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FACULDADE CENECISTA DE JOINVILLE CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO COMERCIAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ARTIGO CIENTÍFICO HAVAIANAS Análise de peça publicitária. CLÁUDIA CRISTINA DOS SANTOS JOINVILLE 2015 G C TC C FCJ 2015 H A V A IA N A S A n á li s e d e p e ç a p u b li c it á ri a . FACULDADE CENECISTA DE JOINVILLE CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO COMERCIAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ARTIGO CIENTÍFICO HAVAIANAS Análise de Peça Publicitária. CLÁUDIA CRISTINA DOS SANTOS GESTÃO COMERCIAL JOINVILLE 2015 CLAUDIA CRISTINA DOS SANTOS HAVAIANAS Análise de Peça Publicitária. Trabalho de Conclusão de Curso, categoria artigo científico, apresentado para obtenção do grau de Tecnologia em Gestão Comercial, oferecido pela Faculdade Cenecista de Joinville sob orientação da Professora Sidnéia Pinott Rossi, Esp. JOINVILLE 2015 Diretor Geral: Prof. Felix Negherbon Gestora de Graduação e Pós-Graduação Profª. Fabiane Maria Sapucaia de Amarante, MSc. Coordenadora dos Cursos de Tecnologia Prof. Lino José Mezzari, MSc. Banca Avaliadora composta por: Prof. Sidnéia Pinott Rossi, Esp. (Orientador) Prof. Diane Deuschle, MsC (Examinador) Prof. Loucissie Sant'Ana, MsC (Examinador) Endereço: Faculdade Cenecista de Joinville Rua Coronel Francisco Gomes, 1290 89202-250 – Joinville - SC Ficha catalográfica elaborada por Jakeline Farias Souza- Bibliotecária CRB 14/749 SANTOS, Cláudia Cristina dos S237h Havaianas: análise de peça publicitária/ Cláudia Cristina dos Santos. – Joinville, 2015. 30p.:il. Orientado por. Sidnéia Pinott Rossi Trabalho de conclusão de curso - (Graduação em Tecnologia em Gestão Comercial). Faculdade Cenecista De Joinville, 2015. 1.Marketing. 2. Comunicação. 3. Propaganda. I. Rossi, Sidnéia Pinott. II. Título. CDD 658.8 DECLARAÇÃO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE DECLARO, para os devidos fins de direito, que assumo total responsabilidade pela autoria e opiniões emitidas no presente trabalho, isentando a Faculdade Cenecista de Joinville (FCJ), a Gestão do Curso de Tecnologia em Gestão Comercial, a Banca Examinadora, o Orientador e a Coordenação da Disciplina de TCC de toda e qualquer responsabilidade civil acerca do mesmo. Joinville (SC), 01 de dezembro de 2015. ________________________________________________ CLAUDIA CRISTINA DOS SANTOS TERMO DE APROVAÇÃO Os acadêmicos CLAUDIA CRISTINA DOS SANTOS, apresentou e defendeu através de Artigo Científico, o Trabalho de Conclusão de Curso intitulado HAVAIANAS. ANÁLISE DE PEÇA PUBLICITÁRIA, para a obtenção do Título de Tecnólogo em Gestão Comercial sendo julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Banca Examinadora do Curso de TECNOLOGIA EM GESTÃO COMERCIAL. Joinville, 01 de dezembro de 2015. _______________________________________ Prof. Lino José Mezzari, MSc. Coordenadora dos Cursos de Tecnologia Apresentado à Comissão Examinadora, integrada pelos professores: _________________________ Prof. Sidnéia Pinott Rossi, Esp. Orientador __________________________ Prof. Diane Deuschle, MsC. Examinador __________________________ Prof. Loucissie Sant’Ana, MsC Examinador Dedico o presente trabalho aos meus pais, que souberam entender nossa ausência para que esta conquista fosse possível AGRADECIMENTOS Agradeço a todos que direta e/ou indiretamente, contribuíram à elaboração e à conclusão desse trabalho. “Empreender é sonhar, planejar, agir e efetivamente concretizar as ações” (Autor Desconhecido). 1 HAVAIANAS Propaganda análise de Peça Publicitária. Cláudia Cristina dos Santos1 Sidnéia Pinott Rossi2 RESUMO A proposta deste artigo avaliar aspectos de construção de propaganda da marca Havaianas. A propaganda é uma estratégia de comunicação de marketing importante para dar conhecimento, reforçar mensagens e sobretudo, levar o consumidor à decisão de compra. A criação de uma peça publicitária deve levar em conta não só aspectos criativos, mas também componentes do ponto de vista psicológico e objetivos mercadológicos de uma empresa. Busca-se com esse trabalho avaliar se esses itens estão presentes nos anúncios publicitários da marca. Este artigo utiliza a pesquisa exploratória para apresentar dados secundários a partir de revisão bibliográfica. São apresentados os conceitos a respeito de comunicação e propaganda. Para a discussão do problema o estudo apresenta também um histórico da marca Havaianas e uma de suas propagandas atuais. Palavras-chave: Marketing, Comunicação, Propaganda. INTRODUÇÃO O presente artigo aborda como tema Propaganda, sendo delimitado à avaliação de peça publicitária da marca Havaianas, uma empresa brasileira que atua oferecendo alpargatas e chinelos ao mercado consumidor nacional e internacional. A propaganda como estratégia de marketing é importante para dar conhecimento e reforçar mensagens para que o público alvo tenha o interesse pelo 1 Cursando Tecnologia em Gestão Comercial, pela Faculdade Cenecista de Joinville - FCJ. E-mail: claudia.c.santos14@gmail.com 2 Especialista em Gerenciamento de Vendas pela FCJ - Faculdade Cenecista de Joinville. Administradora e Professora pela FCJ – Faculdade Cenecista de Joinville. E-mail: sissarossi@terra.com.br. Artigo recebido em: 23/12/2015. Aceito em: XX/XX/2015. 2 produto apresentado. Além disso, também é um instrumento importante para o fortalecimento das marcas em seus mercados de atuação. Como ferramenta de comunicação a propaganda tem amplo alcance de público porque é apresentada em veículos de massa como televisão, outdoor, jornal, revista e rádio. A propaganda é um instrumento importante para divulgar produtos, serviços e marcas com o objetivo de torná-los conhecidos e lembrados, daí a importância do estudo do tema para qualquer organização. O objetivo geral deste estudo é avaliar aspectos de construção de propaganda da marca Havaianas. Para cumprir o objetivo geral proposto, foram estabelecidos como objetivos específicos: a) Conhecer a história e a estratégia de comunicação da marca; b) Comparar a estratégia de propaganda utilizada pela marca com a revisão bibliográfica. A marca Havaianas está no mercado há vários anos, quase foi descontinuada por falta de interessedo comprador, passou por reformulação no que diz respeito aos modelos de produtos, preço, posicionamento de mercado e novas estratégias de comunicação. Hoje tornou-se uma marca conhecida nacional e internacionalmente, posiciona-se como um produto premium, além de ser comercializada em pontos de vendas tradicionais, também é revendida em franquias da própria marca. Criado em 1962, o chinelo - principal produto da marca - foi inspirado na tradicional sandália de dedo japonesa Zori, com tiras de tecido e sola de palha de arroz. Para desenvolver o produto na versão brasileira, no lugar da palha, entrou a borracha, resistente e macia – feita para durar. O grão de arroz inspirou a textura da palmilha. O nome foi emprestado do Havaí, projetado por Hollywood como lugar dos sonhos dos anos 60. O chinelo Havaianas é um item de consumo que desde sua criação é utilizado por pessoas de todas as classes sociais. Ultrapassou fronteiras ao ser levado nas malas de viajantes por todo mundo, tem sido ao longo dos anos utilizado como artigo para presentes, ganhou as passarelas da moda e foi apresentado em comerciais por celebridades de todas as décadas, inicialmente com Chico Anísio e, hoje com Chay Sued entre outros globais. 3 As propagandas das Havaianas são construídas com muito humor, reforçando o slogan “Havaianas todo mundo usa” e também a qualidade, referencial dos chinelos no mercado – “não deformam, não soltam as tiras e não tem cheiro”. A criação de uma peça publicitária deve levar em conta não só aspectos criativos, mas também componentes do ponto de vista psicológico e objetivos mercadológicos de uma empresa. Assim a problemática desse trabalho busca avaliar se esses itens estão presentes em anúncio publicitário da marca. Este artigo utiliza a pesquisa exploratória para apresentar dados secundários a partir de revisão bibliográfica. São apresentados os conceitos a respeito de comunicação e propaganda. Para a discussão do problema o estudo apresenta também um histórico da marca Havaianas e uma de suas propagandas atuais. Dessa forma, compara-se a estratégia de comunicação da Havaianas com as referências bibliográficas para verificar como o anúncio publicitário foi construído. Além desta introdução, o artigo está dividido em quatro seções. O item um aborda os conceitos de Marketing, Composto de Marketing, Comunicação, Comunicação de Marketing e Propaganda. O item dois apresenta o case da marca Havaianas com a propaganda escolhida para a análise. O item três refere-se à discussão do estudo, seguido do item considerações finais. A importância deste estudo está na possibilidade de ampliar as discussões a respeito da criação de anúncios publicitários segundo técnicas que sejam adequadas do ponto de vista teórico e mercadológico. 1. MARKETING O Marketing é está presente em todas as organizações. Trata-se de um conjunto de atividades que dizem respeito ao processo de criação, planejamento e desenvolvimento de produtos ou serviços que satisfaçam as necessidades do consumidor. A American Marketing Association definiu o marketing como: Um processo pelo qual se planeja e efetua a concepção, a fixação do preço, a promoção e a distribuição de ideias, bens e serviços que estimulam trocas que satisfazem aos objetivos individuais organizacionais (BASTOS ET AL 2006 p.16). 4 Conforme Richers (1981) apud Bastos et al (2006 p. 16) marketing “é a interação de defender e atender o mercado”. Pode-se presumir que sempre haverá alguma necessidade de vender. Mas a meta do marketing é tomar a venda supérflua, é conhecer e entender tão bem o consumidor que o produto ou serviço se adapte a ele e se venda sozinho (DRUKER, 1992 APUD BASTOS ET AL 2006 P.16). O marketing pode ser definido como: O processo social por meio do quais pessoas e grupos de pessoas obtém aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros (KOTLER, 2000 APUD BASTOS ET AL, 2006 P. 16). O marketing é, portanto, um conjunto de atividades que acontece nos processos de negociação para atender as necessidades de pessoas e organizações. Estas atividades levam em conta fatores sociais, legais, econômicos, políticos e tecnológicos que afetam as operações da empresa e para as quais é necessário estabelecer estratégias, o chamado composto de marketing, para garantir a continuidade no mercado. 1.2 COMPOSTO DE MARKETING (4P´S) O composto de marketing é o conjunto das estratégias que o marketing utiliza para ganhar vantagens sobre a concorrência, melhorar as vendas, oferecer produtos de qualidade atendendo as necessidades dos clientes. Trata-se das estratégias produto, preço, praça e promoção. Produto, é um Conjunto de benefícios que satisfaz um desejo ou uma necessidade do consumo e pelo qual ele está disposto a pagar em função de sua disponibilidade de recursos. Os produtos vão além de bens tangíveis. De modo geral, incluem objetos físicos, serviços pessoas, locais, organizações, ideias ou combinações desses elementos (BASTOS ET AL, 2006, P.34). Os produtos dividem-se conforme em três níveis: básico, real e ampliado. O produto básico representa a finalidade do produto, o que o cliente necessita. Por exemplo, um aparelho para comunicar-se. O produto real é o desenvolvimento do produto básico e inclui um padrão de qualidade, embalagem, design e marca que irá atender a necessidade do cliente. No caso, poderia ser um telefone celular ou um telefone fixo. Finalmente, pode-se ampliar o produto agregando-lhe benefícios adicionais, tais, como: identificador de chamadas, correio de voz, assistência técnica, garantia e outros serviços complementares (BASTOS ET AL, 2006, P.34-36). . Além disso, o produto pode ser classificado segundo seu tipo em: 5 a. Tangíveis (bens materiais) – duráveis (automóveis, vestuário, maquinas industriais); b. Não duráveis (cerveja, xampu, alimentos); c. Intangíveis (bens matérias) – serviços (salão de cabeleireiro, manutenção de equipamentos industriais); pessoas (um atleta, um político); locais (Rio de janeiro, Fortaleza); organizações (UNICEF, igrejas); ideias (planejamento familiar, vacinação) (BASTOS ET AL, 2006, P.35). Também é componente do produto a marca. A marca tem a finalidade de distinguir produtos e serviços de outros análogos de procedência diversa. Registrada nos institutos nacionais de propriedade industrial, a marca não pode apresentar coincidências com registros já existentes. Ela assegura ao titular a propriedade e o direito exclusivo, constituindo-se num ativo da organização. A marca é um nome, signo ou símbolo, ou uma combinação desses elementos, para identificar os produtos ou serviços de um vendedor ou grupos de vendedores e diferencia-los dos seus concorrentes (BASTOS ET AL, 2006, P.35). O design é outro elemento a ser considerado para o desenvolvimento do produto. Este pode ser uma das formas competitivas mais eficazes do arsenal de marketing de uma empresa. Um bom design contribui tanto para a unidade quanto para o aspecto do produto. Com a intensificação da concorrência, o design torna-se elemento poderoso de diferenciação e fortalece o posicionamento dos produtos e serviços de uma empresa. Um bom design pode atrair a atenção, melhorar o desempenho do produto, reduzir os custos de produção, logística e distribuição, e conferir ao produto uma forte vantagem competitiva no mercado alvo (BASTOS ET AL, 2006, P.37-38). . Por fim, o produto ainda contempla as questões sobre o desenvolvimento de embalagens e rótulos. Conforme Bastos et al (2006, p.38) “a embalagem inclui o projeto de confecção do recipiente ou involucro do produto. O rótulo também faz parte da embalagem e consiste numa informação impressa colada em sua superfície”. 1.3 PREÇO Outra variável do composto ou do mix de marketing relaciona-seao preço. Preço é o valor agregado que justifica a troca. A transferência de posse de um produto é planejada e adequada por esse elemento (valor percebido versus custos versus benefícios). Antes de definir preços a organização deve considerar quais são os objetivos de marketing relativos ao seu produto (ou serviço). Quanto mais claros forem seus objetivos, mais fácil será estabelecer os preços (BASTOS ET AL, 2006, P.39). 1.4 PRAÇA OU DISTRIBUIÇÃO Ainda no composto de marketing existe também a variável praça ou distribuição que conforme Bastos et al (2006, p.40), “é o local ou meio pelo qual é oferecido o 6 produto. Aqui, trata-se de planejar e administrar onde, como, quando, e sob que condições o produto será colocado no mercado (logística)”. 1.5 PROMOÇÃO A última variável do composto de marketing é a promoção, que relaciona-se à comunicação. A organização, no seu dia - a dia, estabelece diversas formas de comunicação que visam promover os produtos, serviços benefícios, valores e marca, bem como fortalecer o relacionamento em longo prazo com os clientes (BASTOS ET AL, 2006, P.44). . 1.6 COMUNICAÇÃO A comunicação é uma importante estratégia para dar visibilidade tanto para empresa como para produtos e serviços. A comunicação é uma ação de transmitir uma mensagem e, eventualmente, receber outra mensagem como resposta. O termo comunicação está tão popularizado que usamos a expressão para denominar os problemas das relações entre pessoas nos vários locais de trabalho. A palavra comunicação vem do latim communis que traz ideia de comunhão. Comunhão significa de maneira bastante restrita, comungar, participar em comum, transmitir compartilhar, e é esse sentido que entendemos da comunicação. (PEREZ; BAIRON, 2002 p. 13-14). A comunicação é um processo. Quando mantemos uma conversa está ai em marcha uma continua troca de ideias, fatos e opiniões transformam- se em palavras compartilhadas através da fala Por isso quando falamos em comunicação, estamos lidando como algo vivo que se desenvolveu que é dinâmico. Comunicação é um processo construção compartilhada (PEREZ; BAIRON, 2002 p. 15). . Os elementos do processo de comunicação são formados por a) Emissor: aquele que codifica a mensagem original e emite sinais codificados ao receptor da mensagem. Algumas vezes a fonte da mensagem e o emissor são coincidentes. b) Receptor: aquele que recebe sinais emitidos, decodificando-os de forma a recuperar a mensagem original produzida. c) Canal: também conhecido como veículo. Diz respeito ao caminho pelo qual podemos fazer trafegar as mensagens. d) Mensagem: traduz a ideia em seu conteúdo e que pode ser passada de inúmeras formas, utilizando-se de variadas opções de canais. Uma mensagem raramente é neutra. Mesmo quando emitimos uma mensagem bastante objetiva, ela normalmente não é neutra; está inserida em um determinado contexto e pode conter outras mensagens não verbais dentro de si mesmas. 7 e) Ruído: é tudo o que modifica, distorce ou atrapalha o fluir da mensagem, em qualquer fase do processo comunicativo (PEREZ; BAIRON, 2002 p. 21-22). Os elementos da comunicação devem ser estudados e analisados para o desenvolvimento das ações a serem implementadas por meio das diversas ferramentas disponíveis ao marketing para que este se comunique com o mercado. 1.7 COMUNICAÇÃO DE MARKETING O composto de comunicação de marketing é formado por propaganda, promoção de vendas, merchandising, venda pessoal, relações públicas e marketing direto. Entendemos por propaganda toda e qualquer forma de divulgação de um produto, serviço, marca empresa ou ideia do target, levando-o á ação de adoção, normalmente por meio da compra (PEREZ; BAIRON, 2002 p. 43). Ainda segundo o autor a propaganda pode ser classificada nos seguintes tipos: a) Persuasiva: é a propaganda que objetiva trazer convicção a respeito de um produto. Opera com arquétipos de grade efeito, como, no Brasil, é o uso do humor, da sensualidade e da lucratividade, bem como a mistura destes. Um excelente exemplo são as recentes campanhas da cerveja Brahma, que fazem uso da mulher (sensualidade) e da tartaruga (lucratividade) em um contexto bem-humorado. b) Informativa: é aquela que traz informações sobre o produto é novo para o mercado e, portanto, necessita de explicações quanto á sua indicação de uso, forma de utilização, atributos funcionais, vantagens, preço, onde encontrar etc. (PEREZ; BAIRON, 2002, p. 44) Assim como outros temas, na literatura o merchandising Tem características e sentidos diferentes. Há autores que o classificam como propaganda e outros, como promoção. No Brasil chamamos de merchandising tanto ações no ponto-de-venda (cartazes, tags de preço, balões, luminosos) que se caracterizam como promoção, quanto às inserções de produtos ou serviços durante a exibição de um determinado programa de televisão, o que nesse caso, poderíamos considerar como propaganda (PEREZ; BAIRON, 2002 p. 44-45). Blessa (2004) classifica o merchandising toda e qualquer ação realizada em ponto de venda que tenha a intenção de chamar a atenção do consumidor e leva-lo a decisão de compra. A autora define cinco técnicas de merchandising para o ponto de vendas: atmosfera (que se relaciona à ambientação física interna e externa de uma loja, incluindo a comunicação visual.), áreas de exposição (relacionado à localização das seções de um ponto de venda e o planejamento dos espaços para estas seções.), Layout (que se refere à planta baixa da loja ou do ponto de venda e dos espaços dos 8 corredores para fluxo de circulação.), exposição de produtos (diz respeito às regras para expor produtos em prateleiras, ilhas ou vitrines.), eventos (que se relaciona à ações de treinamento comemorações festivas e equipamentos interativos utilizados em uma loja). A autora defende que o merchandising realizado em ponto de venda é uma ferramenta importante para girar produtos e incentivar a compra por impulso, além é claro, de ser uma ferramenta para divulgação de marcas. A promoção de vendas Objetiva vender, girar os estoques e, muitas vezes gerar caixa de maneira rápida. O conceito é quase auto – explicável, porem pode ter públicos bem diferentes. Ações promocionais no ponto de venda: degustação, demonstração, entrega de brindes entre outras. Outras promoções muito rotineiras para os consumidores são os concursos, shows, sorteios etc. Um exemplo recente qe poderíamos citar é a promoção “80 anos de Nestle, 80 casas para você”, protagonizada por Gugu Liberato em comemoração ao aniversário da Nestle no Brasil (PEREZ; BAIRON, 2002 p. 46). . A promoção de vendas tem como principal característica oferecer benefícios ao cliente, ou seja, algum tipo de vantagem seja financeira como um desconto ou um brinde como outro produto. Outra característica que define a promoção de vendas que ela é uma ferramenta de curto prazo e sua intenção é agir sobre o comportamento do consumidor levando-o á decisão de compra. Também faz parte do composto de comunicação de marketing à ferramenta relações públicas. O conceito das relações públicas está voltado para o entendimento e o aprimoramento das relações organizacionais com seus diferentes públicos. [...] Entende-se por relações públicas um esforço deliberado, planificado, coeso e continuo da alta administração para estabelecer e manter uma compreensão mutua entre uma organização ou privada e o seu pessoal, assim como entre essa organização e todos os grupos aos quais está ligada direta ou indiretamente (PEREZ; BAIRON, 2002 p. 48-49). Outra ferramenta do composto de comunicação é o marketing direto. Trata-se de uma especialização do marketing que utiliza técnica de comunicação que possibilita atingir o público-alvo de forma dirigida e personalizada e obter respostas diretas e mensuráveis. Isso significa que enquantoo marketing buscar atingir o público-alvo como um todo, identificando-o com as características genéticas de sexo, idade classe socioeconômica etc., o marketing direto procura atingir o indivíduo que faz parte desse mesmo público (PEREZ; BAIRON, 2002 p. 50-52). . Por fim, a última ferramenta do composto de comunicação de marketing é a venda pessoal. Conforme Kotler e Armstrong (1998 p.512) “a venda pessoal relaciona- se às apresentações pessoais feitas pela força de vendas de uma empresa com o objetivo de realizar vendas e construir relacionamento com o cliente”. 9 Todas as ferramentas de comunicação do composto de marketing têm importância na intenção de levar o cliente à decisão de compra, bem como, na divulgação de marcas, produtos e serviços. Cada ferramenta deve ser utilizada segundo a necessidade mercadológica e o ciclo de vida do produto. Das ferramentas de comunicação de marketing a propaganda é um instrumento de grande importância por ser um elemento de comunicação de massa que diariamente, coloca à disposição de pessoas de todas as classes sociais uma infinidade de marca, produtos e serviços. Por ser objeto de estudo deste artigo a propaganda é tratada mais detalhadamente a seguir. 1.8 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA MENSAGEM EM PROPAGANDA A propaganda pode ser classificada conforme Kotler e Armstrong (1998) nos seguintes tipos: a) Informativa: É utilizada maciçamente no lançamento de um novo produto. b) Comparativa: É utilizada para estabelecer superioridade de uma marca através da comparação. c) Lembrança: É utilizada para manter o produto na mente do consumidor. Para um bom encaminhamento de uma campanha publicitária é necessário analisar fatores que influenciam as pessoas. Os fatores psicológicos a serem levados em consideração para realização de uma propaganda são: Atenção: é a capacidade de concentração da consciência sobre um objeto; o poder de notar um objeto no meio de um conjunto. Inibição: é a faculdade que tem a nossa consciência de, a cada momento, deixar de lado tudo que a cerca, permitindo a concentração sobre um único objeto. Quanto mais concentrada é a nossa atenção, maior é a nossa inibição para o resto do mundo. Interesse: prestamos tento mais atenção num objeto quanto ele mais nos interessa. O interesse depende das inclinações, das tendências inatas de cada pessoa. Percepção: é o registro de um objeto em nossa consciência. Imagem: é a representação de uma percepção anterior. Em propaganda define-se imagem como sendo os conceitos ou pré conceitos intelectuais ou emotivos existentes na mentalidade do público, em torno de um produto, um serviço ou de uma empresa. 10 Imaginação: é a faculdade de reviver na consciência objetos ausentes no momento. É a faculdade de formar imagens de coisas não percebidas naquela ocasião, ou a faculdade de representar objetos ausentes. Emoção: é toda a perturbação violenta e passageira do tônus afetivo. Resulta de uma modificação súbita no meio que nos cerca. É uma oscilação do nível mental e é sempre causada pela presença de um fenômeno representativo em nossa consciência. Só nos emocionamos quando conhecemos algo de novo ou de inesperado. Vontade ou ato involuntário: é aquele em que o indivíduo escolhe sua forma de agir. É a capacidade do indivíduo de agir segundo suas preferências. Conduta: é toda forma de ação do indivíduo, é tudo que o homem diz ou faz, ou se prepara para fazer. Necessidades biológicas: são os fatores dinâmicos da conduta. A necessidade é uma ruptura do equilíbrio do organismo. Desejo: é a expressão consciente da necessidade. Emoção: é a consciência que temos das modificações orgânicas que se produzem após a percepção de um estimulo de natureza afetiva. Associação de ideias: é a capacidade que temos de unir as ideias, os fatos, as lembranças, os sentimentos existentes no nosso espírito. Motivação: é a predisposição para o indivíduo agir de uma maneira indeterminada. Na pratica é o mesmo que preparação (SANT’ANNA, 2002, P. 85-86). Os fatores de influência psicológica ligados à propaganda segundo Sant’Anna (2002) podem ser mais bem visualizados na figura 1.1 a seguir: 11 FIGURA 1: A PSICOLOGIA DA PUBLICIDADE Fonte: Adaptado Sant’Anna (2002, P.87) Visão/Percepção Conhecimento Anúncio Consciência Atenção Sensibilidade Sensação Sugestão /Apelo Instintos Hábitos Sentimento Memória Sentidos Imaginação Representação Experiência Associação de ideias Interesse Raciocínio Qualidade Conveniência Uso Preço Desejo Vontade Aquisição do produto 12 Outro aspecto a ser analisado na escolha de anúncios publicitários é em relação aos objetivos da campanha a ser elaborada. Conforme Rossi (2015) os objetivos de um anuncio são: a) Cognitivo: A empresa quer colocar algo na mente do consumidor (conhecimento, consciência). b) Afetivo: O Consumidor deve ter simpatia, preferência ou convicção pelo produto (Mudança de atitude). c) Comportamental: O consumidor deve agir de determinada forma (experimentar, comprar, recomprar). No que diz respeito ao conteúdo da mensagem um anúncio ainda precisa conter um apelo. Trata-se de influencias psicológicas que presentes na peça de comunicação produzam a resposta desejada no consumidor, ou seja, é “o que dizer”. Conforme Rossi (2015), os tipos de apelo utilizado para conteúdo de mensagem são: Apelo racional, moral, emocional e sexual. a) Racional: É a influência os interesses particulares através dos benefícios promovidos pelo produto. Ex: Economia, valor agregado. b) Moral: É a influência através do senso de certo/errado do público-alvo. Ex: Ajuda aos paralíticos, questões sociais, produtos fabricados por empresas amiga das crianças. c) Emocional: É o estimulo aos aspectos relativos à emoção humana. Ex: emoções Positivas (amor, Carinho) emoções Negativas (medo, Vergonha). d) Sexual: É a influência através do estimulo ás emoções ou a sexualidade humana. Ex: desodorante Axe, sabonetes, perfumes, etc. O conteúdo de uma mensagem deve contar ainda com um estilo que é o meio utilizado para despertar no consumidor sentimentos de desejo (estimular a compra), de exclusividade (diferenciar da concorrência) e de credibilidade (transmitir veracidade). Alguns estilos de mensagem conforme Rossi (2015) são: 13 a) Cotidiano: situações da vida diária. Ex: café da manhã. b) Estilo de Vida: produto que induz a um determinado estilo de vida. Ex: perfumes associados à riqueza. c) Fantasia: Cria uma áurea de magia em torno do produto. Ex: pôneis malditos Nissan. d) Atmosfera: simula um ambiente tomado pelas características do produto. Ex: aroma do café ou sabor da pizza. e) Evidência Científica: apresenta pesquisas que comprovam o melhor desempenho do produto em relação à concorrência. Ex: avaliações do Inmetro. Para a construção do anúncio publicitário também é necessário representar visualmente o objeto da mensagem, combinado elementos criativos para chamar a atenção para a peça publicitária. A representação criativa para peças publicitárias conforme Rossi (2015) pode seguir os seguintes caminhos visuais: a) Aventura visual: combina visualmente o produto com outros produtos ou situações que gerem algum tipo de absurdo. Ex: Um frango assado pulando corda para divulgar um óleo de cozinha. b) Do abstrato ao concreto: Representação sugestiva que apresenta relações criativa e convincente entre objetos. Ex: Uma trava entre os lábios de uma modelo sugerindo que, ao se cursar um idioma em determinada escola, aqualidade das aulas destrava a pessoa para o idioma. c) Comparar para valorizar: forma mais simples e efetiva para se conseguir visualmente auto grau de persuasão. Ex: Comparar a foto de um produto com algo que possa substancialmente valoriza-lo, um carro de luxo versus um vídeo game, comparando qual seria o melhor brinquedo. d) Teste à vista de todos: apoiar o produto com a utilização de alguém famoso que empreste credibilidade ou, mostrar cientificamente a eficiência do uso do produto. e) Sexo: utilização de pessoas em roupas e atitude sensuais para associar marcas e produtos. Ex: Propaganda de cerveja versus mulheres. 14 f) Onírico: recurso psicológico que trata da ambiência fantasiosa envolvendo o produto em uma atmosfera de sonho, de aparência ou de uma vida ideal. As pessoas são alegres, puras, sadias, esportivas e perfeitas. Ex: Usar o mito de Narciso para refletir a imagem de um produto. g) Imagem global: utilização de eventos globais para a construção de anúncios. Ex: A marca de determinado produto em combinação com a Copa do Mundo. h) Mostrar o produto: a solução criativa da peça publicitária traz o produto claramente em primeiro plano. A partir do referencial teórico levantado e com a intenção de analisar se os conteúdos apresentados no levantamento bibliográfico estão presentes na comunicação das empresas em geral, no item 2 a seguir é apresentado o histórico da marca Havaianas bem como a peça publicitária (anúncio) escolhida para análise neste artigo. 2 HAVAIANAS A marca Havaianas foi fundada no dia 14 de junho de 1962 pela empresa Alpargatas. A 1° fábrica fica em Campina Grande (PB) e a 2° fica em Montes Claros (MG), possui ainda uma loja conceito na cidade de São Paulo. A marca atua no seguimento de calçados com produtos voltados a todas as classes sociais. A empresa conta com uma equipe de colaboradores formada por 18 mil funcionários distribuídos na fábrica, loja e escritórios no exterior. Ao longo dos seus 53 anos de existência a Havaianas passou por uma série de transformações mercadológicas tanto na forma de atuação como na apresentação dos produtos que garantiram à marca a continuidade em seu seguimento de atuação. O quadro 1 a seguir apresenta a evolução da marca ao longo de sua existência. 15 EVOLUÇÃO DA MARCA HAVAIANAS 1962 Para criar as Havaianas, a inspiração foi a tradicional sandália de dedo japonesa Zori, com tiras de tecido e sola de palha de arroz. No lugar da palha, entrou a borracha, resistente e macia – feita para durar. O grão de arroz inspirou a textura da palmilha. O nome foi emprestado do Havaí, projetado por Hollywood como lugar dos sonhos dos anos 60. 1964 Vendedores-viajantes levavam Havaianas para cidades de todo o País dirigindo Kombis. A chegada deles era um acontecimento. Estacionavam em frente às lojas, e todos da cidade corriam para ouvir notícias da cidade grande e comprar seu par de Havaianas, que eram distribuídas em sacos plásticos. Em 64, praticamente todo trabalhador do País usava um par. 1966 Sim, Havaianas inventou o chinelo de dedo de borracha. Aqui está a prova. Em 66, a Alpargatas registra a patente do modelo: “palmilha com forquilha ornamentada por duas gregas, de direções paralelas, cada formada por pequenos frisos em linha quebrada, entrelaçados ”. 1969 Até aqui só existiam as tradicionais Havaianas azuis e brancas. Um erro de maquinário produziu Havaianas verdes, que acabaram indo para o mercado. Problema? Nada. O povo amou. Havaianas aproveitou a onda e começou a produzir pares ferrugem, amarelo e preto. 1970 Os conflitos armados mundiais dos anos 60 abriram caminho para cultura de Paz & Amor. O movimento hippie pregava uma vida livre de excessos de consumo, que fez os chinelos entrarem na moda. No Brasil, os jovens e os mais politizados entraram no clima, calçando Havaianas. 1973 O que é bom, inevitavelmente é copiado. Para defender-se das cópias: Havaianas lança o slogan “Proteja-se das fajutas. Legítimas, só Havaianas. Não deformam, não soltam as tiras e não têm cheiro.“ O garoto propaganda era o humorista Chico Anysio. O termo “fajuta” pega. E entra para o dicionário Aurélio como sinônimo de produto falsificado e de má qualidade. Havaianas inova na sua comunicação. Para filmar uma série de comerciais em 1973, foi criada uma sandália gigante, de 42 metros e 4 toneladas. Celebridades da época passaram sobre aquelas Havaianas. 1980 Havaianas é básica como o arroz-e-feijão de todos os dias. Nos anos oitenta, o Ministério da Fazenda incluiu as sandálias na lista de produtos fundamentais para a vida do brasileiro. 1994 Havaianas vai a campo e investiga quem de fato pisa sobre elas. Percebe que, entre anônimos e famosos, todo mundo usa. 1995 Foi lançada a Havaianas Floral, com flores de hibiscus – a primeira de muitas Havaianas estampadas. Nesse momento foram criadas linhas, como Fit e Baby. 1996 É a década da grande “virada”. O brasileiro começa a ‘customizar’ Havaianas, virando a sola colorida para cima, para ter um modelo monocolor. Era sinal de que o individualismo característico dos anos 90 pedia sandálias para diferentes estilos. Havaianas capta o espírito do tempo e cria o modelo Top. Hoje são mais de 15 cores que… todo mundo usa. 1997 Modelos, músicos e jogadores brasileiros estavam no radar mundial. Por hábito, a maioria usava Havaianas e era fotografada por paparazzi com as sandálias nos pés. A web ajudou espalhar esse hype – e o mundo todo começou a querer usar as legítimas brasileiras. Havaianas começa a cruzar fronteiras de maneira despretensiosa – literalmente dentro da mala das pessoas. Uns levavam como presente. Outros para vender 16 1998 informalmente. Fato é que as sandálias brasileiras começaram a cair no gosto de gente do mundo todo. Para a Copa do Mundo de 98, é lançada a Havaianas Copa, com uma pequena bandeira do Brasil na tira. A sandália se tornou objeto de desejo no mundo. A Seleção Brasileira perdeu o campeonato. Só que para Havaianas o jogo virou. O sucesso mundial das bandeirinhas fez a série ser rebatizada Havaianas Brasil – hoje uma das mais vendidas no mundo. 1999 Havaianas coloca o pé na moda em um desfile do estilista francês Jean Paul Gaultier. Depois disso não deixou mais de desfilar para grandes marcas e estilistas acompanhando o sucesso da moda brasileira no mundo todo. As Havaianas continuam se espalhando pelo mundo. Começam a ser distribuídas oficialmente na Espanha, Portugal, Itália, França, Inglaterra, EUA, República Dominicana e Japão. 2000 Entre a ameaça do bug do milênio e muita ansiedade para chegada do ano 2000, uma certeza: Havaianas nos pés dos brasileiros no Réveillon do milênio. E um modelo especial foi criado: a primeira sandália que brilhava no escuro. 2001 Nasce a Special Collection: Havaianas super especiais com detalhes exclusivos como cristais e malhas de metal costuradas à mão por artesãs no Nordeste. Uma coleção única e sofisticada feita por mãos brasileiras para os pés do mundo inteiro 2003 Os filipinos mudaram sua maneira de pensar em chinelos ao conhecer Havaianas. Antes, eram coisa de praia, hoje são símbolo de diversão, de moda – e de casualidade. Um verdadeiro fenômeno no país. E o Oscar vai para... Havaianas, que inicia uma série de participações na maior premiação de cinema do mundo, presenteando os indicados com um par. Tudo a ver. Depois de horas sobre saltos e sapatos apertados no tapete vermelho, nada melhor do que pisar numa Havaianas. 2004 Diamantes são eternos, Havaianas também. Em 2004 é lançada uma edição especial com acabamento em ouro 18K e diamantes em parceria com a joalheria H.Stern. Uma sandália que era uma joia. Havaianas começa a surfar pelo Oceano Índicoa partir das ilhas Maurício. Hoje são encontradas em praticamente todo resort de Seychelles, Mayotte e Maldivas. Havaianas inicia uma parceria com o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) para financiar estudos para a conservação de espécies da natureza brasileira – muitas delas ameaçadas de extinção, como o Mico Leão de Cara Preta, o Guará, a Arara Azul. Das vendas das sandálias, 7% é direcionado para o IPÊ. Até hoje, mais de R$ 3.500.000,00 já foram repassados ao instituto. 2005 Estudantes de escolas tradicionais de São Paulo fazem protesto pelo direito de ir à aula usando Havaianas. Hoje, alguns escritórios instituíram a sexta-feira como Havaianas Day. Foi uma maneira de abrasileirar a Casual Friday. 2006 Na Austrália, Havaianas bate um recorde e entra para o Guiness Book pela primeira vez. Em um desafio anual, milhares de australianos se reúnem nas praias do país com boias em formato de Havaianas fazendo a maior fila do mundo. Cada um compra sua boia e o valor arrecadado é revertido para projetos sociais. As Havaianas Slim vieram para agradar ainda mais as mulheres. Com tiras mais finas e delicadas, caíram no gosto do nosso público mais exigente e já são um ícone da marca. 2007 O povo de Taiwan acha praticamente impossível pronunciar Havaianas, mas o que não fez a menor diferença quando chegaram lá: eles entenderam tudo quando colocaram no pé. Havaianas finca definitivamente sua bandeira nos EUA, e abre escritório em NY. 2008 Havaianas abre QG na Espanha. Hoje também possui escritórios em Portugal, França, Inglaterra e Itália. 17 2009 Com a missão de ajudar a conservar a biodiversidade dos mares brasileiros, Havaianas faz uma parceria com a ONG Conservação Internacional apoiando projetos de conservação no arquipélago de Abrolhos. Tudo isso com 7% da venda das sandálias exclusivas do projeto revertida para a organização. Inauguração do Espaço Havaianas, na Rua Oscar Freire, em São Paulo. Com todos os modelos, a loja-conceito tem no centro uma banca de frutas. No lugar delas, todo colorido de Havaianas – para homenagear a origem popular da marca. 2011 O clima tropical do Brasil permite que todo mundo use Havaianas o ano todo. Para se pisar de Havaianas em qualquer estação ou país, foi lançada na Europa a Soul Collection – uma linha de tênis casuais e alpargatas com a “alma de Havaianas”, traduzida no solado exclusivo: uma palmilha das legítimas. O sucesso chegou ao Brasil no ano seguinte e já conta com dezenas de modelos nas lojas. A italianíssima Missoni imprime seu DNA em Havaianas. Mais uma das parcerias exclusivas de Havaianas em sandálias. Além de muitas outras que andaram com a gente. 2011 Havaianas inicia uma parceria com a Disney em modelos exclusivos com os personagens desse mundo mágico. Com relação as suas propagandas a cada lançamento de uma nova coleção eles lançam uma propaganda na televisão e um anuncia em revista até o momento em seu site oficial constam 32 propagandas televisivas e 32 anúncios em Revistas QUADRO 1: EVOLUÇÃO DA MARCA HAVAIANAS FONTE: Adaptado pela autora (HAVAIANAS, WEB) A marca Havaianas ao longo de sua história sempre se utilizou de anúncios publicitários veiculados em diversos meios de comunicação para divulgar o posicionamento de mercado e seus produtos, sendo essa uma importante estratégia que garante a sobrevivência e o sucesso empresarial. Para este artigo foi escolhida a peça publicitária (figura 2), criada pela agência ALMAPBBDO, intitulada “Sai”, veiculada em mídia de massa (televisão) e mídia impressa (Revistas). O anúncio foi estrelado pelo ator global Chay Sued ao longo de 2014. A ficha técnica do anúncio pode ser apreciada junto ao apêndice deste estudo. 18 FIGURA 2: PEÇA PUBLICITÁRIA – ANÚNCIO “SAI” Fonte: Havaianas (WEB, 2015). Na propaganda Chay Sued faz uma comparação de duas situações para responder se sua vida mudou depois da fama. Na primeira cena o ator que está na praia elogia as havaianas de uma moça que prontamente o reconhece e o abraça, outras duas amigas que estão com ela repetem seu nome euforicamente em sinal de reconhecimento. Na segunda cena, antes da fama, ele aparece como um rapaz comum elogia as havaianas da moça e ela o manda sair deixando o jovem constrangido. A cena é fechada com Chay Sued apresentando a pergunta: “Essa é a minha qual é a sua? ”. No item a seguir é apresentada discussão do tema proposto a partir da propaganda escolhida para a análise considerando o referencial teórico abordado neste artigo. 3. DISCUSSÃO DO TEMA - ANÁLISE DA PEÇA PUBLICITÁRIA A peça publicitária escolhida é classificada, segundo a literatura, como propaganda do tipo de lembrança, cujo o intuito, é manter produtos e marcas na mente do consumidor. No que diz respeito aos fatores psicológicos a peça publicitária ao utilizar um ator jovem e de muito sucesso atualmente trabalha fortemente a atenção à imagem a 19 imaginação e a emoção do público, que busca na figura de Chay Sued a jovialidade, a alegria, a beleza, o sucesso, estilo entre outros aspectos que despertam o interesse do consumidor que vê o ator como ídolo. A frase “Essa é a minha qual é a sua?”, desperta do expectador o interesse, à vontade, a conduta, a associação de ideias e a motivação necessárias para que o consumidor tome a decisão de compra pelo produto. Do ponto de vista do objetivo da campanha elaborada a peça publicitária trabalha o aspecto afetivo fazendo com que o expectador tenha simpatia e preferência pelo produto, uma vez que trabalha com um ator jovem, sucesso, sobretudo junto ao público feminino e em especial com adolescentes. O conteúdo da mensagem trabalha o aspecto emocional. Do lado positivo explora a alegria de ser reconhecido por conta da fama. Por sua vez, a emoção negativa fica visível quando o personagem se sente frustrado ao ser mandado embora pela companheira de cena. O estilo da mensagem é do tipo cotidiano, que representa situações da vida diária, neste caso, a cena acontece na praia num momento em que o ator procura se aproximar de garotas para “puxar” uma conversa. O caminho visual adotado para representação criativa da peça publicitária pode ser classificado conforme o referencial teórico levantado como o tipo comparar para valorizar, neste caso a vida do ator antes e depois da fama. Verifica-se que todos os itens apontados no referencial teórico estão presentes na peça analisada, o que indica que foi concebida e produzida dentro de critérios tecnicamente corretos. No que diz respeito à criatividade da peça, esse é um item difícil de ser avaliado pois é muito subjetivo e depende única e exclusivamente da aprovação do consumidor, ou seja, quando ele toma a atitude de escolher e decidir pela compra do produto. Por fim ressalta-se que a peça analisada, assim como, outros anúncios veiculados pela marca Havaianas, são sempre desenvolvidos com o componente humor, o que tornam as propagandas engraçadas, mas sem esquecer dos valores permanentes como: “Havaianas todo mundo usa”, e “Não deformam, não soltam as tiras e não tem cheiro”. 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS Foi abordado neste artigo o tema propaganda. O objetivo geral deste estudo foi de avaliar aspectos de construção de propaganda da marca Havaianas. Criada em 1962, a marca Havaianas está no mercado há vários anos, é um item de consumo que desde sua criação é utilizado por pessoas de todas as classes sociais. É uma marca conhecida nacional e internacionalmente, posiciona-se como um produto premium, e além de ser comercializada em pontos de vendas tradicionais, também é revendida em franquias da própria marca. As propagandas da marca Havaianas são construídas com muito humor, reforçando o slogan “Havaianas todo mundo usa” e também a qualidade,referencial dos chinelos no mercado – “não deformam, não soltam as tiras e não tem cheiro”. O referencial teórico levantado comparou uma peça publicitária com a bibliografia identificando: aspectos psicológicos presentes na peça, o tipo de propaganda, os objetivos comerciais da peça, o tipo de apelo da mensagem, o estilo da mensagem e por fim o caminho visual adotado para a criação do anúncio. Investir em comunicação, independentemente do tipo, é relevante para toda empresa, pois está é uma estratégia necessária para tornar conhecidas marcas e produtos, além de reforçar ou estimular na mente do consumidor necessidades e desejos. 21 REFERÊNCIAS ADNEWS. Propaganda Havaianas com Chay Suede. Disponível em: <http://www.adnews.com.br/publicidade/chay-suede-antes-e-depois-do-comendador- no-novo-filme-de-havaianas> Acesso em outubro de 2015. BASTOS, Darci; MARCHESINI DE ANDRADE Roberto Fernando, DE BLESSA, Regina. Merchandising no Ponto de Venda. São Paulo: Atlas, 2004 OLIVEIRA FERREIRA Jose Antônio, SEIXAS DE SÁ Luiz Carlos. Fundamentos de Marketing. Rio de Janeiro: FGV, 2003. HAVAIANAS. História da Empresa. Disponível em <http://www. www.havainas.com.br/historia> Acesso em Outubro de 2015. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: LTC, 1998. PEREZ Clotilde, BAIRON Sergio. Comunicação de Marketing. São Paulo: Futura; Ano de Edição: 2002 SANT’ANNA, Arnaldo. Propaganda: Teoria, Técnica, Prática. São Paulo: Thomson Learning, 2002 ROSSI, Sidnéia Pinott. Apostila de Marketing. Joinville/SC: Faculdade Cenecista de Joinville, 2015. VILAR, ALUIZIO. Guia Metodológico FCJ 2009. Elaboração e Apresentação de Trabalhos Acadêmicos. Metodologia Científica. Joinville/SC: Faculdade Cenecista de Joinville, 2009. http://www.adnews.com.br/publicidade/chay-suede-antes-e-depois-do-comendador-no-novo-filme-de-havaianas http://www.adnews.com.br/publicidade/chay-suede-antes-e-depois-do-comendador-no-novo-filme-de-havaianas http://www.havainas.com.br/historia 22 APÊNDICE 1 – Peça Publicitária Ficha Técnica Agência: ALMAPBBDO Anunciante: Havaianas Título: Sai Produto: Havaianas Diretor Geral de Criação: Luiz Sanches Diretor de Criação: Bruno Prosperi e Renato Simões Criação: Pedro Corbett e Marcus Kawamura Produtora de imagem: Cine Cinematográfica Produtor executivo: Raul Doria e Wal Tamagno Direção: Clovis Mello Fotografia: Julia Equi Montador / Editor: Carol Leone Finalizadora: Cine X Atendimento: Hingrit Nitsche e Jordana Ribeiro Produtora de audio: Play It Again RTV: Vera Jacinto, Elisa Mello e Thiago Bueno. Atendimento: Cristina Chacon, Italo Vetorazzo, Sâmia Reiter. Planejamento: Cintia Gonçalves, Sergio Katz, Vanessa Sakamoto, Marina Cabrera, Diretor de Negócios: Rodrigo Andrade Mídia: Flavio De Pauw, Carla Durighetto, Maria Eugenia Penteado, Caroline Straub. Aprovação: Carla Schmitzberger, Rui Porto, Christina Assumpção, Eliana Vilches, Marcelo Vecchi, Maria Fernanda Candeloro.
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