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CONSTITUCIONAL - PODER CONSTITUINTE DERIVADO

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Prévia do material em texto

1 
 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO: ........................................................................... 3 
2. PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR: ..................... 3 
2.1. LIMITES: ............................................................................. 3 
2.2. PODER DE REFORMA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: .............. 5 
2.3. PROCEDIMENTO DE ELABORAÇÃO DE EMENDA 
CONSTITUCIONAL: ...................................................................... 5 
2.3.1. Iniciativa: ........................................................................ 5 
2.3.2. Limitação Circunstancial: .................................................. 6 
2.3.3. Tramitação (Limitação formal): ......................................... 7 
2.3.4. Promulgação pelas mesas: ................................................ 8 
2.3.5. Irrepetibilidade: ............................................................... 9 
2.3.6. Cláusulas Pétreas: ............................................................ 9 
2.4. PROCEDIMENTO DE REVISÃO: ........................................... 14 
3. PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE: .................... 15 
3.1. LIMITES: ........................................................................... 16 
3.2. DISTRITO FEDERAL: .......................................................... 17 
3.3. MUNICÍPIOS:..................................................................... 18 
 
 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
3 
 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
1. INTRODUÇÃO: 
Meus caros, o poder constituinte derivado (instituído, constituído, secundário, de 
segundo grau, remanescente) é derivado, como o próprio nome diz, do poder constituinte 
originário (já tratado em caderno separado). 
Ao contrário do poder constituinte originário, o derivado não é inicial, ilimitado ou 
mesmo incondicionado. Na verdade, deve obedecer às regras colocadas e impostas pelo 
originário, ou seja, ele é limitado e condicionado aos parâmetros já impostos pelo originário. 
Dito isso, devemos saber que o Poder Constituinte Derivado se divide em 
REFORMADOR ou DECORRENTE. Vejamos um a um. 
 
2. PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR: 
É aquele encarregado de reformar a Constituição. 
Trata-se de um procedimento que deverá, necessariamente, observar a imposição de 
limites e condicionalidades. BURDEAU o submeteu à constituição, afirmando sua 
impossibilidade de alterar todo seu texto sob pena de usurpar espaço e poder do Poder 
Originário. 
No Brasil, teremos 2 espécies de poder derivado reformador, sendo que “REFORMA” 
é o gênero do qual são espécies a Revisão e as Emendas. As primeiras são reformas globais 
ou gerais do texto, já as segundas são reforma pontuais (por pontos ou temas). 
 
Como já dito, o poder constituinte derivado se submete a limites impostos 
originariamente. Sendo assim, vejamos os limites ao poder constituinte originário 
reformador: 
 
2.1. LIMITES: 
1) TEMPORAL: Impede o poder derivado reformador (PCDR) de se manifestar em 
determinado lapso temporal. Para a corrente majoritária, não há limitações 
temporais no caso do PCDR via emendas (Art. 60, CF). Todavia, foi estabelecido 
limite temporal para o PCDR via revisão, conforme o Art. 3º do ADCT. 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
4 
 
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, 
contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria 
absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
 
2) CIRCUNSTANCIAL: Em determinadas circunstâncias, não será possível 
alterações feitas pelo PCDR. Aqui temos a inteligência do Art. 60, §1º da CF: 
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
 
3) FORMAL OU PROCEDIMENTAL: O poder originário consagra um procedimento 
próprio para que opere as alterações (vamos detalhar em breve). 
 
4) MATERIAL: Normas que impossibilitam a inserção de matérias na constituição 
ou que impedem a supressão. Essa limitação está atrelada à ideia da existência 
das chamadas cláusulas pétreas (intangíveis). Conforme o Art. 60, §4º: 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente 
a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 
Vamos detalhar tudo isso em breve, mas aqui neste ponto já gostaria que você ficasse 
atento a algumas observações já com intuito de verticalizar o nosso grau de conhecimento 
na matéria. 
 
OBS1: Temos cláusulas pétreas que são implícitas (estas do Art. 60 são explícitas, 
por óbvio). Ok, eu sei que você sabia disso, mas é sempre importante lembrar disso. 
 
OBS2: LEGITIMIDADE DAS CLÁUSULAS PÉTREAS: 
Meus caros, neste ponto temos 3 correntes discutindo a legitimidade ou não dessas 
cláusulas conforme o professor português JORGE MIRANDA: 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
5 
 
1ªC: ILEGÍTIMAS. O povo sempre tem o direito de mudar. 
 
2ªC: LEGÍTIMAS E INSUPERÁVEIS. 
 
3ªC: São LEGÍTIMAS, mas SUPERÁVEIS, com base no poder constituinte 
evolutivo, através do procedimento de dupla revisão. 
O poder constituinte evolutivo é o poder de modificar as cláusulas pétreas. E, para 
as cláusulas expressas, o poder evolutivo se manifesta através da DUPLA REVISÃO. 
A dupla revisão visa modificar a cláusula através de 2 emendas. 
 
Todavia, no Brasil adotamos a segunda corrente sendo as cláusulas pétreas 
insuperáveis. 
 
2.2. PODER DE REFORMA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: 
Temos aqui que observar três grandes pontos: 
a) Procedimento de elaboração de EC (Arts. 59, I e 60); 
b) Procedimento de revisão (Art. 3º do ADCT); 
c) Tratados de Direitos Humanos. 
Abordaremos os 2 primeiros neste caderno. 
 
2.3. PROCEDIMENTO DE ELABORAÇÃO DE EMENDA CONSTITUCIONAL: 
Conforme o Art. 59, CF: 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição 
 
Perceba, portanto, que a emenda constitucional é fruto do processo legislativo, ou 
seja, é poder constituído. Inclusive, tem-se denominado o conjunto de Emendas 
constitucionais como DIREITO CONSTITUCIONAL SECUNDÁRIO. 
 
2.3.1. Iniciativa: 
Aqui devemos buscar o teor do Art. 60, CF (lembre-se que é uma limitação formal): 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
6 
 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados 
ou do Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de 
seus membros. 
 
Uma primeira observação relevante é que não há aqui iniciativa popular. 
Todavia, o professor JOSÉ AFONSO DA SILVA entende que é possível (exponha o 
pensamento do professor numa segunda fase, pois, em regra, a primeira realmente buscará 
o texto da CF que não aponta iniciativa popular). 
 
Outro ponto relevante é que NÃO HÁ previsão expressa de iniciativa privativa 
de EC. Portanto, não se aplica às Emendas o Art. 61, §1º da CF por analogia. Cuidado com 
isso! 
 
ATENÇÃO: O STF entende que as emendas à constituição estadual devem respeitar 
a iniciativa privativa do governador. Esse entendimento foi exposto na ADI 5075/DF. 
Vejamos: 
O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional dispositivo de emenda à 
Constituição do Estado de Rondônia segundo a qual a Polícia Civil deve ser dirigida por 
delegado de polícia de carreira “da classe mais elevada”. No caso, julgado na Ação Direta 
de Inconstitucionalidade (ADI) 5075, foi adotado o entendimento de que a iniciativa para 
legislarsobre a escolha do diretor-geral da Polícia Civil é do governador do 
Estado, não da Assembleia Legislativa. 
 
 
2.3.2. Limitação Circunstancial: 
Meus caros, o §1º do Art. 60 apresenta as limitações de cunho circunstancial, como 
já apresentamos: 
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
7 
 
2.3.3. Tramitação (Limitação formal): 
Temos aqui outra limitação formal ao procedimento de elaboração de 
emendas. Conforme o Art. 60, §2º: 
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em 
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
 
Não é nem preciso dizer que você tem que decorar esse dispositivo, pois é um dos 
mais rebatidos e importantes. Façamos algumas observações relevantes: 
 
OBS1: O quórum de 3/5 não é o maior do processo legislativo. Vejamos, por 
exemplo, o Art. 29 e 32: 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, 
com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por DOIS TERÇOS 
dos membros da Câmara Municipal (...). 
 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-
se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de 
dez dias, e aprovada por DOIS TERÇOS da Câmara Legislativa (...). 
 
OBS2: Os dois turnos de votação podem ser no mesmo dia? 
Essa é uma discussão interessante e vamos entender como tem sido a interpretação: 
 
1) Por uma interpretação TELEOLÓGICA (finalística), seria impossível. A finalidade 
da norma é permitir ao parlamentar o amadurecimento quanto àquela questão 
além de permitir a mobilização popular. 
 
2) Por uma interpretação sistemática, igualmente. Tendo em vista outros processos 
(Art. 29 – Lei orgânica) que há intervalos de votação, a lógica seria a mesma a 
partir de uma sistematicidade do ordenamento. 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
8 
 
TODAVIA, o STF entende que não há inconstitucionalidade formal em havendo 
votação sem intervalo (ADI 4425). Veja, portanto, que o STF adotou uma interpretação 
LITERAL do dispositivo. 
Vejamos: 
A Constituição Federal de 1988 não fixou um intervalo temporal mínimo 
entre os dois turnos de votação para fins de aprovação de emendas à 
Constituição (CF, art. 62, §2º), de sorte que inexiste parâmetro 
objetivo que oriente o exame judicial do grau de solidez da vontade 
política de reformar a Lei Maior. A interferência judicial no âmago do 
processo político, verdadeiro locus da atuação típica dos agentes do 
Poder Legislativo, tem de gozar de lastro forte e categórico no que 
prevê o texto da Constituição Federal. Inexistência de ofensa formal à 
Constituição brasileira. 
 
OBS3: A casa revisora poderá fazer modificações no texto da PEC. Se modificado de 
forma substancial, o projeto volta à casa iniciadora para nova votação. Não havendo 
mudança substancial, não há necessidade de retorno. 
 
OBS4: No processo legislativo em geral, vigora o princípio da PREVALÊNCIA DA CASA 
INICIADORA podendo derrubar as mudanças da casa revisora, sendo assim promulgado. 
CUIDADO: Não se aplica ao procedimento de EC! 
 
2.3.4. Promulgação pelas mesas: 
Meus caros, aqui temos outra limitação formal. Vejamos o Art. 60, §3º: 
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas MESAS DA 
CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL, com o 
respectivo número de ordem. 
 
OBS1: AS emendas de revisão foram promulgadas pela mesa do CONGRESSO 
NACIONAL e não pelas mesas da Câmara e do Senado. 
 
OBS2: Não há procedimento de sanção ou veto presidencial. 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
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2.3.5. Irrepetibilidade: 
Conforme o Art. 60, §5º: 
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida 
por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma 
sessão legislativa. 
 
Cuidado para não confundir com o Art. 67, CF que trata dos casos de irrepetibilidade 
de projetos de lei. 
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá 
constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, 
mediante proposta da maioria absoluta dos membros de 
qualquer das Casas do Congresso Nacional. 
 
OBS: Em tese, é possível ser apresentada em sessão extraordinária no mesmo ano 
civil, pois seriam sessões distintas. 
O STF entendeu assim quanto às leis na ADI 2010. 
 
2.3.6. Cláusulas Pétreas: 
Aqui temos o conhecido rol do Art. 60, §4º da CF: 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente 
a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 
Esse rol também é um rol de preceitos fundamentais em se tratando de ADPF. Além 
disso, são verdadeiros vetores hermenêuticos. 
 
OBS1: Não são hierarquicamente superiores aos demais. 
 
OBS2: República e presidencialismo não constam do rol e poderiam até ter sido 
abandonados (Art. 2º do ADCT). 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
10 
 
#REAL ALCANCE DO ART. 60, §4º: 
O STF já decidiu que a proteção dada pelas cláusulas pétreas a determinadas 
matérias não é absoluta, mas diz respeito apenas ao NÚCLEO ESSENCIAL. Neste sentido: 
ADI 2024; MS 23047. 
A “forma federativa de Estado” – elevado a princípio intangível por 
todas as constituições da República – não pode ser conceituada a partir 
de um modelo ideal e apriorístico de federação, mas, sim, daquele que 
o constituinte originário concretamente adotou e, como o adotou, 
erigiu em limite material imposto às futuras emendas à constituição; 
de resto as limitações materiais ao poder constituinte de forma, 
que o Art. 60, §4º, da Lei Fundamental anumera, não 
significam a intangibilidade literal da respectiva disciplina na 
constituição originária, mas apenas a PROTEÇÃO DO NÚCLEO 
ESSENCIAL dos princípios e institutos cuja preservação nelas 
se protege (ADI 2024). 
 
O texto da constituição pode ser repartido em algumas partes com o objetivo de 
entendermos melhor o que quer dizer a CF: 
 
a) “não será objeto de DELIBERAÇÃO”: Isto abre a possibilidade de um controle 
judicial de constitucionalidade PREVENTIVO (assunto estudado em controle de 
constitucionalidade). 
 
b) “proposta de EMENDA”: As cláusulas pétreas impedem apenas PEC’s mas não 
invalida uma norma originária, pois não é aceita, no Brasil a teoria das normas 
constitucionais inconstitucionais. 
 
c) “tendente a ABOLIR”: A modificação deve provocar uma restrição ao NÚCLEO 
ESSENCIAL da cláusula. 
 
Vejamos agora as cláusulas em espécie: 
 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
11 
 
1- FEDERAÇÃO: 
A federação é INDISSOLÚVEL, sendo vedada a secessão. 
 
OBS: A EC 15/96 mudou a redação do Art. 18, §4º modificando uma competência 
legislativa que era exclusiva dos Estados e passou a ser comum dos Estados e da União. 
O STF decidiu pela possibilidade da mudança (ADI 2381). 
 
2- VOTO DIRETO, SECRETO, UNIVERSAL E PERIÓDICO: 
Observe que o voto obrigatório não é cláusula pétrea e pode ser extinto. 
O voto periódico protege de forma indireta a REPÚBLICA (que não é cláusula pétrea). 
 
3- SEPARAÇÃO DOS PODERES: 
Os pormenores não estão petrificados, conforme jurisprudência do STF. 
A EC 45 trouxe a súmula vinculante (Art. 13-A) e o efeito vinculante das decisões 
de controle abstrato. Esta vinculação atinge os órgãos do judiciário e a administração pública 
direta e indireta. 
 
O STF entendeu que não fere o núcleo essencial da cláusula em análise. 
 
OBS: O texto originário da CF previu uma exceção a esta cláusula no plebiscito da 
monarquia e do parlamentarismo no Art.2º do ADCT: 
Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de 
plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema 
de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar 
no País. 
 
4- DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS: 
Vamos então falar sobre o real alcance desta cláusula pétrea e se prepare para 
elaborar uma excelente discursiva . Aqui, temos 2 correntes: 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
12 
 
1ª CORRENTE: É a chamada corrente RESTRITIVA. Para ela, apenas os direitos e 
garantias INDIVIDUAIS são protegidos pela cláusula pétrea, adotando, assim, uma 
interpretação LITERAL do dispositivo. 
 
2ª CORENTE: É a chamada corrente AMPLIATIVA. Para ela, não apenas os direitos 
individuais são protegidos, mas sim todo o corpo de DIREITOS FUNDAMENTAIS (incluídos 
os individuais e coletivos). 
Esta segunda corrente se divide em duas: 
 
a) Direitos fundamentais FORMAIS: Tudo o que for formalmente direito 
fundamental terá a proteção da cláusula. 
 
b) Direitos fundamentais MATERIAIS: Apenas o que for materialmente 
fundamental, ou seja, ligado à dignidade da pessoa humana, é abrangido pela 
proteção da cláusula. 
 
#POSICIONAMENTO DO MINISTRO CARLOS AYRES DE BRITO: 
O ministro e professor aplica aqui os princípios da hermenêutica para entender 
qual corrente seguir. 
Como é conhecido de todos, na hermenêutica o que é REGRA se interpreta 
ampliativamente, já o que é EXCEÇÃO a interpretação é restritiva. 
 
Tomados esses pressupostos, temos que a REGRA é a da supremacia da constituição, 
da continuidade do texto constitucional, enquanto a EXCEÇÃO é a mudança, ou seja, o 
poder de reforma. 
 
Assim, como as cláusulas pétreas servem para IMPEDIR A MUDANÇA e manter o 
texto, devem ser interpretadas de forma AMPLIATIVA. Seria adequado, portanto, adotar 
a segunda corrente. 
 
#SOMENTE O ART. 5º É PROTEGIDO? 
NÃO! Os direitos e garantias fundamentais não se exaurem no Art. 5º da CF. 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
13 
 
#TUDO O QUE ESTÁ NO ART. 5º É PROTEGIDO? 
Depende da corrente adotada. 
Parece ideal adotar a 2ª corrente material, portanto, nem tudo o que está no Art. 5º 
seria protegido. 
 
OBS: Já houve restrição a direitos fundamentais (Art. 7º) sem ter sido declarada a 
inconstitucionalidade. Vejamos dois exemplos: 
 
a) EC 20/98: atingiu o Art. 7º, XII da CF; 
b) EC 53/06: atingiu o Art. 7º, XXIX da CF. 
 
Você deve saber também que não se deve confundir o direito material fundamental 
com a forma de prestação deste direito fundamental. 
Exemplo: Direito À saúde. Pode-se acabar com o SUS que é a forma de prestação 
deste direito. 
 
OBS: O Art. 153, §2º, II da CF foi revogado pela EC 20 e o STF decidiu pela 
constitucionalidade (RE 372.600 – 2003). Assim, poderia imunidade tributária ser suprimida, 
pois não é cláusula pétrea. Destaque-se, entretanto, que este raciocínio não se aplica à 
imunidade recíproca. 
Mas cuidado: O STF mais RECENTEMENTE decidiu que as imunidades “têm o teor 
de cláusulas pétreas, expressões de direitos fundamentais, na forma do Art. 60, 
§4º da CF” (RE 636.941, pleno, 2014). 
 
5- CLÁUSULAS PÉTREAS IMPLÍCITAS: 
Deixo aqui os precedentes do STF: ADI 829; ADI 830 e ADI 833, todas admitindo 
cláusulas pétreas implícitas. 
São cláusulas pétreas implícitas: 
 
a) Titular do poder constituinte; 
b) Órgão exercente do poder de reforma; 
c) Procedimento de elaboração de EC; 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
14 
 
Neste ponto, cabe uma indagação: o rol de cláusulas pétreas é, em si 
mesmo, uma cláusula? 
Já dissemos que é vedada a dupla revisão, sendo o rol impossível de ser reduzido. 
Quanto ao aumento, teríamos na verdade um falso limite jurídico. 
 
OBS1: É possível ampliar o rol para INCLUIR UMA IMPLÍCITA. 
 
OBS2: Não confundir a ampliação do rol com a ampliação do alcance de uma 
determinada cláusula. 
 
d) Dignidade da pessoa humana; 
e) Fundamentos e Objetivos da República; 
f) Instituição do Ministério Público; 
g) Mecanismos de democracia direta; 
h) Democracia. 
Neste ponto, o ministro Carlos Ayres diz que a democracia não é cláusula pétrea, 
pois estas existem para protegê-la. A democracia é mais importante que as 
cláusulas pétreas. 
 
Meus amigos, vamos passar agora ao estudo do procedimento de revisão: 
 
2.4. PROCEDIMENTO DE REVISÃO: 
Já mencionamos aqui o Art. 3º do ADCT, mas vejamos novamente: 
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, 
contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria 
absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
 
Neste procedimento, temos limites também: 
 
a) Limitação temporal: O texto exige 5 anos; 
b) Limitação formal: Maioria absoluta em sessão UNICAMERAL. Temos aqui um 
procedimento mais simples e com rigidez relativizada. 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
15 
 
Vejamos agora algumas questões relevantes já analisadas na jurisprudência do STF: 
 
1) Havia limitações materiais à revisão (STF, ADI 981 – MC/PR) 
 
2) Não havia limitação circunstancial (ADI 981); 
 
3) NÃO É POSSÍVEL NOVA REVISÃO (ADI 981; ADI 1722): essa posição do STF 
privilegia a rigidez. 
 
OBS: Há na doutrina posição contrária se por meio de EC e aprovação em 
plebiscito. 
 
 
3. PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE: 
Representa a possiblidade que os Estados-membros, como consequência da 
autonomia político-administrativa, têm de se auto-organizarem por meio de suas respectivas 
Constituições Estaduais. Vejamos o Art. 11 do ADCT e o Art. 25 da CF: 
Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, 
elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da 
promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta. 
Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à 
Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica 
respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o 
disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual. 
 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis 
que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam 
vedadas por esta Constituição. 
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, 
os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição 
de medida provisória para a sua regulamentação. 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
16 
 
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões 
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas 
por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a 
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de 
interesse comum. 
 
Este poder pode ser: 
 
a) Decorrente Instituidor (institui a Constituição estadual); ou 
b) Decorrente Reformador (Reforma a constituição estadual). 
 
3.1. LIMITES: 
 
1- PRINCÍPIOS SENSÍVEIS: Art. 34, VII da CF. 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, 
exceto para: 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
 
São princípios que diem respeito à própria identidade do Estado brasileiro. Seu 
descumprimento pelos Estados-membros autoriza a sanção política de intervenção federal. 
 
2- PRINCÍPIO FEDERAIS EXTENSÍVEIS: Normas centrais que são comuns aos 
entes federativos. São normas de observância obrigatória. 
Como exemplo podemos citar: Art. 1º, I a V; Art. 3º I a IV.3- PRINCÍPIOS ESTABELECIDOS: Normas responsáveis por organizar a 
federação. Funcionam como balizas reguladoras da capacidade de auto-
organização dos Estados. Também são chamados de princípios organizatórios. 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
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Aqui temos: 
 
a) Normas de competência: Arts. 21, 22, 23, 27 etc. 
b) Normas de preordenação: São normas de reprodução obrigatória pelos 
Estados-membros. Se diferenciam das de imitação, pois estas pressupõem 
uma faculdade do Estado-membro. Como exemplo temos os Arts. 27 e 28, 
37, I a XXI e 39 a 41. 
 
3.2. DISTRITO FEDERAL: 
Conforme o Art. 32 da CF: 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, REGER- 
SE-Á POR LEI ORGÂNICA, votada em dois turnos com interstício 
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, 
que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição. 
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas 
reservadas aos Estados e Municípios. 
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as 
regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos 
Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração. 
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o 
disposto no art. 27. 
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito 
Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo 
de bombeiros militar. 
 
Ponto importante de perceber é que a vinculação da lei orgânica do DF será 
DIRETAMENTE COM A CONSTITUIÇÃO. Assim, prevalece que o entendimento do professor 
DIRLEY DA CUNHA JÚNIOR que afirma que no DF existe o poder constituinte decorrente, 
sendo a LODF (Lei orgânica do DF) uma verdadeira Constituição no seu âmbito. 
Assim entendeu o STF nos precedentes: Recl. 3.436 e ADI 1167/DF. 
O Min. Carlos Britto afirmou que, “conquanto submetido a regime constitucional 
diferenciado, o Distrito Federal está bem mais próximo da estruturação dos Estados 
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membros do que da arquitetura constitucional dos Municípios” (ADI 3.756, j. 21.06.2007, 
DJ de 19.10.2007). Inclusive, é perfeitamente possível o controle concentrado no 
âmbito do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) tendo como 
paradigma a Lei Orgânica do DF. 
Veja o que já disse o STF: 
EMENTA: Antes de adentrar no mérito da questão aqui debatida, anoto 
que, muito embora não tenha o constituinte incluído o Distrito Federal 
no art. 125, § 2.º, que atribui competência aos Tribunais de Justiça 
dos Estados para instituir a representação de inconstitucionalidade em 
face das constituições estaduais, a Lei Orgânica do Distrito Federal 
apresenta, no dizer da doutrina, a natureza de verdadeira 
Constituição local, ante a autonomia política, administrativa e 
financeira que a Carta confere a tal ente federado. Por essa 
razão, entendo que se mostrava cabível a propositura da ação 
direta de inconstitucionalidade pelo MPDFT no caso em exame 
(RE 577.025, voto do Rel. Min Ricardo Lewandowski, j. 11.12.2008, 
Plenário, DJE de 06.03.2009). 
 
3.3. MUNICÍPIOS: 
A corrente majoritária entende que não há manifestação do poder constituinte 
decorrente nos municípios. 
o respeito ao conteúdo dar-se-á tanto em relação à Constituição Estadual como à 
Federal, obedecendo, desta feita, como advertiram ARAUJO e NUNES, “a dois graus de 
imposição legislativa constitucional”. 
Em virtude disso e trazendo à baila entendimento jurisprudencial emanado pelo TJSP, 
os autores concluem que “o poder constituinte decorrente, conferido aos Estados-membros 
da Federação, não foi estendido aos Municípios”. 
Conforme afirma o professor LENZA, no caso dos Municípios, porém, se descortina 
um poder de terceiro grau, porque mantém relação de subordinação com o poder 
constituinte estadual e o federal, ou, em outras palavras, observa necessariamente dois 
graus de imposição legislativa constitucional. 
 
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Registre-se, entretanto, que o professor BERNARDO GONÇALVES discorda deste 
entendimento afirmando que as Leis Orgânicas são verdadeiras Constituições no âmbito dos 
municípios. 
 
 
É isso, meus caros. Espero que tenham gostado do caderno e bons estudos. 
Divulguem e compartilhem

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