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Importancia do Marxismo para Ciencias Humanas

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Universidade São Judas Tadeu – Unidade Mooca 
Curso de Psicologia – Noturno 
Suellen Cristina C. de S. Lucas – 201517662 
 
Importância do Marxismo para as Ciências Humanas 
 
Para responder a problemática a respeito do pensamento marxiano, e suas 
contribuições para a ciências humanas, fui compelida, a ler trechos de Rubem Alves (2009), o 
autor faz a discussão em torno de uma ideia, a religião, em que a tentativa de responder 
algumas questões referentes a origem e desdobramentos da religião se debruça sobre as 
relações sociais, e é exatamente neste ponto, deixando um pouco de lado suas ideias restritas 
a religiões (não que suas analises sejam de menor importância), me atendo a questões sociais 
mais amplas. 
Ruben Alves faz sua critica considerando a vida social com uma metáfora, dizendo 
que quando Durkheim analisou a sociedade estava fazendo sobre o contexto de um 
crepúsculo, como se nas relações humanas, a humanidade estivesse caminhando para a noite, 
uma escuridão mais densa, relacionando a noite como o pior momento da humanidade. 
Esse momento se dá em consequência da revolução industrial, em que o homem, 
é espremido
1
, pelo mercado, comercio, relação com o capital e o lucro (poderíamos lembrar 
aqui das teorias Adam Smith, a mão invisível), onde existe uma relação entre homens de 
dissolução, antagônica, de interesses não harmônicos. 
Marx, nunca pregou luta de classe, apenas a diagnosticou na sociedade em que 
vivemos. 
As teorias de Marx, são analises, diagnósticos da relação entre o homem que é 
oprimido e do homem opressor, ou melhor, Marx faz uma leitura das relações em torno do 
capital, a ética do lucro e os entusiastas pela posse. 
Suas teorias não são utópicas no sentido de jamais encontrar o “paraíso”, pois não 
acredita neles, mas acredita no fim da opressão, de uma sociedade mais libertaria. 
Segundo a visão de Alves(2009): “A riqueza se constrói por meio de uma lógica 
duramente material: a logica do lucro, que não conhece a compaixão.” 
As analises de Marx sobre as relações sociais de opressão e de oprimidos, se dá 
ainda para dá voz aos menos favorecidos, retirando-os dos recônditos da subalternidade 
trazendo-os para o que Marx chama de consciência crítica do proletariado, que a partir de 
então, seria a sua fuga da ideologia dominante. 
Pois a ideologia, analisada a partir de Marx, é a maneira velada, camuflada, em 
lacunas, que os opressores imprimem nas mentes dos oprimidos, não permitindo que estes 
tenham conhecimento de sua condição, tornando-os assim alienados, frágeis e vulneráveis. 
 
1
 O filme brasileiro o homem que virou suco (1969), faz menção ao homem social que é espremido pelo 
mercado e a exploração do mesmo. 
Essa batalha se dava a partir das estruturas estabelecidas, que eram as formas de 
produção da vida (econômica), nas relações humanas, e essa estrutura, era fruto da relação 
dialética entre as condições dessa produção, infraestrutura, e a forma como o trabalhador, 
empregado, oprimido, encarava sua condição, aceitando o status quo a que estava submerso 
(superestrutura). 
Marx acreditava que não era a consciência que determinava a vida, mais a vida 
que determinava a consciência, assim, a produção de ideias, de conceitos, estavam 
intimamente ligado a produção material, onde o materialismos é a linguagem da vida real: por 
essa razão suas analises são de caráter dialético materialista. 
E Marx a partir disso, conclui, por exemplo, que é o homem que faz a religião e 
não a religião que faz o homem. 
 Ou seja, a religião são frutos das relações materialistas dos homens como tudo 
ao nosso redor. 
E nessa relação de produção, fruto, do descaso estatal, pode-se perceber que, o 
homem, fruto da cultura, reflexo da sociedade, traz em seu corpo, (porque corpos falam e 
escondem cf. Antonacci, 2014), as marcas de sua natureza humana e as marcas das 
ferramentas. 
 
Os boias-frias, os pescadores, os que lutam no campo, os que 
trabalham nas construções, os motoristas de ônibus, os que 
trabalham nas forjas e prensas, os que ensinam crianças e adultos a 
ler - cada um deles, de maneira especifica, traz no corpo as marcas 
do seu trabalho. Marcas que se traduzem na comida que podem 
comer, nas enfermidades que podem sofrer, nas diversões a que 
podem se dar, nos anos que podem viver, e nos pensamentos com 
que podem sonhar – suas religiões e esperanças. (ALVES, 2009) 
 
Assim, Marx, ao olhar para o mundo do trabalho, que deveria ser expressão de 
liberdade do homem, vê um mundo de alienação e exploração. 
Portanto, suas contribuições para a ciências humanas são inúmeras, infelizmente, 
escondidas nas prateleiras das estantes da academia, dentre as quais, noções e conceitos que 
nascem dessa relação antagônica, métodos como a dialética materialista e histórica, que 
contribuem para olhar para o homem não como um mero ser a-histórico, ou seja, sem 
condições de escrever sua própria história, mas como um agente, importante e participativo no 
processo da história, suas analises, mesmo rechaçadas, trazem a importante reflexão sobre o 
homem e suas marcas, memorias e identidades, reflexões sobre o pensar no homem como um 
ser de trabalho e não somente do trabalho, em que esse homem, que um dia, talvez, possa 
viver, e viver com qualidade e equidade. Em que o comportamento humano não seja regido 
apenas e tão somente pela logica do individualismo e do lucro, rigorosamente pela lei do lucro 
(mais valia). 
Pois o capitalismo, segundo Marx, torna o conflito entre trabalhadores e patrões, 
inevitável.

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