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III - Linguagem |Processos Psicológicos Básicos|

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DESCRIÇÃO
Introdução ao conceito de linguagem, características e funções.
PROPÓSITO
A explanação do estudo da linguagem é de suma importância para compreendermos como a
comunicação humana nos difere de outros organismos, permitindo uma melhor aplicação das
funcionalidades da comunicação na evolução humana, bem como do diagnóstico e tratamento
das doenças da fala.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer as definições e propriedades da linguagem, língua e fala
MÓDULO 2
Identificar o processo de aquisição da linguagem
MÓDULO 3
Analisar o desenvolvimento da produção da fala e escrita e fatores associados
MÓDULO 4
Identificar os transtornos de linguagem e suas consequências
INTRODUÇÃO
A linguagem representa um marco da grande distinção dos humanos para os outros animais.
Além disso, ela nos traz vantagens, uma vez que, como seres humanos, somos capazes de
expressar pela fala, leitura e escrita desde informações simples até emoções muito complexas.
É por meio da linguagem que temos a possibilidade de conviver em sociedade, sendo ela uma
significativa validação de que a teoria evolucionista provê vantagens à sobrevivência das
espécies.
O entendimento da espécie humana sobre o mundo, sua capacidade de raciocinar sobre ele e
de ajustar-se ao ambiente são derivados de várias características biológicas.
Todas essas questões viabilizaram que muitos biólogos contextualizassem de forma notável a
analogia entre o código genético e a linguagem. Nos últimos cinco milhões de anos, a
aquisição da linguagem humana significou a oitava grande transição no processo de evolução
das espécies.
Portanto, a linguagem permite a nós humanos a expressão e a aquisição de vários conceitos
por meio da combinação de um conjunto de códigos, que nos possibilita transmitir informações
de uma geração para outra.
Então, no presente material, compreenderemos como a linguagem carrega informações ao
longo das gerações, para assim identificarmos as estruturas e a dinâmica cerebral envolvidas
nos processos de linguagem e como se dá o desenvolvimento da linguagem na criança, bem
como as alterações que podem ocorrer na fala, caso exista alguma disfunção.
MÓDULO 1
 Reconhecer as definições e propriedades da linguagem, língua e fala
LINGUAGEM DOS HUMANOS
A linguagem é um processo de grande interesse para a Psicologia. É muito importante
iniciarmos nosso estudo com a compreensão do termo linguagem. Vejamos a seguir:
Linguagem é todo e qualquer tipo de veículo, seja um símbolo, ícones, sinais ou signos, que
comunique alguma coisa a alguma pessoa. Ela ocorre através de qualquer meio sistemático
em que uma ideia, pensamento ou sentimento seja comunicado.
Para esse processo de comunicação acontecer, são necessárias uma pessoa para transmitir
uma mensagem, a qual nomeamos de emissor, e pelo menos uma pessoa para recebê-la,
chamada de receptor. Essa comunicação de informação pode ser transmitida por meio de
símbolos apresentados de acordo com regras sistemáticas.
A LINGUAGEM CONSTITUI UMA CAPACIDADE
COGNITIVA IMPORTANTE, INDISPENSÁVEL PARA A
COMUNICAÇÃO ENTRE AS PESSOAS. ELA NÃO É
APENAS FUNDAMENTAL PARA A COMUNICAÇÃO,
ELA TAMBÉM SE ENCONTRA INTIMAMENTE LIGADA
AO PRÓPRIO MODO PELO QUAL PENSAMOS E
COMPREENDEMOS O MUNDO.
(FELDMAN, 2015, p. 259)
A linguagem é fruto do desenvolvimento que ocorreu na espécie humana ao longo do tempo.
Em uma nova perspectiva, os estudos de bebês em todas as línguas e culturas nos dão
informações importantes sobre os mecanismos envolvidos na linguagem e, mais recentemente,
demonstram os mecanismos de aprendizagem.
A primeira infância é o momento em que a capacidade linguística evolui muito rapidamente,
quando os bebês aprendem apenas pelo fato de ouvir a linguagem do ambiente em que estão
inseridos e iniciam reproduzindo balbucios. Aos 12 meses de idade, os bebês possuem um
vocabulário de até 50 palavras, e, aos seis anos, este pode chegar a cerca de cinco mil
palavras.
Essa nova visão reinterpreta certos paradoxos, por exemplo, do porquê os bebês, com
algumas funções cognitivas imaturas, conseguem a aquisição de uma nova língua com mais
facilidades do que um adulto.
O linguista Noam Chomsky (1965) traz a hipótese sobre a aquisição da linguagem em que ela
é regulamentada pela gramática universal; para ele, os idiomas baseiam-se nos elementos
inatos do conhecimento humano sobre o conjunto de elementos linguísticos universais.
Chomsky defende que as pessoas lembram do significado de uma sentença, mas não de sua
estrutura de superfície.
 EXEMPLO
Você pode não se lembrar exatamente das palavras ditas por uma pessoa que o ofendeu, mas
você certamente vai se lembrar do significado do que essa pessoa disse, ou seja, da ofensa.
Os humanos possuem uma estrutura neurológica hipotética que possibilita a todos nascerem
programados para aprender alguma linguagem.
Segundo Kuhl (2000), o meio ambiente, no contexto cultural específico, proporciona as
adaptações do ser ao meio, por meio das conexões sinápticas no cérebro que começam a se
especializar para a compreensão profunda e especializada do idioma desse meio cultural,
sobre todos os outros idiomas.
LÍNGUA E GRAMÁTICA
Se linguagem se refere a toda forma de comunicação (verbal ou não), língua é todo código
verbal organizado, com regras próprias de funcionamento. Dessa forma, podemos diferenciar a
língua portuguesa, língua inglesa etc. Cada língua tem sua estrutura específica, com suas
regras gramaticais particulares.
O principal veículo, meio de expressão, do nosso pensamento é a língua. Alguns aspectos
podem contribuir para a aquisição adequada da língua e ser ensinados formalmente, como as
regras gramaticais. Outros aspectos não dependem de ensino formal, como crianças expostas
a vários idiomas sem misturá-los.
Os idiomas diferem pelas palavras utilizadas, pela quantidade de fonemas e pelos padrões dos
morfemas empregados na língua. Esses padrões separam as palavras que ouvimos na
conversa.
Comunicar é uma das inúmeras funções da língua, existindo várias outras: generalização,
associação, abstração, inferência, dedução etc. Sabemos que o ser humano já nasce com a
competência para desenvolver uma língua, mas ela só se manifesta por meio da interação com
as pessoas ao redor.
Para entendermos como a linguagem se desenvolve e está relacionada ao pensamento,
devemos rever alguns dos elementos formais que constituem a língua. A estrutura básica da
língua se apoia na gramática e envolve três componentes principais: a fonologia, a sintaxe e a
semântica.
Mas o que é a gramática?
 RESPOSTA
Gramática é um sistema de regras que determina como nossos pensamentos podem ser
expressos.
Portanto, a linguagem é caracterizada como um sistema hierárquico de comunicação que faz
uso de sons e símbolos de acordo com as regras gramaticais. O sistema hierárquico designa
que:
1
ORAÇÕES
Podem ser divididas em frases, que são unidades menores compostas por sujeito e verbo.
FRASES
As frases são constituídas por palavras, que podem ser divididas em sons.
2
3
PALAVRAS
As palavras são compostas pelos morfemas – parte mínima dotada de significado que
constitui a palavra.
MORFEMAS
Os morfemas são constituídos dos prefixos (o que vem no início) e sufixos (o que vem no
final).
4
Sabendo disso, a fonologia é a parte da gramática responsável pelo estudo do sistema sonoro
da língua ou idioma. É o estudo dos fonemas.
Fonemas são sons básicos produzidos pela fala, que representam cada uma das letras como
partes da construção da linguagem, ou seja, são os sons da nossa língua.
O fonema não deve ser confundido com a letra, por exemplo, a palavra “táxi” /t/ /a/ /k/ /s/ /i/ tem
4 letras e 5 fonemas. A letra é a representação gráfica do morfema. Pode ocorrer de um
mesmo fonema ter várias representações gráficas como: zebra, casa, exímio (/z/), ou da
mesma letra representar mais de um fonema: texto (sê), exemplo (zê), xícara (chê), táxi (ks).
Antigamente, a alfabetização era feita baseada nos fonemas;aprendia-se assim: “b” com “a” é
“ba”, “b” com “e” é “be”, “b” com “i” é “bi”, “b” com “o” é “bo”, “b” com “u” é “bu”.
Fonema
A menor unidade básica do som da fala.

Morfema
A menor unidade da língua que contém um significado.
A Sintaxe são regras que utilizamos para organizar uma frase, e se caracteriza pelo estudo
gramatical da disposição das palavras nas orações, nas frases, nos períodos, e a relação
lógica estabelecida entre essas informações. Dentro da sintaxe temos a análise sintática,
em que aprendemos o que é um verbo, sujeito, objeto, predicado, advérbio, adjetivo e tantos
outros.
Toda língua é constituída por suas regras, que vão orientar e organizar a utilização das
palavras para que tenham um sentido e transmitam um significado. Dependendo de como as
mesmas palavras são escritas e ordenadas, o sentido da frase muda completamente.
 EXEMPLO
Se disser: “Mãe só tem uma”, representa o valor sentimental de uma mãe, e é bem diferente do
significado de “Mãe, só tem uma”, quando se dá uma resposta à mãe, por exemplo, a respeito
de quantas laranjas têm na fruteira. Veja que as palavras são exatamente as mesmas, porém,
pequenos detalhes modificam completamente a mensagem.
Já a semântica constitui-se do estudo do sistema dos significados subjacentes às palavras,
frases e orações. É o conjunto das regras utilizadas para obter o que um morfema, palavra ou
mesmo a frase quer dizer. Suas regras nos permitem utilizar palavras para significar os
detalhes mais sutis. A semântica é o componente que dá sentido, significado às palavras e
frases.
 EXEMPLO
A palavra manga, por exemplo, possui tanto o sentido de fruta quanto de uma parte de uma
camisa. Ao estudar o contexto da frase na qual esta palavra está inserida, compreenderemos a
semântica da palavra [ex.: a manga ainda não está madura (manga= fruta); a manga está
dobrada (manga= parte de uma camisa).
A fala é uma maneira de expressar a língua, ato ou efeito de falar, é como o ser humano se
comunica verbalmente de forma oral. Não obstante as complexidades da língua, nós
aprendemos os elementos básicos da gramática automaticamente, sem mesmo ter consciência
de que estamos aprendendo suas regras.
É claro que, apesar de apresentarmos algumas dificuldades para explicarmos formalmente as
regras da gramática, nossa capacidade linguística é tão sofisticada e vasta que podemos
proferir uma quantidade gigantesca de afirmações e ideias.
PROPRIEDADES DA LÍNGUA
Os bebês, ainda em fase gestacional, começam a refinar os conteúdos de entonação, que são
importantes para a compreensão e o aprendizado das experiências ao longo da vida.
Pensando nesse aspecto:
Quais os mecanismos e os componentes da linguagem? Quais os tipos de linguagem da
espécie humana e como eles se desenvolvem na criança pequena? Como se constitui a
linguagem de sinais? Ela é classificada de que forma?
Vamos classificar a linguagem, seus componentes e elementos.
A linguagem possui duas características básicas.
1
SISTEMA SIMBÓLICO
A primeira é o sistema simbólico, que nos permite organizar as ideias, sentimentos e
comunicar a outras pessoas.
MECANISMO DE INTERMEDIAÇÃO
A segunda é o mecanismo de intermediação, que possui um sistema que organiza e
entremeia nossas interações por meio de um conjunto que vai além da percepção sensorial.
2
Dessa forma, a linguagem é possível porque ela preexiste ao pensamento. A criança
desenvolve as palavras (desde um nível fonológico e morfológico) por meio de imitação e
repetição, e, só posteriormente, vai atribuindo significado (nível semântico) a elas. Essas
funções estão intrinsicamente relacionadas ao cérebro, especialmente à área de Wernicke
(área sensorial da fala) e ao córtex associativo adjacente, na parte temporal superior e
parietal inferior, a parte mais externa e mais visível do córtex, e cuja principal função é vincular
informações, ou “traduzir” informações que vêm dos nossos sentidos.
O processo normal de aquisição da linguagem envolve o desenvolvimento de três sistemas
interdependentes. No contexto da neuropsicologia, a linguagem é relacionada aos
componentes linguísticos, cognitivos e sociais.
COMPONENTE COGNITIVO
Corresponde à transformação dos estímulos provenientes do ambiente em conhecimento,
envolvendo a organização, o armazenamento e a recuperação de informações.
COMPONENTE LINGUÍSTICO
São os aspectos, organizados segundo regras, fonológicos e sintáticos. Refere-se ao conteúdo
lexical (dicionário) e dos discursos.
COMPONENTE SOCIAL
Linguagem é organizada por regras sociais que indicam suas práticas. A maneira como a fala é
expressa e percebida também decorre da cultura na qual estamos inseridos.
 Componentes intrínsecos da linguagem.
 SAIBA MAIS
Dados de estudos realizados com imagem funcional indicaram que o conhecimento construído
sobre a linguagem está associado a várias áreas cerebrais envolvidas em seu processamento.
Os componentes linguísticos e psicolinguísticos são imprescindíveis para a compreensão e
produção da linguagem. A estrutura fonológica (percepção e produção de sons para formar
palavras), morfológica, de sintaxe e semântica são fundamentais. Dessa forma, vamos além da
produção e compreensão da fala.
Assim, os componentes linguísticos e psicolinguísticos estão representados pelos traços,
instruções motoras da produção da fala; pelos fonemas, a compreensão dos significados do
conteúdo; pelas regras de cada língua; pelo discurso em sua construção de significados
segundo regras de coesão e coerência, com proposições articuladas de modo a constituir uma
unidade de significado.
Na perspectiva do componente social, considera-se as concepções de saúde, de inclusão
social e sobre como uma disfunção e/ou limitação nesse campo influenciaram na conceituação.
A funcionalidade e a qualidade de vida são imprescindíveis para a linguagem.
É por meio da interação com o meio ambiente que absorvemos a linguagem advinda de nosso
grupo social (componente social), carregada de conhecimentos e informações (componente
cognitivo) e regras linguísticas (componente linguístico) que serão estruturadas com estudo
específico.
A linguagem verbal é aquela de natureza acústica, sem separação entre as palavras, a sílaba,
a rima, o fonema e as emoções de quem fala. A linguagem verbal ainda se apresenta nas
modalidades escrita e oral, sendo que a linguagem oral é utilizada quando falamos. Nesse tipo
de linguagem, há interação direta entre as pessoas. A linguagem escrita acontece quando
escrevemos algo para outrem.
Temos a linguagem verbal, baseada em qualquer forma de comunicação, na qual a palavra é
expressa seja pela fala ou a escrita. Ela é a mais conhecida e sempre é usada quando lemos
um livro, mandamos mensagem pelo WhatsApp ou quando falamos pessoalmente com
alguém.
Já a linguagem não verbal é predominantemente de natureza visual. Nela, quando se faz pela
escrita, as palavras aparecem separadas de maneira explícita e as letras são visíveis. Não
existe a presença de traços prosódicos (melodia da fala) ou emocionais expressos. Existem
outros meios comunicativos, tais como placas, figuras, desenho, fotografia etc.
A valorização da imagem supõe que o leitor não tenha tempo de ler mensagens longas ou
complicadas. A linguagem não verbal não usa sinais verbais ou escritos para a transmissão da
mensagem, utiliza-se de signos, expressões corporais como gestos e posturas, expressões
faciais, ilustrações, placas, músicas e entonação de voz.
 EXEMPLO
Ao dirigir, basta olharmos para o semáforo para sabermos se devemos parar, ficar atentos ou
seguir em frente. Ele é uma forma de transmitir uma mensagem não verbal. Também temos a
linguagem não verbal expressa por entonação, volume da voz, expressões faciais e várias
outras formas. Dependendo da entonação da voz, sabemos se realmente a pessoa nos deseja
um “Bom dia”.
Existe ainda a linguagem mista ou híbrida, na qual o emissor utiliza-se tanto da linguagem
verbal quanto da não verbal paraexpressar sua mensagem. Podemos constatar este tipo de
mensagem em charges ou revistas em quadrinhos.
Não podemos nos esquecer da língua de sinais que surgiu de forma não prevista e não
planejada. Ela emerge para atender a uma parcela da população acometida por alterações
auditivas graves ou ausência da audição.
Da mesma forma como nas línguas orais, a linguagem de sinais viabiliza a interação entre
pessoas acerca de qualquer conceito, possibilitando extensa forma de expressão. As línguas
de sinais se diferenciam entre culturas e das linguagens orais porque utilizam o canal visual-
espacial ao invés do canal oral-auditivo para emitir mensagens.
 SAIBA MAIS
Nesse contexto, crianças expostas à língua de sinais são capazes de adquirir idiomas de forma
diferente daqueles que adquirem idiomas verbais.
AS PROPRIEDADES DA LINGUAGEM E
SUAS IMPLICAÇÕES
Neste vídeo, o professor Lincoln Poubel fará uma reflexão sobre como a linguagem preexiste
ao pensamento, abordando suas características e propriedades.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Linguagem dos humanos – Definição de linguagem e a teoria de Chomsky
Língua e gramática – Língua, gramática e outras definições
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Identificar o processo de aquisição da linguagem
O DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO E A
LINGUAGEM
Algumas perguntas se fazem necessárias neste momento:
Como adquirimos a linguagem? Como a compreendemos?
 RESPOSTA
Ao explorar a natureza do pensamento e do desenvolvimento da linguagem, teremos como
enfoque os achados da psicologia cognitiva.
A evolução do sistema nervoso (SN) proporcionou que a linguagem atingisse elevado nível de
complexidade. Seu desenvolvimento e das funções cognitivas ocorrem paralelamente ao
desenvolvimento da linguagem. Sabemos que os bebês, mesmo dentro do útero materno, não
são indiferentes aos inúmeros sons vindos do meio ambiente e, inclusive, podem responder a
eles.
Antes mesmo do nascimento, a criança é envolvida em um mundo de sons, palavras e ruídos
que a preparam para a aquisição e o desenvolvimento da linguagem oral e, posteriormente, da
linguagem escrita.
A maioria das estruturas neurais envolvidas no processamento da linguagem já está presente
nos recém-nascidos, e, biologicamente, há aumento da mielinização tanto das vias neurais
quanto aumento gradual das conexões, gerando o fortalecimento das conexões já existentes e
a interação entre diferentes áreas do cérebro, formando uma verdadeira rede funcional
disponível para o processamento da linguagem.
MODELO PSICOLINGUÍSTICO
Neste vídeo, o professor Lincoln Poubel refletirá sobre os componentes do modelo
psicolinguístico e suas implicações.
 ATENÇÃO
É importante lembrarmos que a formação do aparelho auditivo no feto inicia-se na nona
semana, e estará completo a partir da 18ª semana, quando ele começa a escutar os sons. Mas
somente a partir da 24ª semana ocorre a interação da parte interna e externa do ouvido; o
bebê se torna mais sensível e escuta melhor os sons.
Bebês que ouvem outros idiomas durante a gestação podem ser beneficiados em seu
aprendizado.
Werker e colaboradores (2010) identificaram que a linguagem do bebê começa a ser
construída durante a gestação. Os pesquisadores utilizaram métodos não invasivos para
verificar como os bebês, há um mês do nascimento, respondiam quando alguém falava no
idioma nativo (inglês) das mães e em outro idioma que as mães desconheciam (japonês). O
estudo mostrou um aumento dos batimentos cardíacos ao ouvir o idioma não nativo; quando
escutavam o idioma nativo, não se percebeu alterações.
Essas variações ocorrem devido às mudanças de ritmo e de entonação de um idioma para
outro, pois a duração e a continuidade dos sons são diferentes em cada um. Esses achados
mostraram a importância da apresentação dos estímulos verbais aos bebês mesmo durante a
gestação.
 Linguagem do bebê começa a ser construída durante a gestação.
De alguma maneira, áreas cerebrais diferentes operam em conjunto para separar sons
relevantes, permitindo a compreensão e a interpretação. Por exemplo, quando ouvimos um
idioma no qual não temos fluência, é difícil separar os sons relevantes e compreender o que
está sendo dito.
A SEQUÊNCIA UNIVERSAL DO
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
O DISCURSO DIRIGIDO ÀS CRIANÇAS
É interessante que o desenvolvimento da linguagem acontece da mesma forma em todos os
seres humanos, independentemente do lugar onde nascem e da língua falada em volta deles.
Pode ser que algumas crianças tenham oportunidade de aprender mais de uma língua, ou que
aprendam mais ou menos rápido, mas todas seguem o mesmo padrão na aquisição de uma
linguagem.
 SAIBA MAIS
Inclusive os bebês com problemas de audição que conseguem voltar a ouvir, com a ajuda de
implantes cocleares, seguem esse mesmo padrão. Até as crianças que aprendem com a língua
dos sinais têm a mesma sequência.
Em torno dos dois meses de idade, a criança demonstra bastante interesse e preferência pela
voz humana. Em geral, os adultos têm um jeito específico de falar com os bebês, usando tons
mais altos e de maneira afetiva, se comunicando com palavras mais simples e repetitivas. Este
tipo de fala é chamado de baby talk, ou “discurso dirigido a crianças”.
Os autores concordam que esse tipo de fala promove o aprendizado nos bebês, estimulando-
os para que se comuniquem da melhor forma possível.
O BALBUCIO E OS GESTOS
Até os seis meses de idade, o bebê discrimina os fonemas que ocorrem na maioria dos
idiomas, emitindo balbucios com consoantes e vogais e evoluindo para o balbucio de sílabas
(da-da, ma-ma), período que chamamos de estágio do balbucio, no qual as crianças emitem
sons parecidos com a fala, mas sem um significado.
O balbucio manifesta cada vez mais a própria linguagem utilizada no seu ambiente, a princípio
refletindo a altura e tom e, posteriormente, os sons específicos.
As crianças pequenas conseguem discernir entre todos os 869 fonemas já identificados nas
línguas do mundo.
Porém, após a idade de seis a oito meses, essa capacidade vai diminuindo. Elas iniciam a
“especialização” no idioma ao qual estão envolvidas e, à medida que os neurônios se
organizam em seus cérebros, respondem aos fonemas específicos que ouvem rotineiramente.
Aproximadamente com um ano de idade, esse balbucio se assemelha à língua nativa do bebê,
imitando sotaque, cadências e outras características específicas. Além dos balbucios, os bebês
aprendem a produzir gestos que permitem a comunicação.
Isso acontece especialmente em crianças estimuladas com a linguagem dos sinais.
Os gestos facilitam a comunicação, em especial em bebês com 10 meses que ainda não
conseguem dominar os movimentos de mandíbula e língua para emitir palavras. Um dos
primeiros sinais é o de apontar. Esse gesto, característico dos seres humanos, implica uma
conexão com o outro. Assim, bebês com 10 meses já seguem a indicação do gesto do adulto
ao olhar para onde estão apontando. Da mesma forma, eles também conseguem se comunicar
apontando algum objeto que desejam pegar ou para algum lugar que desejam ir.
AS PRIMEIRAS PALAVRAS
Com 1 ano, as crianças emitem as primeiras palavras simples, que geralmente estão
relacionadas ao seu ambiente, palavras de interação social (ex. oi, sim, não). Mesmo crianças
com um pouco menos idade podem usar palavras para nomear, comentar, pedir.
 SAIBA MAIS
Nessa fase são usadas as holófrases: uma única palavra é utilizada para expressar uma ideia
completa; assim, nenê muitas vezes significa “eu quero isso”, por exemplo. É o estágio de uma
só palavra.
O início é sempre gradual. Os primeiros meses do segundo ano de vida apresentam um
aumento gradual do vocabulário (alguns autores falam de aprendizagem de uma palavra por
semana, mais ou menos). Bebês nessa idade já conseguem compreender muito mais palavras
do que conseguem pronunciar.
Nessa fase, uma criança domina mais ou menos as primeiras 50 palavras, e o vocabulário
falado aumenta com muita rapidez. Dessaforma, os bebês com 21 meses conseguem
pronunciar o dobro de palavras do que um bebê com 18. Esse aumento expressivo é
conhecido como explosão de vocabulário.
Antes dos dois anos, de 18 a 24 meses, as crianças começam a adquirir mais vocabulário e
conseguem juntar algumas palavras, passam a surgir frases simples, com cerca de duas
palavras, sendo este o estágio de duas palavras, ou fala telegráfica.
FALA TELEGRÁFICA
A fala telegráfica é usada para numerosas finalidades:
Identificar e nomear objetos (Sopa mamãe)
Pedir para repetir (mais suco)
Afirmar que algo não existe (não sapato)
Expressar posse (casaco papai)
Indicar causas de uma ação (mamãe embora)
Expressar localização (blusa cadeira)
Indicar determinada qualidade (carro vermelho)
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PERÍODO CRÍTICO NO DESENVOLVIMENTO
Alguns teóricos afirmam existir um período de grande capacidade de aquisição para o
desenvolvimento da linguagem que ocorre na primeira fase da vida, na qual a criança é
extremamente sensível às influências da língua e as absorve com uma facilidade admirável.
Esse período é conhecido como Período Crítico.
Eles sustentam que, se as crianças não forem expostas à língua durante esse período crítico,
poderão ter muita dificuldade para driblar esse déficit, ou até mesmo não o vencer, como no
caso da menina Genie, que não foi exposta a nenhum tipo de linguagem entre o período de 20
meses a 13 anos de idade. Após ser resgatada e estimulada intensamente, mesmo assim,
nunca foi capaz de dominar completamente a língua, limitando-se a apenas algumas palavras.
GENIE
Nascida em 18 de abril de 1957 nos Estados Unidos, Genie foi descoberta pelas autoridades
em 1970 na cidade de Los Angeles, após viver isolada da sociedade por 12 anos, sendo
privada de estimulação verbal e interação com outras pessoas. Ao ser descoberta, Genie
apresentava um pobre desenvolvimento cognitivo e verbal.
O pensamento e a linguagem estão intimamente relacionados. É por meio da percepção que a
criança estabelece conceitos primários, representando os objetos pelo pensamento.
J. Budin (1949), autora dos primeiros manuais de ensino da linguagem, afirma que, para
verificarmos a compreensão e a capacidade de nomeação, devemos apresentar objetos e/ou
figuras para a criança, e, assim, poderemos identificar suas representações mentais. Nesse
contexto, temos como base a compreensão de que o pensamento, a percepção e a
linguagem são elementos interligados. Nas crianças de seis ou sete anos, predominam
sempre as representações objetivas e concretas.
 RESUMINDO
javascript:void(0)
Podemos dizer que nas etapas do desenvolvimento da linguagem, existem duas fases
distintas. A primeira é a pré-linguística, em que são vocalizados apenas sons (sem palavras); e
a segunda é a fase linguística, quando a criança começa a falar e compreender palavras
isoladas.
Posteriormente, a criança evolui para um aumento de diversidade da expressão; esse processo
é contínuo e acontece de maneira ordenada e sequencial. Os bebês iniciam com balbucios e
chegam a um vocabulário de cerca de 60 mil palavras quando adultos. As pessoas costumam
falar em média 15 fonemas por segundo, ou 180 palavras por minuto.
Evolução da linguagem e da fala
3-4
meses
Estágio do Balbucio – produção de sequências de sons. O balbucio viabiliza
a estruturação de cinesias musculares que posteriormente permitirão a
criação da fala.
9-10
meses
Repetição e imitação – da fala dos adultos, sem significado. Aprende que
grupos de sons estão relacionados a objetos, pessoas e situações.
12 a
18
meses
Estágio de uma palavra. Fala simples – palavras simples e gestos com
significado. Dizem palavras isoladas e aumentam o vocabulário
gradativamente.
18 a
24
meses
Estágio de duas palavras, fala telegráfica. Combinação de conceitos –
constrói frases de duas palavras; próximo aos dois anos, já emite a partir de
100 palavras variadas.
2 a 3
anos
Frases longas – introdução de adjetivos e advérbios. Aos três anos, o
vocabulário é de 200 a 500 palavras, e consegue produzir quase todos os
sons.
A
partir
Frases mais bem elaboradas – uso de vários substantivos, verbos no
passado e futuro, frases compostas; possui ainda erros frequentes, que
refletem a imaturidade linguística da criança.
dos 3
anos
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Síntese das etapas do desenvolvimento da fala e da linguagem. 
Tabela: Modificado e adaptado de Miranda, MC; Muszkat, M & Mello CB, 2008, p. 223.
Concluímos que a linguagem é a forma simbólica que os seres humanos possuem para
expressar os pensamentos, além de ser um recurso indispensável para o aprendizado,
memória e inter-relação humana. A linguagem é uma habilidade cognitiva bem complexa,
importante para a comunicação, que propicia a interação social humana.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
As primeiras palavras – As holófrases e as frases telegráficas
Período crítico no desenvolvimento – O caso Genie
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Analisar o desenvolvimento da produção da fala e escrita e fatores associados
A FALA, A LEITURA E A ESCRITA
Os processos de leitura e escrita são frutos da eficiência de vários mecanismos, incluindo a
linguagem. Para a aquisição da leitura e da escrita é necessário o bom funcionamento dos
mecanismos da memória de longo prazo, memória semântica, memória de trabalho e dos
diferentes tipos de atenção e das chamadas funções executivas.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Funções executivas são o conjunto de habilidades e capacidades cognitivas que permite ao
indivíduo executar ações fundamentais para alcançar um objetivo, além de controlar e regular
seus pensamentos e comportamentos.
A escrita é o processo de representar a linguagem em códigos de transcrição gráfica, ou
representação das unidades sonoras de forma gráfica.
O surgimento da escrita se deve a um processo histórico de construção de um sistema de
representação, ou seja, um processo no qual nem todos os elementos ou relações estão
determinados. Ela nasceu da necessidade de se comunicar na época primitiva, tornando-se
essencial na vida das pessoas ao ponto de hoje ser impossível viver sem ela.
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 A escrita cuneiforme (povo sumério) e os hieróglifos (egípcios), sistemas de escrita com
mais de 5500 anos, eram característicos entre o povo sumério e egípcio.
Em termos ontogenéticos, a escrita nos seres humanos se desenvolve de forma complexa.
Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (1990) fizeram um estudo com 108 crianças, por meio do
método piagetiano, para entender como as crianças se apropriam da escrita e do
funcionamento do sistema de escrita.
Elas afirmam que crianças de 6 anos já sabem diferenciar um texto de um desenho, já
entendem que uma letra sozinha não tem significado, e se atentam para duas ou mais letrinhas
juntas.
MÉTODO PIAGETIANO (MÉTODO
CONSTRUTIVISTA DE PIAGET)
Para Piaget, o pensamento infantil passa por quatro estágios: concebe-se a fase sensório-
motor entre 0 e 2 anos (essencialmente controle dos reflexos básicos de sucção, agarrar,
andar); pré-operatório (aquisições de representação verbal, símbolos e de bastante interação
social).
Dos 7 aos 11 anos, se dão as operações concretas: a criança consegue utilizar a lógica para
resolver problemas, dominando maior número de conceitos e, por fim, a fase das operações
formais, a partir dos 11 anos, em que há o domínio lógico e dedutivo, os conceitos são mais
abstratos e há maior senso de autonomia.
Sabe-se que, pelo construtivismo, as crianças vão se familiarizando gradualmente não
somente com o desenho das letras ou da escrita, mas também vão aprendendo a estabelecer
uma relação com essa fase, cercada de perspectivas perceptivas, sociais e simbólicas.
A linguagem pode ocorrer de várias formas, tendo a leitura e a escrita como artefatos,
envolvendo o processo de alfabetização.
Alfabetização
A alfabetização é facilitada pelo vocabulário e pela fonética, ou consciência precisa dos sonsdas palavras.
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
Aquisição da gramática
Por outro lado, a aquisição da gramática, bem como a do vocabulário, também é progressiva.
Vamos entender melhor a seguir esse processo:
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COM 2 ANOS DE IDADE
Dessa forma, com mais ou menos dois anos de idade, a criança consegue usar o plural,
utilizando verbos e substantivos, especialmente para elaborar a grande quantidade de
perguntas que faz nessa fase. As perguntas dos porquês e o que é isso se prolongam até
cerca de três anos de idade.
COM 6 ANOS DE IDADE
Uma gramática mais complexa pode ser verbalizada aos 6 anos aproximadamente, quando
algumas crianças conseguem usar a voz passiva, especialmente se foram expostas a
conversas em que regularmente escutaram outros falando dessa forma. Assim, elas podem
dizer “a criança foi mordida pelo cachorro”.
2
3
COM 7 ANOS DE IDADE
Em relação à leitura, as crianças podem conhecer os sons de consoantes e vogais com seis a
sete anos de idade, chegando a ler palavras simples. Com oito anos, conseguem ler frases
simples, entendendo pontuação básica e chegando a compreender o que é lido. De nove a 10
anos passam a compreender parágrafos e capítulos e respondem perguntas de interpretação
de texto.
ENTRE 11 E 12 ANOS DE IDADE
Já entre 11 e 12 anos demonstram uma leitura rápida e praticam a leitura por prazer.
Logicamente, cabe destacar que esse desenvolvimento na leitura vai depender da estimulação
que a criança recebe não somente em relação à leitura em si, mas também ao ato de estudar e
aprender, em geral.
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Da mesma forma, o desenvolvimento da escrita depende de características individuais e
ambientais. Assim, temos as crianças que conseguem desenvolver uma escrita com maior
facilidade e prazer do que outras.
 SAIBA MAIS
Existe uma combinação dos fenômenos biológicos e ambientais no aprendizado da linguagem
escrita, que englobam a integridade motora, a integridade sensório-perceptual e a integridade
socioemocional. Assim sendo, o domínio da linguagem e a aptidão de simbolização também
são princípios significativos no desenvolvimento do aprendizado da leitura e da escrita.
O NÍVEL PRÉ-SILÁBICO, SILÁBICO E
ALFABÉTICO
Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (1990) estabelecem que a escrita passa por três etapas do
desenvolvimento:
PRÉ-SILÁBICO
No nível pré-silábico, as crianças fazem traços característicos, parecidos com linhas ou emes,
ou mesmo desenhos e rabiscos para representação da escrita. Pode acontecer do tamanho
da escrita ser proporcional ao tamanho do objeto, ou seja, se sua escrita se refere ao elefante,
terá traços grandes, pois o elefante é grande; enquanto, ao escrever sobre a abelha, o traço
será bem menor. Não fazem a relação do som aos fonemas, concentrando-se na quantidade
de grafismos.
Sabem a diferença entre um desenho e um texto, por isso, seus signos não são desenhos, mas
ainda não são letras. Além disso, conseguirão entender que os signos podem ser letras ou
números, sem diferenciar a correta utilização de cada um. Posteriormente, começam a usar os
signos, mesmo que misturados, sendo que a quantidade não corresponde à palavra
(mesa=LSOEIRUHNAMPSOCLFZMDOIFEASNP). Percebem que a palavra escrita não
representa a própria coisa, mas, sim, o nome da coisa.
SILÁBICO
Já no nível silábico, as hipóteses silábicas já recebem um valor sonoro pela criança para
cada sílaba escrita. Iniciam a correlação da escrita com a fala e, mais adiante, passam da
hipótese silábica para a alfabética. Nesse momento, aproxima-se da análise de fonema por
fonema, conseguindo usar a escrita, mesmo com erros, para representar de forma crescente,
as partes sonoras da palavra.
Nessa fase, é comum que a criança “coma letras”, ou as acrescente, à palavra.
ALFABÉTICO
Na etapa alfabética, a criança amadurece uma análise fonética, usando a escrita como código
para transcrever e converter os sons. Reconhece que cada letra tem um som. Ela analisa a
palavra, suas vogais e consoantes. Ao alcançar a escrita convencional, a criança atinge a
última fase da aprendizagem e aquisição da escrita, que é compreensível, apesar de ainda
apresentar erros ortográficos.
“PORTANTO, A PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
DESCREVE COMO O APRENDIZ SE APROPRIA DOS
CONCEITOS E DAS HABILIDADES DE LER E
ESCREVER, MOSTRANDO QUE A AQUISIÇÃO DESSES
ATOS LINGUÍSTICOS SEGUE UM PERCURSO
SEMELHANTE ÀQUELE QUE A HUMANIDADE
PERCORREU ATÉ CHEGAR AO SISTEMA
ALFABÉTICO, OU SEJA, O ALUNO, NA FASE PRÉ-
SILÁBICA DO CAMINHO QUE PERCORRE ATÉ
ALFABETIZAR-SE, IGNORA QUE A PALAVRA ESCRITA
REPRESENTA A PALAVRA FALADA, E DESCONHECE
COMO ESSA REPRESENTAÇÃO SE PROCESSA”.
(MENDONÇA; MENDONÇA, 2011, p. 39)
Ler e falar é quase automático para a maioria dos adultos. E essa nossa capacidade de leitura
automática pode sofrer interferências quando, por exemplo, somos solicitados a nomear a cor
de uma palavra impressa em outra cor. Esse evento chama-se efeito Stroop, em que se leva
mais tempo para nomear a cor de tinta para um nome colorido quando a cor é diferente do
nome.
 Efeito Stroop. Ler a cor da palavra ao invés da palavra escrita produz interferências.
PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM NA
FALA, LEITURA E ESCRITA
Nesse processo de aquisição da fala e escrita, a criança pode se deparar com algumas
dificuldades, transformando esse precioso período de aquisição em um momento bastante
desagradável e sofrido. Vejamos a seguir três deles:
DISLEXIA
É uma dificuldade de aprendizagem que tem origem neurológica. É definida pela dificuldade
com a fluência correta na leitura e por comprometimento na habilidade de decodificação e
soletração. Essas dificuldades resultam tipicamente do déficit fonológico da linguagem, que é
inesperado em relação a outras habilidades cognitivas consideradas na faixa etária.
Para diagnosticar a dislexia, é muito comum se deparar com um quadro de problema de
rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em
casa. É necessário buscar ajuda especializada.
Normalmente, o tratamento é feito por uma equipe multidisciplinar composta por
neuropsicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, neurologistas, oftalmologistas e outros.
Uma minuciosa investigação deve ser feita para garantir uma maior abrangência do processo
de avaliação. A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de
confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.
DISGRAFIA
É uma dificuldade na grafia, considerado como um transtorno na escrita que afeta na forma ou
no significado, sendo do tipo funcional. Apresenta um comprometimento no componente motor
do ato de escrever, gerando compressão e cansaço muscular, e levam a uma caligrafia
deficitária, com letras sem muita diferenciação, mal elaboradas e sem proporção adequada.
Além da dificuldade do desenho da letra, encontramos também uma postura incorreta ao
segurar o lápis ou a caneta, excesso ou insuficiência na pressão feita sobre o papel,
lentificação ou rapidez excessiva no ritmo da escrita. São seus sintomas principais:
Falha na aquisição da escrita (implica uma inabilidade ou diminuição no desenvolvimento
da escrita);
Lento traçado das letras, em geral ilegíveis;
Apresentação desordenada do texto (espaço irregular entre palavras, linhas e
entrelinhas);
Postura gráfica incorreta;
Forma incorreta de segurar o instrumento com que se escreve;
Deficiência da preensão e pressão;
Ritmo de escrita muito lento ou excessivamente rápido;
Letra excessivamente grande;
Inclinação excessiva;
Letras desligadas ou sobrepostas e ilegíveis;
Traços exageradamente grossos ou demasiadamente suaves;
Ligação entre as letras distorcida.
DISORTOGRAFIA
É uma dificuldade que se expressa por meio da incapacidade de estruturar gramaticalmente a
linguagem. Pode ser manifestada pela falta de conhecimento ou negligência das regras
gramaticais existentes. Essa dificuldade gera confusão com os artigos e pequenas palavras.
Em formas mais banais, provoca a troca de plurais, falta de acentos ou erros de ortografiaem
palavras correntes, ou na correspondência incorreta entre o som e o símbolo escrito (omissões,
adições, substituições e outros).
É comum a disortografia acompanhar a dislexia, porém, podem se apresentar separadamente
e surgir nos transtornos ligados à má alfabetização, na dificuldade de atenção sustentada aos
sons, e na memória auditiva de curto prazo (Déficit de Atenção).Dificuldades visuais que
podem interferir na escrita podem estar relacionados. Quando a disortografia não é uma
comorbidade à dislexia, o prognóstico é melhor.
PAPEL DO PSICÓLOGO NOS PROBLEMAS
DE APRENDIZAGEM
Neste vídeo, o professor Lincoln Poubel refletirá sobre o papel do psicólogo na identificação e
intervenção de problemas de aprendizagem ligados à linguagem.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
A fala, a leitura e a escrita – Desenvolvimento da leitura e da gramática
O nível pré-silábico, silábico e alfabético - As etapas do desenvolvimento da escrita
VERIFICANDO O APRENDIZADO
OS TRANSTORNOS DA LINGUAGEM NA
INFÂNCIA
Os transtornos de linguagem são quadros que demonstram desvios nos padrões normais de
aquisição da linguagem e podem ocorrer desde suas etapas iniciais.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5):
“AS CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS CENTRAIS
DO TRANSTORNO DE LINGUAGEM INCLUEM
DIFICULDADES NA AQUISIÇÃO E NO USO DA
MÓDULO 4
 Identificar os transtornos de linguagem e suas consequências
LINGUAGEM POR DÉFICITS NA COMPREENSÃO OU
PRODUÇÃO DE VOCABULÁRIO, NA ESTRUTURA DAS
FRASES E NO DISCURSO”.
(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014, p. 42)
Contudo, crianças normais apresentam variações na idade em que iniciam a aquisição da
linguagem falada e, também, no ritmo em que suas habilidades linguísticas se tornam mais
firmemente estabelecidas.
Existem inúmeros tipos de transtornos de linguagem que podem frequentemente aparecer com
comorbidades; ou seja, mais de um transtorno de linguagem aparecer ao mesmo tempo ou um
transtorno de linguagem ocorrer concomitantemente a um ou mais outros tipos de transtornos.
É comum que crianças com atrasos na aquisição da linguagem e problemas de leitura e escrita
também tenham dificuldades com relacionamentos interpessoais, que interferem diretamente
em um rendimento escolar satisfatório e, consequentemente, derivam em possíveis transtornos
emocionais e comportamentais.
Essas crianças apresentam capacidade de se comunicarem melhor em situações familiares,
apesar do comprometimento da linguagem existir em qualquer situação. Alterações da
linguagem e da fala podem ocorrer devido a questões inatas ou adquiridas, envolvendo
aspectos genéticos, degenerativos, lesionais, ambientais e/ou emocionais. Alguns autores
classificam os transtornos com base em dois tipos de fatores: os orgânicos, sejam eles
genéticos, neurológicos ou anatômicos; e os emocionais.
Independentemente de qual seja o tipo, esses fatores podem alterar e recair de forma
desfavorável na evolução esperada tanto da comunicação quanto da linguagem.
 SAIBA MAIS
Porém, essa diferenciação entre os transtornos de etiologia orgânica e psicológica é mais útil
no adulto, embora os dois tipos de fatores devam ser considerados de forma integrada.
OS TRANSTORNOS E SUAS
MANIFESTAÇÕES
Esses transtornos capazes de interferir na comunicação da pessoa podem estar relacionados
com a voz, audição, fala ou linguagem. Os tipos de transtornos de linguagem mais comuns são
expostos a seguir.
DISARTRIA
É a má coordenação dos músculos da fala, caracterizada por uma fala “pastosa” e oscilações
incontroladas do volume da voz. A pessoa com disartria também pode apresentar movimentos
exagerados dos músculos dos lábios e maxilar ao falar.
É considerada uma alteração central do controle dos órgãos fonoarticulatórios, sendo
localizada a lesão no Sistema Nervoso Central (SNC) e/ou Sistema Nervoso Periférico (SNP).
A disartria possui tipos diferentes:
DISARTRIA FLÁCIDA
Pode ocorrer flacidez ou paralisia, com diminuição dos reflexos de alongamento muscular,
alteração do movimento voluntário, automático e reflexo, atrofia das fibras musculares, e perda
da massa muscular.
DISARTRIA ESPÁSTICA
Ocorre a espasticidade, que é a rigidez muscular, associada com outras características como:
a disfagia (dificuldade de deglutição), labilidade emocional (ou instabilidade emocional) e
fraqueza bulbar.
O bulbo é uma importante estrutura neurológica encontrada no tronco encefálico de onde se
originam vários pares de nervos cranianos que inervam músculos da respiração, garganta e
pescoço, envolvendo funções primordiais (como respiração, deglutição, fala e movimentação
da língua).
 Observe a localização do bulbo raquidiano na porção inferior do tronco encefálico
DISARTRIA ATÁXICA
Os músculos afetados nesse tipo de disartria estão hipotônicos, ou seja, com diminuição do
tônus, gerando movimentos lentificados. Frequentemente pode-se observar nistagmo
(movimentos involuntários dos olhos) e instabilidade ou irregularidade nos movimentos
oculares.
Também é possível observar uma voz mais áspera e monótona, com poucas variações de
intensidade, se tornando uma fala inexpressiva (aprosódia).
DISARTRIA HIPOCINÉTICA
Muito relacionado à doença de Parkinson, apresenta como característica principal a fraqueza
da voz, afetando a prosódia e dificultando a compreensão da fala, com falhas articulatórias.
DISLALIA
Espera-se que a criança adquira a maioria dos sons da fala até os seis anos de idade. Como a
dislalia é uma alteração na articulação dos fonemas, ela pode gerar má articulação, fazendo
com que os outros tenham dificuldade de entender, bem como omissões, distorções ou
substituição de um som por outro, sons inconsistentes ou concorrentes.
 EXEMPLO
O personagem com dislalia mais conhecido é o Cebolinha. De acordo com a gravidade do
distúrbio, aumenta a inteligibilidade da fala, até que se torne completamente ininteligível.
A permanência da fala infantilizada, os déficits na discriminação auditiva ou orientação do ato
motor da língua são aspectos que, somados aos fatores etiológicos, propiciam a existência e
manutenção da alteração.
Alguns hábitos orais inadequados associados são o uso prolongado da chupeta e mamadeira,
onicofagia e sucção de dedo, que, associados à dificuldade ou alteração da respiração e/ou
forma errônea de mastigar e engolir alimentos, provocam esse distúrbio.
ONICOFAGIA
Hábito de roer e morder unhas: pode denotar problemas diversos e surgir a partir dos quatro
anos de idade.
Todos esses hábitos podem gerar alterações anatômicas e funcionais no sistema orofacial,
tornando os movimentos inadequados para a verbalização correta dos fonemas.
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Tipos de dislalia:
DISLALIA EVOLUTIVA
DISLALIA FUNCIONAL
DISLALIA ORGÂNICA
DISFLUÊNCIA
A disfluência, conhecida popularmente como gagueira, é um transtorno da fluência da fala que
gera dificuldade no fluxo ou ritmo normal, bem como interrupções anormais e inadequadas,
experienciadas pelo indivíduo que gagueja como uma perda de controle. No curso da fala,
ocorrem interjeições, repetições de sílabas e sons, repetições de frases, pausas e sons
prolongados.
Para a pessoa que apresenta gagueira, esse fenômeno é vivenciado como falta de controle
sobre sua própria capacidade de emitir palavras.
 SAIBA MAIS
Desde sempre, a gagueira foi classificada como uma dificuldade rítmica da fala. Atualmente, é
uma alteração da fluência verbal.
A gagueira pode aparecer entre dois e seis anos de idade (período importante no
desenvolvimento da linguagem na criança) e desaparecer em três ou quatro meses, não
representando uma patologia, e sendo conhecida como gagueira do desenvolvimento.
Mas, no caso da gagueira ou disfluência patológica, os sintomas persistem, interferindo no
sucesso acadêmico, profissional e na comunicação. É importante determinar as causas para
descartar possíveis lesões neurológicas, condições médicas ou transtornos mentais.
AFASIAS
A afasia surge devido à perda ouprejuízo de linguagem, em sua forma expressiva ou
receptiva, produzida após uma lesão neurológica, geralmente acometendo o hemisfério
cerebral esquerdo (HE).
É a alteração adquirida mais frequente decorrente de dano cerebral.
Para se classificar uma alteração da linguagem devido à lesão cerebral, como no caso da
afasia, é necessário que já tenha sido concluída a aquisição total da linguagem, ou que pelo
menos esteja no seu processo.
O que define a afasia é o local lesionado no cérebro.
Ela é considerada como um transtorno de linguagem que gera a perda parcial ou total da
capacidade de expressar ou compreender os pensamentos expressos pela fala ou escrita.
Vamos conhecer a seguir alguns tipos de afasia:
AFASIA DE BROCA
É um déficit na expressão da linguagem. Nela, a fala e repetição de frases se torna não
fluente; entretanto, a compreensão da linguagem encontra-se preservada. Para o
surgimento da afasia de broca, a parte cerebral acometida é a Área de Broca, responsável
pelos movimentos musculares envolvidos na fala, cordas vocais, lábios e língua.
AFASIA DE WERNICKE
É um déficit na recepção da linguagem. Nela, a fala é fluente, mas a compreensão da fala
está comprometida. Aqui a área cerebral lesionada é a Área de Wernicke, responsável por
compreender as ideias e o conhecimento do que foi dito ou o que se pretende “falar” por meio
de uma série de palavras, frases, entoações.
Isto é, ela escolhe e define o discurso, a entoação, as palavras e frases, de uma ideia ou
conhecimento que queremos transmitir.
AFASIA DE CONDUÇÃO
Déficit de linguagem no qual a compreensão está parcialmente preservada e com fala fluente.
Sua dificuldade surge na impossibilidade de repetir palavras corretamente. A estrutura
cerebral comprometida nesta afasia é o fascículo arqueado, responsável por conectar a área
de Broca à área de Wernicke.
 Zona azul: Área de Broca; Zona verde: Área de Wernicke
IDENTIFICAÇÃO E INTERVENÇÃO NAS
AFASIAS
Neste vídeo, o professor Lincoln Poubel fará uma reflexão sobre como identificar e como
intervir no caso das afasias.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Os transtornos da linguagem na infância – Fatores orgânicos e emocionais dos transtornos da
linguagem
Disfluência – A gagueira (disfluência) patológica e do desenvolvimento.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A linguagem é uma capacidade que nos difere dos outros animais. Por meio dela, nos
comunicamos com nossos pares e expressamos nossos pensamentos, sentimentos e ideias.
Estudar a linguagem, língua, fala e escrita, bem como as várias formas e propriedades da
linguagem, é um campo fascinante, no qual vale a pena mergulharmos.
 PODCAST
Neste podcast, o especialista refletirá sobre o papel da Psicologia no estudo da aquisição da
linguagem, da compreensão e produção da fala e da escrita, e dos transtornos de linguagem e
suas consequências.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCATION. Manual Diagnóstico e estatístico dos
transtornos mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
BUDIN, J. Metodologia da linguagem: para uso das escolas normais e institutos de
educação. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1949.
CHOMSKY, N. Aspects of the Theory of Syntax. Cambridge, Massachusetts : The MIT Press,
1965.
FELDMAN, R. S. Introdução à psicologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
FERREIRO, E. Lengua oral y lengua escrita: aspectos de la adquisición de la representación
escrita del lenguaje. In: Congresso Internacional da ALFAL, 9., 1990, Campinas. Anais...
Campinas: IEL-UNICAMP, 1990, p. 1-15.
FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam
Lichtenstein et al. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.
KUHL, P. K. A New View of Language Acquisition. Proceedings of the National Academy of
Sciences. November 2000; cap. 97(22), p 11850-7. Consultado na Internet em: 07 dez. 2021.
MENDONÇA, O. S.; MENDONÇA, O. C. Psicogênese da Língua Escrita: contribuições,
equívocos e consequências para a alfabetização. Consultado na Internet em: 07 dez. 2021.
MIRANDA, M. C.; MUSZKAT, M.; MELLO, C. B. Neuropsicologia do desenvolvimento:
Transtornos do Neurodesenvolvimento. v. 2. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2013. 251p.
VYGOTSKY, L. S.; LURIA, A. R. Estudos sobre a história do comportamento: símios,
homem primitivo e criança. Tradução de Lólio Lourenço de Oliveira. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1996.
WERKER, J. F.; BYERS-HEINLEIN, K.; BURNS, T. C. The Roots of Bilingualism in
Newborns. Psychological Science, 2010.
EXPLORE+
Assista ao vídeo de Jean Piaget, Estágios de desenvolvimento – construtivismo, no
canal didatics, do YouTube. O conteúdo aborda estágios de desenvolvimento e elementos
relevantes com relação à aquisição da linguagem.
Assista no YouTube ao vídeo Noam Chomsky - O Conceito de Linguagem e conheça
aspectos gerais e particularidades culturais interessantes sobre a linguagem.
CONTEUDISTA
Carina Tellaroli Spedo 
Andréia Costa Rabelo

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