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1 2 Complementação Pedagógica Coordenação Pedagógica – IBRA 3 SUMÁRIO Unidade I Procedimentos de Ensino Unidade II Conhecendo os Procedimentos de Ensino - Apresentação do Grupo - Apresentação de Ideias - Aula Expositiva - Debate - Dramatização - Ensino com pesquisa - Ensino com projetos - Estudo de caso - Estudo dirigido - Estudo do Meio - Seminário - Solução de problemas - Trabalho em grupos Unidade III As técnicas de Freinet com diferentes procedimentos de Ensino - Uma Proposta Pedagógica para os nossos tempos. - Técnicas que revolucionaram o ensino: - Aulas – Passeio - Texto – livre - Livro da vida - Correspondência interescolar - Jornal escola - Fichário escolar cooperativo 4 OBJETIVOS DO CURSO Refletir sobre a importância de pensar, escolher e adotar diferentes Procedimentos de Ensino que ajudam e apoiam o fazer pedagógico. Apresentar um referencial para apoio e reflexão aos educadores, tendo em vista a grande necessidade de planejar e construir a prática docente. Estimular a reflexão sobre a relação ensinar-aprender, com enfoque no como ensinar, para que o aluno aprenda tanto no nível cognitivo quanto no afetivo e motor. 5 UNIDADE I PROCEDIMENTOS DE ENSINO Procedimentos de Ensino - são as ações do professor e do aluno, no processo ensino-aprendizagem. São os “que fazer” pedagógicos, no sentido de provocar, estimular, desencadear a ação do aluno no processo de construção do conhecimento. Sem desconsiderar as diferentes concepções de Educação e as decorrentes propostas de organização da prática pedagógica e do espaço educativo, formuladas em cada uma delas, será nosso objetivo, no decorrer desta Unidade, analisar os diferentes procedimentos de ensino, sob o enfoque dos objetivos de ensino, que mais diretamente cada um deles possibilita realizar e das atribuições que acarretam ao professor. Consideraremos procedimentos de ensino as ações que nos propomos a investigar, lembrando que, no contexto de variadas concepções de Educação, eles têm sido identificados como técnicas, estratégias, atividades, métodos, entre outros. E ainda, que têm sido foco de maior ou menor importância, maior ou menor relevância. Apoiada na experiência educativa e na investigação teórica, é possível afirmar que procedimentos de ensino devem compor o conjunto de preocupações do professor, no processo de elaboração do plano de ensino, na mesma medida que os objetivos e os conteúdos de ensino e que os procedimentos de avaliação. 6 Nenhum dos componentes desse amplo processo de decisões pode preponderar sobre os demais. Todos são igualmente importantes e decorrentes. Com base em objetivos de ensino bem definidos, apoiados em consistente caracterização dos alunos, o professor pode realizar uma seleção adequada de conteúdos de ensino. Com objetivos bem for- mulados e conteúdos bem eleitos, por sua vez, ele seleciona proce- dimentos de ensino e de avaliação compatíveis e envolventes. Por decorrência, esses componentes do plano de ensino, de forma harmônica e integrada, orientam o trabalho do professor em direção à necessária qualidade. Da mesma forma, não é possível acreditar que exista o melhor procedimento de ensino. Cada procedimento deve ser selecionado em função dos objetivos e conteúdos de ensino que o professor pretende realizar, considerando especificamente o grupo de alunos com que trabalha e o momento do processo ensino-aprendizagem que desenvolvem. Assim, não há como postular a vantagem de um procedimento sobre outro, de modo genérico. Também não é possível recomendar procedimentos de ensino que privilegiem exclusivamente aspectos ativos ou passivos da aprendizagem, ou a elaboração pessoal, movida por interesses 7 explícitos dos alunos, em detrimento da memorização e da compreensão de conceitos e teorias. Não há fórmula pronta ou consagrada. De qualquer modo, é sempre desejável que o aluno vivencie um processo de apropriação significativa dos novos conhecimentos, relacionando-os a conhecimentos e experiências anteriores, e apoiados em suas necessidades humanas. E, nesse sentido, será necessário que o professor conheça e saiba utilizar diferentes procedimentos de ensino, capazes, em cada momento do processo ensino-aprendizagem, de mobilizar as experiências e as vivências necessárias, em relação ao conteúdo em estudo e aos objetivos propostos. Para tanto, alguns procedimentos de ensino serão apresentados a seguir, organizados internamente com base nos seguintes itens. - Descrição do procedimento de ensino: características gerais, variações. - Objetivos de ensino que o procedimento possibilita atingir, com maior frequência. - Atribuições do professor na preparação e no desenvolvimento da atividade. - Papel do aluno: atribuições e habilidades a serem mobilizadas. 8 UNIDADE II CONHECENDO OS PROCEDIMENTOS DE ENSINO... APRESENTAÇÃO DO GRUPO Descrição: São procedimentos de ensino a serem utilizados nas situações em que professor e alunos ainda não se conhecem, em geral no início do ano letivo ou de uma nova disciplina. Os procedimentos de apresentação podem ser: - Apresentação simples: cada componente diz seu nome e um aspecto selecionado previamente pelo professor de sua vida pessoal, suas preferências, suas expectativas, suas experiências anteriores, entre outros. - História do nome: o componente do grupo diz seu nome e narra os motivos familiares e sociais da escolha. - Apresentação em duplas: organizados em duplas, os alunos conversam entre si e se apresentam, mencionando aspectos relevantes de sua vida. Decorrido o tempo estipulado pelo professor, cada aluno fala de seu colega ao grupo. Esta modalidade se presta melhor ao ensino presencial. Objetivos de Ensino O emprego de procedimentos de apresentação propicia ao professor e aos alunos uma oportunidade de: - Nomear os componentes do grupo-classe, identificando professor e alunos. 9 - Enumerar características pessoais relevantes, preferências, relações familiares e sociais. - Expressar expectativas e interesses em relação ao trabalho que será realizado. - Relatar experiências favoráveis ou desfavoráveis vivenciadas com a área de conhecimento ou disciplina. - Respeitar as diferenças identificadas entre os componentes do grupo-classe. - Romper barreiras interpessoais ou preconceitos estabelecidos por meio de julgamentos precipitados ou apoiados apenas em sinais exteriores. No decorrer dessa atividade, o aluno será estimulado a realizar aprendizagens de caráter conceitual (nomes, características), procedimental (expressão verbal: falar e ouvir) e atitudinal (respeito, atenção). Atribuições do Professor Escolhida a modalidade de apresentação, o professor deverá: - Solicitar aos alunos que colaborem na disposição das cadeiras em círculo, arrumando a sala de modo que todos possam ver e ser vistos. - Esclarecer as condições de realização do procedimento de apresentação: aspectos a serem comentados, tempo de duração. Verificar se o procedimento já foi utilizado com o grupo em passado recente e, se necessário, modificar o critério a ser empregado. - Moderar a apresentação, garantindo que todos se manifestem e se apresentem ou sejam apresentados em ambiente de respeito e acolhimento. - Apresentar-se com clareza e nos mesmos padrões utilizados pelos alunos, isto é, mencionando os aspectos selecionados. APRESENTAÇÃO DE IDEIAS Descrição: Para iniciar um novo tema de estudo, muitas vezes, o professor tem a necessidade de realizar um inventário dos conhecimentos anteriores, disponíveis entre os alunos. Em algumas situações, é importante explicitar essas informações para diagnosticar a compreensão superficial ou eventualmente preconceituosados conceitos a serem trabalhados muitas vezes entendidos de modo inquestionável. São exemplos desses procedimentos: - Tempestade cerebral ou brainstorming: quando o aluno menciona em voz alta e espontaneamente, sem pré-julgamentos, as ideias que lhe ocorrem diante de um novo tema ou assunto. Essas palavras serão anotadas no quadro-de-giz pelo professor, agrupadas de acordo com sua semelhança ou diferença ou por categorias afirmativas e negativas, entre outras. - Redação de conceitos: o professor distribui pequenos pe- daços de papel todos iguais e o aluno é orientado a explicar, em poucas palavras, sua compreensão do conceito ou ideia. Concluída a redação, o professor recolhe as produções sem identificação do aluno- autor e, com base nas ideias ali contidas, organiza o registro no 10 11 quadro-de-giz, de forma semelhante à atividade anterior. Trabalhar dessa maneira pode contribuir para proteger o aluno na exposição de suas ideias, quando o grupo ainda não tem a familiaridade necessária. - Cartaz em grupo: os alunos devem participar da elaboração de um cartaz, com um desenho ou colagem, realizado em subgrupo, após rápida discussão a respeito de um tema proposto. Concluído o tempo determinado para a atividade, os cartazes devem ser expostos e observados por toda a classe. Na sequência, serão comentados por seus autores, explicitando seu sentido e suas relações e discutidos livremente pelos demais alunos. Objetivos de Ensino Os procedimentos de apresentação de ideias são muito úteis nas situações em que o conceito a ser trabalhado é de uso frequente dos alunos, já incorporado a sua linguagem, porém nos limites do senso comum. São procedimentos que possibilitam: - Explicitar a compreensão presente, entre os alunos, do tema a ser trabalhado. - Mapear o conceito, agregando ideias semelhantes e com- plementares ou refutando ideias contrárias. - Expressar ideias, em linguagem oral, escrita ou por meio de desenho coletivo. - Escutar as opiniões dos colegas e ser por eles ouvido em suas ideias. - Trabalhar de maneira cooperativa, na construção do cartaz, no subgrupo, e do conceito, no grupo-classe. 12 - Respeitar ideias divergentes e formas de expressão diferentes. - Estreitar vínculos afetivos entre os alunos, contribuindo para a coesão da classe. Esses procedimentos de ensino propiciam condições para o aluno realizar aprendizagens de caráter conceitual (revisão de con- ceitos), procedimental (expressão verbal: falar e ouvir, elaboração de cartaz: desenhar, pintar, colar, recortar) e atitudinal (respeito, atenção, cooperação). Atribuições do Professor O papel do professor caracteriza-se por: - Definir a atividade a ser realizada e esclarecer aos alunos as suas atribuições. - Reunir e disponibilizar o material necessário à redação dos conceitos ou à elaboração dos cartazes, que neste último caso pode ser solicitado aos alunos, em aula anterior. - Conduzir o processo, observando que todos os alunos tenham a oportunidade de se manifestar e de contribuir no processo de construção coletiva do conceito. - Elaborar a síntese, registrando e estimulando o registro, por parte dos alunos, das ideias construídas no decorrer da atividade. AULA EXPOSITIVA Descrição: A aula expositiva é um dos procedimentos de ensino mais conhecidos e utilizados e, de certo modo, dispensa descrição. Em geral, baseia-se na apresentação oral de um tema, pelo professor, e 13 pode contar com maior ou menor participação dos alunos, dependendo da proposta e dos objetivos de ensino. Além disso, a aula expositiva pode estar apoiada em recursos de ensino, como esquemas, gráficos, sinopses, anotada no quadro-de-giz, em cartazes, em transparências, entre outros. Objetivos de Ensino A aula expositiva pode ser utilizada nas situações em que o professor pretende propiciar aos alunos condições de: - Compreender de forma ampla e geral um novo tema de estudo, quando são apresentadas as ideias introdutórias ao assunto, através de esquemas e sumários. Na sequência, outros procedimentos de ensino deverão ser empregados, de modo que promova o aprofundamento necessário ao estudo. - Sintetizar o assunto estudado por meio de outros proce- dimentos de ensino, identificando os aspectos essenciais, de maneira resumida. Nesse caso, a aula expositiva, como oportunidade de elaboração da síntese final, pode contar com a participação ativa dos alunos, que já terão produzido conhecimentos sobre o assunto. - Atualizar as informações disponíveis ou solicitar as explicações necessárias sobre o assunto em estudo, quando o professor esclarece aspectos cuja compreensão pareça mais difícil ou divulga informações de acesso mais restrito. A aula expositiva oferece oportunidade para o aluno realizar aprendizagens de caráter conceitual (aquisição e atualização de in- formações, esclarecimento de dúvidas, elaboração de sínteses), 14 procedimental (ouvir e perguntar, anotar, elaborar esquemas) e atitudinal (respeito e atenção). Atribuições do Professor: O sucesso da aula expositiva depende quase exclusivamente do pro- fessor, tanto para a sua preparação como para o desenvolvimento. Em relação à preparação, o professor deve: - Definir claramente os objetivos de ensino da aula, considerando as características e as necessidades dos alunos. - Planejar com cuidado a sequência das ideias a serem apre- sentadas, as perguntas e os exemplos a serem utilizados. - Elaborar o esquema ou sumário a ser transcrito no quadro-de- giz ou equivalente. - Preparar outros recursos básicos, como fotos, recortes, transparências, lembrando-se de que devem conter apenas os elementos mínimos necessários para ilustrar e complementar a exposição oral. - Reservar os equipamentos necessários ou verificar sua pre- sença e a forma de utilização no espaço onde será realizada a aula expositiva. No que se refere à realização da aula expositiva, o professor deve: - Comunicar com clareza o tema e os objetivos de ensino da aula, relacionando-os a aulas anteriores. - Despertar a atenção dos alunos para o tema a ser tratado com uma questão, o relato de um fato, o comentário de uma notícia, entre 15 outros, de modo que mobilize conhecimentos e experiências anteriores dos alunos. - Respeitar o ritmo da classe em relação à participação, com comentários ou questões, e em relação à possibilidade de anotar ideias e esquemas apresentados. - Apoiar a apresentação em recursos visuais preparados pre- viamente e em comentários e questões formuladas pelos alunos, dirigindo-se a eles pessoalmente. - Utilizar linguagem não-verbal - gestos, expressão facial, variando o tom de voz e movimentando-se pelo espaço da sala de aula. - Avaliar continuamente a disposição dos alunos, levando em conta que sua participação na aula expositiva não é tão passiva quanto se pode pensar, mas requer atenção e disponibilidade para a atividade intelectual. - Evitar de se irritar com interrupções ou distrações dos alunos, considerando-as desrespeito ou desinteresse. - Controlar cuidadosamente o tempo de duração da aula, evitando ultrapassar 15 ou 20 minutos de exposição contínua. Lembre- se de que assistir a uma aula expositiva pode ser muito cansativo. - Ao final da apresentação, enfatizar ideias essenciais e esta- belecer a sua relação com as próximas atividades a serem desenvolvidas. 16 DEBATE Descrição: O debate é um procedimento de ensino que se apoia em leitura e estudo prévio sobre o assunto em foco e desenvolve-se no processo de exposição oral das ideias, pelos participantes do grupo, mediado pela atuação do professor. Quando a ideia em debate inclui posições antagônicas, e co- nhecido o grau de envolvimento e participação dos alunos, o professor pode dividir a classe em dois subgrupos, que se responsabilizarãopor defender ou por combater a ideia em debate. Decorridos alguns minutos, as posições podem ser trocadas, dando oportunidade a quem defendeu de atacar e a quem atacou, de defender. Objetivos de Ensino O debate possibilita a professor e alunos: - Preparar-se previamente para a discussão, fundamentando conceitos e organizando informações. - Expor ideias, reflexões, vivências, experiências em relação a um assunto estudado. - Ouvir ou ler o relato de experiências, opiniões, impressões dos demais participantes do grupo. - Argumentar e defender posições, respeitando opiniões alheias e fazendo respeitar as suas. - Trocar de papéis, defendendo ideias organizadas pelo grupo a que pertence, mesmo que não expressem suas convicções pessoais. - Trabalhar com perspectivas diferentes, ampliando a com- preensão de um tema ou assunto. - Respeitar e fazer respeitar regras e limites. 17 O debate pode ser uma situação de aprendizagem em que o aluno atinge objetivos de caráter conceitual (informação, atualização e aquisição de novas ideias ou argumentos), procedimental (ouvir e expressar ideias e argumentos) e atitudinal (atenção, respeito, empatia, solidariedade). Atribuições do Professor Para que o debate possa ser utilizado com sucesso, o professor precisa: - Selecionar um tema adequado à realização do procedimento. - Dominar, de forma ampla e profunda, o assunto a ser debatido. - Orientar a preparação prévia dos alunos, fornecendo indi- cações bibliográficas, sugerindo leituras e pesquisas. - Enunciar claramente as regras a serem seguidas e os inter- valos de tempo a serem observados. - Dispor as cadeiras de modo que todos os participantes possam ver e ser vistos, no decorrer do debate. - Estimular a participação de todos os alunos, evitando atitudes monopolizadoras da palavra, por parte de alguns, e o silêncio de outros. - Promover a mediação atenta, respeitando e fazendo respeitar o tempo de participação de cada um, e garantindo a atenção e o respeito às opiniões dos participantes. - Estimular a cooperação, pela análise contínua das contri- buições e pelo elogio aos participantes. 18 - Organizar as contribuições, a fim de construir conclusões, ainda que parciais e provisórias, para que no encerramento da atividade não permaneçam questões sem resposta. - Avaliar o procedimento de ensino utilizado, os resultados obtidos e a participação do grupo no debate. Registrar suas impressões sobre o preparo, o envolvimento e a participação dos diferentes alunos, compondo, com essas informações, um relatório de avaliação continuada. DRAMATIZAÇÃO Descrição: A dramatização ou "desempenho de papéis" é um procedimento de ensino que objetiva a representação de uma situação do cotidiano, fato ou fenômeno social, pelos alunos. Pode ser espontânea ou planejada e, em geral, apoia-se no desempenho de papéis da reali- dade. Na dramatização planejada, os alunos preparam a representa- ção, elaborando os personagens e discutindo os papéis que vão de- sempenhar. Na dramatização espontânea, os alunos participam sem elaboração prévia das situações encenadas. Objetivos de Ensino A dramatização é um procedimento de ensino que possibilita ao professor e aos alunos: - Caracterizar e analisar de forma abrangente as situações do cotidiano. - Expressar-se com clareza, expondo ideias, sentimentos e percepções, em linguagem verbal e não-verbal. 19 - Desenvolver a observação e a criatividade. - Desenvolver a empatia e a solidariedade, no desempenho de papéis sociais e profissionais diferentes. - Analisar situações de conflito e disputa, trabalhando com valores. - Envolver-se ativamente no processo de construção de novos conhecimentos. A dramatização, utilizada como procedimento de ensino, pode constituir oportunidade de aprendizagem na qual o aluno atinge objetivos de caráter conceitual (informação, ideias), procedimental (representação de papéis, relacionamento interpessoal, auto- consciência, expressão de ideias e posições) e atitudinal (empatia, respeito, sensibilidade, solidariedade). Atribuições do Professor Usar dramatização em sala de aula requer que o professor se preocupe em: - Preparar os alunos para a atividade a ser realizada, estimu- lando a participação daqueles considerados mais tímidos. - Selecionar a situação, fato ou fenômeno a ser trabalhado na dramatização. - Orientar a discussão dos subgrupos e a construção dos papéis, no caso de dramatização planejada. - Definir a duração da cena e os objetivos a serem alcançados nas situações a serem dramatizadas. - Estimular o registro das observações realizadas no decorrer da dramatização, como personagem ou como plateia. 20 - Avaliar a participação e o envolvimento do grupo na atividade realizada, e de cada aluno, em particular, registrando essas informações no processo de avaliação continuada. - Sistematizar os aspectos principais trabalhados, resumindo-os com a participação dos alunos. ENSINO COM PESQUISA Descrição: Ensino com pesquisa é um procedimento que requer a orientação direta do professor, no processo de elaboração da pesquisa. É muito mais do que determinar que os "alunos façam pesquisas", caracterizadas pela busca em bibliografia escrita ou virtual das informações pretendidas e pela transcrição ou impressão gráfica dos achados. É uma atividade de ensino que demanda tempo e dedicação dos envolvidos, na produção de conhecimentos. Esse procedimento de ensino também pode ser conhecido por método da descoberta, que, da mesma forma requer uma atitude reflexiva por parte do aluno e a assistência contínua do professor. Objetivos de Ensino O ensino com pesquisa propicia ao professor e aos alunos uma oportunidade de: - Buscar e coletar as informações necessárias à realização do estudo. - Treinar a capacidade de observação, investigação e reflexão. - Trabalhar com fontes diversificadas de i n fo rmação , como revistas, livros, fotos, filmes, letras de música. 21 - Transitar por diversos ambientes educativos, como biblioteca, videoteca, sites na Internet, entre outros. - Selecionar as informações pertinentes, organizá-las e empregá-las na elaboração do estudo. - Trabalhar, de forma cooperativa, com os outros componentes do grupo de pesquisa, quando esse trabalho se realizar em subgrupos. - Desenvolver ou aperfeiçoar o sentimento de auto confiança, em relação às habilidades cognitivas. - Registrar suas conclusões, redigindo um relatório científico. - Preparar uma apresentação oral, síntese do relatório da pesquisa. - Comunicar, com clareza, os resultados obtidos. O ensino, com pesquisa, embora demande tempo e dedicação do professor, é uma situação de aprendizagem na qual o aluno realiza transformações de ordem conceitual (coleta, seleciona, organiza, relaciona e registra informações), procedimental (observação, manuseio de fontes e documentos diversos, utilização de diferentes ambientes educativos, registro e expressão oral) e atitudinal (coo- peração, autoconfiança). Atribuições do Professor Para trabalhar dessa maneira, no processo ensino- aprendizagem, o professor precisa: - Esclarecer a seus alunos a forma de realização da pesquisa bibliográfica ou de campo -, enfatizando que se trata de oportunidade de produção de novos conhecimentos. 22 - Orientar com clareza a escolha do tema e os objetivos da investigação. - Quando a classe for numerosa, formar subgrupos, delegar a cada subgrupo um aspecto da investigação como desdobramento do problema da pesquisa. - Descrever um plano de pesquisa e exemplificar as ações a serem realizadas. - Orientar passo a passo o processo de investigação e a ela- boração do relatório. - Agendar a apresentação dos relatórios dos subgrupos. - Coordenar as apresentações, estimulando a participação dos alunose a solução de dúvidas e eventuais divergências. - Estimular o registro das conclusões dos subgrupos, como passos no processo de construção do novo conhecimento. - Coordenar a avaliação do processo e dos produtos obtidos, da participação individual e do desempenho coletivo. Propor ainda aos alunos a avaliação do desempenho do professor, considerando que sua orientação direta é fator decisivo para o sucesso do procedimento. - Registrar as informações coletadas na observação direta, nos relatórios, na apresentação final de cada aluno e dos grupos, no processo de avaliação continuada. ENSINO POR PROJETOS Descrição: O ensino por projetos organiza-se com base em um problema concreto, presente na realidade do aluno, que pede a busca de soluções práticas. Em parte, é semelhante ao ensino com pesquisa, 23 na fase de coleta e organização de informações, na consulta a fontes e no trânsito por espaços educativos. No entanto, o ensino por projetos não finaliza com um relatório de pesquisa, mas com a elaboração de uma proposta de intervenção na realidade, um projeto. Objetivos de Ensino De modo semelhante ao ensino com pesquisa, o ensino por projetos requer tempo e dedicação do professor e dos alunos e estabelece condições para: - Desenvolver o raciocínio diante de problemas propostos pela realidade imediata. - Selecionar e coletar as informações necessárias ao entendi- mento do problema. - Observar, investigar, refletir e propor alternativas de solução. - Trabalhar com fontes diversificadas de informação em diversos ambientes educativos. - Relacionar conhecimentos de áreas diferentes, em seus as- pectos teóricos e práticos. - Trabalhar, de maneira cooperativa, com seu grupo de projeto. - Desenvolver a autoconfiança e a criatividade, na busca de soluções originais para o problema em análise. - Prever tarefas necessárias, elaborar plano de ação, delegando e assumindo responsabilidades. - Registrar as conclusões, descrevendo o processo de inter- venção na realidade. - Preparar uma apresentação oral, síntese do relatório do projeto e roteiro de intervenção. 24 - Comunicar, com clareza, as ações propostas, discutindo- as e acatando as sugestões pertinentes. O ensino por projetos requer períodos mínimos de dois a três meses para sua realização e grande dedicação por parte de professo- res e alunos. Constitui uma situação de aprendizagem na qual o aluno atinge objetivos conceituais (produz novos conhecimentos diante de uma situação real), procedimentais (elabora processos de investigação e busca de solução) e atitudinais (coopera, respeita e valoriza o seu trabalho e o de seus colegas). Atribuições do Professor As atribuições do professor ao utilizar o ensino por projetos são muito semelhantes àquelas enumeradas no ensino com pesquisa. Como visto, para que a atividade se realize, será necessário ao pro- fessor: - Orientar os alunos na escolha do projeto. - Quando a classe for numerosa, formar subgrupos, orientando- os na seleção dos subprojetos. - Elaborar, com os alunos, um plano de trabalho, enumerando as tarefas a serem cumpridas. - Orientar o processo de investigação e a elaboração do projeto. - Auxiliar os alunos na execução do projeto. - Agendar a apresentação dos projetos dos subgrupos. - Coordenar as apresentações, estimulando a participação dos alunos com contribuições aos projetos. - Coordenar a avaliação do processo e dos projetos realizados, da participação individual e do desempenho coletivo. Propor ainda aos 25 alunos a avaliação do desempenho do professor, considerando que sua orientação direta é fator decisivo para o sucesso do procedimento. - Registrar as informações coletadas por observação direta, no desenvolvimento dos projetos, e pela apresentação final de cada aluno e dos grupos, no processo de avaliação continuada. ESTUDO DE CASO Descrição: O estudo de caso é um procedimento de ensino que se apoia na apresentação aos alunos de uma situação real ou simulada, relativa ao tema em estudo, para análise e encaminhamento de solução. Corresponde a um método de trabalho no qual os alunos têm a oportunidade de aplicar conhecimentos teóricos a situações práticas. A situação pode ser trazida aos alunos, pelo professor, na forma de uma notícia de jornal ou revista, de um filme, ou de relato descritivo. Objetivos de Ensino O professor, ao utilizar esse procedimento de ensino, enseja uma oportunidade aos alunos para: - Retomar conhecimentos teóricos elaborados no decorrer do trabalho na disciplina. - Aplicar esses conhecimentos às situações reais ou simuladas apresentadas para estudo. - Analisar uma situação real ou simulada, com a responsabilidade de propor encaminhamentos. - Apresentar o caso a ser estudado. 26 - Trabalhar em equipe na busca de solução para o caso apre- sentado, se o professor decidir que o trabalho será realizado em subgrupo. - Discutir com o grupo-classe as propostas de solução individual, acolhendo ideias semelhantes e respeitando as diferentes. O estudo de caso é um procedimento de ensino que possibilita aos alunos realizar aprendizagens de caráter conceitual (revisão teórica), procedimental (construir soluções para o problema, aplicando a teoria estudada) e atitudinal (posicionar-se favoravelmente na busca de soluções, ter autoconfiança, respeito, cooperar). Atribuições do Professor Nesse procedimento de ensino, cabe ao professor realizar algumas atividades preparatórias, como: - Decidir se o trabalho será realizado individualmente ou em subgrupos. - Definir os objetivos de ensino a serem atingidos e os conteúdos a serem retomados. - Escolher o caso a ser estudado: um fato documentado, ou uma situação composta pelo professor. - Planejar as etapas de realização do trabalho, definindo o tempo necessário, em cada uma delas. - Reservar, se necessário, recursos de ensino (vídeo e TV) para apresentação do caso. E outras, no decorrer do trabalho dos alunos: - Orientar os alunos sobre o desenvolvimento da atividade. 27 - Orientar a análise da situação, a busca ao referencial teórico e, se for o caso, a discussão nos subgrupos. - Recomendar o registro das soluções obtidas e a revisão dos aspectos teóricos, se necessário. - Coordenar a apresentação das soluções dos alunos ou dos subgrupos, mediando a discussão e promovendo esclarecimentos. - Avaliar o desempenho dos alunos no decorrer da atividade, reorientando a aprendizagem sempre que se fizer necessário. ESTUDO DIRIGIDO Descrição: O estudo dirigido, como o nome indica, é um procedimento de ensino por meio do qual o aluno executa um trabalho proposto e orientado pelo professor, de preferência, em sala de aula. Apoiado na leitura de um texto, artigo ou capítulo de livro e em um roteiro de estudos previamente elaborado pelo professor, o aluno trabalha ativamente, realizando leitura e interpretação do texto, análise e comparações, sínteses e avaliações. Considerando o interesse em propiciar um contato mais in- tenso do aluno com o material, o roteiro de estudo deve incluir atividades que favoreçam a construção e a reconstrução dos conhecimentos disponíveis, como: - Identificar palavras desconhecidas e buscar seus significados. - Localizar ideias ou conceitos essenciais, indicados pelo professor. - Elaborar esquema ou mapa de conceitos. 28 - Formular perguntas ao texto, que poderão ser utilizadas em discussão posterior. - Elaborar outras interpretações ou conclusões diferentes daquelas apresentadas pelo autor. - Redigir justificativa para as posições assumidas pelo autor. - Preparar síntese ou resenha, a ser utilizada em debate posterior, presencial ou em lista de discussão. - Escrever uma carta para o autor, concordando ou discordando de suas ideias centrais. Objetivos de Ensino Considerando quealguns textos a serem trabalhados no processo ensino-aprendizagem requerem maior dedicação dos alunos, utilizar o estudo dirigido pode lhes proporcionar a oportunidade de: - Ler, de forma atenta e orientada, os textos e autores indicados. - Desenvolver habilidade de leitura e reflexão, a ser aplicada em diferentes situações de busca e aquisição de novos conhecimentos. - Aperfeiçoar o repertório vocabular, familiarizando-se com novas palavras e expressões e investigando sinônimos. - Aprofundar a compreensão do texto, com base na leitura de seu contexto: características do autor, época e motivo da publicação, entre outros. - Construir progressivamente um referencial teórico que subsidie a percepção e a explicação da realidade e, por decorrência, a elaboração de textos acadêmicos. O estudo dirigido é um procedimento de ensino que, empregado com clareza de objetivos, pode proporcionar aos alunos a 29 oportunidade de atingir objetivos conceituais (aquisição, aprofundamento e atualização de informações), procedimentais (habilidade de leitura, de interpretação de textos, de busca de sinônimos e significados, de elaboração de sínteses, de questões, entre outras) e atitudinais (respeito pelo trabalho, dedicação, interesse). Atribuições do Professor Muitas são as tarefas do professor quando pretende utilizar o estudo dirigido como procedimento de ensino. Entre elas, algumas a serem realizadas previamente, como: - Formular claramente os objetivos de ensino para a atividade a ser realizada, considerando que o estudo dirigido pode ser utilizado como procedimento de ensino para promover ampliação de informações, aprofundamento, atualização, revisão, entre outros. - Realizar a seleção adequada do material a ser lido, que deve ser compatível com os objetivos do estudo dirigido, com as possibilidades imediatas de compreensão dos alunos e com o tempo disponível para a realização da leitura. - Organizar o roteiro de estudos a ser utilizado pelos alunos, definindo as instruções com clareza e determinando as tarefas a serem executadas. Outras atribuições do professor serão cumpridas no decorrer da atividade, como: - Orientar os alunos, esclarecendo-os sobre os objetivos de ensino do estudo dirigido a ser desenvolvido. 30 - Apresentar o roteiro de estudos a ser obedecido. 30 - Definir o tempo necessário para a realização da atividade. - Atender, na medida das solicitações, às questões propostas pelos alunos, esclarecendo e orientando. Quando se tratar de questão recorrente, interromper a atividade e orientar de forma coletiva o conjunto de alunos. - Concluída a atividade individual, promover uma situação de socialização dos conhecimentos, sob a forma de trabalho em grupo, em duplas ou debate no grupo-classe. ESTUDO DO MEIO Descrição: O estudo do meio caracteriza-se pela possibilidade de investigação interdisciplinar de fenômenos da realidade natural e social do aluno. Nesse sentido, pelas próprias características do objeto de estudo, requer a integração dos componentes curriculares, por meio de objetivos e conteúdos de ensino, no trabalho a ser realizado, e o emprego de procedimentos de ensino com pesquisa, como observação, entrevistas, levantamento bibliográfico, entre outros. Quando se considera que o meio natural e social que circundam e "contém" o aluno (o professor, a escola...) não é objeto de estudo de uma única disciplina ou área, nem está totalmente desvendado, explicado, entendido..., o estudo ganha novo sentido. Não é tarefa exclusiva desse ou daquele professor, mas atividade coletiva a ser construída pela equipe escolar, apoiada no projeto pedagógico da escola. 31 Dessa forma, o estudo do meio precisa ser planejado com base em objetivos de ensino bem definidos, garantindo o envolvimento da equipe escolar, dos alunos e de seus pais e responsáveis. Deve ser executado de maneira séria e comprometida e seus resultados devem ser divulgados amplamente. Todo o processo deve ser avaliado pelos participantes, não só em termos dos resultados obtidos, mas também dos custos e esforços empenhados. Em especial na Educação básica, os familiares dos alunos devem ser informados com clareza dos objetivos de ensino do procedimento, a fim de não o confundir com mais um "passeio ou excursão". Objetivos de Ensino O estudo do meio propicia ao aluno as condições para: - Tomar contato direto com a realidade natural ou social, localizando, descrevendo e analisando o fenômeno identificado como objeto de estudo em seus múltiplos aspectos (geográfico, histórico, social, político, econômico, cultural...). - Buscar, selecionar, classificar e organizar informações, construindo novos conhecimentos relativos ao objeto de estudo, por meio de contato direto (observação do fenômeno, coleta de amostras) e de experiências práticas (observação de procedimentos, entrevista com profissionais, visita a ambientes diferenciados). - Registrar, documentar e relatar as experiências e os contatos realizados. - Aprofundar a investigação bibliográfica, recorrendo a novas fontes e autores. 32 -Identificar e utilizar formas diferenciadas de documentação, registro e divulgação de conhecimentos (fotos, gravação em áudio e vídeo). - Compreender a construção do conhecimento como processo pessoal, apoiado em interesse e atitude individual, que se realiza em ambiente de cooperação e solidariedade. - Identificar a necessidade do emprego de métodos de pesquisa científica na construção de novos conhecimentos. O estudo do meio é um procedimento de ensino que se apoia no trabalho coletivo de professores e alunos. Proporciona experiências de aprendizagem em que o aluno atinge objetivos conceituais (reorganiza conhecimentos diante da realidade), procedimentais (prepara e executa processos de investigação: visita, observação, entrevista) e atitudinais (respeita o fenômeno observado, valoriza o seu trabalho e o de seus colegas, coopera). Atribuições do Professor O professor responsável pela coordenação da proposta de estudo do meio deve estimular o envolvimento e a participação de seus colegas, dos alunos e familiares e da equipe escolar. Será necessário garantir a adesão de todos, por meio da mais ampla compreensão dos objetivos de ensino, para viabilizar o sucesso do procedimento. As atribuições do professor/dos professores podem ser divididas em quatro conjuntos principais, quais sejam: 1. Planejamento do estudo do meio, que requer a definição do objeto de estudo, dos aspectos a serem considerados e dos procedimentos de investigação necessários. Nessa fase, professores 33 e alunos definirão os objetivos de ensino a serem atingidos, as formas de trabalho a serem realizadas, os recursos e investimentos necessários e as normas de conduta a serem observadas. 2. Execução ou realização do estudo do meio, que corresponde à etapa em que professores e alunos estão em campo, em pleno desenvolvimento da atividade. Os professores devem estar atentos e próximos dos alunos, observando sua atitude, esclarecendo dúvidas, auxiliando o registro. 3. Organização e divulgação dos resultados. Nessa etapa, os alunos trabalham em subgrupos, sob a supervisão direta dos professores, selecionando, organizando e interpretando as informações recolhidas. A essa altura, os professores podem indicar novas leituras e aprofundamento bibliográfico, se julgarem pertinente e necessário à elaboração do relatório. Também é atribuição dos professores organizar a apresentação dos relatórios, que pode ser em forma de exposição oral, painel, mural, jornal, entre outras. 4. Avaliação do processo. Sob a responsabilidade direta dos professores, e com ampla participação dos alunos, a avaliação do processo busca verificar se os objetivos de ensino enunciados para o trabalho foram atingidos. Além desses,importa identificar outras aprendizagens realizadas e habilidades desenvolvidas. Ainda é o momento de investigar os eventuais insucessos ou pontos falhos do processo, visando formular hipóteses para sua ocorrência e alternativas para a superação, em novas oportunidades. De modo geral é possível afirmar que, são muitas as atribuições dos professores envolvidos na realização do estudo do meio. Em síntese, eles têm a responsabilidade de desencadear, orientar e 34 coordenar todo o processo, desde o planejamento, a execução, a divulgação e a avaliação, em relação direta com os alunos e seus familiares, a equipe escolar e o ambiente, natural ou social, tornado objeto de estudo. SEMINÁRIO Descrição: Seminário, em sentido genérico, designa um evento destinado à socialização de conhecimentos ou de variados aspectos de um mesmo tema, de natureza semelhante a congressos, encontros nacionais e internacionais, e outros. Objetivos de Ensino O seminário possibilita reunir as qualidades de dois outros procedimentos de ensino estudados, o ensino com pesquisa e o debate, refinando-os em seus aspectos favoráveis ao desenvolvimento do aluno. Portanto, o debate realiza-se com maior e melhor funda- mento e a pesquisa ganha mais significado no processo de debate e socialização de conhecimentos. De modo amplo, é possível afirmar que o seminário propicia a professor e alunos condições para: - Investigar em amplitude e profundidade uma questão, buscando entendê-la sob diferentes e renovadas perspectivas. - Analisar de maneira crítica e reflexiva os resultados de sua investigação (ou de seu grupo), em confronto com aqueles apresentados pelos outros grupos da classe. 35 - Trabalhar cooperativamente, buscando e socializando informações, discutindo e confrontando hipóteses e opiniões. - Debater, com fundamento, aspectos diversificados de uma questão ou problema. - Participar ativamente, respeitando as contribuições dos diferentes grupos e participantes. O seminário é uma situação de aprendizagem que possibilita ao aluno realizar transformações de ordem conceitual (coleta, seleciona, organiza, relaciona e registra informações), procedimental (leitura, pesquisa bibliográfica, registro e expressão oral) e atitudinal (cooperação, autoconfiança). Atribuições do Professor Embora a ação dos alunos seja preponderante nesse procedimento de ensino, muitas são as atribuições reservadas ao professor. Elas podem ser divididas em duas fases principais, que se referem à preparação e à apresentação. Na fase de preparação, o professor precisa: - Definir com clareza os objetivos de ensino a serem atingidos. - Identificar os conteúdos a serem trabalhados. - Selecionar o tema a ser investigado, bem como os subtemas, de acordo com os objetivos e conteúdos de ensino definidos. - Selecionar a bibliografia, em diferentes graus de complexidade e aprofundamento, a ser indicada aos alunos. - Esclarecer aos alunos a forma de realização do trabalho: a investigação, a apresentação e a avaliação. 36 - Orientar o trabalho, construindo com os alunos um roteiro de pesquisa e auxiliando na localização e utilização dos recursos bibliográficos necessários. - Elaborar o cronograma de realização da pesquisa e de apresentação e discussão dos resultados. - Acompanhar os trabalhos dos subgrupos, observando o desempenho e a participação dos alunos e os produtos elaborados. Concluída a fase de pesquisa, o professor tem de viabilizar a apresentação dos trabalhos e a realização do debate. Nesse sentido, ele deve: - Organizar o ambiente de sala de aula, selecionando ou solicitando a indicação dos debatedores. - Coordenar as apresentações, direcionando o processo, questionando, esclarecendo e sintetizando, quando necessário. - Garantir o respeito e a solidariedade, a participação e a cooperação. - Formular questões amplas e relativas ao tema central, a serem respondidas no debate. - Estimular a reflexão crítica e o aprofundamento dos estudos. - Observar a participação individual e coletiva de seus alunos, quer estejam no papel de debatedores ou de plateia. - Avaliar, com a colaboração dos alunos, o trabalho realizado, verificando os objetivos de ensino e o grau de envolvimento dos participantes, e identificando aspectos positivos e negativos, além de alternativas de superação. 37 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS Descrição A resolução de problemas é um procedimento de ensino baseado na apresentação de uma situação-problema aos alunos, que deve ser resolvida, individualmente ou em subgrupos, utilizando os conhecimentos disponíveis ou novos conhecimentos, construídos por meio de pesquisas. De forma semelhante ao ensino com pesquisa, a solução de problemas também é uma variação do método da descoberta, porque requer uma atitude reflexiva do aluno e o acompanhamento direto e contínuo do professor. Na mesma medida, assemelha-se ao ensino por projetos porque propõe a busca de soluções práticas para um problema concreto, que, agora, pode ser fictício. O processo de busca de solução para o problema pode ser individual ou coletivo e as respostas podem ser apresentadas e confrontadas em lista de discussão. Ao final do processo, o professor pode elaborar uma síntese das soluções apresentadas, indicando acertos e reorientando eventuais equívocos. Objetivos de Ensino Trabalhar utilizando solução de problemas pode propiciar aos alunos condições de: - Participar ativamente na organização e reorganização de conhecimentos antigos e na construção de novos. - Desenvolver habilidades de raciocínio lógico e reflexão crítica. 38 - Aplicar conhecimentos teóricos às situações práticas apresentadas na forma de situações-problema. - Desenvolver a responsabilidade pelo processo de conhecimento, estimulando a iniciativa e a busca de novas informações. - Identificar a necessidade de formular hipóteses e testá-las no decorrer do processo de construção de soluções. - Planejar etapas e ações na busca da solução do problema apresentado. - Responsabilizar-se pelo processo de construção de conhecimento individual e coletivo. A solução de problemas não é um procedimento de ensino rápido, nem fácil de ser realizado. Requer, no mínimo, o tempo necessário à reorganização do conhecimento e à busca de novas informações e a disposição do professor em orientar esse processo de descoberta. No entanto, proporciona condições para realizar objetivos conceituais (organização, relação e registro de informações diante de um problema concreto), procedimentais (busca de novas informações, formulação e testagem de hipóteses, elaboração de um plano de ação) e atitudinais (responsabilidade, cooperação, autoconfiança). Atribuições do Professor O professor deve considerar que o aluno vai se mostrar mais envolvido e desafiado pelo procedimento quanto melhor compreender o que se espera dele. Desse modo, deve preocupar-se em: - Definir a forma de realização do procedimento: individual ou em 39 subgrupos. fundamental até nos cursos de pós-graduação, tanto no ensino 39 - Selecionar problemas que, da perspectiva do aluno, sejam significativos, isto é, relacionados com sua experiência pessoal, desafiadores e adequados ao seu desenvolvimento intelectual. - Apresentar os problemas de maneira clara, relacionando-os aos objetivos de ensino a serem atingidos e aos conhecimentos construídos previamente. - Estimular os alunos a definir fases para o enfrentamento do problema, formulando hipóteses, coletando dados, testando hipóteses, confrontando resultados, entre outros. - Fornecer indicação bibliográfica, quando julgar oportuno, estimulando o aprofundamento teórico. - Acompanhar os processos desenvolvidos pelos alunos, estimulando-os a descobrir alternativas de solução e reorientando ou encorajando os alunosou grupos menos estimulados. - Orientar os alunos para realizar o registro de seu processo de busca de solução para o problema. - Organizar a apresentação, para a classe, das soluções encontradas, proporcionando condições de análise e reflexão sobre cada uma delas. - Realizar a avaliação do processo e dos produtos finais, identificando acertos e equívocos e formulando alternativas de superação. TRABALHO EM GRUPOS Descrição: O procedimento de ensino conhecido por trabalho em grupos é muito fundamental até nos cursos de pós-graduação, tanto no ensino 40 utilizado, desde a Educação infantil e séries iniciais do ensino trabalhos em grupos. 40 presencial como virtual. E isso porque, de certa maneira, essa modalidade de trabalho em Educação recupera a forma habitual de trabalho na vida, no cotidiano, no ambiente doméstico e na atuação profissional, e constitui excelente oportunidade de troca e cooperação entre indivíduos com idades, objetivos e interesses semelhantes. No entanto, independentemente da modalidade utilizada, vale considerar os objetivos de ensino que orientam a atividade educativa. Há formas de trabalho em grupo que podem ser desenvolvidas em curtos intervalos de tempo, como os pequenos grupos que realizam uma mesma tarefa (por exemplo: apresentação, formular perguntas ou responder a uma mesma pergunta) ou pequenos grupos com tarefas diferentes (por exemplo: responder a perguntas diferentes, sintetizar parágrafos diferentes de um mesmo texto); grupos de cochicho, que resolvem uma questão em pouco tempo, trocando ideias entre outras. Essas atividades podem ser complementadas pela discussão geral ou pelo debate, pela realização de painéis ou grupos de observação e grupos de verbalização (GO-GV), no grupo-classe. Novamente trabalho em grupo, porém com a participação de todos os alunos. Nessa fase, a coordenação do professor ou de um aluno indicado para a tarefa será necessária, no sentido de garantir a oportunidade de contribuição para todos. Outras formas de trabalho em grupo, como o ensino com pesquisa, ensino por projetos, estudo do meio, requerem um tempo maior para sua execução; no entanto, permitem alcançar maior número de objetivos de ensino e desenvolver variadas habilidades dos 41 Objetivos de Ensino Trabalhar em grupos, no processo de construção de conhecimentos, pode propiciar a alunos e professores a oportunidade de: - Procurar solução ou resolver questões em conjunto com outros alunos. - Discutir e debater, trocar ideias e opiniões, contribuindo para a realização da tarefa, de maneira integrada. - Praticar a cooperação entre alunos, com facilidades e dificuldades semelhantes ou equivalentes. - Tornar mais direta e rápida a comunicação entre iguais, proporcionando um ambiente de estudo e trabalho descontraído e criativo. - Desenvolver a habilidade de trabalhar com os colegas, aprendendo e ensinando e, ao mesmo tempo, participando. - Respeitar e observar o respeito a cada componente do grupo, em suas contribuições. - Valorizar o trabalho em equipe no ambiente escolar e no espaço profissional. O trabalho em grupos, pela proximidade e participação ativa dos alunos, independentemente da dinâmica e da combinação de procedimentos adotada, proporciona situações de aprendizagem nas quais podem ser atingidos objetivos conceituais (investigação, produção de novos conhecimentos), procedimentais (comunicação oral e escrita, discussão) e atitudinais (respeito, cooperação, solidariedade). pedagógica visa a formar homens autônomos, cooperativos, cidadãos, 42 Atribuições do Professor A primeira e mais importante atribuição do professor ao propor e realizar trabalhos em grupo é orientar os alunos, com clareza, a respeito da atividade que devem realizar. Desse modo, será necessário: - Definir os objetivos de ensino a serem atingidos. - Selecionar a modalidade de trabalho em grupo a ser utilizada e conhecê-la detalhadamente. - Comunicar detalhadamente a tarefa a ser realizada pelo grupo: objetivos a serem alcançados, forma de trabalho, produto esperado e tempo de duração da atividade. - Observar a participação, as atitudes e as habilidades de cada integrante dos grupos. O professor pode realizar pequenas anotações sobre essas contribuições, a fim de compor seus registros de avaliação contínua. - Programar atividade de apresentação, seguida ou não de debate, das conclusões formuladas em cada grupo. UNIDADE III AS TÉCNICAS DE FREINET COMO DIFERENTES PROCEDIMENTOS DE ENSINO Freinet não separa a escola da vida, rejeitando a ideia de que a educação possa se desenvolver fora do contexto social. “Se não encontrarmos respostas adequadas à educação continuaremos a pedagógica visa a formar homens autônomos, cooperativos, cidadãos, 42 forjar a lmas e s c ra v a s nos a lunos ” (Freinet - 1996). Sua p rá t i ca 43 capazes de participar da construção de uma sociedade digna e justa. Uma proposta pedagógica A Pedagogia Freinet surgiu das vivências e experiências do autor. Popular, destinava-se às crianças de operários e camponeses. Mas pode ser desenvolvida em qualquer nível socioeconômico, mesmo porque surgiu para atender às necessidades vitais de qualquer aluno. Cooperativa, propicia a troca, ajuda mútua e a solidariedade através de sua ação e das técnicas de ensino. Não há disciplina imposta. Professor e alunos elaboram, aplicam e fiscalizam suas próprias leis, o que gera a aprendizagem da liberdade e da responsabilidade. Liberdade dentro de um aprendizado histórico-social, sem lugar para a indisciplina, porque os alunos, concentrados, realizam as atividades que querem relacionadas à sua vida. A concorrência e a competição não têm espaço nessa prática. A preocupação é com a vida de cada um e da classe como um todo. Nas reuniões cooperativas, professor e alunos aprendem a se organizar, a se respeitar e ajudar os que estão com dificuldades. Uma proposta pedagógica para os nossos tempos As propostas de Freinet, consideradas arrojadas para a sua época, não foram bem aceitas por muitos educadores e acadêmicos, o que continua ocorrendo até hoje. Segundo Paulo Freire (1991), é uma proposta avançada demais para o nosso século. Entretanto, a “escola pedagógicas para trazer à sala de aula o interesse, a alegria, a 44 tem de se modernizar” (Freinet, 1977, p. 13), atualizar-se no mundo, não apenas adaptando os seus programas e horários. A escola precisa se modernizar porque é inseparável da vida e deve acompanhá-la em todos os seus aspectos, realizações e transformações. Para Freinet, as técnicas de ensino devem complementar o dia- a-dia escolar, porque o aluno tem de se sentir motivado, interessado em aprender, em ir à escola. A sua proposta é de uma pedagogia que procura se adaptar à realidade social e cultural do morador de favela, de cortiço, casa ou mansão. A instituição escolar que Freinet criticou no começo do século XX continua, em muitos casos, neste início do século XXI, a cometer os mesmos erros. A proposta freinetiana preconiza que a prática escolar e o processo de ensino-aprendizagem sempre se atualizem, estejam ligados aos acontecimentos sociais, ao progresso tecnológico, e os vivenciem na escola. Para que o aluno se entusiasme a aprender é necessário estímulo, motivação. Os métodos tradicionais de ensino não consideram a sociedade e suas mudanças, levam à obediência passiva, através de uma instrução dogmática. Não preparam o cidadão para viver numa sociedade democrática. Os conteúdos são meramente acadêmicos, desconectados do cotidiano dos alunos. Técnicas que revolucionaram o ensino Freinet não propõe um método de ensino, mas técnicas 45 cooperação. A livre expressão, a pesquisa e o tratamento experimental, exigindo a cooperação dos participantes,podem facilitar o trabalho escolar. Toda a nossa pedagogia se baseia em instrumentos e técnicas. A aplicação desses instrumentos alteram a atmosfera da aula e também o próprio comportamento do professor e tornam possível este espírito de libertação e de formação que é a própria razão de ser das nossas inovações. (Freinet, 1977,) Os alunos aprendem o que os envolve, que permeia seus objetivos de estudo. Escrevem uma correspondência, por exemplo, para quem vai ler e responder; e mais, estudam o local em que vive o destinatário, o porquê do selo usado e o respectivo preço, desenvolvendo várias habilidades e competências. As técnicas de Freinet levam o aluno a perceber o que está ao seu redor. Vejamos a seguir as técnicas Freinet. AULAS – PASSEIO Hoje, com o computador, a Internet, é possível viajar e conhecer lugares do mundo todo. Entretanto, as emoções de ver, ouvir, sentir, tocar pessoalmente são necessárias à formação do ser humano, incomparáveis e indescritíveis. TEXTO LIVRE O aluno escreve livremente, quando tem vontade, quando algum tema o inspira. Quando retornavam das aulas-passeio, os alunos escreviam com Freinet o que haviam visto e observado, sentindo que isso fazia parte de suas vivências, expressando seu interior. 46 Os motivos e instrumentos sociais estimulam o aluno a escrever. Pelos textos livres, o aluno expressa seu interior. Freinet critica manuais escolares que limitam a criatividade. Para que uma criança se eduque, não precisa engolir todas as matérias que lhe são apresentadas de uma forma mais ou menos atraente: precisa agir por si mesma; precisa criar. LIVRO DA VIDA Um grande caderno, sempre exposto num canto da classe, para anotar os acontecimentos do dia-a-dia, os momentos mais vivos e interessantes, é escrito, ilustrado com desenhos, folhas impressas pelos alunos e pelo próprio Freinet. O aluno tem total liberdade de escrever o que sentir, o que quiser. Correspondência interescolar Em 1926, Freinet inicia a correspondência com a classe de seu amigo Daniel, de Saint-Philibert-de-Trégunc (Finisterra). Os alunos começam a se corresponder com colegas de outras escolas, enviam seus textos impressos, fotografias, presentes, postais, frutas, etc. Todos ficam envolvidos e ansiosos por receber a resposta. Essa técnica contagia cada vez mais as pessoas. Em 1996, na UNESCO, em Paris, realizou-se o Encontro de Crianças que praticam a Correspondência Interescolar Internacional. Mais de 100 crianças de vários países encontram os colegas com os quais se corresponderam pelo menos por um ano e não conheciam pessoalmente. Alunos do Senegal conversavam com os da França, do Brasil, da Colômbia, da Romênia, entre outros. Num 47 ambiente de harmonia, interação, socialização, interesse e envolvimento, vivenciaram uma verdadeira educação para a paz. Hoje, essa correspondência pode ser feita via Internet. JORNAL ESCOLAR A informação é muito mais rica nos livros e nas revistas, mas o que encontramos no jornal escolar, é a alma das crianças, as suas reações perante o mundo, as suas hesitações, seus temores e seus triunfos. (Sampaio, 1989, p. 205) FICHÁRIO ESCOLAR COOPERATIVO Para Freinet, os livros escolares são complexos, fazem a criança perder muito tempo. Assim sendo, ele cria fichas de estudos simples, funcionais e práticas de manusear e compreender, com assuntos que interessam aos alunos. COOPERATIVA ESCOLAR Reuniões realizadas semanalmente, que tem um aluno como coordenador e outro como relator. Discutem-se problemas do dia a dia: briga com colegas, atividades realizadas na semana, propostas, acidentes, medos, anseios, alegria. O professor interfere, quando necessário. Ocorrem em todas as salas de aula, da Ed. Infantil às séries mais adiantadas. Por exemplo, um aluno conta que se machucou numa briga no recreio e todos ouvem, respeitam e opinam. É importante discutir regras básicas de convivência entre os alunos. 48 PLANOS DE TRABALHO Nos primeiros dias de aula, o professor conversa com os alunos e explica que há um currículo oficial que precisa ser cumprido. Sugere que dividam seus planos de trabalho entre os meses letivos e escolham estratégias: palestras, slides, filmes, teatro etc., a fim de tornar os conteúdos mais atraentes. Esta proposta pedagógica acolhe o conhecimento dos alunos, respeita o ritmo de trabalho e as diferenças de cada um; é humanista e democrática, aberta à vida. Os instrumentos didáticos propiciam situações de comunicação, a pesquisa da informação, a criatividade, a tomada de decisões, o trabalho em grupo, a divisão de responsabilidades, a idealização e a realização de projetos. Mas é a forma de agir do professor que revela sua concepção de ensino e aprendizagem: se é um líder autocrático, exige como demonstração do aprendido a cópia sem retoques, a reprodução fiel do modelo, e não permite questionamentos. Em contrapartida, o líder democrático e atuante proporcionará condições para que o aprendiz construa seu repertório de experiências, de explicitação de vivências e de trocas que o enriquecerão. Ao atuar dessa maneira, torna possível e visível o caráter de construção de que se reveste o processo de aprendizagem: se no momento inicial surge o fazer igual, num movimento seguinte o líder estimula o aprendiz a prosseguir em suas produções, em sua linguagem, em sua comunicação, e a deixar no aprendido as marcas do que é seu, distanciando-se da cópia, reinterpretando significados. 49 O processo criador pode ser ainda mais refinado se o líder favorecer ao aprendiz a vivência de novas formas de interpretação do conteúdo, relacionando-o às suas experiências e projetando sua criação para outras linguagens, espaços e tempos. Em cada movimento, o líder é instigado a considerar o tênue limiar entre a dependência que empobrece, aprisiona, e a força que gera o desenvolvimento e a autonomia. Cabe a ele propor a travessia do ignorado ao novo, da dependência à libertação, disponibilizando o que sabe e aprendendo o que desconhece. 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. VASCONSELOS, C. dos S. Construção do Conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002. 2. ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. 3. MINUCUCCI, Agostinho. Dinâmica de grupo; manual de técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1977. 4. SANTOS, M. L. A construção de um projeto educativo à luz dos princípios da pedagogia Freinet. PUC/SP, 1996. 5. TAPIA, J. A & Fita, E. C., A motivação em sala de aula. São Paulo, Edições Loyola, 1999. 6. PINTO, J.M.S. O tempo e a aprendizagem: subsídios para uma nova organização do tempo escolar. Porto Alegre: Ed. Asa, 2001.
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