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Histórico da agricultura familiar e agronegócio no brasil

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
CAMPUS PROFª CINOBELINA ELVAS - CPCE
CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA – 3º PERÍODO
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA PARA CIÊNCIAS AGRÁRIAS II
DOCENTE: MARIA DOS REMÉDIOS FERRO
PROCESSO HISTÓRICO DA AGRICULTURA FAMILIAR E AGRONEGÓCIO NO BRASIL
 
 
BOM JESUS – PI,
JANEIRO/2017.
FLAVIANE TELES SOUZA 
ROMÃO ALVES DO NASCIMENTO NETO 
PROCESSO HISTÓRICO DA AGRICULTURA FAMILIAR E AGRONEGÓCIO NO BRASIL
 
 
BOM JESUS – PI,
JANEIRO/2017.
	A dispersão do Modo de Produção Capitalista e a consolidação dos Estados Unidos da América como novos líderes mundiais, foram dois fatores que culminaram o fim da Segunda Guerra Mundial. A partir dessas mudanças uma nova logística é inserida no espaço rural. Assim a terra passa a ter maior valor econômico e a modernização da agricultura se faz “necessária” para aumentar a produção. 
	Essa logísticas seria a substituição da a agricultura tradicional, baseada no uso dos recursos naturais de forma que conciliava a necessidade do agricultor com o tempo de reposição daqueles recursos, por uma agricultura mais moderna, baseada no uso de técnicas mais avançadas que alteraria a estrutura de produção, com o uso de implementos, insumos agrícolas e motomecanização. Tal evento foi considerado para Brum, como uma extraordinária revolução tecnológica. 	
	A chamada Revolução Verde foi um programa que tinha por objetivo explícito contribuir para o aumento da produção e da produtividade agrícola no mundo, através do desenvolvimento de experiências no campo da genética vegetal para a criação e multiplicação de sementes adequadas às condições dos diferentes solos e climas e resistentes às doenças e pragas, bem como da descoberta e aplicação de técnicas agrícolas ou tratos culturais mais modernos e eficientes.
	Essas inovações tinham com o principal objetivo aumentar a produção de alimentos para reduzir a fome no mundo e principalmente no Brasil e países pobres. Na teoria, a Revolução Verde seria a solução ideal para o momento. No entanto, pode-se perceber que as modificações que ela efetivou no espaço rural foram muito além das promessas de aumento da produção e da produtividade.
	Todo isso pode ser visto em uma das passagens de ABRASCO, 2015, p. 591, que traz que “em decorrência da chamada ‘Revolução Verde’, a agricultura tradicional, que vigorou até a década de 1970, foi sendo subordinada a um modelo econômico baseado em: tecnologia químico-dependente; ampliação da monocultura; mecanização e intensificação da espoliação de recursos naturais; utilização de bens públicos e de incentivos fiscais; apropriação privada dos lucros e socialização do ônus. Hoje, o Brasil tem sua economia sustentada principalmente pela exportação de commodities agrícolas e minerais”.
	 O aumento da produção e da produtividade prometido pela Revolução Verde, não foram concretizadas como previsto, já que não foi possível combater a fome, mas sim proporcionar um aumento dela e do êxodo rural. Isso se dá em decorrência de que após a revolução, grandes quantidades de terras se concentraram na mão de poucos e esses investiram apenas em um produto especifico. Por essa monopolização, muitos trabalhadores familiares foram obrigados a venderem e saírem de suas terras, indo para as cidades (êxodo rural).
Como vemos na citação acima e como veremos mais a frente no Capítulo 4, a matriz tecnológica do que se convencionou chamar “Revolução Verde” é pautada por movimentações externas e isso coincide com a época em que se intensifica a entrada do capital estrangeiro no Brasil. O que pode-se entender a partir daí é que os objetivos e benefícios desse novo modelo de agricultura se dão na esfera global, dentro do plano de multinacionais que visam expandir seus mercados e difundir seus modelos de desenvolvimento. Os países periféricos, dentro dessa lógica, se apresentam como consumidores tanto das mercadorias como do projeto externo e como meio de suprir as necessidades de um mercado mundial. Para Maria de Nazareth Baudel Wanderley, a modernização agrícola tem seus efeitos na agricultura familiar: Esteve e está em curso, inegavelmente, um processo de mudanças profundas que afetam precisamente a forma de produzir e a vida social dos agricultores e, em muitos casos, a própria importância da lógica familiar. Porém, parece evidente, como já foi dito, que a “modernização” dessa agricultura não reproduz o modelo clássico (refiro-me aqui aos outros “clássicos”) da empresa capitalista, e sim o modelo familiar. Mesmo integrada ao mercado e respondendo às suas exigências, o fato de permanecer familiar não é anódino e tem como conseqüência o reconhecimento de que a lógica familiar, cuja origem está na tradição camponesa, não é abolida; ao contrário, ela permanece inspirando e orientando – em proporções e sob formas distintas, naturalmente – as novas decisões que o agricultor deve tomar nos novos contextos a que está submetido. Esse agricultor familiar, de uma certa forma, permanece camponês (o camponês “adormecido” de que fala Jollivet) na medida em que a família continua sendo o objetivo principal que define as estratégias de produção e de reprodução e a instância imediata de decisão. (WANDERLEY, 2003, p.48) O pequeno produtor, nesse contexto, sofre alterações profundas no seu modo de vida, de produção e de reprodução social, oriundas de um processo exógeno. Antes, o pequeno produtor de subsistências, utilizava-se quase que exclusivamente da terra e da mão-de-obra familiar não remunerada para produzir seus ‘excedentes’. Agora, entretanto, tem custos monetários elevados, representados pelos insumos modernos que necessita comprar; assim, não pode mais vender a sua produção ‘a qualquer preço’, pois tem custos monetários a cobrir. Em outras palavras, o fato de a agricultura se transformar numa crescente consumidora de insumos industriais implicou um crescimento mais rápido dos preços dos produtos agrícolas, sem que necessariamente o produtor direto se tenha beneficiado desses acréscimos (GRAZIANO DA SILVA, 1982,p.139) Esse processo alterava também a valorização dos produtos agrícolas. Junto com o jeito ‘moderno’ de se fazer agricultura, também alguns produtos se mostravam mais compatíveis com a forma de produção, dando origem às monoculturas, grandes pedaços de terra destinados ao cultivo de apenas um produto específico, considerado mais lucrativo.
No campo da Sociologia Rural, muito se discute, principalmente a partir de 1980, sobre as transformações ocorridas no meio rural e os impactos para a agricultura familiar. A questão que permeia grande parte dos debates é sobre a possibilidade de sobrevivência da agricultura familiar tal como a entendemos hoje em um contexto de globalização e intensa integração dos mercados. Muitos acreditam que, de fato, o campesinato/agricultura familiar estão fadados a desaparecer. Maria Nazareth Baudel Wanderley, no segundo ponto das conclusões de seu texto “Agricultura Familiar e Campesinato: rupturas e continuidades” faz considerações acerca da capacidade de resistência da agricultura familiar: Em segundo lugar, a convicção de que o agricultor familiar não é um personagem passivo sem resistência diante de forças avassaladoras vindas de fora e de cima do seu universo. Pelo contrário, ele constrói sua própria história nesse emaranhado campo de forças que vem a ser a agricultura e o meio rural inseridos em uma sociedade moderna. E o faz recorrendo à sua própria experiência (camponesa) e procurando adaptar-se, como já foi dito, às novas “provocações” e desafios do desenvolvimento rural (WANDERLEY, 2003, p.58)
Após a chamada Revolução Verde no Brasil, a forma de se fazer agricultura com vistas à produtividade e intensificação das relações de mercado internacionais se tornou dominante do ponto de vista do incentivo estatal às atividades agrícolas, principalmente no caso do crédito rural,como nos aponta Bernardo Sorj. O sentido fundamental das políticas públicas tem sido o de articular a expansão agrícola com o complexo agroindustrial e as necessidades de abastecimento interno e as exportações, através de um conjunto de medidas, entre as quais o crédito rural ocupa um lugar privilegiado (SORJ, 1980,p.78) Com base nas informações apresentadas até então, é possível trabalhar com a idéia de que o processo de modernização agrícola no Brasil foi marcado pelo favorecimento de um modelo de agricultura, advindo da Revolução Verde, em detrimento das inúmeras formas locais de se fazer agricultura, de acordo com diferenciações geográficas e culturais. Dessa forma, o colonialismo interno de que fala Casanova, pode se somar às características desse processo, entendendo que ainda dentro de um mesmo país é possível encontrar configurações que se relacionam ao que entendemos por um colonialismo intrínseco ao que chamamos modernidade.
agronegocio
Associando estes aspectos da modernização da agricultura brasileira às características do surgimento e da expansão do agronegócio brasileiro, ou seja, o aperfeiçoamento das relações agricultura-indústria.
O Estatuto da Terra de 1964
O Estatuto da Terra foi criado pela lei 4.504, de 30-11-1964, sendo portanto uma obra do regime militar que acabava de ser instalado no país através do golpe militar de 31-3-1964.
Sua criação estará intimamente ligada ao clima de insatisfação reinante no meio rural brasileiro e ao temor do governo e da elite conservadora pela eclosão de uma revolução camponesa. Afinal, os espectros da Revolução Cubana (1959) e da implantação de reformas agrárias em vários países da América Latina (México, Bolívia, etc.) estavam presentes e bem vivos na memória dos governantes e das elites.
As lutas camponesas no Brasil começaram a se organizar desde a década de 1950, com o surgimento de organizações e ligas camponesas, de sindicatos rurais e com atuação da Igreja Católica e do Partido Comunista Brasileiro. O movimento em prol de maior justiça social no campo e da reforma agrária generalizou-se no meio rural do país e assumiu grandes proporções no início da década de 1960.
No entanto, esse movimento foi praticamente aniquilado pelo regime militar instalado em 1964. A criação do Estatuto da Terra e a promessa de uma reforma agrária foi a estratégia utilizada pelos governantes para apaziguar, os camponeses e tranqüilizar os grandes proprietários de terra.
As metas estabelecidas pelo Estatuto da Terra eram basicamente duas: a execução de uma reforma agrária e o desenvolvimento da agricultura. Três décadas depois, podemos constatar que a primeira meta ficou apenas no papel, enquanto a segunda recebeu grande atenção do governo, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento capitalista ou empresarial da agricultura.
Marcos A. Coelho – "Geografia do Brasil"
Referências bibliográficas:
BRAUN, M. B. S. Uma análise da balança comercial agrícola brasileira a guisa de sua evolução histórica recente. Informe GEPEC, Toledo, v. 8, n. 1, p. 1-21, jan./jun. 2004. 
BRUM, A. J. Modernização da agricultura no Planalto Gaúcho. Ijuí: Fidene, 1983.

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