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PAOLO SYLOS LABINI-SEMINÁRIO

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PAOLO SYLOS LABINI (1920 -2005)
 Biografia
De origem apúlia (mas nascido em Roma em 30 de outubro de 1920), Sylos Labini se formou em direito em Roma em julho de 1942, com uma tese sobre as conseqüências econômicas das inovações.  Em 1948, Sylos Labini, com uma das primeiras bolsas da Fulbright, mudou-se para os Estados Unidos, primeiro para Chicago e depois para a Universidade de Harvard, para estudar com Joseph A. Schumpeter, famoso precisamente por sua teoria das inovações. Posteriormente em 1949 ele esteve em Cambridge.
Tornou-se professor de economia política na Faculdade de Direito da Universidade de Sassari (1956-58). Mudou-se para a Universidade de Bolonha e, em 1962, até a aposentadoria, foi professor de economia política na faculdade de Ciências Estatísticas, Demográficas e Atuariais da Universidade de Roma. Desde 1986, ele é membro da Accademia Nazionale dei Lincei. Ele morreu em Roma, em 7 de dezembro de 2005.
1 Introdução
Alguns autores apontam que uma razão fundamental para a emergência da teoria da organização industrial orientada para o estudo da estrutura industrial foi a ausência de uma teoria geral do comportamento oligopólico das empresas. Sendo Bain o pioneiro no estudo da estrutura industrial pecou justamente pela ausência de uma explicação teórica de natureza comportamental para as relações, estatisticamente observadas, entre concentração, e lucros.
A contribuição teórica de Sylos-Labini veio, exatamente, ao encontro dessa necessidade e, curiosamente, as formulações deste autor, embora não se enquadrem na linha de investigação proposta por Bain, são quase concomitantes com as suas pesquisas na área." Sylos-Labíní se propôs investigar como a política de preços e produção das empresas existentes em um oligopólio pode dificultar a entrada de novos concorrentes, contribuindo, portanto, para os níveis elevados de concentração e para as taxas de lucro monopolísticas. 
Em Oligopólio e Progresso Técnico, Sylos-Labini atentou-se ao comportamento das grandes empresas industriais e a tendência de uma economia caracterizada pela presença dessas empresas nos diversos ramos produtivos argumentou como as condições tecnológicas e de mercado, tais como “barreiras tecnológicas” e as “barreiras de diferenciação”, determinam a estrutura básica da indústria, o padrão de concorrência e o desempenho das empresas. Ademais, apontava que “as empresas de diferentes dimensões têm um poder diverso de influir nos preços” (Sylos-Labini, 1956, p. 81), sendo que somente as empresas maiores têm poder de manipular (alterar deliberadamente) preço, ou seja, de exercer “liderança de preço” (p. 82). “As empresas menores, mesmo não podendo fixar diretamente o preço, podem ter influência de modo indireto” (p. 82), fazendo variar a quantidade por elas produzida. Todavia, O processo de concentração guarda indissociável conexão com as barreiras à entrada, e estas com a inovação.
2 Uma tipologia simplificada das estruturas oligopolísticas 
A tipologia de estruturas oligopolísticas de Sylos-Labini está baseada propositalmente na caracterização detalhada de dois casos extremos, acrescidos de um terceiro caso que surge simplesmente da combinação dos dois primeiros, resultando em três categorias principais:
2.1 Oligopólio diferenciado
Inspirado na situação descrita por Sraffa (1926) e Kaldor (1935), corresponde ao caso de “muitas pequenas empresas, aparentemente em concorrência entre si, mas que na realidade estão dotadas de poderes de mercado bem definidos” (Sylos-Labini, 1956, p. 46), onde uma certa diferenciação dos produtos é relevante, de modo que cada empresa está, na verdade, em concorrência direta somente com alguns poucos rivais mais próximos. A característica central é a existência de significativo grau de diferenciação do produto. 
2.2 Oligopólio concentrado
Corresponde à “situação de indústrias que produzem bens suficientemente homogêneos (ou poucos diferenciados) e que são caracterizadas por uma elevada concentração: um número restrito, variável no tempo, mas sempre muito reduzido de empresas controla toda a produção ou controla a maior parte” (Sylos- Labini, 1956, p. 46). Caracterizado pela alta concentração e pela homogeneidade de produto, esse tipo de oligopólio funda-se antes de tudo em elevadas economias de escala técnicas. 
2.3 Oligopólio misto
“Existe finalmente uma situação intermediária, que apresenta as características da concentração e da diferenciação” (LABINI, 1988, p.24), o chamado oligopólio misto, onde as duas formas de restrições à entrada se sobrepõem. Esta estrutura oligopolista seria o caso geral, e, “embora operem conjuntamente, os dois tipos de barreiras se combinam, em cada mercado, de forma diferentes” (GONÇALVES DA SILVA, 2010, p.134).
3 Barreiras à entrada / tecnológicas
Em Labini (1988) as inovações referem-se, basicamente, à produção de novos bens, as melhorias nas técnicas de produção e a variação na qualidade dos produtos. E, em face da pressão competitiva, as inovações acabam por constituir barreiras à entrada. “As barreiras tecnológicas” predominam no “oligopólio concentrado”, “caracterizado por uma elevada concentração” e acentuadas “descontinuidades tecnológicas”, onde as economias de escala se tornam fundamentais no processo de concentração das indústrias e mercados. Somente as empresas maiores conseguem obter vantagens competitivas com a economia de escala, sustentando as assimetrias entre empresas.
3. Barreiras de diferenciação
Por outro lado, a “barreira de diferenciação” é característica da estrutura do oligopólio diferenciado, no qual “tem sempre relevância certa diferenciação de produtos”. Nesta estrutura, as empresas incorrerem altos gastos com P & D para inovação de mercadorias, além de gastos maciços com publicidade e propaganda para tornar o produto e seu diferencial conhecido. O intuito consiste em conquistar número adequado de consumidores, e também, construir uma organização de vendas satisfatória para a competição (LABINI, 1988).
Considerações finais
Segundo Labini (1988), as modificações nas condições estruturais ocorrem, principalmente por variações de mercado (extensão do mercado e elasticidade da demanda) e das mudanças na tecnologia em funções das inovações de produtos e processos, para redução de custos e elevação das margens de lucro. A concentração e poder de mercado das grandes empresas, em virtude das vantagens de custo e diferenciação, implicam alterações na concorrência, no desempenho e na própria16 estrutura industrial. Essas vantagens competitivas de custo e diferenciação, ligadas ao progresso tecnológico, criam assimetrias entre firmas, expressa nos diferentes “portes”, custos, preços e margens de lucro. Em síntese, o progresso técnico permite, em geral, crescentes economias de escala técnicas no tempo, de modo que a produção em larga escala apresenta substanciais vantagens em termos de custos de produção vis-à-vis a produção em pequena escala. E isso ocorre independentemente de que as empresas desfrutem de qualquer vantagem associada à diferenciação de produto.
 Ao tratar destas diferenças de tamanho das empresas, Bain e Labini evidenciaram as descontinuidades tecnológicas e a diferenciação de produtos, base dos diferenciais de custos e margens de lucro.
Referências
TRECCANI <http://www.treccani.it/enciclopedia/paolo-sylos-labini_%28Il-Contributo-italiano-alla-storia-del-Pensiero:-Economia%29/ > acesso em: 30/03/2020.
RODRIGUES, J.F.Elementos da economia. v. 2. Ponta Grossa (PR): Atena Editora, 2019.
FIGUEIREDO. O. Concentração e desempenho na indústria brasileira de bens de consumo. Rev. Adm. Empr. Rio de Janeiro, 24(3): 25-33 jul./set. 1984.
SILVA, A. L.G. Concorrência sob condições oligopolísticas. Contribuição das análises centradas no grau de atomização/concentração dos mercados. 2. ed. rev.– Campinas, SP: Unicamp. IE, 2010. (Coleção Teses).

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