha pelo 
credor, nem sempre a culpa do devedor está associada à indenização por 
perdas e danos (P/D).
Imagine que João (devedor) deva entregar um boi ou um cavalo para Pedro 
(credor) e a escolha caiba a Pedro. Diante disso, se o boi morrer por culpa de João 
(perecimento de 1 prestação), então Pedro poderá escolher o cavalo sem indeniza-
ção por P/D ou escolher o valor do boi com indenização por P/D (Perdas e Danos). 
Ou seja, se a escolha for pelo cavalo, a morte do boi em nada altera.
II – Quem deve escolher a obrigação a ser entregue (devedor ou credor)?
Novamente devemos utilizar o 3º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRI-
GAÇÕES: havendo dúvida, deve-se resolver em favor do devedor. Ou seja, 
in dubio, pro devedor.
Obrigação Divisível ou Indivisível
Ao estudarmos essas modalidades de obrigação, observaremos que a classifica-
ção em divisíveis e indivisíveis não tem em mira o objeto, pois seu interesse reside 
e se manifestar quando ocorrer pluralidade de sujeitos. Ou seja, a divisibilidade 
aqui depende, primeiramente, da existência de vários sujeitos e, secundariamente, 
da natureza do objeto.
Podemos afirmar, portanto, que divisíveis são as obrigações possíveis de cumpri-
mento fracionado e indivisíveis são aquelas que só podem ser cumpridas em sua inte-
gralidade. Algo é indivisível quando as partes divididas têm as mesmas propriedades 
do todo. Existe indivisibilidade quando decorre da própria natureza da coisa (indivisi-
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bilidade natural); a indivisibilidade pode ser por força da lei (indivisibilidade conven-
cional); ou pode ser objeto absolutamente divisível. No entanto, por convenção con-
tratual, a obrigação só poderá ser cumprida por inteiro (indivisibilidade convencional).
O art. 257 do CC trata dos casos em que existe mais de um credor ou mais de 
um devedor mencionando que a obrigação “divide-se” em tantas quantos sejam os 
sujeitos ativos e passivos. Na pluralidade de sujeitos, a obrigação divide-se; haverá 
obrigações distintas, recebendo cada credor de devedor comum ou pagando cada 
devedor ao credor comum sua quota na prestação.
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, 
esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores 
ou devedores.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um 
fato não suscetível de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou 
dada a razão determinante do negócio jurídico.
Há, contudo, alguma dificuldade e necessidade de conceituação quando o ob-
jeto da prestação for indivisível diante da pluralidade de sujeitos, mas o legislador 
ajudou o operador do Direito dispondo os arts. 259 e 260 do CC. O devedor, nesta 
hipótese, estará obrigado pela dívida toda, ficando este com direito de cobrar o que 
for devido do outro devedor, nos termos do parágrafo único do art. 259 CC. Pela 
pluralidade de credores de prestação indivisível, estes devem ser considerados cre-
dores solidários, enquanto persistir a indivisibilidade (art. 261 CC), além disso, “o 
credor que remitir a dívida abre mão de seu cumprimento. Em se tratando de pres-
tação indivisível, porém, os demais credores não podem ser prejudicados, sendo 
assim a dívida deve ser paga aos credores não remitentes, mas estes, ao exigi-la, 
devem descontar a quota remitida (perdoada).
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Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um 
será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em re-
lação aos outros coobrigados.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida in-
teira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I – a todos conjuntamente;
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cadaum dos outros 
assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com 
os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, com-
pensação ou confusão.
Em situações em que a obrigação se resumir a perdas e danos, perde o caráter 
de indivisível (art. 263 do CC), pois a indenização é feita em dinheiro que é divisí-
vel por excelência. Se a culpa que motivou a indenização é de todos os devedores, 
responderão todos por partes iguais (art. 263, §1º do CC); se a culpa for de um 
só, apenas este responderá por perdas e danos (§2º), mas pelo valor da prestação, 
responderão todos.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, res-
ponderão todos por partes iguais.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas 
perdas e danos.
A nulidade da obrigação declarada com relação a um dos devedores estende-se a 
todos. Um ato defeituoso danifica toda a relação jurídica. Na insolvência de um dos 
devedores, não prejudicará o credor, que poderá exigir o cumprimento da obrigação 
pelos demais.
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Obrigação Solidária
Diz-se solidária a obrigação quando a totalidade da prestação puder ser exigi-
da indiferentemente por qualquer dos credores de quaisquer dos devedores (art. 
264 do CC). Cada devedor deve o todo e não apenas sua fração ideal, como ocor-
re nas obrigações indivisíveis. Diferencia-se da indivisibilidade, visto que esta se 
relaciona ao objeto da prestação, enquanto a solidariedade se funda em relação 
jurídica subjetiva.
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, 
ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Dessa forma, se um casal está devendo o pagamento do aluguel da casa onde 
moram, o locador pode cobrar todo o aluguel tanto do marido como da esposa.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
6º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Não existe solidariedade presumida. Uma obrigação pode ser considerada solidária 
se a lei assim indicar ou se as partes assim acordarem.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou 
codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
É possível, em uma obrigação solidária, que um determinado devedor tenha que 
pagar a dívida no dia 10, mas o outro seja obrigado, apenas, a partir do dia 20. Ou 
então que um determinado devedor fique sujeito a uma condição e outro devedor não.
Vamos tratar das diversas formas de solidariedade.
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Solidariedade Ativa
Configura-se pela presença de vários credores, chamados cocredores, todos 
com o mesmo direito de exigir integralmente a dívida ao devedor comum 
(art. 267 do CC). Entretanto, enquanto a dívida não for exigida, o devedor pode 
pagar a dívida inteira a qualquer um dos credores (art. 268 do CC)
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumpri-
mento da prestação por inteiro.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, 
a qualquer daqueles poderá este pagar.
A solidariedade ativa é rara porque na sua principal característica está sua prin-
cipal inconveniência (art. 269 do CC). Assim, o devedor não precisa pagar a todos 
os cocredores juntos, como na obrigação indivisível (art. 260, I do CC). Pagando 
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apenas a um dos credores solidários, mesmo sem autorização dos demais, o deve-
dor se desobriga, e se este credor for desonesto ou incompetente, e reter ou perder 
a quota dos demais, os cocredores nada poderão reclamar do devedor, terão sim 
que reclamar daquele que embolsou o pagamento.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o mon-
tante do que foi pago.
Mas caso algum dos cocredores já esteja executando judicialmente o devedor, o 
pagamento deverá ser feito àquele (art. 268 do CC), o que se chama de prevenção, 
ficando tal credor prevento para receber o pagamento com prioridade em nome de 
todos os cocredores.
Outro inconveniente é que se um dos credores perdoar a dívida, o devedor fica 
liberado, e os demais cocredores terão que exigir sua parte daquele que perdoou 
(art. 272 do CC).
Como se vê, na solidariedade ativa, cada credor fica sujeito à honestidade dos 
outros cocredores. Por estes inconvenientes a solidariedade ativa é rara, afinal não 
interessa ao credor.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes 
só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão 
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Ao comentar o art. 276 do CC, abordaremos o caso de sucessão na obrigação 
solidária. A abordagem serve tanto para a solidariedade passiva, como para a ativa.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efei-
tos, a solidariedade.
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Na solidariedade ativa há um vínculo pessoal entre os credores. Sendo assim, 
ainda que o objeto da prestação se converta em perdas e danos, permanecerá a 
solidariedade. Ou seja, não interessa a natureza do objeto.
De forma diferente ocorre com a indivisibilidade (art. 263 do CC), pois não há 
um vínculo pessoal. Sendo assim, na indivisibilidade, havendo pluralidade de cre-
dores, a natureza do objeto é relevante.
CONVERSÃO DO OBJETO EM PERDAS E DANOS
SOLIDARIEDADE PERMANECE
INDIVISIBILIDADE DESAPARECE
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos 
outros pela parte que lhes caiba.
Se uma obrigação solidária de R$ 30.000,00 tem três credores e um deles per-
doar toda a dívida. Aquele que perdoar deverá responder com R$ 20.000,00 pe-
rante os outros dois.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais 
oponíveis aos outros.
Exceção pessoal é aquela que diz respeito a um ou alguns dos credores solidá-
rios, ou seja, aquela que só pode ser oponível a determinadocredor. Essas exce-
ções dizem respeito a fatos inerentes à pessoa de determinado credor e não aos 
demais credores solidários. Exemplos: a arguição de anulabilidade (nulidade rela-
tiva), como os vícios do consentimento; a remissão parcial por um dos credores; o 
benefício de termo concedido por um dos credores solidários etc.
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Assim, imagine que alguém deve a Tício e a Frederico, contratualmente cocre-
dores solidários. Se o devedor tiver defesa contra Frederico alegando, por exemplo, 
que a obrigação perante este foi obtida por meio de coação, não poderá, ao argu-
mento de solidária a obrigação, estender a tese para alcançar Tício, contra quem 
nenhum defeito pesa.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; 
o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao 
credor que o obteve.
Por fim, um gráfico para sintetizar o art. 274 do CC.
JULGAMENTO NA SOLIDARIEDADE ATIVA
CONTRÁRIO A UM DOS CREDORES NÃO ATINGE OS DEMAIS CREDORES
FAVORÁVEL A UM DOS CREDORES FAVORECE OS DEMAIS CREDORES
Solidariedade Passiva
Ocorre a solidariedade passiva quando mais de um devedor, chamado coobriga-
do, com seu patrimônio, se obriga ao pagamento da dívida toda (art. 275 do CC).
Assim, havendo três devedores solidários, o credor terá três pessoas para pro-
cessar e exigir pagamento integral, mesmo que a obrigação seja divisível. O credor 
escolhe se quer processar um ou todos os devedores (art. 275, § único do CC). 
Aquele devedor que pagar integralmente a dívida terá direito de regresso contra os 
demais coobrigados (art. 283 do CC).
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Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, 
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os de-
mais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo 
credor contra um ou alguns dos devedores.
O Art. 276 do CC é muito cobrado em provas de concursos.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes 
será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo 
se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor 
solidário em relação aos demais devedores.
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Imagine que A, B e C sejam devedores solidários de D. Imagine ainda que A 
faleça (vá para o céu) e deixe seus dois filhos como herdeiros. Os dois filhos conti-
nuam sendo devedores solidários na obrigação?
A resposta é: depende do objeto da obrigação. Se o objeto for divisível, eles não 
continuam solidários, mas se o objeto for indivisível a solidariedade continua.
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Exemplificando, se o objeto for um cavalo, a solidariedade abrange os filhos 1 
e 2, que poderão ser cobrados pela entrega do cavalo. Mas, se o objeto for uma 
prestação em dinheiro de R$ 15.000,00, cada um só será obrigado ao seu quinhão 
(a parte do pai dividida por 2) que é (15.000/3)/2 = 2.500.
Agora vá até o artigo 270 do CC e veja que o pensamento inverso (herdeiros 
de um credor solidário) ocorre da mesma forma. Ou seja, depende da natureza 
do objeto.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida 
não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou 
relevada.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos 
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consen-
timento destes.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, 
subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só 
responde o culpado.
O art. 279 do CC que trata das perdas e danos também costuma ser alvo de 
provas de concursos. No exemplo da página anterior, imagine que A, B e C sejam 
devedores solidários de D e a obrigação seja um cavalo. Se o cavalo morrer por 
culpa de A, apenas ele será obrigado a indenizar perdas e danos, mas todos os de-
vedores (A, B e C) continuam solidários pelo equivalente (valor do cavalo).
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha 
sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação 
acrescida.
A regra para os juros de mora é diferente da regra para as perdas e danos. Se 
houver mora por culpa de um dos devedores solidários, todos os devedores respon-
derão pelos juros de mora. Dessa forma, se houver atraso no pagamento por culpa 
de A, tanto A, como B e C ficarão responsáveis pelos juros de mora.
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Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pesso-
ais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro codevedor.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de 
todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsis-
tirá a dos demais.
A renúncia à solidariedade em favor de um dos devedores solidários faz com 
que ele se exonere da obrigação pagando apenas a sua parte. Se A, B e C forem 
devedores solidários de D na obrigação de R$ 15.000,00 e D renunciar à solidarie-
dade de A, este deverá pagar só a sua parte (15.000/3 = 5.000) para ficar livre da 
obrigação, mas B e C continuam solidários pelos 10.000 restantes.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um 
dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o 
houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores.
Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados 
da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Art. 285. Se a dívida solidáriainteressar exclusivamente a um dos devedores, respon-
derá este por toda ela para com aquele que pagar.
A seguir temos outras classificações que, de vez em quando, aparecem nas provas.
• QUANTO AO MOMENTO DE CUMPRIMENTO, as obrigações subdividem-se em:
d) instantâneas: é aquela cumprida imediatamente após a sua constituição.
e) de execução diferida: é aquela cujo cumprimento deverá ocorrer de uma 
só vez no futuro.
Ex.: pagamento com cheque pós-datado ou pré-datado.
f) de execução continuada ou de trato sucessivo: é aquela cujo cumpri-
mento se dá por meio de subvenções periódicas.
Ex.: a locação de um imóvel com pagamento mensal do aluguel.
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• QUANTO AO ÔNUS DA PROVA DA CULPA, as obrigações dividem-se em:
a) obrigações de meio: o devedor obriga-se a empregar diligências para atin-
gir a meta colimada pelo ato. Neste caso, o credor deve provar que o objetivo 
visado não foi atingido por culpa do devedor. É o caso do advogado.
b) obrigações de resultado: são aquelas em que se obriga o devedor a rea-
lizar um fato determinado, como por exemplo no contrato de transporte, em 
que o transportador tem que conduzir o passageiro do ponto de embarque, a 
salvo, até o ponto de destino. Neste caso o credor deve apenas provar que o 
resultado não foi atingido; já o devedor, só se libera da responsabilidade se 
comprovar que o resultado não foi atingido por caso fortuito ou força maior. 
Também é o caso da cirurgia plástica estética, pois a cirurgia reparadora é 
considerada uma obrigação de meio.
• QUANTO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS, podem ser:
a) puras e simples: são aquelas que ocorrem quando sua eficácia não fica su-
bordinada a qualquer termo, condição ou encargo. Por exemplo: a obrigação 
de o vendedor entregar a coisa após sua venda; a obrigação do comodatário 
restituir a coisa findo o prazo para tal.
b) condicionais: quando dependem de um acontecimento futuro e incerto, que 
pode se verificar ou não. Por exemplo, a venda a prazo com reserva de do-
mínio, a venda com pacto de melhor comprador etc.
c) modais ou gravadas ou com encargo: quando se impõe um ônus ao devedor 
beneficiado com determinada liberdade. Por exemplo: a doação com encargo.
d) a termo: quando a eficácia do ato é submetida a prazo, certo ou incerto, 
inicial ou final, como por exemplo, a obrigação de satisfazer uma dívida em 
determinado dia do calendário.
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• QUANTO À AUTONOMIA DA EXISTÊNCIA, as obrigações dividem-se em:
a) principais: são aquelas dotadas de vida própria e autônoma;
Ex.: a obrigação oriunda de um contrato de locação.
b) acessórias: são aquelas que se acham subordinadas às primeiras.
Ex.: a obrigação oriunda de um contrato de fiança que visa ser garantia da locação.
• QUANTO À EXIGIBILIDADE, as obrigações podem ser:
a) obrigação civil: é a que permite que seu cumprimento seja exigido pelo 
próprio credor, mediante ação judicial.
Ex.: a obrigação da pessoa que vendeu um carro antes de entregar a docu-
mentação referente ao veículo.
b) obrigação natural: permite que o devedor não a cumpra e não dá o direito 
ao credor de exigir sua prestação. Entretanto, se o devedor realizar o paga-
mento da obrigação, não terá o direito de requerê-la novamente, pois não 
cabe o pedido de restituição.
Ex.: art. 814 do Código Civil.
Art. 814 do CC – As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não 
se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, 
ou se o perdente é menor ou interdito.
Destaca-se ainda a OBRIGAÇÃO PROPTER REM, também denominada REI-
PERSECUTÓRIA ou AMBULATÓRIA ou HÍBRIDA. Tal obrigação se origina do 
fato de a pessoa ser titular de um direito real. Possui as seguintes características:
• o devedor não se obriga por sua vontade, e sim pelo fato de ser proprietário 
do bem;
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• o devedor se exonera da obrigação se renunciar ao direito de propriedade ou 
abandonar a coisa;
• o sucessor a título singular assume automaticamente a dívida, ainda que não 
saiba da sua existência.
Exemplos: obrigação de pagar o IPTU; obrigação de pagar o condomínio etc.
3. Transmissão das Obrigações
Existem dois tipos de transmissão das obrigações: a que se opera causa mortis 
(regulada pelo direito das sucessões) e a que se opera inter vivos (regulada pelo 
direito das obrigações). Dessa forma, a transmissão de obrigações inter vivos pode 
ocorrer no polo ativo da obrigação (cessão de crédito) ou no polo passivo da relação 
obrigacional (assunção de dívida).
Cessão de Crédito
A cessão de crédito (arts. 286 a 298 do CC) é o negócio jurídico pelo qual o 
credor de uma obrigação transfere os seus direitos a outra pessoa, independen-
temente da anuência do devedor. É um instituto similar à compra e venda, porém 
esta trata de bens corpóreos, ao passo que a cessão tem por objeto o crédito, que 
é um bem incorpóreo (imaterial).
O credor que realiza a cessão é chamado de cedente, o terceiro que adquire 
o crédito é chamado de cessionário; e o devedor, cuja anuência é dispensável, é 
chamado de cedido.
Como exemplo de cessão de crédito temos a venda de um cheque. Imagine que 
A passe um cheque para B no valor de R$ 1.000,00 para daqui a 2 meses e B venda 
o cheque para C no valor de R$ 900,00 para poder ter o dinheiro imediatamente e 
não esperar os 2 meses.
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Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obri-
gação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá 
ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
Qualquer crédito pode ser cedido, conste ou não de um título, esteja vencido ou 
por vencer, se a isto não se opuser a:
• a natureza da obrigação: créditos oriundos de direitos personalíssimos não 
podem ser cedidos (ex.: crédito resultante de pensão alimentícia);
• a lei: não pode haver cessão do direito de preferência (art. 520 do CC), do 
direito à herança de pessoa viva (art. 426 do CC) etc.
• a convenção das partes: quando as partes ajustarem a intransmissibilida-
de do crédito.
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos 
os seus acessórios.
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Se não há estipulação contrária à cessão de um crédito, abrange os direitos de 
garantia estipulados, os direitos de preferência etc. Lembre-se do 1º MANDAMEN-
TO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: em regra, o acessório segue o principal.
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não cele-
brar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das soleni-
dades do § 1o do art. 654.
Para que a cessão de um crédito possa ter eficácia erga omnes, deverá ser ce-
lebrada mediante instrumento público ou particular. Ou seja, a cessão verbal não 
tem eficácia perante terceiros.
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão 
no registro do imóvel.
Tendo em vista que o crédito hipotecário está vinculado a um imóvel, havendo a 
cessão desse crédito, poderá ser requerido que tal crédito seja averbado no Regis-
tro de Imóveis. Com isso, qualquer pessoa poderá verificar que este imóvel possui 
um ônus (hipoteca) e quem é o credor desta.
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a 
este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou parti-
cular, se declarou ciente da cessão feita.
Quando um crédito é cedido, o devedor precisa ser informado para saber quem 
deve pagar. Se ele for notificado e mesmo assim pagar o credor antigo, poderá ser 
obrigado a pagar duas vezes.
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar 
com a tradição do título do crédito cedido.
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Havendo uma pluralidade de cessões do mesmo crédito, ou seja, se o cedente, 
maliciosamente, ceder o mesmo crédito a vários cessionários, vai prevalecer a ces-
são que tiver sido completada com a entrega do título referente ao crédito.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga 
ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessio-
nário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito 
constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
Se o devedor pagar o débito antes de ser notificado, não precisará pagar nova-
mente, pois com o pagamento ele ficou desobrigado. Assim sendo, o novo credor 
não poderá cobrar dele o crédito, tendo em vista que a cessão não teve eficácia.
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessio-
nário exercer os atos conservatórios do direito cedido.
Mesmo sem o devedor ter conhecimento da cessão do crédito, o novo credor 
poderá praticar todos os atos destinados a conservar o direito cedido, tal como, 
notificação, averbação do crédito hipotecário etc.
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem 
como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra 
o cedente.
Se o devedor, ao ser notificado da cessão, não opõe neste momento as exce-
ções (defesas) pessoais que tiver contra o cedente, não poderá mais arguir contra 
o novo credor as defesas que eram cabíveis apenas contra o primeiro.
Entretanto, as exceções que não sejam pessoais, tais como vícios de con-
sentimento, incapacidade do agente etc., podem ser alegadas depois da ces-
são do crédito.
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Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, 
fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; 
a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido 
de má-fé.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do 
devedor.
O cedente responde apenas pela existência do crédito cedido. Desta forma, a 
responsabilidade imposta pela lei ao cedente não se refere à solvência do devedor, 
pois o cedente não responde por esta. Em regra, os riscos de que o devedor tem 
capacidade econômica para pagar a dívida cedida correm por conta do novo credor.
Ou seja, temos dois tipos de cessão de crédito:
• cessão pro solvendo: é a exceção, devendo haver estipulação pelas partes, 
pois o cedente garante que, além da existência da dívida, o terceiro devedor 
também está em condições de pagá-la.
• cessão pro soluto: é a regra no CC, pois nela o cedente responde apenas 
pela existência e legalidade do crédito, ou seja, que realmente há uma dívida 
entre ele e o terceiro devedor.
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não respon-
de por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe 
as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.
Se ficar convencionado de maneira expressa que o cedente é responsável pela 
solvência do devedor, sua responsabilidade ficará limitada ao que recebeu do ces-
sionário com os respectivos juros.
Dessa forma, se o crédito era de R$ 50.000,00 e foi cedido, onerosamente, por 
R$ 42.000,00, o cedente só responderá pelos R$ 42.000,00.
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que 
tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, 
fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.
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A partir do momento em que o crédito penhorado for executado, ele deixa de 
fazer parte do patrimônio do devedor e, por isso, não mais poderá ser cedido.
Assunção de Dívida
A assunção de dívida (arts. 299 a 303 do CC), também denominada cessão 
de débito, é um negócio jurídico em que um terceiro assume a responsabilidade 
pela dívida do devedor, com ou sem o consentimento deste, mas sempre com a 
anuência expressa do credor.
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Cessão de crédito: independe da anuência do devedor.
Assunção de dívida: depende da anuência do credor.
Percebe-se que, quando alguém quer transferir uma dívida para outra pessoa, 
o credor pode não concordar com essa transferência, ainda que o novo devedortenha capacidade econômica superior ao devedor antigo.
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento 
expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo 
da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na 
assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
Havendo a transferência da dívida e, obviamente, o consentimento do credor, o 
devedor antigo fica livre, ou seja, em regra a obrigação não poderá mais ser cobra-
da dele. Entretanto, se o novo devedor for insolvente (sem capacidade para 
cumprir com as suas obrigações) no momento da transferência da dívida, 
então o devedor antigo continua coobrigado pelo pagamento da dívida.
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, 
a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao 
credor.
Em regra, as garantias dadas pelo devedor primitivo (Ex.: hipoteca, fiança etc.) 
desaparecem no momento da transferência da dívida.
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com 
todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este co-
nhecia o vício que inquinava a obrigação.
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Se a transferência da dívida se tornar inválida, então a obrigação deverá retor-
nar ao seu status quo ante (situação original), restaurando-se todas as garantias, 
salvo as fornecidas por terceiro, exceto se esse tinha conhecimento do vício, caso 
em que também responderá pela obrigação.
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que compe-
tiam ao devedor primitivo.
A assunção de dívida pressupõe a existência de uma dívida, uma relação obri-
gacional já existente. Na falta de estipulação expressa, as exceções oponíveis pelo 
primitivo devedor transferem-se ao assuntor, salvo as exceções pessoais. Não pode, 
por exemplo, o credor querer uma compensação com o devedor antigo.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do 
crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência 
do débito, entender-se-á dado o assentimento.
Como regra quase geral, quem adquire um imóvel hipotecado absorve no preço 
o valor da hipoteca e se compromete a liquidar o débito junto ao credor. Se este é 
notificado da aquisição e da assunção da dívida e não impugnar em 30 dias, seu 
silêncio, nesse caso particular, o ato implicará concordância com a modificação com 
a modificação subjetiva.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questões OAB
Questão 1 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2018) Paula é credora de 
uma dívida de R$ 900.000,00 assumida solidariamente por Marcos, Vera, Teresa, 
Mirna, Júlio, Simone, Úrsula, Nestor e Pedro, em razão de mútuo que a todos apro-
veita. Antes do vencimento da dívida, Paula exonera Vera e Mirna da solidariedade, 
por serem amigas de longa data. Dois meses antes da data de vencimento, Júlio, 
em razão da perda de seu emprego, de onde provinha todo o sustento de sua fa-
mília, cai em insolvência. Ultrapassada a data de vencimento, Paula decide cobrar 
a dívida.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) Vera e Mirna não podem ser exoneradas da solidariedade, eis que o nosso or-
denamento jurídico não permite renunciar a solidariedade de somente alguns dos 
devedores.
b) Se Marcos for cobrado por Paula, deverá efetuar o pagamento integral da dívida 
e, posteriormente, poderá cobrar dos demais as suas quotas-partes. A parte de 
Júlio será rateada entre todos os devedores solidários, inclusive Vera e Mirna.
c) Se Simone for cobrada por Paula deverá efetuar o pagamento integral da dívida 
e, posteriormente, poderá cobrar dos demais as suas quotas-partes, inclusive Júlio.
d) Se Mirna for cobrada por Paula, deverá efetuar o pagamento integral da dívida e, 
posteriormente, poderá cobrar as quotas-partes dos demais. A parte de Júlio será 
rateada entre todos os devedores solidários, com exceção de Vera.
Questão 2 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2016) Paulo, João e Pedro, 
mutuários, contraíram empréstimo com Fernando, mutuante, tornando-se, assim, 
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devedores solidários do valor total de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Fernando, muito 
amigo de Paulo, exonerou-o da solidariedade. João, por sua vez, tornou-se insol-
vente. No dia do vencimento da dívida, Pedro pagou integralmente o empréstimo.
Considerando a hipótese narrada, assinale a afirmativa correta.
a) Pedro não poderá regredir contra Paulo para que participe do rateio do quinhão 
de João, pois Fernando o exonerou da solidariedade.
b) Apesar da exoneração da solidariedade, Pedro pode cobrar de Paulo o valor de 
R$ 3.000,00 (três mil reais).
c) Ao pagar integralmente a dívida, Pedro se sub-roga nos direitos de Fernando, 
permitindo-se que cobre a integralidade da dívida dos demais devedores.
d) Pedro deveria ter pago a Fernando apenas R$ 2.000,00 (dois mil reais), pois a 
exoneração da solidariedade em relação a Paulo importa, necessariamente, a exo-
neração da solidariedade em relação a todos os codevedores.
Questão 3 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2016) No dia 2 de agosto 
de 2014, Teresa celebrou contrato de compra e venda com Carla, com quem se 
obrigou a entregar 50 computadores ou 50 impressoras, no dia 20 de setembro de 
2015. O contrato foi silente sobre quem deveria realizar a escolha do bem a ser 
entregue.
Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
a) Trata-se de obrigação facultativa, uma vez que Carla tem a faculdade de esco-
lher qual das prestações entregará a Teresa.
b) Como se trata de obrigação alternativa, Teresa pode se liberar da obrigação 
entregando 50 computadores ou 50 impressoras, à sua escolha, uma vez que o 
contrato não atribuiu a escolha ao credor.
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DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri
c) Se a escolha da prestação a ser entregue cabe a Teresa, ela poderá optar por 
entregar a Carla 25 computadores e 25 impressoras.
d) Se, por culpa de Teresa, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não 
competindo a Carla a escolha, ficará aquela obrigada a pagar somente os lucros 
cessantes.
Questão 4 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2015)

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