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Cardiologia Ivana Da Rosa Iesbik @ivana_medensina DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA ANGINA DE PEITO Uma sensação dolorosa mais frequentemente na região precordial, decorrente de isquemia miocárdica causada por obstrução da artéria coronariana. Decorrente da arteriosclerose. Formas clínicas: o Angina estável o Angina instável o Angina de prinzmetal ou variante *o que muda são os sintomas! CAUSAS: Aterosclerose das artérias coronarianas (90 a 95% dos casos) Espasmo da artéria coronária Estenose aórtica – por obstrução da saída Cardiomiopatia hipertrófica Hipertensão pulmonar IAO (insuficiência aórtica) Poliarterite nodosa – não é comum. Síndrome X (isquemia miocárdica com artérias coronárias epicárdicas normais na cineangio). **Artéria Coronária Esquerda passa entre a aurícula esquerda e o tronco pulmonar. Divide-se em dois ramos: ramo interventricular anterior (ramo descendente anterior esquerdo) e um ramo circunflexo. A Artéria Coronária Direita corre no sulco coronário ou atrioventricular e dá origem ao ramo marginal direito que supre a margem direita do coração à medida que corre para o ápice do coração. Após originar esses ramos, curva-se para esquerda e contínuo o sulco coronário até a face posterior do coração, então emite a grande artéria interventricular posterior que desce no sulco interventricular posterior em direção ao ápice do coração, suprindo ambos os ventrículos. **Pericardite – inflamação pericárdica que também tem sintomas de angina. **Colesterol baixo maior chance de câncer de cólon. FATORES DE RISCO o História familiar o LDL-colesterol elevado o HDL-colesterol baixo o Hipertrigliceridemia o Hipertensão arterial o Tabagismo o Diabetes o Estresse o Hiper-homocisteinemia o Lp-A elevada o Fibrinogênio elevado DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL o Pericardite – quadro de gripe anterior. Vírus Coxsackie. Dor precordial igual infarto e ECG as vezes igual. o Dissecção aórtica aguda – pico de hipertensão com dor no peito. Dor lancinante. Fazer tomografia ou ecocardio e ECG. NÃO pode fazer antiagregante. Súbita!!! o Prolapso da valva mitral o Embolia pulmonar – cursa com instauração. Se for pequeno, tem que pesquisar foco de trombo. o Hipertensão pulmonar o Pneumotórax o Pleurite o Esofagite o Espasmo esofágico o Úlcera péptica o Colecistite o Costocondrite (síndrome de Tietze) o Radiculopatia (dorsalgia) o Artropatia no ombro o Herpes-zóster o Dor de origem psicogênica *É considerado aneurisma com diâmetro acima de 5cm. ANGINA ESTAVEL Cardiologia Ivana Da Rosa Iesbik @ivana_medensina Síndrome anginosa causada por obstrução fixa de uma artéria coronária, associada a aumento do consumo de oxigênio Classificação da angina estável o Classe 1 – atividades físicas habituais não causam angina. Dor somente surge com esforço intenso, rápido ou prolongado o Classe 2 – leve limitação das atividades habituais o Classe 3 – grande limitação das atividades o Classe 4 – impossibilidade de desempenhar qualquer atividade sem desconforto (angina de repouso pode estar presente) MANIFESTAÇÃO CLÍNICA História clinica fundamental para o diagnóstico! Dor: geralmente retroesternal, de intensidade leve ao início (apenas desconforto), com aumento gradual até atingir intensidade máxima em alguns minutos, durando 15 segundos a 15 minutos e desaparecendo com a interrupção do esforço ou uso de nitrato sublingual. Pode ser descrita como EM APERTO, PESO, SUFOCANTE OU QUEIMAÇÃO. Desencadeada por refeições volumosas, esforço físico, emoções e frio. Pode irradiar para braço ou pescoço, mandíbula, epigástrio ou braço direito. Pode acompanhar-se de dispneia, sudorese, náuseas e sensação de fraqueza Em 40% dos pacientes a dor tem localização atípica epigástrio, ombro, dorso, mandíbula. Equivalentes anginosos: dispneia, fadiga, eructações, sudorese que ocorrem durante episódios de isquemia miocárdica de dor. Mais comuns em diabéticos, idosos e mulheres *** diabético geralmente não tem dor em infarto Exame físico geralmente normal (durante episódio de dor põe aparecer uma 4ª bulha, estertores pulmonares ou insuficiência mitral) EXAMES COMPLEMENTARES: o Teste ergométrico o ECG o Ecocardiograma transtoracico o Eco de estresse o Cintilografia miocárdica o Ressonância magnética cardiovascular o Cineangiocoronariografia: pacientes com risco mais alto o Angiotomografia coronariana o Perfil lipídico Dores em infarto o Tórax superior o Retroesternal irradiando ao pescoço e à mandíbula o Retroesternal irradiando ao ombro esquerdo o Epigástrica o Epigástrica, irradiando ao pescoço, a mandíbula o Pescoço e mandíbula o Ombro esquerdo e ambos os braços o Inter escapular Comprovação diagnostica Dados clínicos + ECG e/ou teste ergométrico e/ou eco e/ou cintilografia miocárdica e/ou angiotomografia coronariana Angiotomo coronária: fornece o escore de cálcio e anatomia coronariana (angio) Cinecoronariografia é o melhor exame para identificar as lesões de artérias coronárias COMPLICAÇÕES: o Arritmias e parada cardíaca o IAM o Cardiomiopatia isquêmica o Insuficiência cardíaca TRATAMENTO: Estratificação do risco cardiovascular (angina estável) Baixo risco: tratamento clinico, controle dos fatores de risco e mudança do estilo de vida Alto risco: realizar Cinecoronariografia (indicar cirurgia de RVM (revascularização miocárdica) ou angioplastia) Acompanhamento periódico para ajuste da medicação e avaliar mudança do estilo de vida Cardiologia Ivana Da Rosa Iesbik @ivana_medensina Tratamento medicamentoso o Ácido acetilsalicílico (85 a 325 mg) mais comum 100 mg, clopidogrel, ticagrelor 90 12/12hras o Nitratos o Beta bloqueadores o Antagonista dos canais de cálcio o Inibidores de IECA o Estatinas – diminui processo inflamatório e colesterol o Ansiolíticos e antidepressivos *pessoa com BRE é difícil fazer o diagnóstico de infarto. ANGINA INSTAVEL Síndrome anginosa causada por oclusão parcial ou total de uma artéria coronária decorrente de trombose formada por uma placa ateromatosa que sofreu ruptura também denominada infarto agudo do miocárdio sem onda Q ou síndrome isquêmica sem elevação do segmento ST MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Dor com características de angina estável, mas com duração acima de 20 min que não alivia totalmente ou não se altera com uso de nitratos Exame físico muitas vezes normal História de doença coronariana previa Estratificação de risco dos pacientes com angina instável (decisões terapêuticas e prognóstico) Durante a dor pode aparecer estertores crepitantes, 4ª bulha, sopro de insuficiência mitral, hipotensão arterial bradicardia ou taquicardia EXAMES COMPLEMENTARES o ECG: pode ser normal. Depressão ou elevação de segmento ST inversão da onda T durante o episódio de dor. Essas alterações são marcadores de prognostico adverso, quando persistem por mais de 12 horas (podem ser indicativos de IAM sem onda Q). Presença de onda Q indica necrose miocárdica. ECG deve ser repetido em até 6 horas para a confirmação diagnóstica o Enzimas cardíacas: CK MB e troponinas. Dosar na admissão e a cada 3 a 6 horas o Teste ergométrico: indicado na avaliação na síndrome isquêmica, deve ser feito em paciente de baixo risco e com marcadores bioquímicos normais o Ecocardiograma: avaliar contratilidade ventricular global e regional o Eco de estresse e cintilografia miocárdica para quem não ode realizar TE o Angiotomo coronariana para paciente de baixo risco o Cineangiotomografia para paciente de alto risco TRATAMENTO: Fazer estratificação de risco cardiovascular e de sangramento para definir conduta Paciente baixo risco – ambulatório Paciente risco intermediário e alto – internar em UTI Estabilização com uso de medicações ou procedimentos de reperfusãoOxigenioterapia Alivio da dor (morfina, nitratos e nitroglicerina) MEDICAMENTOSO: Nitratos em todos os pacientes Nitroglicerina intravenosa- risco intermediário e alto risco (tridil) Morfina e benzodiazepínicos Betabloqueadores VO em baixo risco e EV em alto risco Cardiologia Ivana Da Rosa Iesbik @ivana_medensina AAS 200mg Clopidogrel 75 mg / brilinta 90mg (ticagrelor) Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) Heparina EV ou heparina fracionada Estatinas: indicadas para todos os pacientes com síndrome isquêmica aguda ANGINA DE PIRINZMETAL/VARIANTE Síndrome anginosa causada por espasmo associado a obstrução de uma artéria coronária. Ocorre de forma súbita sem relação com esforço ou emoção, ocorrendo sempre no mesmo período do dia, particularmente de madrugada ou pela manhã. Diferenciar de angina instável e do espasmo esofágico. Exames complementares: ECG: durante a dor apresenta supra desnível de ST. Algumas vezes, uma onda T negativa persiste por horas ou dias. Investigação: cinecoronariografia, segue os mesmos princípios da angina estável. Tratamento: Medicamentoso: são os nitratos e os antagonistas de cálcio. **No verão as anginas são menos frequentes por causa da vasodilatação. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) Refere-se ao aparecimento de necrose de uma área miocárdica, em consequência a redução persistente e abrupta do fluxo sanguíneo por obstrução de uma artéria coronária, causada principalmente por trombose formada em uma placa aterosclerótica. Para que a área isquêmica sobreviva será necessária um fluxo sanguíneo acima de 40%. A necrose torna-se completa dentro de 4 a 6 horas. São subdivididos em IAM: o Com supra desnível de ST/Infra desnível de ST – *tempo é musculo* o Sem supra desnível de ST Os com supra desnível de ST correspondem aos infartos transmurais, associados a obstrução completa da coronária. Cateterismo!!! Sudorese, dor após o almoço característica de aperto. Causas: o Trombose coronariana em artéria com aterosclerose 95% dos casos o Espasmo da artéria coronária o Arterite – inflamação crônica das artérias grandes e médias da cabeça, pescoço e parte superior do corpo. O que acontece na placa de aterosclerose é uma arterite. Tem relação com o cortisol e componentes externos. o Embolia coronariana o Anormalidades congênitas da artéria coronária o Intoxicação por monóxido de carbono o Consumo de cocaína – aumenta possibilidade de espasmo e trombogênico. o Traumatismo (contusão torácica). *Placa aterosclerótica mole é mais comum em jovens. Tipos de IAM: o Tipo 1 – necrose miocárdica isquêmica secundária à ruptura de placa ateromatosa (clássico) Cardiologia Ivana Da Rosa Iesbik @ivana_medensina o Tipo 2 – necrose miocárdica isquêmica não relacionada com a ruptura de placa ateromatosa, por desequilíbrio da oferta/demanda de O2 (espasmo coronariano, arritmia, embolia e hipotensão arterial). o Tipo 3 – necrose miocárdica secundária à angioplastia percutânea com trombose no stent o Tipo 4 – necrose miocárdica relacionada com a revascularização miocárdica o Tipo 5 – morte súbita. Tendo em vista o tipo de IAM, a conduta terapêutica será diferente, com o que se conseguem melhores resultados. *Quem coloca um stent e tem reação, vai ter reação com qualquer outro. Manifestação clínica: o Dor isquêmica típica ocorre em apenas 50% dos casos: dor retroesternal e/ou epigástrica intensa, dor atípica, localiza-se em outras regiões do tórax, epigástrio ou ombro, com sensação de peso ou aperto. o Sudorese; ansiedade – devido a sensação de morte o Tosse; dispneia – devido a formação de edema agudo de pulmão o Palidez, fraqueza, sincope o Náuseas e vômitos – Expele todo o conteúdo do estômago para não ter broncoaspiração, porque aí falta ar e o paciente morre. o Hipotensão arterial o Hipertensão arterial na fase inicial (raramente) o Bulhas hipofonéticas, ritmo de galope, sopro de insuficiência mitral, arritmias o Atrito pericárdico (após o 2º dia). Diagnostico Diferencial: está em escala da gravidade o Angina de peito instável (realizar cateterismo cardíaco) o Dissecção aguda da aorta (dor intensa e diferença de pressão entre membros) – tratamento: controle da pressão arterial e redução de sal o Embolia pulmonar (redução abrupta da saturação) – oriunda de lado direito: maioria das vezes trombose de MMII **embolia arterial lado esquerdo: trombo no AE ou VE, ou ainda endocardite o Pericardite (história recente de infecção respiratória) o Espasmo esofágico (normalmente pacientes com refluxo/hérnia de hiato) o Pancreatite aguda (geralmente pós alimentação) o Ulcera péptica o Colecistopatia (dor em hipocôndrio D, pode irradiar) **Ecodopler venoso para identificar possível trombose Exames Complementares: o CPK e suas isoenzimas: primeiras a se elevarem CPK começa a aumentar dentro de 4-8h após o infarto, com pico máximo dentro de 24h e normaliza em 3 a 4 dias. É o marcador mais sensível de necrose miocárdica, mas há 15% de falso-positivo. As isoenzimas MM, MB e BB da CPK relacionam-se ao musculo esquelético; a BB ao cérebro e rins, e as formas MB e MM tecido cardíaco. Elevação de CPK-MB indica IAM, exceto em pacientes com história recente de traumatismo ou cirurgia de cérebro, rins ou membros. o Troponinas cardíacas (troponina T e I): têm vantagens em relação à CPK-MB, pois apresentam maior especificidade para lesão cardíaca (só são encontradas no miocárdio) – quando estão muito altas ID grande lesão. A dosagem quantitativa das troponinas tem valor prognóstico. As troponinas aumentam dentro de 24h após o IAM e atingem um pico em 3 a 6 dias retornando aos níveis basais de 8 a 12 dias o ECG: elevação do segmento ST (isquemia miocárdica transmural): depressão do segmento ST com inversão das ondas T (isquemia subendocárdica) Onda Q que traduzem necrose miocárdica transmural, aparecem dentro de 24 a 48h Cardiologia Ivana Da Rosa Iesbik @ivana_medensina o Ecocardiograma transtorácico: alterações da contratilidade segmentar e da função ventricular esquerda o Cintilografia Miocárdica COMPROVAÇÃO DIAGNÓSTICA DO IAM: dados clínicos + ECG + enzimas Complicações do IAM: o Choque cardiogênico o Parada cardíaca (relacionado à taquicardia ventricular) o Insuficiência cardíaca (diminui a fração de ejeção) o Ruptura do miocárdio (CIV pós IAM) - mm amolece como gelatina devido a necrose o Aneurisma de VE o Trombose venosa profunda o Embolia periférica o Perfuração do septo ventricular o Insuficiência da mitral aguda (necrose/isquemia do mm papilar onde as cordas tendíneas estão inseridas) o Síndrome de Dressler (pericardite pós–infarto) Tratamento: o Alivio da dor (morfina e nitratos) o Dieta zero nas primeiras 24h (devido a eminência de uma parada cardíaca, que pode levar a broncoaspiração tendo como consequência pneumonia química) o Repouso no leito nas primeiras 24h o Administração de oxigênio nas primeiras 24h (angina ocorre devido à falta de oxigênio) o Angioplastia coronariana ACTP o Reperfusão miocárdica por revascularização cirúrgica de emergência Síndrome da reperfusão: liberação de substancias que podem desencadear uma arritmia Tratamento Medicamentoso: o AAS 200mg no atendimento - atua na coagulação o Clopidogrel 75mg ou brilinta 90mg (ticagrelor) – atua na gênese da plaqueta o Nitratos, dinitratos de isossorbida ou propatilnitrato via sublingual o Estreptoquinases (derivado da cascavel) ou ativador de plasminogenio tecidual (TPA) quando for possível realizar a angioplastia (em casos que o paciente apresenta operação recente pode ocorrer sangramentos que podem ser fatais) o Hepatina ou heparina de baixo peso molecular o Betabloqueadores o Inibidor da ECA para todos os pacientes com IAM o Ansiolítico: diazepam ou oxazepamEvolução e Prognóstico: o Taxa de mortalidade de 5 a 10% durante a fase de hospitalização, mas pode ser desde que se consiga reperfundir o paciente antes das 6h de evolução o Taxa de mortalidade de 10% no ano seguinte o Mais de 60% dos óbitos ocorrem dentro da primeira hora após o início do evento Taxa de Mortalidade (classificação de Killip): o Classe I - nenhuma evidência de ICC, com taxa de 5% de mortalidade o Classe II - ICC leve a moderada, estertores em bases pulmonares e /ou ritmo de galope B3; com taxa de 10% de mortalidade o Classe III - ICC grave, congestão dos campos pulmonares, ritmo de galope B3 pulmonar; com taxa de 30% de mortalidade o Classe IV - choque cardiogênico, PA < 90mmHg e sinais de hipoperfusão sistêmica, com índice de mortalidade de 80 a 100%.
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