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Material aula custos UAPI. UNID II

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
DISCIPLINA: CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 
 
 
PROFª LARISSA SEPÚLVEDA 
 
 
UNIDADE II: CUSTOS PARA DECISÃO. 
 
2.1 Métodos de Custeio: 
2.1.1. Custeio Variável, 
2.1.2 Custeio ABC; 
2.1.3 Custeio RKW 
2.1.4 Comparação Entre os Métodos de Custeio. 
 
2.2 Visão gerencial dos custos: 
2.2.1 Margem de contribuição e relação custo/volume/lucro. 
2.2.2 Custo padrão. 
2.2.3 Formação do preço de venda. 
 
2.3 Novos indicadores empresariais: 
2.3.1 O balanced scorecard. 
2.3.2 EVA (economic value added) 
2.3.3 MVA (market value added). 
 
 
 
 
 
2021 
 
 
 
 
 
 
 GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ 
UNIVERSIDADE ABERTA DO PIAUI –UAPI 
NÚCLEODEEDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
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2- CUSTOS PARA DECISÃO 
 
 
2.1 Métodos de Custeio: 
 
Custeio: Significa apropriação de custos. 
Métodos de Custeio: Maneira pela qual os custos serão 
alocados/apropriados aos produtos. 
Exemplos de Métodos de Custeio: 
• Custeio por Absorção; 
• Custeio Variável; 
• ABC 
• RKW 
 
- Método fiscal adotado no Brasil: Custeio Por Absorção: 
O custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos 
princípios de contabilidade geralmente aceitos. 
Onde: 
• Considera todos os custos de produção (fixos e variáveis/diretos e 
indiretos) como custos do produto. Ou seja, serão primeiro 
estocados, para só após a venda irem para o resultado do período 
(DRE) 
• Os demais gastos serão despesas do período, indo direto para o 
resultado (DRE). 
 
ESQUEMA BÁSICO: Empresa de Manufatura 
 
 
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Classificação dos Custos e Rateio dos custos Indiretos 
 
 
Esquema Detalhado: Classificação Detalhada Dos Custos em fixos e 
variáveis: 
 
 (Martins,2010) 
 
Independente da classificação dos Custos, se fixos ou variáveis, Diretos ou 
Indiretos, Todos os Custos de produção são alocados aos produtos no Custeio 
por Absorção. 
 
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2.1.1 Método de Custeio Variável ou Direto: 
 
O Custeio Variável/direto consiste em um método gerencial de 
apuração de resultados. Surgiu da necessidade de soluções para os 
problemas trazidos pelo rateio dos custos fixos. 
• Apropria como custo do produto apenas os custos variáveis de 
produção. O valor do Estoque será formado apenas pelos custos 
variáveis de produção. 
• Os custos fixos são separados e tratados como despesas do 
período, indo diretamente para o resultado do exercício, pelo valor 
integral (não rateia custos fixos). 
• Utiliza-se o Cálculo da Margem de Contribuição. 
 
 
Esquema Básico: Custeio Variável 
 
(Martins,2010) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Esquema Detalhado: Custeio Variável 
 
 
 
No custeio variável ocorre a separação dos Custos e Despesas em Fixos e 
Variáveis. Sendo que apenas os Custos Variáveis são Alocados aos produtos e 
vão para o estoque (Ativo). Todas as Despesas, bem como, Os custos fixos 
irão integralmente para o Resultado do período (DRE). 
 
 
Comparação entre os Métodos Variável e Absorção 
 
 
 
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DESVANTAGENS DOS MÉTODOS 
 
 
 
 
 
 
 
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2.1.2 Método de Custeio ABC (Custeio Baseado em Atividades) 
 
Método de Custeio que surgiu como forma de alocação dos custos indiretos de 
maneira mais criteriosa possível, reduzindo os valores arbitrários provocados 
pelo rateio dos custos indiretos. Ameniza, assim, as distorções provocadas 
pelo uso do rateio usado na tradicional custeio por absorção. 
 
Consiste na identificação, análise e alocação de custos aos processos de uma 
determinada empresa, visando melhor gerenciar os custos e os lucros. O uso 
deste método permite uma melhor mensuração dos custos. 
 
É uma metodologia de alocação de custos indiretos aos produtos que tem por 
base: 
• Foco no conceito de atividade; e 
• Utilização de direcionadores de custos. 
• ATIVIDADE: É uma ação que utiliza recursos humanos, materiais, 
tecnológicos etc. e gera um bem ou serviço. 
• DIRECIONADORES DE CUSTOS DE RECURSOS: São fatores que 
permitem identificar a intensidade com que as atividades se utilizam dos 
recursos. Servem para calcular o custo das atividades. 
• DIRECIONADORES DE CUSTOS DE ATIVIDADES: São fatores que 
determinam o custo das atividades e que permitem identificar a 
intensidade com que os produtos se utilizam das atividades. Servem 
para calcular o custo dos produtos. 
 
A atribuição dos custos as atividades deve ser feita de forma mais criteriosa 
possível, de acordo com seguinte ordem de prioridades: 
• Alocação direta; 
• Rastreamento; e 
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• Rateio. 
 
 
Distribuição dos Custos (Uso dos Direcionadores) 
 
 
Apesar de todas as etapas envolvidas, o Custeio ABC é o método de custeio 
mais parecido ao custeio por absorção, pois todos os custos de produção são 
alocados aos produtos. A maior desvantagem do ABC está na sua 
implantação, devido a necessidade de vários controles, apontamentos e 
pessoal qualificado para a utilização, tornando um método caro e de difícil 
implementação. 
 
2.1.3 Método de Custeio RKW ou Custeio Pleno. 
 
É um processo de fixação do preço do produto com base na alocação dos 
custos e despesas fixos e variáveis. Surgiu na Alemanha, no século XX, 
conhecido como RKW consiste na abreviação do nome reichskuratoriun für 
wirtschaftlichtkeit. 
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O sistema é simples, distribuem-se aos produtos todos os custos diretos e 
indiretos (por meio de rateio) e as despesas de vendas, administrativas, 
financeiras etc. utilizando a departamentalização. Com isto a empresa chega 
ao valor de produzir e vender, bastando então acrescentar o lucro desejado 
para se obter o preço de venda do produto. 
 
Neste sistema os custos e despesas são primeiramente atribuídos aos 
setores/departamentos de produção e em seguida alocados nos produtos. Sua 
principal vantagem é de que qualquer aumento de um item (custo ou despesa), 
seria possível calcular o seu efeito no preço final do produto. Além de não 
haver necessidade de classificação dos custos e despesas. 
 
Porém, não é aceito no Brasil, como método fiscal. Também não é indicado 
para fins gerenciais, devido aos rateios arbitrários dos custos e despesas ao 
produto. 
 
 
2.2- VISÃO GERENCIAL DOS CUSTOS: 
 
2.2.1 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 
 
É o excesso do preço de venda em relação aos custos e despesas variáveis; 
destina-se a amortizar os custos e despesas fixos e a formar o lucro da 
empresa. 
 
É o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua 
receita e o custo/despesa que de fato provocou e que pode lhe ser imputado 
sem erro. 
 
Cálculo da Margem de contribuição 
 
MC/u = Margem de Contribuição Unitária 
MCT= Margem de contribuição total 
PVL = Preço de Venda Líquido 
CDV = Custos e Despesas Variáveis 
RL= Receita Líquida 
Q= quantidade 
 
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EXEMPLO PRÁTICO 
 
Uma indústria fabrica um único produto, cujo preço de venda é de R$ 
60,00, e possui a seguinte estrutura de custos e despesas: 
 
Custos de Produção: 
Matéria Prima: R$ 20,00 por unidade 
Mão de Obra Direta: R$ 8,00 por unidade 
Energia Elétrica: R$ 6.800,00 por mês 
Aluguel da fábrica: R$ 8.000,00 por mês 
 
Despesas: 
Salário da Administração: R$ 7.000,00 por mês 
Material de expediente: R$ 1.200,00 por mês 
Comissões aos vendedores: 3% sobre as vendas 
Fretes sobre as vendas: 5,00 por unidade. 
 
Qual o valor da margem de contribuição e do lucro dessa empresa, caso ela 
venda 1500 unidades desse produto? 
 
Lembram do Custeio Variável ? 
 
1 Passo: Separar Custos de Despesas 
2 Passo: Separar os custos e despesas Fixos de Variáveis 
 
CV = 28,00 Por Unidade x 1.500 = 42.000,00 
CF = 14.800,00 Por Mês 
DF = 8.200,00 Por Mês 
DV = 
Comissões: 3% x 90.000,00 = 2.700,00 
Fretes: 5,00 por Unidade x 1.500 = 7.500,00 
 10.200,00 
 
ESTRUTURA DRE CUSTEIO VARIÁVEL 
 
 
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A margem de Contribuição Unitária indica quanto cada produto irá 
contribuirpara o resultado da empresa. 
 
MCunit = PVL – CDV 
 
PVL = 60,00 
(-) CV = (28,00) 
(-) DV = 
Comissão = (1,80) 
Frete = (5,00) 
 
= MC unit = 25,20 por unidade. 
 
Ou seja, cada unidade vendida irá contribuir com R$ 25,20 no resultado da 
empresa. 
Na venda de 1.500 unidades a empresa terá uma margem de Contribuição 
Total de R$ 37.800,00 ( R$ 25,20 x 1.500). 
 
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO NÃO É LUCRO!!! Pois ainda não FORAM 
PAGOS os custos e despesas fixas. Mas mostra quanto a empresa irá 
aumentar seu lucro para cada unidade vendida a mais. 
 
 
 
 
2.2.1.1 ANÁLISE DA RELAÇÃO CUSTO/VOLUME/LUCRO 
 
 
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DOS CUSTOS: 
 
 
Análise dos custos Fixos 
 
 
 
O valor não altera com o volume de produção/venda. 
 
 
 
 
 
 
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Análise dos custos variáveis 
 
 
 
O valor depende do volume de produção/venda. 
 
 
 
Análise do ponto de equilíbrio 
 
 
 
Nesse ponto a Receita é igual a soma de todos os custos e despesa. A 
empresa não tem lucro e nem prejuízo. 
 
Ponto de Equilíbrio (PE): 
Receita Total = Custos e Despesas Totais 
RT = CDfixos + CDvariáveis 
PE= Lucro Zero 
 
 
FÓRMULA DO PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL: 
 
 
CDF = Custos de Despesas Fixas 
MCu= Margem de contribuição unitária 
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MC% = Margem de contribuição em percentual. 
 
 
PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO: 
Além de cobrir os custos e despesas fixas e variáveis a receita deve ser 
suficiente para cobrir o lucro desejado pelos sócios. 
 
 
 
PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO: 
Dos custos e despesas fixas devem ser excluídos os gastos não 
desembolsáveis (que não resultara em saída de dinheiro) e somar as demais 
saídas de dinheiro não incluídas nos custos e despesas, como por exemplo os 
pagamentos de dívidas. 
 
 
 
CDFND= custos e despesas ficas não desembolsáveis (exemplo: depreciação) 
Amortizações = pagamento de dívidas, parcelas de empréstimos. 
 
 
 
2.2.2 CUSTO PADRÃO: FORMA OU SISTEMAS DE CUSTEIO 
 
A escolha do sistema de custeio não depende do sistema produtivo da 
empresa e sim, principalmente, do tipo de informação e de controle que a 
gerência pretende obter a partir do sistema de custeio a ser implantado. 
 
Os sistemas de custeio diferenciam-se entre si pela natureza dos dados 
contábeis utilizados - históricos ou predeterminados. 
 
Assim, são dois os sistemas de custeio: 
I - sistema de custeio baseado em dados reais, atuais ou históricos (Custo 
Real); 
II - sistema de custeio baseado em dados estimados ou predeterminados. 
 
Custo Real ou Custo Histórico 
 
O sistema de custeio baseado em custos históricos ou reais pode ser 
definido como um sistema no qual os custos são registrados tais como 
ocorrem. Em conseqüência disso, nesse sistema, os custos só são 
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determinados após o término da fabricação do produto ou da prestação do 
serviço da empresa. 
 
Para o fisco é necessário e obrigatório a apuração dos custos pelo 
custos histórico ou custo real. 
 
Sistema de custeio predeterminado 
 
Como o próprio nome indica, custos predeterminados são custos 
estabelecidos com antecedência sobre as operações de produção. 
Assim, em um sistema de custeio baseado em custos predeterminados, 
tanto o material como a mão-de-obra e os gastos gerais de fabricação 
são contabilizados com base em preços, usos e volumes previstos. 
 
Os custos predeterminados são usados quando a gerência está 
interessada, primeiramente, em conhecer quais deveriam ser os seus 
custos, para depois compará-los com os custos reais. 
 
Os custos predeterminados podem ser estimados com base na "melhor 
informação disponível no momento" da sua fixação (Custos Estimados), 
ou podem ser "padrões" resultantes de um meticuloso estudo de 
engenharia (Custo Padrão). 
 
 
CUSTO PADRÃO: 
É o custo que a empresa poderá alcançar, se conseguir atingir certos níveis de 
desempenho. 
A grande finalidade é o planejamento e controle dos custos. Para sua fixação, 
obriga a levantamento que irão a confronto posterior com a realidade, a fim de 
apontar ineficiências e defeitos na linha de produção. 
 
 
CARACTERÍSTICAS: 
 
• Custo Predeterminado 
• Mensuração quantitativa e valor monetária 
• Meta a ser atingida pela empresa 
• Tipicamente gerencial 
 
Tipos de Padrões: 
 
Custo Padrão Ideal: Busca 100% de eficiência produtiva, muito teórica, 
meta de longo prazo para a empresa. Muito difícil ou até impossível de se 
atingir. 
 
Custo Padrão Corrente: Difícil, mas não impossível, junta a teoria e a 
pratica, pois considera as ineficiências produtivas existentes. Meta de curto 
e médio prazo. Mais eficaz para a empresa. 
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1.3.3 Objetivo 
 
Seu grande objetivo, portanto, é de fixar uma base de comparação entre o que 
ocorreu e o que deveria ocorrer. E isso nos levar à uma conclusão de que 
Custo padrão não é outra forma, método ou critério de contabilização de 
custos, mas sim uma técnica auxiliar de gestão de custos. 
 
Deve ser Utilizado para: 
• Elaboração de orçamentos 
• Avaliação de desempenhos 
• Busca de melhorias contínuas 
• Gestão de Custos 
 
 
 
Variações REAL X PADRÃO 
A análise das variações entre o REAL e o PADRÃO: 
 
• Variação de Quantidade 
• Variação de preço 
• Variação Mista 
 
 
 
Variações REAL X PADRÃO (Cálculo das Variações) 
A análise das variações entre o REAL e o PADRÃO: 
 
• Variação de Quantidade = PP x (QR - QP) 
• Variação de Preço = QP x (PR - PP) 
• Variação Mista = (QR - QP) x (PR - PP) 
 
PP: Preço padrão 
PR: Preço Real 
QP: Quantidade Padrão 
QR: Quantidade Real 
 
Em relação a mão de obra as variações também são chamadas: 
 
Variação de Eficiência = Variação de Quantidade 
Variação de taxa = Variação de Preço 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
2.2.3 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 
 
GESTÃO DE PREÇOS: (Influência) 
 Custo do produto 
 Elasticidade-demanda 
 Preço de produtos concorrentes 
 Preço de produtos substitutos 
 Preço de bens e serviços complementares 
 Tipo de mercado etc. 
 
DEFINIÇÃO DO PREÇO DE VENDA: 
 Com base em custos 
 Com base no mercado 
 Combinação custo e mercado 
 
 
 Preço de Venda Com base nos Custos: 
No preço com base nos custos deve-se agregar ao custo do produto uma 
margem denominada MARKUP, que deve ser estimada para cobrir os gastos 
não incluídos no custo, os tributos, comissões, despesas em geral e o lucro 
desejado pelos administradores. 
 
MARKUP = Soma de: 
 % Tributos 
 % Comissões 
 % Lucro Desejado 
 Etc. 
 
O Markup é a soma dos percentuais dos gastos não inclusos no custo do 
produto. 
 
 
 
 
 Combinação Custo e Mercado: 
No preço de venda com base no mercado, a Margem de Contribuição Total 
deve ser simulada a vários níveis de preço e volume de vendas. 
Margem de Contribuição Aliada ao Marketing do Produto(demanda de Venda). 
 
 Com base no mercado: (Custo Meta) 
 
Custo Alvo (Target Costing) - É o custo máximo admissível em que a empresa 
pode incorrer para obter o lucro desejado, considerando-se o preço de venda 
dado pelo mercado. 
 
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2.3 NOVOS INDICADORES EMPRESARIAIS: 
 
2.3.1 BALANCED SCORECARD 
 
Conceito: 
 
Sistema de informação para gerenciamento da estratégia empresarial. Traduz 
a missão e a estratégia da empresa em um conjunto abrangente de medidas 
de desempenho financeiras e não-financeiras que serve de base para um 
sistema de medição e gestão estratégica. 
 
Utiliza um Conjunto de indicadores que proporcionam aos gestores uma visão 
rápida e abrangente de toda a empresa. 
 
Esta metodologia pressupõe que a escolha dos indicadores para a gestão de 
uma empresa não deve se restringir a informações econômicas ou financeiras. 
 
 
BSC – Balanced Scorecard – é uma sigla que, traduzida, significa Indicadores 
Balanceados de Desempenho. Este é o nome de uma metodologia voltada à 
gestão estratégica das empresas. 
 
O BSC foi originalmente criado pelos Professores da Harvard Business School, 
Robert Kaplan e David Norton em 1992 e, desde então, vem sendo aplicado 
com sucesso no mundo inteiro em centenas de organizações do setor privado,público e em organizações não-governamentais. 
 
BSC, portanto, a partir de uma visão integrada e balanceada da empresa, 
permite descrever a estratégia de forma clara, através de objetivos estratégicos 
em 4 perspectivas: financeira, mercadológica, processos internos e 
aprendizado & inovação; sendo todos eles relacionados entre si através de 
uma relação de causa e efeito. 
 
Além disso, o BSC promove o alinhamento dos objetivos estratégicos com 
indicadores de desempenho, metas e planos de ação. Desta maneira, é 
possível gerenciar a estratégia de forma integrada e garantir que os esforços 
da organização estejam direcionados para a estratégia. 
 
O enfoque financeiro: 
 Está relacionado com o objetivo da empresa e a visão do lucro como 
medida de eficácia empresarial. 
 
 Retorno para os sócios. 
 
O enfoque do cliente (Mercadológico): 
 Relaciona-se com o componente da saída do processo, pois os clientes 
é que recebem os produtos ou serviços gerados pelo sistema empresa. 
(lealdade dos clientes); 
Participação no mercado; 
Novos clientes; 
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Satisfação do cliente; 
Criação da fidelidade dos clientes. 
 
 
O enfoque dos processos internos: Ciclo dos processos internos: 
 Relaciona-se com o processamento do sistema. 
Cadeia interna de valor: 
Ciclo de inovação ( identificação do mercado, criação da oferta dos produtos) 
Ciclo de operação (elaboração dos produtos, entrega dos produtos) 
Ciclo de serviços (serviços aos clientes) 
 
O enfoque de aprendizagem e crescimento: 
 Relaciona-se com os elementos das entradas ou recursos do sistema. 
Capacitação do funcionário ou capital humano e intelectual. (capital intelectual 
da empresa). 
 
 
Exemplos de Indicadores: 
 
Financeiro: Índices de Lucratividade, Rentabilidade, ROI 
 
Do cliente: Lealdade dos clientes, pontualidade das entregas 
 
Dos processos de negócios: Qualidade dos processos, ciclo do processo. 
 
Do aprendizado e crescimento: Capacidade dos funcionários, Rotatividade dos 
Funcionários. 
 
 
 
2.3.2 Economic Value Added – EVA 
 
Valor Econômico Adicionado 
 
O EVA surgiu pela falta de Indicadores de desempenho para expressar a real 
criação de riqueza das empresas. O Economic Value Added, carinhosamente 
chamado de EVA, foi criado pela consultoria Stern Stewart & Co., de Nova York 
(EUA), com o objetivo de mensurar se um determinado investimento está 
trazendo reais ganhos para seus acionistas. 
 
O EVA avalia a performance das empresas sob a óptica dos conceitos de 
criação de valor ao acionista. 
 
Pelo EVA uma empresa acrescenta valor econômico quando consegue gerar 
um resultado maior do que seu custeio de capital. 
 
De acordo com o EVA, as empresas devem criar retornos financeiros a uma 
taxa acima do custo de capital. Isso porque a ideia por trás do Valor Adicionado 
é que organizações podem ser chamadas de lucrativas somente quando geram 
riquezas para seus stakeholders. 
https://www.treasy.com.br/blog/indicadores-de-desempenho
https://www.linkedin.com/company-beta/12763
18 
 
 
Assim, o Lucro operacional da companhia, após imposto de renda, tem que ser 
suficiente para pagar os juros aos credores e ainda sobrar dinheiro suficiente 
para dar o retorno desejado pelos acionistas (atingir ou superar o TIR, aquela 
Taxa de Expectativa do Acionista). 
 
Não basta, portanto, que a última linha do balanço esteja no azul, ou mesmo 
crescendo, ou seja, que tenha Lucro. O EVA vai muito além do lucro líquido. 
Portanto, a importância do EVA está em servir como um reflexo do 
desempenho financeiro. 
 
O EVA é uma medida de lucro residual que subtrai o Custo de Capital do Lucro 
Operacional gerado no Negócio. 
 
Assim: 
 
EVA = Lucro Contábil Ajustado (-) Custo Médio de Capital x Nível de 
Investimento (capital total). 
 
 
O EVA é uma medida de lucro residual que subtrai o Custo de Capital do Lucro 
Operacional gerado no Negócio. 
 
 
Exemplo EVA: 
 
A empresa AD obteve resultado operacional líquido (após Imposto de Renda) 
de R$ 30.000,00. 
No período que gerou o resultado operacional líquido, empregou R$ 60.000,00 
de capital de terceiros e R$ 40.000,00 de capital próprio em operações, sendo, 
com custos líquidos de Imposto de Renda de 18% e 16%, respectivamente. 
Qual seria o valor criado para os acionistas? 
 
 
Exemplo EVA: 
 
Primeiramente, deve-se calcular o custo médio ponderado de capital (CMPC ou 
WACC). 
Assim, teríamos: 
Aplicando a fórmula, temos que: 
 
 
 
 
 
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Cálculo: 
 
EVA = Lucro Operacional – (Custo Médio de Capital Total x Capital Total) 
EVA = 30.000,00 – (16,8% x 100.000,00) 
EVA = R$ 13.200,00 
 
 
• Custo do Capital x Custo de Oportunidade 
 
O custo de oportunidade dos acionistas é o lucro mínimo que eles deveriam 
receber para justificar seu investimento. 
O Conceito do custo de oportunidade dos acionistas permite uma visão correta 
de lucro distribuível, ou seja, só distribuir o excedente à manutenção do capital 
financeiro e, com isso, dá as condições econômicas para o processo de 
sobrevivência da empresa, ou seja, sua continuidade. 
 
• EVA e Destruição de Valor: 
 
O conceito de destruição de valor emerge como conceito inverso ao conceito 
de adição de valor, considerando o custo de oportunidade de capital. Todas as 
atividades que tiverem um resultado inferior ao custo de oportunidade do 
investimento apresentam destruição de valor, pois os acionistas estarão sendo 
remunerados com rentabilidade inferior ao custo médio de oportunidade do 
mercado. 
 
 
 
 
2.3.3 MVA: Market Value Added 
 
Valor Adicionado de Mercado 
 
Sistema de mensuração financeira que possibilita analisar o resultado, os 
recursos aplicados e a estrutura de capitais; Representa a diferença entre o 
preço atual das ações no mercado acionário e o valor investido pelos acionistas 
no negocio. 
 
Apura a diferença entre o valor total de mercado da empresa e o capital nela 
investido, ou seja, é a diferença entre o que foi investido, contemplando todas 
as formas de financiamento (próprio e de terceiros) e o que os investidores 
poderiam obter se vendessem a empresa atualmente. 
 
MVA = Valor de Mercado (-) Valor Contábil do Patrimônio Líquido 
 
Valor de Mercado = patrimônio a preço de mercado pela Cotação de ações. 
 
 
• O MVA evidencia a criação de valor gerada pelos EVA`s conquistados. 
• Reflexo dos EVA´s futuros 
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• Potencial de rentabilidade futura. 
• Ativos Intangíveis e Goodwill 
 
 
Exemplo MVA: 
 
Imagine que o valor de mercado de uma empresa seja de R$ 40 milhões, 
sendo que o capital investido é de R$ 30.000,000, formado por patrimônio 
líquido de R$ 12 milhões e o capital investido por terceiros de R$ 18 milhões. 
 
Qual é o MVA dessa empresa? 
 
MVA = Valor de mercado – Capital Total 
MVA = 40.000.000,00 – 30.000.000,00 
MVA = R$ 10 milhões 
 
 
A principal diferença entre os indicadores, são: 
 
• O EVA é calculado determinando a diferença entre o lucro operacional 
líquido da empresa após impostos e o valor ponderado do capital 
investido em uma empresa. 
• O MVA é calculado subtraindo o valor do capital investido no negócio do 
valor total de mercado da empresa. 
• O EVA leva em consideração o custo de oportunidade dos investimentos 
alternativos. 
• O MVA não incorpora o custo de oportunidade dos investimentos 
alternativos. 
• O EVA mede o lucro econômico que uma empresa pode gerar ao longo 
de um período específico de tempo. 
• O MVA representa o valor de mercado aberto de uma empresa, sendo 
comumente usada pelos investidores para determinar o acúmulo de 
riqueza da organização ao longo do tempo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.treasy.com.br/blog/custo-de-oportunidade-analise-de-roe-return-on-equity
https://www.treasy.com.br/blog/custo-de-oportunidade-analise-de-roe-return-on-equity
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ATIVIDADE PARA A AULA 
 
 
 
1. Uma indústria Iniciou sua produção em janeiro de 2020. Ela produz 
um único produto que é vendido por R$ 800,00, sobre esse preço a 
empresa paga 15% de tributos e paga comissão aos vendedores de 5%.No primeiro mês do ano a empresa teve a seguinte movimentação: 
 
 Produção Vendas 
 
Janeiro 1.500 1.000 
 
 A empresa não possuía estoque inicial em janeiro e seus custos variáveis 
formados por matéria-prima, material secundário e o de embalagem, totalizam 
R$ 400,00 por unidades; já os custos e despesas fixas mensais são os 
seguintes (em R$): 
 
Salários e encargos dos operários da fábrica ................................R$ 65.000,00 
Salários e encargos do pessoal da Administração.........................R$ 45.000,00 
Aluguel do prédio da fábrica.........................................................R$ 30.000,00 
Outros Custos diversos.................................................................R$ 37.000,00 
Despesa com promoção e propaganda..........................................R$ 22.000,00 
 
Sabendo que não houve estoque de produtos em elaboração. Pede-se: 
a) O resultado de janeiro e o valor do estoque final pelo custeio por absorção; 
b) O resultado de janeiro e o valor do estoque final pelo custeio variável. 
 
 
2.Determinada empresa tem capacidade para produzir 3.000 unidades de 
seu único produto por mês. Sabe-se que este produto possui preço de 
venda bruto de R$ 600,00 por unidade, a empresa adota o custeio por 
absorção e os custos e despesas incorridos para produzir e vender 
este produto são: 
 
-Custos fixos: R$ 210.000,00/mês 
-Custos variáveis: R$ 220,00/unidade 
-Despesas fixas: R$ 76.000,00/mês 
-Comissões sobre venda: 5% do preço de venda bruto 
-Impostos sobre venda: 15% do preço de venda bruto 
-Lucro desejado pelos sócios: R$ 60.000,00 por mês 
 -Dívidas de curto prazo: R$ 40.000,00 
 
PEDE-SE PARA CALCULAR: 
 a) O valor da Receita no Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC). 
 b) O valor do Lucro no Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE): 
 c) O Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) da Empresa, em unidades, 
sabendo que 20% dos Custos fixos são Não - desembolsáveis. 
 
 
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3. A empresa QUARTY produz Camas e Sofás, e em determinado período 
recebeu uma encomenda para produzir 50 Camas e 120 Sofás para um 
cliente. Para calcular o preço de venda a empresa estimou os seguintes 
custos: 
 
 Estrutura de custos diretos /unit (em $): 
 CAMAS SOFÁS 
 Matéria Prima R$ 250,00 R$ 300,00 
 Mão de Obra Direta R$ 60,00 R$ 100,00 
 
 Considerando que além dos custos diretos a empresa estimar gastar R$ 
8.000,00 com Custos Indiretos (rateados com base na mão de obra direta). 
E o preço de venda deve ser suficiente para cobrir: 
 Tributos sobre receita: 12% 
 Despesas gerais e administrativas: 18% sobre a receita. 
 Comissão de vendedores: 3% sobre a receita. 
 Margem de lucro de 15% sobre a receita. 
Calcule: 
a) O Preço de Venda Unitário das encomendas

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