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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA __ VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE SETE LAGOAS – MG NELSON AVIZ, brasileiro , (estado civil), (existência de união estável), técnico em informática, nascido em xx/xx/xx, Filho de ( Nome da mãe), portador da carteira de identidade n. xxxxx, expedida pelo xxxxx, , com CTPS sob o n. xxxx, série xxxxx, PIS n. xxxxx, Residente e domiciliado na rua xxx número xx, bairro, xxx cidade de xxxxxx/RJ, CEP: xxxxxxx, endereço eletrônico Nelsonmlkpiranha@gmail.com, por seu advogado infra-assinado ( procuração em anexo) com endereço profissional na rua x, número xx, bairro, xxx, cidade, xxxx/yx, CEP:xxxx e endereço eletrônico, jackganhatodas@adv.com , vem à presença da vossa excelência com fulcro no artigo 840, § 1º da CLT c/c artigo 319 do CPC, aplicado subsidiária e supletivamente ao Processo do Trabalho, por força do art. 769 da CLT e 15 do CPC, propor a presente RECLAMATÓRIA TRABALHISTA PELO RITO SUMARÍSSIMO PELO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO, em face de SOCIEDADE EMPRESÁRIA ALFA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ de número xxxxx, com sede na rua xxx, número zy, sete lagoras – MG, CEP: zxyxyz, pelos fundamentos de fato e de direito que passa a expor DA COMISSÃO DA CONCILIAÇÃO PRÉVIA No julgamento, em sede de limiar, das adin´s 2139/2160, o STF afastou a obrigatoriedade de submissão dos litígios trabalhistas ás comissões de conciliação prévia como condição para o acesso judiciário. Ante ao efeito vinculante do julgamento, requer seja a presente reclamatória regularmente processada independente da submissão ou não ás referidas comissões. DA TUTELA PROVISÓRIA URGÊNCIA: O reclamante foi dispensado indevidamente, não recebeu o pagamento das verbas rescisórias. A reclamada não entregou as guias do FGTS, deixando o reclamante em estado de extrema miserabilidade, já que ainda não conseguiu outro emprego. mailto:Nelsonmlkpiranha@gmail.com mailto:jackganhatodas@adv.com Ante a natureza salarial das verbas rescisórias, nos termos do art. 300 do CPC c/c arts. 769 da CLT e 15 do CPC, requer a urgência para concessão da mesma, considerando ainda que o reclamante se encontra desempregado, requer o deferimento da expedição de alvará para saque do FGTS. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA A reclamante requer os benefícios da justiça gratuita previstos nos artigos 790, §3º e §4ºda CLT c/c artigo 98 e 99, §2º e 3º do cpc/2015, pois não possui condições financeiras de arcar com as despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família. ll. DOS FATOS O reclamante foi contratado pela reclamada no dia 17 do mês de dezembro do ano de 2017, para exercer o cargo de Técnico em Informática, foi dispensado com justa causa no dia 28 do mês de abril do ano de 2018, duração de 4 meses e 11 dias, percebendo como última remuneração do salário no valor de R$ 1.200, 00 (um mil e duzentos reais). Conforme (CTPS em anexo). Ocorre que o reclamante exercia o referido cargo de segunda a sábado, das 20 (vinte) horas da noite até as 05 (cinco) horas da manhã, totalizando 9 (nove) horas de jornada de trabalho por dia, incluído um pequeno intervalo de 20 minutos, sem nunca receber nenhuma verba inerente ao trabalho noturno. O reclamante de fato exercia cargo de técnico de informática percebendo salário de R$ 1200,00 (um mil e duzentos reais ), entretanto, em sua CTPS consta registrada função diversa da exercida, que era a de auxiliar de serviços gerais, visto que existe convenção coletiva da categoria do reclamante, em que o piso normativo para a função que ele exercia de fato, é de R$ 1.800,00 (um mil e oitocentos reais). Utilizava transporte da empresa para chegar ao local de trabalho, disponibilizava de 2 horas totais para trajeto, especificamente, 1 (uma) hora para se deslocar de sua residência para o trabalho, e 1(uma) hora de volta do trabalho para residência, nunca recebeu remuneração dessas “horas in tinere”. Ocorrendo ainda, No dia 28 do mês de abril do ano de 2018, o reclamante foi indevidamente demitido, com justa causa em razão de conduta inadequada, como consta registro na CTPS, sem receber nenhuma verba indenizatória e nem rescisória, apenas o seu último salário deste mesmo mês. Cabe ressaltar, a reclamada não integrava o salário família para nenhum fim, como consta ,(contra-cheque em anexo ). DOS FUNDAMENTOS DA JUSTA CAUSA O reclamante, foi demitido por justa causa, apesar de não ter tido conduta que justifique essa demissão. Em sua CTPS, consta o registro de que o reclamante foi edispensado por justa causa em razão de “CONDUTA INADEQUADA”. Não há nenhuma razão, que justifique “CONDUTA INADEQUADA” Nos temos do artigo 482 da CLT,“ Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. (Incluído pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966)” . Como dispõe a Súmula 212 do TST “ O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado”, assim a reclamada se manteve inerte. Diante exposto reque que seja afastado a justa causa em questão. DO AVISO PRÉVIO A reclamada, ao demitir indevidamente o reclamante, só efetuou o pagamento do saldo salarial do último mês, não efetuando nenhuma verba de natureza resilitória. Com fulcro no artigo 487 da CLT, após o afastamento da justa causa do reclamante, são devidas as verbas rescisórias do contrato. Requer o pagamento do aviso prévio indenizado ao reclamante, conforme o artigo 487 da CLT, de 30 dias com a integração desse período no seu tempo de serviço e reflexos nas verbas contratuais e resilitórias. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0003.htm#art12 DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS O reclamado não recebeu as proporções de suas férias. Após o afastamento da justa causa, estas lhe são devidas. Conforme Artigo 7º, inciso XVII da CRFB/88, assegura o direito a férias aos trabalhadores urbanos e rurais. Na forma da súmula 171 do TST, ao reclamante são devidas, as férias proporcionais, uma vez que afastada a justa causa. Resta salientar que nos termos da súmula 328 do TST o pagamento das férias proporcionais sujeita-se ao pagamento do terço constitucional, na vigência do Artigo 7º, XVII Da CRFB/88 Requer o pagamento de 5/12 ( cinco dozeavos ) acrescido do terço constitucional, conforme entendimento da súmula 171 e 328 do TST. DO 13º. SALÁRIO O Reclamado não recebeu o 13º salário proporcionais, que lhe são devidos. Conforme Art 1º da Lei 4.090/62, o trabalhador faz jus ao recebimento em dezembro de cada ano o valor referente a um salário. Além disso, é devido o valor proporcional para cada mês trabalhado ou fração igual ou superior a 15 dias. Na forma do Art. 3º da referida lei. ” Art. 3º - Ocorrendo rescisão, sem justa causa, do contrato de trabalho, o empregado receberá a gratificação devida nos termos dos parágrafos 1º e 2º do art. 1º desta Lei, calculada sobre a remuneração do mês da rescisão. ” Deste modo requer a condenação da reclamada o pagamento do 13º proporcional 1/12 ( um doze avos ) referente ao ano 2017 e 4/12 (quatro doze avos) referente ao ano de 2018. DA MULTA DO ART. 477, § 6º E § 8º DA CLT Não houve pagamento adas verbas rescisórias no prazo legal estipulado no artigo 477, §6º da CLT, assim também, como ao pagamento da multa a favor do empregado,, em valor equivalente ao seu salário devidamente corrigido na forma do §8º do Art. 477 CLT. Requer que a reclamada seja condenada ao pagamento das multas do Art. 477 §6º e 8º DA MULTA DO ART. 467 DA CLT Na possibilidade da reclamada não efetuar o pagamento das verbas incontroversas na primeira audiência. Na forma do Art. 467 da CLT “ Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento". Requer a condenação da reclamada ao pagamento de 50% ( cinquenta por cento )sobre os valores incontroversos conforme Art. 467 da CLT. DO FGTS A reclamada realizava descontos no salário do reclamado para fazer o depósito de FGTS, sendo essa obrigação sua. De acordo com o art. 15 da lei 8.036/90 e o Art. 7º, inciso III, da CFRB/88, o desconto de FGTS é obrigação do empregador e não deve recair sobre o empregado. Diante exposto requer a devolução de todos os descontos de FGTS. DA MULTA DE 40% DO FGTS Por se tratar de demissão sem justa causa, sem o aviso prévio, o reclamante tem direito ao pagamento de multa pelo fato ocorrido. Na forma do artigo 18 da lei 8.036/1990, é devido o pagamento de multa de 40% do saldo de FGTS. Perante o exposto, o reclamante requer o pagamento da multa de 40% do saldo de FGTS. DA RETIFICAÇÃO DE CTPS A reclamada submeteu o reclamado ao exercício das funções do cargo de técnico em Informática, porém, em sua CTPS mantinha o registro de cargo diverso, o cargo de auxiliar de serviços gerais, onde percebia salário de acordo com a função de registro e não com a função exercida na realidade. Esse salário era de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais) enquanto o salário de técnico em informática, de acordo com convenção coletiva da classe era de R$ 1.800,00 (um mil e oito centos reais). De acordo com o com o princípio da primazia da realidade, assim o artigo 29 da CLT regulamenta a devida inscrição do registro na CTPS. Diante exposto o reclamante requer que a reclamada efetue a correção do registro da CTPS, para constar a verdadeira função exercida conforme o artigo 29 da CLT. Requer também, pagamento da diferença salarial do período em que o reclamante exerceu, o cargo de técnico em informática. DO ADICIONAL NOTURNO O Reclamante exerceu o cargo de técnico em informática no horário de 20h da noite até as 05 da manhã do dia seguinte, com apenas 20 minutos de descanso, porém nunca foi pago o adicional noturno. Conforme Art. 73 da CLT, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. E no § 2º do mesmo Artigo diz: “Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. ” Com isso, vem o reclamante a requerer que a reclamada pague o adicional noturno de 20% sobre a hora diurna, de todo período em que o reclamante exerceu. DA HORA EXTRA O Reclamante exercia mais de 6 horas de trabalho noturno, na sua jornada, com isso, tinha de fato e de direito que a reclamada pagasse o devido adicional de hora extra com adicional de 50% pelo excesso de jornada das 20h da noite às 5h da manhã. O reclamante não tinha o descanso de no mínimo 1 (uma) hora, ao qual a reclamada descumpria ao não conceder ao reclamante. Conforme o Art. 7º, inciso XIII, da CRFB/88 e o Art. 58 da CLT, requer o reclamante o pagamento das horas extras com adicional de 50% pelo excesso de jornada, durante todo tempo trabalhado. Resta fundamentar, conforme o Art. 71, §4º, da CLT, é devido p pagamento de hora extra com adicional de 50% pelo intervalo intrajornada desrespeitado. DO PEDIDO Desta forma, REQUER a).O deferimento da gratuidade de Justiça. b). A procedência para anular a demissão por justa causa e convertê-la em demissão sem justa causa, condenando o reclamado a pagar as seguintes obrigações b.1). Aviso prévio de 30 dias no valor de R$; b.2). Férias proporcionais de 4/12 avos b.3). 13º salário proporcional 2018 de 4/12 avos, no valor de R$; b.4). Multa de 40% sobre o saldo do FGTS e a emissão das guias para levantamento do FGTS no valor de R$; b.5). Horas extras com adicional de 50%, pelo excesso de jornada diária ( 40 minutos ) e semanal de 4 horas, no valor de R$; b.6) Horas extra de 40 minutos diários pela supressão de intervalo intrajornada no valor de R$; b.7) Adicional noturno de 20% sobre a jornada diária entre 22h e 5h, no valor de R$; b.8) Devolução do desconto do FGTS no contracheque do reclamante no valor de R$; b.9) Retificar a Carteira de Trabalho do reclamante para constar a correta função de técnico de informática; b.10) Danos morais no valor de R$; c) A notificação da reclamada para comparecer à audiência, onde poderá apresentar contestação sob pena de revelia; d) A condenação da reclamada em custas e honorários advocatícios de 15%, conforme art. 791-A CLT e). A condenação da reclamada ao pagamento de 50% ( cinquenta por cento )sobre os valores incontroversos conforme Art. 467 da CLT. f). A condenação da reclamada ao pagamento das multas do Art. 477 §6º e 8º. g). Requer a procedência dos pedidos e a condenação do reclamado ao pagamento de honorários advocatícios no importe de 15% conforme estabelece o art. 791-A da CLT. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/172999906/artigo-791a-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolidação-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 DAS PROVAS A produção de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial a prova documental e testemunhal. VALOR DA CAUSA Atribui-se à causa o valor de R$ ..., correspondente a somatória dos pedidos. Nestes termos, Pede deferimento. Local / Data Advogado (a) OAB nº ...