Buscar

Direto-ao-Direito-Estatuto-do-Idoso

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

APRESENTAÇÃO: 
Esta é uma apostila feita unicamente por mim e distribuída gratuitamente 
para colaborar com os (assim como eu) estudantes de Direito nos estudos e no 
processo de aprovação do tão sonhado concurso público. O foco da apostila são os 
concursos públicos para ingresso nos cargos de juiz de direito e promotor de justiça. 
As apostilas utilizaram como base o curso do G7 Jurídico (Ministério 
Público e Magistratura) do ano de 2.020 e podem vir a sofrer atualizações para se 
adequar à legislação superveniente. Não houve cópia de nenhum material fornecido 
pelo referido curso, razão pela qual não há violação de nenhum direito autoral. 
As notas de rodapé muitas vezes trazem comentários feitos 
exclusivamente pelo autor da presente apostila como forma de chamar atenção para 
alguns pontos de reflexão. 
Caso este material tenha sido útil no tão difícil e custoso processo de 
preparação cobrarei como retribuição o relato sobre o seu êxito no tão sonhado 
concurso. A melhor forma de “me pagar” é com a sua aprovação. 
Qualquer sugestão buscando o aprimoramento deste material será muito 
bem-vinda: e sinta-se à vontade para encaminhar por e-mail. Sucesso na empreitada e 
bons estudos. Aguardo o convite para o churrasco da posse. Como diria o saudoso e 
inspirador mestre Luiz Flávio Gomes: AVANTE! 
Atenciosamente, 
DANILO MENESES. 
 
 
 
Acompanhe o meu trabalho nas redes sociais: 
www.danilomeneses.com.br 
INSTAGRAM: @danilopmeneses 
FACEBOOK: DaniloPMeneses 
Email: contato@danilomeneses.com.br 
http://www.danilomeneses.com.br/
https://www.instagram.com/danilopmeneses/
https://www.facebook.com/DaniloPMeneses/
 3 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 3 
 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS SOBRE OS DIREITOS DA PESSOA IDOSA 
 Noções essenciais: 
- critério cronológico -> a legislação brasileira adota o critério cronológico para definir 
quem é uma pessoa idosa; 
- artigo 1º da Lei 10.741/03  pessoa idosa  idade igual ou superior a 60 anos; 
- importante  há disposições no Estatuto do Idoso e na CRFB/88 de 
outras idades para o gozo de determinados direitos: 
- 65 anos: gratuidade do transporte coletivo público1; 
- a concepção de “melhor idade” ou “terceira idade” surgiu após a Segunda Guerra 
Mundial, trazendo a ideia de abandono do trabalho formal, da possibilidade de se 
desfrutar da vida de forma mais tranquila; 
- infelizmente a velhice é tratada – na grande maioria das vezes – com uma carga 
negativa; 
- desde a Grécia a boa condição física sempre foi muito valorizada na 
sociedade; 
- Cícero faz uma defesa filosófica da velhice, da maturidade e do 
conhecimento trazido com ela; 
- é comum associar a velhice à condição de ausência de produtividade, uma 
condição de fraqueza, quase um “fardo a ser carregado” pela população 
mais jovem; 
- a realidade do Brasil é que, muitas vezes, o valor da aposentadoria é baixo 
e também há a necessidade de retorno dos idosos ao trabalho para 
consegui manter as condições para o próprio sustendo -> o 
envelhecimento é uma grande questão social (não apenas familiar); 
- perfil demográfico brasileiro: a previsão do IBGE é de que em 2.039 teremos no Brasil 
mais pessoas idosas do que menores de 14 anos. Em 2.060 uma em cada 4 pessoas 
terá mais de 65 anos; 
 
 Principiologia: 
- é importante observar que a principiologia do nosso ordenamento jurídico parte de 
alguns vetores: 
- preservação da dignidade do idoso  é importante observar o idoso 
como um núcleo em que orbitam direitos, fazendo da proteção do idoso 
um fim em si mesmo; 
- preservação da autonomia do idoso  o decurso da idade por si só é 
incapaz de atingir a capacidade de discernimento da pessoa; 
 
1 Regra prevista na CRFB/88 e também no Estatuto do Idoso. O STF reconheceu a constitucionalidade do 
artigo 39 do Estatuto do Idoso (STF, ADI 3768/DF). 
 4 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 4 
 
- prevenção da violência contra o idoso  é (infelizmente) comum no 
Brasil existir a violência de gênero (contra a mulher) e a violência (física e 
moral) contra o idoso (deve ser combatida); 
- não discriminação e vedação da exclusão social do idoso (inclusão social 
ativa)  o idoso deve usufruir de todas as condições possíveis na 
sociedade de forma ativa; 
- envelhecimento ativo  processo catalisador das oportunidades de bem 
estar com o objetivo de ampliar a expectativa de vida saudável, a 
produtividade e a qualidade de vida na velhice; 
- no Brasil é comum, pela história da pessoa (ex.: morador do 
sertão nordestino) e pelas péssimas condições de saúde 
expostas durante toda a vida encontrar o fenômeno do 
envelhecimento precoce. 
 
 Proteção internacional da pessoa idosa: 
- Declaração Universal dos Direitos do Homem: trata da velhice da pessoa idosa; 
- Protocolo Adicional à Convenção Americana de Direitos Humanos: protocolo 
adicional ao Pacto de São José da Costa Rica (também traz a proteção do idoso como 
marco); 
- 1º Plano de ação internacional de Viena sobre o envelhecimento: traz ações de 
proteção aos direitos da pessoa idosa; 
- 2º Plano de ação internacional de Madri sobre o envelhecimento: realizada em 2.002; 
- Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos: 
realizada em 2.015 – ainda não aprovada pelo Congresso Nacional brasileiro; 
- pontos específicos relevantes da Convenção: 
- princípio da primazia à norma mais favorável à pessoa 
humana = princípio hermenêutico que maximiza a proteção da 
pessoa idosa; 
- princípio da dignidade da pessoa humana = o idoso deve ser 
tratado como fim em si mesmo, jamais como meio para alcance 
de um fim (vedação ao utilitarismo); 
- princípio do protagonismo; 
- princípio da independência = garantir ao máximo a pessoa 
idosa que ela possa viver sem depender de ninguém; 
- princípio da autonomia = estabelecer as próprias regras de 
vida, ser o senhor das próprias escolhas; 
- princípio da participação e inclusão social plena e ativa; 
- princípio da solidariedade; 
- princípio do fortalecimento da proteção familiar e 
comunitária; 
 5 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 5 
 
 
- importante: há um sistema global e também sistemas regionais2 de proteção da 
pessoa idosa no âmbito supranacional; 
 
 Proteção Constitucional da Pessoa Idosa: 
- vedação ao preconceito em razão da idade (artigo 3º, inciso IV, CRFB/88); 
- proibição de discriminação de salário, exercício de função e critério de admissão em 
razão da idade3 (artigo 7º, inciso XXX, CRFB/88); 
- proteção da idade avançada pela Previdência Social4 (artigo 201, inciso I, CRFB/88); 
- proteção à velhice pela Assistência Social5 (artigo 203, inciso I, CRFB/88); 
- dever de cuidado dos filhos maiores em relação aos pais na velhice (artigo 223, 
CRB/88); 
- reconhecimento da vulnerabilidade e dever de solidariedade da família, sociedade e 
estado com respeito à autonomia e garantia de convivência familiar e transporte 
coletivo urbano gratuito para os idosos (artigo 230, §1º e 2º da CRFB/88); 
- posição do STF: na ADI 3.768 o Supremo decidiu que a norma do §2º do 
artigo 230 da CRFB/88 é de eficácia plena e imediata; 
 
ESTATUTO DO IDOSO – Lei 10.741/03 
 Introdução: 
- a Lei 10.741/03, também conhecida como Estatuto do Idoso, constitui um 
microssistema de proteção à pessoa idosa, trazendo disposições de direito material e 
também de direito processual buscando a proteção da pessoa idosa; 
- Estatuto do Idoso = normas de direito material+ normas de direito 
processual. 
- aplicação do Estatuto do Idoso = em caso de relações de trato sucesso o estatuto 
deve ser aplicado ainda que o negócio jurídico tenha sido celebrado antes da sua 
vigência; 
- STJ, REsp. 1.280.211  o Estatuto do Idoso tem aplicação imediata sobre 
todas as relações jurídicas de trato sucesso, ainda que firmadas 
anteriormente à sua vigência, por se tratar de norma cogente; 
- polêmica  o entendimento não é aplicável aos Planos de 
Saúde – está pendente de julgamento no STF (RE 630.852 – 
repercussão geral reconhecida – Tema 381); 
 
2 Exemplo: Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos. 
3 É crime submeter pessoa idosa ao trabalho excessivo ou incompatível com sua condição pessoal – 
artigo 99, caput do Estatuto do Idoso. 
4 Seguridade Social = saúde + previdência social + assistência social. A maior distinção entre a 
Previdência Social e a Assistência Social é o caráter contributivo da primeira. 
5 Exemplo de norma de proteção: benefício da prestação continuada. 
 6 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 6 
 
- o Estatuto do Idoso traz disposições que visam: 
- a proteção integral da pessoa idosa (maior amplitude possível dos direitos 
da pessoa idosa); 
- garantia da dignidade da pessoa idosa; 
- obrigação de não discriminação da pessoa idosa; 
- defesa da autonomia da pessoa idosa; 
- integração social da pessoa idosa; 
- participação social ativa; 
- criminalização da violência e de outras condutas discriminatórias aos 
idosos; 
- o Estatuto do Idoso possui muitos eixos: liberdade + dignidade + alimentação + vida + 
saúde + educação + moradia + trabalho + assistência social + assistência previdenciária 
+ cultura + esporte + lazer + turismo + transporte + proteção + conivência familiar + 
convivência comunitária + acesso à justiça + previsão de crimes e infrações 
administrativas contra o idoso; 
 
 Lei 8.842/94 – Política Nacional do Idoso: 
- a citada lei é muito importante no trato do tema; 
- o Decreto 1.948/96 regulamentava o tema – foi posteriormente revogado pelo 
Decreto 9.921/19; 
- objetivo da lei: assegurar os direitos sociais da pessoa idosa, criando condições para 
promover a sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade; 
- critério cronológico para definição da pessoa idosa: 60 anos; 
- a CRFB/88 não definiu a idade para a pessoa ser considerada idosa; 
- há previsão na Lei de Conselhos Nacionais, Estaduais e Municipais do Idoso: são 
órgãos permanentes, paritários e deliberativos; 
- competência dos Conselhos: supervisão, fiscalização e avaliação da 
política nacional do idoso; 
- conselhos = expressão da democracia participativa = participação social 
na formação das políticas públicas = mecanismo de legitimação das 
decisões estatais; 
- houve a extinção (via decreto) do Conselho Nacional do Idoso – 
posteriormente, após críticas, foi criada uma nova normativa – via decreto 
– do Conselho restringindo as suas funções  o modelo adotado 
atualmente é alvo de muita crítica; 
 
 Leis importantes sobre a política de proteção aos idosos: 
- Lei 8.212/91 (assistência social) + Lei 8.213/91 (previdência social) + Lei 8.742/93 
(LOAS) + Lei 9.029/95 (proteção na relação de emprego) + Lei 10.048/00 (prioridade no 
 7 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 7 
 
atendimento) + Código Civil + Código de Processo Civil + Código Penal + Código de 
Processo Penal; 
 
 Direitos básicos previstos no Estatuto do Idoso: 
- Liberdade + Respeito + Dignidade: são os fundamentos do direito de envelhecer, do 
direito de ter um envelhecimento digno; 
- tais direitos formam o tripé de sustentação dos princípios da proteção 
integral e da prioridade absoluta; 
- a criança, o adolescente e o jovem também merecem a proteção integral 
e a prioridade absoluta  neste ponto a previsão é Constitucional, 
devendo haver uma harmonização de compreensão das duas previsões 
normativas; 
- STJ, REsp 1.783.731/PR  não caracteriza discriminação abusiva das 
instituições financeiras impor restrições ao empréstimo consignado 
quando a soma da idade do cliente com o prazo do contrato for maior de 
80 anos  segundo a Corte, neste caso a discriminação possui um vínculo 
com a realidade se considerada a idade média a ser vivida por uma pessoa 
no Brasil (há um risco de inadimplência pela morte do contratante). 
Interessante observar que o artigo 96 do Estatuto do Idoso considera 
crime dificultar ou impedir o acesso do idoso a operações bancárias por 
motivo de idade. 
- segundo a Corte o critério etário foi utilizado de forma 
adequada, razoável e respeitoso aos princípios da igualdade e 
da dignidade da pessoa humana; 
- outro argumento utilizado foi o da preocupação com o 
superindividamento da pessoa idosa; 
- há uma grande facilitação por parte da instituição financeira 
no que tange à contratação do crédito consignado – é 
facilmente feito pelo idoso; 
- o julgado entendeu que o idoso tem outras possibilidades de 
disponibilização de crédito; 
- direito à alimentação: é um direito social previsto no artigo 6º e no artigo 229 da 
CRFB/88; 
- o Código Civil também traz obrigações alimentares aplicáveis à pessoa 
idosa; 
- dever alimentar: decorre do parentesco e também do dever de 
solidariedade familiar; 
- o dever alimentar na linha reta não tem limites – na linha colateral ele 
somente vai até o segundo grau; 
 8 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 8 
 
- a obrigação alimentar é uma obrigação solidária (artigo 12 do Estatuto do 
Idoso)  a norma busca uma maior efetividade da realização da obrigação 
alimentar; 
- na ausência ou impossibilidade da família o dever de fornecimento de 
alimentação é do estado (responsabilidade de maneira supletiva)  regra 
prevista no artigo 14 do Estatuto do Idoso e executada nas formas da 
Assistência Social; 
- possibilidade de transação alimentar: a obrigação alimentar pode ser 
transacionada perante o Ministério Público ou perante o Defensor Público 
(acordo de alimentos)  a normativa está prevista no artigo 13 do Estatuto 
do Idoso; 
- direito à vida e à saúde: o artigo 9º do Estatuto diz que a garantia da vida e da saúde 
é um dever do estado, exigindo uma destinação privilegiada de recursos públicos para 
o cuidado da saúde da pessoa idosa; 
- o idoso deve ter prioridade de acesso à rede de serviço de saúde (artigo 
3º, §1º, incisos I, III e VII do Estatuto do Idoso); 
- o acesso à saúde se dá pelo SUS (Sistema Único de Saúde); 
- há uma super prioridade/prioridade especial para o idoso igual ou maior 
de 80 anos (artigo 15 do Estatuto do Idoso6); 
- a responsabilidade pela saúde é solidária entre a União, Estados e 
Municípios  STF, RE 855178 – Tema 793; 
- a pessoa idosa tem o direito de estar acompanhada (direito a 
acompanhante) – independente da gravidade da situação e em tempo 
integral; 
- única exceção: recomendação médica (ex.: Covid-19) - 
- serviços de saúde (públicos e privados) são obrigados a comunicar à 
autoridade sanitária e a outras autoridades qualquer suspeita de violência 
contra o idoso; 
- direito à educação: sem educação é impossível usufruir e reivindicar os demais 
direitos; 
- o artigo 20 do Estatuto do Idoso prevê que a educação é direito de todos 
e dever do estado e da família – devendo inclusive estar disponível a quem 
não teve acesso na idade adequada; 
- o poder público deve apoiar a criação de universidade abertas da terceira 
idade  é uma excelente formade garantir o acesso à universidade para 
as pessoas idosas; 
- os meios de comunicação também devem informar a todos sobre o 
processo de envelhecimento para colaborar com a eliminação do 
preconceito (artigo 24 do Estatuto do Idoso)7; 
 
6 O artigo também estabelece várias diretrizes para a saúde. 
 9 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 9 
 
- direito à moradia: é um direito social previsto constitucionalmente; 
- o poder público deve criar condições para que as pessoas menos providas 
de recursos financeiros possam ter possibilidade de se estabelecer e morar 
bem – de maneira digna; 
- a pessoa idosa (princípio da autonomia) pode escolher se quer 
permanecer no seio da família ou se quer ficar desacompanhada – pode 
ainda decidir ser internada em uma instituição pública ou privada 
responsável pelo cuidado dos idosos; 
- idoso sem condições de se manter ou ser mantido pela família  pode 
pleitear do poder público o direito de ser acolhido em local público 
destinado a tal (ou até mesmo em local particular as expensas do estado); 
- viver em ILPI (Instituição de Longa Permanência para o Idoso) é exceção 
 em regra o idoso deve viver com a família8 ou sozinho (caso opte e 
tenha capacidade para tal); 
- em caso de encaminhamento para uma I.L.P.I., sendo esta definida como 
filantrópica por lei, pode a instituição cobrar até 70% do que o idoso 
recebe de benefício para ajudar no custeio da estadia do idoso; 
- requisitos de retenção: instituição filantrópica; 
- limite da retenção: até 70% do benefício do idoso; 
- há modalidades de prestação de serviços não asilares – o idoso continua 
em sua moradia (ou de sua família)  tais mecanismos de atendimento 
devem ser priorizados em relação ao atendimento em uma instituição de 
longa permanência. Citam-se exemplos: 
- centros de convivência; 
- centros de cuidados diurnos; 
- casa-lar; 
- oficina abrigada; 
- atendimento domiciliar; 
- artigo 98 do Estatuto do Idoso  abandonar pessoa idosa em instituição 
de longa permanência para o idoso é crime; 
- prioridade da aquisição de imóvel em programas habitacionais  tais 
programas devem privilegiar o idoso, dando-lhe condições especiais e 
preferências na aquisição de imóveis; 
 
- direito ao trabalho: é garantido o direito ao trabalho na Constituição da República 
Federativa do Brasil e também no Estatuto do Idoso – não pode haver discriminação 
em função da idade; 
 
7 Dever de esclarecer o processo de envelhecimento do ponto de vista positivo = destruindo o estigma 
de que a pessoa idosa é uma pessoa incapaz, sem autonomia, um peso para sociedade. 
8 A convivência familiar é um direito da pessoa idosa. 
 10 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 10 
 
- artigo 26 do Estatuto do Idoso: veda a discriminação labora em função da 
idade, mas admite a possibilidade de discriminação justificada9 – quando a 
natureza do cargo a justificar; 
- segundo o artigo 27 do Estatuto do Idoso a idade é regra de desempate 
em concurso público; 
- artigo 100 do Estatuto do Idoso: prevê o crime de discriminação de 
pessoa idosa no acesso ao trabalho (no geral); 
- direito à assistência social: a assistência social é prestada sem o regime retributivo – o 
assistido não deve prestar nenhuma contraprestação financeira para usufruir de tais 
benefícios; 
- a assistência social traz como objetivo a proteção à velhice; 
- Benefício da Prestação Continuada: integra o SUAS (proteção social 
básica) e é regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 
8.742/93)  o benefício (BPC) é uma importante forma de concretização 
prática do direito ao mínimo existencial aos idosos; 
- a assistência social tem a miserabilidade como justificativa10; 
- STF, ADI 1.232  o STF reconheceu a inconstitucionalidade11 da previsão 
do artigo 20, §3º da LOAS no que tange à necessidade de “renda per capita 
igual ou inferir a ¼ do salário mínimo”; 
- na Reclamação 4.374/2013 o STF declarou a inconstitucionalidade da 
limitação de renda imposta pelo §3º do artigo 20 da LOAS (renda per capita 
de ¼ do salário mínimo); 
- fundamentação: princípio da proibição da proteção deficiente 
+ processo de inconstitucionalização da norma em função das 
mudanças sociais e normativas + omissão inconstitucional 
parcial do poder público (dever de complementar 
corretamente a CRFB/88); 
- após o julgamento o “fator renda” é apenas um dos critérios a 
serem utilizados na análise do benefício; 
- o §11º do artigo 20 da LOAS (acrescido pela Lei 13.146/15) 
passou a autorizar outros critérios de avaliação da 
miserabilidade além da renda12; 
- direito ao esporte, à cultura e ao lazer: há o diferencial (artigo 23 do Estatuto do 
Idoso) de concessão de desconto de 50% do valor do ingresso ao idoso em algumas 
 
9 Discriminação positiva  busca a proteção da pessoa idosa. 
10 A condição de vulnerabilidade da pessoa idosa. 
11 Agradecimentos ao colega Dr. Luiz Eduardo (delegado de polícia do Distrito Federal) pela correção – 
na versão inicial da apostila constava o termo “constitucionalidade” de forma equivocada. 
12 Se a renda for inferior a ¼ do salário mínimo a presunção de miserabilidade é absoluta. Caso a renda 
seja superior, a miserabilidade é apenas relativamente presumida – devendo ser provada por outros 
critérios que justifiquem a concessão do benefício. 
 11 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 11 
 
atividades: eventos esportivos + artísticos + culturais + expositivos + de lazer + com 
acesso preferencial; 
- transporte público coletivo: o transporte gratuito busca concretizar uma condição 
mínima de mobilidade ao idoso e facilitar sua participação social; 
- gratuidade do transporte coletivo urbano gratuito: garantido ao maior 
de 65 anos pela CRFB (artigo 230, §2º); 
- artigo 39, §3º do Estatuto do Idoso: caso a legislação local opte, tal idade 
pode ser reduzida para 60 anos de idade; 
- segundo o STF a iniciativa legislativa neste caso é do Poder 
Executivo ou da Câmara Municipal (STF, Re 702.848/SP). 
- artigo 39 do Estatuto do Idoso: estendeu a gratuidade para o transporte 
coletivo semiurbano (transporte urbano + transporte rural), mas deixou de 
fora os modelos especiais e seletivos prestados paralelamente aos serviços 
regulares; 
- segundo o STF essa previsão não ofende a isonomia e é 
constitucional (STF, ADI 3.768/DF). 
- transporte coletivo interestadual rodoviário, ferroviário e aquático: o 
artigo 40 do Estatuto do Idoso e o Decreto 5.934/06 (revogado pelo 
Decreto 9.921/19) trazem a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo 
para o idoso com renda igual ou inferior a dois salários mínimos e 50% de 
desconto – no mínimo – do valor das passagens ao idoso que excederem 
aquele limite e também tenha renda baixa; 
- regra: dois primeiros idosos de baixa renda (100% desconto) + 
próximos idosos de baixa renda (mínimo 50% de desconto) = é 
sempre necessário ter renda igual ou inferior a dois salários 
mínimos. 
- STJ, REsp. 1.543.465/RS13: segundo a Corte tais vagas gratuitas 
por veículo para idosos não se limita ao valor das passagens, 
abrangendo eventuais custos relacionados diretamente com o 
transporte, em que se incluem as tarifas de pedágios e de 
utilização de terminais14; 
 STJ  gratuidade ampla passagem + tarifa de pedágio + 
tarifa de utilização de terminais; 
- transporte aéreo: não é aplicada a normativa que dá benefícios para a 
pessoa idosa; 
- transporte intermunicipal: depende de lei estadual regulamentando o 
tema; 
 
13 Julgado em 04/12/2019. 
14 A previsão em sentido do contrário do Decreto foi reconhecida como ilegal por “excesso de 
regulamentação”. Vale ressaltar que o Decreto 9.921/19 repetiu (inacreditavelmente) a disposição 
considerada ilegal presente no Decreto 5.934/06 – há no caso previsão de ilegalidade do novo decreto. 
 12 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 12 
 
- inobservância da regra de gratuidade: pode caracterizar o crime previsto 
no artigo 96 do Estatuto do Idoso; 
 
 Pessoas idosas em situação de vulnerabilidade: 
- medidas protetivas em favor da pessoa idosa: 
- base legal: artigos 229 e 230 da CRFB/88 + artigos 2º, 3º e 10º do Estatuto 
do Idoso + disposições esparsas na Lei 8.842/94 (Política Nacional do 
Idoso); 
- possibilidade de incidência15 (artigo 43 do Estatuto do Idoso): 
- ação ou omissão do estado ou sociedade; 
- falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de 
atendimento; 
- em razão de sua condição pessoal; 
- presunção de vulnerabilidade: não é possível presumir a vulnerabilidade 
em abstrato – apenas em função da idade – devendo ela ser sempre 
analisada no caso concreto; 
- rol de medidas protetivas16 (artigo 45 do Estatuto do Idoso): 
- inciso I -> encaminhamento à família ou curador, mediante 
termo de responsabilidade; 
- inciso II -> orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
- inciso III -> requisição para tratamento de saúde, em regime 
ambulatorial, hospitalar ou domiciliar; 
- inciso IV -> inclusão em programa oficial ou comunitário de 
auxílio, orientação e tratamento a usuários dependentes de 
drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua 
convivência que lhe cause perturbação; 
- inciso V -> abrigo (acolhimento) em entidade; 
- inciso VI -> abrigo (acolhimento) temporário; 
- podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente; 
- podem ser substituídas a qualquer tempo – sempre que necessário; 
- acolhimento institucional = sempre exceção  primazia no atendimento 
no âmbito da família; 
- poder geral de cautela do magistrado  pode ser aplicada qualquer 
outra medida que o magistrado entender pertinente e hábil a realizar a 
defesa do direito do idoso  rol legal exemplificativo17; 
 
 
15 Situações que autorizam a incidência de medidas protetivas de urgência em favor do idoso. 
16 Rol exemplificativo. 
17 Exemplo: prisão preventiva para garantir a execução das medidas protetivas de urgência. 
 13 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 13 
 
 Entidades de atendimento: 
- importante: tanto o atendimento em Instituições de Longa Permanência de Idosos 
(ILPI) quanto o atendimento não asilar agora serão tratados pelo Decreto 9.921/19; 
- inscrição dos programas: as entidades de atendimento (todas) devem ter seus 
programas inscritos na Vigilância Sanitária e no Conselho Municipal do Idoso – na falta 
de Conselho Municipal do Idoso a inscrição deve ser dar no Conselho Estadual do Idoso 
ou Conselho Nacional do Idoso; 
 entidades de atendimento  inscrição dos programas  Vigilância 
Sanitário + Conselhos; 
- fiscalização: as entidades sofrem fiscalização do Ministério Público, da Vigilância 
Sanitária e também pelos Conselhos; 
- penalidades: estão previstas no artigo 55 do Estatuto do Idoso – há previsão de 
sanções graves (ex.: bloqueio de verbas públicas destinadas; afastamento do 
dirigente); 
 
 Ministério Público: 
- atuação: o Ministério Público tem uma atuação muito ativa tanto na apuração 
quanto na responsabilização por infração ao Estatuto do Idoso; 
- forma de atuação: o órgão pode atuar tanto como parte tanto como fiscal da ordem 
jurídica; 
 vários julgados do STJ: o Ministério Público tem legitimidade para 
ajuizar ação civil pública com o objetivo de assegurar os interesses 
individuais indisponíveis18, difusos ou coletivos em relação aos idosos, 
mesmo quando a ação vise à tutela de pessoa individualmente 
considerada; 
- uma das funções institucionais do Ministério Público é a tutela dos direitos/interesses 
do idoso; 
- há um enorme rol de atribuições do Ministério Público no Estatuto do Idoso; 
- não é qualquer demanda judicial em que atue o idoso que atrai a atuação do 
Ministério Público – a presunção de incapacidade da pessoa idosa não é aceita no 
nosso ordenamento jurídico; 
- a intervenção do Ministério Público está condicionada à demonstração 
de uma situação real de risco do idoso; 
- o Ministério Público tem papel importantíssimo na fiscalização das entidades de 
atendimento previstas no Estatuto do Idoso; 
 
 Tutela judicial: 
 
18 Defendo que o modelo de tutela de direitos individuais indisponíveis afasta o microssistema de tutela 
coletiva – principalmente no que tange à aplicação da sistemática das custas processuais. 
 14 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 14 
 
- omissão do Estatuto do Idoso: o Estatuto do Idoso não tratou de forma minuciosa a 
tutela dos direitos nele previstos; 
- por força do artigo 93 do Estatuto do Idoso deve ser aplicada a Lei de 
Ação Civil Pública (Lei 7.347/85)  deve ser aplicada toda a sistemática 
trazida pelo microssistema de tutela coletiva; 
- todo o instrumental previsto no sistema brasileiro é aplicável na tutela da 
pessoa idosa; 
- astreintes: multa fixada pela hipótese de descumprimento de obrigação de fazer 
determinada judicialmente; 
- as astreintes são destinadas ao Fundo do Idoso que existir no Município – 
ou para o Fundo de Assistência Social no município que não tiver 
regulamentado o Fundo do Idoso; 
- STJ, Resp. 1.801.884  a prioridade na tramitação processual19, nos termos do 
artigo 71 do Estatuto do Idoso e 1.048 do Código de Processo Civil deve ser requerida 
pelo próprio idoso, parte legítima para postular o benefício mediante prova de idade – 
e não pela parte contrária; 
- particularidade do inquérito civil: o Estatuto do Idoso estabelece prazo distinto para a 
resposta à requisição de informações e perícias – prazo de 10 dias corridos (artigo 92); 
- a Lei de Ação Civil Pública fala em 10 (dez) dias úteis; 
- Estatuto do Idoso = 10 dias corridos - 
- LACP = 10 dias úteis - 
- legitimados ativos: o rol de legitimados está previsto no artigo 81 do Estatuto do 
Idoso; 
- devem ser acrescentados ao rol: 
- sindicatos; 
- Defensoria Pública; 
- entidades e órgãos da administração pública (defesa dos 
idosos); 
STJ, Edcl no REsp. 1.712.163  reconheceu a possibilidade de 
atuação da Defensoria Pública como custos vulnerabilis20; 
 
 Crimes definidos no Estatuto do Idoso: 
- natureza dolosa: todos os delitos previstos no Estatuto são dolosos – não se admite a 
modalidade culposa; 
- artigo 94 do Estatuto: prevê a aplicação da Lei dos Juizados Especiais Criminais para 
os crimes com pena de até 4 (quatro) anos; 
 
19 A prioridade deve se dar sempre em benefício da pessoa idosa. 
20 Fiscal da pessoa em situação de vulnerabilidade – tem um alcance maior do que a atuação da 
Defensoria Pública como amicus curiae. 
 15 
 
Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindonas redes 
sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 15 
 
- STF, ADI 3.096  deu interpretação conforme ao dispositivo para afirmar 
que apenas o procedimento sumaríssimo da Lei dos Juizados Especiais 
Criminais deve ser aplicado nos casos em que as penas suplantarem o 
padrão de 2 (dois) anos, permitindo uma punição mais célere, mas 
vedando a aplicação de institutos despenalizadores (ex.: transação penal) 
de forma extensiva  a lei buscou proteger a pessoa idosa; 
- acordo de não persecução penal: atendidas as exigências do artigo 28-A do Código 
de Processo Penal o promotor de justiça pode oferecer o acordo de não persecução 
penal mesmo no caso da vítima do crime ser pessoa idosa – a princípio não há 
nenhuma vedação, privilegiando inclusive a reparação do dano e restituição da coisa à 
vítima;

Outros materiais