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TEXTO DE APOIO -PAEFI

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O funcionamento de um grupo de trabalho CREAS/PAEFI: dificuldades 
advindas das situações de violência atendidas pelo serviço ou relacionadas 
com as situações vigentes do grupo? 
 
Erika C. S. Kollingi 
Isabella B. Secco Terraii 
Izabela Zampier dos S. Limaiii 
Patricia Diasiv 
Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos 
 
RESUMO 
Esta pesquisa, realizada entre abril e agosto de 2015, teve por objetivo identificar as principais 
características do funcionamento do grupo de trabalhadores de um CREAS - Centro de Referência 
Especializada de Assistência Social, mais especificamente do PAEFI - Serviço de Proteção e 
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos, frente às demandas de violência e violação de 
direitos encaminhadas para este serviço e acolhidas por estes profissionais em seu dia a dia. Para isto, 
foi utilizado como referencial teórico os conceitos e teoria sobre grupos propostos por Schutz e Bion. O 
método empregado para coleta de dados foi questionário, entrevistas semiestruturadas e aplicação de 
estímulo. Como resultados obtidos, percebeu-se que o grupo atua nos pressupostos básicos e tem 
dificuldade para entrar na tarefa. Esta dificuldade em entrar na tarefa parece ser resultado do padrão de 
funcionamento estabelecido por este grupo no qual não se fala sobre as questões do grupo de trabalho, 
sobre aquilo que faz parte do aqui-agora do grupo, dos sentimentos e dificuldades de seus membros. 
Além disso, o grupo tende a permanecer a maior parte do tempo entre as dimensões de inclusão e 
principalmente controle propostas por Schultz. Contudo, conclui-se que há necessidade de um trabalho 
de desenvolvimento de equipe que gere maior consciência do grupo em relação ao seu padrão de 
funcionamento para que o mesmo possa realizar as mudanças e aprendizados necessários a fim de 
reestabelecer um padrão mais saudável para seus integrantes e mais eficaz na realização da tarefa. 
Palavras-chave: CREAS/ PAEFI, funcionamento de grupo, dimensões básicas, pressupostos básicos, 
grupo de trabalho. 
 
ABSTRACT 
 
The research was conduced from April to August 2015 and aimed to assess the main interpersonal 
dynamic aspects of a group hosted in a specialized social services facility that assists people and families 
subjected to violence, during its work tackling significant violence and rights violation issues on a dialy 
basis. Bion’s and Schutz’s group dynamics conceptual frameworks were used to assess the group 
function. METHOD: Objetctive questionnaire, semi-structured interview and group exercise were used 
to gather information. RESULTS: it was observed that the group worked over basic assumptions and 
had difficulties engaging the task. This difficulties were found to be related to a stabilished pattern of 
working that avoids personal questions and feelings regarding the workload and its ongoing personal 
and interpersonal issues. Furthermore, it was noticed that the group spends most of its time in inclusion 
and control dimensions of the group development described by Schutz. CONCLUSIONS: The need for 
team building and development that brings more awareness to its members regarding its functioning 
patterns so that learning could emerge and changes could be made in order to set a healthier working 
pattern for its members and bring more efficency to the work. 
 
Keywords: group dynamics, basic assumptions, teamwork, group dimensions. 
 
 
Introdução 
 
Esta pesquisa tem por objetivo identificar as principais características do 
funcionamento do grupo de trabalhadores de um CREAS - Centro de Referência Especializada 
de Assistência Social, mais especificamente do PAEFI - Serviço de Proteção e Atendimento 
Especializado a Famílias e Indivíduos, frente às demandas de violência e violação de direitos 
encaminhadas para este serviço e acolhidas por estes profissionais em seu dia a dia. Para isto, 
utilizou-se como referencial a teoria e conceitos propostos por Schutz (1989) e Bion (1975). 
Teremos igualmente como cerne bibliográfico em nossa pesquisa os trabalhos desenvolvidos 
por Dejours (2003, 2012) em relação à psicodinâmica do trabalho. 
Nesta pesquisa será abordado o trabalho realizado em um CREAS/PAEFI e como este 
equipamento assiste as questões relativas à violação de direitos ofertando serviços de proteção 
especial, especializados e continuados, gratuitamente a famílias e indivíduos em situação de 
ameaça ou violação de direitos. 
Cabe ressaltar que, atualmente no Brasil, há políticas públicas que contemplam os 
indivíduos que tem seus direitos violados. No entanto, o que nos preocupa e que nos concerne, 
nesse momento, é o olhar voltado para aqueles que trabalham diretamente com esses indivíduos, 
mais especificamente, como estes profissionais interagem entre si, como se organizam 
profissional e emocionalmente para manejar tais situações. 
Assim, a condução deste trabalho será desenhada salientando a essência de como o 
funcionamento do grupo de trabalho do Serviço PAEFI influencia no manejo da função laboral 
de seus profissionais no atendimento às famílias em situação de violação de direitos. 
 
CREAS - Centro de Referência Especializada de Assistência Social 
 
De acordo com as Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializada de 
Assistência Social (2011), “o CREAS é a unidade pública estatal de abrangência municipal ou 
regional que tem como papel constituir-se em lócus de referência, nos territórios, da oferta de 
trabalho social especializado [...] à famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou social, 
por violação de direitos”. É ofertado de forma contínua e gratuita para famílias e indivíduos em 
situação de risco pessoal e social. 
Dentre as principais ações que constituem o trabalho social essencial nos serviços a 
serem realizados pela equipe do CREAS são: acolhida, escuta, orientação e encaminhamento 
para a rede de serviços locais, construção de plano individual e/ou familiar de atendimento, 
orientação sócio familiar, atendimento psicossocial, orientação jurídico social, informação, 
comunicação e defesa de direitos, apoio à família na sua função protetiva, identificação da 
família extensa ou ampliada, articulação da rede de serviços socioassistenciais, articulação com 
os serviços de outras políticas públicas setoriais, articulação interinstitucional com os demais 
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos, mobilização para o exercício da cidadania, trabalho 
interdisciplinar, elaboração de relatórios e/ou prontuários, estímulo ao convívio familiar, grupal, 
social e comunitário, dentre outros. 
 
Serviço de Proteção de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos - PAEFI 
 
O Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI 
é um dos serviços ofertados pelo CREAS. 
 
“Compreende atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos, a 
preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais e para o 
fortalecimento da função protetiva das famílias diante do conjunto de condições que 
as vulnerabilizam e/ou as submetem a situações de risco pessoal e social” (Tipificação 
Nacional de Serviços Socioassistenciais, 2009, p. 19). 
 
Nessa direção, o PAEFI oferece atendimento a indivíduos e famílias em diversas 
situações de violação de direitos, como violência (física, psicológica e negligência, abuso e/ou 
exploração sexual) afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida 
socioeducativa ou medida de proteção, tráfico de pessoas, abandono, vivência de trabalho 
infantil, discriminação em decorrência da orientação sexual ou raça/etnia e outras forma de 
violação de direitos decorrentes de discriminações ou submissões. 
O atendimento realizado por este serviço “fundamenta-se no respeito à 
heterogeneidade, potencialidades, valores, crenças e identidades das famílias. Deve garantir 
atendimento imediato e providências necessárias, [...]de forma a qualificar a intervenção e 
restaurar o direito” (Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, 2009, p. 19). 
 
 
 
A Psicodinâmica do Trabalho 
 
 
A organização do trabalho tem influência direta na vida psíquica do trabalhador, 
reflete em sua saúde, promove o estabelecimento de mecanismos de defesa e determina a 
relação do trabalhador, não apenas com sua própria vida laboral, mas também fora do ambiente 
de trabalho. A Psicodinâmica do Trabalho tem como principal objetivo investigar estes 
mecanismos diante das situações causadoras de sofrimento decorrentes da organização do 
trabalho (CARRASQUEIRA e BARBARINI, 2010) e compreender como os trabalhadores 
conseguem manter o equilíbrio psíquico mesmo diante de condições de trabalho 
desestruturantes (DEJOURS, 1993 apud JACQUES e CODO, 2003). 
Sob o enfoque da psicodinâmica, Dejours (2012), considera que o trabalho é tudo 
aquilo que implica, do ponto de vista humano, o fato de trabalhar, ou seja, os gestos, o saber 
fazer, o engajamento do corpo, a mobilização da inteligência, da capacidade de reflexão, de 
interpretação e de reações às situações diversas. O poder de agir, de pensar e de inventar. Em 
outros termos, o trabalho não é apenas uma relação salarial ou um emprego. É muito mais que 
isso, pois se trata de um engajamento da personalidade frente a determinada tarefa considerando 
suas especificidades e restrições materiais e sociais. 
Nesse sentido, Dejours (2012) revela que as situações de trabalho são repletas de 
eventos que não são esperados, cheias de imprevistos que podem vir do ambiente, dos 
equipamentos ou das relações presentes naquele contexto (lideranças e liderados, entre colegas 
e com os clientes). Considerando essa dialética, significa que é impossível se alcançar a 
excelência no trabalho mesmo que o indivíduo respeite minuciosamente os procedimentos, 
mesmo quando o trabalho é bem realizado e a organização do trabalho é rigorosa respeitando 
todas as suas prescrições e mesmo quando os procedimentos são claros. Ou seja, esta lacuna 
entre o prescrito e o real se encontra em todos os níveis de análise. 
Trabalhar implica assim em fazer a conexão entre o prescrito e o real e esta conexão, 
a forma como esta lacuna será preenchida, não pode ser realizada ou prevista de antemão, ou 
seja, só pode ser vivenciada no aqui e agora, na execução da tarefa pelo trabalhador e descoberto 
por esse sujeito. Assim, o trabalho se define ele mesmo como sendo a união ou a soma dos 
requisitos para poder alcançar os objetivos que lhe são atribuídos ou ainda, o que o indivíduo 
deve acrescentar dele mesmo para fazer frente ao que não funciona quando ele se encontra 
executando a tarefa exatamente como ela foi prescrita e quando isso não foi o suficiente 
(DEJOURS, 2012). 
Nesse sentido, aborda o “trabalho real” como sendo o momento em que o sujeito se 
depara frente a uma surpresa desagradável, mais especificamente, munido de suas emoções. 
Relata que é sempre emocionalmente que o real do mundo se manifesta no sujeito. 
Em suma, o reflexo do trabalho na saúde do indivíduo é proveniente das condições 
com que o mesmo é desenvolvido, bem como da forma como este é organizado. As condições 
físicas, químicas e biológicas do ambiente afetam o físico do trabalhador, ao passo que 
características como a hierarquia, controle, ritmo e estilos de gestão afetam a saúde psíquica, 
ambas refletindo em doenças físicas e mentais (DEJOURS, 1986 apud JACQUES E CODO 
2003). 
Pode-se dizer ainda que o objeto de estudo da psicodinâmica do trabalho são as 
relações dinâmicas entre a organização do trabalho e processos de subjetivação, que se 
manifestam nas vivências de prazer/sofrimento, nas estratégias de ação para mediar 
contradições na organização do trabalho, nas patologias, na saúde e no adoecimento 
(DEJOURS, 1993: 2004, p. 64 apud CARRASQUEIRA e BARBARINI, 2010). 
Sendo assim, é preciso considerar a importância central da organização do trabalho, já 
que é a partir desta organização que advém as vivências de prazer e de sofrimento no trabalho. 
As condições nas quais o trabalho é realizado podem transformá-lo em algo extremamente 
agradável e fortalecedor da identidade, ou em uma experiência de sofrimento. Esse sofrimento 
é consequência do confronto entre a subjetividade do trabalhador e as diversas restrições das 
condições socioculturais e ambientais, relações sociais e organização do trabalho, que por sua 
vez são reflexo de um modo de produção específico (MENDES e MORRONE, 2002). 
Desta forma, o saudável define-se pelo “enfrentamento das imposições e pressões do 
trabalho que causam a instabilidade psicológica, já o patológico, implica em falhas nos modos 
de enfrentamento do sofrimento instalando-se quando o desejo da produção vence o desejo dos 
sujeitos trabalhadores” (MENDES, 2007, p. 37). 
Uma característica importante da psicodinâmica do trabalho é que a mesma visa à 
coletividade de trabalho e não apenas aos indivíduos separadamente. Quando o sofrimento 
psíquico é diagnosticado nas situações de trabalho, ela não busca intervenções individuais, mas 
sim intervenções com foco na organização do trabalho à qual os indivíduos estão submetidos. 
Uma de suas vertentes principais é a psicanálise. Desta forma, compreende que diante a uma 
situação de agressão do ego, o indivíduo tende a defender-se de alguma forma produzindo 
fantasmas que lhe permitem construir uma ligação entre a realidade difícil de suportar, o desejo 
e a possibilidade de sublimação (JACQUES e CODO, 2003). 
No contexto laboral, algumas emoções foram, com o passar do tempo, sendo 
interpretadas como sinais de sofrimento psíquico. Um exemplo disso é a coragem que alguns 
trabalhadores demonstram ao executar tarefas perigosas, como o trabalho com energia elétrica. 
Esta “coragem” pode estar ocultando a ansiedade e o temor que acabam mantidos distantes da 
consciência para que o trabalhador possa de fato concluir sua tarefa. Ou seja, se o trabalhador 
neste caso tivesse plena consciência do perigo a que está exposto, o medo intenso poderia 
impedi-lo de concluir a tarefa (DEJOURS, ABDOUCHELI E JAYET, 1993 apud ZANELLI, 
BORGES-ANDRADE e BASTOS, 2004). 
Outro aspecto da mudança em relação a concepção das emoções no contexto do 
trabalho está no reconhecimento de que as emoções negativas nem sempre devem ser inibidas 
ou suprimidas, pois as mesmas podem ser bastante funcionais. Na maioria das vezes os 
contextos organizacionais tentam de alguma forma normalizar a expressão de emoções 
tornando-as previsíveis e ajustadas às diversas situações presentes na rotina de trabalho 
(ZANELLI, BORGES-ANDRADE e BASTOS, 2004). 
A perspectiva dos subsistemas técnico, psicossocial e gerencial apresentada pelo 
Instituto de Tavistock da Inglaterra, contribui afirmando que há uma relação de 
interdependência entre emoção e razão, e não de exclusão como muitos acreditam ser. Dessa 
forma não há como atingir níveis de racionalidade sem que se leve em conta fatores afetivos e 
emocionais envolvidos (ZANELLI, BORGES-ANDRADE e BASTOS, 2004). 
 
Teoria de Funcionamento dos Grupos segundo Bion 
 
 Bion (1975) constrói gradativamente sua teoria, sustentado pelas ideias que chamam a atenção 
dele em relação às observações realizadas no grupo. Nessa construção, dentro do que é 
observado e sendo construído dentro de um grupo, torna-se importante ressaltar que os meios 
de comunicação nesta interação são extremamente tênues e bastante incertos em sua ação. Na 
construção de seu modelo, Bion traz que o modo pelo qual um homem avalia a atitude do grupo 
para com ele próprio é, de fato, um importante objeto de estudo, mesmo que não nos conduza a 
nada mais. 
No decorrer da construção de seus postulados, Bion percebeu que as situações 
emocionais são quase sempre tensas e desorientadas. Da ajuda na elucidação das tensões de 
grupo supõe, contudo, uma existênciade ‘mentalidade de grupo’ – o que mais tarde denominou 
com terminologia ‘Suposição Básica’ – a qual se apresenta através de uma vontade unânime do 
grupo, com a qual os indivíduos contribuem anonimamente. Outro postulado levantado é o da 
‘cultura de grupo’, expressão empregada para descrever aqueles aspectos do comportamento do 
grupo que pareciam nascer do conflito entre a mentalidade de grupo e os desejos do indivíduo. 
Assim, criam-se os conceitos de mentalidade de grupo, cultura de grupo e indivíduo (BION, 
1975). 
A mentalidade de grupo ainda segundo o autor é a expressão unânime da vontade do 
grupo, ao qual o indivíduo contribui por maneiras de que não se dá conta, influenciando-o 
desagradavelmente sempre que ele pensa ou se comporta de um modo que varie de acordo com 
as suposições básicas. Assim, trata-se de um aparato de intercomunicação que é construído para 
garantir que a vida de grupo se ache de acordo com as suposições básicas. Já a cultura de grupo 
é a função do conflito existente entre os desejos do indivíduo e a mentalidade de grupo (BION, 
1975). 
O pensamento central do autor é que em todos os grupos estão presentes outros dois 
grupos: o grupo de trabalho e o grupo de suposições básicas. Para exemplificar, podemos 
imaginar que em um grupo de dez pessoas sentadas em círculo, houvessem outras dez, sentadas 
em um círculo em volta do primeiro. Dois círculos separados e falando, um com vozes racionais, 
normais e, o outro, totalmente o oposto ou irracional (BION, 1975). 
 
Grupo de Trabalho 
 
 Um grupo de trabalho, segundo Bion (1975), pode ser definido como sendo a reunião de 
pessoas para a realização de uma tarefa específica, onde se consegue manter um nível refinado 
de comportamento distinguido pela cooperação, ou seja, cada um dos membros contribui com 
o grupo de acordo com suas capacidades individuais, e neste caso, consegue-se um bom espírito 
de grupo. 
 Por espírito de grupo, Bion (1975, p. 18) entende que se trata de: 
 A existência de um propósito comum; 
 Reconhecimento comum dos limites de cada membro, sua posição e sua função em 
relação às unidades e grupos maiores; 
 Distinção entre subgrupos internos; 
 Valorização dos membros individuais por suas contribuições ao grupo; 
 Liberdade de locomoção dos membros individuais dentro do grupo; 
 Capacidade do grupo de enfrentar descontentamentos dentro de si e de ter meios de lidar 
com eles. 
 Um grupo se encontra em trabalho terapêutico quando adquire conhecimento e experiências 
sobre os vários fatores que contribuem para o desenvolvimento de um bom 
“espírito de grupo” (BION, 1975). 
 Os grupos que agem constantemente como grupo de trabalho, são muito raros e talvez não 
existam de forma pura. Uma grande parte da teoria de Bion preocupa-se em saber por que os 
grupos não se comportam de modo sensato, descrito como sendo a característica do grupo de 
trabalho. O ser humano pode ser comparado com animal de rebanho que está frequentemente 
em dificuldades com seu rebanho. Comportamento ineficaz e contraditório parece ser muito 
comum nos grupos – embora um funcionamento altamente efetivo seja comum em outros 
momentos (BION, 1975). 
 
Mentalidade de Grupo 
 
 Pode ser definida como sendo a "expressão unânime da vontade do grupo, à qual o indivíduo 
contribui por maneiras das quais ele não se dá conta, influenciando-o desagradavelmente 
sempre que ele pensa ou se comporta de um modo que varia de acordo com os pressupostos 
básicos". Pode-se dizer ainda que a mentalidade do grupo funciona de forma semelhante ao 
inconsciente do indivíduo (BION, 1975, p. 57). 
 Ela seria ainda responsável pelo "fracasso dos grupos" uma vez que pode ser considerada como 
a expressão dos impulsos que os indivíduos desejam satisfazer anonimamente e a frustração 
produzida no indivíduo pelas consequências que para si mesmo decorrem desta satisfação 
(BION, 1975). 
 Em suas observações Bion destaca algumas situações em que o grupo parece estar mobilizado 
pela mentalidade do grupo, como: conversas fúteis, ausência de juízo crítico, situações 
"sobrecarregadas de emoções" a exercerem influências sobre o indivíduo, estímulo às emoções 
independente do julgamento, em suma, perturbações do comportamento racional do grupo. 
Desta forma, os grupos seriam como uma moeda, que possui duas faces, uma voltada para os 
seus objetivos e, a outra, regida por impulsos dos seus membros que se manifestam quando 
estão reunidos em um grupo de pessoas. O autor utiliza também o termo "padrão de 
funcionamento" para se referir à mentalidade dos grupos. Ao prosseguir seus estudos, o autor 
propôs três padrões distintos mas intercambiáveis que seriam uma constante na mentalidade dos 
grupos - denominado de pressupostos básicos (BION, 1975). 
Bion, descreve então o grupo básico, que é o grupo dominado por uma das três 
suposições básicas: dependência, acasalamento e fuga-luta. Ele tenta provar que a participação 
numa suposição básica não é apenas inevitável, mas envolve uma partilha de emoções que são, 
até onde a investigação psicológica pode revelá-las, distintas e separadas umas das outras, mas, 
na verdade, apenas são assim aparentemente e, ainda, somente naquele ponto de sua história em 
que se manifestam como fenômenos psicológicos. O resultado, é que não há observações 
disponíveis que possam explicar porque, quando se age a partir de uma determinada suposição 
básica, os sentimentos associados com ela acham-se sempre mutuamente ligados com a 
tenacidade e a exclusividade, nem mais nem menos, que se associam às combinações químicas 
(BION, 1975). 
 
As Suposições Básicas 
 
De acordo com Zimerman (1995) os supostos básicos funcionam nos moldes do 
processo primário do pensamento e, portanto, obedecem mais às leis do inconsciente dinâmico. 
Assim, os supostos básicos ignoram a noção de temporalidade, de relação de causaefeito, ou se 
opõem a todo processo de desenvolvimento, e conservam as mesmas características que as 
reações defensivas mobilizadas pelo ego primitivo. A participação na atividade da suposição 
básica não exige treinamento, experiência ou desenvolvimento mental. Ela é instantânea, 
inevitável e instintiva. 
É claro que as emoções básicas, como o amor, o ódio, medo, ansiedades, estão presentes 
em qualquer situação. Porém, o que caracteriza particularmente cada um dos três supostos 
básicos é a forma de como esses sentimentos vêm combinados e estruturados, e, por isso, 
exigem um tipo de líder. Todas as suposições básicas incluem, no entanto, a existência de um 
líder, embora no grupo de acasalamento, o líder seja “inexistente”, isto é, futuro. Este líder não 
precisa ser identificado como qualquer indivíduo do grupo; não necessita nem mesmo ser uma 
pessoa, mas pode identificar-se com uma ideia ou um objeto inanimado. 
(BION, 1975). 
 
 
Dependência 
 
A primeira suposição é de que o grupo se reúne a fim de ser sustentado por um líder de 
quem depende para nutrição, tanto material quanto espiritual, e proteção. O suposto básico de 
dependência designa o fato de que o funcionamento do nível mais primitivo do todo grupal 
necessita e elege um líder de características carismáticas em razão da busca de recebimento da 
proteção, segurança e de uma alimentação material e espiritual. Os vínculos com o líder tendem 
a adquirir uma natureza ou simbiótica, mais voltados para um mundo ilusório (BION, 1975). 
 
Acasalamento / Pareamento 
 
A segunda suposição básica, como a primeira, também se refere ao propósito para o qual 
o grupo se reuniu. Os sentimentos associados ao grupo de acasalamento encontram-se no polo 
oposto aos sentimentos de ódio, destrutividade e desespero. Para que os sentimentos de 
esperança sejam sustentados, é essencial que o “líder” do grupo, diferentemente dos líderes do 
grupo de dependência e do grupo de luta - fuga, seja futuro. Será uma pessoa ou uma ideiaque 
salvará o grupo – na realidade, dos sentimentos de ódio, destrutividade ou desespero de seu 
próprio grupo ou de outro – mas a fim de realizar isso, evidentemente, a esperança messiânica 
nunca deve ser alcançada. Apenas enquanto permanece sendo uma esperança, é que a esperança 
persiste. O Suposto Básico de acasalamento consiste no fato de que o grupo espera que, um 
casal do grupo gerará um filho “Messias” que será o redentor de todos. Posteriormente passou 
a desconsiderar o sexo dos indivíduos. O líder desse tipo de grupo deverá ter características 
messiânicas e de algum misticismo (BION, 1975) 
 
Luta-Fuga 
 
A terceira suposição básica é de que o grupo se reúne para lutar com alguma coisa ou 
dela fugir. Ele está preparado para assumir qualquer uma das duas atitudes, indiferentemente. 
O Suposto Básico de luta- fuga alude a uma condição em que o inconsciente grupal está 
dominado por ansiedades paranoides e, por esta razão ou totalidade grupal mostra-se altamente 
defensivo e “luta” com uma franca rejeição contra qualquer situação nova de dificuldade 
psicológica, ou eles “fogem” da mesma, criando um inimigo externo, ao qual atribuem todos os 
males e, por isso, ficam unidos contra esse inimigo “comum”. O líder requerido para este grupo 
deverá ter características paranoides e tirânicas (BION, 1975). 
De acordo com Bion (1975), todas as suposições básicas se opõem ao desenvolvimento, 
que, em si próprio, depende da compreensão. O grupo de trabalho, por outro lado, reconhece a 
necessidade tanto da compreensão quanto do desenvolvimento. 
 
O Funcionamento Grupal e as Dimensões Básicas 
 
Para que os indivíduos possam funcionar eficazmente, estes precisam manter o 
equilíbrio entre o que está fora e o que está dentro de seus limites, ou seja, assim como o corpo 
busca manter água dentro de sua pele para evitar a sede e, pouco fora para evitarem se afogar. 
Esta busca pelo equilíbrio se aplica da mesma forma ao mundo social, na qual os indivíduos 
buscam ao mesmo tempo estarem próximos de outras pessoas, manterem certa distância 
(SCHUTZ, 1989). 
É importante salientar que para que o grupo possa existir ele deve, antes de mais nada, 
definir-se como grupo. Os limites vão sendo definidos de maneira que fique claro quem está 
dentro e quem está fora dele. A partir do momento que o grupo está formado, começamse a 
diferenciar os papéis e distribuir o poder. Seja como for, o grupo se organiza atribuindo tarefas 
e estabelecendo relações de poder entre seus membros e são estes procedimentos que 
determinam os padrões de controle (SCHUTZ, 1989). 
Schutz (1989) destaca que, independente da eficiência do grupo, para que o mesmo 
sobreviva, devem ser criados vínculos pessoais entre seus participantes. Se os sentimentos que 
as pessoas têm uma pela outra forem ignorados, as rivalidades crescem junto com os desejos 
pessoais não satisfeitos. As pessoas começam então a sabotar ou abandonar o grupo encerrando 
assim a vida grupal. 
O autor afirma que a doença pode ser considerada como resultado de um conflito 
inconsciente que acaba de alguma forma sendo “corporificado” pelo indivíduo como se fosse 
uma tentativa de enfrentar as diversas situações da vida. Em geral, quando o indivíduo está 
doente, pode faltar ao trabalho, descansar, evitar responsabilidade, negociar novos prazos, 
receber cuidado, entre outras demonstrações de simpatia. Sendo assim, as doenças escolhidas 
estão relacionadas às dimensões de inclusão, controle e afeto e reconhecer a relação de cada 
dimensão com uma parte do corpo pode trazer mais consciência para o indivíduo sobre suas 
necessidades de aprendizagem (SCHUTZ, 1989). 
A doença que um indivíduo desenvolve diz respeito a questões que estão inconscientes 
e que falam de uma dificuldade que enfrenta diante da vida. A partir da análise das doenças de 
um indivíduo é possível perceber quais dimensões estão bem resolvidas e quais não estão. 
As três dimensões básicas propostas por Will Schutz em 1958 são: inclusão, controle 
e afeto. Essas são resultado da realização de pesquisas sobre organização social, nas quais o 
autor descobriu três dimensões fundamentais para a descrição de fenômenos importantes que 
aparecem também em pesquisas de situações de comportamento grupal, de tipos de 
personalidade, de relações entre pais e filhos, de padrões de delinquência e até mesmo de 
sistemas de órgãos do corpo (SCHUTZ, 1989). 
 
Dimensão Inclusão 
 
O desejo de ser incluso manifesta-se como desejo de atenção, interação, de ser distinto 
dos demais. Nesta dimensão, o comportamento é determinado pelo modo como o indivíduo se 
sente a respeito do que significa como pessoa. Se a autoestima é baixa, julga-se sem importância 
alguma, o comportamento de inclusão tende a ser extremado e marcado pela ansiedade. 
Sendo assim, o indivíduo pode se comportar de maneiras distintas: sendo ultra social, 
fazendo um esforço para que as pessoas prestem atenção nele ou sendo subsocial, se afastando 
dos outros. Em contrapartida, quando a dimensão da inclusão foi bem resolvida o indivíduo é 
social, não apresentando ansiedade na interação com as pessoas. Para aqueles cujo a inclusão 
foi bem-sucedida na infância a interação não é problemática e o indivíduo sente-se bem na 
presença ou ausência de outras pessoas (SCHUTZ, 1989). 
Dentro do grupo o indivíduo pode participar muito ou pouco e comprometer-se ou 
não, dependendo de sua vontade, sem que isto mude o valor que atribui para si. Uma das 
características da dimensão da inclusão é o bate papo. Este surge de modo a propiciar que os 
membros do grupo se conheçam. É nesta fase que os indivíduos reconhecem suas semelhanças 
e divergências com os demais membros e percebem como se dá a relação com o líder. 
 Na fase de inclusão a corporificação está relacionada aos limites entre a pessoa e o resto do 
mundo e, portanto, diz respeito a periferia do corpo: a pele; órgãos sensoriais, olhos, ouvidos, 
nariz e boca; e com os sistemas corporais que entram em intercâmbio com o meio ambiente: o 
sistema respiratório, que inala e expira ar, e o sistema digestivo-excretor, que faz o intercâmbio 
do alimento com o meio ambiente (SCHUTZ, 1989). 
Dimensão Controle 
 
 
A dimensão do controle se revela no processo de tomada de decisões vinculadas à área 
do poder, da influência e da autoridade. Conforme são estabelecidos e desenvolvidos os 
relacionamentos interpessoais, surgem os problemas de controle, pois as pessoas, ao assumirem 
diferentes papéis, assumem uma luta pelo poder tornando presentes a competição e a influência. 
Como consequência, surgem os confrontos como forma de enfrentamento a estas condições. 
O que define onde o indivíduo irá atuar neste processo é o desejo de controlar, ou seja, 
ter autoridade sobre os outros, ou de ser controlado se isentando de qualquer responsabilidade 
sobre suas escolhas. Aquele que busca controlar traz consigo o desejo de vencer sempre, de ser 
independente e apresenta comportamentos de revolta. Por outro lado, aquele que tende à 
submissão e cumprimento de ordens revela aceitação do controle (SCHUTZ, 1989). 
Esses comportamentos não são cristalizados e mudam conforme as situações e ou o 
ambiente, de modo que uma pessoa ora pode desejar controlar, ora pode comportar-se de forma 
a aceitar o controle por parte de outros. A medida em que cresce o desejo de controlar diminui 
a necessidade de destacar-se, ou seja, há uma transição da dimensão da inclusão para a do 
controle ao passo que controlar as situações se torna mais importante do que ser um destaque, 
visto, aceito (SCHUTZ, 1989). 
Por trás do comportamento de controle encontra-se a auto percepção de competência. 
A maneira de lidar com esta percepção define o indivíduo como um abdicrata, quando esse 
abdica do poder e se isenta de responsabilidades; como um autocrata, quando o indivíduo se 
posiciona de forma extremamente dominadora,competitiva; e de um democrata, quando é 
possível sentir-se bem dando ou recebendo ordens. Neste último caso, não há preocupações ou 
temores em relação a parecer incompetente, pois existe o sentimento de competência e a 
confiança de que as outras pessoas acreditam em sua capacidade. Schutz 
(1989, p. 108) ainda afirma que: “O problema do controle é estar por cima ou por baixo. A 
interação primária de controle é o confronto. A ansiedade do controle é ser incompetente”. 
Em grupo, as questões relacionadas ao controle, como tomar decisões, compartilhar 
responsabilidades e distribuir o poder, surgem assim que este se torna relativamente unido. A 
competição e a luta pela liderança são comportamentos característicos do grupo. Nesta 
dimensão, a ansiedade dos membros do grupo é ter muita ou pouca responsabilidade e 
influência. 
Na dimensão do controle o autor afirma que a corporificação se dá nos sistemas de 
órgãos que controlam o corpo: os músculos e o esqueleto, o sistema nervoso e as glândulas 
endócrinas (SCHUTZ, 1989). 
 
Dimensão Afeto 
 
Como o afeto se baseia na construção de vínculos emocionais, esta é geralmente a 
última fase no desenvolvimento de uma relação humana ou de um grupo. Nesta fase, as pessoas 
se encontram e decidem se vão prosseguir na relação ou não. O comportamento de afeto 
descreve sentimentos de proximidade entre duas pessoas (SCHUTZ, 1989). 
A sensação de poder ser amado está sempre latente nas condutas na área do afeto. Se 
o participante não se sente capaz de ser amado, se sente chato e desinteressante, rejeitado por 
qualquer pessoa que se dispõem a conhecê-lo melhor, então seu comportamento será ansioso e 
extremado. Desta forma, ou o indivíduo evita todos os vínculos afetivos íntimos, sendo 
subpessoal, ou tenta se manter próximo de todos, sendo superpessoal (SCHUTZ, 1989). 
Quando o indivíduo é subpessoal, isso fica evidente pois o mesmo evita relações 
íntimas com outras pessoas, mantém relações unívocas num nível distante e superficial e 
sentem-se satisfeitos quando o outro responde da mesma forma. Inconscientemente, busca um 
relacionamento afetivo satisfatório e teme que ninguém o ame e que não seja querido. Já quando 
o indivíduo é superpessoal, se torna uma pessoa extremamente próxima dos outros e deseja que 
todos se aproximem dele. Ser querido pelos outros é essencial para este indivíduo na tentativa 
de aliviar a ansiedade de ser rejeitado e não-querido. Ele tenta conquistar aprovação, ser 
extremamente pessoal, agradável, íntimo, confiável. Assume uma postura manipuladora e 
possessiva tentando punir qualquer tentativa do outro de estabelecer outros relacionamentos 
(SCHUTZ, 1989). 
Quando as questões referentes a dimensão de afeto estão resolvidas, pode-se dizer que 
o indivíduo é pessoal, ou seja, a interação emocional íntima com outra pessoa não constitui 
problema. Neste momento, o indivíduo se sente bem tanto em uma relação íntima quanto em 
uma situação que exige distanciamento. A falta de afeto não significa que o indivíduo é uma 
pessoa incapaz de ser amada. “É capaz de dar e receber afeto genuíno” (SCHUTZ, 1989, p.110). 
No que diz respeito ao desenvolvimento do grupo, depois que as questões do controle 
são resolvidas, os temas afetivos começam a aparecer e os indivíduos já formam um grupo no 
qual já conseguem se diferenciar no que se refere à responsabilidade e ao poder e tentam, de 
alguma forma, alcançar a integração emocional. Quando o grupo está nesta dimensão, é comum 
a manifestação de sentimentos positivos, de hostilidade, ciúmes, de formação de pares, e um 
certo aguçamento das emoções entre os pares de pessoas (SCHUTZ, 1989). 
Sobre as enfermidades relacionadas com a dimensão de afeto, são expressas pelo 
corpo na forma de amor (coração, sistema circulatório) e de sexo (genitais). 
 
 
MÉTODO 
 
Participantes 
 
Fizeram parte desta pesquisa 5 sujeitos, todas mulheres, de idade entre 29 e 51 anos, 
concursadas, sendo 2 psicólogas e 1 assistente social com carga horária de 40 horas e 2 
assistentes sociais com carga horária de 20 horas semanais, que trabalham de forma 
interdisciplinar, lotadas no CREAS - Centro de Referência de Assistência Social, executando 
suas funções como técnicos no Serviço de Orientação e Apoio a Famílias e Indivíduos – PAEFI. 
 
Instrumentos 
 
Os instrumentos utilizados pela equipe de pesquisadores foram os apresentados a seguir, 
obedecendo a ordem cronológica de aplicação: questionário com perguntas abrangendo as 
características das dimensões de Schutz, com opções de resposta referente ao nível com que 
algumas características eram percebidas pelos participantes no grupo (baixo, médio e alto); 
entrevistas individuais semiestruturadas; e aplicação de um estímulo em grupo que chamamos 
de “luz e sombra”, que consistia em cada participante retirar de uma caixa duas figuras 
aleatórias e atribuir à uma delas a sombra do grupo e à outra a luz, e em seguida expor ao grupo. 
 
 
Procedimento 
 
Primeiramente foi realizada uma reunião com a gestão a fim de apresentar o projeto 
de pesquisa e viabilizar a autorização do mesmo. Em seguida foi providenciada uma reunião 
com todas as participantes com o intuito de apresentar o projeto de pesquisa, sem que este, no 
entanto, interferisse no futuro levantamento de dados, e disponibilizado o “Termo de 
Consentimento Informado, Livre e Esclarecido”. Os questionários foram aplicados de forma 
individual, agendados com antecedência e conforme disponibilidade das participantes. Após a 
aplicação do questionário foi agendada nova data com as participantes, igualmente de forma 
individual, para as entrevistas semiestruturadas. Todas as entrevistas foram gravadas e 
transcritas para a análise de dados. Para realizar a análise das entrevistas, foram considerados 
os conteúdos mais frequentes no discurso das participantes. Desta maneira, acredita-se que o 
conteúdo trazido pelo grupo com mais frequência reflete o funcionamento do mesmo durante o 
dia a dia de trabalho. A realização das entrevistas possibilitou o acesso uma série de informações 
sobre o grupo que foram muito relevantes para atingir os objetivos desta pesquisa. Por fim, foi 
agendado com toda a equipe, a aplicação do estímulo em grupo. O estímulo escolhido foi 
elaborado pelas pesquisadoras e consentido pela supervisora do projeto e igualmente gravado. 
 
Resultados e Discussão 
 
Conforme os resultados do questionário aplicado e de acordo com a percepção das 
participantes, a dimensão mais presente no grupo, no momento da aplicação, é a do Controle, 
uma vez que, 78% dos participantes apontam as características desta dimensão em nível alto. 
Seguindo esta mesma linha de pensamento, respectivamente aparece a dimensão Afeto com 
74% e Inclusão com 49%. 
Analisando os dados mais profundamente, considerando a dimensão Controle, 100% 
das participantes apontam nível alto para características como respeito e motivação entre os 
membros do grupo, responsabilidade compartilhada e comprometimento referentes aos 
objetivos enquanto grupo de trabalho. No que se refere à partilha de liderança, 60% indicou 
nível médio. Para Schutz “as questões de controle incluem tomadas de decisão, compartilhar 
responsabilidades, distribuir poder” (SCHUTZ, 1989 página 112). 
Se tratando da dimensão Afeto, 100% das participantes apontam a amizade como uma 
característica de nível alto e 80% sinaliza o mesmo nível para a confiança mútua, proximidade, 
valorização e exposição de sentimentos. Em contrapartida, 60% expressa um nível médio para 
feedbacks dentre os integrantes do grupo, indicando que, embora o grupo também vivencie a 
dimensão afeto, a abertura não é tão grande. Considerando este fato, o autor coloca que “depois 
de resolvida a questão do controle, os temas afetivos ganham maior destaque. Os indivíduos já 
estão formando um grupo. Diferenciam-se no que se refere à responsabilidadee ao poder” 
(SCHUTZ, 1989 página 112). É importante lembrar que o grupo sinalizou nível médio referente 
à partilha de liderança, contudo, podemos tomar como hipótese esta indefinição como um 
agente continente à vivência plena da dimensão seguinte, a de Afeto. 
Sobre a dimensão Inclusão, 100% das participantes sinalizaram alto nível para 
reconhecimento entre os membros do grupo e 80% para aceitação e participação de seus 
membros. Quanto aos quesitos como comunicação para com membros ausentes, respeito aos 
horários, clareza dos objetivos do grupo, coesão e anonimidade dos membros, o grupo aponta 
nível médio. É possível observar através dos resultados que seus participantes revelam 
preocupações em estar dentro ou fora do grupo, em distinguir-se dos outros e ter atenção de 
seus membros. Para Schutz (1989) estas são características da dimensão Inclusão. 
Em outro momento da pesquisa foi possível perceber um padrão de reação diante das 
situações de violação de direitos encaminhadas para o PAEFI, uma vez que todas as 
participantes trouxeram respostas utilizando de palavras como “revolta”, “indignação”, 
“impotência”, “empatia” (transferência). Estes sentimentos parecem vir à tona devido à 
complexidade dos casos atendidos e algumas “falhas na rede” de atendimento. 
Além disso, foram realizadas perguntas com o objetivo de conhecer mais sobre o 
funcionamento do grupo e sobre a percepção de seus integrantes a respeito do mesmo. Abaixo 
será apresentada uma análise relacionando as informações coletadas na entrevista com a teoria 
proposta por Will Schultz (1989) e Bion (1975). 
Na dimensão inclusão estão presentes os seguintes sentimentos: ser importante ou ter 
significado ou mérito, as associações entre as pessoas, exclusão, aceitação, posse, companhia, 
ser reconhecido e aceito na sua singularidade. Diante destes sentimentos, observase no conteúdo 
das entrevistas realizadas que as participantes percebem que no grupo há um “espaço de escuta”, 
onde existe uma “troca” entre seus membros que pode estar relacionado aos sentimentos de ser 
importante e ter significado. Esta “troca” é trazida de forma positiva pelos membros do grupo, 
pois segundo elas, é o que faz com que seus membros se sintam acolhidos e pertencentes ao 
grupo. 
Na maioria das respostas as participantes referem-se ao grupo como não sendo 
“indiferente” às limitações e reações de seus membros. Porém, o que se percebe através da 
análise do conteúdo é que isso se dá de maneira superficial, ou seja, parece mais atender uma 
necessidade de aceitação e acolhimento de emoções e sentimentos decorrentes de agentes 
externos ao grupo, do que realmente estabelecer um laço emocional e expor sentimentos em 
relação ao funcionamento e aos membros do grupo para o desenvolvimento do mesmo como 
caracterizado na dimensão de afeto. Afirmam ainda, que em alguns momentos precisam estar 
juntas e unidas para “bater”, ou seja, enfrentar algo ou alguém que por algum motivo ameace 
ou mobilize o grupo, como por exemplo, a gestão, a falta de respaldo técnico, a família atendida 
ou a justiça. Esta característica de funcionamento do grupo pode ainda estar relacionada com a 
terceira suposição básica de Bion de “luta-fuga” no qual o grupo se reúne para lutar ou fugir de 
alguma coisa que por algum motivo ameace ou traga à tona uma dificuldade psicológica do 
grupo. Este inimigo externo recebe toda a responsabilidade dos males e, por isso, o grupo se 
une para combater este inimigo. 
O grupo apresenta ainda a dificuldade decorrente das diferentes cargas horárias que o 
compõem. Afirmam que o não poder estar junto dificulta o trabalho e a análise de alguns casos. 
Este cenário é claramente um exemplo da primeira suposição básica de Bion, a Dependência, 
na qual o grupo se reúne a fim de ser sustentado por um líder de quem depende para nutrição, 
tanto material quanto espiritual, e proteção. Este conteúdo também pode estar relacionado com 
a dimensão de inclusão e com a necessidade de estar junto o tempo todo para poder realizar um 
bom trabalho. 
Sobre a dimensão de controle, as entrevistas revelam que há uma ansiedade do grupo 
referente ao “ter que dar conta” e mostrar sua competência em relação aos atendimentos 
realizados pelo PAEFI. De maneira geral, nesta dimensão, observa-se sentimentos relacionados 
a competência, inteligência, aparência, praticabilidade e habilidade para enfrentar o mundo; o 
processo de tomar decisões em conjunto relacionadas às áreas de poder, influência e autoridade. 
Este funcionamento de “ter que dar conta” e mostrar sua competência, parece acabar 
favorecendo a existência de um ciclo vicioso uma vez que, para mostrar sua competência, o 
grupo acaba não colocando limites e aceita todos os casos que chegam. Como os casos são 
complexos, muitas vezes acabam não conseguindo tratar da forma como deveriam resultando 
em frustração e atribuição da “culpa” do insucesso para agentes externos (sociedade, família, 
rede, sistema, gestão, falta de espaço físico, etc.) o que gera ainda mais frustração e sentimento 
de impotência. 
Outra questão sobre o funcionamento do grupo que parece ser relevante, é o fato de 
todas as participantes do grupo assinarem juntas alguns documentos importantes solicitados 
pela justiça e que, dependendo, podem até gerar processos para os profissionais envolvidos no 
caso. Neste caso, esta característica do funcionamento do grupo pode estar relacionada com 
uma postura abdicrata, pois acaba sendo uma forma, daquela que deveria responder pelo 
documento, de não assumir a responsabilidade sozinha e precisar que o grupo todo assuma o 
risco junto com ela não exercendo a autoridade. 
No que se refere aos sintomas vinculados ao trabalho mencionados pelas 
entrevistadas, os mais recorrentes remetem a dimensão controle: dor de cabeça, relacionados a 
músculos e esqueleto. 
Sobre a terceira dimensão proposta por Schultz (1989), o afeto, foram poucos os 
conteúdos apresentados pelas participantes. De maneira geral, parece haver em alguns 
momentos tentativas de movimentos para um maior aprofundamento nos laços emocionais e 
intercambio afetivo entre os membros do grupo. Pelo que parece, estes movimentos começaram 
e estão mais recorrentes devido a entrada de um membro novo no grupo. 
É importante ressaltar que esta dimensão de afeto se refere ao sentir-se amado, nas 
relações de contato entre duas pessoas (diádica) onde podem ser observados sentimentos tanto 
positivos quanto de hostilidade, ciúmes, formação de pares e sentimentos e emoções 
intensificados. 
Na análise das entrevistas é possível perceber que não são muitos os relatos de 
situações que caracterizem esta dimensão. Percebe-se apenas que já existem algumas tentativas 
que perpassam esta dimensão, mas que acabam sendo sabotadas pelo grupo. Isso fica evidente 
em um dos relatos que parece dizer respeito a uma certa inabilidade do grupo de conversar sobre 
sentimentos hostis e insatisfações em relação ao funcionamento do mesmo. No relato, o grupo 
reage de forma a inibir a fala de uma integrante quando a mesma resolve fazer alguns 
apontamentos sobre algumas dificuldades percebidas por ela referente ao funcionamento do 
grupo no dia a dia de trabalho e, o grupo por sua vez, acaba dando uma conotação negativa aos 
apontamentos da colega. 
No momento da pesquisa, no qual foi trabalhado o estímulo, o grupo falou bastante e 
houve muito riso. De maneira geral, o grupo atribuiu, à sombra, questões externas, de fora do 
grupo, citando “imposição da gestão”, “cansaço em relação a gestão” e “limitação dos 
usuários”. Citaram também “abandono” e usaram bastante a palavra “ditadura”. Ao relatar o 
que dizia respeito à sombra do grupo, todos utilizaram a expressão “lado negro” e ao longo de 
todo o estímulo os membros complementaram as falas uns dos outros. Pareceu que os membros 
estavam unidos contra um inimigo comum: a gestão. 
Ao falar da luzdo grupo, os membros se referiram a momentos que têm fora do ambiente 
de trabalho, que são, nas palavras do grupo, de descontração. O grupo também se referiu muito 
a piadas que fazem durante os momentos de trabalho. 
Quando questionadas a respeito de quais são os recursos do grupo para que haja 
motivação e continuidade no trabalho, citaram rapidamente, questões individuais como: ética 
profissional, gostar do que faz, ser compreensivo, ter maturidade e bom humor. Também 
trouxeram questões de funcionamento do grupo como: acolhimento, fortalecimento e 
amadurecimento do grupo ao longo do tempo, confiança mútua, abertura, possibilidade de falar 
e ouvir e processo democrático na tomada de decisões, sinalizando assim, algumas 
características da dimensão afeto. E ainda acrescentaram que houve uma evolução positiva na 
divisão de papéis entre psicólogos e assistentes sociais. Foi pontuada a diferença que existe na 
atuação de cada um e lembrado que no passado o assistente social era “apenas um auxiliar do 
psicólogo”. 
O grupo trouxe ainda, quando perguntado sobre o atendimento que faz às demandas de 
violência e violação de direitos, que sentia dificuldade para dizer “não”, culpa por não atender 
toda a demanda, e ainda a percepção de que não existia onipotência por parte da equipe e trouxe 
duas falas significativas: “Não posso parar” e “Pensar é um peso”. Trazendo assim, mais 
evidências da dimensão controle. 
Depois disso o grupo não trouxe mais nada relativo ao atendimento que fazem às 
famílias e voltaram a falar da gestão. 
Nesta observação foi possível identificar um padrão de resistência no qual o grupo 
sempre torna a falar da gestão e pouco entra em contato com as próprias questões. Neste sentido, 
a resistência surge como o suposto básico de dependência. Além deste, o suposto básico luta e 
fuga também caracteriza o comportamento do grupo, uma vez que este discute sobre pessoas 
ausentes e está tomado pela sensação de que a adesão do grupo é um fim em si mesmo. Eles 
ignoram outras atividades, que não sejam este debate infrutífero, fogem delas. 
Nos poucos momentos em que o grupo entrou na tarefa, falar do próprio funcionamento, 
surgiram questões de controle, quando se falou de não conseguir atender à demanda, 
onipotência e ainda das diferenças que existem nas atuações dos psicólogos e dos assistentes 
sociais. Desta forma, fazendo referência às questões de poder, influência, autoridade e definição 
de papéis. 
 
Considerações finais 
Ao contrário do que se imaginava antes da realização da pesquisa, parece que a questão 
referente ao atendimento de situações de violência e violação de direitos não é o que de fato 
interfere no funcionamento do grupo estudado. Observando o grupo sob a perspectiva da teoria 
de Bion, é possível perceber que o grupo atua nos pressupostos básicos e tem dificuldade para 
entrar na tarefa que, neste caso, seria realizar os atendimentos e realizar os encaminhamentos 
necessários as famílias acolhidas pelo serviço. Esta dificuldade em entrar na tarefa parece ser 
resultado do padrão de funcionamento estabelecido por este grupo, no qual não se fala sobre as 
questões do grupo de trabalho, sobre aquilo que faz parte do aquiagora do grupo, dos 
sentimentos e dificuldades de seus membros. Ora o grupo atua na dependência, culpando a 
gestão por todos os males, ora entra na luta-fuga, unindo-se contra um inimigo comum. 
Outra consequência deste funcionamento focado na maior parte do tempo nos 
pressupostos básicos, é o fato do grupo acabar permanecendo a maior parte do tempo entre as 
dimensões de inclusão e principalmente controle propostas por Schultz. Acaba de certa forma 
“cristalizadas” em uma postura de “ter que dar conta” onde acabam precisando reafirmar suas 
competências e alimentando um ciclo vicioso uma vez que assumem um maior número de 
atividades do que realmente podem dar conta com eficiência e qualidade. 
Contudo, percebe-se que existe um potencial para desenvolvimento deste grupo de 
trabalho que objetive o autoconhecimento, que favoreça o processo de tomada de consciência 
do grupo em relação ao seu funcionamento para que o mesmo possa avançar em seu 
desenvolvimento, obter novos aprendizados e realizar as mudanças necessárias. Assim, o grupo 
poderá experimentar novas formas de se relacionar e de se comunicar entre pares, com a gestão 
e com as famílias atendidas, reestabelecendo um novo padrão de funcionamento mais saudável 
e com menos desgaste de energia para todos os seus membros. 
 
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i Graduada em Engenharia de Produção Civil pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pós-
Graduada em Dinâmica dos Grupos pela SBDG. 
ii Graduada em Psicologia pela PUCPR. Especialista em Gestão Ambiental pela FAE, Terapeuta 
Relacional Sistêmica pelo Instituto Relacional Sistêmico, COACH pela Academia Brasileira de Coaching. Pós-
Graduada em Dinâmica dos Grupos pela SBDG. 
iii Graduada em Psicologia pela PUCPR. Mestre em Psicologia Social pela Université Paris X – Nanterre 
La Defense. Pós- Graduada em Dinâmica dos Grupos pela SBDG. 
iv Graduada em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná. Pós-Graduada em Dinâmica dos Grupos 
pela SBDG.

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