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EXMO. SR. DR. JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE RECLAMANTE, por meio de seu advogado e procurador que esta subscreve, vem à presença de V. Excelência com fulcro no art. 852-A e ss da CLT, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO RITO SUMARÍSSIMO contra RECLAMADA, pelos motivos de fato e de direito que seguem. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA A lei 13.467/17 denominada reforma trabalhista alterou o texto do art. 790, §3º da CLT adotando dois critérios para concessão dos benefícios da gratuidade judiciária, sendo o primeiro critério objetivo em que o empregado deverá comprovar recebimento de salário igual ou inferior a 40% do teto da previdência para concessão da gratuidade, e, o segundo, o critério subjetivo em que deverá comprovar insuficiência de recursos para tanto caso receba salário superior a 40% do teto do RGPS. No caso em tela, o reclamante recebia o salário de R$ 1.903,00 na ocasião da sua dispensa, ou seja, inferior ao critério objetivo instituído pela CLT, logo, requer a concessão das benesses da gratuidade judiciária. DO CONTRATO DE TRABALHO O reclamante foi contratado para trabalhar na função de Bombeiro Civil na empresa Eléktro em 16/08/2016 com salário inicial de R$ 1.645,51 e jornada 12x36 das 18hs às 06hs durante o primeiro ano e nos demais, passou a trabalhar das 06hs às 18hs. A reclamada perdeu o posto de prestação de serviços e não realocou o reclamante em outro posto, tampouco o dispensou até o momento. Portanto, ante as diversas irregularidades perpetradas pela reclamada durante o pacto laboral, vem o reclamante a este juízo requerer o que lhe é de direito. DA RESCISÃO INDIRETA A reclamada prestava serviços na empresa Elektro a qual o reclamante foi alocado para trabalhar na função de Bombeiro Civil durante o contrato de trabalho. Frise-se que não houve prestação de serviços pelo obreiro em outro posto de trabalho. Ocorre que a reclamada encerrou o contrato de prestação de serviços terceirizados com a empresa Elektro e não realocou o reclamante em outro local até o momento. O reclamante prestou serviços até o dia 16.03.2019. As partes chegaram a tratar sobre a demissão do obreiro, inclusive houve o exame demissional que foi enviado pelo reclamante ao Sr. Ricardo pelo Whatsapp, responsável pela reclamada. Contudo, encontra-se o reclamante sem prestar serviços e sem receber os salários, daí o reconhecimento da falta grave patronal nos termos do art. 483, D da CLT que enseja a rescisão indireta. É certo que a falta de posto de trabalho por parte da empresa é caso de falta grave, que rompe a fidúcia entre as partes e torna inviável a continuação do vínculo de emprego. Nesse sentido: RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO. TÉRMINO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Não comprovado pelo empregador a realocação em outro posto de trabalho diante da extinção do contrato de prestação de serviços com a tomadora, tampouco a dispensa sem justa causa, é cabível a rescisão indireta do contrato de trabalho.(TRT-1 - RO: 01019798420165010068 RJ, Relator: MONICA BATISTA VIEIRA PUGLIA, Data de Julgamento: 12/03/2018, Gabinete da Desembargadora Mônica Batista Vieira Puglia, Data de Publicação: 05/04/2018) Requer a condenação da reclamada no pagamento das verbas rescisórias como se fosse dispensa imotivada, a saber, saldo de salário, aviso prévio, férias acrescidas de 1/3, 13º salário e multa de 40% sobre o FGTS. Requer ainda a expedição de alvará competente para o saque do FGTS. DO FGTS Durante o pacto laboral a reclamada faltou nos depósitos do FGTS previsto na lei 8.036/90, logo, requer a condenação da reclamada no pagamento dos depósitos fundiários não pagos por todo o pacto laboral. DA HORA NOTURNA REDUZIDA No primeiro ano de contrato o reclamante prestava serviço em jornada 12x36 das 18hs às 6hs sem recebimento da hora noturna reduzida. Destarte, nos termos do art. 73, §1º da CLT, a hora noturna será considerada em 52 min e 30 segundos, logo, para cada hora de trabalho no período noturno das 22hs às 05hs, deve o empregador pagar como extra 7 min e 30 segundos. Com efeito, considerando que o reclamante prestava serviços das 18hs às 6hs, resultava em 1 hora extra diária em decorrência da hora noturna reduzida. Portanto, requer a condenação da reclamada no pagamento de 1 hora extra com acréscimo de 50% e reflexos em DSR e com este, aviso prévio, adicional noturno, férias acrescidas de 1/3, 13º salário e FGTS acrescido de multa de 40%. DO ADICIONAL NOTURNO APÓS AS 05HS No primeiro ano de contrato o reclamante prestava serviço em jornada 12x36 das 18hs às 6hs sem recebimento da hora noturna reduzida. Ocorre que o adicional noturno era pago somente até as 5hs contrariando o disposto na súmula 60, item II do TST em que o adicional deve ser pago até o término da jornada quando cumprida integralmente no período noturno. Assim, requer a condenação da reclamada no pagamento do adicional noturno após as 5hs com reflexos em, DSR e com este, aviso prévio, férias acrescidas de 1/3, 13º salário e FGTS acrescido de multa de 40%. DAS FÉRIAS EM DOBRO A reclamada avisava o reclamante sobre suas férias dias antes da sua fruição, como se vê das conversas em Whatsapp anexas em que a Sra. Aline, responsável pelo RH da empresa, informa o reclamante em 28/01/2019 que suas férias seria em 01/02/2019. Ademais, a reclamada pagava as férias sempre um dia após a sua fruição, descumprimento o quanto determinado no art. 145 da CLT, ensejando o pagamento em dobro nos termos da súmula 450 do TST. Assim sendo, requer a condenação da reclamada no pagamento da dobra das férias 2016/2017, 2017/2018 e 2018/2019 incluindo o terço constitucional. MULTAS DOS ARTIGOS 467 E 477 DA CLT Requer a condenação da reclamada no pagamento da multa do art. 467 da CLT caso não pague as verbas incontroversas em audiência. Outrossim requer a condenação no pagamento da multa do §8º do art. 477 da CLT pelo não pagamento das verbas rescisórias no prazo do 6º do referido artigo. DOS PEDIDOS Ante todo o exposto acima requer: 1 – A concessão da gratuidade judiciária uma vez que a reclamante não possui condições financeiras de arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento; 2 – A notificação da reclamada para que, querendo, apresente defesa no momento oportuno sob pena de incorrer em revelia e seus efeitos jurídicos; 3 – Seja reconhecida a falta grave patronal e condenada a reclamada no pagamento das verbas rescisórias, a saber, saldo de salário, aviso prévio, férias acrescidas de 1/3, 13º salário e multa de 40% sobre o FGTS..........R$ 9.416,66 (nove mil quatrocentos e dezesseis reais e sessenta e seis centavos); 4 - A condenação da reclamada no pagamento dos depósitos fundiários não pagos por todo o pacto laboral...................................................................R$ 3.949,22 (três mil novecentos e quarenta e nove reais e vinte e dois centavos); 5 - A condenação da reclamada no pagamento de 1 hora extra com acréscimo de 50% e reflexos em DSR e com este, aviso prévio, adicional noturno, férias acrescidas de 1/3, 13º salário e FGTS acrescido de multa de 40%............R$ 4.624,29 (quatro mil seiscentos e vinte e quatro reais e vinte e nove centavos); 6 - A condenação da reclamada no pagamento do adicional noturno após as 5hs com reflexos em, DSR e com este, aviso prévio, férias acrescidas de 1/3, 13º salário e FGTS acrescido de multa de 40%....................................................................R$ 456,72 (quatrocentos e cinquenta e seis reais e setenta e dois centavos); 7 - a condenação da reclamada no pagamento da dobra das férias 2016/2017, 2017/2018 e 2018/2019 incluindo o terço constitucional.......R$ 6.579,83 (seis mil quinhentos e setenta e nove reais e oitenta e três centavos); 8 – Multa do 467, CLT...................................................................R$ 4.708,33 (quatro mil e setecentos e oito reais e trinta e três centavos); 9 – Multa do 477, CLT.............................................................R$ 1.903,00 (um mil novecentos e três reais); Requer ainda a condenação da reclamadano pagamento de honorários sucumbenciais no importe de 15% sobre o valor apurado da condenação nos termos do art. 791-A da CLT. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito em especial prova documental e pericial sem prejuízo de outra que se fizer necessária durante a instrução processual. Requer ainda seja a reclamada compelida a trazer nos autos documentos inerentes ao contrato de trabalho sob pena de confissão nos termos do art. 400 do NCPC. Dá-se a causa o valor de R$ 31.638,05 (trinta e um mil seiscentos e trinta e oito reais e cinco centavos); Termos em que Pede deferimento Local e Data Advogado e OAB
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