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06 - RENÉ DESCARTES

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Racionalismo 
O Racionalismo é uma doutrina que defende que a origem do conhecimento é a 
razão. 
 
Os racionalistas acreditam que só a razão pode levar a um conhecimento 
rigoroso. 
 
RENÉ DESCARTES (1596-1650) 
René Descartes, foi um ícone do Racionalismo. 
Nasceu na França, seu pai era aristocrata e fazia questão de oferecer uma boa 
educação aos seus filhos. Sua mãe faleceu durante o seu primeiro ano de vida. 
Aos 8 anos, foi enviado para uma escola jesuíta onde estudou matemática e 
ciências humanas. Exibia considerável talento para a filosofia, física e fisiologia. 
Devido a sua frágil saúde, era dispensado das missas matutinas e autorizado a 
dormir até a hora do almoço. Assim, durante as manhãs tranquilas desenvolveu 
duas ideias mais criativas. 
Graduou-se em Direito pela Universidade de Poitiers, aos 22 anos; começou a 
estudar teologia e medicina, não foi adiante alegando que queria descobrir o 
mundo e o conhecimento que estava dentro dele próprio. 
Serviu como voluntário nos exércitos da Holanda, da Bavária e da Hungria. Nas 
horas vagas, estudava matemática. 
De seu romance mais duradouro ( três anos) com Helene Jans, nasceu sua única 
filha, Francine, que morreu em seus braços aos cinco anos de idade. 
Descartes, tinha profundo interesse em aplicar seus conhecimentos científicos 
às questões práticas. Por exemplo, pesquisava meios para evitar o 
embranquecimento dos cabelos, realizou experimentos sobre o uso de cadeiras 
de rodas por pessoas deficientes, entre outros. 
Durante o período que serviu o exército, teve vários sonhos que mudaram a sua 
vida. Conforme seu relato, passou o dia 10 de novembro de 1619, sozinho em 
um quarto com aquecedor, mergulhado em pensamentos sobre a matemática e 
a ciência, dormiu, sonhou e, no sonho, que ele mesmo mais tarde interpretou, 
foi repreendido pela ociosidade. A partir desses sonhos, tomou a decisão de 
dedicar a sua vida à transformação do conhecimento com a matemática e a 
ciência; começando com a Filosofia porque essa era a raiz de todas as outras 
ciências. 
Descartes, tinha necessidade de isolamento. Em 20 anos, morou em 13 cidades 
e em 24 casas diferentes. Apenas seus amigos tinham o seu endereço. Sua 
única exigência era residir próximo a uma igreja católica romana e a uma 
universidade. 
Escreveu muitos trabalhos relacionados à matemática e a filosofia. Sua fama 
chamou a atenção da princesa Cristina (na época com 20 anos), da Suécia, que 
solicitou que Descartes lhe ministrasse aulas de filosofia. Mesmo tendo receio 
de falecer na Suécia ( sua saúde era frágil), mesmo relutando em abrir mão da 
sua liberdade e privacidade, aceitou o convite. 
Em 7 de setembro de 1649, embarcou para Estocolmo, capital da Suécia. A 
rainha insistia em ter aulas às 5 da manhã, em uma biblioteca pouco aquecida, 
durante um inverno rigoroso. Descartes, suportou o frio intenso por quatro meses 
até contrair pneumonia e falecer em 11.02.1650. 
Dezesseis anos após a sua morte, seus amigos decidiram que seus restos 
mortais deveriam retornar à França. O caixão enviado à Suécia pelos franceses, 
era pequeno demais. Assim, as autoridades suecas cortaram sua cabeça e a 
enterraram até que providências fossem tomadas. 
Enquanto os restos mortais eram preparados para retornar à França, o 
embaixador francês na Suécia, resolveu guardar um souvenir e cortou-lhe o dedo 
indicador direito. O corpo sem cabeça e sem um dedo foi sepultado em Paris 
com muita pompa e cerimônia. 
Um oficial do exército, algum tempo depois, desenterrou o crânio de Descartes 
e, durante 150 anos seu crânio passou de um colecionador para o outro, até 
finalmente chegar a Paris, onde hoje está em exibição no Museu do Homem. 
René Descartes, é considerado o “pai da filosofia moderna”, porque, ao tomar a 
consciência como ponto de partida, abriu caminho para discussão sobre ciência 
e ética, principalmente ao ressaltar a capacidade humana de construir o próprio 
conhecimento. 
Descartes, contribui diretamente para a história da psicologia moderna. 
Simbolizou a transição da Renascença para a moderna era científica, ao aplicar 
a ideia do mecanismo do relógio ao corpo humano. 
Dentre as obras de René Descartes, podemos destacar: Regras para a 
orientação do espírito; Discurso do método; Meditações sobre a filosofia primeira 
e, Princípios da Filosofia. 
 
O mecanicismo e o problema mente-corpo. 
O trabalho mais importante de Descartes para o desenvolvimento da psicologia 
moderna foi a tentativa de resolver o problema mente-corpo. 
Ao longo de vários anos os intelectuais discutiam como a mente – ou as 
qualidades mentais – podia ser diferenciada do corpo e de todas as demais 
qualidades físicas. 
A questão básica era: a mente e o corpo, isto é, o universo mental e o mundo 
material são de naturezas distintas? 
Por vários anos os intelectuais adotaram posturas opostas, com o argumento de 
que a mente ( a alma e o espírito) e o corpo são de natureza diferentes. 
Se a mente e o corpo são de naturezas diferentes, qual é a relação existente 
entre eles? Como interagem? São independentes ou influenciam-se 
mutuamente? 
Antes de Descartes, a teoria predominante afirmava ser a interação entre a 
mente e o corpo unilateral. A mente era capaz de exercer influência sobre o 
corpo, enquanto este exercia pouco efeito sobre a mente. 
Na teoria de interação mente-corpo de Descartes, a mente influencia o corpo, 
mas a influência deste sobre a mente era maior do que se acreditava. A 
relação era bilateral e não unilateral. 
Essa ideia foi considerada radical no século XVII e teve importantes implicações 
para a psicologia. 
As funções atribuídas anteriormente a mente começavam a ser consideradas 
funções do corpo. 
Por exemplo: 
Acreditava-se que a mente era responsável pelo pensamento, pela razão, 
reprodução, percepção e locomoção. Descartes, afirmava que a mente exercia 
uma única função, a do pensamento. Todos os demais processos eram funções 
do corpo. 
Descartes, redirecionou a atenção dos pesquisadores, que passaram do 
conceito teológico abstrato da alma para o estudo científico da mente e dos 
processos mentais. As pessoas faziam apenas conjeturas a respeito da 
natureza e da existência da alma, mas podiam realmente observar as 
operações e os processos da mente. 
Assim, os cientistas aceitaram a mente e o corpo como duas entidades 
separadas. 
A matéria – a substância material do corpo – é dotada de extensão (ou seja, 
ocupa espaço) e opera de acordo com os princípios mecânicos. 
A mente é livre, isto é, não possui extensão nem substância física. 
A ideia revolucionária de Descartes afirma que a mente e o corpo, embora 
distintos, são capazes de interagir dentro do organismo humano. A mente é 
capaz de exercer influência sobre o corpo do mesmo modo que o corpo 
pode influenciar a mente. 
A natureza do corpo 
O corpo é composto de matéria física, logo tem características comum a 
qualquer matéria, ou seja, possui tamanho e capacidade motora. 
Sendo o corpo uma matéria, as leis da física e da mecânica que regem o 
movimento e a ação da física aplicam-se também a ele. Assim, o corpo é 
semelhante a uma máquina cuja operação pode ser explicada pelas leis da 
mecânica que governam o movimento de todos os objetos do espaço. Seguindo 
esse raciocínio, Descartes prosseguiu com a explicação do funcionamento 
fisiológico do corpo com base na física. 
Descartes foi claramente influenciado pelo espírito mecanicista da época. 
Quando descrevia o corpo humano, fazia referência direta às figuras mecânicas 
que vira. Comparava os nervos do corpo humano aos canos dentro dos quais 
corria a água e os músculos e tendões às engrenagens e mola, por exemplo. 
Os movimentos do autômato não resultavam da ação voluntária da máquina, 
mas de ações externas, por exemplo, a pressão da água. A natureza 
involuntária desse movimento refletia-se na observação deDescartes de 
que os movimentos corporais, muitas vezes, ocorrem sem a intenção 
consciente do indivíduo. 
Seguindo essa linha de raciocínio, Descartes chegou à ideia do “undulatio 
reflexa” - um movimento não comandado ou não determinado pela vontade 
consciente de se mover. Com esse conceito, muitas vezes Descartes é definido 
como autor da teoria do ato reflexo. 
A interação mente-corpo 
De acordo com a teoria de Descartes, a mente é imaterial, não tem substância 
física, mas é provida de capacidade de pensamento e de outros processos 
cognitivos. Consequentemente proporciona aos seres humanos informações a 
respeito do mundo exterior. 
Como a mente possui a capacidade do pensamento, da percepção e da vontade, 
de alguma forma influencia o corpo e é por ele influenciada. 
Por exemplo, quando a mente decide realizar um movimento de um lado 
para o outro, essa decisão é executada pelos músculos, tendões e nervos 
do corpo. Do mesmo modo quando o corpo recebe um estímulo como a 
luz, a mente reconhece, interpreta essas dados sensoriais e determina a 
resposta adequada. 
A doutrina das ideias 
Descartes, afirmava ser a mente produtora de dois tipos de ideias: derivadas e 
inatas. 
As ideias derivadas surgem da aplicação direta de estímulos externos, tais 
como o som de uma música ou a imagem de uma rosa. Assim, as ideias 
derivadas são produtos das experiências dos sentidos. 
As ideias inatas são desenvolvidas pela mente ou pela consciência. Entre as 
ideias inatas identificadas por Descartes estão Deus, o eu, a perfeição, o infinito 
e os axiomas geométricos. 
O trabalho de Descartes serviu como catalisador das diversas tendências 
convergentes da nova psicologia. Entre as contribuições sistemáticas mais 
importantes , destacam-se: 
• A concepção mecanicista do corpo 
• A noção de ação reflexa 
• A teoria de interação mente-corpo 
• A localização das funções mentais do cérebro 
• A doutrina das ideias inatas 
“Cogito ergo sum”, “Penso, logo existo” 
Descartes afirmava que, para conhecermos a verdade, é preciso colocarmos 
em dúvida todos os nossos conhecimentos, questionando tudo para 
criteriosamente analisarmos se existe algo na realidade de que possamos ter 
certeza plena, absoluta. 
Fazendo uma aplicação metódica da dúvida, foi considerando incertas todas as 
percepções sensoriais, todas as noções adquiridas sobre os objetos materiais; 
colocou em dúvida a existência de tudo aquilo que constitui a realidade e o 
próprio conteúdo dos pensamentos. 
 Concluiu que, a única verdade totalmente livre de dúvida era que: “meus 
pensamentos existem”. 
Segundo Descartes, o ato de pensar é prova da existência individual. O 
pensamento e a razão são a essência da condição humana porque, embora 
ninguém possa ter certeza de nenhuma outra parte da existência, um 
indivíduo sempre pode estar certo de que tem pensamento e razão. Assim, 
surge a famosa afirmação de Descartes: “Cogito ergo sum”, traduzindo para 
“Penso, logo existo” 
Método Cartesiano 
Podemos destacar quatro regras básicas, da sua obra Discurso do Método, 
consideradas por Descartes capazes de conduzir o espírito na busca da 
verdade: 
1.Regra da Evidência – só aceitar algo como verdadeiro desde que seja 
absolutamente evidente por sua clareza e distinção. 
2.Regra de análise – dividir cada uma das dificuldades surgidas em tantas partes 
quantas forem necessárias para resolvê-las melhor. 
3.Regra de síntese – ordenar o raciocínio partindo dos problemas mais simples 
para os mais complexos, isto é, conduzir por ordem os pensamentos, 
começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de se conhecer para 
somente depois lançar-se para os mais complexos. 
4.Regra de enumeração – realizar verificações complexas e gerais para ter 
absoluta segurança de que nenhum aspecto do problema foi omitido. 
Assim, Descartes parte em busca de uma verdade primeira que não possa 
ser posta em dúvida. 
 
 
 
Referências: 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – 
Introdução à Filosofia. 4ª. ed. São Paulo: Ed. Moderna. 2009. 
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª. ed. São Paulo: Ed. Ática. 2006. 
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – História e Grandes Temas. 15ª. 
ed. São Paulo: Ed. Saraiva. 2002. 
KLEINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Filosofia. Tradução de 
Cristina Sant’Anna. 3ª. Ed. São Paulo: Ed. Gente. 2013 
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Elien. História da Psicologia Moderna. 
Tradução Adail Ubirajara Sobral e Marta Stela Gonçalves. 5ª. ed. São Paulo: Ed. 
Cultrix. 1992. 
 
 
 
 
 
1. O trabalho mais importante de René Descartes para o desenvolvimento da 
psicologia moderna foi a tentativa de: 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
a) Resolver o problema mente-corpo 
b) Descobrir como o homem adquiria conhecimento 
c) Demonstrar que a fé ilumina os caminhos da razão 
d) Explicar a origem do mundo e das coisas 
e) Descobrir as diferenças existentes entre o animal e o homem 
01. Quanto ao Racionalismo, podemos afirmar que: 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
 
O Racionalismo é uma corrente que defende que a origem do conhecimento é a razão. 
Os racionalistas acreditam que só a razão pode levar a um conhecimento rigoroso. 
John Locke, é um dos adeptos do Racionalismo. 
É uma doutrina que considera os fatos do universo como suficientemente explicados 
em termos físicos pela existência e natureza da matéria

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