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Espinosa Biblioteca_1815463

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RENÉ DESCARTES
França 1596 -1650
Prof. Anselmo Paes
• René Descartes (La Haye en Touraine, 31 de março de 1596 – Estocolmo, 11 de fevereiro de
1650) foi um filósofo, físico e matemático francês.
• Notabilizou-se sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas
também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria -
fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome.
Por fim, foi também uma das figuras-chave na Revolução Científica.
• Descartes, por vezes chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai da matemática
moderna", é considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da História do
Pensamento Ocidental.
• Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da filosofia
escrita a partir de então foi uma reação às suas obras ou a autores supostamente
influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que, a partir de Descartes, inaugurou-se o
racionalismo da Idade Moderna.
• Décadas mais tarde, surgiria nas Ilhas Britânicas um movimento filosófico que, de certa forma,
seria o seu oposto - o empirismo, com John Locke e David Hume.
René Descartes:
"Penso, logo existo". 
• Apenas por essa expressão, é difícil avaliar a revolução iniciada
por Descartes na história da filosofia.
• René Descartes foi o maior expoente do chamado racionalismo
clássico.
Discurso do Método. 
• Obra em que Descartes lançou as bases
do pensamento que viria modificar toda a
história da filosofia.
• Encontrar uma base sólida para servir de
alicerce a todo conhecimento.
• Na época, a filosofia não se distinguia das
outras ciências e o livro deveria ser uma
introdução para três escritos científicos,
voltados para a meteorologia, a geometria,
e o estudo do corpo humano.
Discurso do Método - publicado em 1637. 
• Ao buscar um alicerce novo para a
filosofia, Descartes rompeu com a
tradição aristotélica e com o
pensamento escolástico, que
dominou a filosofia no período
medieval.
• A separação entre sujeito e objeto
do conhecimento tornou-se
fundamental para toda a filosofia
moderna.
Discurso do Método - publicado em 1637. 
• Descartes elaborou uma espécie de
autobiografia intelectual, em que
conta em primeira pessoa os fatos e
as reflexões que o fizeram buscar
um princípio seguro para edificar as
ciências.
• Descreve os passos que o levaram à
fundação de seu método - o
percurso que vai da dúvida
sistemática à certeza da existência
de um sujeito pensante.
Dúvida Metódica. 
• O filósofo deve rejeitar como falso tudo aquilo que possa ser
posto em dúvida.
• A dúvida é, portanto, um momento necessário para a descoberta
da substância pensante, da realidade do sujeito que pensa.
• Através da dúvida metódica, o filósofo chega à descoberta de sua
própria existência enquanto substância pensante.
• A palavra cogito (penso)
deriva da expressão latina
cogito ergo sum (penso logo
existo) e remete à
autoevidência do sujeito
pensante.
“A partir do momento em que desejava dedicar-me exclusivamente à
pesquisa da verdade, pensei que deveria rejeitar como absolutamente
falso tudo aquilo em que pudesse supor a menor dúvida, com a intenção
de verificar se, depois disso, não restaria algo em minha educação que
fosse inteiramente indubitável. Desse modo, considerando que nossos
sentidos às vezes nos enganam, quis supor que não existia nada que
fosse tal como eles nos fazem imaginar. Por haver homens que se
enganam ao raciocinar, mesmo no que se refere às mais simples noções
de geometria (...), rejeitei como falsas, julgando que estava sujeito a me
enganar como qualquer outro, todas as razões que eu tomara até então
por demonstrações. (...) Logo em seguida, porém, percebi que, enquanto
eu queria pensar assim que tudo era falso, convinha necessariamente
que eu, que pensava, fosse alguma coisa. Ao notar que esta verdade
penso, logo existo, era tão sólida e tão correta (...), julguei que podia
acatá-la sem escrúpulo como o primeiro princípio da filosofia que eu
procurava.”. René Descartes, “Discurso do Método”
Benedictus de Spinoza
Holanda 1632 - 1677
Prof. Anselmo Paes
Baruch ou Benedictus de Spinoza. 
• Nasceu no dia 24 de novembro de
1632, na cidade de Amsterdã, na
Holanda.
• Foi gerado no âmbito de uma família
de judeus, de origem portuguesa.
• Seus familiares vinham há algum
tempo fugindo das garras da
Inquisição.
• Ele era filho de um rico comerciante.
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwi5iqGN7KziAhWlJrkGHVRRDE8QjRx6BAgBEAU&url=/url?sa%3Di%26rct%3Dj%26q%3D%26esrc%3Ds%26source%3Dimages%26cd%3D%26ved%3D2ahUKEwiWwvrP6qziAhVTCrkGHbS2Bw8QjRx6BAgBEAU%26url%3Dhttps%3A%2F%2Fprofessoragiseleleite.jusbrasil.com.br%2Fartigos%2F414680347%2Fspinoza-e-a-educacao-transformadora%26psig%3DAOvVaw1tx8U9vQvfo-LAIAvc02fk%26ust%3D1558535304587734&psig=AOvVaw1tx8U9vQvfo-LAIAvc02fk&ust=1558535304587734
Baruch ou Benedictus de Spinoza. 
• Posteriormente viria a se tornar um dos maiores pensadores
racionalistas do século XVII, da Filosofia Moderna.
• Pesquisador atento dos textos bíblicos, do Talmude – texto
fundamental dos rabinos – e de obras essenciais da cultura hebraica,
Spinoza investigava igualmente os escritos de grandes filósofos
ocidentais, como Sócrates, Platão, Aristóteles, entre outros.
Obras: 
• Ética demonstrada à maneira dos geômetras - 1675
• Tratado Político - 1677
• Tratado sobre o Cálculo Algébrico do Arco-Íris - 1687 (post mortem)
• Tratado sobre o Cálculo das Probabilidades -1687 (post mortem)
• Compêndio de Gramática da Língua Hebraica - inacabado
• Breve tratado de Deus, do homem e do seu bem-estar - 1660
• Tratado sobre a Reforma do Entendimento - 1662
• Princípios da Filosofia de Descartes publicado junto com seu apêndice
Pensamentos Metafísicos - 1663
• Tratado Teológico-político - 1670
• Spinoza ficou conhecido por sua Filosofia
Monista.
• Para tal autor Deus ou natureza eram nomes
diferentes para a mesma coisa e Deus era a
substância primeira da qual todas as outras
coisas existentes partem. A substância era sui
generis, ou seja, aquilo que está na origem,
ela não veio de alguma coisa, ela é causa em
si mesma e só pode ser pensada por si
mesma, e todas as outras coisas existentes
são modos de expressão da substância, todos
os outros seres têm uma coisa em comum,
eles partiram de uma mesma substância.
• Espinosa (Spinoza) faz, ao longo da
Ética, o caminho que vai de Deus,
que é a substância infinitamente
infinita e possui em si todos os
atributos, para os modos, que são os
seres humanos, limitados no tempo e
no espaço para depois fazer o
percurso de volta.
• Ele também define as maneiras pelas
quais somos afetados.
• E por último, faz o caminho que leva
o homem da servidão à liberdade.
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwiziKyM7aziAhXBHrkGHbWdCtsQjRx6BAgBEAU&url=https://www.dicio.com.br/monismo/&psig=AOvVaw0KrIlV_ClSDgDUE1nUuksL&ust=1558535935826967
• Antes, foi necessário definir o
conceito de servidão. Toda vez
que o homem não age por sua
natureza, ele está sendo
conduzido por forças de fora. É
impossível que o homem não seja
afetado e muitas vezes levado por
estas forças que o contrariam; isto
acontece porque ele é apenas
uma parte reduzida do mundo,
com uma potência limitada em
face de forças externas.
• Exatamente por isso, tal como Ovídio diz, “o homem vê o melhor,
mas segue fazendo o pior”.
• Não há julgamento por parte de Espinosa, fraqueza de agir do
ser humano reflete sua fraqueza de pensar, ele é cheio de
superstições e conhecimentos imaginativos.
• A liberdade vem quando a razão começa a pesar os afetos e
aprende a refrear, medir e moderar; diferente dos impotentes
que, em sua ilusão, acham necessário extinguir ou dominar
absolutamente os afetos.
• Para Espinosa, somos seres naturalmente passionais, porque
sofremosa ação de causas exteriores a nós.
• Em outras palavras, ser passional é ser passivo, deixando-se
dominar e conduzir por forças exteriores ao nosso corpo e à
nossa alma.
• Ora, por natureza, vivemos rodeados por outros seres, mais
fortes do que nós, que agem sobre nós. Por isso, as paixões não
são boas nem más: são naturais.
• Três são as paixões originais: alegria, tristeza e desejo, as
demais derivam-se destas.
• Assim, da alegria nascem o amor, a devoção, a esperança, a
segurança, o contentamento, a misericórdia, a glória.
• Da tristeza surge o ódio, a inveja, o orgulho, o arrependimento, a
modéstia, o medo, o desespero, o pudor.
• Do desejo provém a gratidão, a cólera, a crueldade, a ambição, o
temor, a ousadia, a luxúria, a avareza.
• Uma paixão triste é aquela que diminui a capacidade de ser e
agir de nosso corpo e de nossa alma; ao contrário, uma paixão
alegre aumenta a capacidade de existir e agir de nosso corpo e
de nossa alma.
• No caso do desejo, podemos ter paixões tristes (como a
crueldade, a ambição, a avareza) ou alegres (como a gratidão
e a ousadia).
Que é o vício?
• Submeter-se às paixões, deixando-se
governar pelas causas externas.
Que é a virtude?
• Ser causa interna de nossos sentimentos,
atos e pensamentos.
• Ou seja, passar da passividade (submissão
a causas externas) à atividade (ser causa
interna).
• A virtude é, pois, passar da paixão à ação,
tornar-se causa ativa interna de nossa
existência, atos e pensamentos.
• As paixões e os desejos tristes nos enfraquecem e nos tornam
cada vez mais passivos.
• As paixões e os desejos alegres nos fortalecem e nos preparam
para passar da passividade à atividade.
Como sucumbimos ao vício?
• Deixando-nos dominar pelas paixões tristes e pelas desejantes
nascidas da tristeza.
• O vício não é um mal: é fraqueza para existir, agir e pensar.
Como passamos da paixão à
ação ou à virtude?
• Transformando as paixões
alegres e as desejantes
nascidas da alegria em
atividades de que somos a
causa.
• A virtude não é um bem: é a
força para ser e agir
autonomamente.
• A ética espinosista evita oferecer
um quadro de valores ou de vícios e
virtudes, distanciando-se de
Aristóteles e da moral cristã, para
buscar na ideia moderna de
indivíduo livre o núcleo da ação
moral.
• Em sua obra, Ética, Espinosa jamais
fala em pecado e em dever; fala em
fraqueza e em força para ser,
pensar e agir.
• As virtudes aristotélicas inserem-se numa sociedade que
valorizava as relações sociopolíticas entre os seres humanos,
donde a proeminência da amizade e da justiça.
• As virtudes cristãs inserem-se numa sociedade voltada para a
relação dos humanos com Deus e com a lei divina.
• A virtude espinosista toma a relação do indivíduo com a Natureza
e a sociedade, centrando-se nas ideias de integridade individual
e de força interna para relacionar-se livremente com ambas.
Exercícios
1. Sobre Descartes assinale a alternativa correta:
a) Para Descartes, é mais fácil conhecer o corpo do que a alma.
b) Descartes estabelece que a alma tem uma natureza puramente intelectual.
c) Segundo Descartes, a verdade da res extensa precede a verdade da res cogitans.
d) O eu penso, logo existo revela a perspectiva cartesiana em considerar primeiramente aquilo
que é complexo.
e) A união da alma e do corpo revela que eles possuem a mesma substância.
2. Em sua grande obra “Ética", Spinoza faz uma distinção entre “o bem e o mal" e em sua
compreensão. Sobre o bem apresenta a seguinte proposição:
a) aquilo que sabemos com certeza, nos ser útil
b) aquilo que sabemos com certeza, nos seduzir
c) aquilo que sabemos, com certeza, nos impedir que desfrutemos de algum bem
d) aquilo que sabemos, com certeza, nos afastar da realidade
e) aquilo que sabemos, com certeza, nos afastar do divino
3. (Fepese – SC– 2012) René Descartes tornou-se famoso pela frase “Cogito, ergo sum”
(penso logo existo), pilar fundamental da filosofia:
a) Racionalista.
b) Fenomenológica.
c) Teocêntrica.
d) Empirista.
e) Liberal.
4. Sobre a relação mente-corpo, admite-se que:
I. O dualismo cartesiano é um dualismo de substância.
II. O chamado problema das outras mentes consiste em ressaltar a impenetrabilidade dos
estados mentais de outrem.
III. Tal separação remonta ao Platonismo e permeia a tradição filosófica posterior.
IV. Para a teoria da identidade, cérebro (matéria) e mente (pensamento, razão) não se
confundem, ambos têm uma constituição própria e independente.
a) Todas estão corretas.
b) Somente a alternativa I está correta.
c) Somente as alternativas I e II estão corretas.
d) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma está correta.
5. (VUNESP – 2009) “Penso, logo existo” significa que:
a) Minha alma pensa.
b) Meu corpo pensa.
c) Minha alma sente.
d) Meu corpo sente.
e) Meu corpo existe.
6. (Unesp 2018) De um lado, dizem os materialistas, a mente é um processo material ou físico, um produto do
funcionamento cerebral. De outro lado, de acordo com as visões não materialistas, a mente é algo diferente
do cérebro, podendo existir além dele. Ambas as posições estão enraizadas em uma longa tradição filosófica,
que remonta pelo menos à Grécia Antiga. Assim, enquanto Demócrito defendia a ideia de que tudo é
composto de átomos e todo pensamento é causado por seus movimentos físicos, Platão insistia que o intelecto
humano é imaterial e que a alma sobrevive à morte do corpo.
(Alexander Moreira-Almeida e Saulo de F. Araujo. “O cérebro produz a mente?: um levantamento da opinião de psiquiatras”. 
www.archivespsy.com, 2015.)
A partir das informações e das relações presentes no texto, conclui-se que:
a) a hipótese da independência da mente em relação ao cérebro teve origem no método científico.
b) a dualidade entre mente e cérebro foi conceituada por Descartes como separação entre pensamento e
extensão.
c) o pensamento de Santo Agostinho se baseou em hipóteses empiristas análogas às do materialismo.
d) os argumentos materialistas resgatam a metafísica platônica, favorecendo hipóteses de natureza
espiritualista.
e) o progresso da neurociência estabeleceu provas objetivas para resolver um debate originalmente
filosófico.
7. “Tomemos [...] este pedaço de cera que acaba de ser tirado da colméia: ele não perdeu
ainda a doçura do mel que continha, retém ainda algo do odor das flores de que foi recolhido;
sua cor, sua figura, sua grandeza, são patentes; é duro, é frio, tocamo-lo e, se nele batermos,
produzirá algum som. Enfim, todas as coisas que podem distintamente fazer conhecer um corpo
encontram-se neste. Mas eis que, enquanto falo, é aproximado do fogo: o que nele restava de
sabor exala-se, o odor se esvai, sua cor se modifica, sua figura se altera, sua grandeza aumenta,
ele torna-se líquido, esquenta-se, mal o podemos tocar e, embora nele batamos, nenhum som
produzirá. A mesma cera permanece após essa modificação? Cumpre confessar que
permanece: e ninguém o pode negar. O que é, pois, que se conhecia deste pedaço de cera
com tanta distinção? Certamente não pode ser nada de tudo o que notei nela por intermédio
dos sentidos, visto que todas as coisas que se apresentavam ao paladar, ao olfato, ou à visão, ou
ao tato, ou à audição, encontravam-se mudadas e, no entanto, a mesma cera permanece.”
(DESCARTES, René. Meditações. Trad. De Jacó Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 272.)
Com base no texto, é correto afirmar que para Descartes:
a) Os sentidos nos garantem o conhecimento dos objetos, mesmo considerando as alterações
em sua aparência.
b) A causa da alteração dos corpos se encontra nos sentidos, o que impossibilita o
conhecimento dos mesmos.
c) A variação no modo como os corpos se apresentam aos sentidos revela que o conhecimento
destes excede o conhecimento sensitivo.
d) A constante variação no modo como os corpos se apresentam aos sentidos comprova a
inexistência dos mesmos.
e) A existência e o consequente conhecimentodos corpos têm como causa os sentidos.
8. “A ideia ilusória da vontade livre deriva de percepções inadequadas confusas; a
liberdade, entendida corretamente, no entanto não é o estar livre da necessidade,
mas sim a consciência da necessidade.”
(SCRUTON, Roger. Espinosa. Trad. De Angélica Elisabeth Könke. São Paulo: Unesp, 2000. p. 41.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre liberdade em Espinosa, considere as
afirmativas a seguir.
I. A liberdade identifica-se com escolha voluntária.
II. A liberdade significa a capacidade de agir espontaneamente, segundo a
casualidade interna do sujeito
III. A liberdade e a necessidade são compatíveis.
IV. A liberdade baseia-se na contingência, pois se tudo no universo fosse necessário
não haveria espaço para ações livres.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II. b) I e IV.
c) II e III. d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
9. Com sua operação filosófica denominada “dúvida metódica”, René Descartes acabou
instituindo um paradigma filosófico que foi identificado como racionalismo. Em oposição ao
racionalismo cartesiano, alguns filósofos britânicos desenvolveram a filosofia empirista, que
consistia em:
a) tomar como premissa principal para o conhecimento a faculdade da razão, a partir da qual o
mundo se torna inteligível.
b) negar a importância dos dados empíricos para o processo do conhecimento.
c) tomar como premissa principal para o conhecimento os dados da realidade sensível, isto é, os
dados empíricos, materiais.
d) não ter um método filosófico racional, convertendo-se assim ao irracionalismo, corrente que
depois dominaria parte da filosofia do século XIX.
e) defender politicamente o império inglês contra as investidas dos intelectuais de outros países.
10. Leia o trecho a seguir: “[…] é quase impossível que nossos juízos sejam tão puros e tão sólidos
como teriam sido se tivéssemos tido inteiro uso de nossa razão desde a hora de nosso nascimento,
e se tivéssemos sido conduzidos sempre por ela.”
(DESCARTES, René. Discurso do Método. São Paulo: Martins Fontes. 1996, p. 17)
A Razão Cartesiana inaugurou, na modernidade, uma forma de se pensar a partir de uma
linguagem racionalista, inspirada em modelos matemáticos. Esse modelo racional pretendia servir
como guia para o conhecimento da realidade. Sobre o método cartesiano, é correto afirmar que:
a) tem sua formulação mais bem acabada na obra “Crítica da Razão Pura”.
b) consistia em colocar o mundo, a realidade, “entre parênteses”, operando assim em uma
“redução fenomenológica”.
c) foi duramente combatido pelos filósofos contemporâneos a Descartes, não tendo assim
exercido influência em nenhuma geração posterior.
d) consistia em duvidar de tudo e, a partir da dúvida, reconduzir o pensamento à possibilidade da
realidade, processo que se sintetiza na frase: “penso, logo existo”.
e) tem seu apogeu no século XV, quando a entra em declínio a filosofia escolástica.
11. Enem (2013) “Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do
empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da
Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No
entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como
Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu 'de um prazer de poder',
'de um mero imperialismo humano', mas da aspiração de libertar o homem e de
enriquecer sua vida, física e culturalmente.”
(CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004) (adaptado)
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem
a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza.
Nesse contexto, a investigação científica consiste em:
a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da
filosofia.
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o
progresso.
d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e
religiosos.
e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates
acadêmicos.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Ed. Ática, São Paulo,
2000.
DELEUZE, Gilles. Espinosa Filosofia prática. Tradução de
Daniel Lins e Fabien Pascal Lins. São Paulo: Escuta Editora,
2002.
LAURO, Rafael, TRINDADE, Rafael. Espinosa e a liberdade.
RAZÃO INADEQUADA. Disponível em:
https://razaoinadequada.com/2014/10/29/espinosa-e-a-
liberdade/. Acesso em 19.05.2019.
SPINOZA, Benedictus de. Ética. Tradução de Tomaz Tadeu.
Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
https://razaoinadequada.com/2014/10/29/espinosa-e-a-liberdade/

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